31

artigo 121, §2°, I e VI , do Código Penal) , ambas ... · crime de furto qualificado pela destreza, vindo a inicial acusatória a ser recebida. €Na resposta à acusação de

Embed Size (px)

Citation preview

Há bis in idem no reconhecimento, pela pronúncia, das qualificadoras do motivo torpe e do feminicídio (artigo 121, §2°, I e VI , do Código Penal) , ambas descritas na denúncia? Resposta objetivamentejustificada.

1ª QUESTÃO (50,00 PONTOS)

@adverum.se www.adverum.com.br                     Pág.1

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

23

24

25

26

27

28

29

30

1ª QUESTÃO (50,00 PONTOS)

@adverum.se www.adverum.com.br                     Pág.2

31

32

33

34

35

36

37

38

39

40

41

42

43

44

45

46

47

48

49

50

1ª QUESTÃO (50,00 PONTOS)

@adverum.se www.adverum.com.br                     Pág.3

Admite-se remição da pena por trabalho ficto, ao argumento de que o Estado não proporcionou aocondenado condições de trabalho ou estudo? Resposta objetivamente justificada.

2ª QUESTÃO (50,00 PONTOS)

@adverum.se www.adverum.com.br                     Pág.4

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

23

24

25

26

27

28

29

30

2ª QUESTÃO (50,00 PONTOS)

@adverum.se www.adverum.com.br                     Pág.5

31

32

33

34

35

36

37

38

39

40

41

42

43

44

45

46

47

48

49

50

2ª QUESTÃO (50,00 PONTOS)

@adverum.se www.adverum.com.br                     Pág.6

Em audiência de custódia, o Juiz, a requerimento do Promotor de Justiça, converte a prisão emflagrante de Cresson de Freitas, dado como incurso nas penas do artigo 157 do Código Penal, emprisão preventiva, ao argumento de que as anotações constantes da sua folha de antecedentescriminais , todas relativas a inquéritos policiais e ações penais em curso versando sobre furtos,revelariam a sua propensão à prática de crimes contra o patrimônio, justificando-se a medida cautelarextrema para a garantia da ordem pública, considerada a ameaça concreta de reiteração delitiva. Distribuídos os autos ao Juízo de Direito da 25°Vara Criminal, o Promotor de Justiça, discordando daclassificação até então dada ao fato criminoso, oferece denúncia imputando ao acusado a prática decrime de furto qualificado pela destreza, vindo a inicial acusatória a ser recebida. Na resposta à acusação de que trata o artigo 396 do Código de Processo Penal, o acusado, por seuadvogado constituído, pede que o Juiz reconsidere, em parte, a decisão de recebimento da denúncia,com a exclusão da qualificadora da destreza, baseando sua pretensão em imagens captadas porcâmeras da Prefeitura que mostram claramente não ter havido emprego de violência, grave ameaça oudestreza na subtração patrimonial. Ante a prova documental produzida após o recebimento da denúncia, o Juiz insta o MP a se manifestar,oportunidade em que o Promotor de Justiça opina pelo indeferimento do pleito defensivo, sustentandoestar preclusa a decisão de recebimento da prefacial acusatória. O Juiz, em desacordo com oopinamento do MP, reconsidera parcialmente a decisão que recebeu a inicial acusatória, para excluir aqualificadora da destreza, reclassificando o fato para furto simples. INDAGA-SE: A) Agiu corretamente o Juiz, ao reconsiderar anterior recebimento da denúncia, paraexcluir qualificadora e dar ao fato criminoso uma nova definição jurídica? B) Há base legal para amanifestação do MP sobre a resposta do artigo 396 do Código de  Processo Penal? C) Poderá o MPrecorrer dessa decisão? D) Se positiva a resposta, qual o recurso cabível? E) Na eventualidade deprevalecer a decisão de rejeição parcial da denúncia, à vista da nova definição jurídica do fato, poderáser mantida a prisão preventiva do acusado? RESPOSTAS OBJETIVAMENTE JUSTIFICADAS.

3ª QUESTÃO (50,00 PONTOS)

@adverum.se www.adverum.com.br                     Pág.7

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

23

24

25

26

27

28

29

30

3ª QUESTÃO (50,00 PONTOS)

@adverum.se www.adverum.com.br                     Pág.8

31

32

33

34

35

36

37

38

39

40

41

42

43

44

45

46

47

48

49

50

3ª QUESTÃO (50,00 PONTOS)

@adverum.se www.adverum.com.br                     Pág.9

A sentença penal condenatória poderá basear-se, exclusivamente, em colaboração recíproca oucruzada?

4ª QUESTÃO (50,00 PONTOS)

@adverum.se www.adverum.com.br                     Pág.10

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

23

24

25

26

27

28

29

30

4ª QUESTÃO (50,00 PONTOS)

@adverum.se www.adverum.com.br                     Pág.11

31

32

33

34

35

36

37

38

39

40

41

42

43

44

45

46

47

48

49

50

4ª QUESTÃO (50,00 PONTOS)

@adverum.se www.adverum.com.br                     Pág.12

O que se entende por “candidatura laranja”? Resposta integralmente fundamentada.

5ª QUESTÃO (50,00 PONTOS)

@adverum.se www.adverum.com.br                     Pág.13

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

23

24

25

26

27

28

29

30

5ª QUESTÃO (50,00 PONTOS)

@adverum.se www.adverum.com.br                     Pág.14

31

32

33

34

35

36

37

38

39

40

41

42

43

44

45

46

47

48

49

50

5ª QUESTÃO (50,00 PONTOS)

@adverum.se www.adverum.com.br                     Pág.15

João da Silva, então filiado ao partido político X, que integrava a coligação partidária Y, foi eleito para ocargo de Prefeito de Município. Depois de empossado no mandato eletivo, João da Silva, sem justacausa, desfiliou-se do partido político X e, depois, filiou-se ao partido político Z, que também integrava acoligação partidária Y. No prazo de 30 (trinta) dias, contado da desfiliação partidária, o MinistérioPúblico Eleitoral propôs ação perante o Juízo Eleitoral da localidade, requerendo a perda do mandadoeletivo no qual João da Silva havia sido investido e posse do segundo candidato mais votado. Emresposta, João da Silva alega que não há se falar em infidelidade partidária, a partir da consideração deque ambos os partidos politicos, X e Z, pertenciam a mesma coligação partidária Y. Na qualidade dePromotor Eleitoral, pronuncie-se a respeito. Resposta integralmente fundamentada.

6ª QUESTÃO (50,00 PONTOS)

@adverum.se www.adverum.com.br                     Pág.16

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

23

24

25

26

27

28

29

30

6ª QUESTÃO (50,00 PONTOS)

@adverum.se www.adverum.com.br                     Pág.17

31

32

33

34

35

36

37

38

39

40

41

42

43

44

45

46

47

48

49

50

6ª QUESTÃO (50,00 PONTOS)

@adverum.se www.adverum.com.br                     Pág.18

1

Estude inteligente, Estude Ad Verum! www.adverum.com.br

RODADAS DE SIMULADOS

2ª FASE – PROMOTOR DE JUSTIÇA

BANCA I – MP/RJ

1ª QUESTÃO (50,00 PONTOS)

Correção Individualizada do Professor:

Excelente resposta, com abordagem completa da controvérsia e indicação da orientação do STJ, que coincide com a posição institucional do MP.

Apenas um reparo: a rigor, o candidato, apesar da cuidadosa análise do tema, não deu a SUA resposta. Cuidado. Isto pode ensejar perda de pontos.

Nota: 40.00

2ª QUESTÃO (50,00 PONTOS) Correção Individualizada do Professor:

Resposta completa, com o desenvolvimento do raciocínio de forma lógica, indicando que o candidato domina o tema.

Nota: 50.00

2

Estude inteligente, Estude Ad Verum! www.adverum.com.br

3ª QUESTÃO (50,00 PONTOS) Correção Individualizada do Professor:

A resposta merece reparos. 1) A exclusão de qualificadora constante da denúncia que não encontre apoio algum nos elementos informativos e provas que instruem a inicial acusatória, ou, como na questão, quando afastada pela prova documental produzida pela defesa por ocasião da apresentação da resposta preliminar, é possível e não se confunde com a aplicação do art. 383 do CPP nesta fase do processo. Trata-se do controle judicial da justa causa para a instauração da ação penal (art. 593, III, do CPP). Correta a decisão judicial. Não se pode cogitar de aditamento da denúncia quando a prova afasta qualificadora, pois remanesce a imputação pela forma simples do crime de furto. 2) O recurso cabível contra decisão que rejeita a denúncia, no todo ou em parte, é o do art. 581, I, do CPP, exceto no JECRIM em que será caso de apelação, conforme art. 82 da Lei n°9099/95.

3) Não é caso de revogação, mas de relaxamento da prisão preventiva que se tornou ilegal à luz do art. 313, I, do CPP.

Nota: 20.00

4ª QUESTÃO (50,00 PONTOS) Correção Individualizada do Professor:

Resposta correta e muito bem estruturada.

O depoimento do colaborador, por si só, não tem valor, exigindo prova de corroboração. Trata-se de prova legal negativa.

Nota: 50.00

3

Estude inteligente, Estude Ad Verum! www.adverum.com.br

5ª QUESTÃO (50,00 PONTOS) Correção Individualizada do Professor:

Muito boa resposta, Ana Carolina. Você citou corretamente o art. 10, §3.º, da Lei 9.504/97, com a redação dada pela Lei 12.034/09, destacando que cada partido político ou coligação partidária deve preencher o mínimo de 30% (trinta por cento) e o máximo de 70% (setenta por cento) para candidaturas de cada sexo (L. 1/5). Além disso, pontuou que, na hipótese de candidatura laranja, ocorre o mero lançamento de candidatas com a única finalidade do cumprimento da cota mínima (L. 12/15). Parabéns! Porém, deveria também ser registrado, de forma mais desenvolvida, que muitas mulheres sequer fazem campanha (logo, não recebem votos), pois registradas como candidatas apenas com a finalidade de oferecer aos partidos a possibilidade do registro dos candidatos masculinos, o que revela a chamada "candidatura laranja". Essa ideia foi, de certa forma, tocada em linhas 14/15, porém.

Nota: 45.00

4

Estude inteligente, Estude Ad Verum! www.adverum.com.br

6ª QUESTÃO (50,00 PONTOS) Correção Individualizada do Professor: Ana Carolina, há 5 erros que deveriam ser apontados na resposta. Você indicou corretamente que a perda do mandato eletivo, por infidelidade partidária, é referente aos cargos do sistema proporcional, não se aplicando aos cargos do sistema majoritário de eleição (L. 20/26). Porém, deveria ser também indicado que: (i) A decretação de perda do mandato eletivo somente pode ser requerida pelo Ministério Público Eleitoral ou quem tenha interesse jurídico quando o partido político não formular o pedido dentro de 30 dias da desfiliação partidária, de acordo com o art. 1.º, §2.º, da Resolução TSE n.º 22.610. (ii) A competência para processar e julgar pedido relativo a mandato municipal é afeta ao Tribunal Regional Eleitoral do respectivo Estado, e não ao Juízo Eleitoral da localidade, conforme o art. 2.º, in fine, da Resolução TSE n.º 22.610. (iii) Não há que se falar em investidura do segundo candidato mais votado no mandato eletivo, e sim na posse do Vice-Prefeito, com fundamento no art. 10 da Resolução TSE n.º 22.610. (iv) O parlamentar perde o mandato ao ingressar em nova agremiação, ainda que integrante da mesma coligação partidária, uma vez que o mandato eleitoral é do partido político, conforme a Consulta n.º 1.423/PI.

Nota: 10.00

NOTA FINAL: 215.00

1

Estude inteligente, Estude Ad Verum! www.adverum.com.br

RODADAS DE SIMULADOS

2ª FASE – PROMOTOR DE JUSTIÇA

BANCA I – MP/RJ

REF.: Padrão de Respostas – 1º Simulado

1ª QUESTÃO

Não há bis in idem no reconhecimento das qualificadoras do motivo torpe e do feminicídio, havendo,

entre elas, perfeita compatibilidade.

Com efeito. A qualificadora do motivo torpe, isto é, motivo abjeto, vil, repugnante, é de natureza

subjetiva, portanto, de caráter pessoal, enquanto o feminicídio é qualificadora de natureza objetiva,

presente quando o homicídio for praticado contra a mulher em virtude de seu gênero feminino e/ou

se o crime estiver vinculado à violência doméstica ou familiar propriamente dita.

Dessarte, poderá o MP, na denúncia, imputar ao réu as qualificadoras do motivo torpe e do feminicídio,

dando-o como incurso nas penas do artigo 121,§2°, I e VI, do Código Penal, sendo igualmente lícito ao

juiz reconhecê-las por ocasião da pronúncia, submetendo-as, quando da Sessão Plenária, à apreciação

do Conselho de Sentença. ( vide informativo 625 do STJ ).

2

Estude inteligente, Estude Ad Verum! www.adverum.com.br

2ª QUESTÃO

A remição é instituto da Lei de Execução Penal que permite ao condenado reduzir o tempo de

cumprimento da pena privativa da liberdade, pelo trabalho ou estudo.

Sobre a remição dispõem os artigos 126 a 130 da Lei n°7.210/84.

Nos termos do artigo 129 da LEP, é necessária, para fins de remição, a comprovação das atividades

desenvolvidas pelo preso, cabendo ao diretor do estabelecimento prisional encaminhar mensalmente

ao juízo da execução cópia do registro de todos os condenados que estejam trabalhando (trabalho

interno ou externo) ou estudando.

Desta forma, ainda que se considere grave e reprovável a omissão estatal, de não disponibilizar ao

preso condições de trabalho ou de estudo, não se pode, consoante pacífica jurisprudência do STF e

STJ, cogitar de remição ficta ou presumida - ou, como preferem alguns, remição por trabalho ou estudo

ficto ou presumido -, sob pena de o Judiciário substituir-se ao Executivo na condução das políticas

públicas do setor prisional, com a soltura em massa de condenados, antes do tempo previsto em lei, o

que geraria abalo significativo na ordem e segurança públicas.

3

Estude inteligente, Estude Ad Verum! www.adverum.com.br

3ª QUESTÃO

De início, é relevante pontuar que inquéritos policiais e ações penais em curso, malgrado não possam

ser considerados maus antecedentes, indicam a probabilidade de reiteração delitiva, justificando a

decretação da prisão preventiva para garantia da ordem pública, consoante pacífica jurisprudência do

STF e STJ. Não há desrespeito à Súmula 444 do STJ.

Também se afigura de bom alvitre anotar que a classificação dada ao fato criminoso pela autoridade

policial não vincula o MP, a quem cabe formar livremente a opinio delict, podendo alterá-la quando do

oferecimento da denúncia, ou mesmo antes, ao se manifestar sobre a legalidade e necessidade da

convolação da prisão em flagrante em prisão preventiva.

Importante, ainda, consignar que eventual ilegalidade decorrente da falta da realização da audiência

de custódia, considerada indispensável pelo STF, fica superada pela conversão da prisão em flagrante

em prisão preventiva por decisão devidamente fundamentada, conforme sedimentada jurisprudência

do STJ.

Neste caso, há modificação do título legitimador da prisão, devendo o réu, se for o caso, insurgir-se

contra o decreto de prisão preventiva.

Feitas essas considerações iniciais, passa- se às respostas às questões propostas.

A) Na resposta preliminar do artigo 396-A, apresentada depois de recebida a denúncia, o réu poderá

arguir preliminares, apontando a falta de condições da ação ou de pressupostos processais, e sustentar

a inépcia da inicial acusatório. Ora, de nada adiantaria o artigo 396-A do Código de Processo Penal

possibilitar ao réu defesa indireta, contra a instauração do processo penal, se o juiz não pudesse

reconsiderar o recebimento da denúncia, para, à vista da reação defensiva, rejeitá-la, no todo ou em

parte. Ademais, apresentada a resposta preliminar, o juiz poderá absolver sumariamente o réu com

base numa daquelas hipóteses previstas no rol taxativo do artigo 397 do Código de Processo Penal.

Portanto, agiu corretamente o juiz. Há, contudo , orientação minoritária no sentido da ocorrência de

preclusão da decisão que recebeu a prefacial acusatória.

B) O princípio constitucional do contraditório é base legal para a manifestação do MP sempre que a

resposta do artigo 396-A arguir preliminares e/ou juntar documentos. Também se pode indicar a

combinação dos artigos 3° e 409 do Código de Processo Penal como fundamento legal.

C) Sim, a decisão é recorrível, porque afastar qualificadora articulada pela denúncia, por falta de justa

causa, constitui rejeição parcial da peça acusatória.

D) Cabível recurso em sentido estrito, com fulcro no artigo 581, I, do Código de Processo Penal.

E) Prevalecendo a decisão de rejeição parcial da denúncia, a prisão preventiva deverá ser relaxada em

virtude da inovação da classificação do delito, pois, em se tratando de réu primário, é inadmissível a

prisão preventiva se a pena máxima cominada não ultrapassar 4 ( quatro) anos, o que ocorre em se

tratando de furto simples. Relaxamento, e não revogação da preventiva. O relaxamento pressupõe

prisão ilegal- no caso, a ilegalidade é superveniente à decretação da preventiva, porque decorrente da

4

Estude inteligente, Estude Ad Verum! www.adverum.com.br

nova definição jurídica do fato-, enquanto a revogação pressupõe o desaparecimento dos motivos da

prisão preventiva.

5

Estude inteligente, Estude Ad Verum! www.adverum.com.br

4ª QUESTÃO

Inicialmente, impõe-se estabelecer a distinção entre acordo de colaboração premiada, colaboração

premiada e depoimento do agente colaborador.

O acordo de colaboração premiada é um negócio jurídico processual personalíssimo.

A colaboração premiada é meio de obtenção da prova ( técnica especial de investigação), nos termos

do artigo 3°, I, da Lei n°12.850/13.

O depoimento do agente colaborador é meio de prova, que, isoladamente considerado, não poderá,

em hipótese alguma, servir de base para a condenação, consoante dispõe o artigo 3°, § 16, da Lei

n°12.850/13.

Passa-se, agora, à resposta propriamente dita.

Fala-se em colaboração recíproca, ou cruzada , quando o depoimento do agente colaborador é

confirmado pelo depoimento de outro ou outros colaboradores. Inexistindo outras provas que a

corroborem , não poderá o juiz proferir sentença condenatória com base tão -só em colaboração

recíproca ou cruzada, porquanto o legislador estabeleceu uma presunção absoluta de ausência de

fidedignidade do depoimento do colaborador. Hipótese de prova legal negativa, que tem a finalidade

de evitar o erro judiciário.

Qualitativamente, não tem, o depoimento do colaborador, isoladamente considerado, valor

probatório.

Não se trata, portanto, de quantidade de depoimentos de colaboradores, mas de ausência, em virtude

de presunção legal absoluta, de valor probatório da palavra do colaborador, quando não confirmada

por outros meios de prova.

6

Estude inteligente, Estude Ad Verum! www.adverum.com.br

5ª QUESTÃO (7,00 pontos)

À luz do art. 10, § 3o, da Lei no 9.504, de 30 de setembro de 1997, com a redação que lhe foi conferida

pela Lei no 12.034, de 29 de setembro de 2009, cada partido político ou coligação partidária deve

preencher o mínimo de 30% (trinta por cento) e o máximo de 70% (setenta por cento) para

candidaturas de cada sexo.

Nessa ordem de ideias, na hipótese de candidatura laranja, “ocorre o mero lançamento de candidatas

com a única finalidade do cumprimento dessa cota, sem que as candidatas disputem a eleição de

verdade” (COSTA, Tailaine Cristina. Os Entraves das Candidaturas Femininas nas Disputas Eleitorais.

Disponível em: <http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI277303,101048-Os+entraves+

das+candidaturas+femininas+nas+disputas+eleitorais>. Acesso em: 14.06.2018). “Assim são

classificadas as mulheres que são registradas como candidatas com a finalidade de oferecer aos

partidos a possibilidade do registro dos candidatos masculinos”, de tal maneira que “muitas candidatas

apenas dão o nome, não fazem campanha e, logicamente, não recebem votos” (GONÇALVES, Dirceu

Cardoso. A Candidatura Laranja e as Cotas. Disponível em:

<http://www.jornaloeste.com.br/artigos/exibir.asp?

id=804&artigo=a_candidatura_laranja_e_as_cotas>. Acesso em: 14.06.2018).

Por fim, não pode ser olvidado que, nas eleições de 2016, levantamento estatístico do Tribunal

Superior Eleitoral revela que 16.131 candidatos não receberam votos e que, destes, 14.417 eram

mulheres.

Referência bibliográfica: GOMES, José Jairo. Direito Eleitoral. 9a ed. São Paulo: Atlas, 2013, p. 258.

7

Estude inteligente, Estude Ad Verum! www.adverum.com.br

6ª QUESTÃO (7,00 pontos)

Na questão em epígrafe, há 5 (cinco) erros que devem ser indicados pelo Promotor Eleitoral.

A um, porque a regra de perda do mandato eletivo em favor do partido político, por infidelidade

partidária, referente aos cargos do sistema proporcional não se aplica aos cargos do sistema

majoritário de eleição, como decidiu o Supremo Tribunal Federal por ocasião do julgamento da Ação

Direta de Inconstitucionalidade no 5.081/DF, sob a relatoria do Min. Luís Roberto Barroso.

A dois, porque o Ministério Público Eleitoral ou quem tenha interesse juridico, em nome próprio,

somente pode requerer a decretação do mandato eletivo, nos 30 (trinta) subsequentes, quando o

partido politico não formular o pedido dentro de 30 (trinta) dias da desfiliação partidária, de acordo

com o art. 1o, § 2o, da Resolução TSE no 22.610, de 25 de outubro de 2007.

A três, porque a competência para processar e julgar pedido relativo a mandato municipal é afeta ao

Tribunal Regional Eleitoral do respectivo estado, e não ao Juízo Eleitoral da localidade, em

conformidade com o art. 2o, in fine, da Resolução TSE no 22.610, de 25 de outubro de 2007.

A quarto, porque o tribunal, julgando procedente o pedido, deve decretar a perda do cargo,

comunicando a decisão ao Presidente da Câmara Municipal para que emposse o Vice-Prefeito, no

prazo de 10 (dez) dias, não havendo se falar em investidura do segundo candidato mais votado no

mandato eletivo, com fundamento no art. 10 da Resolução TSE no 22.610, de 25 de outubro de 2007.

Por último, malgrado a regra de perda do mandato eletivo por infidelidade partidária não seja aplicável

à hipótese, porque “o mandato eleitoral é do partido politico e, em tese, o parlamentar o perde” ao

ingressar em nova agremiação, ainda que integrante da mesma coligação partidária”, como deliberou

o Tribunal Superior Eleitoral na Consulta no 1.423/PI.

Referência bibliográfica: CÂNDIDO, Joel José. Direito Eleitoral Brasileiro. 15a ed. Bauru: Edipro, 2012,

p. 695.