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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA ANA CAROLINA DE MELO AMORIM AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO DOS PROFISSIONAIS EM ODONTOLOGIA NA DETERMINAÇÃO VISUAL DO BIÓTIPO PERIODONTAL NATAL/RN 2017

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO …2017.… · colocação de implantes. Sendo assim, aumenta as chances de sucesso e previsibilidade em reabilitações estéticas

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA

GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA

ANA CAROLINA DE MELO AMORIM

AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO DOS PROFISSIONAIS EM ODONTOLOGIA

NA DETERMINAÇÃO VISUAL DO BIÓTIPO PERIODONTAL

NATAL/RN

2017

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ANA CAROLINA DE MELO AMORIM

AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO DOS PROFISSIONAIS EM

ODONTOLOGIA NA DETERMINAÇÃO VISUAL DO BIÓTIPO PERIODONTAL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Odontologia da Universidade do Rio Grande do Norte como requisito parcial para obtenção do título de Cirurgião-Dentista. Orientador: Prof. Dr. Bruno César de Vasconcelos Gurgel

NATAL/RN

2017

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Universidade Federal do Rio

Grande do Norte - UFRN

Sistema de Bibliotecas -

SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial Prof. Alberto

Moreira Campos - •Departamento de Odontologia

BLACK D22071 RN/UF/BSO

1. Estética - Trabalho de Conclusão de Curso. 2. Periodontia

- Trabalho de Conclusão de Curso. 3. Fotografia Dentária -

Trabalho de Conclusão de Curso. I. Gurgel, Bruno Cesar de

Vasconcelos. II. Título.

Amorim, Ana Carolina de Melo.

Avaliação do conhecimentos dos profissionais em Odontologia

na determinação visual do biótipo periodontal / Ana Carolina de

Melo Amorim. - 2017.

45 f.: il.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Odontologia) -

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ANA CAROLINA DE MELO AMORIM

AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO DOS PROFISSIONAIS EM

ODONTOLOGIA NA DETERMINAÇÃO VISUAL DO BIÓTIPO PERIODONTAL

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado ao Departamento de

Odontologia da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte

como requisito parcial para

obtenção do título de Cirurgião-

Dentista.

Aprovado em: ____/____/______.

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________________________

Prof. Dr. Bruno César de Vasconcelos Gurgel – Orientador

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

___________________________________________________________

Prof. Dr. Euler Maciel Dantas – Membro Interno

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

___________________________________________________________

Prof. Dr.ª Patricia dos Santos Calderon – Membro Interno

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

NATAL/RN 2017

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A todos que souberam entender a minha ausência e que me apoiaram

independente da distância.

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AGRADECIMENTOS

À Deus, por sempre guiar meus passos e iluminar meus caminhos.

As minhas mães, Dona Alice e Leuda, por serem sempre tão amorosas

e dedicadas, por nunca duvidar do meu potencial e sempre me acolher com

palavras de amor e afeto sinceros.

Ao Prof. Dr. Bruno Gurgel, por ser, não apenas meu orientador, mas

também, um amigo paciente e dedicado, um profissional ímpar e um professor

exemplar.

A mestranda Lidya Araújo, por ser tão prestativa e dedicada em tudo

que faz, pelos conselhos, dicas e correções realizadas.

Aos meus amigos, que não precisam ser citados, porque sabem que são

como uma família pra mim. Obrigada por me amparar e apoiar em qualquer

decisão, sempre repletos de palavras de incentivo e amor.

A minha namorada Fabiana, por ser sempre minha maior motivadora,

por ser paciente e compreensiva com minhas ausências e por todas as

palavras de conforto nos momentos de angústias.

Aos membros da banca avaliadora, Prof. Dr. Euler Dantas e Prof.ª Dr.ª

Patricia Calderon, pelos comentários enriquecedores que, com certeza,

serão relevantes para o aprimoramento deste trabalho.

A todos os mestres, funcionários e pacientes, que contribuiram para a

minha formação não só acadêmica, mas também pessoal.

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“Mesmo quando tudo parece desabar, cabe a mim decidir entre rir ou chorar, ir

ou ficar, desistir ou lutar; porque descobri, no caminho incerto da vida, que o

mais importante é o decidir”.

Cora Coralina

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RESUMO

Objetivo: Avaliar o conhecimento dos profissionais em Odontologia na

determinação do biótipo periodontal por meio de questionário, usando uma

avaliação visual através de fotografias clínicas. Metodologia: Tratou-se de um

estudo observacional do tipo transversal. A amostra foi composta por 90

profissionais em odontologia divididos em 3 grupos constituidos de 30

participantes cada: clínicos gerais, periodontistas e especialistas em prótese

dentária. O questionário consistia de perguntas a respeito dos parâmetros que

são utilizados para determinar o biótipo periodontal na opinião de cada grupo

de profissionais e ainda determinar, por meio de 3 fotos, qual o tipo de biótipo

seria atribuído (fino, espesso, intermediário). Para análise dos dados, foi

aplicado o teste de concordância Kappa entre cada grupo e posteriormente os

testes de sensibilidade e especificidade. Resultados: O teste Kappa avaliou o

grau de concordância entre as respostas dadas por cada grupo de

profissionais, e encontrou concordância baixa (kappa = 0,160; p<0,05) entre os

periodontistas e protesisas, bem como entre protesistas e clínicos gerais

(kappa= 0,110; p= 0.142). Uma maior concordância, porém ainda fraca, entre

periodontisas e clínicos gerais (kappa = 0,291; p= 0,00). O questionário obteve

um valor de sensibilidade e especificidade maior para o diagnóstico do BP

espesso (95% de sensibilidade e 88% de especificidade para o grupo de

periodontistas; 84% de sensibilidade e 87% de especificidade para o grupo de

protesistas; 73% de sensibilidade e 80% de especificidade para o grupo de

clínicos gerais). Conclusão: A avaliação clínica do paciente por meio dos

parâmetros clínicos ainda é necessária para caracterizar o biótipo periodontal,

visto que a determinação usando análise visual por meio do fotografia,

independente da especialidade, não foi tão efetiva, embora o biotipo espesso

tenha sido o mais facilmente identificado.

Palavras chave: Periodontia; Fotografia dentária; Estética.

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ABSTRACT

Aim: To evaluate the knowledge of dental professionals in the determination of

the periodontal biotype by means of a questionnaire using a visual evaluation

through clinical photographs. Methodology: This was an observational cross-

sectional study. The sample consisted of 90 professionals in dentistry divided

into 3 groups consisting of 30 participants each: general practitioners,

periodontists and specialists in dental prosthesis. The questionnaire consisted

of questions about the parameters that are used to determine the periodontal

biotype in the opinion of each group of professionals and also determine,

through 3 photos, which type of biotype would be attributed (thin, thick,

intermediate). To analyze the data, the Kappa concordance test was applied

between each group and subsequently the sensitivity and specificity tests.

Results: The Kappa test evaluated the degree of agreement between the

answers given by each group of professionals, and found a low agreement

(kappa = 0.160; p <0.05) between periodontists and protestants, as well as

between general practitioners and clinicians (kappa = 0.110; p = 0.142). A

greater, but still weak, agreement between periodontists and general

practitioners (kappa = 0.291, p = 0.00). The questionnaire obtained a higher

sensitivity and specificity for the diagnosis of thick biotype (95% sensitivity and

88% specificity for the group of periodontists, 84% sensitivity and 87%

specificity for the group of prosthodontists; 73% sensitivity and 80% specificity

for the general practitioner group). Conclusion: The clinical evaluation of the

patient through the clinical parameters is still necessary to characterize the

periodontal biotype, since the determination using visual analysis through

photography, regardless of specialty, was not as effective, although the thick

biotype was the most easily identified.

Keywords: Periodontics; Dental photography; Aesthetics.

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SUMÁRIO

RESUMO........................................................................................................8

ABSTRACT....................................................................................................9

INTRODUÇÃO............................................................................................... 11

MATERIAIS E MÉTODOS.............................................................................13

Coleta de Dados..............................................................................................13

Análise dos Dados...........................................................................................14

RESULTADOS..............................................................................................16

DISCUSSÃO.................................................................................................. 22

CONCLUSÃO................................................................................................25

REFERÊNCIAS............................................................................................. 26

ANEXOS........................................................................................................ 28

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ORIGINAL│ORIGINAL

Avaliação do conhecimento dos profissionais em odontologia na

determinação visual do biótipo periodontal

Ana Carolina de Melo Amorim 1

Bruno César de Vasconcelos Gurgel 2

1 Graduanda em Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

2 Professor Associado I de Odontologia da Universidade Federal do Rio

Grande do Norte.

Departamento de Odontologia. UFRN. Av. Sen. Salgado Filho, 1787, Lagoa

Nova, 59056-000, Natal, RN, Brasil. Correspondência para / Correspondence

to: E-mail: <[email protected]>.

INTRODUÇÃO

A determinação do biótipo periodontal vem sendo estudada ao longo dos

anos como um fator influenciador na previsibilidade e, consequentemente, no

sucesso nos diversos tratamentos Odontológicos, seja na Ortodontia,

Implantodontia, Prótese Dentária, Dentística Estética ou Restauradora1. As

diferenças na arquitetura óssea e gengival que caracterizam cada biótipo

podem influenciar e alterar o resultado estético final de um tratamento

reabilitador e deve ser levado em conta num planejamento restaurador e pré-

operatório2.

A arquitetura óssea, espessura gengival, a quantidade de mucosa

ceratinizada (MC) e a forma das coroas dentárias são fatores que em conjunto

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ajudam a determinar as características do biótipo periodontal3 Segundo o

estudo de Rouck, são propostos três biótipos anatômicos: “fino”, apresentando

contatos interproximais próximos da borda incisal, estreita faixa de mucosa

ceratinizada adjacente, gengiva clinicamente delicada e fina, coroas delgadas,

triangulares e pouca convexidade cervical e osso alveolar relativamente fino;

“intermediário”, apresentando gengiva com aspecto fibroso e grosso, coroas

alongadas e triangulares, faixa de MC estreita e arco altamente biselado e

regular; e “espesso”, que apresenta acentuada convexidade cervical, contatos

interproximais maiores e posicionados apicalmente, ampla faixa de MC

adjacente, gengiva com aspecto fibroso e comparativamente mais grosso, arco

gengival de bordas arredondadas e coroas dentárias quadrangulares.3

Biótipos periodontais classificados como “finos” são fortemente

relacionados com retração gengival, deiscência, fenestração e apresentam

menor resistência à traumas durante a escovação2, menor previsibilidade pós-

cirúrgica de onde será o nível tecidual e maior dificuldade de formação da

papila adjacente a implantes imediatos2 .Em contrapartida, o biótipo “espesso”

é mais resistente à trauma de escovação se comparado com o “fino”, é mais

comum formar bolsas durante o processo inflamatório, e tem melhor

previsibilidade na cicatrização dos tecidos moles e duros pós-cirurgia, e estão

relacionados com a formação de papila adjacentes aos implantes imediatos2.

Através da identificação dessas características dos tecidos periodontais,

temos uma maior probabilidade de prever casos de recessões gengivas após

movimentação ortodôntica ou reabilitações restauradoras e protéticas,

reabsorção severa após exodontia, alteração de coloração dos tecidos após

colocação de implantes. Sendo assim, aumenta as chances de sucesso e

previsibilidade em reabilitações estéticas por meio de implantes e dentes se

consideramos o padrão de tecido mole adjacente como parâmetro clínico a ser

analisado5.

A fotografia digital está sendo cada vez mais utilizada como parte

integrante do cotidiano dos cirurgiões-dentistas, por oferecer vantagens

relacionadas ao tratamento. Quando capturadas de forma correta, as imagens

fotográficas podem ser utilizadas para inúmeras finalidades como: a

documentação e avaliação de trabalhos executados, ensino, comunicação

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entre profissionais, orientação aos pacientes, marketing e a elucidação de

demandas legais7.

Diante disso, com o objetivo de documentar o tratamento odontológico,

fotografias intra e extra-orais são utilizadas com frequência, já que durante o

tratamento as regiões periorais são susceptíveis a alteração fisiológica ou

provocada pelo operador. Dessa forma, esse recurso deveria ser utilizado

antes de qualquer procedimento, principalmente aqueles que estão

relacionados à estética ou alterações funcionais moduladas por tratamentos

protéticos e ortodônticos. Além disso, a fotografia odontológica serve como

ferramenta para auxiliar no plano de tratamento do paciente, como por

exemplo, o planejamento estético digital. Nessas situações, a imagem

apresenta proporções maiores que o natural, onde detalhes são facilmente

perceptíveis quando comparados clinicamente7.

Portanto, é de suma importância que os profissionais estejam aptos a

classificar o biótipo periodontal e conheçam a influência dessa informação no

resultado dos tratamentos.8,1 Em vista disso, o objetivo desse estudo foi avaliar

o conhecimento dos profissionais em Odontologia na determinação do biótipo

periodontal por meio de questionário, e de uma avaliação visual por meio

fotografias clínicas.

MATERIAIS E MÉTODOS

Tratou-se de um estudo observacional, do tipo transversal, que foi

previamente aprovado pelo Comitê da Universidade Federal do Rio Grande do

Norte com o parecer 2.326.985 (ANEXO A). A inclusão dos participantes no

estudo ocorreu somente mediante assinatura do Termo de Consentimento

Livre e Esclarecido (TCLE).

A amostra, não probabilística, foi constituída por 90 cirurgiões-dentistas,

registrados no Conselho Regional de Odontologia do Rio Grande do Norte, de

ambos os sexos, distribuídos em três grupos, formados por 30 participantes

cada. O primeiro (Grupo 1) formado por profissionais Clínicos Gerais, o

segundo formado por profissionais especialistas em Periodontia (Grupo 2) e o

último formado por profissionais especialistas em prótese dentária (Grupo 3),

selecionados de forma aleatória. Foram selecionadas tais especialidades por

atuarem diretamente com a estética e o tecido gengival.

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Foram excluídos da pesquisa os cirurgiões-dentistas autodeclarados

periodontista ou protesistas, mas não registrados no Conselho Regional de

Odontologia e aqueles que desistiram de responder ou que se recusaram a

assinar o termo de consentimento livre e esclarecido.

Cada profissional recebeu um questionário online por meio de correio

eletrônico, onde teve que preencher dados como: sexo biológico, idade,

especialidade, tempo de formado, parâmetros clínicos utilizados para

determinar o biótipo periodontal e analisar visualmente três distintas fotografias

de sorriso.

Coleta dos dados

Um questionário online (ANEXO B) foi construído no Google formulários,

utilizando informações sócio demográficas, tempo de formado, especialidade

bem como pergunta a respeito dos parâmetros clínicos utilizados para

determinação dos biótipos periodontais e fotografias intra-orais de três tipos de

biótipos (ANEXO C) para que os profissionais pudessem estabelecer um

diagnóstico, baseado nos parâmetros clínicos utilizados por De Rouck et al.

(2009) para determinar os tipos de biótipos (quadro 1).

O questionário online (ANEXO B) foi construído no Google formulários,

utilizando informações sócio demográficas, tempo de formado, especialidade

bem como pergunta a respeito dos parâmetros clínicos utilizados para

determinação dos biótipos periodontais e fotografias intra-orais de três tipos de

biótipos (ANEXO C) para que os profissionais pudessem estabelecer um

diagnóstico, baseado nos tipos de biótipos determinados por De Rouck et al.

(2009) (quadro 1).

Quadro 1: Características dos biótipos periodontais de acordo com De Rouck, 2009.

FINO ESPESSO INTERMEDIÁRIO

Gengiva clinicamente delicada e fina

Gengiva de aspecto fibroso e comparativamente mais grossa

Gengiva aspecto fibroso e grosso

Coroas alongadas e triangulares

Coroas quadrangulares Coroas alongadas

Estreita faixa de mucosa ceratinizada adjacente

Ampla faixa de mucosa ceratinizada adjacente

Faixa de Mucosa ceratinizada estreita

Osso alveolar relativamente fino

Arco gengival de bordas arredondadas

Arco biselado e regular

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Pouca convexidade cervical

Acentuada convexidade cervical

Contatos interproximais próximos a borda incisal

Contatos interproximais maiores e posicionados apicalmente

Sonda visível por translucidez da margem gengival livre durante a sondagem

Sonda não visível por translucidez da margem gengival livre durante a sondagem

Presente de maneira menos definida

Fonte: Adaptado de De Rouck et al. (2009).

As imagens intra-orais foram registradas por meio de uma câmera da

marca Canon EOS 6D, com as seguintes especificações: lente objetiva Canon

MACRO 100mm e abertura da lente 1:2:8 com flash circular e utilizado um

protocolo para fotografia digital conforme descrito por Bengel & Chu (2005). A

utilização do afastador labial promoveu o afastamento dos tecidos moles

visando melhor visualização da região anterior da maxila.

As fotografias foram registradas por paciente com posicionamento do

plano de Frankfurt paralelo ao chão. No ato da fotografia, a luminosidade e

distância (60 cm) foram padronizadas, onde o centro da lente estava

coincidente com a linha média do paciente.

O questionário foi disponibilizado online, via e-mail, aos profissionais que

se propuseram a participar do estudo. Os profissionais foram orientados a

observar as fotografias, pelo tempo que julgasse necessário, e classificar o tipo

de biótipo periodontal que melhor representasse sua opinião.

Análise dos dados

A análise estatística descritiva foi realizada com os dados qualitativos e

os resultados apresentados por meio de frequências em tabelas. A tabulação

dos dados foi realizada numa planilha no programa Excel® (Microsoft USA).

Posteriormente, os dados foram transferidos para o programa estatístico

SPSS® 22.0 (Statistical Package for Social Science), seguindo da análise do

valor do nível de concordância entre as especialidades obtidos através do teste

Kappa. As respostas dadas pelos cirurgiões-dentistas foram, ainda,

comparadas ao diagnóstico padrão das fotografias a fim de se verificar a

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validade desse meio diagnóstico em relação a sua sensibilidade e a

especificidade e valores preditivos positivos e negativos.

RESULTADOS

A amostra do estudo consistiu de 90 profissionais de Odontologia,

subdivididos em 3 grupos das seguintes áreas de atuação: 30 (33,3%)

especialistas em periodontia e/ou implantodontia, 30 (33,3%) especialistas em

prótese dentária e 30 (33,3%) clínicos gerais, sendo composta por 40 homens

(44,4%) e 50 mulheres(55,6%), com faixa etária variando de 21 a 52 anos e

média de 30 (± 6,89) anos.

Em relação ao tempo de formado, verificou-se que 29 (32,2%)

profissionais possuíam menos de 2 anos, 25 (27,8%) profissionais entre 2-5

anos, 12 (13,3%) profissionais entre 5-10 anos e 24 (26,7%) profissionais

acima de 10 anos.

Tabela 1. Valores do Coeficiente Kappa ponderado em relação ao tempo de

formado e a classificação dos biótipos periodontais. Natal/RN 2017.

VALOR DO COEFICIENTE KAPPA PONDERADA

FINO ESPESSO INTERMEDIÁRIO

Menos de 2 anos de formado

0,13 0,57 0,20

Entre 2-5 anos de formado

0,30 0,53 0,17

Entre 5-10 anos de formado

0,16 0,76 0,11

Acima de 10 anos de formado

0,47 0,8 0,37

Fonte: dados da pesquisa.

Dentre os dez parâmetros clínicos presentes no questionário (Anexo B),

cinco foram mais associados a determinação do biótipo periodontal, com uma

porcentagem maior que 50%. As respostas aos parâmetros clínico foram as

seguintes: 73 (81,1%) profissionais consideraram a espessura da mucosa

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ceratinizada como resposta, 63 (70%) profissionais consideraram largura da

faixa de mucosa ceratinizada, 57 (63,3%) profissionais consideraram a

transparência à sondagem, 49 (54,4%) profissionais consideraram altura e

largura das papilas e 46 (51,1%) profissionais consideraram textura, 44 (48,9%)

profissionais selecionaram o aspecto gengival, 41 (45,6%) profissionais

selecionaram contorno da margem gengival, 33 (36,7%) profissionais

selecionaram cor, 32 (35,6%) profissionais selecionaram profundidade à

sondagem e 18 (20%) profissionais selecionaram altura e largura das coroas.

Somente dois profissionais associaram todos os parâmetros clínicos presentes

no questionário para determinação do biótipo periodontal, sendo um protesista

e outro periodontista.

A tabela 2 demonstra que a prevalência dos parâmetros clínicos assinalados

deu-se entre cinco e seis em todos os grupos, sendo que obtivemos

preponderância em cinco indicadores nos periodontistas, e predomínio de seis

parâmetros nos grupos de protesistas e clínicos gerais.

Tabela 2. Análise da distribuição dos parâmetros clínicos assinalados pelos 3

grupos (periodontistas, protesistas e clínicos gerais). Natal/RN 2017.

QUANTIDADE DE PARÂMETROS

CLÍNICOS ASSINALADOS

PERIODONTISTAS

PROTESISTAS

CLINÍCOS GERAIS

1 0 1 0

2 3 0 1

3 3 5 6

4 4 4 6

5 9 6 6

6 5 7 7

7 4 3 4

8 1 2 0

9 0 1 0

10 1 1 0

TOTAL 30 30 30

Fonte: Dados da pesquisa.

A análise subjetiva da primeira fotografia, onde foi registrado um biótipo

periodontal do tipo fino, tiveram 50 (55,6%) identificações como fino, 36 (40%)

como intermediário e 4 (4,4%) como espesso. Na segunda fotografia, que

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apresenta um biótipo periodontal classificado como espesso, tivemos 61

(67,8%) profissionais que classificaram corretamente, enquanto que 16 (17,8%)

identificaram como do tipo intermediário e 13 (14,4%) do tipo fino. Já na

terceira e última fotografia, na qual foi registrado um biótipo classificado como

intermediário, tivemos 47 (52,2%) acertos, 36 (40%) profissionais que

classificaram como tipo fino e 7 (7,8%) assinalaram a alternativa que

classificava como espesso. O número de acertos no diagnóstico do biótipo fino

foi: 17 (56,7%), 18 (60%) e 15 (50%) para periodontista, protesista e clínicos

gerais, respectivamente. O número de acertos no diagnóstico do biótipo

espesso foi: 22 (73,3%), 22 (73,3%) e 17 (56,7%) para periodontista,

protesistas e clínicos gerais, respectivamente. Já o número de acertos no

diagnóstico do biótipo intermediário foi: 16 (53,3%), 15 (50%) e 17 (56,7%) para

periodontistas, protesistas e clínicos gerais, respectivamente.

Com relação ao nível de concordância entre os grupos, foi observado

um maior número de associação positiva no diagnóstico do biótipo espesso

(Kappa = 0,160 e p = 0,032 entre o grupo de periodontistas e protesistas;

Kappa= 0,291 e p<0,0001 entre o grupo de periodontistas e clínico geral;

Kappa= 0,110 e p=0,142 entre o grupo de prótese e clínico geral). Enquanto

que o biótipo intermediário apresentou um menor nível de concordância,

conforme apresentado na tabela 4.

Pode-se observar um maior nível de concordância para o biótipo

periodontal do tipo intermediário quando comparamos o diagnóstico por meio

da análise visual dos periodontistas e clínico geral. Enquanto que o menor nível

de concordância deu-se na determinação do tipo espesso, conforme

apresentado na tabela 4.

Observou-se um maior nível de concordância entre os protesistas e

clínicos gerais na caracterização de dois tipos biótipos: tanto o fino quanto o

espesso obtiveram o mesmo valor numérico. Entretanto, um menor nível de

concordância foi observado na classificação do intermediário, conforme

apresentado na tabela 3.

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Tabela 3. Valores com relação ao nível de concordância para biótipo do tipo fino,

espesso e intermediário entre o grupo de periodontistas, protesistas e clínicos gerais.

Natal/RN 2017.

PROTESISTAS

FINO ESPESSO INTERMEDIÁRIO TOTAL FINO 14 3 15 32 PERIODONTISTAS ESPESSO 2 15 6 23 INTERMEDIÁRIO 16 8 11 35 TOTAL 32 26 32 90

CLÍNICOS GERAIS

FINO ESPESSO INTERMEDIÁRIO TOTAL PERIODONTISTAS FINO 17 5 10 32 ESPESSO 7 12 4 23 INTERMEDIÁRIO 10 6 19 35 TOTAL 34 23 33 90

CLÍNICOS GERAIS

FINO ESPESSO INTERMEDIÁRIO TOTAL PROTESISTAS FINO 13 4 15 32 ESPESSO 6 13 7 26 INTERMEDIÁRIO 15 6 11 32 TOTAL 34 23 33 90

Fonte: Dados da pesquisa.

Pode-se observar que a concordância entre os três grupos de

profissionais é estatisticamente diferente de zero, indicando que existe alguma

correlação entre as respostas dadas. Considerando que a concordância

perfeita é a de 1,00, observou-se um valor considerado baixo, porém,

estatisticamente significativo quando se correlacionou periodontistas e

protesistas e entre protesistas e clínicos gerais, mas sem significância

estatística para esse último (Tabela 4). No entanto, entre periodontistas e

clínicos gerais obteve-se um dado considerado razoável (0,291) e

estatisticamente significativo, de acordo com a interpretação de Landis e Koch

(1977) (Tabela 6).

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Tabela 4. Valores do Coeficiente Kappa ponderada para os três grupos

analisados. Natal/RN 2017.

VALOR DO COEFICIENTE KAPPA PONDERADA

FINO ESPESSO INTERMEDIÁRIO

Periodontistas 0,31 0,76 0,20

Protesistas 0,36 0,68 0,21

Clínicos gerais 0,17 0,49 0,29

Fonte: dados da pesquisa.

Tabela 5. Interpretação do Coeficiente Kappa.

VALOR DO COEFICIENTE KAPPA NÍVEL DE CONCORDÂNCIA

<0 Não existe concordância 0-0,19 Concordância mínima

0,20-0,39 Concordância Razoável 0,40-0,59 Concordância Moderada 0,60-0,79 Concordância Substancial 0,80-1,00 Concordância Perfeita

Fonte: Landis JR, Koch GG. The measurement of observer agreement

for categorical data. Biometrics 1977; 33: 159-174.

Através dos resultados de sensibilidade e especificidade obtidos por

meio das respostas dos três grupos, foi possível verificar que o diagnóstico do

tipo espesso obteve maior número de acertos e foi mais facilmente distinguível

dos demais biótipos, apresentando um valor de 95% de sensibilidade e 88% de

especificidade para o grupo de periodontistas, 84% de sensibilidade e 87% de

especificidade para os protesistas e 73% de sensibilidade e 80% de

especificidade para os clínicos gerais. Em contrapartida, os três grupos

apresentaram dificuldade em diferenciar o biótipo fino e intermediário, em que

os especialistas tanto em periodontia quanto em prótese dentária obtiveram um

maior número de acertos no biótipo do tipo fino, enquanto que o grupo de

clínicos gerais obteve uma maior quantidade de acertos no biótipo do tipo

intermediário.

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Os valores preditivos positivos e negativos determinaram que, com essa

análise visual, existe a probabilidade de 56% de o diagnóstico fino ser

identificado corretamente e de 75% de distinguir o que não seria classificado

com fino.

Tabela 6. Valores de sensibilidade (s), especificidade (e), valor preditivo

positivo (VPP) e valor preditivo negativo (VPN) do questionário de acordo com

os resultados obtidos por meio da análise visual para determinação do biótipo

periodontal. Natal/RN 2017.

PERIODONTISTAS PROTESISTAS CLÍNICOS GERAIS

S E VPP VPN S E VPP VPN S E VPP VPN

FINO 53% 77% 56% 75% 60% 79% 60% 76% 44% 73% 50% 68%

ESPESSO 95% 88% 73% 98% 84% 87% 73% 93% 73% 80% 56% 90%

INTERMEDIÁRIO 45% 74% 53% 68% 46% 74% 50% 71% 51% 77% 56% 73%

S (sensibilidade); E (especificidade); VPP (valor preditivo positivo); VPN ( valor preditivo

negativo).

Fonte: dados da pesquisa.

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DISCUSSÃO

O entendimento dos conceitos periodontais relacionados ao biótipo

periodontal são fundamentais para a individualização dos planejamentos e

consequentemente, dos tratamentos relacionados à reconstrução tecidual no

universo da periodontia e implantodontia9. Alguns autores dividem as

características relacionadas ao biótipo em periodonto plano/espesso e

fino/festonado, levando em consideração a arquitetura óssea e do tecido mole.

10,11. Outros autores incluem mais aspectos do complexo mucogengival e

dentário nessa concepção e incluem o tipo intermediário nessa classificação

3,12,13,14

Muitos métodos têm sido propostos para avaliar os tecidos e classificar

esses biótipos periodontais, porém, não existe um método padrão-ouro

3,1.Apesar disso, é importante que as diversas abordagens de avaliação

estejam ao alcance do profissional para que os mesmos sejam capazes de

realizar um diagnóstico preciso no planejamento de tratamentos estéticos.

Metodologias clínicas que envolvem a medida da transparência a

sondagem 3, 15, 16,17 largura e espessura da mucosa ceratinizada, altura e

largura da papila das coroas dentárias são as mais discutidas na literatura 18, 19,

20,3,2,21. Adicionalmente, medidas realizadas por meio da utilização da

tomografia computadorizada têm contribuído para auxiliar na determinação de

alguns desses parâmetros como a espessura da tábua óssea e espessura

gengival22. Mais recentemente, as fotografias têm contribuído como mais um

meio de documentação e planejamento por meio da avaliação visual dos

tecidos periodontais e peri-implantares12

O presente estudo buscou avaliar o conhecimento de profissionais em

Odontologia divididos em 3 categorias (periodontistas, protesistas e clínicos

gerais) na determinação do biótipo periodontal por meio da análise visual

subjetiva de três fotografias intra-orais que apresentavam os diagnósticos fino,

espesso e intermediário a partir de uma avaliação clínica prévia por meio da

medição da espessura gengival, faixa de mucosa ceratinizada, altura e largura

das papilas e transparência a sondagem.

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Ao comparar por meio do teste Kappa, os resultados revelaram um nível

de concordância baixo entre os grupos de profissionais analisados, embora

mais de 50% dos profissionais tenham acertado os tipos de biótipos

apresentados (55 acertos para o grupo de periodontistas; 57 acertos para o

grupo protesistas; 49 acertos para o grupo de clínicos gerais). Apesar de a

análise visual permitir uma identificação de diversas características clínicas tais

como formato da papila, da coroa dentária, amplitude da faixa da mucosa

ceratinizada e uma percepção do volume ósseo e gengival aparente, percebeu-

se que ainda existem limitações na concordância entre os grupos, pois a

imagem fotográfica proporciona apenas visão em plano 2D, imprimindo uma

subjetividade na avaliação e categorização das respostas o que pode ter

influenciado negativamente na determinação dos diagnósticos na comparação

entre os grupos.

Apesar disso, este tipo de avaliação visual permitiu uma maior

quantidade de acertos para o biótipo espesso em todos os grupos, sendo maior

para os periodontistas e uma maior quantidade de erros para os biótipos finos e

intermediários. Sugere-se que esses resultados podem ter acontecido em

razão do biótipo espesso, aparentemente, ser mais fácil e nítido de se

caracterizar quando comparado aos outros dois. Além do fato das

características para os biótipos fino e intermediário se sobreporem em ambos

os fenótipos teciduais 9 e dificultar essa diferenciação.

Um outro estudo que buscou categorizar o biótipo periodontal através de

análise visual, contou com 53 pacientes, dos quais foram obtidas 3 fotografias

por paciente, gerando um total de 159 fotos a serem avaliadas por 124

examinadores (compostos por 9 especialista em ortodontia, 9 residentes em

cirurgia, 48 estudantes do último ano da pós-graduação em odontologia e 58

estudantes da graduação em Odontologia). Comparou-se a inspeção visual

simples do biótipo com diagnóstico clínico seguindo o método descrito por De

Rouck et al. Os resultados mostraram que a inspeção visual não foi tão efetiva

e que é necessário um exame mais preciso para resultados mais acurados.

Verificou-se, também, que o biótipo fino foi o mais difícil de identificar por

inspeção visual12. Este fato é relevante porque esse biótipo apresenta maior

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susceptibilidade de sofrer retrações gengivais e pior prognóstico quando

submetido a procedimentos cirúrgicos e restauradores 5,17,11,2

O nosso estudo, em contrapartida, mostrou uma alta sensibilidade em

relação ao biótipo espesso, apresentando um valor de 95% de sensibilidade e

88% de especificidade para o grupo de periodontistas, 84% de sensibilidade e

87% de especificidade para os protesistas e 73% de sensibilidade e 80% de

especificidade para os clínicos gerais. Os valores preditivos positivos e

negativos determinaram que, com essa análise visual, existe a probabilidade

de 56% de o diagnóstico fino ser identificado corretamente e de 75% de

distinguir o que não seria classificado com fino.

Uma possível explicação para o fato dos periodontistas ter obtido uma

maior quantidade de acertos pode estar associada ao fato de que esses

especialistas já têm um maior conhecimento sobre o assunto do que os clínicos

gerais ou protesistas, e, talvez, maior experiência no atendimento e execução

de procedimentos que envolvem os tecidos periodontais de forma mais

frequente ou há mais tempo.

Baseado nos resultados desta pesquisa e de acordo com a literatura, a

identificação do biótipo gengival através da simples inspeção clínica visual,

ainda não é um método suficientemente confiável para o correto planejamento

de um tratamento restaurador, cirúrgico, protético, ortodôntico ou periodontal. A

literatura sugere outros meios mais consistentes para realizar esta avaliação,

dentre os quais, a sondagem por transparência através do sulco parece ser a

mais simples e de fácil execução. 14, 3, 15,12.

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CONCLUSÃO

Diante dos resultados apresentados, embora a fotografia seja um

excelente recurso clínico para diagnóstico e planejamento, pode-se concluir

que a utilização das mesmas não foi suficiente para determinação correta do

biótipo periodontal.

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ANEXOS

ANEXO A

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ANEXO B

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ANEXO C

Fig. 1- Exemplo clínico do biótipo periodontal f ino

Fig. 2- Exemplo clínico do biót ipo periodontal espesso

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Fig 3 -Exemplo clínico do biót ipo periodontal intermediário

ANEXO D

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