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Ano 13 N o 53 Julho/agosto/2012 Publicação Educativo-Cultural Distribuição Gratuita Boa Nova-BA Se existe um assunto pouco explora- do na história de Boa Nova, este é o perío- do da ditadura militar, principal- mente os cha- mados “anos de chumbo”, entre o fim de 1968 (com a edição do AI-5) e o final do gover- no Médici, em março de 1974. O Ato Instituci- onal nº 5 ou AI- 5 dava pode- res extraordi- nários ao pre- sidente da Re- pública e sus- pendia várias garantias cons- titucionais, o que fez com que a censura e a truculência imperassem absolutas. Nesta edição, às páginas 2 e 3, o boanovense Edson Messeder (que reside em Paris, na França) conta algumas de suas memórias desse período. Trata-se da visão de um dos jovens que viviam em Boa Nova nessa época e que, seja por formação intelectual, seja por idealismo, optaram em enfrentar o clima de terror e perseguição que reinava em todo o País. Sem citar os nomes de outros envolvidos no movimento estudantil de esquerda daquele período (por não ter conseguido consultá-los sobre a possibilidade de mencioná-los aqui), Edson dá o tom geral do que representou a ditadura militar para quem vivia numa pequena cidade do interior da Bahia. Vale ressaltar que este assunto chegou com mais força à história recente de Boa Nova no final de 2003 (com uma matéria publicada pelo GAMBOA em sua edição n o 24) sobre Vandick Reidner Coqueiro – boanovense desaparecido em 1974, juntamente com sua esposa Dinaelza Soares Santana Coqueiro, vítimas da ditadura) e, em 2007, com reinauguração e troca do nome de uma das mais antigas escolas do município. A Escola Municipal Emílio Garrastazu Médice (nome de um dos generais-presidentes mais truculentos do regime militar) se tornou Vandick Reidner Coqueiro. Edson abriu a “caixa preta” do tempo da ditadura militar em Boa Nova. Resta agora que os nossos historiadores (o município já tem alguns deles em plena atua- ção) ou mesmo professores e estudantes se interessem em descobrir novos capítu- los desta triste página de nosso passado recente. Como mencionou na edição passada, o GAMBOA mais uma vez participa do processo eleitoral de Boa Nova, propon- do um debate de ideias no mais alto nível. No formato de entrevista, com dez per- guntas sobre as principais áreas de atua- ção de uma administração municipal, o jornal abriu espaço para as duas coliga- ções que disputam as eleições deste ano. Foram oferecidas gratuitamente duas páginas para que os candidatos a prefeito respondessem às perguntas enviadas pelo GAMBOA em meados de julho, com as devidas regras envolven- do principalmente limite de espaço a ser utilizado e prazo de entrega das respos- tas. Foi determinado que a ordem alfa- bética dos nomes dos candidatos a pre- feito definiria a ordem de exposição nas páginas. Assim, às páginas 4 e 5 são publicadas as respostas dos candidatos a prefeito e a vice da coligação “Boa Nova, União, Força e Trabalho”, res- pectivamente Adonias da Rocha Pires de Almeida e Eronildes Machado Meira (Nide). Às páginas 6 e 7 são publica- das as respostas dos candidatos a pre- feito e a vice da coligação “Renovação e Ação”, respectivamente Aete Sá Mei- ra e Ary Celes Marinho. Apesar de ter sido estipulado o má- ximo de 10 linhas (em fonte Times New Roman 12, espaço 1,5) para cada uma das dez respostas, não ficou determi- nado nas regras que elas tivessem ne- cessariamente este máximo. Assim, parte da página 7 foi utilizada pelo jor- nal com outra reportagem justamente em decorrência do tamanho das res- postas da entrevista ali publicada. Com a iniciativa dessa entrevista, es- peramos que os leitores e/ou eleitores tenham um instrumento a mais para co- nhecer e avaliar as propostas dos can- didatos para a administração municipal nos próximos quatro anos. Fica aqui o compromisso do GAMBOA em reto- mar tais propostas já em 2013, primei- ro ano de mandado do prefeito eleito, sendo uma referência para que elas, de fato, venham a ser executadas. GAMBOA entrevista candidatos a prefeito Aberta a “caixa preta” do tempo da ditadura militar em Boa Nova O boanovense Vandick Coqueiro (a primeira foto de todas) e sua esposa Dinaelza (1 a na parte de baixo) foram incluídos no rol dos desaparecidos

ARQUIVO - Jornal GAMBOA digital - Ed. 53 (jul/ago/2012)

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Esta edição traz, duas páginas a mais do que a impressa, sendo divulgada após a sua circulação em Boa Nova e em outras cidades. A ampliação facilita a inserção de outras matérias após o fechamento da edição.

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Ano 13 No 53 Julho/agosto/2012 Publicação Educativo-Cultural Distribuição Gratuita Boa Nova-BA

Se existeum assuntopouco explora-do na históriade Boa Nova,este é o perío-do da ditaduramilitar, principal-mente os cha-mados “anos dechumbo”, entreo fim de 1968(com a ediçãodo AI-5) e ofinal do gover-no Médici, emmarço de 1974.O Ato Instituci-onal nº 5 ou AI-5 dava pode-res extraordi-nários ao pre-sidente da Re-pública e sus-pendia váriasgarantias cons-titucionais, oque fez comque a censura ea truculênciaimperassemabsolutas.

Nesta edição, às páginas 2 e 3, o boanovense Edson Messeder (que reside emParis, na França) conta algumas de suas memórias desse período. Trata-se da visãode um dos jovens que viviam em Boa Nova nessa época e que, seja por formaçãointelectual, seja por idealismo, optaram em enfrentar o clima de terror e perseguiçãoque reinava em todo o País. Sem citar os nomes de outros envolvidos no movimentoestudantil de esquerda daquele período (por não ter conseguido consultá-los sobre apossibilidade de mencioná-los aqui), Edson dá o tom geral do que representou aditadura militar para quem vivia numa pequena cidade do interior da Bahia.

Vale ressaltar que este assunto chegou com mais força à história recente de BoaNova no final de 2003 (com uma matéria publicada pelo GAMBOA em sua edição no

24) sobre Vandick Reidner Coqueiro – boanovense desaparecido em 1974, juntamentecom sua esposa Dinaelza Soares Santana Coqueiro, vítimas da ditadura) e, em 2007,com reinauguração e troca do nome de uma das mais antigas escolas do município. AEscola Municipal Emílio Garrastazu Médice (nome de um dos generais-presidentesmais truculentos do regime militar) se tornou Vandick Reidner Coqueiro.

Edson abriu a “caixa preta” do tempo da ditadura militar em Boa Nova. Restaagora que os nossos historiadores (o município já tem alguns deles em plena atua-ção) ou mesmo professores e estudantes se interessem em descobrir novos capítu-los desta triste página de nosso passado recente.

Como mencionou na edição passada,o GAMBOA mais uma vez participa doprocesso eleitoral de Boa Nova, propon-do um debate de ideias no mais alto nível.No formato de entrevista, com dez per-guntas sobre as principais áreas de atua-ção de uma administração municipal, ojornal abriu espaço para as duas coliga-ções que disputam as eleições deste ano.

Foram oferecidas gratuitamenteduas páginas para que os candidatos aprefeito respondessem às perguntasenviadas pelo GAMBOA em meados dejulho, com as devidas regras envolven-do principalmente limite de espaço a serutilizado e prazo de entrega das respos-tas. Foi determinado que a ordem alfa-bética dos nomes dos candidatos a pre-feito definiria a ordem de exposição naspáginas. Assim, às páginas 4 e 5 sãopublicadas as respostas dos candidatosa prefeito e a vice da coligação “BoaNova, União, Força e Trabalho”, res-pectivamente Adonias da Rocha Piresde Almeida e Eronildes Machado Meira(Nide). Às páginas 6 e 7 são publica-das as respostas dos candidatos a pre-feito e a vice da coligação “Renovaçãoe Ação”, respectivamente Aete Sá Mei-ra e Ary Celes Marinho.

Apesar de ter sido estipulado o má-ximo de 10 linhas (em fonte Times NewRoman 12, espaço 1,5) para cada umadas dez respostas, não ficou determi-nado nas regras que elas tivessem ne-cessariamente este máximo. Assim,parte da página 7 foi utilizada pelo jor-nal com outra reportagem justamenteem decorrência do tamanho das res-postas da entrevista ali publicada.

Com a iniciativa dessa entrevista, es-peramos que os leitores e/ou eleitorestenham um instrumento a mais para co-nhecer e avaliar as propostas dos can-didatos para a administração municipalnos próximos quatro anos. Fica aqui ocompromisso do GAMBOA em reto-mar tais propostas já em 2013, primei-ro ano de mandado do prefeito eleito,sendo uma referência para que elas, defato, venham a ser executadas.

GAMBOAentrevistacandidatosa prefeito

Aberta a “caixa preta” do tempoda ditadura militar em Boa Nova

O boanovense Vandick Coqueiro (a primeira foto de todas) e sua esposaDinaelza (1a na parte de baixo) foram incluídos no rol dos desaparecidos

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Boa Nova cochichava naquela manhã do dia 1° de abril de1964. Percebi que alguma coisa grave havia acontecido ou esta-va acontecendo. Intrigado, comecei a prestar atenção às reaçõesdas pessoas. Havia indiferença em umas, contentamento em ou-

FOI AFOI AFOI AFOI AFOI ASSIM...SSIM...SSIM...SSIM...SSIM...(memórias de um boanovense sobre ostenebrosos anos da ditadura militar)

Por Edson Messeder

“Aquele que não pode recordar-se do passado estácondenado a repetí-lo”.

(George Santayana)

Fiquei feliz com este segundo convite do Jornal GAMBOA.Há muito tempo desejava pôr esta história no papel. É uma ma-neira de exorcizar velhos demônios e de aliviar o espírito.

Gostaria de esclarecer alguns pontos antes de começar a nar-ração. Não se trata de uma monografia acadêmica e, consequen-temente, uma documentação não é necessária. À parte algunspasseios pelo “google”, a documentação usada é o estoque delembranças que guardo na memória. Por isto, peço desculpas sealgumas vezes me perco com certos fatos e datas. Trata-se deuma narração baseada na minha história, minha vivência e minhainterpretação dos acontecimentos. Feita com prazer e com o úni-co objetivo de reviver o que se passou durante a ditadura militarem Boa Nova, no período em que eu ali morava. Tudo que escre-vo é de minha inteira responsabilidade. Se algumas pessoas têmoutras interpretações dos mesmos fatos, eu respeito seus pontosde vista e espero que este respeito seja recíproco.

I - Os Anos terríveis

“Renunciar à liberdade é renunciar à qualidade de homem”.(Jean-Jacques Rousseau)

Edson Messeder aponta o escritor Jorge Amado e o cantor Geraldo Vandré como duas influências de peso na sua juventude

tras e gravidade em muitas. Surpreendi conversas aqui e ali e fiqueisabendo que o presidente João Goulart (Jango) havia deixado oPaís sem resistência e que as Forças Armadas haviam tomado opoder. Nunca pude saber de que fonte as pessoas haviam obtidotais notícias, pois não havia telefone na cidade e não houve notici-ários nesse dia. Até o famoso Repórter Esso, transmitido pela Ra-dio Tupi, de São Paulo, havia sido censurado. A exemplo das rádi-os do Sul, a Sociedade da Bahia, a Excelsior e a Cultura só trans-mitiam músicas e novelas.

Eu tinha 15 anos. Minhas referências políticas eram paupérri-mas. Sabia que minha família votava, nessa época, para os can-didatos do meu tio José Balbino e que ele era ligado à UDN (UniãoDemocrática Nacional), partido que havia elegido o último presi-dente, Jânio Quadros, o qual havia renunciado em 1961.

De regimes socio-políticos não conhecia nada. Tinha umavaga ideia do que eram as lutas de classes através da leitura dolivro “Germinal”, de Émile Zola, encontrado por um feliz acaso,que li e reli pelo menos umas dez vezes. Nessa época, em BoaNova, Jorge Amado com suas obras politizadas era consideradoum escritor pornográfico, cuja leitura era fortemente desaconse-lhada aos jovens e aos outros também. Bem mais tarde, no co-meço da década 70, eu iria ser criticado por alguns pais de alunospelo fato de recomendar a leitura de seus livros.

Voltemos ao dia 1° de abril. Minha cabeça estava se transfor-mando num verdadeiro depósito de confusões. Falaram-me daprisão de três pessoas da cidade, que foram DENUNCIADAS como

sendo de esquerda, entre elas um homem importante na vida cívi-ca e educacional da comunidade. Ele teria sido levado para Poçõese liberado algumas horas mais tarde, após um interrogatório.

Não guardo grandes lembranças do que se passou durante oprimeiro ano de ditadura em Boa Nova. Creio que meu subcons-ciente se encarregou de suprimi-las.

As lembranças vivas vêm a partir de 1965. No dia 30 de mar-ço desse ano, à noite, uma grande parte da população se reuniuno “cinema” (atual Clube Social) para um ensaio dos cânticosque seriam entoados na grande marcha do dia seguinte para co-memorar o primeiro aniversário da “revolução”. E assim foi. Par-ticipação em massa da população, escolas, igrejas. Ouvia-se delonge a marcha entoada com grande entusiasmo e ao repicar dossinos: “vitória!... Vitória! / Com a grandeza que o Brasil encerra!/ Tu és o hino triunfal da glória”... E assim por diante.

Um funcionário da SERVIENGE (empresa que construía aBR 030) e que mais tarde desposaria uma filha da cidade, foipreso, DENUNCIADO por não se levantar e tirar o chapéu àpassagem da bandeira do Brasil, durante a marcha. Até hoje nãome sinto à vontade quando penso que era eu o porta-bandeira...

Como no resto do País, a paranoia instalou-se em Boa Nova.O medo da delação, o medo do outro. Ambiente de angústias que

Colaboraram nesta edição:Avenor dos Santos, Edson Messeder, Luiz Moraes, Marcelo dos Santos, NethMoraes, Osmar Borges, Paulo Coqueiro, Raquel Caldas, Renato Pedrecal Jr. eSheyla Alencar

Expediente Jornal GAMBOA

Impressão: Tribuna Editora GráficaViçosa-MG

Editor/Jornalista Responsável:Roberto D´arte

Editoração e edição de imagem:Anderson Miranda

Endereço:Rua Vaz de Melo 40 - CentroViçosa-MG - CEP 36570-000E-mail: [email protected]

O GAMBOA está vinculado ao IAM(Instituto Adroaldo Moraes)E-mail: [email protected]

Os artigos assinados do Gamboa são de inteira responsabilidade de seus autores

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iria desaparecer, felizmente, nos meses seguintes.Que vitória era essa, meu Deus? Que triunfo e que glória? Es-

távamos longe de imaginar que esse era o primeiro ano de umasérie de vinte e um, de podações de todos os gêneros, de misériaintelectual, lavagem cerebral, exílios e que as cicatrizes ficariampara sempre. Estávamos conscientes de que o Brasil e a democra-cia estavam sofrendo um dos golpes mais importantes da sua his-tória? Somente muito tempo depois conheceríamos a triste realida-de: o terror que se estabeleceu nos grandes centros do País e inú-meros brasileiros que foram presos, torturados e assassinados.

II - A Adapt ação

“Não é o mais forte que sobrevive nem o mais inteli-gente, mas o que melhor se adapta às mudanças”.

(Charles Darwin)

Adaptação era tudocom que podíamos so-nhar. A falta de informa-ções facilitava uma aco-modação que se instaurouinexoravelmente. Os maisjovens tentavam interpre-tar as letras das músicasde protesto de certoscompositores que desafi-avam a censura, mas aomenor questionamento, osslogans respondiam demaneira radical, como“Brasil! Ame-o ou deixe-o!”. Com a lavagem cere-bral através das mídias,não era difícil de acreditarque o Brasil tinha o me-lhor governo do mundo,onde tudo era grande,onde tudo era melhor.

Comecei a conscientizar-me do problema, em bate-papos comuma estudante universitária de São Paulo, filha de uma boanovense,em férias na cidade. Ela despertou minha curiosidade a propósito decoisas estranhas, entre elas o adicionamento de uma nova disciplinaobrigatória no currículo do curso secundário (que hoje seriam osensinos Fundamental 2 e o Médio): a OSPB (Organização Social ePolítica Brasileira). Essa matéria, desprovida de todo conteúdo críti-co e dotada de uma forte dose de nacionalismo, bem característicodos discursos totalitários, substituiu a Sociologia e a Filosofia, disci-plinas que despertavam o espírito crítico do estudante e que foramassociadas, pela ditadura, ao socialismo e ao comunismo. As sábiase oportunas reflexões dessa minha amiga tiveram um efeito explosi-vo na minha maneira de pensar. Tudo começou a parecer-me claro,como se estivesse despertando de um sono profundo.

Passei a devorar todos os livros que me caíam nas mãos, demaneira legal ou clandestina, dirigindo toda minha atenção às obrasde fundo político-filosófico. Os livros de Jorge Amado me inte-ressaram muito e dediquei uma atenção toda especial a “Subter-râneos da Liberdade”, trilogia na qual ele se refere a uma outraditadura, a de Getúlio Vargas, e a “O Cavalheiro da Esperança: avida de Luís Carlos Prestes”.

O tempo passa. Em maio de 1968 a capital baiana foi palco deuma grande revolta estudantil, a exemplo do que se passava naFrança e no sul do País. Os estudantes invadiram e queimarampapeis na sede do acordo MEC-Usaid (organismo educacionalamericano). A repressão policial foi de uma violência sem limitese os fatos que se seguiram anteciparam a criação do AI5 (atoinstitucional n° 5), que viria proibir as manifestações e acabarcom todas as nossas esperanças.

No ano seguinte aproximei-me da esquerda partidária, bemque considerando aqueles partidos, na época, bem radicais. De-cidi relacionar-me com um deles, evitando todo sectarismo eguardando minha maneira livre de pensar.

Vale ressaltar que, na época, existiam somente dois partidosoficiais: a ARENA (Aliança Renovadora Nacional), ligado ao regi-

me militar, e o MDB (Movimento Democrático Brasileiro), parti-do de uma pretendida oposição, mas que, na realidade, não seopunha a nada ou quase nada. Todos os partidos de esquerdaeram clandestinos. Seus membros e todos aqueles que deles deaproximassem punham suas vidas em perigo.

III - A lut a“A juventude sobretudo exprime o elemento social da

luta política e de todo conflito, pelo coração, pelossentimentos, pela chama do seu idealismo juvenil”.

(Gueorqui Dimitrov)

Em 1969 voltei para Boa Nova e retomei minhas funções deprofessor, com a determinação de conquistar simpatizantes para acausa revolucionária. Deram-me um contato em Dário Meira, al-

guém ligado ao PC do Bque poderia me ajudar.Com essa pessoa tivecontatos muitos produti-vos e uma grande amiza-de nasceu entre nós. EmBoa Nova duas pessoasaderiram rapidamente àsminhas ideias e começa-mos, então, um trabalhode base junto às pessoasnas roças, na igreja, e mes-mo no colégio, junto aosestudantes maiores. Essetrabalho consistia em sen-sibilizar aquelas pessoasa uma eventual mudan-ça. Convencê-las de queo regime atual não erauma fatalidade e que elepoderia cair. Falávamosdas guerrilhas em outraspartes do País e da ne-

cessidade de estarmos prontos para ajudar, mesmo participar etc.Por causa da minha insônia crônica, cabia a mim a tarefa de

escutar as rádios estrangeiras, em ondas curtas, tarde da noite.Várias dessas rádios tinham emissões em português, entre elas aRádio Central de Moscou, a Rádio de Tirana, na Albânia; a Rádiode Havana, em Cuba. Depois eu reportava o que ouvia a cada umindividualmente. Durante essas emissões eram lidos textos deMarx, Lênin, Engels, entre outros. Ficávamos em dia com asatualidades proibidas, como, por exemplo, a repressão do exérci-to sobre a guerrilha do Araguaia, o assassinato de Carlos Mari-ghella, a eleição e a queda de Salvador Allende e tantas outras.

Devo reconhecer que meu excesso de entusiasmo levou-me a co-meter erros. Por exemplo, naquela época, era eu quem tocava o harmo-nium na igreja. Aproveitei disso para ensaiar Disparada, do Vandré,com um grupo e cantá-la durante uma missa dominical. Por incrívelque pareça, a comunidade católica não ficou escandalizada. Ao con-trário, houve mesmo elogios. O problema é que pus meus camaradase eu mesmo em grande perigo. Paguei caro por esse deslize junto àsaltas instâncias. Isolaram-me durante várias semanas e mesmo minhaamiga de Dário Meira ficou vários dias sem me dar notícias.

Continuamos nossas atividades juntos até a minha ida paraSão Paulo, da qual falei no número anterior e lá uma nova históriacomeçou. Foi assim a nossa pequena e simples contribuição, tal-vez utópica como diziam certas pessoas, mas que para nós eramuito importante, pois acreditávamos na luta contra algo queconsiderávamos abjeto: a ditadura.

Permito-me enviar uma mensagem para as novas gerações: ademocracia brasileira é jovem e, consequentemente, frágil. Mes-mo se nem tudo é perfeito, é um dever protegê-la. Tentemos nãonos esquecer da frase de Ruy Barbosa: “a pior democracia épreferível à melhor das ditaduras”.

(Edson Messeder é enfermeiro em cancerologia e acompanha-mento de pessoas em fase terminal e de seus familiares. Mestradoem Ciencias da Educação pela Université Paris 10 – Nanterre)

A ditadura trouxe muito sofrimento, mas mobiliou pessoas em torno da liberdade

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Coligação: “Boa Nova, União, Força e Trabalho”Partidos: PP / PTB / PR / PSD / PT do BCandidato a prefeito: Adonias da Rocha Pires de Almeida (número 22)Candidato a vice-prefeito: Eronildes Machado Meira (Nide)

O êxito de uma boa gestão estádiretamente ligado à estruturaçãodas unidades que compõem a or-ganização, à profissionalização doseu quadro de funcionários e ao pla-nejamento e execução adequadosde suas ações. Como o seu gover-no pretende atuar em relação a estetema, principalmente com relação àautonomia de trabalho dos secre-tários e diretores municipais?

R- Na nossa gestão para o quadriê-nio 1013-2016, adotaremos uma com-posição de 08 secretarias e 02 diretori-as, sendo acrescentada somente a demeio-ambiente e turismo, considerandoa limitação por conta do grande contin-gente de pessoal que já temos no qua-dro funcional da prefeitura, onde podere-mos fazer apenas um remanejamentopara criação de novos departamentos.

A profissionalização do quadro defuncionários que foi pontual em outrasgestões, passará a ser monitorada erevisada com mais frequência.

A autonomia das Secretarias e Di-retorias Municipais já foi marca da nos-sa gestão passada e desta feita, pre-tendemos dar mais autonomia, exigirarticulação eficiente e eficaz entre asmesmas e cobrança de resultados.

É sabido que Boa Nova possuiuma dívida antiga com o INSS, o queimpede a Prefeitura de firmar convê-nios com o Governo Federal e, con-sequentemente, de conseguir recur-sos e obras essenciais para o muni-cípio. Como sua administração deve-rá agir com relação a isso? E quantoao quadro de funcionários (hoje con-siderado inchado), há intenção deenxugá-lo para adequação à realida-de das finanças municipais?

R- Pretendemos criar a Previdên-

cia própria do município,uma medida já adotadapor mais de 90% dosmunicípios do sul e su-deste do país, onde astaxas de recolhimentosão reduzidas, a dívidaé equacionada e a certi-dão é conseguida. Je-quié e algumas cidadesda Bahia fizeram issocom sucesso.

Qualquer medidaquanto ao quadro defuncionários só poderemos tomarposição com base em dados reais,no período de transição, quando le-galmente teremos acesso. De con-creto, trabalharemos dentro da Lei deResponsabilidade Fiscal e da reali-dade das finanças do município.

Como sua gestão pretende atu-ar para proporcionar à comunida-de uma Educação de qualidade?

R- Ampliar o quadro capacitado,com formação profissional de 3ºgrau; promover programas de forma-ção e habilitação específica para pro-fessores; melhorar fisicamente arede escolar da sede e zona rural,com construção de auditório, sala demultimídia, quadras poliesportivascobertas, área de lazer, refeitórios,etc; implantar, desenvolver e/ou am-pliar programas e projetos (PROIN-FO, Programa Escola Acessível, Pro-grama Pacto Pela Educação, Proje-to Presença, PDE Interativo, Progra-ma Caminho da Escola, Plano deAções Articuladas, Ensino Médio comIntermediação Tecnológica - EMI-TEC, Plano Municipal de Educação– PME); promover parcerias (UNEB,UESB, UFBA, Políticas Públicas); eoportunizar aos estudantes maiscondições para cursar universidadee cursos técnicos.

Considerando-se que esta éuma área essencial para o muni-cípio, como pretende atuar em re-lação a ela?

R- Implantar Policlínica Especializa-da para oferecer serviços de médiacomplexidade; ampliar o LaboratórioMunicipal; implantar a atenção pré-hos-pitalar fixa em UBS e USF; educaçãopermanente dos profissionais da aten-ção básica em parceria com Secreta-ria Estadual da Saúde – SESAB e oMinistério da Saúde – MS; Buscar par-cerias com órgãos governamentais enão governamentais que promovam asaúde; adquirir veículos, ambulâncias,etc, através de doação ou financiamen-tos; colocar, diariamente, um transpor-te (Van/Topic) com destino a Vitória daConquista e Jequié a serviço da Saú-de; ampliar a estratégia Saúde da Fa-mília e Agentes Comunitários de Saú-de – ACS; reformar o Centro de Saúde;ampliar os serviços da MaternidadeJulieta Campos de Sá, com atendimen-to todos os dias da semana, 24 horas;e demais ações de saúde que cons-tam em nosso Programa de Governoregistrado no DIVULGACAND 2012.

Qual será a política da sua admi-nistração para fortalecimento do se-

O candidato a prefeito Adonias Almeida

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dentro da realidade do município, e nãoesperar mais pelos consórcios acena-dos pelos governos, que não aconte-ceram. Vamos elaborar novos proje-tos urbanísticos mais afins com o Pro-jeto de Ecoturismo para tornar nossasáreas urbanas e rurais mais atrativas.

A agricultura continua a ser aprincipal fonte de subsistência daspopulações rurais. Como seu go-verno pretende melhorar as con-dições de produção e incentivar apermanência do homem no campo?

R- Desenvolver ações junto ao Go-verno Estadual para regularização fun-diária; Cadastro do Produtor Rural; Im-plantação de Programas Governamen-tais; Ampliação da Assistência Técnicano Município e do setor de projetos;Construção de Viveiros para distribui-ção de mudas; Realização da Feira daAgricultura Familiar; Apoio à agriculturafamiliar e agroindústria; Capacitaçãopermanente do produtor rural com cur-sos profissionalizantes; Fortalecimen-to do associativismo e cooperativis-mo; Criação do Fundo da SecretariaMunicipal da Agricultura e ExpansãoEconômica; Fortalecimento das ca-deias produtivas de apicultura, pisci-cultura, mandiocultura, suinocultura,avicultura, caprinovinocultura, fruticul-tura, ovinocultura de corte e leite.

Demais ações constam em nos-so PROGRAMA DE GOVERNO re-gistrado no DIVULGACAND 2012.

É sabido que até hoje a área deCultura não possui um orçamentopróprio, o que dificulta o planeja-mento anual de ações para a dire-ção desta pasta. Como a sua admi-nistração lidará com a área cultural?

R- Qualquer alteração orçamentá-ria só pode ocorrer quando prevista eaprovada no Plano Plurianual (PPA),que é elaborado pelo Poder Executi-vo e aprovado pelo Poder Legislativode quatro em quatro anos. O últimoPPA aprovado prevalece até final de2013. Neste período vamos estudarcom a Diretoria de Cultura do Municí-pio a viabilização de um percentualpara o desenvolvimento da pasta.

Boa Nova, assim como outrosmunicípios, já vive a realidade doconsumo e tráfico de drogas, alémde outros problemas de ordempública, a exemplo da polui-ção sonora provenientede carros com som ex-cessivamente alto ede bares. Quais sãoos seus planos paralidar com estes e ou-tros problemas liga-dos à ordem pública?

R- Vamos fazer a re-visão do Código de Pos-tura do Município pararegulamentar a fiscaliza-ção e a aplicação de pro-vidências e até penalida-des para determinadasinfrações que perturbem a ordem pú-blica. Vamos reativar e reestruturar oconselho antidrogas e estabelecer in-tegração com as demais Políticas Pú-blicas e desenvolver ações, principal-mente voltadas para a juventude; criaro Conselho Municipal da Juventude,para formular diretrizes, discutir priori-dades e avaliar programas e ações go-vernamentais; ampliar o PROJETOPROJOVEM no Município em parce-ria com o Governo Federal, visandoatender jovens de 15 a 29 anos, exclu-ídos da escola e da formação profissi-onal; outros programas afins constamem nosso Programa de Governo.

Com a implantação do ParqueNacional de Boa Nova e da possi-bilidade concreta de Boa Nova setornar um roteiro de ecoturismo,como a sua gestão lidará com aquestão do “lixão” (depósito de lixodo município), da limpeza pública edos projetos urbanísticos voltadospara deixar o município mais atra-ente para moradores e visitantes?

R- A primeira providência logo noinício da gestão será legalizar nossoPlano Diretor Participativo – PDP quefoi construído em 2008 com a parti-cipação de toda a sociedade boano-vense, mas que não foi implantado.Nele, estas ações estão definidas.

Temos que implantar, de imediato,a coleta seletiva, a reciclagem do lixoe construir o nosso aterro sanitário,

Boa Nova vive uma situaçãoinédita de ver nascer um promis-sor nicho econômico voltado parao ecoturismo. Como a sua gestãoabordará o tema e como pretendeatuar na área?

R- Também essa situação de incen-tivar o ecoturismo foi criada em nossagestão (2004-2008), onde desenvolve-mos ações que resultaram na criaçãode duas unidades de conservação:Parque Nacional Boa Nova e Área deRefúgio de Vida Silvestre, na divulga-ção do Gravatazeiro e projetos que tor-naram Boa Nova destacada no setor.

Vamos qualificar a população esta-belecendo calendário de eventos; for-mar guias locais; definir roteiros para oecoturismo; formar parcerias para di-vulgar Boa Nova e suas potencialida-des turísticas; retoma os trabalhos como instituto Via Magia para divulgar a cul-tura do Município; conforme consta no

tor ambiental, principalmente no com-bate ao desmatamento ilegal, à caçae ao tráfico de animais silvestres?

R- A gestão ambiental foi iniciada emnosso Município na gestão 2004 – 2008,quando fomos contemplados pelo Go-verno do Estado da Bahia, através daSecretaria de Meio Ambiente e Recur-sos Hídricos, com o prêmio BAHIA AM-BIENTAL 2005, foi criado o Código Am-biental do Município e demos início aoprocesso da municipalização que foi pa-ralisada em função da legislação esta-dual, que passava por mudanças. Por-tanto, retomaremos o processo, ao tem-po em que desenvolveremos ações decombate ao desmatamento, caça e trá-fico de animais, com ampliação de agen-tes e aquisição de veículo para este fim.

Programa de Governo criar a Secreta-ria de Meio Ambiente e Turismo.

O candidato a vice-prefeito Eronildes Meira (Nide)

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julho/agosto/12Gamboa6

Coligação: "Renovação e Ação"Partidos: PDT / PT / PMDB / PSL / PTN / PPS / PSB / PSDB / PCCandidato a prefeito: Aete Sá Meira (número 15)Candidato a vice-prefeito: Ary Celes Marinho

O êxito de uma boa gestão estádiretamente ligado à estruturaçãodas unidades que compõem a or-ganização, à profissionalização doseu quadro de funcionários e ao pla-nejamento e execução adequadosde suas ações. Como o seu gover-no pretende atuar em relação a estetema, principalmente com relação àautonomia de trabalho dos secre-tários e diretores municipais?

R- Fazer uma administraçãovoltada para o povo, interligando assecretarias, dando autonomia aossecretários e diretores e usando ocritério da competência e conhe-cimento técnico.

É sabido que Boa Nova possuiuma dívida antiga com o INSS, oque impede a Prefeitura de firmarconvênios com o Governo Fede-ral e, consequentemente, de con-seguir recursos e obras essenci-ais para o município. Como sua ad-ministração deverá agir com rela-ção a isso? E quanto ao quadro defuncionários (hoje considerado in-chado), há intenção de enxugá-lopara adequação à realidade das fi-nanças municipais?

R- É do nosso conhecimento queesta dívida atualmente atinge o valorde R$ 12 milhões de reais. A nossaproposta de imediato é a renegocia-ção deste valor dentro das possibili-dades real do município para que omesmo retome a credibilidade e ad-quira convênios de ordem federal eestadual perdido nestes últimos 20anos de administração.

Em relação ao funcionalismo públi-

Como sua gestão pretende atu-ar para proporcionar à comunida-de uma Educação de qualidade?

R- Capacitando os nossos pro-fessores e incentivando os nossosalunos através de cursos de capaci-tação, palestras e adesão aos pro-gramas do Ministério da Educação deda Secretaria Estadual de Educação.

Considerando-se que esta éuma área essencial para o muni-cípio, como pretende atuar em re-lação a ela?

R- De acordo ao quadro atual emque encontra-se o município de BoaNova, precisamos fazer urgente-mente um plano de ação para refor-mulação total da Saúde com refor-mas de PSF, abertura de novos pos-tos de atendimento e contratação deprofissionais de saúde e uma ges-tão inteligente.

Qual será a política da sua ad-ministração para fortalecimento

co iremos utilizar o direito doconcurso público e por ven-tura os servidores contra-tados serão analisadoscaso a caso. Com estarenegociação iremostambém atualizar a apo-sentadoria dos funcioná-rios, que ficaram impos-sibilitados diante da faltade recolhimento do INSS.

É sabido que até hoje a áreade Cultura não possui um orça-mento próprio, o que dificulta oplanejamento anual de açõespara a direção desta pasta. Comoa sua administração lidará com aárea cultural?

R- Faremos um amplo debatecom a comunidade e técnicos daPrefeitura para uma avaliação cultu-ral do município, criando uma agen-da cultural anual, dando prioridade àcultura regional, tais como reisado,pastorinhas, projeto de arte e cultu-ra, capoeira, folclore, o mercado cul-tural e eventos internacionais. Bus-cando recursos junto a entidades eGoverno Federal e Estadual.

Boa Nova vive uma situação

R- Faremos cumprir toda a Lei Fe-deral. Com rigor e educação ambien-tal, com suporte técnico e financeiroda Prefeitura e fortalecimento a todosos programas e projetos existentes.

do setor ambiental, principalmen-te no combate ao desmatamentoilegal, à caça e ao tráfico de ani-mais silvestres?

O candidato a prefeito Aete Meira

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A agricultura continua a ser aprincipal fonte de subsistênciadas populações rurais. Comoseu governo pretende melhorar

Boa Nova, assim como outrosmunicípios, já vive a realidade doconsumo e tráfico de drogas,além de outros problemas de or-dem pública, a exemplo da polui-ção sonora proveniente de car-ros com som excessivamentealto e de bares. Quais são osseus planos para lidar com estese outros problemas ligados à or-dem pública?

R- Desenvolver um trabalhojunto ao poder legislativo e co-munidade, na criação de proje-tos e leis que venham educar eminimizar os problemas de or-dem pública. Capacitando e apa-relhando a guarda municipal, fa-zer convênio com a Secretariade Segurança Pública, PoliciaCivil e Militar.

Com a implantação do ParqueNacional de Boa Nova e da possi-bilidade concreta de Boa Nova setornar um roteiro de ecoturismo,como a sua gestão lidará com aquestão do “lixão” (depósito de lixodo município), da limpeza pública edos projetos urbanísticos vol-tados para deixar o municí-pio mais atraente para mo-radores e visitantes?

R- O nosso municí-pio, como a grande mai-oria dos municípios dopaís, atua com uma for-ma ultrapassada e polu-ente no descarte dos re-síduos. Pretendemos fa-zer um Plano de Gestãode Resíduos que inclui otratamento do lixo e reci-clagem, conforme a lei, para que pos-samos acessar recursos federais. Fa-zer um trabalho de paisagismo, praçasparque da cidade e portal de entrada.

inédita de ver nascer um promis-sor nicho econômico voltado parao ecoturismo. Como a sua gestãoabordará o tema e como pretendeatuar na área?

R- Credenciando nosso depar-tamento junto ao Ministério do Tu-rismo, EMBRATUR, BAHIATURSA eempresas da iniciativa privada. Pri-orizando os Projetos já existentes,e criando novos.

as condições de produção e in-centivar a permanência do ho-mem no campo?

R- Fortalecendo a Secretaria deAgricultura. Fornecendo suporte téc-nico, aderir a projetos de agriculturafamiliar, criação do modelo de coo-perativismo, de pequenas indústriascom selo de qualidade orgânico alémde direcionar estes produtos para amerenda escolar, atingir também acomunidade e cidades vizinhas.

O candidato a vice-prefeito Ary Marinho

Aconteceuentre 5 e 10de agosto naFloresta Naci-onal Conten-das do Sinco-rá o 1º Cursopara a Forma-ção da Briga-da de Comba-te e Prevençãoa IncêndiosFlorestais doParque Nacio-nal de BoaNova. Neste curso, promovido pelo ICMBio - Instituto ChicoMendes de Conservação da Biodiversidade (autarquia vincula-da ao Ministério do Meio Ambiente), dez participantes tiveramaulas teóricas e práticas sobre o comportamento do fogo, segu-rança, primeiros socorros, manuseio de equipamentos, combatea incêndios florestais, entre outras atribuições de um brigadista.

Segundo Osmar Borges – diretor do Parque Nacional

Curso forma brigadistas para combatee prevenção a incêndios florestais

de Boa Nova,o curso foiacompanhadoe apoiadopelo bombeiroJobson Meira,mil i tar queatua na re-gião à qualpertence BoaNova e possuivasta experi-ência na área.Dos alunosparticipantes,

sete irão compor o Esquadrão de Brigada do Parque Na-cional de Boa Nova.

“A Floresta Nacional Contendas do Sincorá nos apoioucom a hospedagem e alimentação e o Parque Nacional daChapada Diamantina ofereceu o transporte dos alunos e oinstrutor para o curso”, mencionou Osmar, que considera fun-damental a formação de brigadistas para atuar no município.

A primeira turma de brigadistas teve aulas teóricas e treinamento prático intensivo

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Estava passando pela rua um dia desses e vi a foto de umpolítico estampada em uma casa. Aí me veio à cabeça... Sabeaqueles filmes antigos, que tinham essas fotos e embaixo a re-compensa? Pois é, nos dias de hoje eles é que oferecem a “re-compensa” e pedem votos ao povo. Pior é que algumas pessoasaceitam essa tal recompensa e não percebem que, neste caso,elas também se passam por criminosas, trocando favores porvotos, mais tarde não podendo questionar seus direitos.

Outra coisa: para que tantos partidos políticos? Só para con-fundir e passar uma boa imagem, não? Deveria ser um só partidorevelando os interesses em comum dos candidatos, tipo: PR -Partido do Roubo. Simples. Assim, talvez a sociedade abrisse osolhos e a mente com essas pessoas.

E a história então, sempre repetitiva! Será que eles anotam esses taispedidos com aquelas canetinhas incolores, dessas que só se pode ler oescrito com luz negra? Porque para tal descaso só poderia ser isso!...

(Raquel Caldas é aluna do 3º ano do Ensino Médio do ColégioEstadual Edvaldo Boaventura)

Conheci Boa Nova há qua-se 20 anos. A primeira vez queestive nesta cidade confessoque fiquei encantada com osseus lindos jardins e a recep-tividade do povo.

Sempre ouvi falar das ca-choeiras do Valentim, mas nun-ca tinha tido a oportunidade deconhecer. No Carnaval desteano fomos a Boa Nova paradescansar erever os pa-rentes, e des-ta vez saí deS a l v a d o rcom o propó-sito de co-nhecer final-mente as ca-choeiras.

Fiz cami-nhadas pelaregião e, numd o m i n g ocedo, fomosdar um pas-seio pela re-gião do Va-lentim e, paraa minha feli-cidade, reali-

Certa vez, viajando numa estrada muito longa numa viagemmuito cansativa, com pouco movimento de carros, de repentemeu carro parou numa vila pequena com poucas casas. Descido carro e fui ver se o celular pegava algum sinal, mas foi inútil.

Então, resolvi ir atrás de um mecânico; logo na frente tinhauma oficina. Chegando lá vi uma moça com aproximadamente25 anos, pele branca cabelos pretos e com um macacão com umpouco de graxa. Na minha cabeça pensei assim: “deve ser filhaou mulher do dono”. Fiquei sem saber o que falar com ela. Entãoela me falou: “bom dia, senhor! Eu reparei que o seu carro que-brou chegando aqui em nossa vila. Posso dar uma olhada emseu carro? Sou mecânica, me formei no começo do ano”.

Eu fiquei desconfiado, moro na capital e nunca vi uma mu-lher mecânica antes em toda a minha vida. Então eu falei: “nãoprecisa, eu já vou dar uma olhada”. Antes de terminar ela fa-lou: “já sei, você achou que porque eu sou mulher não tenhocapacidade de arrumar o seu carro; você deve achar que eudevo arrumar é casa”. Então falei: “não é isso”! E deixei ver omeu carro. Ela parecia uma modelo com roupa de mecânico!Com poucos segundos ela conseguiu arrumar o meu carro. Eeu, com desconfiança por ela ser uma mulher...

(Avenor José dos Santos é aluno do 3º ano vespertinodo Colégio Boaventura)

Boa Nova: cidade e região que encantam!

A difícil artede ser mulher

Avenor José dos Santos

Política?!

Raquel CaldasUma das cachoeiras que encantaram o casal

zar o sonho de finalmente co-nhecer as cachoeiras. Logofiquei encantada com os ipêsroxos, com a paisagem quemais parece um quadro pin-tado com muito esmero, re-almente um encanto.

Chegamos a uma cacho-eira; fiquei apaixonada comtanta beleza, um lugar fantás-tico! No meu coração fiz uma

oração a Deus em agradeci-mento por Ele me proporcio-nar um espetáculo de tama-nha beleza. Fomos ainda amais duas cachoeiras; fiquei

mais encantada e maravilha-da com tudo que vi.

Penso que muitas pessoasdeverão ter a oportunidade deconhecer e passar alguns diasem Boa Nova para aprovei-tar as maravilhas da cidade eda região. Nas minhas fériasem outubro próximo já tenhoalguns dias reservados para ira Boa Nova, e desta vez ireiao Parque Ecológico e voltarpara apreciar e aproveitar asmaravilhas da região.

Parabéns aos boanoven-ses que vivem na cidade oulonge dela!

(depoimento de Neth Mora-es, casada com Sérgio Moraes– filho dos boanovenses Itamare Loi Moraes)

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Neth e Sérgio vêm redescobrindoas belezas naturais de Boa Nova

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A exposição “Guardados”, do fotógrafoboanovense Paulo Coqueiro, ficará aberta àvisitação pública até o dia 30 de setembro emJequié, no Centro de Cultura Antônio CarlosMagalhães. Ela faz parte da edição 2012 dosSalões de Artes Visuais da Bahia, resultadosde um edital da Fundação Cultural do Estadoda Bahia (FUNCEB), unidade da Secretariade Cultura do Estado (SecultBA).

Segundo informações da FUNCEB, oedital deste ano teve 218 proponentes ins-

Acreditando que o ecoturis-mo em Boa Nova já é uma reali-dade e que a médio e longo pra-zos poderá dar ao município no-vas divisas não só econômicas,mas, principalmente, ambientais,educacionais e culturais, o jor-nal GAMBOA traz mais umaabordagem sobre o tema. Destavez o assunto é pautado atravésda ótica de Osmar Borges – ge-ógrafo e diretor do Parque Naci-onal de Boa Nova), que conce-deu uma entrevista ao GAMBOAem um posts de seu perfil na redesocial Facebook.

GAMBOA: Como você vêo ecoturismo em Boa Nova?

Osmar: O ecoturismo e oturismo cultural já são realidadeem Boa Nova. Infelizmente, sãorealidade que acontece sem adevida estrutura e cuidado, emgrande parte por culpa da faltade visão e senso de oportunida-de da população local; os mora-dores do Valentim [povoado deBoa Nova] já estão um pouco àfrente nesse quesito. O poderpúblico naturalmente vai reagirquando a população acordar...Os benefícios e a geração derenda trazidos por esta ativida-de no município dependemcompletamente da ação conjuntade cada empreendedor privado,de cada pessoa em sua casa.

GAMBOA: Partindo-sedessa sua colocação, o que a

Em pauta o ecoturismo em Boa Novapopulação pode, de formageral e/ou específica, fazerde concreto e o que se podeesperar do Parque Nacionalde Boa Nova neste contexto?

Osmar: Outra boa novida-de que eu espero que possasoar como um despertadorpara a população boanovense éo rápido crescimento do turis-mo científico. O Parque Naci-onal já recebeu até o momentopara este ano16 pedidosformais paradesenvolvi-mento de pes-quisas por uni-versidades detodo o país,mas a UESB[UniversidadeEstadual doSudoeste daBahia] natu-ralmente lideraestes pedidos.Estes pesqui-sadores e suasequipes con-somem serviços e deixam ren-da no local, além da imensaagregação de valor que o co-nhecimento traz para o muni-cípio. Só para dar um exem-plo, os pesquisadores e suasequipes fazem compras nomercado local, comem em res-taurantes e lanchonetes, con-tratam guias mateiros, dormemem hotéis e até alugam casas

(já há um caso em Boa Nova).E muito mais vem por aí... Porfavor, população boanovense,acorde e tome as rédeas do seudestino! Potencial não falta.

GAMBOA : Com essa de-manda de visitas, há natu-ralmente uma preocupaçãocom hospedagem e alimen-tação dos visitantes. Comovocê vê essa questão e quais

as possíveissoluções acurto e mé-dio prazos?

Osmar :Soluções nóstentamos vá-rias e esbar-ramos quasesempre nafalta de enga-jamento dapopulação lo-cal, que nãose anima atocar um ne-gócio que,pelo menos,

nos primeiros dois anos vai terum retorno baixo e exige umadedicação total. Não é comoum emprego de meio turno naPrefeitura, mas, em compen-sação, a longo prazo dará re-tornos imensamente maiores.Outra solução já está em anda-mento com o jornal GAMBOA,que é estarmos discutindo ofuturo real e palpável para Boa

Nova e região. No momento éo único canal que discute te-mas relevantes e necessáriospor aqui, com inteligência, im-parcialidade, beleza, carinho esem mesquinhez.

GAMBOA: Entre essassoluções é plausível se afir-mar que a hospedagem ealimentação nas própriasresidências são possíveis?Ou seja, é possível se tra-balhar no caminho da re-cepção caseira, com mora-dores previamente cadas-trados oferecendo hospeda-gem? Já há alguma experi-ência bem sucedida nestesentido em Boa Nova?

Osmar: É possível e o bi-ólogo Edson Ribeiro Luiz, atra-vés da SAVE Brasil, está comum projeto para promover eprofissionalizar todos os ramosdo turismo em Boa Nova. Emespecial a condução de visitan-tes (guias locais) a divulgaçãoe marketing dos “produtos” ea hospedagem comunitária. Aexperiência bem sucedida é ahospedagem promovida du-rante o IX Mercado Culturalpela Casa Via Magia e parcei-ros locais [Osmar se refere àhospedagem voluntária pro-porcionada por moradores deBoa Nova, que em dezembrode 2009 receberam em suascasas artistas e participantesda organização do evento].

O entrevistado Osmar Borges

Exposição “Guardados” fica em Jequié até 30 de setembro

Paulo Coqueiro, na abertura da exposição, ao lado da mãe Vanda e das tias Ciça e Naide. O primo Nelson e outros familiares também prestigiaram

critos, sendo 37% oriundos do interior daBahia, que apresentaram propostas de artee tecnologia, assemblage, cerâmica, cola-gem, desenho, design gráfico (ilustração,humor gráfico e quadrinhos), escultura,fotografia, grafitti, gravura, instalação, in-tervenção urbana, objeto, performance,pintura, tapeçaria e videoarte. Foram sele-cionadas 75 obras, de 68 diferentes artis-tas – 40 (58% do total) residentes em Sal-vador e 28 (42%) de outras 14 cidades.

Os trabalhos, como já acontece desde1992, compõem três exposições, com 25obras cada, feitas em centros de culturade cidades do interior baiano (este ano emIrecê, Juazeiro e Jequié).

A exposição “Guardados”, já ampla-mente divulgada aqui no GAMBOA, trazfotos de boanovenses octogenários, “cli-cados” por Paulo Coqueiro em suas resi-dências ou locais de trabalho na sede e nopovoado de Valentim.

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O município de Boa NovaPossui uma riquezaQue foi abençoada por Deus,Isto com toda certeza.Onde o relevo, fauna e floraConstitui um conjunto de beleza.

Encontramos avesendêmicas da região,ao observar seu cantoEnche o coraçãoDe felicidade puraQue transborda emoção.

O relevo da regiãoÉ uma coisa impressionante,Apresenta montanhasE vales a todo instante,E um conjunto de cachoeirasMuito exuberante!

Por isso houve a necessidadeDe um parque criarJunto com um refugioPara os animais zelar,

Pois devemos proteger A beleza do lugar.

No início do projetoHouve dificuldadeEm conscientizarOs moradores da cidade,Pois os mesmos não conheciamO valor dessa diversidade.

Reuniões foram realizadasEnvolvendo a população,Para delas saberA sua opinião,Se eles aceitariamDo parque a criação.

O presidente LulaUm documento assinouEm julho de 2010E o parque criou,Muito alegre com issoA população ficou.

Vários boatos surgiramAssuntando o pessoal,Em muito deles diziamQue a posse da terra localSeria tomada pelo governoSendo patrimônio nacional.

Depois do parque criado,Precisando cuidar.Como gerente do mesmoEnviaram o Osmar.Que administra bravamenteAs questões deste lugar.

Osmar muito preocupado,

Com a chegada constantePara conhecer nossa terraDe muitos visitantesProntos para fazerem trilhasA qualquer hora e instante.

Um curso foi criado,Chegou o instrutor,Chamado Rogério MucugêSobre sua experiência falouE dos procedimentos básicosPara ser um bom condutor.

Participaram desse curso,Pessoas da região,De várias áreas estavamRepresentando a profissão,Comercial, professor, estudante,Ajudante e artesão.

Terminado o cursoFicou a missãoDe divulgar as belezasDa mata e do sertão,Resgatando a culturaExistente na região.

Só estamos no inícioDe uma jornada dura,De preservação ambientalE também da cultura,Para deixarmos o legadoÀ geração futura.

(Marcelo Rodrigues dos Santos é professor daRede Municipal de Educação de Boa Nova; gra-duando em Gestão Empresarial pela Faculdadede Ciências Educacionais – FACE e partici-pante do curso de Condutores de Visitantes)

Quando falamos em educa-ção é natural que esperemos ecobremos das autoridades odevido empenho na sua oferta,uma vez que se trata de um com-promisso social obrigatório. Oretorno dos impostos pagos pelapopulação se dá sob a forma deserviços prestados pelas instân-cias políticas em suas diversasesferas (municipal, estadual efederal). Estes serviços incluem,entre outros, saúde, transportepúblico, limpeza urbana, sanea-mento básico, educação.

Nenhuma oferta pública, en-tretanto, surtirá qualquer efeitosem a respectiva contrapartidaindividual. Senão vejamos: denada adianta uma educação pú-blica de qualidade exemplar (edu-cação esta que estamos aindamuito longe de receber, infeliz-mente) se não houver o interes-se e a dedicação de quem a rece-

Educação eAuto-educação

Renato Pedrecal Jr.

be. É necessário que a participa-ção do educando seja ativa, inte-ragindo não apenas com o quelhe é oferecido, mas buscandoalternativas e outras fontes com-plementares, a fim de aplicar oconhecimento recebido; cotejan-do eventuais opiniões discordan-tes, acostumando-se a suspeitarnão necessariamente da autenti-cidade do conhecimento, mas doquão profundo pode ser o seudesenvolvimento.

Sem o pathos, o espanto gre-go diante do saber, não passa-mos de meros repetidores declichês; aprendendo a desafiarseus professores, não no senti-do negativo, do desrespeito, dainconveniência ou do constran-gimento, mas com o desafiarsaudável, que obriga o profes-sor a desejar ser amanhã ummestre melhor do que o foi atéentão, buscando respostas às

indagações dos seus alunos. Poroutro lado, o aluno positivamenteinsatisfeito, saudavelmente in-quieto em sua busca por conhe-cimento, dificilmente deixará desuperar os vários obstáculosque se apresentam diante dequem busca uma boa educação(a começar pela precariedade dopróprio ensino): ele se guia porum senso de autonomia, unidoao desejo genuíno de auto-su-peração, disciplina de quem de-seja elevar-se não acima de fu-lano ou beltrano, mas acima desi mesmo; o desejo de nos tor-narmos amanhã pessoas umpouco melhores do que fomosontem e assim por diante.

É preciso atentar que siste-ma educacional nenhum, sobnenhuma forma de governo, ins-tilará em seus alunos conheci-mento sem que haja esforço ebusca pelo saber (diga-se depassagem, aparentemente o ter-mo “educação” ganhou contor-no institucional único de res-ponsabilidade escolar, enquan-to gerações anteriores sabemperfeitamente que “educação –ou seja, bons modos - começaem casa”). Se você não disci-plinar sua vontade para fortale-cer seus bons hábitos e se li-

vrar dos indesejáveis; para bus-car boas fontes alternativas deconhecimento em vez de secontentar com o trivial; paradesenvolver os talentos que sóvocê, em sua solidão, sabe quepossui; para buscar nos seussonhos a matéria-prima da suaprópria realização; para conten-tar-se quando for para conten-tar-se e para descontentar-sequando isto for absolutamentenecessário; para aprender a lerno discurso alheio a mentira e adesonestidade, a integridade e adelicadeza de alma; se você sedispuser a encarar a própria vidacomo única, pessoal e intrans-ferível, então perceberá quegoverno nenhum terá condiçãode oferecer educação de quali-dade a quem não deseja senão amediocridade. Da mesma ma-neira como perceberá que go-verno nenhum, com quaisquerque sejam as combinações dasletrinhas que compõem suas si-glas, tirará de você o que foiconquistado com esforço incan-sável e grandeza de alma.

(Renato Pedrecal Jr. é bacha-rel em Filosofia pela Unisul –Universidade do Sul de SantaCatarina e servidor público fe-deral em Belo Horizonte-MG)

Novostempos paraBoa Nova

Marcelo Rodrigues dos Santos