20
Página 1 de 20 Área de Competências-Chave Cultura, Língua e Comunicação RECURSOS DE APOIO À EVIDENCIAÇÃO DE COMPETÊNCIAS Recursos de apoio ao desenvolvimento do processo de RVCC, nível secundário Núcleo Gerador 4 – GESTÃO E ECONOMIA DR1 – Tema: Orçamentos e Impostos

Área de Competências-Chavecqepdesantotirsodoaetp.yolasite.com/resources/NG4-GE -DR1- Recursos... · Página 4 de 20 Fazer um orçamento implica tomar decisões. Sejam as de uma

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Área de Competências-Chavecqepdesantotirsodoaetp.yolasite.com/resources/NG4-GE -DR1- Recursos... · Página 4 de 20 Fazer um orçamento implica tomar decisões. Sejam as de uma

Página 1 de 20

Área de Competências-Chave

Cultura, Língua e Comunicação

RECURSOS DE APOIO À EVIDENCIAÇÃO DE COMPETÊNCIAS

Recursos de apoio ao desenvolvimento do processo de RVCC, nível secundário

Núcleo Gerador 4 – GESTÃO E ECONOMIA

DR1 – Tema: Orçamentos e Impostos

Page 2: Área de Competências-Chavecqepdesantotirsodoaetp.yolasite.com/resources/NG4-GE -DR1- Recursos... · Página 4 de 20 Fazer um orçamento implica tomar decisões. Sejam as de uma

Página 2 de 20

Page 3: Área de Competências-Chavecqepdesantotirsodoaetp.yolasite.com/resources/NG4-GE -DR1- Recursos... · Página 4 de 20 Fazer um orçamento implica tomar decisões. Sejam as de uma

Página 3 de 20

NG 4 – GESTÃO E ECONOMIA

Tema 1: Orçamentos e Impostos

COMPETÊNCIA: Definir orçamentos familiares e preencher formulários de impostos

dominando terminologias e aplicando tecnologias que facilitam cálculos,

preenchimentos e envio.

Orçamento familiar

Na vida quotidiana torna-se necessário ajustar os nossos recursos às nossas despesas. Desse ajuste

resulta um orçamento individual ou familiar. Fazer um orçamento implica planificar as despesas, as

poupanças, o crédito e o rendimento. Os recursos são sempre escassos e dependem de fatores tão variados

como: a atividade que se exerce, as escolhas que se fazem, o facto de se trabalhar mais ou menos horas e até

de entradas hipotéticas como uma herança ou um empréstimo. As despesas implicam escolhas e prioridades

quer pessoais quer familiares, sendo que a compra de

um bem ou serviço implica renunciar a outros, agora ou

no futuro.

Naturalmente, os rendimentos são um

constrangimento dos gastos, que por sua vez são

influenciados por fatores como a publicidade, a moda,

as pressões do grupo de amigos, entre outros.

A análise dos orçamentos familiares pode ser

reveladora do consumo e da poupança das famílias. Nos

países em desenvolvimento a alimentação consome a

maior fatia do orçamento familiar, tal como acontece

com grupos sociais desfavorecidos mesmo em países

desenvolvidos.

In Henriques, Mendo e outros. (1199) Educação para a

Cidadania. Lisboa: Plátano Editora

Orçamento familiar: a necessidade de começar cedo a planear a vida

financeira

Um orçamento é o planeamento do dinheiro que se recebe e da forma como o mesmo é gasto. Como o

dinheiro é um bem limitado, é necessário planear bem a utilização deste recurso. Aliás, sem um orçamento é

difícil planear a poupança e determinar objetivos para o futuro.

Imagem disponível na Internet em: https://www.google.pt/search?q=or%C3%A7amento+familiar&espv=2&biw=1440&bih=775&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwivx5LRi6

_LAhXEuhQKHa_cDu0Q_AUIBigB#imgrc=D3SQVfa3dd8dSM%3A

Page 4: Área de Competências-Chavecqepdesantotirsodoaetp.yolasite.com/resources/NG4-GE -DR1- Recursos... · Página 4 de 20 Fazer um orçamento implica tomar decisões. Sejam as de uma

Página 4 de 20

Fazer um orçamento implica tomar decisões. Sejam as de uma criança que tem que optar entre os cromos

e um jogo para a consola, sejam as de uma família quando tem que distribuir o dinheiro dos ordenados ou de

outros rendimentos pelas despesas normais

do mês ou sejam as de um empresário que

gere uma empresa e tem que decidir como

usar o dinheiro.

Fundamental é saber fazer contas e

apontar num bloco de notas, ou no

computador, as entradas e saídas regulares

de dinheiro. Para se fazer um orçamento

pode usar-se uma simples folha de papel,

uma folha de cálculo ou um software mais

sofisticado.

Receitas: Um orçamento começa pelo

lado positivo, as entradas de dinheiro. Se,

numa família, as receitas são o dinheiro que

se ganha com o trabalho, a reforma ou através de rendas ou investimento, para os mais jovens é a mesada

que representa as receitas.

Mas há mais receitas: presentes em dinheiro oferecidos nos aniversários, nas festividades ou fora delas, e

tarefas para ajudar vizinhos e amigos que valem algum dinheiro são igualmente receitas. A ideia é projetar o

futuro das receitas no período temporal de um mês.

Despesas: Numa idade mais jovem, as despesas poderão estar associadas a doces, brinquedos mais ou

menos dispendiosos, presentes para os aniversários dos amigos ou viagens de férias. E, por que não começar

já a preparar a universidade, uma viagem especial, a carta de condução ou a compra de um automóvel? Não

faltam objetivos para se fazer um orçamento. O importante é que as receitas sejam superiores às despesas e

que pelo menos uma parte (a rondar os 10%) tenha como destino a poupança.

Essencial ou supérfluo: o valor disponível para as despesas tem ainda que ser visto de um ponto de vista

que permita perceber se o que se pretende é uma necessidade essencial ou um desejo supérfluo. O

pequeno-almoço é uma necessidade. Uma consola é um desejo. Não se pode deixar de tomar o pequeno-

almoço para comprar uma consola, correndo o risco de não se ter energia para usufruir do jogo.

In Educação e Formação. Como fazer o primeiro orçamento. Disponível na Internet em: http://ei.montepio.pt/tema-o-primeiro-orcamento/

Orçamento Familiar: consumismo e poupança

A atividade económica resulta de um conjunto de

funções desempenhadas pelos diversos agentes

económicos. Conhecer essas funções e a forma como

interagem é um dos objetivos da economia.

As famílias surgem como um dos principais agentes,

visto que essa função consumir - é inerente a todos

nós.

O consumo é, muitas vezes, referido como um

indicador de bem-estar de uma população. Todavia,

conhecer a sua estrutura é fundamental, pois o facto de

uma família gastar 20% ou 50% do seu rendimento na

Imagem disponível na Internet em: https://blog.mobills.com.br/2015/12/aprenda-a-organizar-o-orcamento-domestico-em-4-etapas/

Imagem disponível na Internet em: http://asdicasdaba.blogs.sapo.pt/42353.html

Page 5: Área de Competências-Chavecqepdesantotirsodoaetp.yolasite.com/resources/NG4-GE -DR1- Recursos... · Página 4 de 20 Fazer um orçamento implica tomar decisões. Sejam as de uma

Página 5 de 20

satisfação de necessidades não essenciais é indicador de níveis de bem-estar diferentes.

Hoje em dia, é necessário poupar para poder consumir, uma vez que gastos excessivos podem trazer

alguns problemas financeiros.

Cada indivíduo ou família decide, em cada

momento, como dividir o seu rendimento

disponível entre consumo e poupança. Designamos

por consumo a despesa em bens e serviços com

vista à satisfação de necessidades e desejos.

Podem ser necessidades básicas, como

alimentação, vestuário e habitação; ou desejos

associados ao consumo de bens de luxo, como

férias num país exótico. A poupança é a diferença

entre o rendimento disponível e a despesa em

bens de consumo, sendo igual à variação da

riqueza do indivíduo ou da família. A decisão entre

consumo e poupança é, em última análise, uma decisão entre consumo no presente e consumo no futuro.

Existem por isso algumas medidas de poupança que devem ser tidas em conta:

Quando se vai ao supermercado deve levar-se dinheiro certo, assim não há tentação de trazer bens

desnecessários.

Não ir aos supermercado com a barriga vazia, pois a tentação de trazer bolachas, chocolates e outras

doçarias é bastante maior.

Não ter cartão de crédito, assim evita-se as dívidas e os gastos excessivos.

Poupar água, luz, gás, etc.

Existem inúmeras ferramentas online para a elaboração de um orçamento familiar. Aqui poderá encontrar

um modelo e, uma vez adaptado à sua situação concreta, utilizá-lo para realizar o seu orçamento familiar

mensal / anual.

In Henriques, Mendo e outros. (1199) Educação para a Cidadania. Lisboa: Plátano Editora

Crédito são, consumo e endividamento das famílias

O recurso ao crédito é, atualmente, algo que se vulgarizou nas economias de mercado em particular nos

países desenvolvidos. Mas este mecanismo deve ser

utilizado com cautela.

Antes de recorrer ao crédito uma pessoa, ou

família, responsável deve refletir nos seguintes

aspetos:

- É essencial percebe se existe alguma

vantagem/urgência em antecipar o consumo ao

invés de esperar pela poupança necessária;

- É fundamental perceber se a despesa em questão

está adaptada ao orçamento pessoal ou familiar;

- É preciso determinar a capacidade de reembolso

da pessoa da ou família (elabora o orçamento

anual; avaliar qual o montante da poupança que é

Imagem disponível na Internet em: http://investidor.pt/importancia-de-um-orcamento-para-as-financas-pessoais/

Imagem disponível na Internet em: http://acieg.com.br/endividamento-dos-brasileiros-bate-novo-

recorde-e-chega-a-4510-em-julho/

Page 6: Área de Competências-Chavecqepdesantotirsodoaetp.yolasite.com/resources/NG4-GE -DR1- Recursos... · Página 4 de 20 Fazer um orçamento implica tomar decisões. Sejam as de uma

Página 6 de 20

necessário gerar; avaliar o impacto da prestação no orçamento por forma a determina a prestação

máxima admissível);

- É necessário obter informação sobe as diferentes formas de crédito disponíveis, nomeadamente os

custos das mesmas e compara as propostas de varias instituições de forma a escolher melhor.

Entende-se por endividamento o saldo devedor de um agregado familiar. Pode resultar apenas de uma

dívida ou de mais do que uma em simultâneo, utilizando-se, neste caso, a expressão multiendividamento.

O conceito de endividamento dos particulares está normalmente associado aos compromissos de crédito,

nomeadamente crédito ao consumo (para aquisição de bens e serviços) e crédito à habitação, sendo este

último a principal fonte de endividamento das famílias

portuguesas.

Para além das fortes implicações económicas em termos

pessoais e familiares, e dos graves problemas psicológicos e

sociais que lhe estão associados, não nos podemos esquecer

dos efeitos do sobre-endividamento sobre o setor da

economia.

O aumento do endividamento tem sido constante ao longo

dos últimos anos, tendo subido de 106% do rendimento

disponível em 2003 para os atuais 138%. O valor da dívida total

dos particulares é já praticamente o mesmo do Produto Interno

Bruto de Portugal, quando em 2003 equivalia a 75% da riqueza

produzida pelo país.

Uma das causas para estes dados são o espírito consumista

que cada vez mais caracteriza a sociedade portuguesa, falta de

hábitos de poupança e o aumento significativo da oferta de crédito por parte de instituições financeiras.

O sobre-endividamento põe em causa o equilíbrio orçamental do indivíduo ou do seu agregado familiar,

com implicações importantes ao nível social e psicológico, como a marginalização e a exclusão social, os

problemas psíquicos, o alcoolismo, a dissolução das famílias, as perturbações da saúde física e mental dos

filhos das famílias sobre-endividadas.

In Henriques, Mendo e outros. (1199) Educação para a Cidadania. Lisboa: Plátano Editora

Obrigações dos contribuintes

A relação tributária que se estabelece entre Administração e administrado tem como finalidade a

arrecadação de receitas para os cofres do Estado para a

prossecução e a concretização de bens do interesse

público. Para tal, todos nós, contribuintes, temos o dever

pagar impostos incidindo estes quer no rendimento,

quer na despesa, quer no património. (…)

O pagamento dos impostos é, por excelência, a

obrigação principal no seio do procedimento de

liquidação e cobrança fiscal. De todo o modo, ao lado

desta, há outra obrigação com natureza secundária mas

que, sem ela, a obrigação principal careceria de toda a

sua eficácia e suporte sobre o sistema fiscal. Falamos,

Imagem disponível na Internet em: http://www.dci.com.br/especial-da-

semana/endividamento-das-familias-cai-para-63,1-em-agosto,-diz-cnc-id361514.html

Imagem disponível na Internet em: http://www.xozzen.com/blog/category/noticias-de-impostos-e-

taxas/

Page 7: Área de Competências-Chavecqepdesantotirsodoaetp.yolasite.com/resources/NG4-GE -DR1- Recursos... · Página 4 de 20 Fazer um orçamento implica tomar decisões. Sejam as de uma

Página 7 de 20

portanto, de uma obrigação que não respeita à própria prestação pecuniária em si do imposto, mas de uma

obrigação secundária, complementar, lateral, acessória, não pecuniária, instrumental, formal. Trata-se de

uma obrigação que engloba um conjunto de deveres que têm por objeto prestações de facto com vista a

permitir à Administração a determinação e a inspeção de factos fiscalmente relevantes sobre a situação

tributária dos sujeitos passivos de imposto.

Os deveres de colaboração exteriorizam-se numa série de comportamentos de fazer, não fazer ou

suportar. Entre eles temos deveres declarativos, os atos de escrituração, os deveres contabilísticos, entre

outros. Podem ser estabelecidos para permitir ou facilitar o lançamento e a liquidação dos impostos, como

para prevenir e reprimir fraudes fiscais. (…)

As infrações relativas aos deveres de cooperação e, mais concretamente, às obrigações acessórias,

traduzem-se nas contraordenações fiscais. (…) As contraordenações fiscais traduzem-se no estabelecimento

de sanções pecuniárias se bem que lateralmente poderão implicar sanções de outra natureza.

In Veloso, Luís Miguel Braga. (2012) Considerações sobre os deveres de cooperação e os respectivos instrumentos

reactivos em sede fiscal . Universidade do Minho. Disponível na Internet em: https://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/20172/1/Disserta%C3%A7ao%20de%20Mestrado,%20Luis%20V

eloso.pdf

Impostos em Portugal

O sistema fiscal português é composto por diversos impostos, sendo estes a maior fonte de receitas de

qualquer país. No nosso dia-a-dia, todos os atos comerciais que praticamos estão sujeitos a tributação,

através de impostos.

Recaindo sobre os cidadãos, empresas e instituições, os impostos obrigam a uma prestação financeira

que pode ser pontual ou periódica.

Os impostos em Portugal podem ser diretos ou indiretos, sendo que os diretos se destinam a taxar

diretamente o contribuinte (caso do IRS e IRC), enquanto os impostos indiretos se refletem no valor

adicionado ao custo do produto ou serviço.

Portal da Direção Geral de Contribuição e Impostos. Imagem disponível na Internet em: hthttp://www.portaldasfinancas.gov.pt/at/html/index.html.com/0576+-

+Imposto+sobre+o+rendimento+(IRC)?responseToken=004bdb7c2798fc236c986c10d590a5a9f

Page 8: Área de Competências-Chavecqepdesantotirsodoaetp.yolasite.com/resources/NG4-GE -DR1- Recursos... · Página 4 de 20 Fazer um orçamento implica tomar decisões. Sejam as de uma

Página 8 de 20

O Portal da Finanças, disponível on-line, foi criado para facilitar a relação entre os contribuintes e o fisco,

designadamente no que diz respeito ao cumprimento de

obrigações fiscais. Mediante registo, os contribuintes

(cidadãos, empresas e diferentes entidades) podem,

entre outras ações, obter documentos e informações,

realizar consultas diversas, simular cálculos de impostos,

entregar declarações fiscais e proceder ao pagamento

de impostos.

Lista completa dos impostos em Portugal.

Impostos sobre o Património

IMI – O Imposto Municipal sobre

Imóveis constitui a receita dos municípios onde

os imóveis se localizam e incide sobre o valor patrimonial tributário dos prédios (rústicos, urbanos ou

mistos), em território português;

IMT – O Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis tributa as transmissões do

direito de propriedade ou de figuras parcelares desse direito, sobre bens imóveis em território

nacional;

IS – O Imposto de Selo é cobrado mediante um valor fixo ou pela aplicação de uma taxa ao valor do

ato ou contrato. A aplicação deste imposto é cada vez mais reduzida.

Impostos sobre o Consumo ou a Despesa

IVA – O Imposto de Valor Acrescentado incide sobre transmissões de bens e prestações de serviços;

importações de bens; operações intercomunitárias, realizadas em território nacional;

IS – O Imposto de Selo é cobrado mediante um valor fixo ou pela aplicação de uma taxa ao valor do

ato ou contrato. A aplicação deste imposto é cada vez

mais reduzida.

Impostos sobre o Rendimento

IRS – O Imposto sobre o Rendimento de pessoas

Singulares incide sobre o valor anual dos rendimentos,

consoante as categorias, depois de efetuadas as

respetivas deduções e abatimentos. Os rendimentos

ficam sempre sujeitos a tributação, independentemente

do local, moeda ou forma pela qual são obtidos;

IRC – O Imposto sobre o Rendimento de Pessoas

Coletivas é aplicado ao rendimento das empresas a

atuar em território português e incide sobre os

rendimentos obtidos no período de tributação, pelos

respetivos sujeitos passivos;

Derrama – O Derrama é um imposto que varia

consoante o município e é pago juntamente com o IRC.

Imagem disponível na Internet em: https://adm-monchique.wikispaces.com/0576+-

+Imposto+sobre+o+rendimento+(IRC)?responseToken=004bdb7c2798fc236c986c10d590a5a9f

Acesso ao portal da Direção Geral de Contribuição e Impostos - Imagem disponível na Internet em: https://adm-

monchique.wikispaces.com/0576+-+Imposto+sobre+o+rendimento+(IRC)?responseToken=004bdb

7c2798fc236c986c10d590a5a9f

Page 9: Área de Competências-Chavecqepdesantotirsodoaetp.yolasite.com/resources/NG4-GE -DR1- Recursos... · Página 4 de 20 Fazer um orçamento implica tomar decisões. Sejam as de uma

Página 9 de 20

Impostos Especiais sobre o Consumo

IABA – O Imposto sobre o Álcool e as Bebidas Alcoólicas incide sobre cerveja, vinhos e outras bebidas

fermentadas; produtos intermédios; bebidas espirituosas/ alcoólicas; álcool etílico;

ISP – O Imposto Sobre os Produtos Petrolíferos e Energéticos incide sobre produtos petrolíferos e

energéticos, produtos usados como carburante destinados a venda e consumo; outros

hidrocarbonetos (com exceção da turfa e do gás natural), destinados à venda ou ao consumo como

combustível;

IT – O Imposto sobre o Tabaco incide sobre charutos, cigarrilhas, cigarros e diferentes tipos de

tabaco.

Tributação Automóvel

ISV – O Imposto Sobre Veículos é pago apenas uma vez, na primeira matriculação do veículo. Nos

veículos mais recentes, o valor já está incluído no preço da venda. Nos veículos importados, o

imposto é pago por quem importa. O ISV incide sobre automóveis ligeiros de passageiros, de

utilização mista, de mercadorias, de passageiros com mais de 3500 Kg e com lotação superior a nove

lugares; autocaravanas; motociclos, triciclos e quadriciclos;

IUC – O Imposto Único de Circulação tributa os veículos matriculados em Portugal, sendo que o

pagamento acontece sempre no mês da matrícula do veículo ou no mês anterior, até o abatimento

do mesmo.

In Economias. Impostos em Portugal. Disponível na Internet em: http://www.economias.pt/impostos-em-portugal/

Entrevista a Karina Kim Elgaard (*): “Na Dinamarca, se alguém não paga

os impostos, é um insulto para toda a gente”

PÚBLICO: O que é que faz com que a Dinamarca seja vista como um país de "contribuintes felizes"?

Karina Kim Elgaard: Muitos contribuintes não verificam as declarações fiscais porque confiam na

administração tributária e na informação automática. Embora sendo um sistema complexo, é compreendido

pelos contribuintes. É um círculo virtuoso. É um sistema fiscal onde é fácil as pessoas perceberem para onde

vai o dinheiro dos impostos. As pessoas pensam: “Pagamos taxas muito altas e muitos impostos, mas, direta

ou indiretamente, temos todos estes benefícios: hospitais grátis, apoios sociais, boas escolas”. O sistema

social funciona bem. É claro que encontramos pessoas que consideram que há quem "abuse" do Estado

social, mas são situações muito pontuais.

Page 10: Área de Competências-Chavecqepdesantotirsodoaetp.yolasite.com/resources/NG4-GE -DR1- Recursos... · Página 4 de 20 Fazer um orçamento implica tomar decisões. Sejam as de uma

Página 10 de 20

Como é que a Dinamarca consegue impor uma carga fiscal tão alta e manter bons níveis de cumprimento

das obrigações fiscais e um desempenho positivo na atividade?

A administração fiscal tem os recursos e os instrumentos necessários para assegurar o controlo efetivo do

pagamento dos impostos. Muitos contribuintes preferem pagar mais (impostos retidos na fonte) durante o

ano, porque sabem que depois vão receber um reembolso. Se uma pessoa sabe que vai ter um pequeno

ganho de rendimento, pode adaptar a pré-declaração fiscal em qualquer altura. E pode pagar

voluntariamente mais imposto do que o que é sugerido, para ter a certeza de que, no final, não tem de

fazer um acerto e pagar mais.

Em Portugal olha-se muitas vezes para o pagamento dos impostos como uma quebra de rendimento.

Como é que há visões tão diferentes?

Há muitos anos que as pessoas respeitam a figura do ministro dos Impostos. As pessoas acreditam no

ministério como instituição, no sistema político como um todo e acreditam que os responsáveis estão a agir

no interesse de todos. É uma questão de mentalidade enraizada há muito, muito tempo. Se alguém não

paga os impostos, isso é um insulto para toda a gente. Esta perceção de exigência de cumprimento das

obrigações fiscais, historicamente enraizada, é percetível um pouco por toda a sociedade. É uma questão

de mentalidade. Ninguém considera aceitável que alguém não pague os impostos, que alguém tente

contornar as regras ou ganhar alguma coisa por baixo da mesa.

O que é que se pode aprender com o modelo nórdico para uma reforma do sistema fiscal? É um modelo

replicável noutros países?

Qualquer outro país pode olhar para a Dinamarca e tentar implementar algumas reformas fiscais, mas não

todo o sistema, porque a génese do modelo escandinavo está muito enraizada na sociedade dinamarquesa.

Se me pergunta se o modelo nórdico poderia ser exportado e se funcionaria em Portugal, penso que não.

Mas há boas práticas que podem ser inspiradoras – a forma como as autoridades dinamarquesas fazem

campanhas publicitárias na televisão a alertar para o prazo de pagamento dos impostos, para o combate à

economia paralela. Nos últimos anos houve uma grande aposta na presença nas redes sociais, para

aproximar a administração fiscal dos cidadãos. O fisco é muito acessível e os contribuintes sentem que o

fisco lhes está a prestar um serviço. Há uma relação de confiança. Os outros países podem aprender com

isto.

Que medidas podem ser implementadas em países com níveis mais elevados de evasão fiscal?

É mais complicado do que isso. Não é uma soma de reformas. Tem de começar por uma mudança de

mentalidade e por uma mudança na forma de atuar das autoridades.

Page 11: Área de Competências-Chavecqepdesantotirsodoaetp.yolasite.com/resources/NG4-GE -DR1- Recursos... · Página 4 de 20 Fazer um orçamento implica tomar decisões. Sejam as de uma

Página 11 de 20

É preciso, primeiro, que as instituições, os ministros ou as organizações responsáveis sejam respeitadas

pela população e que atuem de forma harmoniosa, com regras simples e compreendidas pelas pessoas. É

preciso que o ministério (responsável pelos assuntos fiscais) seja transparente, explicando, por um lado,

porque é que é preciso pagar impostos e, por outro, como é que o Estado administra o dinheiro dos

impostos. Isto ajuda os cidadãos a perceberem que o pagamento dos impostos é necessário para assegurar

as funções sociais do Estado.

Uma auditoria realizada em 2011 mostra que o nível de cumprimento é elevado. Como se explica este

nível de adesão ao sistema fiscal?

O facto de os contribuintes verem os resultados dos impostos que pagam. Cada um toma a

responsabilidade de pagar os impostos corretos.

Identifica pontos negativos no sistema fiscal dinamarquês?

Bem, há sempre a outra face da moeda. As regras dos impostos são muito complicadas. Muitos cidadãos

simplesmente dizem “sim” ao pré-preenchimento da declaração de IRS proposto pela administração fiscal.

Se quiserem perceber ao detalhe todas as implicações, têm de contratar um contabilista ou uma empresa

de consultoria. A vantagem de um sistema fiscal avançado é que as regras são mais fáceis de concretizar.

Queremos ter um modelo equitativo e, para o conseguir, o sistema fiscal acaba por exigir alguma

complexidade. A economia paralela é outra preocupação de qualquer ministro dos impostos. A

administração fiscal, a polícia e muitas outras instituições trabalham para combater a evasão fiscal no IVA.

Há muitas iniciativas e uma boa mobilização de recursos para combater a fraude.

Imagem disponível na Internet em: http://economiafinancas.com/2015/taxas-de-iva-em-vigor-me-2015-por-estado-membro-da-uniao-europeia/

Page 12: Área de Competências-Chavecqepdesantotirsodoaetp.yolasite.com/resources/NG4-GE -DR1- Recursos... · Página 4 de 20 Fazer um orçamento implica tomar decisões. Sejam as de uma

Página 12 de 20

Académicos defendem para Portugal a necessidade de apostar em programas educativos sobre as

obrigações fiscais dos contribuintes.

Na Dinamarca hoje não existe essa

tradição. Porquê?

É ao ministério da Educação que cabe

a tarefa de definir as disciplinas

ensinadas nas escolas. Há, no

entanto, matérias sobre o Estado

Social, política e cidadania – onde se

inclui o funcionamento dos impostos.

Há um grande nível de educação

cívica que se revela fundamental no

momento em que um cidadão

começa a pagar os impostos.

(*) Investigadora de direito fiscal na Universidade de Copenhaga, diz que sociedade dinamarquesa é pouco tolerante para com quem tenta contornar as regras.

Crisóstomo, Pedro. In jornal Público de 23 de agosto de 2015

As contas da Nação

Os orçamentos são um elemento essencial de planeamento e controlo dos aspetos financeiros e

económicos, quer se trate de uma empresa quer do Estado. Ao referirmos o Orçamento do Estado (OE),

designamos um documento que contém o plano anual das despesas e receitas do Estado. Nesse documento

estão incluídas as despesas e receitas do chamado Setor Público Administrativo, o qual inclui a Administração

Central, as regiões autónomas, as autarquias locais, os fundos e serviços autónomos e a segurança social. Tal

como qualquer orçamento - empresarial, familiar ou outro - o Orçamento do Estado obriga a ajustar recursos

e despesas, criar previsões e estabelecer prioridades.

Em Portugal, o OE deve ser apresentado pelo Governo à Assembleia da República, para discussão e

aprovação, no último trimestre do ano anterior àquele a que as estimativas de receitas e despesas dizem

respeito. Assim, o orçamento entra em vigor no dia 1 de janeiro de cada ano e diz respeito a previsões, de

receitas e despesas, elaboradas no ano anterior. Quando as receitas correntes provenientes dos impostos

chegam para pagar os bens e serviços, os juros da dívida nacional e demais despesas do orçamento do

Estado, este diz-se equilibrado. Todavia, o orçamento português é habitualmente deficitário uma vez que as

Orçamento de Estado para 2016- Imagem disponível na Internet em: http://www.publico.pt/orcamento-do-estado-2016

Page 13: Área de Competências-Chavecqepdesantotirsodoaetp.yolasite.com/resources/NG4-GE -DR1- Recursos... · Página 4 de 20 Fazer um orçamento implica tomar decisões. Sejam as de uma

Página 13 de 20

receitas não cobrem a totalidade dos encargos do Estado. A execução do OE é fiscalizada pelo Tribunal de

Contas e pela Assembleia da República, que, precedendo parecer daquele Tribunal, aprecia e aprova a Conta

Geral do Estado, incluindo a da segurança social (art. 107.º da CRP).

As principais receitas OE provêm dos impostos, constituindo receitas fiscais. Podem considerar-se duas

categorias de impostos: impostos diretos e impostos indiretos. São exemplos de impostos diretos aqueles em

que existe uma relação direta entre o contribuinte e o Estado, como é o caso do IRS (Imposto sobre

Rendimentos de Pessoas Singulares) e do IRC (Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Coletivas). Nos

impostos indiretos a relação entre o contribuinte e o Estado é mediada pelo bem ou serviço que é objeto de

tributação. Neste caso encontram-se todos os bens ou serviços que são objeto de IVA (Imposto sobre o Valor

Acrescentado), existindo ainda impostos sobre bens como os produtos petrolíferos, os veículos automóveis,

e o tabaco.

Estão sujeitas a IRS as pessoas singulares que residam em território português e aquelas que aqui

obtenham rendimentos, mesmo sem residirem. No caso dos agregados familiares o imposto é dividido pelo

conjunto de rendimentos das pessoas que o constituem. O rendimento coletável em IRS resulta do

englobamento dos rendimentos, das várias categorias, auferidos em cada ano, depois de feitas as deduções

e abatimentos previstos no respetivo Código.

O sistema de taxas é o da progressividade por escalões, não podendo resultar para os contribuintes um

rendimento líquido inferior ao valor anual do salário mínimo nacional.

As categorias de rendimentos previstas no Código do IRS são:

- Categoria - A – Rendimentos do trabalho dependente

- Categoria - B - Rendimentos do trabalho independente

- Categoria - C – Rendimentos comerciais e industriais

- Categoria - D - Rendimentos agrícolas

- Categoria - E - Rendimentos de capitais

- Categoria - F - Rendimentos prediais

- Categoria - G - Mais-valias

- Categoria - H - Pensões

- Categoria - I - Outros rendimentos

Quanto ao IRC, este incide sobre rendimentos obtidos pelas atividades empresariais e constitui, logo

Orçamento de Estado para 2016 e sua comparação com o orçamento de 2015 - Imagem disponível na Internet em: http://www.cfp.pt/wp-content/uploads/2016/03/CFP-REL-02-2016-PT.pdf

Page 14: Área de Competências-Chavecqepdesantotirsodoaetp.yolasite.com/resources/NG4-GE -DR1- Recursos... · Página 4 de 20 Fazer um orçamento implica tomar decisões. Sejam as de uma

Página 14 de 20

depois do IRS, o imposto direto que proporciona maiores receitas. O IRC incide sobre os lucros das

sociedades comerciais ou civis sob a forma comercial, das cooperativas, empresas públicas e demais

entidades abrangidas pelo Código ou sobre rendimentos das diversas categorias consideradas para efeitos do

IRS, no caso de pessoas coletivas ou entidades a que o IRC se aplica. Estão isentas de IRC as instituições de

segurança social e de previdência, as pessoas coletivas de utilidade pública administrativa, incluindo as de

mera utilidade pública que prossigam exclusivamente fins científicos ou culturais, de caridade, assistência ou

beneficência, bem como as instituições particulares de solidariedade social, as pessoas coletivas a elas legal-

mente equiparadas e alguns tipos de cooperativas. Por fim, refira-se ainda a existência da Contribuição

Autárquica, que é presentemente um imposto municipal que incide sobre o valor tributável dos prédios

rústicos ou urbanos situados no território de cada município.

O IVA constitui a principal fonte de receitas oriundas de impostos indiretos. Este imposto abrange as

transmissões de bens e prestação de serviços efetuadas no território nacional a título oneroso e as

importações de bens. Trata-se de um imposto sobre o consumo cuja taxa é variável consoante o tipo de

produto ou serviço e que incide sobre o valor acrescentado em cada fase da produção de bens ou serviços.

Certo tipo de atividades beneficiam de isenções deste imposto, como é o caso das prestações de serviços

por atores, músicos e desportistas ou o caso das atividades que não tenham atingido no ano civil anterior um

determinado volume de negócios.

Poderá consultar as diferentes rubricas relativas a receitas e despesas do orçamento de Estado para

2016 aqui.

In Henriques, Mendo e outros. (1199) Educação para a Cidadania. Lisboa: Plátano Editora

O Orçamento Municipal No dia-a-dia, nas nossas casas e nos meios de comunicação social, ouvimos a palavra orçamento, embora,

nem sempre, saibamos definir corretamente o conceito. Sabemos que as despesas que fazemos são pagas

com as receitas que obtemos. Receitas e despesas são componentes de um orçamento, seja ele familiar ou

nacional. Se, nas nossas casas nem sempre elaboramos formalmente um orçamento, nas empresas e

organizações, assim como nas instituições públicas, tal é necessário e obrigatório. As Câmaras Municipais não

escapam à regra e também elas

têm que elaborar e fazer aprovar o

seu orçamento. Mas, afinal, o que

é um orçamento?

E mais concretamente em

que consiste um Orçamento

Municipal?

O Orçamento é a expressão

quantitativa do plano de ação da

Autarquia, constituindo um

instrumento importante de

coordenação e implementação da

mesma, apresentando a previsão

anual das receitas, bem como das

despesas. É pois um quadro ou conjunto de quadros que fixa, em termos previsionais, quantificadas

(quantidades e valores) e calendarizadas, determinadas atividades a desenvolver.

Edifício Sede da Câmara Municipal de Santo Tirso Imagem disponível na Internet em: http://www.cmjornal.xl.pt/cm_ao_minuto/detalhe/santo_tirso_reduz_imi_entre_5_a_15_pon

tos_percentuais_para_familias_com_filhos.htmlhttp://www.cfp.pt/wp-content/uploads/2016/03/CFP-REL-02-2016-PT.pdf

Page 15: Área de Competências-Chavecqepdesantotirsodoaetp.yolasite.com/resources/NG4-GE -DR1- Recursos... · Página 4 de 20 Fazer um orçamento implica tomar decisões. Sejam as de uma

Página 15 de 20

Utilizando dados extraídos dos instrumentos previsionais da Câmara Municipal da Trofa relativos ao ano

de 2011, de seguida vamos analisar a estrutura dos documentos previsionais das autarquias portuguesas.

Sois dois os documentos previsionais a elaborar e a aprovar pelas autarquias:

- Grandes Opções do Plano: As Grandes Opções do Plano constituem as linhas de desenvolvimento

estratégico da Autarquia e incluem,

designadamente, o Plano Plurianual de

Investimentos e as atividades mais

relevantes de gestão autárquicas.

- Orçamento: o Orçamento

Municipal desenrola-se num ano civil,

subordinado ao orçamento da receita e

da despesa, definido aprioristicamente.

É um documento contabilístico onde

estão previstos todos os encargos ou

aplicações e onde são computadas as

receitas ou origem de fundos, para um

período de tempo determinado. Após

aprovação pelos órgãos próprios,

converte-se na lei económica

orçamental do governo local.

O Orçamento Municipal destina-se a orçar a receita e a autorizar a aplicação do seu produto nos serviços

ou melhoramentos municipais durante um ano económico. É uma previsão de recebimentos e pagamentos,

para um período de um ano civil, que pressupõe a autorização pelo órgão competente (neste caso, a

Assembleia Municipal) para que o órgão executivo (Câmara Municipal) possa arrecadar receitas e assumir

compromissos até aos montantes estabelecidos no Orçamento. No respeito pelo princípio do equilíbrio

orçamental, as despesas devem igualar as receitas.

Como se classificam as Receitas? As receitas são classificadas, orçamentalmente, e segundo a ótica económica, por receitas correntes, receitas de capital e outras receitas.

As receitas correntes são as que se repercutem

no património não duradouro da autarquia e são

provenientes de rendimentos no período

orçamental, quer pelo aumento do ativo

financeiro, quer pela redução do património não

duradouro, esgotando-se o processo da sua

cobrança dentro do período financeiro anual.

Designam-se por receitas de capital as receitas arrecadadas pela autarquia que alteram o seu património

duradouro, porque aumentam o ativo e passivo de médio e longo prazo ou reduzem o património duradouro

da autarquia.

Page 16: Área de Competências-Chavecqepdesantotirsodoaetp.yolasite.com/resources/NG4-GE -DR1- Recursos... · Página 4 de 20 Fazer um orçamento implica tomar decisões. Sejam as de uma

Página 16 de 20

Podemos agrupar as receitas correntes em:

Impostos Diretos; Impostos Indiretos; Taxas,

Multas e Outras Penalidades; Rendimentos de

Propriedade; Transferências Correntes; Venda de

Bens e Serviços Correntes e Outras Receitas

Correntes.

Por sua vez, as receitas de capital,

agregam: Venda de Bens de Investimento,

Transferências de Capital, Ativos Financeiros,

Passivos Financeiros e Outras Receitas de Capital.

São duas as grandes fontes de financiamento da autarquia:

- os impostos diretos isto é os que a Câmara arrecada diretamente dos contribuintes são o IMI, o IMT e o

IUC.

- As transferências correntes são verbas recebidas do Orçamento Geral do Estado, sem qualquer

contrapartida destinadas ao financiamento de

despesas: Fundo de Equilíbrio Financeiro, Fundo

Social Municipal e Participação fixa no IRS.

O Fundo de Equilíbrio Financeiro é uma

contribuição do Orçamento do Estado para a

Receita do Município calculado em 23,5% da

média aritmética simples do somatório

das receitas, a nível nacional, do IVA com as do

IRS.

O Fundo de Equilíbrio Financeiro estrutura-se

em duas componentes com igual peso de

50%: Fundo Geral Municipal e o Fundo de Coesão Municipal. Este último Fundo é variável e é calculado

em função da receita de IMI, IMT, IUC e da parcela de IRS que cada município tem por habitante, per

capita.

O Fundo de Coesão Municipal é pois variável, dependendo da posição do Município face à média

nacional da capitação dos referidos impostos. Os municípios com capitação de impostos locais iguais ou

superiores a 1,25 vezes a capitação média nacional, passam a ser contribuintes líquidos para o Fundo de

Coesão, sendo beneficiários que têm uma capitação abaixo 0,75 vezes a capitação média nacional.

O Fundo Social Municipal destina-se exclusivamente ao financiamento de um conjunto de despesas

elegíveis nas áreas de educação, saúde e ação social, financiando, nos termos da Lei do Orçamento do

Estado de 2011, apenas encargos resultantes

do exercício de competências no domínio da

educação pré-escolar e do 1.º ciclo do Ensino

Básico.

Na estrutura da Receita de Capital destaca-se o

peso das Transferências de Capital,

maioritariamente provenientes de fundos

comunitários para projetos cofinanciados.

Page 17: Área de Competências-Chavecqepdesantotirsodoaetp.yolasite.com/resources/NG4-GE -DR1- Recursos... · Página 4 de 20 Fazer um orçamento implica tomar decisões. Sejam as de uma

Página 17 de 20

Plano de Atividades Municipais: o Plano de Atividades Municipais é uma documento também elaborado

para um horizonte temporal de

quatro anos, contemplando todas

ações e projetos que a Autarquia

prevê realizar, no âmbito dos

objetivos definidos, explicitando a

respetiva previsão de despesa, ou

seja, especifica a atividade da

Câmara Municipal em, matéria de

despesas correntes, pelo que se

encontra relacionado com o

Orçamento Inicial.

A análise da estrutura da Despesa

Corrente permite concluir que as

despesas de funcionamento

(Despesa com Pessoal e Aquisição de Bens e Serviços) pesam significativamente no orçamento do

Município. Na Despesas de Capital a maior parte é afetada para investimentos.

Plano Plurianual de Investimentos: O Plano Plurianual de Investimentos é um documento que define,

para um horizonte de quatro anos, todos os projetos e ações que a Autarquia prevê realizar no âmbito dos

objetivos definidos, explicitando a respetiva previsão de despesa, ou seja, especifica a atividade da Câmara

Municipal em matéria de investimentos.

Para consultar aqui as Opções do Plano e o Orçamento da Câmara Municipal para 2016.

As contas das autarquias: regime financeiro das autarquias locais

O atual regime financeiro das autarquias locais e das entidades intermunicipais foi aprovado pela Lei n.º

73/2013, com efeitos a partir de 1 de janeiro de 2014. A aprovação deste

regime financeiro local veio submeter um conjunto de princípios

fundamentais visando assegurar uma efetiva coordenação entre

administração central e local no plano financeiro e contribuir para o

controlo orçamental e para a prevenção de situações de instabilidade e

desequilíbrio financeiro:

Princípio da legalidade - A atividade financeira das autarquias locais

exerce-se no quadro da Constituição, da lei, das regras de direito da União

Europeia e das restantes obrigações internacionais assumidas pelo Estado

Português.

Princípio da estabilidade orçamental - O princípio da estabilidade

orçamental pressupõe, na aprovação e execução dos orçamentos, a sustentabilidade financeira das

autarquias locais, bem como uma gestão orçamental equilibrada, incluindo as responsabilidades

Câmara Municipal da Trofa: Quadro resumo dos encargos previsto no plano de Atividades para 2011.

Page 18: Área de Competências-Chavecqepdesantotirsodoaetp.yolasite.com/resources/NG4-GE -DR1- Recursos... · Página 4 de 20 Fazer um orçamento implica tomar decisões. Sejam as de uma

Página 18 de 20

contingentes por si assumidas. As autarquias locais não podem assumir compromissos que coloquem em

causa a respetiva estabilidade orçamental.

Princípio da autonomia financeira - As autarquias locais têm património e finanças próprios, cuja gestão

compete aos respetivos órgãos. A autonomia financeira das autarquias locais assenta, nomeadamente, nos

seguintes poderes dos seus órgãos:

a) Elaborar, aprovar e modificar as opções do

plano, orçamentos e outros documentos

previsionais, bem como elaborar e

aprovar os correspondentes

documentos de prestação de contas;

b) Gerir o seu património, bem como aquele que

lhes seja afeto;

c) Exercer os poderes tributários que legalmente

lhes estejam atribuídos;

d) Liquidar, arrecadar, cobrar e dispor das

receitas que por lei lhes sejam

destinadas;

e) Ordenar e processar as despesas

legalmente autorizadas;

f) Aceder ao crédito, nas situações previstas na lei.

Princípio da transparência - A atividade financeira das autarquias locais está sujeita ao princípio da

transparência, que se traduz num dever de informação mútuo entre estas e o Estado, bem como no

dever de divulgar aos cidadãos, de forma acessível e rigorosa, a informação sobre a sua situação

financeira.

Princípio da solidariedade nacional recíproca - O Estado e as autarquias locais estão vinculados a um

dever de solidariedade nacional recíproca que obriga à contribuição proporcional do setor local para o

equilíbrio das contas públicas nacionais.

Princípio da equidade intergeracional - A atividade financeira das autarquias locais está subordinada ao

princípio da equidade na distribuição de benefícios e custos entre gerações, salvaguardando as suas legítimas

expectativas através de uma distribuição equilibrada dos custos pelos vários orçamentos num quadro

plurianual.

Princípio da justa repartição dos recursos públicos entre o Estado e as autarquias locais - A atividade

financeira das autarquias locais desenvolve-se no respeito pelo princípio da estabilidade das relações

financeiras entre o Estado e as autarquias locais, devendo ser garantidos os meios adequados e necessários à

prossecução do quadro de atribuições e competências que lhes é cometido.

Princípio da coordenação entre finanças locais e finanças do Estado - A coordenação entre finanças

locais e finanças do Estado tem especialmente em conta o desenvolvimento equilibrado de todo o País e a

necessidade de atingir os objetivos e metas orçamentais traçados no âmbito das políticas de convergência a

que Portugal se tenha vinculado no seio da União Europeia.

Princípio da tutela inspetiva - O Estado exerce tutela inspetiva sobre as autarquias locais e as restantes

entidades do setor local, a qual abrange a respetiva gestão patrimonial e financeira e só pode ser exercida

Imagem disponível em: https://appls.portalautarquico.pt/DGALAplicacoes/

A Direção-Geral das Autarquias Locais (DGAL) é um serviço central da administração direta do Estado

integrado na Presidência do Conselho de Ministros. Tem por missão a conceção, estudo, coordenação e execução de medidas de apoio à administração local e ao reforço

da cooperação entre esta e a administração central.

Page 19: Área de Competências-Chavecqepdesantotirsodoaetp.yolasite.com/resources/NG4-GE -DR1- Recursos... · Página 4 de 20 Fazer um orçamento implica tomar decisões. Sejam as de uma

Página 19 de 20

segundo as formas e nos casos previstos na lei, salvaguardando sempre a democraticidade e a autonomia do

poder local.

In Portal Autárquico da DGAL. Regime financeiro das autarquias locais. Disponível na Internet em : http://www.portalautarquico.pt/pt-PT/financas-locais/ (Adaptado)

Finanças Locais: Documentos de Prestação de Contas

São dois os documentos de prestações de contas a elaborar anualmente pelas autarquias, no final de

cada ano económico: Balanço e

Demonstração de Resultados. São

apresentados em abril ao órgão

deliberativo para aprovação.

Balanço - O Balanço é um quadro que

representa o património da autarquia num

determinado momento. De um lado

encontramos o conjunto de bens e direitos

(o Ativo); do outro aquilo que se deve (o

Passivo). A diferença entre um e o outro

são os Fundos Próprios. Os Fundos Próprios

são constituídos maioritariamente pelo

Património. O Passivo, diz respeito,

nomeadamente, às dívidas a terceiros, quer

de médio e longo prazo, quer de curto prazo.

Demonstração de Resultados - Ao contrário do Balanço, que mostra determinadas grandezas num

determinado período, a Demonstração de Resultados mostra como se formaram os resultados ao longo do

período de tempo. Os resultados decompõem-se em: Resultados Operacionais (aqueles diretamente

associados à “atividade” da autarquia); Resultados Financeiros (aqueles ligados à aplicação dos recursos

financeiros e à atividade de financiamento); e Resultados Extraordinários (aqueles não associados à

“atividade” corrente do município).

Finanças Locais: receitas e despesas municipais

De acordo com a Lei das Finanças Locais as receitas municipais compreendem:

· os impostos municipais: Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI), Imposto Único de Circulação (IUC),

Municipal e Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT);

· A taxa sobre os direitos de passagem;

· a derrama sobre os lucros de pessoas coletivas;

· as taxas e preços resultantes da concessão de licenças e da prestação de serviços pelo município;

· os encargos de mais-valias destinados por lei aos municípios;

· as multas e coimas;

· o rendimento de bens próprios;

· a participação nos lucros de sociedades e nos resultados de outras entidades em que o município tome

parte;

· as heranças, legados, doações e outras liberalidades a favor do município;

Reunião da Câmara Municipal de Santo Tirso Imagem disponível em: http://www.cm-stirso.pt/pages/7?news_id=165

Page 20: Área de Competências-Chavecqepdesantotirsodoaetp.yolasite.com/resources/NG4-GE -DR1- Recursos... · Página 4 de 20 Fazer um orçamento implica tomar decisões. Sejam as de uma

Página 20 de 20

· o produto da alienação de bens próprios;

· o produto de empréstimos;

· o produto da participação nos impostos do Estado, ou seja, uma parcela relativa ao imposto sobre o

rendimento das pessoas singulares (IRS), ao imposto sobre o rendimento das pessoas coletivas (IRC) e

ao imposto sobre o valor acrescentado (IVA).

A maioria das receitas recebidas pelos municípios advêm de impostos sobre o património, função das

edificações (e consequentemente dos habitantes) e de transferências do Estado, subjacente às quais se

encontra o número de residentes.

As receitas tributárias locais englobam a cobrança de impostos e taxas a que os municípios têm

legalmente direito. Estas desdobram-se em impostos diretos, impostos indiretos e taxas.

Ao nível dos impostos diretos temos o Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI), o Imposto Municipal sobre

as Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT) e a derrama (com incidência diversa em função da Lei em vigor).

O IMI e o IMT incidem, como o próprio nome indica, sobre o património imobiliário e foram introduzidos no

ano de 2003, com a publicação do Decreto-Lei n.º 287/2003, de 12 de novembro. O seu aparecimento, que

sucedeu à Contribuição Autárquica e ao Imposto da Sisa, consubstanciou-se numa reforma do sistema de

avaliação da propriedade, em especial da propriedade urbana, com a definição de novos critérios de

avaliação dos imóveis.

O imposto municipal sobre veículos (IMV) foi um dos impostos diretos que esteve em uso até 2006,

tendo sido substituído pelo Imposto Único de Circulação (IUC) a partir de 2007. Este último alterou a base de

incidência sendo, diferentemente do que acontecia com o IMV, parte da receita gerada titularidade do

Estado e outra parte, mais significativa, pertença dos municípios.

Também nos impostos diretos, mas com valores muito residuais, encontram-se as receitas dos impostos

municipais revogados (a Contribuição Autárquica e a Sisa).

Os impostos indiretos recaem sobre o tecido produtivo e, de acordo com o classificador económico das

receitas das autarquias locais, revestem a forma de licenças, emolumentos ou outras semelhantes, pagas por

unidades empresariais. Eles

configuram um pagamento

que incide sobre a

produção, a venda, a

compra ou a utilização de

bens e serviços.

De acordo com o

previsto na Lei das

Autarquias as despesas

das autarquias

distribuem-se pelas

seguintes rubricas: pessoal; aquisição de bens e serviços; juros e outros encargos; transferências correntes

e de capital; subsídios; serviço da dívida.

As despesas das autarquias são vastas e dividem-se em despesas correntes e despesas de capital e

cobrem as diferentes áreas de intervenção dos municípios, definidas na Lei das Autarquias Locais (Educação,

Ação Social, Cultura, Ambiente, Proteção Civil, Desporto, Infraestruturas, Obras Públicas, Ordenamento do

Território, etc.).

In CCDR do Centro. Almeida, Vanessa e outros. (2012) As receitas nas finanças locais: uma caracterização para os municípios do

centro de Portugal (2003-2010) disponível na internet em: http://datacentro.ccdrc.pt/Uploads%5CDocs/FL_Receitas_municipais_2003_2010.pdf. (Adaptado)

Santo Tirso - Imagem disponível em: http://www.cm-stirso.pt/pages/1