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AS INFORMAÇÕES IMPLÍCITAS: PRESSUPOSTO E SUBENTENDIDO Annyellen Desirre Cabral Menon Daniela Krauss James Domingues Juciney Silvana de Souza Ferreira Aline de Oliveira Irís Cruzeiro Solenir de Fátima Morais I!"OD#$%O &ste te'to tem como ob(etivo uma breve análise com)arativa entre im)lícito* subentendido os +uais encontramos em mensagens* ,alas* te'tos e diálogos do . de suma im)ort/ncia a di,erencia01o dos )ressu)ostos e subentendidos* )ois temas* a)esar de )arecidos* trazem duas conce)02es divergentes* o )rimeiro l conclus2es ,undadas em verdades com)artil4adas* (á o segundo* )or sua vez* l conclus2es )r5)rias- Sendo assim* )assamos a e')or cada um dos temas* os +uais nos ,azem com)reen in,orma02es im)lícitas- INFORMAÇÕES IMPLÍCITAS o dicionário encontramos o seguinte signi6cado )ara a )alavra im)lícito7 +u mas n1o de modo claro* subentendido- ota3se como um assunto acaba se entrel outro* da +ual tamb8m ,az )arte do mesmo trabal4o- As in,orma02es im)lícitas a )arte* +ue atinge nosso subconsciente* usado )or meio de imagens* m9sicas gestos da +ual a mídia os utiliza muito- In:uenciando inclusive na com)ra de certo )ro uma analogia* )ode3se dizer +ue a Ordem &')lícita 8 o universo es)a0o3tem)o vivemos* e a Ordem Im)lícita o universo do n1o3mani,esto- ;Im)lícito7 8 algo +ue está envolvido na+uele conte'to* mas n1o 8 subentendido* 8 a)enas sugerido- ;<uando lidamos com uma in,orma01o +ue n1o ,oi dita* mas tudo +ue 8 dito nos identi6cá3la* estamos diante de algo im)lícito- ;A com)reens1o de im)lícitos 8 essencial )ara se garantir um bom nível de le ;=á te'tos em +ue nem tudo o +ue im)orta )ara a inter)reta01o está registrad ;O +ue n1o ,oi escrito deve ser levado em considera01o )ara +ue se )ossa ver inter)retar um te'to- >ara uma leitura e6ciente* o leitor )recisa ca)tar tanto as in,orm tamb8m im)lícitas- #m bom leitor 8 a+uele +ue consegue ler nas entrelin4as* des)ercebido alguns signi6cados im)ortantes e decisivos ou ainda cair no err com coisas da +ual re(eitaria se assim )ercebesse- . bom +ue se ressalte +ue no /mbito do direito* o im)lícito )ode atra)al4ar* +uando se direciona ao magistrado devemos evitar ao má'i entrelin4as* )ois )oderá )re(udicar no andamento de certo )rocesso- PRESSUPOSTO . indiscutível +ue a escola 8 o lugar )rivilegiado )ara au'iliar os alunos n )ressu)ostos- Mas* o +ue s1o )ressu)ostos? @e(a3se o seguinte e'em)lo )rátic Ademir )arou de beber-B >ara se aceitar o ,ato de Ademir ter dei'ado de beber* toma3se* como verdade in,orma01o +ue* embora n1o dita na ,rase* 8 logicamente )ressu)osta )elo ver se(a* se Ademir )arou de beber* 8 )or+ue antes ele bebia-

As Informações Implícitas

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material sobre intencionalidade discursiva

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AS INFORMAES IMPLCITAS: PRESSUPOSTO E SUBENTENDIDO

Annyellen Desirre Cabral MenonDaniela KraussJames DominguesJuciney Silvana de Souza FerreiraAline de OliveiraIrs CruzeiroSolenir de Ftima Morais

INTRODUO

Este texto tem como objetivo uma breve anlise comparativa entre implcito, pressuposto e subentendido os quais encontramos em mensagens, falas, textos e dilogos do cotidiano. de suma importncia a diferenciao dos pressupostos e subentendidos, pois esses dois temas, apesar de parecidos, trazem duas concepes divergentes, o primeiro leva-nos a concluses fundadas em verdades compartilhadas, j o segundo, por sua vez, leva-nos a concluses prprias.Sendo assim, passamos a expor cada um dos temas, os quais nos fazem compreender as informaes implcitas.

INFORMAES IMPLCITAS

No dicionrio encontramos o seguinte significado para a palavra implcito: que est envolvido, mas no de modo claro, subentendido. Nota-se como um assunto acaba se entrelaando com outro, da qual tambm faz parte do mesmo trabalho. As informaes implcitas esto por toda a parte, que atinge nosso subconsciente, usado por meio de imagens, msicas e gestos da qual a mdia os utiliza muito. Influenciando inclusive na compra de certo produto.Numa analogia, pode-se dizer que a Ordem Explcita o universo espao-temporal em que vivemos, e a Ordem Implcita o universo do no-manifesto.*Implcito: algo que est envolvido naquele contexto, mas no revelado, deixado subentendido, apenas sugerido.*Quando lidamos com uma informao que no foi dita, mas tudo que dito nos leva identific-la, estamos diante de algo implcito.*A compreenso de implcitos essencial para se garantir um bom nvel de leitura.*H textos em que nem tudo o que importa para a interpretao est registrado.*O que no foi escrito deve ser levado em considerao para que se possa verdadeiramente interpretar um texto.Para uma leitura eficiente, o leitor precisa captar tanto as informaes explcitas como tambm implcitas. Um bom leitor aquele que consegue ler nas entrelinhas, seno acaba por despercebido alguns significados importantes e decisivos ou ainda cair no erro de concordar com coisas da qual rejeitaria se assim percebesse. bom que se ressalte que no mbito do direito, o implcito pode tanto ajudar como atrapalhar, quando se direciona ao magistrado devemos evitar ao mximo escrever nas entrelinhas, pois poder prejudicar no andamento de certo processo.

PRESSUPOSTO

indiscutvel que a escola o lugar privilegiado para auxiliar os alunos na leitura de pressupostos. Mas, o que so pressupostos? Veja-se o seguinte exemplo prtico:Ademir parou de beber.Para se aceitar o fato de Ademir ter deixado de beber, toma-se, como verdadeira, outra informao que, embora no dita na frase, logicamente pressuposta pelo verbo parar de, ou seja, se Ademir parou de beber, porque antes ele bebia.

Por outro lado, a informao deixa de ser vlida se Ademir nunca bebeu. Dessa feita, o Novo Dicionrio Aurlio (Ferreira, 1986) assim define pressuposto: circunstncia ou fato considerado como antecedente necessrio a outro. De forma mais abrangente, Ilari e Geraldi (1994: 90) explicam que a pressuposio um contedo implcito, sistematicamente associado ao sentido de uma orao, tal que a orao s pode ser verdadeira ou falsa se o contedo em questo for reconhecido como verdadeiro.

No exemplo citado acima, percebe-se que a pressuposio lgica ou semntica parte do conhecimento partilhado pelo falante e pelo ouvinte. Assim, diz-se que sua noo relacionada ao sentido das palavras inscritas no enunciado, mas tambm, como diz Canado (2005: 27-28), a um conhecimento prvio, extralingustico, que o falante e o ouvinte tm em comum; portanto, de acordo com a autora , pode-se dizer que a pressuposio uma noo semntico-pragmtica.

Dessa feita, o contedo pressuposto Ademir bebia antes, j que conhecido pelos interlocutores para ser proferido, no afetado, permanece inalterado quando esse enunciado negado, ou colocado em forma de interrogativa, ou mesmo como uma condicional (suposio) antecedendo outra sentena:

a) Ademir parou de beber;b) Ademir no parou de beber;c) Ademir parou de beber?d) Se Ademir parou de beber, sua esposa deve estar contente.O pressuposto faz sentido em qualquer uma dessas situaes, ainda que modifiquemos sua forma sinttica.

Ao analisar as relaes de sentido em enunciados, algumas palavras ou expresses introduzem pressuposio. Entre os indicadores lingusticos de pressuposio, podem-se citar certos adjetivos ou palavras similares modificadoras do substantivo, verbos que indicam mudana ou permanncia de estado, advrbios, oraes adjetivas e conjunes, os quais, ao serem identificados, contribuem para uma leitura mais aprofundada do texto.

Quando se diz, por exemplo:

Frequentei as aulas de pintura, mas aprendi algumas coisas.O falante transmite duas informaes de maneira explcita:a) que ele frequentou as aulas de pintura;b) que ele aprendeu algumas coisas. Ao ligar essas duas informaes com um mas comunica tambm, de modo implcito, sua crtica s aulas de pintura, pois passa a transmitir a ideia de que pouco se aprende nessas aulas.

Para entender melhor:

So aquelas ideias no expressas de maneira explcita, mas que o leitor pode perceber a partir de certas palavras ou expresses contidas na frase. Assim, quando se diz O tempo continua chuvoso, comunica-se de maneira explcita que no momento da fala o tempo de chuva, mas, ao mesmo tempo, o verbo continuar deixa perceber a informao implcita de que antes o tempo j estava chuvoso.

Na frase: Pedro deixou de fumar diz-se explicitamente que, no momento da fala, Pedro no fuma. O verbo deixar, todavia, transmite a informao implcita de que Pedro fumava antes. A informao explcita pode ser questionada pelo ouvinte, que pode ou no concordar com ela. Os pressupostos, no entanto, tm que ser verdadeiros ou pelo menos admitidos como verdadeiros, porque a partir deles que constroem as informaes explcitas.

Se o pressuposto falso, a informao explcita no tem cabimento. No exemplo acima, se Pedro no fumava antes, no tem cabimento afirmar que ele deixou de fumar. Na leitura e interpretao de um texto, muito importante detectar os pressupostos, pois o seu uso um dos recursos argumentativos utilizados com vistas a levar o ouvinte ou o leitor a aceitar o que est sendo comunicado.

Ao introduzir uma ideia sob a forma de pressuposto, o falante transforma o ouvinte em cmplice, uma vez que essa ideia no posta em discusso e todos os argumentos subsequentes s contribuem para confirm-la.

Por isso, pode-se dizer que o pressuposto aprisiona o ouvinte ao sistema de pensamento montado pelo falante. A demonstrao disso pode ser encontrada em muitas dessas verdades incontestveis postas como base de muitas alegaes do discurso poltico.

SUBENTENDIDO

Subentendidos so insinuaes escondidas por trs de uma afirmao, sendo este contextual, pragmtico, e de responsabilidade do ouvinte, por isso, altamente varivel, uma vez que o falante camufla as palavras protegendo-se, porque, com ele, diz-se sem dizer, sugere-se, mas no diz, sem comprometer-se.

O subentendido de responsabilidade do ouvinte, pois o falante, ao subentender, esconde-se por trs do sentido literal das palavras e pode dizer que no estava querendo dizer o que o ouvinte depreendeu. O subentendido, muitas vezes serve para o falante proteger-se diante de uma informao que quer transmitir para o ouvinte sem se comprometer com ela.

O grau de evidncia de um subentendido depende do grau de notoriedade dos fatos extralingusticos a que remetem, ou seja, informaes veiculadas por um dado enunciado, cuja localizao depende da situao de comunicao.

Essas insinuaes textuais desempenham papis fundamentais na interpretao de enunciados orais ou escritos. Todavia, os interlocutores devem mostrar-se cooperativos, no que tange a construo do sentido textual, esse um princpio geral denominado, Princpio de Cooperao.

Num texto, onde faltam informaes para torn-lo claro e coeso, o leitor tem de procurar entender o que est implcito no enunciado, passando o significado a ser depreendido a partir do que no se disse explicitamente, levando-se em considerao o contexto situacional, os diferentes conhecimentos cognitivos, no s de carter lingusticos, mas socioculturais.

O subentendido, por sua vez, diz respeito maneira como este sentido deve ser decifrado pelo destinatrio, levando em conta as circunstncias da enunciao, estando, portanto, ausentes no enunciado.Como j ressaltado, na anlise de textos, o aluno dever perceber que h textos em que o que no foi escrito tambm deve ser levado em considerao no ato de ler.

Vejamos agora alguns exemplos:

1) Num dilogo entre A e B:A: Estou procurando algum para consertar meu carro.B: Meu irmo est em casa.A: Mas ele est sempre to ocupado!Nesse pequeno discurso existem muitas informaes implcitas, ou seja, subentendidas, quais sejam:

A sabe que ali naquele local mora algum que conserta carro.

o irmo de B que conserta carro.

A fica surpreso ao encontrar o irmo de B em casa, j que ele encontra-se sempre muito atarefado.

2) Um enunciado como: Conheo muito bem os polticos de hoje.Este enunciado pode querer dizer que os polticos so desonestos, isentando o locutor de qualquer responsabilidade, escondendo-se atrs do significado literal das palavras, j que a interpretao particular daqueles que a realizam.

3) Ningum to ignorante que no possa ensinar algo a algum.

Subentende-se que:

O locutor confia na capacidade das pessoas para ensinar;

O interlocutor tem capacidade de ensinar;

H diferentes graus de sabedoria ou de ignorncia;

No h ningum verdadeiramente ignorante;

H algum que deseja ou precisa de ensino;

H alguma coisa para ensinar.Enfim, os leitores/ouvintes/interlocutores tem de estar atentos, principalmente s informaes intrnsecas nos textos/enunciados, pois existem enumeras informaes, que auxiliaro na melhor compreenso textual, sendo necessrio situ-lo num contexto.

CONCLUSO

Conclui-se que o pressuposto depende da comunho entre os interlocutores no que tange ao conhecimento prvio de determinado assunto, j no subentendido no h esse comprometimento, nele o ouvinte tem a liberdade para compreender o fato, porm deve faz-lo de forma cooperativa, pois s assim ter um entendimento conforme as expectativas do narrador.

Enfeixando-se o que foi exposto at o momento sobre pressuposto e subentendido e trazendo para o mundo jurdico, vemos a importncia do tema implcito para uma perfeita extrao de todos os detalhes passados pela narrativa de um futuro cliente direcionada ao seu advogado, o cliente no seu desabafo acalorado transmite muitas informaes implcitas, as quais cabem ao advogado alavancar, pois assim o outorgado pode em sua petio explorar ao mximo a funo emotiva colaborando os anseios do outorgante.

REFERNCIAS http://www.julianoribeiro.com.brhttp://www.letras.ufmg.brhttp://www.repositorio.seap.pr.gov.brhttp://portugsparaconcursos.blogspot.com/2009/01/pressupostos-e-subentendidos-parte-ii.htmlhttp://portugsparaconcursos.blogspot.com/2009/01/pressupostos-e-subentendidos-parte-i.htmlhttp://www.mensagemsubliminar.com.br1