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TEXTO: GERALDO MONTEIRO Economia A primeira regra a ser seguida quando se pensa em abrir uma empresa de pequeno porte é levar em conta que não existe uma regra geral para o negócio. Não se deve olhar apenas para os setores que, aparentemente, oferecem maior oportunidade de negócios. O primeiro passo é examinar o mercado ou as oportunidades locais específicas. É bom que se saiba que não existem dois lugares que sejam iguais. O empreendedor deve exami- nar quais são seus pontos fortes e fra- cos e os setores de atividade sobre os quais tem maior conhecimento. Em seguida, tentar equacionar as duas coisas. Quatro pontos podem trazer problemas para uma nova empresa. 1. Quando o negócio começa a dar certo e se descobre que o mercado não apresenta o desempenho que seu fundador achou que estaria. Ao perceber isso, o fundador frequente- mente se recusa a aproveitar as opor- tunidades que existem e insiste que sua ideia original tem de estar certa e é sempre a melhor. 2. Quando a empresa cresce um pouco, ela sempre enfrenta uma cri- se financeira. Numa empresa nova, o crescimento sempre demanda in- vestimentos, em recursos humanos, financeiros e tecnológicos. Se a em- presa espera contar com a sorte para crescer sem investimento, esta pode não ser a melhor interpretação. 3. O terceiro ponto é que mui- to antes de a nova empresa assumir dimensões de média empresa, ela precisa de uma equipe administra- tiva organizada ou então desabará, porque não conseguirá suportar seu próprio crescimento. O momento de organizar a equipe é antes da neces- sidade se manifestar. 4. O fundador de uma empresa bem sucedida precisa decidir qual deve ser seu próprio papel. Quando a empresa atinge uma dimensão média, ela não poderá mais ser dirigida ape- nas por ele. Deve haver aí uma des- centralização do processo decisório Na era dos novos negócios, a empre- sa de pequeno porte terá o papel de sempre – gerando emprego e renda, mesmo sabendo que algumas delas estarão lutando, na melhor das hipó- teses, para sobreviver. A mudança no cenário dos negó- cios do futuro será a crescente impor- tância das empresas de menor porte e altamente focalizadas. n As chances de sucesso na nova realidade de mercado Geraldo Monteiro é Mestre em Administração pela Fecap e assessor econômico da ABCFARMA 42 | REVISTA ABCFARMA | DEZEMBRO / 2011

As chances de sucesso na nova realidade de mercado

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TexTo: Geraldo monTeiro

Economia

A primeira regra a ser seguida quando se pensa em abrir uma

empresa de pequeno porte é levar em conta que não existe uma regra geral para o negócio. Não se deve olhar apenas para os setores que, aparentemente, oferecem maior oportunidade de negócios.

O primeiro passo é examinar o mercado ou as oportunidades locais específicas. É bom que se saiba que não existem dois lugares que sejam iguais. O empreendedor deve exami-nar quais são seus pontos fortes e fra-cos e os setores de atividade sobre os quais tem maior conhecimento. Em seguida, tentar equacionar as duas coisas.

Quatro pontos podem trazer problemas para uma nova empresa. 1. Quando o negócio começa a dar certo e se descobre que o mercado não apresenta o desempenho que seu fundador achou que estaria. Ao perceber isso, o fundador frequente-mente se recusa a aproveitar as opor-tunidades que existem e insiste que sua ideia original tem de estar certa e é sempre a melhor.

2. Quando a empresa cresce um pouco, ela sempre enfrenta uma cri-se financeira. Numa empresa nova, o crescimento sempre demanda in-vestimentos, em recursos humanos, financeiros e tecnológicos. Se a em-presa espera contar com a sorte para crescer sem investimento, esta pode

não ser a melhor interpretação.3. O terceiro ponto é que mui-

to antes de a nova empresa assumir dimensões de média empresa, ela precisa de uma equipe administra-tiva organizada ou então desabará, porque não conseguirá suportar seu próprio crescimento. O momento de organizar a equipe é antes da neces-sidade se manifestar.

4. O fundador de uma empresa bem sucedida precisa decidir qual deve ser seu próprio papel. Quando a empresa atinge uma dimensão média, ela não poderá mais ser dirigida ape-nas por ele. Deve haver aí uma des-centralização do processo decisório Na era dos novos negócios, a empre-sa de pequeno porte terá o papel de sempre – gerando emprego e renda, mesmo sabendo que algumas delas estarão lutando, na melhor das hipó-teses, para sobreviver.

A mudança no cenário dos negó-cios do futuro será a crescente impor-tância das empresas de menor porte e altamente focalizadas. n

As chances de sucesso na nova realidade de mercado

Geraldo Monteiro é Mestre em Administração pela Fecap e assessor econômico da ABCFARMA

42 | revisTa ABCFARMA | dezemBro / 2011