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ARQUIVOMETRIA: procedimentos e operações técnicas da gestão documental Palestrante: Ezmir Dippe Elias e-DOC 2016

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ARQUIVOMETRIA: procedimentos e operações

técnicas da gestão documental

Palestrante: Ezmir Dippe Elias

e-DOC 2016

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CONTEXTO INFORMACIONAL PARA APLICAR

MÉTRICAS EM ARQUIVOS

Esta pesquisa propõe-se à aplicação de estudos métricos nos procedimentos e operações

técnicas desenvolvidas em arquivos, referentes à gestão documental e suas ações, por meio de modelos

quantitativos de todo o processo documental, possibilitando mensurá-las e gerenciá-las de forma a

otimizar o desempenho de unidades de informação.

Os aspectos quantitativos nas unidades de informação são sustentados pelos estudos métricos

da informação, que possibilitam sua consolidação e, dentro desse universo, enquadram-se também os

arquivos.

Dentre as possibilidades de geração de métricas em arquivo, há sete sustentações de geração de

índices quantitativos que dão embasamento às suas ações e atividades, sendo os indicadores baseados

em: produção (ingresso de documentos); utilização (consultas, empréstimos); impacto (obsolescência,

eficiência e eficácia do acervo); destinação (avaliação, descarte/eliminação, transferência,

recolhimento); publicação (acesso aos índices do acervo); visibilidade (serviços oferecidos) e

administrativo (que viabiliza ações de pessoal, espaço físico e equipamentos disponíveis).

Tem-se o consenso de uma métrica aos arquivos, denominada de arquivometria, em 1994, por

Salvador Gorbea Portal e que em 2005, apresenta um modelo para representar os estudos métricos da

informação e, consequentemente, descreve o termo

aplicação de métodos e modelos matemáticos e estatísticos ao comportamento dos

documentos ou manuscritos do arquivo, com o interesse de identificar os

fenômenos históricos associados com a estrutura e organização deste tipo de fundo

e documentos. (GORBEA PORTAL, 2005, p. 94)

Conforme Pinto (2011), essa métrica aplicada aos arquivos não apresenta nenhum estudo

mencionando e relatando o como fazer arquivometria, criando, dessa forma, a necessidade de adequar

técnicas de outros estudos métricos para esse subcampo dos estudos métricos.

Porém, o mesmo define que arquivometria são ações, atividades e métodos estatísticos e

matemáticos aplicados à biografia, à bibliografia, à informação, dados e documentação, com objeto

de estudo voltado à alocação de pessoas, recursos, atividades da web/Internet e da documentação

(PINTO, 2011). Tem-se todo o escopo da fundamentação da gestão documental, que visa expressamente à

administração sistemática de documentos arquivísticos.

Diante dessas duas vertentes, arquivometria e gestão documental, serão apresentadas as etapas

básicas da gestão documental: produção, utilização, tramitação, classificação, ordenação,

arquivamento, avaliação, seleção, eliminação e destinação, as quais solicitam instrumentos de medida

e indicadores métricos voltados às ações e às atividades de unidades informacionais.

Esta pesquisa demonstra a importância da aplicabilidade da arquivometria como ferramenta de

gerenciamento de unidades de informação e suporte nas tomadas de decisão por parte dos gestores de

arquivos.

O tema é atual e pouco explorado na concepção e prática dos arquivos, que lidam diretamente

com aspectos quantitativos no cotidiano, embora muitas vezes sem se dar conta, não fazem uso desses

dados levantados para uma melhor gestão, em âmbito processual e administrativo.

As instituições públicas ou privadas geram informações que subsidiam as ações administrativas

e, ao serem registradas em um suporte, produzem documentos arquivísticos.

A organização da documentação nas unidades de informação possibilita acessibilidade,

padronização, preservação e otimização do fluxo informacional e também que o processo de pesquisa

da informação contida nos documentos é um dos facilitadores na tomada de decisão.

A gestão documental e as vantagens advindas de sua aplicação têm sido discutidas amplamente,

já que essa é uma metodologia que integra todos os documentos dos diversos setores de uma

instituição, proporcionando maior controle sobre a documentação gerada e recebida.

A Ciência da Informação (CI), área interdisciplinar das ciências, em que os estudos métricos

têm-se consolidado e caracterizam-se por enfocar métodos quantitativos voltados à informação,

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auxilia no controle da informação e serve como subsídio ao processo decisório (PINTO; ELIAS;

VIANNA, 2014).

O conceito de arquivo vem sofrendo modificações ao longo do tempo, visando atender aos

desafios de uma sociedade cada vez mais voltada para a informação e ao conhecimento, consequência

da evolução técnica, científica e cultural que vem se processando na humanidade.

As informações produzidas dentro do ambiente institucional ou fora desse ambiente

(informação orgânica e informação não orgânica, respectivamente) dão origem à informação

arquivística que, consequentemente, dá origem aos arquivos das instituições.

A informação é utilizada constantemente na execução de atividades e funções nas instituições

e

Para subsidiar as estratégias e os processos de tomadas de decisão, geralmente

torna-se necessário não só o acesso às informações armazenadas nos arquivos,

como também, que estas estejam eficientemente disponíveis e sejam adequadas ao

propósito dos dirigentes (CARVALHO; LONGO, 2002, p. 115).

É função primordial dos arquivos permitirem acesso às fontes de informação que são

dinamizadas por meio da gestão documental que engloba toda a vida do documento, desde a sua

produção até a sua destinação final (eliminação ou guarda permanente).

O campo de pesquisa relacionado aos estudos métricos da informação será abordado nesta

pesquisa e tem origem na bibliometria, aplicando técnicas estatísticas para a contagem da produção,

disseminação e uso da informação registrada. (ARAÚJO, 2014; TAGUE-SUTCLIFFE, 1992).

Ainda segundo Araújo (2014, p. 139)

As tendências contemporâneas em perspectivas métricas da informação têm

buscado inserir os resultados dos estudos quantitativos em quadros explicativos

mais amplos, em busca de entendimentos mais globais dos fenômenos estudados,

considerando principalmente o caráter coletivo de construção da ciência [...] e de

demais âmbitos de estudo.

Para Tague-Sutcliffe (1992, p.1, tradução nossa) a bibliometria

é o estudo dos aspectos quantitativos da produção, disseminação e uso da

informação registrada. Desenvolve padrões e modelos matemáticos para medir

esses processos, usando os resultados para elaborar previsões e apoiar tomadas de

decisões.

Com uma visão voltada para as fontes de informação, Spinak (1998) confirma a

interdisciplinaridade da bibliometria definindo-a como

Aplicação de análises estatísticas para estudar as características do uso e criação

de documentos. Estudo quantitativo da produção de documentos como se reflete

nas bibliografias. Aplicação de métodos matemáticos e estatísticos ao estudo do

uso que se faz dos livros e outros suportes dentro e entre os sistemas de bibliotecas.

Estudo quantitativo das unidades físicas publicadas, ou das unidades

bibliográficas, ou de seus substitutos (SPINAK, 1998, p. 142 tradução nossa).

O estudo voltado aos arquivos com aplicação de métricas é denominado arquivometria por

Salvador Gorbea Portal (1994) e uma complementação mais recente de Pinto (2011) que afirmam ser

a aplicação de métodos estatísticos ao comportamento dos documentos de arquivo, tendo como objeto

de estudo o fundo documentário e seus usuários, identificando os fenômenos históricos vinculados à

estrutura e à organização da documentação arquivística.

As métricas aplicadas nas operações técnicas referentes à gestão documental, utilizando

modelos quantitativos, funcionam como ferramenta que possibilita melhorias aos gestores dessas

unidades de informação, utilizando os dados levantados para uma melhor gestão, em âmbito

processual e administrativo.

Esta pesquisa busca evidenciar a atualidade do tema e colaborar para a lacuna existente na

literatura referente a estudos voltados para a fundamentação teórica e aplicação dos estudos métricos

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em arquivos, ou seja, arquivometria, destacando sua importância para os gestores de unidades de

informação nas tomadas de decisão.

A aplicação de técnicas matemáticas e estatísticas às atividades arquivísticas permite apreender

de forma quantitativa a situação dos serviços de arquivo, a documentação, os recursos humanos e

materiais, o espaço físico e condições ambientais. Por tudo isso, é contributivo aos profissionais

atuantes em arquivos saber desenvolver e aplicar estudos métricos nos processos de rotina, utilizando-

os para melhorar cada vez mais a gestão do arquivo.

De forma ampla, esta obra visa contribuir para a consolidação da arquivometria, viabilizando e

validando a aplicabilidade de estudos métricos da informação em arquivos.

Como ponto de respostas, concentramos a métrica em arquivo universitário priorizando:

certificar se a análise do fluxo informacional gera a ocorrência de métricas; apresentar os indicadores

do processo de gestão documental; adequar modelos existentes de outros estudos métricos na aplicação

em arquivo; aplicar métricas nas atividades de gestão documental, resultando em indicadores para o

gerenciamento do fluxo da informação; identificar as melhorias no fluxo informacional após a

aplicação de métricas, e, elencar as mudanças/benefícios advindos com a aplicação de métricas no

arquivo.

OS ARQUIVOS, O DOCUMENTO ARQUIVÍSTICO

E A INFORMAÇÃO ARQUIVÍSTICA

O termo arquivo apresenta algumas definições contidas em manuais clássicos da área em que

são observadas características segundo os autores da literatura arquivística.

Schellenberg (1974, p. 19) define como

Os documentos de qualquer instituição pública ou privada que hajam sido

considerados de valor, merecendo preservação permanente para fins de referência

e de pesquisa e que hajam sido depositados ou selecionados para depósito, num

arquivo de custódia permanente.

A Lei nº 8.159 de 9 de janeiro de 1999, em seu Art. 2º define arquivos como

os conjuntos de documentos produzidos e recebidos por órgãos públicos,

instituições de caráter público e entidades privadas, em decorrência do exercício

de atividades específicas, bem como por pessoa física, qualquer que seja o suporte

da informação ou a natureza dos documentos.

Em uma perspectiva contemporânea, que valoriza o conteúdo informacional registrado nos

documentos, Lopes (2009, p. 33) conceitua arquivo, adaptando a teoria clássica aos tempos modernos,

como

1-Acervos compostos por informações orgânicas originais, contidas em

documentos registrados em suporte convencional ou em suportes que permitam a

gravação eletrônica, mensurável pela sua ordem binária (bits); 2-Produzidos ou

recebidos por pessoa física ou jurídica, decorrentes do desenvolvimento de suas

atividades, sejam elas de caráter administrativo, técnico, artístico ou científico,

independentemente de suas idades e valores intrínsicos.

O Dicionário Brasileiro de Terminologia Arquivística (2005, p. 73) define documento como

“unidade de registro de informações, qualquer que seja o suporte ou formato.”

A autora Moreno (2008) concorda que existem múltiplos enfoques em relação ao significado

da palavra documento, mas a mesma o define como sendo o suporte em que são registradas as

informações constituídas por diversos meios, independente do suporte, agregando um contexto, um

conteúdo e uma estrutura que comprovem a atividade.

Quanto aos documentos arquivísticos, são definidos como sendo

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Todo registro de informação original, único e autêntico que resulta da acumulação

em processo natural por uma entidade produtora no exercício de suas

competências, funções e atividades, independentemente de seu suporte material ser

o papel, o filme, a fita magnética, o disco ótico ou qualquer outro (BERNARDES,

1998, p. 44)

Outra conceituação de documento arquivístico é apresentada pelo Conselho Nacional de

Arquivos (Conarq), (2004) na Resolução nº 20 em seu artigo 1º § 1º onde afirma que

Considera-se documento arquivístico como a informação registrada, independente

da forma ou do suporte, produzida e recebida no decorrer das atividades de um

órgão, entidade ou pessoa, dotada de organicidade e que possui elementos

constitutivos suficientes para servir de prova dessas atividades.

De acordo com as afirmações acima, o documento arquivístico deve ser registrado e também

produzido e recebido no decorrer das atividades de uma pessoa ou organização, isto é, ser um

documento orgânico.

A informação orgânica e registrada foi considerada pelos autores da Arquivística integrada

como uma informação de natureza arquivística (ROSSEAU, COUTURE, 1998), e nessa direção

Fonseca (1998) afirma que

É entre os arquivistas canadenses que se vem consolidando o conceito de

informação arquivística. Embora recorrente a definição de arquivo, este esforço

inaugura um importante espaço de reflexão em torno das questões mais específicas

do fenômeno informacional arquivístico e preconiza uma maior relação entre a

Arquivologia e a Ciência da Informação (FONSECA, 1998, p. 35).

Dentre as características da informação arquivística, Lopes (2009) apresenta, de acordo com a

revista Archives (1998), além da organicidade (relação com o produtor) outras características e

também algumas particularidades, a saber:

a) Características: originalidade (unicidade1) e capacidade de ser avaliada (idade dos arquivos

e utilização).

b) Particularidades: limitação quanto ao suporte (convencionais ou eletrônicos); acumulação

das informações recebidas ou produzidas; atividades geradoras da informação, podendo ser

administrativas, técnicas ou científicas e finalmente que a informação arquivística é a primeira forma

tomada por uma informação registrada quando da sua criação (LOPES, 2009).

GESTÃO DOCUMENTAL

No Brasil, as primeiras iniciativas acontecem a partir de 1988, com a Constituição Federal em

seu artigo 216 § 2º que afirma “cabem à administração pública, na forma da lei, a gestão da

documentação governamental e as providências para franquear sua consulta a quantos dela

necessitem.”

Em 1991, é promulgada a Lei 8.1592, que apresenta em seu artigo 1º que “É dever do Poder

Público a gestão documental e a proteção especial a documentos de arquivos, como instrumento de

apoio à administração, à cultura, ao desenvolvimento científico e como elementos de prova e

informação.”

1 De acordo com a Portaria 412, no Artigo 2º, inciso XIV, discorre que o “documento arquivístico é único no

conjunto documental ao qual pertence. Podem existir cópias em um ou mais grupos de documentos, mas cada

cópia é única em seu lugar, porque o conjunto de suas relações com os demais documentos do grupo é sempre

único” (BRASIL, 2012). 2 Esta lei conceitua gestão documental como “o conjunto de procedimentos e operações técnicas referentes à sua

produção, tramitação, uso, avaliação e arquivamento em fase corrente e intermediária, visando a sua eliminação

ou recolhimento para guarda permanente” (1991).

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As autoras Medeiros e Amaral (2010, p. 298) definem a gestão de documentos como

[...] um processo arquivístico que, com menor custo e maior eficiência e eficácia,

busca intervir no ciclo de vida dos documentos, visando reduzir, seletiva e

racionalmente, a massa documental a proporções manipuláveis até que a ela tenha

destinação final (expurgo ou recolhimento aos arquivos permanentes).

Complementando a ideia das autoras, o Dicionário Brasileiro de Terminologia Arquivística

(2005, p. 100) define gestão de documentos segundo a Lei 8.159, de 1991, como o “conjunto de

procedimentos e operações técnicas referentes à produção, tramitação, uso, avaliação e arquivamento

de documentos em fase corrente e intermediária, visando sua eliminação ou recolhimento.”

A partir dessa definição, as etapas da gestão documental a serem consideradas serão elencadas

abaixo, reforçando, entre tantas outras vantagens de sua aplicação:

a) Rápido acesso na recuperação das informações de natureza arquivística;

b) Diminuição do volume de massa documental;

c) Otimização do espaço físico para armazenagem dos documentos arquivísticos;

d) Preservação de documentos de valor secundário;

e) Redução de custos (MORENO, 2008).

Sendo assim, o desenvolvimento de uma administração sistemática de documentos

arquivísticos, desde sua produção até sua destinação final ficou conhecida pela designação genérica

de gestão de documentos (ROCHA, 2011).

Serão elencadas as etapas de gestão documental selecionadas, às quais serão aplicadas métricas

de informação, resultando em indicadores que visem a melhorias para a unidade de informação, no

caso, os arquivos.

Produção

A produção de documentos de arquivo deve estar pautada no rigor de procedimentos e

definições de normas, modelos, conteúdo, formato e trâmite, além da orientação do profissional

arquivista ao produtor do documento por meio da elaboração de manuais de produção de documentos

(SANTOS, 2007).

É, nessa fase, que se delineia o trâmite dos documentos (fluxo documental).

Tramitação

Segundo a definição apresentada no Dicionário Brasileiro de Terminologia Arquivística (2005,

p. 164), a tramitação é o “curso do documento desde a sua produção ou recepção até o cumprimento

de sua função administrativa”.

Classificação

Ato ou efeito de analisar e identificar o conteúdo dos documentos e selecionar a categoria de

assunto sob o qual devem ser recuperados.

As funções, atividades e ações de uma instituição devem estar refletidas no Plano de

Classificação3 e no Quadro de Arranjo4 adotados na execução dessa atividade que orienta a

organização intelectual do acervo de forma a refletir a estrutura organizacional e decisória da

instituição acumuladora (SANTOS, 2007).

3 É o “esquema de distribuição de documentos em classes, de acordo com métodos de arquivamento

específicos, elaborado a partir do estudo das estruturas e funções de uma instituição e da análise do arquivo por

ela produzido” (DICIONÁRIO BRASILEIRO DE TERMINOLOGIA ARQUIVÍSTICA, 2005, p. 132 grifo do

autor). 4 É o “esquema estabelecido para o arranjo dos documentos de um arquivo, a partir do estudo das estruturas,

funções ou atividades da entidade produtora e da análise do acervo” (DICIONÁRIO BRASILEIRO DE

TERMINOLOGIA ARQUIVÍSTICA, 2005, p. 141 grifo do autor).

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Ordenação/Arquivamento

A ordenação é a organização dos documentos dispondo as entradas na sequência rigorosa das

letras ou agrupando em temas correlatos por entradas gerais (DICIONÁRIO BRASILEIRO DE

TERMINOLOGIA ARQUIVÍSTICA, 2005).

O arquivamento é considerado a “Sequência de operações intelectuais e físicas que visam à

guarda ordenada de documentos” (DICIONÁRIO BRASILEIRO DE TERMINOLOGIA

ARQUIVÍSTICA, 2005, p. 26).

Avaliação/Seleção/Eliminação

A avaliação é o processo de análise de documentos de arquivo, atribuindo valores e

estabelecendo prazos de guarda e destinação.

Na seleção, os documentos de valor permanente devem ser identificados e separados daqueles

passíveis de eliminação, mediante critérios estabelecidos em tabela de temporalidade.

A eliminação ou destruição ocorre após os documentos serem avaliados e considerados sem

valor permanente.

Destinação

A destinação é o encaminhamento dado ao documento para serem recolhidos ou eliminados.

Ao serem medidos estes procedimentos, por meio da utilização de técnicas matemáticas e

estatísticas, descortinam-se possibilidades de melhorias na organização e controle eficiente e eficaz da

gestão institucional e, principalmente, oferece ao profissional dessas unidades de informação

melhorias nos serviços oferecidos pelo arquivo, assim como eficiência na gerência dessas unidades.

O processo de gestão documental garante, dentre outros benefícios aos usuários, a transparência

administrativa, segundo a Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à Informação), a

salvaguarda da memória institucional, a promoção da visibilidade da unidade de informação, serviços

e seus profissionais.

ESTUDOS MÉTRICOS

A necessidade de avaliar as atividades inerentes à produção e comunicação científicas foi a

grande propulsora para o surgimento dos estudos métricos da ciência, possibilitando o refinamento de

procedimentos metodológicos específicos e a criação de indicadores que facultam acompanhar o

desenvolvimento da Ciência e Tecnologia (C&T) (NORONHA; MARICATO, 2008).

Noronha e Maricato abordam os estudos métricos afirmando que

Atualmente, os principais métodos e técnicas de avaliação quantitativa da ciência

são utilizados nos chamados estudos métricos da informação, com diversas

abordagens teórico-metodológicas e diferentes denominações em função de seus

objetivos e objetos de estudo (NORONHA; MARICATO, 2008, p. 122).

A aplicação de métricas é um dos fatores preponderantes no desenvolvimento da ciência

contemporânea que possibilita contribuir para avaliar a produção científica, garantindo o investimento

financeiro em pesquisa e a participação da ciência no desenvolvimento do país, tanto na área

econômica, social quanto política.

Segundo Vanz e Stumpf (2010, p. 67), os processos avaliativos da produção científica

se fundamentam, principalmente em duas metodologias: a avaliação qualitativa,

feita pelos pares, fortemente ancorada na reputação adquirida pelo avaliado; e a

que se deriva de critérios quantitativos, baseados em métodos bibliométricos e

cientométricos.

A comunidade científica traz à tona uma reflexão quanto aos aspectos teóricos e metodológicos

desses estudos que, desde meados do século XX, ganharam densidade e legitimidade, os quais serão

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apresentados na sequência para um entendimento de como são conceituados. (SANTIN, 2011;

SANTOS; KOBASHI, 2009).

O cenário na comunicação científica é ampliado continuamente pela internet, que tem papel

fundamental na disponibilização de conteúdos web, provocando interações entre pesquisadores e

usuários em geral e criando a necessidade de métricas alternativas para atender à nova produção da

ciência contemporânea e a seus impactos, apresentado na figura a seguir.

Figura 1 - Relação entre os campos dos estudos métricos na visão de

Gouveia

Fonte: Diagrama de Gouveia (2013, p. 221).

Informetria

O método denominado informetria é considerado o mais abrangente dentre todos e “foi

proposto pela primeira vez por Otto Nacke, diretor do Institut für Informetrie, em Bielferd, Alemanhã,

1979” (BROOKES, 1990 apud VANTI, 2002, p. 154).

A definição de informetria pode ser entendida como

o estudo dos aspectos quantitativos da informação em qualquer formato, e não

apenas registros catalográficos ou bibliografias, referente a qualquer grupo social,

e não apenas aos cientistas. A informetria pode incorporar, utilizar e ampliar os

muitos estudos de avaliação da informação que estão fora dos limites tanto da

bibliometria como da cienciometria (TAGUE-SUTCLIFFE, 1992, p. 1 tradução

nossa).

Bibliometria

A bibliometria data de 1922, quando Edward Wyndham Hulme cunhou o termo Statiscal

Bibliometry e posteriormente, em 1934, Paul Otlet criou e utilizou o termo bibliometria em sua obra

“Traité de Documentatión”, para designar mensuração física do livro. Algumas décadas depois, em

1969, o termo foi difundido por Allan Pritchard, em seu artigo “Statiscal Bibliography or Bibliometrics”, editado em 1969, ao sugerir que este deveria substituir o termo Statiscal Bibliometry,

com o objetivo de designar a aplicação de métodos matemáticos e estatísticos em estudos que

quantifiquem o processo de comunicação escrita nos livros e documentos (COUTINHO, 1991;

VANTI, 2002; GUEDES, 2012).

Os autores Noronha e Maricato sustentam que

Os estudos métricos da ciência são desenvolvidos com a aplicação das chamadas

leis bibliométricas, tidas como seus sustentáculos. As primeiras leis empíricas do

comportamento da literatura voltaram-se para a medição da produtividade de

autores ( lei de Lotka, em 1926); para medir a dispersão do conhecimento científico

em publicações periódicas (lei de Bradford, de 1934) e como modelo de

distribuição de frequência de palavras de um texto (lei de Zipf, de 1949)

(NORONHA; MARICATO, 2008, p. 125).

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Cienciometria

Dos estudos de Derek de Solla Price, “Little Science, Big Science”, em 1963, é o mais

importante e o consagra como o “pai da cientometria” (VANTI, 2011).

Price apresentou suas leis cienciométricas a partir das propostas de Lotka, Bradford e Zipf,

dando ênfase para a análise da dinâmica da atividade científica. Entendeu “que os dados quantitativos

sobre revistas e artigos científicos obedecem a certas regras estáveis, configurando-se como

indicadores do estado da ciência” (SANTOS; KOBASHI, 2009, p. 158).

Segundo a definição de Tague-Sutcliffe, a cienciometria “é o estudo dos aspectos quantitativos

da ciência enquanto uma disciplina ou atividade econômica. A cienciometria é um segmento da

sociologia da ciência, tendo aplicação no desenvolvimento de políticas científicas [...]” (TAGUE-

SUTCLIFFE, 1992, p. 1 tradução nossa).

Patentometria

A Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), criada em 1967, é a instituição que

administra o Tratado de Cooperação em Matéria de Patentes (PCT), que é responsável pela promoção

da proteção patentária de uma invenção, simultaneamente, em vários países, por intermédio do

depósito de um único pedido internacional de patente.

A patentometria é um estudo recente sendo definida como

É uma técnica que compõe o grupo de métodos analíticos pertencentes à

Bibliometria, [ou seja, é o estudo bibliométrico das características e usos dos

documentos de patentes, que medem o grau de tecnologia e inovação de um país

ou de um setor da indústria] (GUZMÁN SÁNCHEZ, 1999, p. 37).

Cibermetria

A cibermetria é definida como o “[...] estudo dos aspectos quantitativos da construção e

utilização de recursos de informação, estruturas e tecnologias em toda a internet, com base em

abordagens bibliométricas e informétricas” (BJÖRNEBORN, 2004, p. 13, tradução nossa).

Webometria

Autores como Almind e Ingwersen são considerados uns dos primeiros a se dedicarem ao

estudo da webometria, sendo considerados autores do termo webometrics (VANTI, 2005).

Na sequência, o estudo apresentado por Björneborn apresenta a definição de webometria como

sendo “o estudo dos aspectos quantitativos da construção e utilização dos recursos de informação,

estruturas e tecnologias da web a partir de abordagens informétricas e bibliométricas”

(BJÖRNEBORN, 2004, p. 12, tradução nossa).

Reafirmando a definição acima, Gouveia e Lang (2013, p. 172) consideram a webometria “um

campo de estudo das ciências da informação que tem como fonte de dados a World Wide Web.”

Os estudos que estão sendo desenvolvidos atualmente sobre conteúdo e estrutura de home-

pages, na Web, resultam dos avanços tecnológicos que possibilitam desenvolver novos campos de

atuação nas análises quantitativas (VANTI, 2002).

Webmetria

Para os autores Gouveia e Lang, a webmetria também denominada webmetrics ou web metrics,

está “associada a métricas de acesso de sites da Web, obtidas por análise de logs ou por page tagging,

sendo, por conseguinte, um subconjunto da webometria” (GOUVEIA; LANG, 2013, p. 173-174).

Altmetria

A altmetria é definida por Gouveia como sendo “[...] o uso de dados webométricos e

cibermétricos em estudos cientométricos” (GOUVEIA, 2013, p. 219).

Esse campo mede a informação nas redes sociais, em que a quantidade de informação é grande

e ao mesmo tempo se reproduz rapidamente.

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APRESENTANDO A ARQUIVOMETRIA

Os eventos realizados em Londres, em 1946 e em 1948, Royal Empire Society Scientific Conference e Royal Society Scientific Information Conference, respectivamente, criaram uma nova

perspectiva, aprofundando discussões quanto ao panorama mundial da informação. A forma como as

informações vinham sendo tratadas, armazenadas e utilizadas foi avaliada com um novo olhar pela

comunidade científica e documentalista, tornando-se ponto de partida para mudanças que perduram

até os dias atuais (BARRETO, 2008; PINTO, 2011).

Os estudos voltados para métricas da informação documental foi amplamente discutido pelo

pesquisador Salvador Gorbea Portal que, em 2005, publicou livro intitulado “Modelo teórico para el

estudio métrico de la información documental”, em que fundamentou modelo teórico identificando as

relações históricas e disciplinares com os estudos métricos da informação, objetivando delimitar o

sistema de conhecimentos científicos que fornecem as bases teóricas e metodológicas desse tipo de

estudo (GORBEA PORTAL, 2005).

Para o autor Gorbea Portal, a aplicação da matemática nas ciências em geral e em especial, nas

ciências sociais, cada vez mais vem sendo adotada e é considerada como a “matematização do

conhecimento científico”. Esse processo não é uma ação somente dos matemáticos, mas sim de cada

especialista vinculado ao tema estudado em cada disciplina científica, incluindo aqui os especialistas

em informação ou qualquer interessado pelo comportamento quantitativo da informação e da ciência

(GORBEA PORTAL, 2005).

A informação ao ser gerada e tratada passa por processos distintos, perfazendo seu ciclo social,

que vai desde a criação, processamento, armazenamento, recuperação, difusão e utilização sempre

voltados para a preservação, acesso e disponibilização da informação aos usuários de acordo com a

figura acima. A sociedade valoriza cada vez mais a informação e atualmente dispõe de muitas fontes

de informação, dentre essas a informação arquivística contida nos acervos documentais.

Na área da Arquivística, a matemática e a estatística se mostram fundamentais de diversas

formas, por exemplo, cálculos de metragem na área e volume documental, cálculo de custos, estudo

de usuários, desenvolvimento de sistemas informatizados entre outros.

A aplicação de métricas nos acervos arquivísticos favorece as necessidades informacionais de

seus usuários, possibilitando o acesso a esse potencial informacional que, muitas vezes, sustentam as

tomadas de decisão organizacional, a execução de atividades e a pesquisa científica.

O estudo voltado aos arquivos aplicando métricas é denominado de arquivometria por Gorbea

Portal, que concebeu e apresentou desde 1994, definindo-o como

“[...] a aplicação de métodos e modelos matemáticos e estatísticos ao

comportamento e análise dos documentos e manuscritos de arquivo com o interesse

de identificar o comportamento de fenômenos históricos associados a estrutura e

organização deste tipo de fundo e documento, cujos resultados enriquecem a

organização da atividade arquivística e por conseguinte a disciplina de

arquivologia” (GORBEA PORTAL, 1994, p. 26 tradução nossa).

Uma complementação mais recente à definição dessa métrica é de Pinto (2011, p. 64),

afirmando que “A Arquivometria é toda e qualquer atividade quantitativa do arquivo, baseado em sua

aplicabilidade simples ou mais complexa”.

Esse autor inclui no diagrama dos estudos métricos da informação e documentação a

arquivometria, evidenciando suas relações com as outras métricas e também destaca parte voltada para

ações de gestão desenvolvidas em arquivos, apresentada na figura a seguir.

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Figura 2 - Diagrama dos estudos métricos da informação e da documentação

Fonte: Diagrama de Pinto (2011, p. 63). Adaptado da figura da inter-relação de Vanti, (2002, p. 161).

A figura acima apresenta a relação da arquivometria com outros estudos métricos, podendo

parte desta estar voltada para ações de gestão.

Nesse contexto, a aproximação da arquivometria com as outras métricas fica clara no diagrama

pois, ao serem quantificados os processos e atividades desenvolvidas nos arquivos, estamos fazendo

referência aos fundos documentais e à informação arquivística contida nos documentos.

A importância dos estudos métricos para os arquivos fica comprovada ao serem constatadas as

contribuições da aplicação das métricas no gerenciamento da informação arquivística e dos

documentos, beneficiando essas unidades de informação. Melhorias no acesso aos documentos e maior

visibilidade dos serviços disponibilizados implicam diretamente a satisfação dos usuários, além de

possibilitar a reestruturação dos serviços gerados no arquivo ou na própria instituição arquivística,

corroborando a contribuição desses estudos nessas unidades de informação.

Ao ser analisado o comportamento das atividades arquivísticas e o resultado da aplicação de

métodos e modelos matemáticos e estatísticos é possível compreender aspectos da disciplina e seu

comportamento organizacional, como:

a) Oferecer serviços de arquivo de qualidade;

b) Promover e melhorar a imagem da unidade de informação e do profissional arquivista;

c) Colaborar na definição de sistemas de arquivo e serviços de informação;

d) Contribuir com a transparência administrativa e com a salvaguarda da memória

institucional;

e) Avaliar os serviços de arquivo com eficácia e eficiência (TOVAR-ALVARADO; PINTO,

2012, tradução nossa).

Esta pesquisa propõe uma aproximação da aplicação de técnicas métricas nos procedimentos e

operações técnicas desenvolvidas no processo de gestão documental e suas ações segundo os preceitos

arquivísticos, denominada arquivometria. A aplicação de modelos estatísticos e matemáticos permite

o desenvolvimento dessa especialidade métrica nos arquivos (TOVAR-ALVARADO; PINTO, 2012).

As etapas do processo de gestão documental são mensuráveis e a aplicação de técnicas

matemáticas e estatísticas resulta em vantagens ao profissional arquivista na gestão do arquivo e nas

melhorias e conhecimento do desempenho dos serviços oferecidos aos usuários, possibilitando ainda

a participação efetiva na gestão administrativa garantindo a organização da documentação orgânica

produzida e recebida.

Como pode ser constatado, é mais que pertinente o uso da matemática e estatística na

Arquivística, sendo que não é mais possível realizar um adequado gerenciamento sem aplicação

desses. Não se faz gestão sem medir e avaliar os serviços oferecidos, a satisfação e necessidades

informacionais dos usuários. Além disso, é preciso também usar a métrica para medir instalações, o

volume documental, elaborar layout, bem como avaliar as variáveis de empréstimo, consulta entre

outras etapas da gestão.

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Os profissionais atuantes em arquivos é recomendável ter conhecimento da importância e saber

desenvolver e aplicar estudos métricos em seu gerenciamento, utilizando-os para melhorar cada vez

mais a gestão do arquivo. Consequentemente o mesmo passa a atender às necessidades informacionais

de seus usuários, demonstrando ser um espaço informacional efetivo em seus objetivos e propósitos,

ou seja, garantir a preservação e acesso à informação.

Por tudo isso, os estudos métricos fazem-se necessários, pois além do aporte que proporcionam

na gestão do arquivo, esses contribuem para a produção cientifica, consequentemente para o

desenvolvimento da arquivometria e da Arquivística.

ARGUMENTOS METODOLÓGICOS PARA

ESTUDAR E APLICAR MÉTRICAS EM ARQUIVOS

UNIVERSITÁRIOS

Esta etapa compreende um conjunto de métodos, técnicas e instrumentos que permitem a

verificação deste contexto informacional.

A pesquisa realizada caracteriza-se, quanto à natureza, como quantitativa,

particularidade/atributo dos estudos métricos da informação e do tipo descritiva-exploratória.

De forma a complementar, o autor Richardson (2012, p. 70) afirma que a abordagem

quantitativa “caracteriza-se pelo emprego da quantificação tanto nas modalidades de coleta de

informações, quanto no tratamento delas por meio de técnicas estatísticas […]”. Com frequência

aplicada nos estudos descritivos que considera como objeto de estudo uma situação específica.

(RICHARDSON, 2012).

Dessa forma, a pesquisa quantitativa, por meio de resultados numéricos permite a compreensão

das relações estabelecidas em uma situação específica e ainda se utiliza de dados quantificáveis e

recursos e técnicas estatísticas que auxiliarão o contexto em estudo.

Realizou-se a pesquisa bibliográfica e documental, a pesquisa exploratória e estudos e análises

comparativas da legislação brasileira e de diversos autores nacionais e internacionais, referentes ao

processo de gestão documental e suas etapas básicas, os quais auxiliaram na geração de instrumentos

de coleta de dados utilizados.

A partir desse estudo comparativo, foi elaborado o quadro 1 apresentado a seguir, o qual

apresenta as etapas do processo de gestão documental e seus indicadores de informação e de gestão

visando à aplicação de métricas. Buscou-se um conjunto de indicadores que refletissem o processo de

gestão documental e suas etapas básicas, permitindo, assim, a aplicabilidade de métricas no arquivo.

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Quadro 1 - Indicadores de informação e de gestão do processo de gestão documental

Indicadores

1. Informação

1.1 Produção

1.1.1 Ingresso de Documentos

1.1.2 Produção/Recepção de Documentos

1.2 Impacto

1.2.1 Obsolescência

1.2.2 Eficiência e Eficácia do Acervo

1.2.2.1 Consulta Web com Acesso Restrito a Acervo

Documental

1.2.2.2 Consulta Web com Acesso Ostensivo ao Acervo

Documental

1.2.2.3 Consulta em Microfilmes ao Acervo

Documental

1.2.2.4 Digitalização

1.2.2.5 Microfilmagem

1.3 Utilização

1.3.1 Consulta

1.3.1.1 Consulta Local

1.3.2 Empréstimo

1.3.3 Classificação

1.3.4 Ordenação

1.3.5 Arquivamento

1.3.6 Identificação das Caixas-Arquivo

1.3.7 Acondicionamento

1.4 Destinação

1.4.1 Avaliação

1.4.2 Seleção

1.4.3 Descarte/Eliminação

1.4.4 Transferência

(Continua...)

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Fonte: Elaborado pelos autores.

A partir das etapas do processo de gestão documental apresentadas no quadro acima, foram

desenvolvidos 99 instrumentos de coleta de dados para viabilizar os pontos de respostas propostos na

pesquisa.

Foram desenvolvidas tabelas procedentes do Quadro 1, cujas as etapas da gestão documental e

seus indicadores de informação e de gestão são identificados, a fim de aplicar métricas no processo de

gestão documental no arquivo universitário.

Foi realizada a coleta de dados no local pré-definido e a tabulação dos dados coletados para a

geração de gráficos estatísticos. A análise de dados, a aplicação e sugestões de aplicações métricas em

arquivos universitário complementam a pesquisa.

As universidades, como instituições públicas, geram documentos no decorrer de suas ações que

constituem os arquivos, sendo que a gestão eficaz desses documentos é elemento vital e estratégico

para uma boa administração.

A gestão documental em arquivos universitários será bem sucedida a partir da conscientização

da instituição da necessidade de implantação desse processo.

O autor Bottino (1995) considera a manutenção do arquivo universitário uma tarefa que requer

muito empenho e dedicação e também que a universidade entenda que a preservação de seus arquivos

é essencial para as tomadas de decisão e para a sociedade em geral.

Além da manutenção, organização e armazenamento dos documentos, os arquivos

universitários são responsáveis pela coordenação e acompanhamento da gestão documental no âmbito

institucional; pela política de avaliação documental; pela conservação, a custódia e a divulgação do

acervo documental, garantindo o acesso e preservando a memória institucional.

Segundo Bellotto

As universidades, tal como outras instituições públicas e privadas, devem

implantar seus programas de gestão de documentos. Assim, serão sistematizados

os procedimentos administrativos para que se alcance o controle da produção

documental, sua utilização, seus prazos de vida e destinação (a eliminação, a

conservação temporária ou a guarda permanente) (BELLOTTO, 1989, p. 24).

Assim, o arquivo estará apto a alcançar seus objetivos, contribuindo com o êxito da instituição.

Para cada indicador de informação e de gestão apresentados no Quadro 1, foi desenvolvida uma

tabela equivalente, permitindo que os dados coletados fossem transcritos para após serem tabulados

em planilhas no Excel 2013.

Os instrumentos de coleta de dados, ao serem adotados, possibilitaram a organização e

disponibilização desses, para que cruzamentos entre diferentes indicadores resultassem em dados

estatísticos e aplicação de métricas.

Para alguns indicadores não foi possível realizar a coleta de dados e para outros ainda foi

possível a coleta, porém os dados não foram suficientes para a aplicação de estatística ou métricas.

Quanto aos demais indicadores foi possível realizar a coleta de dados com a aplicação de

estatística e métricas.

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Com os dados já coletados, o próximo procedimento foi a tabulação no Excel 2013, objetivando

a geração de gráficos estatísticos e o percentual anual em relação ao quinquênio analisado.

Foram também aplicadas fórmulas bibliométrica e/ou arquivométrica nos indicadores que

apresentaram dados coletados que viabilizassem essa aplicação.

Serão apresentadas a tabulação e a análise dos dados coletados por meio das tabelas

desenvolvidas para cada indicador das etapas de gestão documental, sendo primeiramente elencados

alguns indicadores de informação e na sequência, alguns indicadores de gestão, mantendo a

categorização numérica já adotada no Quadro 1.

INDICADORES DE INFORMAÇÃO

Indicadores de impacto

Exemplo de indicador quantificado por tabelas, gráfico estatístico e fórmula arquivométrica

Consulta em microfilmes ao acervo documental

Para esse indicador foi desenvolvida a Tabela 1 – Indicador 1.2.2.3 que apresenta a consulta

em microfilmes ao acervo documental no quinquênio analisado e é considerado um indicador de

informação, apresentada a seguir.

Tabela 1 - Indicador 1.2.2.3 Impacto - Eficiência e eficácia do acervo - Consulta em microfilmes ao acervo

documental

Ano Quantidade

2010 199

2011 42

2012 215

2013 156

2014 399

Total 2010 a 2014 1.011

Fonte: Elaborada pelos autores.

A partir dos dados levantados para esse indicador de informação na tabela acima, foi possível

a aplicação de técnicas matemáticas e estatísticas permitindo apreender de forma quantitativa o

percentual de consulta em microfilmes ao acervo documental.

A seguir a Figura 3 apresenta o percentual por ano de consulta em microfilmes ao acervo

documental em relação ao total do quinquênio analisado.

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Figura 3 - Percentual de consulta em microfilmes

Fonte: Elaborado pelos autores.

O gráfico acima apresentado demonstra que, no período analisado, a consulta em microfilmes

mantém a percentagem de acessos, exceto para o ano de 2011 que apresenta uma redução, com 4,15%,

e que, em 2014, atinge o percentual mais alto de 39,47%. Importante considerar que essa consulta é

de acesso restrito, significando que somente servidores do serviço de microfilmagem têm acesso por

meio de cópia de rolo de microfilme e servidores que atuam em setores institucionais que receberam

cópia de rolo de microfilme para consulta, e ainda, necessário possuir o equipamento adequado para a

leitura e cópia dos microfilmes.

A seguir apresenta-se possíveis cruzamentos entre indicadores analisados na pesquisa que

viabilizam a aplicação de fórmula arquivométrica.

O autor Pinto (2011) desenvolveu uma série de aplicações complementares à formação da

arquivometria, sendo que o coeficiente do total de documentos consultados com o total de documentos

armazenados no arquivo é representado pela equação Qc = Ta ÷ Tc, onde Qc é o coeficiente, Ta é o

total de documentos consultados e Tc é o total de documentos armazenados.

Essa fórmula será aplicada entre os resultados do cruzamento de dois indicadores coletados,

apresentados na Tabela 2: o indicador 1.2.2.3 – Consulta em Microfilmes ao Acervo Documental e o

indicador 1.4.7 – Armazenamento, visando à obtenção do coeficiente de consulta em microfilmes ao

acervo documental referente ao quinquênio analisado na pesquisa.

Tabela 2 - Cruzamento dos indicadores 1.2.2.3 e 1.4.7

Consulta em

Microfilmes Quantidade

Armazenamento Quantidade

2010 199 2010 3.114.750

2011 42 2011 3.221.250

2012 215 2012 3.810.750

2013 156 2013 4.393.500

2014 399 2014 4.746.750

Total 2010 a 2014 1.011 Total 2010 a 2014 4.746.750

Fonte: Elaborado pelos autores.

Fórmula Arquivométrica

Qc = Ta ÷ Tc

Sendo:

Qc = coeficiente dos documentos consultados em microfilmes

Ta = total de documentos consultados em microfilmes por ano

Tc = total de documentos armazenados por ano

0,00%

5,00%

10,00%

15,00%

20,00%

25,00%

30,00%

35,00%

40,00%

2010 2011 2012 2013 2014

Percentagem 19,68% 4,15% 21,27% 15,43% 39,47%

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Aplicação:

2010

Qc = 199 ÷ 3.114.750

Qc = 0,00006389.

2011

Qc = 42 ÷ 3.221.250

Qc = 0,00001304.

2012

Qc = 215 ÷ 3.810.750

Qc = 0,00005642.

2013

Qc = 156 ÷ 4.393.500

Qc = 0,00003551.

2014

Qc = 399 ÷ 4.746750

Qc = 0,00008406.

Os resultados apresentam um coeficiente maior para os anos de 2014, 2010 e 2012, sendo que

o ano de 2011 apresenta o menor coeficiente para o quinquênio analisado.

Para obter a média do quinquênio analisado procedeu-se à soma dos coeficientes dos 5 períodos

analisados dividido pelo número de períodos, resultando no coeficiente 0,00005058.

Cálculo:

0,00025292 ÷ 5 = 0,00005058.

Indicadores de impacto

Exemplo de indicadores quantificados por tabelas, gráficos estatísticos e fórmula bibliométrica

Classificação

Para esse indicador foi desenvolvida a Tabela 3 - Indicador 1.3.3 que apresenta os documentos

classificados no quinquênio analisado e é considerado um indicador de informação, apresentada a

seguir.

Tabela 3 - Indicador 1.3.3 Utilização - Classificação

Ano Quantidade

2010 0

2011 0

2012 0

2013 0

2014 2.533.500

Total 2010 a 2014 2.533.500

Fonte: Elaborada pelos autores.

A atividade de Classificação foi aplicada a partir de 2014 na documentação armazenada no

arquivo, sendo que de 2010 a 2013 os documentos não foram classificados.

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A partir dos dados levantados para esse indicador de informação na tabela acima, foi possível

a aplicação de técnicas matemáticas e estatísticas permitindo apreender de forma quantitativa o

percentual de documentos classificados.

A seguir a Figura 4 apresenta o percentual de documentos classificados e que ainda faltam ser

classificados em relação ao total geral de documentos armazenados no arquivo até o ano de 2014, que

totalizam 4.746.750 documentos armazenados.

Figura 4 - Diagnóstico do percentual da classificação de documentos

Fonte: Elaborado pelos autores.

O gráfico acima apresentado demonstra que, somente no período de 2014, foram classificados

mais da metade da documentação armazenada no arquivo, perfazendo um total de 53,37%.

A classificação além de estar categorizada por ano apresenta também as classes documentais

que foram codificados os documentos classificados: Classe 020 – Pessoal e a Classe 050 – Orçamento

e Finanças.

A tabela abaixo apresenta a classificação com essas especificações.

Tabela 4 - Classificação dos documentos por classes documentais

Ano Classes Quantidade

2010 a 2014

020 1.903.500

050 630.000

Total 2010 a

2014

2.533.500

Fonte: Elaborado pelos autores.

O gráfico a seguir apresentado na Figura 5, com o percentual dos documentos classificados por

classes em relação ao total do quinquênio analisado é resultado dos dados quantitativos levantados

acima, possibilitando visualizar qual classe incide em maior número de documentos classificados no

arquivo.

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Figura 5 - Percentual de documentos classificados por classes em relação ao quinquênio

Fonte: Elaborado pelos autores.

O gráfico acima apresentado demonstra que, no ano de 2014, os documentos classificados

apresentam percentual de 75,13% da classe 020, ou seja, na documentação funcional armazenada no

arquivo, sustentando a afirmação de que a documentação funcional se destaca durante a pesquisa

realizada na documentação arquivística custodiada no arquivo universitário.

O gráfico a seguir apresentado na Figura 6, com o percentual dos documentos classificados por

classes em relação ao total dos documentos armazenados no arquivo até 2014, que totalizam 4.746.750

documentos, é resultado dos dados quantitativos levantados na Tabela 4 apresentada anteriormente,

possibilitando visualizar qual classe incide em maior número de documentos classificados no arquivo.

Figura 6 - Percentual de documentos classificados por classes em relação ao total armazenado até 2014

Fonte: Elaborado pelos autores.

Verifica-se que os assentamentos individuais, ou seja, a documentação da classe 020 apresenta

o percentual de 40,10% dos documentos classificados, denotando a classe com maior evidência para

esse indicador na figura acima.

O percentual total de documentos classificados em cada classe em relação ao total dos

documentos armazenados no arquivo até 2014 soma 53,37%, apresentado anteriormente na Figura 4,

ao ser somado ao percentual dos documentos que ainda faltam ser classificados, também apresentado

anteriormente na Figura 4, 46,63%, totaliza 100% do acervo armazenado no arquivo.

A pesquisa proposta apresenta a adequação de modelos existentes de outros estudos métricos

na aplicação em arquivo como um de seus pontos de respostas.

Conforme parecer do autor Pinto (2011), apresentado no indicador 1.2.2.1, fica comprovada a

necessidade de adequar técnicas de outros estudos métricos para este subcampo, sendo a fórmula

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bibliométrica Modelo de Trueswell adaptada visando a aplicabilidade nos dados coletados referentes

ao indicador 1.3.3 – Classificação, no caso, a relação de comparação classificação/classe documental,

tendo como saber se 20% de uma determinada classe é de 80% dos documentos classificados. Podendo

também a posição ser inversa, tendo como saber se 80% de determinada classe documental é de 20%

dos documentos classificados.

Serão apresentados as classes documentais e a quantidade de documentos classificados

referente ao quinquênio analisado na pesquisa na tabela abaixo.

Tabela 5 - Classificação por classe documental

Ano Classe Documental Quantidade

2010 a 2014 020 1.903.500

050 630.000

Total 2010 a 2014 2.533.500

Fonte: Elaborado pelos autores.

Cálculo para os 20% da população:

2 – 100

1 – x

1 x 100 = 100 ÷ 2 = 50% da classe documental

x = 50%.

Cálculo para os 80% de documentos classificados

2.533.500 – 100

x – 80

2.533.500 x 80 = 202.680.000 ÷ 100 = 2.026.800

x = 2.026.800.

Classe 020

2.533.500 – 100

1.903.500 – x

1.903.500 x 100 = 190.350.000 ÷ 2.533.500 = 75,13%

x = 75,13%.

Classe 050

2.533.500 – 100

630.000 – x

630.000 x 100 = 63.000.000 ÷ 2.533.500 = 24,87%

x = 24,87%.

Tabela 6 - Fórmula de relação de comparação 80/20 do indicador 1.3.3

% dos

80/20 Classe Resultado

% do

Resultado

% dos

80/20

20% Classe 020 1.903.500 75,13% 80%

80% Classe 050 630.000 24,87% 20%

100% 2.533.500 100% 100%

Fonte: Elaborado pelos autores.

Ao ser aplicado o modelo de Trueswell, verificou-se, na tabela acima, que 75,13% é resultado

da classe 020, mostrando que esse resultado é o mais próximo dos 80% dos documentos classificados

para 20% da classe documental.

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Ao serem calculados os 80% da classificação, o resultado apresentado foi de 2.026.800

documentos classificados, sendo que a classe documental 020 apresenta, também na Tabela 6, o total

de 1.903.500 documentos classificados, equivalente aos 80% apresentado na tabela acima.

Indicadores de impacto

Exemplo de indicadores quantificados por tabelas, gráficos estatísticos e fórmula bibliométrica

e arquivométrica.

Consulta web com acesso restrito ao acervo documental

Para esse indicador foi desenvolvida a Tabela 7 - Indicador 1.2.2.1 que apresenta a consulta

web com acesso restrito ao acervo documental no quinquênio analisado e é considerado um indicador

de informação, apresentada a seguir.

Tabela 7 – Indicador 1.2.2.1 Impacto - Eficiência e eficácia do acervo - Consulta web com acesso restrito

ao acervo documental

Ano Quantidade

2010 182.354

2011 101.772

2012 82.551

2013 105.657

2014 180.785

Total 2010 a 2014 653.119

Fonte: Elaborada pelos autores.

A partir dos dados levantados para esse indicador de informação, foi possível a aplicação de

técnicas matemáticas e estatísticas permitindo apreender de forma quantitativa o percentual de

consulta web com acesso restrito ao acervo documental.

A seguir a Figura 7 apresenta o percentual por ano de consulta web com acesso restrito ao

acervo documental em relação ao total do quinquênio analisado.

Figura 7 - Percentual de consulta web com acesso restrito

Fonte: Elaborado pelos autores.

O gráfico acima apresentado demonstra que, no período analisado, a consulta web mantém a

percentagem de acessos, exceto para o ano de 2010, com 27,92%, apresentando em seguida uma

redução e que, em 2014, atinge o percentual de 27,68% mantendo a média novamente. Importante

considerar que essa consulta é de acesso restrito, significando que somente servidores da instituição

têm acesso à documentação classificada com grau de sigilo ou com restrições.

0,00%

5,00%

10,00%

15,00%

20,00%

25,00%

30,00%

2010 2011 2012 2013 2014

Percentagem 27,92% 15,58% 12,64% 16,18% 27,68%

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A consulta web com acesso restrito ao acervo documental, além de estar categorizada por ano,

apresenta também os tipos documentais considerando o quinquênio analisado: pasta discente,

assentamento individual e processo.

A tabela abaixo apresenta a consulta web com essas especificações.

Tabela 8 - Consulta web e tipos documentais

Ano Tipo Documental Quantidade

2010 a 2014

Pasta Discente 679

Assentamento Individual 649.021

Processo 3.419

Total 2010 a 2014 653.119

Fonte: Elaborado pelos autores.

O gráfico a seguir apresentado na Figura 8, com o percentual de consulta web com acesso

restrito ao acervo documental em cada tipo documental em relação ao total do quinquênio analisado,

é resultado dos dados quantitativos levantados acima, possibilitando visualizar qual tipo documental

incide em maior consulta no arquivo.

Figura 8 - Percentual de consulta web com acesso restrito por tipo documental

Fonte: Elaborado pelos autores.

Verifica-se que os assentamentos individuais, ou seja, a documentação funcional, apresenta o

percentual de 99,37% de consulta web com acesso restrito, denotando o tipo documental com maior

evidência para esse indicador.

O resultado da percentagem da consulta web com acesso restrito indica para alguns acertos e

certezas como a continuidade da aplicação de técnicas de microfilmagem e de soluções como o GED

na documentação arquivística. De posse desses resultados de consultas para cada tipo documental e

também o tipo documental que apresenta o maior percentual, o gestor de arquivo passa a contar com

uma ferramenta que o auxiliará no planejamento e na gestão de processos voltados à eficiência e

eficácia do acervo institucional. E também, planejar atividades voltadas para o tratamento da

documentação funcional, cuja recuperação, disseminação e cujo acesso sejam facilitadores na

consecução dos objetivos do arquivo, trazendo melhorias constantes.

Nesse cenário, Elias apresenta

Algumas [...] vantagens e benefífios da implantação do GED como suporte à gestão

documental [...]: otimização das atividades; agilidade no processo de disseminação

e no acesso à informação; maior confiabilidade e eficiência; redução de áreas de

arquivamento; redução no tempo de recuperação da informação; rapidez para a

atualização dos dados; acesso múltiplo e simultâneo em rede da informação; cópias

de segurança; diminuição da circulação do volume documental no suporte físico;

0,00%

20,00%

40,00%

60,00%

80,00%

100,00%

PastaDiscente

Processo Assentamento

Individual

Percentagem 0,11% 0,52% 99,37%

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preservação dos originais; redução de custos com cópias; [...] e controle da

informação (ELIAS, 2012, p. 18-19).

A pesquisa proposta apresenta a adequação de modelos existentes de outros estudos métricos

na aplicação em arquivo como um de seus pontos de respostas.

Conforme Pinto (2011), a arquivometria não apresenta nenhum estudo mencionando e

relatando como fazer, criando, dessa forma, a necessidade de adequar técnicas de outros estudos

métricos para esse subcampo dos estudos métricos.

Em relação à fórmula bibliométrica Modelo de Trueswell, Pinto considera que

As relações de comparação 80/20 (modelo de Trueswell), [...], também pode ser

incorporada na Arquivometria como a relação consulta/fundo ou peça documental,

tendo como saber se 80% das consultas são de 20% de determinado fundo ou peça

documental. Entretanto, sua posição pode ser inversa, com a relação

historiador/solicitações, sabendo que 20% dos historiadores detêm 80% das

solicitações (PINTO, 2011, p. 66).

Essa fórmula acima apresentada será adaptada para esse indicador visando a aplicabilidade nos

dados coletados referentes ao indicador 1.2.2.1 – Consulta Web com Acesso Restrito, no caso, a

relação de comparação consulta web com acesso restrito/tipo documental, tendo como saber se 20%

de determinado tipo documental é a consulta de 80% dos documentos com acesso restrito. Podendo

também a posição ser inversa, tendo como saber se 80% de determinado tipo documental é 20% das

consultas web com acesso restrito.

Serão apresentados os tipos documentais e a quantidade de consulta web com acesso restrito

referente ao quinquênio analisado na pesquisa na tabela abaixo.

Tabela 9 - Consulta web com acesso restrito por tipo documental

Ano Tipo Documental Quantidade

2010 a 2014

Pasta Discente 679

Assentamento Individual 649.021

Processo 3.419

Total 2010 a 2014 653.119

Fonte: Elaborado pelos autores.

Cálculo para os 20% da população:

3 – 100

1 – x

1 x 100 = 100 ÷ 3 = 33,33% do tipo documental

x = 33,33%.

Cálculo para os 80% de consulta web com acesso restrito

653.119 – 100

x – 80

653.119 x 80 = 52.249.520 ÷ 100 = 522.495,2

x = 522.495,2.

Pasta Discente

653.119 – 100

679 – x

679 x 100 = 67.900 ÷ 653.119 = 0,11%

x = 0,11%.

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Assentamento Individual

653.119 – 100

649.021 – x

649.021 x 100 = 64.902.100 ÷ 653.119 = 99,37%

x = 99,37%.

Processo

653.119 – 100

3.419 – x

3.419 x 100 = 341.900 ÷ 653.119 = 0,52%

x = 0,52%.

Tabela 10 - Fórmula de relação de comparação 80/20 do indicador 1.2.2.1

% dos

80/20

Tipo

Documental Resultado

% do

Resultado

% dos

80/20

20% Assentamento

Individual

649.021

99,37%

80%

80% Processo 3.419 0,52% 20%

Pasta Discente 679 0,11%

100% 653.119 100% 100%

Fonte: Elaborado pelos autores.

Ao ser aplicado o modelo de Trueswell, verificou-se, na Tabela 10, que 99,37% é resultado dos

Assentamentos Individuais, mostrando que esse resultado está acima do esperado, ou seja, acima dos

80% das consultas web com acesso restrito para 20% do tipo documental consultado.

Ao serem calculados os 80% da consulta web com acesso restrito, o resultado apresentado foi

de 522.495,2 documentos consultados, sendo que o tipo documental Assentamento Individual

apresenta, também na Tabela 10, um total de 649.021, equivalente aos 80% apresentado na tabela

acima.

A seguir apresentam-se possíveis cruzamentos entre indicadores analisados na pesquisa que

viabilizam a aplicação de fórmula arquivométrica.

O autor Pinto (2011) desenvolveu uma série de aplicações complementares à formação da

arquivometria, sendo que o coeficiente do total de documentos consultados com o total de documentos

armazenados no arquivo é representado pela equação Qc = Ta ÷ Tc, onde Qc é o coeficiente, Ta é o

total de documentos consultados e Tc é o total de documentos armazenados.

Essa fórmula será aplicada entre os resultados do cruzamento de dois indicadores coletados,

apresentados na Tabela 11: o indicador 1.2.2.1 – Consulta Web com Acesso Restrito ao Acervo

Documental e o indicador 1.4.7 – Armazenamento, visando à obtenção do coeficiente de consulta web

com acesso restrito ao acervo documental referente ao quinquênio analisado na pesquisa.

Tabela 11 - Cruzamento dos indicadores 1.2.2.1 e 1.4.7

Consulta Web

Acesso Restrito Quantidade

Armazenamento Quantidade

2010 182.354 2010 3.114.750

2011 101.772 2011 3.221.250

2012 82.551 2012 3.810.750

2013 105.657 2013 4.393.500

2014 180.785 2014 4.746.750

Total 2010 a

2014

653.119 Total 2010 a

2014

4.746.750

Fonte: Elaborado pelos autores.

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Fórmula Arquivométrica:

Qc = Ta ÷ Tc

Sendo:

Qc = coeficiente dos documentos consultados na web com acesso restrito

Ta = total de documentos consultados na web com acesso restrito por ano

Tc = total de documentos armazenados por ano

Aplicação:

2010

Qc = 182.354 ÷ 3.114.750

Qc = 0,05854531.

2011

Qc = 101.772 ÷ 3.221.250

Qc = 0,03159395.

2012

Qc = 82.551 ÷ 3.810.750

Qc = 0,02166266.

2013

105.657 ÷ 4.393.500

Qc = 0,02404848.

2014

Qc = 180.785 ÷ 4.746.750

Qc = 0,03808606.

Os resultados apresentam um coeficiente maior para os anos de 2010 e 2014 e para o ano de

2012 o menor coeficiente para o quinquênio analisado.

Para obter a média do quinquênio analisado procedeu-se à soma dos coeficientes dos 5 períodos

analisados dividido pelo número de períodos, resultando no coeficiente 0,03478729.

Cálculo:

0,17393646 ÷ 5 = 0,03478729.

INDICADORES DE GESTÃO

Indicadores institucional/administrativo

Instalação

Área física

Para esse indicador foi desenvolvida a Tabela 12 - Indicador 2.1.1.1 que apresenta a área física

total disponível no quinquênio analisado e é considerado um indicador de gestão, apresentada a seguir.

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Tabela 12 - Indicador 2.1.1.1 Institucional/Administrativo - Instalação - Área física

Ano Tamanho

2010 151,44m²

2011 151,44m²

2012 360,34m²

2013 360,34m²

2014 360,34m²

Total 2010 a 2014 360,34m²

Fonte: Elaborada pelos autores.

A área física do arquivo apresenta duas situações no quinquênio analisado. No período de 2010

a 2011 a área total corresponde a 151,44m², perfazendo 100% do espaço físico disponível no arquivo

para atender a área administrativa e a área de depósito. E no período de 2012 a 2014 a área total

corresponde a 360,34m², perfazendo 100% do espaço físico disponível para atender a área

administrativa e a área de depósitos, apresentadas na tabela acima.

A área física além de estar categorizada por ano, apresenta também as áreas de depósitos e a

área administrativa. As áreas de depósitos serão analisadas separadamente nessa pesquisa. A partir do

ano de 2012 a área física ocupa espaço distinto para os depósitos e para a área administrativa

apresentando as seguintes subcategorias da área administrativa: gerência e apoio administrativo,

consulta, hall, copa e bwc.

A tabela abaixo apresenta a área física administrativa com essas especificações.

Tabela 13 - Área física administrativa e subcategorias

Ano Subcategorias da Área

Física Administrativa Tamanho

2010 a 2014

Gerência e Apoio

Administrativo

52,1m²

Consulta 6,12m²

Hall 15,60m²

Copa 6,87m²

Bwc 1,95m²

Total 2010 a 2014 82,64m²

Fonte: Elaborado pelos autores.

O gráfico a seguir apresentado na Figura 9 com o percentual das subcategorias da área física

administrativa em relação ao total da área física no ano de 2012 é resultado dos dados quantitativos

levantados acima, possibilitando visualizar qual subcategoria da área física administrativa incide em

maior área física.

Percentual das subcategorias da área física administrativa em relação ao total da área física no

ano de 2012 apresentado a seguir.

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Figura 9 - Percentual de área administrativa por subcategorias

Fonte: Elaborado pelos autores.

Verifica-se que o período de 2010 a 2011 a área física está apresentada somente como área de

depósito, não distinguindo as áreas referentes às subcategorias da área administrativa conforme

apresentado na tabela acima para o ano de 2012. A partir do ano de 2012 é mantida as subcategorias

da área administrativa evitando que a equipe do arquivo desempenhe suas atividades de rotina no

mesmo ambiente das áreas de depósitos, cujo local é destinado ao armazenamento dos documentos.

Com foco em um ambiente ergonômico, essa área física é mantida com as subcategorias apresentadas

anteriormente, visando um ambiente de trabalho que motive a equipe ao desempenhar os processos

relacionados às etapas de gestão documental.

Indicadores institucional/administrativo

Crescimento da área física

Para esse indicador foi desenvolvida a Tabela 14 - Indicador 2.1.2 que apresenta a área física

disponível no arquivo no quinquênio analisado e é considerado um indicador de gestão, apresentada a

seguir.

Tabela 14 - Indicador 2.1.2 Institucional/Administrativo - Crescimento da área física

Ano Tamanho

2010 66,48m²

2011 66,48m²

2012 208,9m²

2013 208,9m²

2014 208,9m²

Total 2010 a 2014 275,38m²

Fonte: Elaborada pelos autores.

A partir dos dados levantados para esse indicador de gestão na tabela acima, foi possível a

aplicação de técnicas matemáticas e estatísticas permitindo apreender de forma quantitativa o

percentual do crescimento da área física.

A seguir a Figura 10 apresenta o percentual do crescimento da área física no quinquênio

analisado em relação ao total da área física do arquivo no quinquênio analisado.

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Figura 10 - Percentual do crescimento da área física

Fonte: Elaborado pelos autores.

Verifica-se que, o crescimento da área física, ocorreu somente nos anos de 2010 e 2012. Os

dados acima apresentados na Tabela 14 se repetem para o ano de 2011, em relação ao ano de 2010 e

para os anos de 2013 e 2014, em relação ao ano de 2012, porém, para o cálculo do total do quinquênio

analisado foram somados somente os dois anos que ocorreram o crescimento da área física,

subentendendo que nos outros anos o arquivo não teve ganho real de área física, mantendo assim a

mesma metragem.

Dos 100% acrescidos no período do quinquênio analisado, 24,14% do aumento ocorreu em

2010 e os 75,86% restantes foram acrescidos no ano de 2012. Fica ressaltado que o ano de 2012 foi o

mais significativo para o crescimento da área física do arquivo pesquisado, denotando o ano com maior

evidência para esse indicador na figura acima.

SUGESTÕES DE APLICAÇÕES MÉTRICAS EM

ARQUIVOS UNIVERSITÁRIOS

De forma ampla, esta obra visou viabilizar e validar a aplicabilidade de métricas em arquivos,

contribuindo para a consolidação da arquivometria.

Os resultados desta pesquisa foram obtidos a partir dos dados coletados nas 99 tabelas fazendo

referência aos 46 indicadores de informação e de gestão compreendidos no arquivo central

universitário no período de 2010 a 2014.

Para melhor organizar as aplicações e sugestões de aplicações métricas em arquivos

universitários o detalhamento das mesmas é apresentado segundo os pontos de respostas traçados.

1) Certificar se a análise do fluxo informacional gera a ocorrência de métricas:

Com relação ao primeiro ponto de respostas, pode-se afirmar que a informação interna ou

externa precisa ser tratada, organizada, armazenada, distribuída, disseminada e compartilhada sendo

transformada em vantagem estratégica e competitiva. Essa capacidade de gerir a informação envolve

processos organizados em que o fluxo da informação possa atender o processo de transferência da

informação, evitando o desperdício de informações relevantes ao desenvolvimento institucional.

A organização da documentação nos arquivos possibilita acessibilidade, padronização,

preservação e otimização do fluxo informacional e também que o processo de pesquisa da informação

contida nos documentos seja um facilitador na tomada de decisão.

Visando dotar os gestores de subsídios ao processo de tomada de decisão, a aplicação de

ferramentas de TIC, nesse caso a solução de GED, na documentação arquivística custodiada pelo

arquivo universitário, é implantada como uma das etapas do processo de gestão documental.

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

80,00%

2010 2012

Percentual 24,14% 75,86%

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Ao ser analisado o fluxo informacional foram elencados alguns indicadores com vistas à

aplicação de métricas na pesquisa realizada, tais como:

Indicadores de impacto:

1.2.2 Eficiência e eficácia do acervo;

1.2.2.1 Consulta web com acesso restrito ao acervo documental;

1.2.2.2 Consulta web com acesso ostensivo ao acervo documental;

1.2.2.4 Digitalização.

Indicadores de utilização:

1.3.1.1 Consulta local;

1.3.2 Empréstimo;

1.3.3 Classificação;

1.3.4 Ordenação;

1.3.5 Arquivamento.

Indicadores de destinação

1.4.1 Avaliação;

1.4.2 Seleção;

1.4.3 Descarte/Eliminação;

1.4.7 Armazenamento.

Indicadores de publicação

1.5.1 Instrumentos de pesquisa (índices) disponíveis online;

1.5.2 Instrumentos de pesquisa (índices) disponíveis no suporte físico;

1.5.3 Acesso aos instrumentos de pesquisa (índices) no suporte físico;

1.5.4 Acesso remoto aos instrumentos de pesquisa (índices).

Indicadores de visibilidade da unidade de informação:

1.6.1 Site.

2) Apresentar os indicadores do processo de gestão documental:

No que diz respeito ao segundo ponto de respostas, os indicadores do processo de gestão

documental foram identificados e apresentados no Quadro 1, cuja análise e estudo comparativo entre

a legislação brasileira e autores nacionais e internacionais sobre o tema foram realizados, apontaram

para alguns resultados que sustentaram a definição dos indicadores que seriam analisados com vistas

à aplicação de métricas.

Vários conceitos sobre esse processo arquivístico foram apresentados como resultado da

pesquisa bibliográfica realizada e todos esses procedimentos auxiliaram na definição de indicadores

do processo de gestão documental consubstanciados em um primeiro momento.

A Figura 2 apresenta o diagrama demonstrando claramente a aproximação da arquivometria

com as outras métricas e, a partir da análise deste diagrama, adota-se nessa pesquisa, que parte desta

métrica está voltada para ações de gestão desenvolvidas em arquivos. Ao ser quantificado os processos

e atividades desenvolvidas nos arquivos, estamos fazendo referência aos fundos documentais e à

informação arquivística contida nos documentos.

Sendo assim, os indicadores foram classificados e apresentados a partir desse entendimento e

elencados no Quadro 1, resultando em indicadores de informação e indicadores de gestão do processo

de gestão documental, sendo coletado e analisado cada qual durante o desenvolvimento da pesquisa.

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3) Aplicar métricas nas atividades de gestão documental, resultando em indicadores para o

gerenciamento do fluxo da informação:

Com relação ao terceiro ponto de respostas, ao aplicar métricas nas atividades do processo de

gestão documental os resultados apontam para alguns indicadores voltados para a melhoria do fluxo

informacional. Destaca-se aqui o indicador de impacto, 1.2.2.4 – Digitalização que, com a

aplicabilidade da solução de GED nos documentos institucionais a partir de 2007, o panorama do fluxo

informacional foi alterado definitivamente, trazendo benefícios aos usuários, por meio de

compartilhamento sistematizado, cujo acesso múltiplo e simultâneo em rede da informação

arquivística modificou definitivamente o fluxo da informação na instituição.

4) Adequar modelos existentes de outros estudos métricos na aplicação em arquivo:

Com relação ao quarto ponto de respostas, destaca-se a fórmula bibliométrica aplicada em

alguns indicadores do processo de gestão documental, cuja aplicação complementar à formação da

arquivometria foi apresentada por Pinto, (2011, p.142-143) afirmando que

a relação de comparação 80/20 (modelo de Trueswell), [...], também podem ser

incorporadas na arquivometria como a relação consulta/fundo documental ou

coleção, tendo como saber se 80% das consultas são de 20% de determinado fundo

documental ou coleção. Entretanto, sua posição pode ser inversa também, com a

relação historiador/solicitações, sabendo que 20% dos historiadores detêm 80% das

solicitações.

Destaca-se também a fórmula arquivométrica aplicada em alguns indicadores do processo de

gestão documental, cuja aplicação complementar à formação da arquivometria também foi reportada

por Pinto, (2011, p.66) afirmando que “[quanto à] circulação de [...] [coleções] e fundos documentais,

[...] [existe] o coeficiente do total de documentos consultados (Ta), com o total de documentos na

coleção [...] (Tc). [Representado por:] Qc = Ta ÷ Tc”.

Partindo desses modelos foram feitas adaptações para que fosse possível a aplicabilidade dessas

fórmulas em diversos indicadores de informação e de gestão analisados na presente pesquisa.

A seguir serão apresentados os indicadores analisados durante a pesquisa, os quais foram

aplicadas fórmulas bibliométricas e/ou fórmulas arquivométricas.

Indicadores cuja aplicação de fórmula bibliométrica foi possível:

1.2.2.1 – Consulta web com acesso restrito ao acervo documental;

1.2.2.2 - Consulta web com acesso ostensivo ao acervo documental;

1.3.1.1 – Consulta local;

1.3.2 – Empréstimo;

1.3.3 – Classificação;

1.3.4 – Ordenação;

1.3.5 – Arquivamento;

1.3.7 – Acondicionamento;

1.4.4 – Transferência;

1.4.5 – Recolhimento;

1.5.1 – Instrumentos de pesquisa (índices) disponíveis online;

1.5.2 - Instrumentos de pesquisa (índices) disponíveis no suporte físico;

1.6.2 – Curso;

1.6.4 – Evento.

Indicadores cuja aplicação de fórmula arquivométrica foi possível:

1.2.2.1 – Consulta web com acesso restrito ao acervo documental;

1.2.2.2 - Consulta web com acesso ostensivo ao acervo documental;

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1.2.2.3 – Consulta em microfilmes ao acervo documental;

1.3.1.1 – Consulta local;

1.3.2 – Empréstimo;

1.4.4 – Transferência.

Indicadores cujas fórmulas bibliométrica e arquivométrica simultaneamente foram possíveis:

1.2.2.1 – Consulta web com acesso restrito ao acervo documental;

1.2.2.2 - Consulta web com acesso ostensivo ao acervo documental;

1.3.1.1 – Consulta local;

1.3.2 – Empréstimo;

1.4.4 – Transferência.

5) Identificar as melhorias no fluxo informacional após a aplicação de métricas:

No que diz respeito ao quinto ponto de respostas, pode-se inferir que após a coleta de dados de

alguns indicadores de informação e de gestão observou-se que alguns processos favorecem ao usuário

o acesso e a disponibilização da informação. A digitalização e a aplicação de tecnologia de GED na

documentação arquivística institucional é um indicador que aponta as melhorias advindas da aplicação

de métricas, tais como: rápida recuperação de informação; agilidade na tomada de decisão; visibilidade

e difusão da informação pública; acesso múltiplo e simultâneo em rede da informação; cópias de

segurança; diminuição da circulação do volume documental no suporte físico; preservação dos

originais e controle da informação, servindo de subsídio ao gestor da unidade de informação para

nortear o planejamento voltado para processos bem sucedidos que já vem sendo executados e também,

para a implementação de outros processos que deverão ser incorporados nas atividades de rotina do

arquivo, priorizando melhorias do fluxo informacional.

6) Elencar as mudanças/benefícios advindos com a aplicação de métricas no arquivo:

Em relação ao sexto ponto de respostas, pode-se inferir que a aplicação dessa metodologia de

estudo aos arquivos pode estar voltada para o ciclo vital dos documentos, passando pelos arquivos

corrente, intermediário e permanente e também para a funcionalidade das atividades desenvolvidas

em arquivos. A aplicação dos estudos métricos pode aperfeiçoar os processos, otimizar a utilização do

ambiente (espaço físico), subsidiar gestores de arquivos no planejamento para tomadas de decisão e

incorporar novas ideias às necessidades enfrentadas nessas unidades de informação. E ainda, a

otimização do desempenho de arquivos, maior visibilidade dos serviços oferecidos por essas unidades

de informação, melhorias ao acesso documental, oferecer serviços de qualidade, contribuir com a

transparência administrativa podem ser considerados benefícios advindos da aplicação de métricas nas

atividades desenvolvidas nos arquivos, pois implicam diretamente na satisfação dos usuários, além de

possibilitar a reestruturação dos serviços gerados no arquivo ou na própria instituição arquivística,

corroborando a contribuição desses estudos nessas unidades de informação.

Vale destacar outras considerações construídas durante a pesquisa, cujo momento de coleta e

análise dos dados referentes aos indicadores de informação e de gestão do processo de gestão

documental, foi delineando e destacando a documentação funcional em vários indicadores, mostrando

que esse tipo documental é o mais eficiente, o mais consultado no local, o mais consultado

remotamente, o mais emprestado, classificado e transferido. Observa-se também que outro tipo

documental que apresenta relevância durante a pesquisa é a documentação discente, destacando maior

consulta local e empréstimo.

A pesquisa apresenta dois questionamentos:

a) Ao mensurar as atividades decorrentes do processo de gestão documental será possível

identificar a otimização do fluxo informacional e do gerenciamento do arquivo?

b) Quais os impactos gerados a partir do uso da aplicação de métricas no arquivo para novas

tomadas de decisão?

Em relação ao primeiro questionamento, otimização do fluxo informacional e do gerenciamento

do arquivo, pode-se inferir que, as métricas aplicadas nas operações técnicas referentes à gestão

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documental, utilizando modelos quantitativos, funcionam como ferramenta que possibilitam aos

gestores dessas unidades de informação melhorias, utilizando os dados levantados para uma melhor

gestão, em âmbito processual e administrativo.

Observa-se, ainda, a falta de instrumentos estatísticos para o estudo dos arquivos, pois ainda é

uma área com muito a construir. É essencial que se disponibilizem metodologias aplicáveis, baseadas

na estatística e matemática, nos arquivos, para poder medir e avaliar o fluxo da informação

arquivística; estabelecer prioridade na gestão e alocar recursos, contribuir para o desenvolvimento da

pesquisa no âmbito dos arquivos, e no processo de inovação e geração de conhecimento neste tipo de

unidade.

Como pode ser constatado, é mais que pertinente o uso da matemática e estatística na

Arquivística, sendo que não é mais possível realizar um adequado gerenciamento sem aplicação

desses. Não se faz gestão sem medir e avaliar os serviços oferecidos, a satisfação e necessidades

informacionais dos usuários. Além disso, é preciso também usar a métrica para medir instalações, o

volume documental, elaborar layout, bem como avaliar as variáveis de empréstimo, consulta entre

outras etapas da gestão.

Os indicadores de informação e de gestão, apresentados no Quadro 1, estão voltados para o

fluxo informacional e para a gerência de arquivos, respectivamente.

Em relação ao segundo questionamento, a aplicação de métricas nos acervos arquivísticos vem

a favorecer as necessidades informacionais de seus usuários, possibilitando o acesso a esse potencial

informacional que, muitas vezes, sustentam as tomadas de decisão organizacional, a execução de

atividades e a pesquisa científica.

A aplicabilidade da arquivometria impactou na tomada de decisão no momento em que é

utilizada pelo gestor de arquivos como ferramenta de gerenciamento de unidades de informação,

possibilitando aos profissionais atuantes em arquivos ter conhecimento da importância e saber

desenvolver e aplicar estudos métricos em seu gerenciamento, utilizando para melhorar cada vez mais

a gestão do arquivo. Consequentemente o mesmo passa a atender às necessidades informacionais de

seus usuários, demonstrando ser um espaço informacional efetivo em seus objetivos e propósitos, ou

seja, garantir a preservação e acesso à informação.

A grande possibilidade de avaliar os serviços oferecidos pelo arquivo buscando maior eficiência

e eficácia, favorecer a visibilidade da arquivometria e disponibilizar os modelos adaptados a outras

unidades de informação, visando o compartilhamento dos benefícios decorrentes dessa aplicação estão

diretamente relacionados com tomadas de decisão.

A pesquisa também buscou evidenciar a atualidade do tema e colaborar para a lacuna existente

na literatura referente a estudos voltados para a fundamentação teórica e aplicação dos estudos

métricos em arquivos, ou seja, arquivometria, destacando sua importância para os gestores de unidades

de informação nas tomadas de decisão.

O profissional que atua em arquivos enfrenta novos desafios profissionais com a inclusão da

tecnologia, novas competências a serem desenvolvidas, voltadas para a visibilidade dos serviços

oferecidos pelo arquivo. A aplicação de técnicas matemáticas e estatísticas às atividades arquivísticas

permite apreender de forma quantitativa a situação dos serviços de arquivo, a documentação, os

recursos humanos e materiais, o espaço físico e condições ambientais. Por tudo isso, é contributivo

aos profissionais atuantes em arquivos saber desenvolver e aplicar estudos métricos nos processos de

rotina, utilizando para melhorar cada vez mais a gestão do arquivo.

Assim, em conformidade com a definição apresentada por Gorbea Portal (1994), a

arquivometria, ao aplicar modelos matemáticos e estatísticos ao comportamento e análise dos

documentos de arquivo com o interesse de identificar fenômenos históricos associados a estrutura e

organização desses documentos, podemos inferir que, ao ser quantificado os processos e atividades

desenvolvidas nos arquivos, estamos fazendo referência aos fundos documentais e à informação

arquivística contida nos documentos. E Pinto (2011, p. 64) afirma que “A Arquivometria é toda e

qualquer atividade quantitativa do arquivo, baseado em sua aplicabilidade simples ou mais complexa”.

Uma contribuição resultante da pesquisa é a consolidação da arquivometria que viabiliza e

valida a aplicabilidade de estudos métricos da informação em arquivos.

Acredita-se que esta pesquisa, acerca de arquivometria, possa contribuir para a CI e para a

Arquivologia, considerando-se que pesquisas dessa natureza são fundamentais para a afirmação do caráter interdisciplinar da CI e para a Arquivologia um olhar diferenciado aos estudos métricos,

beneficiando, com sua aplicabilidade, a gestão das unidades de informação de arquivo.

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Esta pesquisa e suas aplicações servirão como referencial na busca de novas possibilidades de

adaptações de modelos existentes ou modelos que poderão ser desenvolvidos em pesquisas futuras.

Como sugestão, acredita-se ser importante a aplicabilidade de métricas em um arquivo corrente,

possibilitando explorar o indicador 1.1.2 Produção/Recepção de documentos.

Para o indicador 1.2.1 Obsolescência, a sugestão seria desenvolver planilhas especificando e

tabulando dados referentes aos grupos documentais que apresentem maior índice, para um maior

planejamento quanto à visibilidade dessa documentação.

Essa pesquisa contribui para a abertura dos estudos referentes à aplicabilidade de métricas nas

atividades desenvolvidas no processo de gestão documental em arquivos e a mesma pode ser replicada

para outros tipos de arquivos, como os setoriais dentro das instituições que se caracterizam como

correntes.

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