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CONTROLE MOTOR APLICADO AO ESTUDO DA REABILITAÇÃO MOTORA ALMEIDA, G.L. Ph.D., Universidade Estadual de Campinas - Instituto de Biologia - Depto de Fisiologia e Biofísica Email: [email protected] Nesta palestra mostramos como o conhecimento da biomecânica e da neurofisiologia pode ser utilizado no desenvolvimento de teorias para explicar as estratégias utilizadas pelo sistema nervoso para controlar a execução dos movimentos humanos. O objetivo destas estratégias é reduzir os graus de liberdade, representados pela complexidade e variações nas quais uma tarefa pode ser executada. Ao reduzir os graus de liberdade o controle dos movimentos, pelo sistema nervoso, fica facilitado. Inicialmente iremos discutir como o SN poderia utilizar estratégias na modulaçaão dos impulsos neurais (potenciais de ação) que chegam aos neurônios motores alfa. Via a modulação da intensidade e/ou duração da atividade muscular agonista e da latência antagonista o SN gera a força musculare necessária para a execução dos movimentos desejados. Para tanto serão discutidas as teorias da Estratégia Dual. Em seguida mostraremos que para a execução de tarefas multi-articulares existe uma co-variação linear entre os torques musculares gerados nas articulações envolvidas no movimento. Esta co-variação linear ocorre em termos da variação temporal e da magnitude dos torques musculares. Esta Segunda estratégia ocorreria então na forma em que o SN acopla e coordena a geração dos torques musculares, e foi denominada "Princípio da Co-variação Linear". Finalmente mostraremos como a estratégia Dual e o Princípio da Co-variação Linear podem ser utilizados no entendimento das disfunções motoras. Discutiremos preferencialmente os estudos realizados com indivíduos portadores da Síndrome de Down. O PAPEL DA FISIOTERAPIA NA PERFORMANCE DO ATLETA FONTANA. R.F. Fisioterapeuta da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo A fisioterapia, ou seja terapia da função, tem como objetivo tratar de indivíduos portadores de um quadro patológico e restabelecer a funcionalidade perdida decorrente deste quadro. Em medicina esportiva, na qual é alto o índice de lesões decorrentes da prática esportiva, principalmente em atletas de nível competitivo, observamos também indivíduos que apresentam alterações funcionais sem obrigatoriamente manifestarem a instalação de um quadro patológico. Entre elas podemos citar as alterações posturais relacionadas à prática esportiva, caracterizando o desequilíbrio do sistema ósteo-mio-articular, predispondo os indivíduos à lesões, além de comprometer o desempenho. Neste contexto, o tratamento fisioterápico preventivo tem como objetivo minimizar as alterações posturais, através dairhelhora da flexibilidade do indivíduo. Deve-se lembrar também da necessidade da integração do trabalho estático com treinamento do indivíduo através da reeducação dos atos motores específicos da modalidade. Além disso, o fisioterapeuta, através da avaliação clínica e funcional individualizada do atleta, pode colaborar com o treinamento orientando os indivíduos e respectivos treinadores quanto aos possíveis desequilíbrios musculares presentes e desempenho biomecânico do esporte em questão. Portanto, a prevenção associada à potencialização máxima das funções do atleta e à orientações de treinamento estão diretamente relacionadas ao desempenho do atleta, tornando claro a necessidade da atuação deste profissional dentro da equipe de treinamento destes indivíduos. PREVENÇÃO DE LESÕES MÚSCULO-ESQUELÉTICAS: ABORDAGEM PREVENTIVA DA FISIOTERAPIA COURY, H..I.C.G. Professora Doutora do Departamento de Fisioterapia - Universidade Federal de São Carlos Via Washington Luiz, Km 235. 13561-180 - São Carlos - SP Com a finalidade de atuar preventivamente a Fisioterapia precisa redirecionar seu foco de atenção, usualmente centrado nas lesões já instaladas, para situações com potencial de risco para o aparelho músculo-esquelético. Essas situações funcionais - domésticas, de lazer e, sobretudo, ocupacionais - expõe o aparelho músculo-esquelético a sobrecargas posturais, forças exces- sivas e repetitividade, predispondo-o a lesões. Esses riscos podem ser melhor evidenciados por um referencial teórico e metodógico que a Fisioterapia pode buscar em outras áreas afins, tais como a Ergonomia, a Biomecânica e a Saúde Ocupacional, adequan- do-o ao repertório da área. Após evidenciados, esses riscos podem ser controlados através de projetos de intervenção, voltados para a situação funcional dos indivíduos lesionados, com a finalidade de eliminar ou minimizar esses riscos. Assim municiado, o fisioterapeuta poderá atuar de maneira eficaz em um campo predominantemente multidisciplinar, para o qual ele pode contri- buir. O aumento das lesões músculo-esqueléticas observado na última década no Brasil justificam a necessidade da continuida- de de estudos na área. Esta palestra tem como objetivo descrever parte desse referencial de identificação e avaliação de riscos, ilustrando-o com resultados de estudos já desenvolvidos através dessa abordagem.

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artigo utilizando em trabalho em sala de aula. assunto massoterapia e suas aplicações na fisioterapia.

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CONTROLE MOTOR APLICADO AO ESTUDO DA REABILITAÇÃO MOTORA

A L M E I D A , G.L.

Ph.D. , Univers idade Estadual de C a m p i n a s - Instituto de Biologia - Depto de Fis iologia e Biofísica

Email : g l a@obe l ix .un icamp.b r

Nes ta palestra mos t r amos c o m o o conhec imen to da b iomecânica e da neurofis iologia p o d e ser ut i l izado no desenvolv imento de

teorias para expl icar a s es t ra tégias ut i l izadas pe lo s i s tema ne rvoso para controlar a execução dos m o v i m e n t o s h u m a n o s . O objet ivo

destas estratégias é reduzir os graus de l iberdade, representados pela complex idade e var iações nas quais u m a tarefa pode ser

executada. A o reduzir os graus de l iberdade o controle dos movimen tos , pelo s is tema nervoso , fica facili tado. Inicialmente i remos

discutir c o m o o SN poder ia utilizar estratégias na modu laçaão dos impulsos neurais (potencia is de ação) q u e c h e g a m aos neurônios

motores alfa. Via a modu lação da in tensidade e/ou duração da a t ividade muscular agonis ta e da latência antagonis ta o SN gera a

força musculare necessár ia para a execução dos m o v i m e n t o s desejados. Para tanto serão discut idas as teorias da Estratégia Dual .

Em seguida mos t ra remos que para a execução de tarefas mult i-ar t iculares existe u m a co-var iação linear entre os torques musculares

gerados nas ar t iculações envo lv idas no mov imen to . Esta co-var iação linear ocorre em te rmos da var iação temporal e da magni tude

dos torques musculares . Esta S e g u n d a estratégia ocorrer ia então na forma em que o SN acopla e coordena a geração dos torques

musculares , e foi d e n o m i n a d a "Pr inc íp io da Co-var iação Linear" . F ina lmente mos t ra remos c o m o a estratégia Dual e o Princípio da

Co-var iação Linear p o d e m ser ut i l izados no en tend imento das disfunções motoras . Discut i remos preferencia lmente os es tudos

realizados com indivíduos por tadores da S índ rome de Down .

O PAPEL DA FISIOTERAPIA NA PERFORMANCE DO ATLETA

F O N T A N A . R.F.

Fisioterapeuta da Faculdade de Med ic ina da Univers idade de São Paulo

A fisioterapia, ou seja terapia da função, tem c o m o objet ivo tratar de indivíduos por tadores de um quadro pa to lógico e restabelecer

a funcional idade perd ida decorrente deste quadro . Em medic ina esport iva, na qual é alto o índice de lesões decorrentes da prática

esportiva, pr inc ipa lmente em atletas de nível compet i t ivo , obse rvamos t ambém indivíduos que apresentam al terações funcionais

sem obrigatoriamente manifestarem a instalação de um quadro patológico. Entre elas podemos citar as alterações posturais relacionadas

à prática esport iva, carac ter izando o desequi l íbr io do s is tema ósteo-mio-ar t icular , p red i spondo os indivíduos à lesões, além de

compromete r o d e s e m p e n h o . Nes t e contexto , o t ra tamento fisioterápico prevent ivo tem c o m o objet ivo min imizar as alterações

posturais, através dairhelhora da f lexibil idade do indivíduo. Deve-se lembrar t a m b é m da necess idade da integração do trabalho

estático com treinamento do indivíduo através da reeducação dos atos motores específicos da modalidade. Além disso, o fisioterapeuta,

através da aval iação cl ínica e funcional individual izada do atleta, pode colaborar com o t re inamento or ientando os indivíduos e

respectivos t re inadores quan to aos poss íveis desequi l íbr ios musculares presentes e d e s e m p e n h o b iomecân ico do esporte em

ques tão . Portanto, a p revenção assoc iada à potencia l ização m á x i m a das funções do atleta e à or ientações de t re inamento estão

dire tamente re lacionadas ao d e s e m p e n h o do atleta, to rnando claro a necess idade da a tuação deste profissional dent ro da equipe de

t re inamento destes indivíduos .

PREVENÇÃO DE LESÕES MÚSCULO-ESQUELÉTICAS: ABORDAGEM PREVENTIVA DA FISIOTERAPIA

C O U R Y , H..I.C.G.

Professora Dou to ra do D e p a r t a m e n t o de Fis io terapia - Un ive r s idade Federal de São Car los

Via W a s h i n g t o n Luiz , K m 2 3 5 . 13561-180 - São Car los - SP

C o m a f inal idade de a tuar p r e v e n t i v a m e n t e a F is io terapia prec isa red i rec ionar seu foco de a tenção , u s u a l m e n t e cen t rado nas

lesões j á ins ta ladas , para s i tuações c o m potencia l de r isco para o apa re lho múscu lo -esque lé t i co . Essas s i tuações funcionais -

domés t icas , de lazer e, sob re tudo , ocupac iona i s - expõe o apa re lho múscu lo -esque lé t i co a sobreca rgas pos tura is , forças exces­

sivas e repeti t ividade, p red i spondo-o a lesões. Esses r iscos p o d e m ser melhor ev idenc iados po r u m referencial teór ico e metodógico

que a Fis io terapia p o d e busca r em out ras áreas afins, tais c o m o a E rgonomia , a B i o m e c â n i c a e a Saúde O c u p a c i o n a l , adequan­

do-o ao reper tór io da área. A p ó s ev idenc i ados , esses r iscos p o d e m ser con t ro lados a t ravés de proje tos de in te rvenção , vo l tados

pa ra a s i tuação funcional d o s i nd iv íduos l es ionados , c o m a f inal idade de e l iminar ou m i n i m i z a r esses r iscos . A s s i m munic i ado ,

o fisioterapeuta pode rá a tuar de mane i r a ef icaz em um c a m p o p r e d o m i n a n t e m e n t e mul t id isc ip l inar , pa ra o qual ele p o d e contr i ­

buir. O a u m e n t o das lesões múscu lo -e sque lé t i ca s o b s e r v a d o na ú l t ima década no Brasil jus t i f i cam a necess idade da cont inu ida­

de de es tudos na área. Es ta pa les t ra t e m c o m o obje t ivo desc reve r par te desse referencial d e ident i f icação e ava l i ação de r iscos,

i lus t rando-o c o m resu l t ados de e s tudos j á d e s e n v o l v i d o s a t ravés dessa a b o r d a g e m .