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1 ANÁLISE DO ESTRESSE CAUSADO POR COMPETIÇÕES E SITUAÇÕES DE JOGO NO BASQUETEBOL João Pedro Lopes Gallo 1 Paulo Henrique Xavier de Souza 2 RESUMO O presente estudo objetivou identificar fatores, causas e situações estressantes na modalidade do basquetebol em atletas infantis, infanto-juvenis e adultos. Ainda objetivou-se relacionar a competição com o estresse; dividir os fatores estressantes mais comuns relatados pelos atletas infantis, infanto-juvenis e adultos e identificar os prejuízos causados pelo excesso de estresse. Na revisão de literatura visou-se encontrar situações vivenciadas pelos atletas que são possíveis geradoras de estresse, fator o qual poderia diminuir o desempenho e o rendimento dos mesmos. Observou-se que a exclusão social, conflitos com o técnico, problemas relacionados à preparação física, problemas sociais e de relacionamento com pessoas importantes e situações relacionadas ao jogo são problemas comuns a diversas modalidades esportivas. Além destes, concluiu-se que outros fatores também são contribuintes para geração de estresse no basquetebol, como por exemplo: medo de um desempenho pessoal e coletivo negativo, ansiedade e preocupação com o resultado da partida, nervosismo pré-jogo e a importância da competição e partida. Palavras-chave: Estresse. Competição. Basquetebol _______________________ ¹ Graduando do Curso de Educação Física/Bacharelado do Centro de Ciências da Saúde e do Esporte (CEFID), da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), Florianópolis-SC, Brasil. 2 Professor Mestre do Centro de Ciências da Saúde e do Esporte (CEFID) da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), Florianópolis-SC, Brasil. Orientador do artigo de conclusão de curso.

Artigo Estresse no Basquetebol

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ANÁLISE DO ESTRESSE CAUSADO POR COMPETIÇÕES E SITUAÇÕES DE

JOGO NO BASQUETEBOL

João Pedro Lopes Gallo1

Paulo Henrique Xavier de Souza2

RESUMO

O presente estudo objetivou identificar fatores, causas e situações estressantes na

modalidade do basquetebol em atletas infantis, infanto-juvenis e adultos. Ainda

objetivou-se relacionar a competição com o estresse; dividir os fatores estressantes mais

comuns relatados pelos atletas infantis, infanto-juvenis e adultos e identificar os

prejuízos causados pelo excesso de estresse. Na revisão de literatura visou-se encontrar

situações vivenciadas pelos atletas que são possíveis geradoras de estresse, fator o qual

poderia diminuir o desempenho e o rendimento dos mesmos. Observou-se que a

exclusão social, conflitos com o técnico, problemas relacionados à preparação física,

problemas sociais e de relacionamento com pessoas importantes e situações

relacionadas ao jogo são problemas comuns a diversas modalidades esportivas. Além

destes, concluiu-se que outros fatores também são contribuintes para geração de estresse

no basquetebol, como por exemplo: medo de um desempenho pessoal e coletivo

negativo, ansiedade e preocupação com o resultado da partida, nervosismo pré-jogo e a

importância da competição e partida.

Palavras-chave: Estresse. Competição. Basquetebol

_______________________

¹ Graduando do Curso de Educação Física/Bacharelado do Centro de Ciências da Saúde e do Esporte

(CEFID), da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), Florianópolis-SC, Brasil.

2 Professor Mestre do Centro de Ciências da Saúde e do Esporte (CEFID) da Universidade do Estado de

Santa Catarina (UDESC), Florianópolis-SC, Brasil. Orientador do artigo de conclusão de curso.

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INTRODUÇÃO

O esporte faz parte da história da humanidade desde os primeiros jogos

olímpicos, os quais tiveram início na Grécia Antiga. Muitos avanços são verificados

desde aquela época ao se analisar as competições atuais. Exemplo disto é o alto

rendimento dos atletas, o que incentiva a prática de atividade física nas pessoas,

independentemente da fase da vida.

De Rose Junior (2004), afirma que o esporte possui uma posição inegável de

destaque. Posição esta que tomou espaço na mídia e vem crescendo há mais de 30 anos.

As grandes competições, cada vez mais enfatizadas pela mídia, passaram de confrontos

a espetáculos para o público, seja ele qual for, sendo assistidos no mundo todo. Estas

competições são disputadas por destacados atletas de altíssimo nível técnico que se

superam dia após dia na busca de um ideal, servindo assim de “espelhos” a milhares de

jovens, os quais buscam no esporte uma possibilidade de ascensão social e financeira.

A competição é definida por ser uma situação onde dois ou mais indivíduos

disputam algo, um lugar, um meio, uma ordenação ou qualquer situação onde possa

existir interesse em obter aquilo que está em questão. Por este motivo, o esporte

desfruta da competição na sua essência. Para De Rose Junior (2002), a competição

significa enfrentar desafios e demandas que representam uma considerável fonte de

estresse para os atletas. Porém esta fonte dependerá dos atributos físicos, técnicos e

psicológicos de cada atleta.

No momento que falamos de estresse podemos ter a impressão de um fator

negativo e causador de problemas para o organismo humano. Segundo Meleiro (s. d.), o

estresse é um mecanismo fisiológico necessário para nosso processo evolutivo. Sem ele

nem nós e nem os outros animais teriam sobrevivido a situações perigosas. Nossos

ancestrais não teriam deixado descendentes caso algum animal selvagem os atacasse e

estes não reagissem imediatamente.

Segundo Margis et al. (2003), o estresse denota o estado gerado pela percepção

de estímulos que provocam uma excitação emocional. Estes estímulos disparam um

processo de adaptação pelo aumento na produção de adrenalina, o que desencadeia uma

série manifestações como distúrbios fisiológicos e psicológicos. Segundo estes mesmos

autores, um “agente estressor” se define como evento ou estimulo que provoca ou

conduz ao estresse.

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A competição tem o poder de induzir os participantes de um jogo a ganhar ou

perder, mensurando assim quem é o melhor. Neste caso, ocorre uma supervalorização

do “forte” e desvalorização do “fraco”, invariavelmente levando esse quadro a um

ambiente sócio-político, caracterizado pela grande desigualdade de classes

(MARQUES, 2004). Esta afirmação também é endossada por De Rose Junior (2002),

quando este cita que a competição faz aumentar a ideia de superioridade e inferioridade.

A competição é onde se conhecem os melhores, os piores, os vencedores e os

perdedores. Ela existe em todos os níveis, seja em âmbito regional, nacional ou

internacional, desde o esporte escolar até o esporte de alto rendimento.

Ao analisarmos a competição escolar não podemos classificá-la como uma

“guerra”, um confronto ou uma atividade apenas para os mais aptos (SOARES, 2008).

Comumente o âmbito competitivo é confundido como um local apenas para os mais

fortes, rápidos, inteligentes e habilidosos. Todavia, a competição a nível escolar não

deverá ser vivenciada e tratada desta maneira, pois ela tem o dever de agregar valores

pedagógicos às crianças.

Andrés e Ogawa (2012), afirmam que as competições transmitem às crianças e

adolescentes diversos tipos de valores como solidariedade, amizade, comunhão, respeito

um ao outro, a importância de competir, de evitar a derrota, de se dedicar à preparação

prévia e de ter a vitória como objetivo. Através desta vivência, as crianças e

adolescentes lidam com as suas expectativas, anseios, desejos e frustrações, além de,

também, ter que lidar com estes mesmos fatores de seus responsáveis e treinadores.

Por outro lado a competição, os ambientes e os desafios variam de acordo com

aspectos individuais e situacionais, podendo representar fonte de estresse dependendo

dos atributos físicos, técnicos e psicológicos de cada atleta.

A competição pode ser caracterizada por ser uma fonte geradora de estresse por

conter situações desafiadoras, dependentes dos aspectos individuais e momentâneos.

Variando de atleta para atleta, a resposta ao estresse dependerá de cada um, ou seja, de

sua preparação, ou não, para enfrentar determinadas situações mais simples ou mais

complexas.

A competição pode se tornar uma “carga” para jovens ou adolescentes, caso esta

os exponha ao máximo rendimento sem que haja um preparo físico, técnico, tático e

psicológico ideal para desempenhar um papel que pode não estar ao seu alcance. Isto

poderá acarretar em estresse físico ou emocional excessivo e, consequentemente,

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atrapalhar seu rendimento, podendo inclusive trazer frustrações, que poderão marcar

negativamente sua continuidade no esporte.

De Rose Junior (2004), afirma que os atletas de alto nível visam este título como

possibilidade de sucesso, realização de sonhos e estabilidade financeira. Segundo o

autor, o caminho é longo até o topo e a grande maioria desiste devido aos obstáculos e

sacrifícios. Apenas uma minoria supera o estresse gerado pela pressão interna e externa.

Treinos, compromissos, jogos, viagens, contusões, problemas pessoais e de

relacionamento são os principais fatores causadores do estresse. O autor também fala

que a maior incidência de atletas que largaram o esporte está nos jovens. Isso acontece

pela exclusão social e alienação dos estudos causados pelo enorme tempo necessário

dedicado ao esporte.

Essas situações podem ser potencialmente geradoras do cansaço mental e

conviver com elas passa a ser fundamental para a manutenção de um estado psicológico

aceitável que permita ao atleta, além de manter seu desempenho esportivo, tomar

conscientemente decisões importantes em diferentes momentos da competição (DE

ROSE JUNIOR, 2002).

Este estudo foi realizado visando à importância da identificação dos fatores

estressantes os quais prejudicam o desempenho dos atletas infantis, infanto-juvenis e

adultos no basquetebol. É de fundamental relevância esta identificação para que possam

ser desenvolvidos trabalhos psicológicos com a intenção de diminuir e até anular os

efeitos negativos do estresse nos resultados do atleta. Dentro da prática esportiva há

fases a serem superadas que devem estar integradas à construção dos pilares do

desenvolvimento social e esportivo, propriamente dito. Levando em consideração que

uma boa evolução depende diretamente de uma boa base para se chegar ao alto

rendimento, a motivação da escolha feita por um futuro atleta é aspecto importante a ser

trabalhado pela psicologia, pois nem todos almejam o esporte de alto rendimento e os

que almejam podem acabar, por causa de más escolhas, não chegando ao objetivo

(COQUEIRO & HONORATO, 2008, apud RAMIREZ, 1999).

Sendo assim, o presente estudo teve como objetivo identificar fatores, causas e

situações estressantes em atletas da modalidade do basquetebol. Nesta perspectiva,

pretendeu-se também: a) relacionar a competição com o estresse; b) caracterizar e

identificar os fatores e aspectos estressantes na modalidade do basquetebol; c) dividir os

fatores estressantes mais comuns relatados pelos atletas infantis, infanto-juvenis e

adultos; d) identificar os prejuízos causados pelo excesso de estresse; e) sugerir trabalho

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psicológico necessário para suprir o déficit causado pelo estresse. Uma busca por

fatores psicológicos intrínsecos e extrínsecos capazes de influenciar, tanto

positivamente, quanto negativamente o desempenho de atletas nas situações de jogo.

METODOLOGIA

O presente estudo foi realizado através de uma pesquisa bibliográfica de cunho

exploratório, a fim de proporcionar maior familiaridade com o problema. A revisão foi

elaborada a partir da análise de livros e artigos científicos nacionais e internacionais.

Para a inclusão dos artigos, foram adotados os seguintes critérios: relação com a

competição esportiva, relação com situações geradoras de estresse, relação de

problemas causados pelo estresse em atletas de diferentes modalidades e, também,

específicos ao basquetebol e relação com os níveis de ativação em atletas de diferentes

modalidades.

Esta revisão foi realizada em três fases: Fase 1 - Pesquisar e selecionar os artigos

que atendem aos critérios citados. Fase 2 - Leitura analítica, selecionar, dentre o

material encontrado, artigos diretamente ligado ao tema proposto. Fase 3 - Leitura

crítica, ou seja, excluir artigos os quais não tenham como foco principal do trabalho o

tema proposto.

Para análise, comparação e apresentação dos artigos, estes foram divididos em

duas categorias: relacionados a atletas infantis e infanto-juvenis e relacionados a atletas

adultos.

Ribeiro (2007), afirma uma pesquisa bibliográfica é a base que sustenta qualquer

pesquisa científica. Além disso, esta contribui para: definição dos objetivos do trabalho,

construções teóricas, planejamento da pesquisa, comparações entre as pesquisas já

realizadas e as lacunas ainda presentes.

REVISÃO DE LITERATURA

Partindo do conhecimento sobre os efeitos positivos e negativos do estresse

competitivo, buscou-se revisar na literatura questões biológicas e sociais, procurando

compreender o contexto dos atletas da modalidade do basquetebol e, partindo desta

análise, buscar estudos relacionados com o tema.

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Os tópicos foram organizados de forma coerente com a problemática estudada,

para melhor compreensão dos elementos envolvidos, a saber:

Estresse e níveis de ativação

Margis et. al. (2003), relatam que Hans Seyle, em 1936, introduziu o termo

“stress” no campo da saúde definindo-o como a resposta do organismo a um agente

estressor ou uma potencial situação geradora de estresse. Esta resposta vem da interação

das características da pessoa e das demandas do meio. Em outras palavras, vem da

percepção da diferença entre o meio interno e externo aliado à capacidade e velocidade

de resposta do organismo. Os autores afirmam que a resposta dada ao estressor

dependerá das capacidades cognitivas, comportamentais e fisiológicas de cada

individuo.

Segundo Noce & Samulski (2002, p. 133 apud LEVI, 1972; SEYLE, 1981 p.

683), o estresse é compreendido como a totalidade das reações de adaptação orgânica,

as quais objetivam a manutenção ou restabelecimento do equilíbrio interno e externo.

Estes autores apoiam o conceito que Margis et al. (2003), deram para o estresse. Kolb e

Whishaw (2002), também reforçam essa teoria afirmando que o estresse é o resultado da

ação de um agente estressor, que exerce força e produz uma resposta ao estresse no

receptor dele.

Greenberg (2002), afirma, porém, que este mecanismo não é perfeito e possui

sua limitação. Esta, quando ultrapassada, poderá desencadear um efeito desorganizador

no psicológico do atleta. As consequências deste efeito poderão, ainda, ser das mais

variadas possíveis, desde depressão e ansiedade até problemas coronarianos.

Situações de perigo são fontes geradoras de estresse. Todavia, o estresse em

questão torna-se necessário por ter a responsabilidade de gerar uma resposta,

proveniente do indivíduo, para que este possa se defender e contra-atacar ou, ainda,

tomar a decisão necessária na ocasião vivenciada. Estes cenários geram um nível de

ativação em nosso organismo que nos torna mais consciente e melhora nossa percepção

do meio. Samulski (2002), relata que um bom e controlado nível de ativação torna- se

imprescindível, porque melhora a coordenação dos nossos movimentos motores.

A ativação, para Correa et al. (2002), e Weinberg e Gould (2001), não está

ligada necessariamente a eventos agradáveis. Um atleta pode ficar altamente ativado ao

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conquistar uma medalha, ganhar um jogo ou uma prova e reagir da mesma maneira após

uma derrota ou desclassificação de uma competição importante.

Robazza, Pellizzari e Hanin (2004), consideram que o atleta que consegue

controlar seu nível de ativação, independentemente do nível que este esteja, para o nível

ideal de execução de ações futuras, possuirá maiores chances de sucesso, também, em

outras circunstâncias. Estes autores afirmam que o relaxamento físico pode melhorar o

controle do nível de ativação por reduzir a tensão do atleta, alterar o foco e os

pensamentos automáticos que o atleta tem antes e durante sua preparação para enfrentar

uma situação de perigo.

Diversos autores concordam que as dimensões de ativação envolvem atividades

fisiológicas e/ou psicológicas e estas se relacionam com os níveis de motivação do

atleta, podendo variar de um estado de sonolência a uma grande agitação (SAGE, 1984;

GOULD & KRANE, 1992; WEINBERG & GOULD, 1996; ROBAZZA, PELLIZZARI

& HANIN, 2004).

A competição esportiva

O jogo, competição ou desafio é o momento máximo do atleta. É onde ele

demonstra o máximo de suas habilidades e capacidades. Todavia suas deficiências

ficam aparentes e é a chance de comparar seu desempenho a algum padrão, ora pessoal

ora pré-determinado, o que será ditado pela modalidade desportiva. A competição não

está ligada apenas às experiências esportivas, ela pode ser usada também para agregar

valores e objetivos sociais, como melhoras na autoestima do aluno, na sua autonomia e,

ainda, na influência no desenvolvimento de seu caráter (DE ROSE, 2002; SOARES,

2008).

Além de agregar valores sociais, os esportes e as competições dão aos

participantes a oportunidade de aprender a competir e a lidar com os adversários. Isso

ensina a criança a conviver com a vitória, a derrota e, também, a vencer através de seu

esforço pessoal. Tais valores são de suma importância para o crescimento da criança,

visto que a sociedade é extremamente competitiva na sua essência, (BRACHT, 1986).

Freire e Scaglia (2003), consideram que a competição deve ser vista como um

conteúdo a ser aprendido por todos os alunos, de forma integral. Dessa maneira, os

alunos não apenas participariam do jogo, mas também teriam acesso à organização,

preparação, discussão e avaliação da competição.

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A competição esportiva é vista como um desafio e é a forma máxima de

expressão do esporte, além de estar cada vez mais enraizada no cotidiano das pessoas.

Seja direta ou indiretamente, a competição sugere uma série de atitudes e

comportamento de todos os envolvidos. Ela nos leva a imaginar jogos, lutas, corridas,

demonstrações de força e, consequentemente, nos abre um leque de interpretações sobre

sua correta preparação competitiva. Sejam coletivas ou individuais cada modalidade

exige uma demanda física, psicológica, tática e técnica específica (DE ROSE JUNIOR,

2002).

Este mesmo autor ainda cita exemplos de situações relacionadas à competição.

São elas: uma forma de disputa física e psicológica, superação de marcas, medição de

forças, apuração do melhor resultado, seleção entre indivíduos e grupos, confronto

direto, uma luta entre dois ou mais competidores, jogo, definição de vencedores e

perdedores, avaliação de rendimento, comparação de resultado e desempenho do atleta,

atividades com regras pré-definidas, busca da vitória, divertimento, prazer, alegria,

euforia, pressão, frustração, decepção, sentimento de dever cumprido e a vitória a

qualquer custo.

Segundo De Rose Junior, (2002, p. 21 apud DE ROSE JUNIOR, 1997), uma

competição pode ser fracionada em quatro etapas que são evidenciados durante todo o

processo competitivo:

CONFRONTO: entre dois ou mais indivíduos ou equipes.

De fato não há competição sem um confronto. Ele pode ser

pessoal (quando o atleta busca a superação de uma marca,

independentemente dos adversários), também poderá ser

com um adversário na forma de contato direto (lutas e a

maioria dos esportes coletivos) ou indireto (como na maioria

dos esportes individuais: ginástica olímpica, natação,

atletismo, e tênis e, em alguns esportes coletivos, como o

voleibol).

DEMONSTRAÇÃO das habilidades técnicas aprendidas e

desenvolvidas durante todo o treinamento e ao longo da

carreira do atleta. Neste momento, o atleta tem a

oportunidade de exibir todas as suas condições e o quanto

ele está, ou não, preparado para enfrentar as demandas do

processo competitivo de seu esporte.

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COMPARAÇÃO de um padrão autodeterminado ou

definido externamente. Quando se compete, sempre há uma

comparação com algum padrão, seja ele individual (o atleta

em relação às suas próprias condições), ou estabelecido

socialmente, desde que haja pessoas presentes para constatar

o desempenho.

AVALIAÇÃO com base nos padrões e no julgamento do

desempenho do atleta. Essa avaliação é feita pelas pessoas

presentes no evento. No entanto, nem sempre é feita por

pessoas preparadas, podendo assim não emitir um

julgamento com base científica e técnica. Na maioria das

vezes, a avaliação não segue critérios lógicos e pode ser feita

de forma aleatória, levando a sérios erros de julgamento e

injustiças. Esta avaliação pode ser quantitativa (quando se

privilegia o resultado) ou qualitativa (quando se avalia o

processo como um todo, ou apenas a qualidade do

movimento ou da ação realizada). Ela depende do tipo de

esporte. Alguns esportes têm uma possibilidade de avaliação

mais objetiva (em que os parâmetros são universais:

atletismo, futebol, basquetebol, voleibol, onde se predomina

a avaliação quantitativa) ou mais subjetiva (quando terceiros

realizam a avaliação com base em códigos de pontuação,

como na ginástica olímpica, saltos ornamentais, etc.).

Estresse e competição

Quando o assunto é estresse na competição esportiva, nota-se uma ligação

inquebrável entre os dois. Isso acontece porque a competição trás um bombardeio de

informações e situações estressantes para o atleta e este deverá tomar decisões a fim de

atingir o objetivo, que é a vitória. Observa-se que a competição possui aspectos

diretamente ligados à geração de estresse no organismo.

Pode-se sugerir que o estresse competitivo é derivado de duas situações básicas:

as diretamente relacionadas ao processo competitivo, que englobam fatores individuais

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e situacionais e as indiretamente relacionadas, compostas pelos fatores

extracompetitivos (DE ROSE JUNIOR, 1996).

Segundo Smith (1986), existem três fatores-chave que compõe o estresse gerado

pela competição:

A situação: que envolve uma interação entre as demandas

do ambiente e as particularidades. Quando há um equilíbrio

entre esses dois fatores, o estresse é mínimo. Mas quando

ocorre um desequilíbrio significativo em um deles, então o

estresse pode acontecer em níveis prejudiciais ao atleta. As

demandas poderão ser tanto de ordem interna (determinadas

pelo próprio indivíduo), quanto externa (determinadas pelo

ambiente competitivo).

A avaliação cognitiva tem uma importância muito grande

nesse processo, pois a intensidade das respostas emocionais

acontece em função de como os atletas interpretarão as

situações, seu significado e a habilidade que ele terá para

lidar com elas. As interpretações dependerão de uma série de

atributos pessoais como: crenças, autoconceito, nível de

habilidade, nível de condicionamento físico e nível de

expectativa.

As respostas (que poderão ser fisiológicas, motoras ou

psicológicas), por sua vez, estarão diretamente relacionadas

à avaliação cognitiva. Quando essa avaliação indicar que a

situação pode representar uma ameaça ao atleta, então

haverá uma mobilização de recursos para que ele possa lidar

com ela. Não conseguindo, o atleta poderá sofrer uma

influência negativa e ter, entre outras coisas, seu

desempenho prejudicado.

Todos estes três fatores serão diretamente afetados pelas características pessoais,

pela personalidade do atleta e por fatores motivacionais presentes no processo

competitivo. Alguns atletas poderão ser mais afetados por alguns fatores do que outros.

Isso dependerá diretamente da preparação fisiológica, técnica e psicológica dele. No

esporte, o estresse ocorre independente de idade, sexo, posição de jogo ou nível

competitivo dos atletas. Ele poderá ser positivo, ou seja, saudável ao organismo, quando

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representado por uma necessidade de alcançar ou manter a ativação e a concentração

ideais antes e durante o evento. Isto leva o atleta a mobilizar energias para alcançar seus

objetivos. No entanto, na maioria das vezes, o estresse torna-se excessivo, ultrapassando

a barreira benéfica ao organismo, caracterizando o que chamamos de estresse negativo

ou prejudicial, derivado de pressões externas ou do próprio indivíduo, transformando a

situação em uma ameaça ao bem estar e o desempenho do atleta (BARBOSA E CRUZ,

1997).

As situações diretamente relacionadas à competição podem ser divididas da

seguinte maneira: as que englobam fatores individuais (quando dependem quase

exclusivamente do atleta) e as que englobam fatores situacionais, quando dependem do

meio competitivo de forma geral (DE ROSE JUNIOR; DE ROSE JUNIOR,

DESCHAMPS E KORSAKAS, 1999).

Entre os fatores competitivos individuais, podemos destacar a personalidade dos

atletas, atributos pessoais (físicos, técnicos e psicológicos), pressões internas,

expectativas internas e/ou externas e seus objetivos.

Entre os competitivos situacionais, destacaram-se situações mais especificas de

cada esporte: preparação da equipe (volume, intensidade e qualidade das seções de

treinamento), presença, ou não, de pessoas importantes no processo (técnico,

arbitragem, adversários e companheiros de equipe), condições de materiais e uniformes

de treino e jogo, aspectos de organização da competição, infraestrutura da equipe, das

competições, os patrocinadores, entre outros.

A quantidade de estresse vivenciada pelo atleta pode estar relacionada com o

resultado da capacidade de interpretação e da avaliação dada à situação. Níveis

excessivos de estresse podem levar o atleta ao descontrole de suas ações, especialmente

quando houver pressões externas e emoções não controladas por ele (MILLER T.,

VAUGHN & MILLER J., 1990; SEGGAR, PEDERSEN, HAWKES & MCGAWN,

1997).

Em estudo realizado na Universidade Estadual de Santa Catarina, Strapassola,

Ruschel e Krebs (2009), analisaram 22 nadadores (5 do sexo feminino e 17 do sexo

masculino) com idade média de 13 anos e 6 meses (± 1 ano e 4 meses), aplicando um

questionário, o qual mediu os níveis de ansiedade-traço (personalidade), ansiedade-

estado (ansiedade momentânea) e de motivação.

De maneira geral, os resultados apontaram que os atletas apresentaram níveis

médios de ansiedade-traço (média de 22,59 pontos, em uma escala de 10 a 30 pontos),

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diferente dos níveis de ansiedade-estado que obtiveram uma variabilidade maior de

baixo a médio. No segundo teste, de ansiedade-estado os resultados apontaram que os

níveis de ansiedade-estado variaram entre baixos e médios, de acordo com os níveis de

competições.

Fatores e situações estressantes

Jones & Hardy (1990), afirmam que o desempenho esportivo resulta da

combinação de três fatores: fisiológicos, biomecânicos e psicológicos. Os fatores

fisiológicos apontam para os aspectos da preparação física do atleta, os quais permitem

suportar as diferentes cargas de exigência física das competições, treinamentos e testes.

Os fatores biomecânicos estão ligados à execução dos gestos específicos de cada

esporte, ou seja, seus fundamentos, dentro dos altos padrões técnicos para o nível do

atleta. Diferentemente dos anteriores, os fatores psicológicos são capazes de interferir

no desempenho do atleta, independente de sua condição física, de sua preparação

técnica e tática. Ainda de acordo com estes autores, há diversos exemplos de aspectos

psicológicos. Entre eles: motivação, ansiedade, atenção, concentração, agressividade.

De Rose Junior (2002), comenta que processo competitivo engloba fatores os

quais proporcionam condições para a atuação do atleta. Aspectos como torcida,

técnicos, clima, adversários, árbitros, local da disputa, são citados descrevendo os

agentes externos criadores de estresse. Estes, o atleta não obtém controle. Já noite mal

dormida, carga emocional, medo, insegurança, problemas em relacionamentos e

questões financeiras são exemplos de agentes internos, os quais o atleta está sujeito a

sofrer caso não tenha a preparação psicológica necessária para enfrentar determinada

situação.

Diversas modalidades como o atletismo, futebol, ginástica olímpica, handebol,

basquetebol, luta olímpica, natação, hóquei de campo, futebol americano e outros

esportes, possuem diversas situações causadoras de estresse, sejam elas particulares,

especificas a cada esporte, bem como situações gerais, comuns a todos eles. Entre os

autores que citam algumas situações comuns a todos os esportes, podemos citar: Jones e

Hardy (1990), De Rose Junior e Vasconcellos (1993), De Rose Junior, Vasconcellos e

Simões (1994) e De Rose Junior (1999).

Exemplos de algumas das situações relatadas pelos autores acima citados:

Má preparação física;

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Necessidade de manter o padrão

de desempenho;

Derrotas;

Longos períodos de preparação e

rotina de treinamento;

Falta de estrutura para

treinamento;

Problemas de alimentação;

Viagens longas;

Más condições dos locais de

competição;

Erros durante jogos;

Intervenções dos técnicos;

Discussões com companheiros de

equipe;

Arbitragem;

Dormir mal;

Problemas de relacionamentos

amorosos;

Problemas familiares: morte,

doenças;

Falta de recompensas;

Falta de tempo para lidar com

situações cotidianas;

Pressão da imprensa;

A maioria destas situações ocorre em qualquer nível de competição. Estes

autores concordam que o estresse está diretamente ligado ao meio competitivo e muitos

atletas conseguem conviver razoavelmente bem com estas situações. Os autores também

reconhecem que níveis elevados de estresse afetam negativamente o desempenho.

Todavia, a competição não representa necessariamente uma fonte de estresse prejudicial

ao atleta. Tudo dependerá da avaliação que ele fará da quantidade e intensidade das

situações provocadas pelo processo competitivo como um todo. Especialmente por

aquelas que surgem nos momentos de decisões importantes, pois nestas situações que o

atleta utiliza seus recursos psicológicos, técnicos, físicos e táticos próprios para lidar

com elas.

Com os quatro aspectos citados por De Rose Junior (2002, p. 21), não é de se

espantar que as pessoas envolvidas no processo competitivo, sejam elas atletas ou

técnicos, sofram um verdadeiro e constante bombardeio de informações, opiniões e

julgamentos que, como dito acima, podem originar de pessoas sem fundamentação

teórica, criando assim uma pressão errada ou inadequada para o desenvolvimento destes

atletas ou técnicos.

De Rose Junior (2002, p. 22), elaborou um quadro comparativo de vários

estudos realizados na década de 1990. Os estudos foram realizados, muitas vezes, com

diferentes modalidades. Segundo o autor, muitos outros foram desenvolvidos no mesmo

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período, porém os trabalhos citados são bastantes significativos devido à amostra e os

esportes em questão.

Autor(es) de ano de

publicação

Características da

amostra estudada

Situações causadoras de estresse

JONES e HARDY

(1990)

6 atletas e ex-atletas

de alto nível, norte-

americanos

(atletismo)

Estar mal fisicamente ou contundido;

Necessidade de manter o padrão de

desempenho;

Estar liderando uma prova e perder no final;

DE ROSE JUNIOR,

VASCONCELLOS

e SIMÕES (1993)

19 jogadores de

handebol da Seleção

Brasileira

participante dos

Jogos Olímpicos de

1992

Longos períodos de preparação;

Falta de jogos preparatórios;

Falta de estrutura de treinamento,

especialmente local de alojamento e

alimentação;

Falta de suporte financeiro;

DE ROSE JUNIOR

e

VASCONCELLOS

(1993)

41 jogadores de

basquetebol da

Seleção Brasileira

Adulta Masculina e

Feminina e da

Seleção Juvenil

Masculina

Perder lances-livres em momentos decisivos;

Sair com 5 faltas;

Jogar em más condições físicas;

Estar perdendo para equipe tecnicamente

inferior;

Arbitragem prejudicial a minha equipe;

GOULD, JACKSON

e FINCH (1993a)

17 patinadores

pertencentes à

seleção norte-

americana

Problemas de relacionamento com técnicos e

companheiros;

Expectativas quanto ao desempenho

(pessoais e dos outros);

Problemas físicos;

Condições dos locais de competição;

Dúvidas sobre a própria capacidade;

GOULD,

ECKLUND e

JACKSON (1993b)

20 lutadores

olímpicos norte

americanos

Própria competição;

Pressão da imprensa;

Expectativas pessoais de desempenho;

Período preparatório de treinamento;

Viagens longas e constantes;

DE ROSE JUNIOR,

VASCONCELLOS

e SIMÕES (1994)

19 jogadores de

handebol da Seleção

Brasileira

participantes dos

Jogos Olímpicos de

1992

Arbitragem

Jogar em más condições físicas

Ser excluído do jogo

Errar bolas decisivas

Ser substituído por estar jogando mal

Críticas do técnico

Conflitos com técnico e companheiros

SAMULSKI e

CHAGAS (1996)

152 jogadores de

futebol das

categorias juvenil e

juniores

Jogar machucado

Condição física inadequada

Conflitos com companheiros

Conflitos com técnico

Dormir mal na noite anterior à competição

BARBOSA e CRUZ

(1997)

143 jogadores de

handebol, adultos,

participantes de

competições

Errar em momentos decisivos

Injustiças de técnicos

Estar mal fisicamente

Pressão do público

15

nacionais em

Portugal

Problemas de relacionamento com pessoas

significativas da equipe

JAMES e COLLINS

(1997)

20 atletas de alto

nível

(várias modalidades

esportivas)

Influência de pessoas significativas na

competição;

Avaliação social;

Ansiedade competitiva;

Prontidão percebida;

Natureza da competição;

Demandas do meio ambiente;

Desempenhar fora dos padrões exigidos;

Aspectos variados (fadiga, contusões, etc..).

JACKSON, DOVER

e MAYOCCHI

(1998)

18 atletas

australianos de

diferentes

modalidades

esportivas,

ganhadores de

medalha de ouro em

Jogos Olímpicos

Desapontamentos ao longo da carreira;

Muitas pressões e expectativas quanto ao

desempenho e à própria carreira;

Falta de recompensas;

Situações específicas das diferentes

competições.

Com o estudo, o autor afirma que as principais situações causadoras de estresse

em atletas de alto nível com relação a problemas na carreira são:

Inexperiência no começo da carreira;

Medo de decepcionar as pessoas;

Futuros contratos;

Definição irreal de objetivos;

Necessidade de sempre jogar bem para estar no topo;

Autocobrança exagerada;

Ter que provar o valor a todo o momento;

Estar mal preparado fisicamente;

Falta de repouso;

Contusões ao longo da carreira.

Além disso, o autor também cita as situações mais apontadas pelos atletas como

as maiores causadoras de estresse:

Jogos decisivos;

Momentos decisivos de um jogo;

Jogo fácil que complica;

Perder jogo praticamente ganho;

Sair com cinco faltas;

Ficar na reserva;

Repetir os mesmos erros;

Omitir-se no jogo;

Jogar em más condições físicas;

Adversário desleal;

Conflitos com técnicos;

Conflitos com companheiros de equipe;

16

Técnico que só enxerga o lado negativo;

Técnico que só critica;

Companheiro egoísta;

Local inadequado para treinamentos e

jogos;

Treinamento em excesso;

Falta de férias;

Rotina de treinamento;

Falta de integração entre o grupo;

Torcida da própria equipe agressiva;

Cobranças excessivas de dirigentes ou

patrocinadores

Falta de apoio a jogador contundido;

Falta de organização das equipes e das

entidades organizadoras de

campeonatos;

Viagens constantes;

Problemas com alimentação;

Problemas com acomodações;

Excesso de jogos;

Arbitragem prejudicial à equipe.

Podemos perceber que os fatores mais citados entre os jogadores entrevistados

são: problemas de relacionamentos com pessoas importantes da competição

(arbitragem, técnicos, companheiros), problemas de irregularidade do desempenho do

atleta, expectativas pessoais frustradas, pressão pessoal ou da imprensa e outros fatores

psicológicos. É inegável, porém, a frequência de citações de problemas relacionados às

capacidades físicas.

Passer (1984) e Vasconcellos (1992) concordam que à medida que o atleta

vivencia situações e experiências novas, a percepção da competição aumentará e isso,

consequentemente, irá facilitar a analise do atleta, melhorando as respostas deste. Para

atletas bem preparados e com mais experiência, a competição poderá ter um caráter

desafiador, entretanto para novatos ou atletas despreparados, as mesmas situações

poderão ter uma conotação ameaçadora ao seu bem estar, seja ele físico, psicológico ou

social.

Situações geradoras de estresse são comuns e, com o passar dos anos, o

individuo vai estabelecendo um maior controle sobre seus atos. Quando este se depara

com situações estressantes, porém comuns a ele ou até mesmo em novas ocasiões, as

chances de uma escolha mais sábia são maiores. É natural que haja uma evolução nas

interpretações por parte do individuo ao longo dos anos diante destas situações. Caso

não houvesse, seria como se este tivesse parado no tempo, pois teria sempre os mesmos

medos, inseguranças e receios.

A competição testa diversos níveis físicos do atleta que, dependendo da

modalidade, poderão ser a chave para alcançar a vitória. A mesma competição nos

mostra, porém, que nem sempre o mais forte ou o mais habilidoso vencerá. No futebol é

17

comum um time dito mais frágil, por ser menos organizado, ter menor porte físico,

poucas horas de treinamento e outros fatores, conseguir vencer o time citado como

“favorito”. Jogar na casa do adversário, pressão da torcida, desentendimentos com

companheiros de time e técnico, desfocando o da partida e outros fatores psicológicos

podem ser determinantes no resultado de uma partida de futebol.

Assim, para competir o atleta deve estar muito bem preparado e se destacar entre

aqueles que praticam determinada modalidade esportiva. Pressupõe-se que ele deva

superar os mais elevados níveis de exigência, sejam eles físicos, técnicos, táticos ou

psicológicos. Tudo isto requer muito trabalho, planejamento e organização rigorosa,

visando o aperfeiçoamento dos requisitos necessários para obter os melhores resultados

(LIMA, 1990).

Fatores estressantes no basquetebol em atletas infanto-juvenis

Weis, Romanzini e Carvalho (2011), afirmam que a competição infanto-juvenil

é compreendida entre os sete anos (período chamado de segunda infância) até o final da

adolescência (por volta de 17 ou 18 anos). De Rose Junior (2002), alega que as

competições dos atletas infanto-juvenis são atividades realizadas por adultos e é onde

começa o processo de formação de equipes e as primeiras participações em torneios e

campeonatos.

Os treinamentos de basquetebol possuem bom nível técnico nos fundamentos

básicos da modalidade, porém, muitas vezes, o mesmo não acontece durante o jogo. Os

atletas respondem bem ao estresse e as situações que o basquetebol é capaz de expô-los,

todavia, quando estes atletas se deparam com uma situação de jogo, estes tendem a uma

redução do desempenho (WEIS, ROMANZINI E CARVALHO, 2011).

Estes mesmos autores elaboraram uma pesquisa com 37 crianças e adolescentes

do sexo masculino com idades entre 11 e 14 anos. A inclusão da amostra se dava com a

presença do atleta 24 horas antes da competição em foco, bem como no dia da

competição. O tempo de prática dos atletas era de 3,8 anos, o que aponta para atletas

com certa experiência na modalidade. A pesquisa constatou que os mais frequentes

apontamentos feitos pelos atletas questionados estão relacionados ao medo de

decepcionar as pessoas os quais o atleta se relaciona (técnico, companheiros de equipe,

pais) por culpa de performances ruins, ansiedade, medo, preocupação com o resultado

da partida, nervosismo antes do inicio da partida, assuntos ligados à competição (falar

18

muito sobre a partida), não conseguir pensar em outras situações que não na competição

em questão, sentir maior responsabilidade e ter insegurança em relação às próprias

capacidades.

Também foi possível constatar que os atletas da categoria infantil (13 e 14 anos)

apresentaram um maior número de sintomas relacionados ao estresse, comparado aos

atletas mais novos. Isso demonstrou que os atletas mais velhos da pesquisa sentem-se

mais pressionados se comparados às categorias mais novas.

Muñoz (2003), alega que a preparação de play-offs deverá ter uma atenção

especial, visto que os atletas deverão estar preparados para controlar as situações

estressantes, pois estas podem provocar reações emocionais que interferem na eficácia

das soluções encontradas pelos próprios atletas para combatê-las, o que inviabiliza as

ações tomadas contra elas pelo atleta.

Miguel (2008), realizou um estudo com 30 atletas da seleção brasileira juvenil e

18 atletas da seleção brasileira adulta. Estes relataram a incidência de diversos fatores

psicológicos. O autor questionou como o atleta se sentia momentos antes da

competição. Os resultados afirmaram que os itens mais apontados foram: emoções

contraditórias (emoções contraditórias para o mesmo fenômeno), emoções positivas

pelo momento vivenciado (valorização da posição de destaque na seleção brasileira),

auto-expectativas positivas (confiança nas capacidades, habilidades, competências

físicas, técnico/táticas e psicológicas próprias) e sentimentos de preocupação e

apreensão (preocupação com o desempenho próprio e coletivo nas competições

realizadas).

O autor da pesquisa ainda afirma que quanto mais incerto foi o resultado da

próxima partida ou competição, mais os atletas sofrem com emoções pré-competitivas

relacionadas à preocupação e ansiedade.

Castro (2008), realizou um estudo com 63 atletas de basquetebol em nível

escolar, com idades de 15 a 17 anos, onde concluiu que os fatores mais citados entre os

atletas foram relacionadas a duas categorias: competência individual e ao técnico.

Dentre as competências individuais que mais causam estresse nos atletas, podemos

citar: errar em movimentos decisivos, repetir os mesmos erros e cometer erros que

causem a derrota da equipe. Em relação a problemas com o técnico, os pontos mais

citados foram: condutas e escolhas feitas pelo técnico consideradas injustas, na visão

dos atletas, técnico que só enxerga o lado negativo, técnico que não valoriza o esforço

do atleta e excessivas críticas do técnico.

19

Fatores estressantes no basquetebol em atletas adultos

De Rose Junior (2001), afirma que o atleta pertencente à classe do alto nível

(participante de competições nacionais ou internacionais) deve estar sempre buscando

melhorar, evoluir, aprender novas técnicas e táticas para que tenha um maior

desenvolvimento. Manter um padrão altíssimo requer do atleta muito sacrifício.

Sacrifício que pode resultar em problemas com relacionamentos, ausência do atleta em

eventos/reuniões sociais, por causa do tempo dedicado a pratica. Isso acontece

independentemente da modalidade praticada, pois todas elas possuem, dia após dia,

níveis mais elevados de exigências físicas, técnicas, táticas e psicológicas e cabe ao

atleta acompanhar, caso este queira ter chances de chegar ao objetivo, que é a vitória.

Isto já deverá estar inserido no jogador de alto nível. O tempo dedicado à prática será

maior do que o tempo de lazer.

Miguel (2008), em seu estudo, também envolveu 18 atletas da seleção brasileira

adulta. O questionário foi aplicado da mesma maneira tanto para os atletas juvenis

quanto para os adultos, chegando à conclusão que os adultos também vivenciam uma

mistura de emoções. Dentre os atletas entrevistados, 61% valorizam mais emoções

ligadas ao momento vivenciado (posição de destaque na seleção brasileira), emoções

que levam à atitudes positivas, auto-expectativas positivas e também as emoções

contraditórias. Emoções estas que ficaram mais evidentes nos outros 39% dos atletas, os

quais apontaram mais comumente para situações que refletem ansiedade, nervosismo,

preocupação, emoções que antecipam positiva e negativamente os resultados.

O estudo realizado por De Rose Junior, Deschamps & Korsakas (1999),

envolveu 19 atletas com passagem pela seleção brasileira de basquetebol. Os atletas

foram entrevistados e suas respostas foram categorizadas como diretamente e

indiretamente relacionadas à competição. No total, os autores registraram 126 situações

consideradas estressantes. Destas situações, 114 (90,5%) estavam diretamente ligadas à

competição e 12 (9,5%) foram consideradas situações indiretas.

Em relação às situações diretamente ligadas à competição o estudo concluiu que,

por ordem de ocorrência, as situações causadoras do estresse estão relacionadas com: o

jogo, a influência de pessoas importantes, estados psicológicos e o planejamento e

organização da competição ou jogo. Medos e inseguranças, problemas com técnicos e

companheiros de equipe, a organização das equipes, a importância e dificuldade do jogo

20

e a própria competência são os fatores mais comuns e estes podem influenciar

negativamente no desempenho do atleta.

Já em relação às situações indiretamente ligadas à competição, os autores

concluíram que situações como problemas familiares, relacionamentos amorosos, falta

de uma vida social e estabelecimento de vínculos de amizades constantes e duradouras

foram algumas das situações apontadas sendo as causas de estresse entre os atletas

entrevistados.

Os autores ressalvam que apesar de terem sido citadas apenas 12 situações

indiretas à competição (número baixo em relação às 114 situações diretamente ligadas),

não se deve descarta-las, pois o estudo não mensurou o impacto e a intensidade delas no

desempenho dos atletas. É importante afirmar que qualquer uma delas pode ter um

impacto bastante significativo, do mesmo modo que qualquer uma das situações

diretamente ligadas pode ter.

CONCLUSÃO

Levando-se em consideração a literatura pesquisada, observa-se uma quantidade

relevante de pesquisas e estudos sobre situações e fatores causadores de estresse no

cotidiano de atletas, sejam estes infantis, infanto-juvenis ou adultos. É oportuno

destacar que os estudos citados chegaram a conclusões muito parecidas. Estes

apontaram para problemas de relacionamentos sociais, preocupação com o desempenho

pessoal e/ou coletivo e, ainda, problemas com a organização da equipe (treinamentos,

jogos e eventos), o que identifica a carência de trabalhos psicológicos na preparação

pré-competitiva de atletas, independentemente da modalidade estudada.

O estresse não é necessariamente um componente negativo presente em nosso

organismo. Sem ele seria impossível sobreviver frente a uma situação de risco, pois

teríamos de tomar decisões fundamentais para nossa sobrevivência. O estresse é o

conjunto de ações tomadas para reestabelecer o equilíbrio interno e externo. Este

desequilíbrio acontece quando o individuo se depara com uma situação incomum e tem

o dever de realizar uma ação para que consiga driblar, vencer, fugir ou o que for

necessário para se livrar e passar pela situação em questão.

Estas situações geram um nível de ativação responsável por uma melhor

percepção do ambiente ao nosso redor, bem como as tomadas de decisões futuras.

Aquele que conseguir controlar seu nível de ativação terá maiores chances de sucesso

21

do que aquele que não conseguir, pois esse controle melhora a coordenação dos nossos

movimentos motores e aumenta a chance de acerto por melhores decisões tomadas.

Em sendo o momento que o atleta demonstra suas habilidades e capacidades, o

que já caracterizaria a competição como uma fonte de estresse, o jogo expõe o atleta a

diversas outras situações que podem desvirtuar a atenção deste, prejudicando seu

desempenho. Caso o atleta tenha passado por algum problema em um relacionamento

amoroso, isso poderá deixa-lo ansioso, desfocado do jogo ou até mesmo desmotivado, o

que certamente diminuirá seu rendimento em um jogo, luta ou disputa.

Pensando no individuo em relação ao meio que ele atua, o esporte é um

acontecimento rico em situações desafiadoras, ou até mesmo ameaçadoras, já que os

atletas estão constantemente interagindo com o meio físico, de fato. Entre alguns

exemplos de interação podemos citar o local do jogo, os equipamentos, materiais e

pessoas diretamente ou indiretamente relacionadas ao processo competitivo como

companheiros de equipe, adversários, técnicos, árbitros, torcida e a imprensa. Todos

esses fatores podem estar presentes isoladamente ou de forma combinada, sendo

mediados por características como: nível de habilidade do atleta, grau de preparação,

tempo de prática, experiências anteriores, idade e sexo.

Ficou evidente que atletas passam por uma chuva de situações causadoras de

estresse. Observou-se que problemas relacionados à preparação física (longos períodos

de treinamento, rotina), problemas sociais e de relacionamento com pessoas importantes

(técnicos, companheiros de equipe, relacionamentos amorosos, familiares, imprensa) e

situações relacionadas ao jogo são comuns a diversas modalidades esportivas. Apesar

da quantidade de situações citadas, não significa que o atleta necessariamente terá um

desempenho negativo, afetado pela existência destes fatores. É neste momento que

incidirá a preparação psicológica do atleta, pois esta tem o papel de acalmar, focar e

concentrar este na competição. Isto tornará mais fácil a realização de uma correta

tomada de ação durante um momento decisivo.

O fator técnico é crucial no desempenho do atleta. Quando se trata de atletas de

categorias infantis e infanto-juvenis, o medo de decepcionar o técnico, técnico que só

enxerga o lado negativo, técnico que não valoriza o esforço ou o acerto, excessivas

críticas deste para com os atletas e conflitos com o mesmo são os aspectos mais citados

entre os problemas com o técnico.

Como visto anteriormente, a motivação da escolha feita pelo atleta precisa ser

trabalhada pela psicologia. Nem todos os praticantes da modalidade, seja esta qual for,

22

sonham em alcançar o nível profissional e os que sonham podem acabar não chegando

ao objetivo por falta de motivação. Falta, esta, causada por más escolhas ou mau

relacionamento do atleta ora com técnicos, ora com os seus responsáveis.

A exclusão social é fator inegável de estresse e desmotivação por parte de jovens

atletas. Devido ao tempo necessário à prática esportiva ora por competições, ora por

treinamentos, os atletas alienam-se de encontros sociais importantes para sua inserção

na sociedade. A busca pelo nível profissional pode ter um custo muito caro,

considerando todo o ambiente que é criado no contexto competitivo. As cobranças

pessoais e, principalmente, dos adultos envolvidos no processo, sejam eles pais ou

treinadores, a qualidade e intensidade dos treinamentos, o abandono dos estudos, a

exclusão de privilégios próprios da idade (festas, relacionamentos amorosos, etc.), são

fatores e situações reais que passam a fazer parte da vida do jovem que busca atingir o

seu objetivo de vida através do esporte.

No basquetebol não é diferente, pois problemas psicológicos também poderão

afetar o desempenho de um atleta ou time, independentemente da idade destes. Segundo

estudos vistos anteriormente, observa-se que medo de decepcionar pessoas importantes

para os atletas, medo de um mau desempenho pessoal e coletivo, ansiedade e

preocupação com o resultado da partida, nervosismo pré-jogo, assuntos ligados à

competição, importância da competição e partida e o fator técnico foram os aspectos

mais apontados pelos atletas de basquetebol.

É clara a grande incidência de fatores estressantes relacionados ao técnico, erros

em momentos decisivos, preocupações com o desempenho próprio e dos colegas,

nervosismo com o resultado da partida, nervosismo pré-jogo, ansiedade e

responsabilidade (presença na seleção brasileira) foram os mais citados entre os atletas

das categorias infantis e infanto-juvenis.

Os itens mais citados pelos adultos foram: a necessidade de uma contínua

evolução, manter um alto padrão de desempenho através de muito tempo dedicado ao

esporte (o que também é um fator estressante por gerar alienação social), ansiedade,

nervosismo pré-jogo, problemas com pessoas importantes, problemas relacionados ao

jogo ou competição, desacordos com os técnicos e companheiros de equipe, importância

e dificuldade da próxima competição ou campeonato disputado, medo de mau

desempenho próprio, problemas familiares (relacionamentos amorosos, brigas

familiares e amizades pouco duradouras), planejamento e organização de jogos (viagens

23

longas, problemas com treinamentos) estão entre os problemas psicológicos presentes

nos adultos.

Esta revisão mostra haver um déficit na realização de trabalhos psicológicos com

atletas das mais variadas modalidades. Questões como medo, ansiedade e preocupação

são exemplos de dificuldades enfrentadas pelos atletas que diminuem o desempenho dos

mesmos durante a partida. O presente estudo é apenas uma pequena demonstração da

grandiosidade do problema. Resta aos profissionais do esporte e da psicologia

trabalharem juntos a fim de amenizar os danos causados pelas dificuldades psicológicas

dos atletas. Ainda se abre um leque de possibilidades de buscas acerca do tema

apresentado. Para melhor precisão e tendo em vista as limitações deste estudo, sugerem-

se novas buscas na área do basquetebol, pois diversos trabalhos pesquisados relatavam

situações estressantes em outras modalidades que não o basquetebol.

24

ANALYSIS OF STRESS CAUSED BY COMPETITIONS AND SITUATIONS IN

BASKETBALL GAME

ABSTRACT

The study aimed to identify factors, causes and stressful situations in children’s,

young’s and adult’s basketball athletes. Yet, it also aimed to relate competition to stress;

divide most common stressors factors by athlete’s categories and identify the damage

caused by excessive stress. In literature review the objective was to find situations

experienced by athletes who are potential generators of stress, who could decrease

athlete’s performance and his throughput. There are a several stressful situations in

many sports, like social exclusion, technical conflicts, fitness issues, relationships

problems with important people and pregame situations. This study concluded that other

factors are also contributing to stress generation in basketball: fear of poor personal and

collective performances, pregame anxiety and concern, pregame jitters and the game or

competition importance.

Keywords: Stress. Competition. Basketball.

25

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