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Servidor WWW.ASSEMPERJ.ORG.BR Revista ASSOCIAÇÃO DOS SERVIDORES DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ANO 3 / Nº 15 / MAI-JUN DE 2019 SERVIDOR EM FOCO A modernização do MPRJ em pauta com o servidor associado Daniel de Lima Haab. PÁG. 3 ARTIGO O servidor público e “seus privilégios” por Vinícius Zanata. PÁG. 5 SAMBA DO SERVIDOR Mais de 200 pessoas circularam pelo evento. PÁG. 8 Assemperj/SINDSEMP-RJ inicia campanha por novo concurso público para servidores do MPRJ PAG. 4

Assemperj/SINDSEMP-RJ inicia campanha por novo concurso ......forma ERP (Enterprise Resource Planning), um sistema de gestão integrado para recursos humanos, orçamento, patrimônio,

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ServidorWWW.ASSEMPERJ.ORG.BR Revista ASSOCIAÇÃO DOS SERVIDORES DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

ANO 3 / Nº 15 / MAI-JUN DE 2019

SERVIDOR EM FOCO

A modernização do MPRJ em

pauta com o servidor associado

Daniel de Lima Haab.

PÁG. 3

ARTIGO

O servidor público e “seus

privilégios” por Vinícius Zanata.

PÁG. 5

SAMBA DO SERVIDOR

Mais de 200 pessoas

circularam pelo evento.

PÁG. 8

Assemperj/SINDSEMP-RJ inicia campanha por novo concurso público para servidores do MPRJPAG. 4

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ano 3 - n0 15 - Maio/Junho 2019

EXPEDIENTE

Av. Presidente Antônio Carlos. nº 607 / 12º andar. Centro Rio de Janeiro RJ

CEP: 20020-010 / (21) 2550-9130 e 2220-9763

AssociAção dos servidores do Ministério Público do estAdo do rio de JAneiro

CONSELHO DIRETOR: Presidente: Flávio Sueth Nunes - Vice-presidente: Vinícius Zanatta Alves Lobo - Secretária Geral: Juliana Costa Vargas

Edição e texto: Eduardo Sá (JP 33266RJ) Diagramação: Thais EirasRevisão: Vinícius ZanataFotos: Assemperj/ArquivosTiragem: 2.000 exemplaresGráfica: Gráfica Mec Editora Ltda

ditorialE assemperj

Nos dias 15 e 30 de maio, a sociedade foi às ruas ma-nifestar repúdio aos contingenciamentos brutais do orça-mento da educação pública e contra a atual proposta de reforma da previdência do governo. A retomada de cresci-mento da economia e a política de incentivo à geração de empregos formais também estavam na pauta. A Assem-perj/SINDSEMP-RJ tem acompanhado e participado das iniciativas populares e das entidades de classe por enten-der que apenas a defesa do serviço público, seja na forma educação pública ou na forma de seguridade social, do emprego e da renda podem trazer desenvolvimento eco-nômico e social à sociedade brasileira.

Nesta edição demos destaque à necessidade de no-vos concursos para e reposição e possível ampliação do quadro de servidores no MPRJ. Trata-se de uma pauta contínua da Associação, em diálogo permanente com a Administração, na perspectiva de defender a regra consti-tucional do concurso público como forma de ingresso nas instituições públicas.

Na coluna Servidor em Foco abordamos o processo de modernização do MPRJ. O associado e analista processual Daniel de Lima Haab assumiu neste ano o cargo de Secre-tário da STIC, que está a frente deste processo. Na entre-vista, ele fala sobre o que foi feito até o momento e quais os próximos passos na perspectiva de informatização da instituição.

Passamos a palavra para as servidoras e assistente so-

ciais Márcia e Anália para falar da importância do traba-lho que exercem na instituição e da falta de reposição das vagas para o cargo de Analista de Saúde. Elas apontam que o MPRJ está na contramão de outros estados, que estão reforçando seus quadros de assistente sociais por concurso público. Aproveitando a deixa, registramos a homenagem à servidora e associada Anália dos Santos Silva, que se aposentou após anos de contribuição em prol da institui-ção e dos servidores.

Na parte de opinião, o servidor Vinícius Zanata des-trincha o discurso falacioso do servidor público como privilegiado e inimigo da sociedade e dos cofres públicos. Apontando números do Ipea e do Dieese, o servidor de-monstra como o uso da ideia de generalização é utilizada de forma injusta para retirar direitos da maioria dos ser-vidores do país, em especial o funcionalismo municipal, que não ostenta nenhum privilégio a não ser possuir um salário digno.

Por fim, o projeto cultural Samba do Servidor, ideali-zado por um dos nossos associados, foi um sucesso. Ha-verá continuidade no intuito de construir um ponto de resistência das categorias do serviço público na capital. O evento será toda primeira quinta-feira do mês, ou seja, já pode reservar o dia 04/07! Com o projeto, a Assemperj/SINDSEMP-RJ busca a integração das organizações e dos servidores, sem perder de vista a luta política.

Tudo isso está nesta edição, boa leitura!

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O MPRJ está passando por um intenso processo de modernização através da Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC). Novas ferramentas de integração, compartilhamento e digitalização estão sendo contrata-das ou desenvolvidas e prometem mudar os processos de trabalho na instituição. À frente destes desafios na Secretaria de Tecnologia da Informação e Comunicação (STIC), o servidor Daniel de Lima Haab conversou co-nosco sobre a revolução digital na Administração Pública e seus impactos na vida dos servidores.

Formado na UERJ e com pós-graduação na EMERJ, Daniel é Analista Processual e assumiu no início do ano o cargo de Secretário da STIC, após passar dois anos no TJRJ. Por lá, exerceu a chefia de gabinete da 3ª Vice-Pre-sidência, onde teve contato com uma realidade de déficit de recursos humanos e contenção orçamentária. Neste contexto, a automatização de processos de trabalho exe-cutados por servidores era a saída para suprir as necessi-dades de otimização e produtividade dos órgãos.

A STIC cobre um grande guarda-chuva de setores, que inclui duas diretorias, sete gerências, um escritório de projetos, um núcleo administrativo e uma assessoria. Segundo Daniel, a transformação digital é um movimen-to global que já está avançado nas empresas privadas e começa a ganhar expressiva relevância na Administração Pública. No Judiciário, aponta, essas mudanças significa-rão uma migração da força de trabalho das atividades de secretaria e órgãos de apoio, mais burocratizados e auto-matizáveis, para as funções de gabinete, de atividade fim.

“O quanto antes embarcarmos nessa jornada, mais força e competitividade teremos. Estamos tentando lar-gar na frente, oxigenar um setor tradicionalmente en-gargalado. A consequência lógica desse movimento é o aumento da demanda nos gabinetes de promotor, procu-rador, juiz, desembargador e defensor público. Se revela natural o deslocamento de forças de trabalho das áreas de apoio para as de produção intelectual. Esse cenário já se consolidou no Judiciário, onde os magistrados veem as esquipes de gabinete crescer com a alocação crescente de secretários e assessores na geração de sentenças e deci-sões, por conta do incremento na volumetria de trabalho, advinda da aceleração e automatização em seu processa-mento”, explicou.

Falando especificamente de projetos em andamento na STIC, Daniel destaca a ferramenta desenvolvida pela Gerência de Sistemas de Informação da Diretoria de Tec-nologia da Informação (DTIC), chamada INTEGRA. Já implantada em órgãos de execução e secretarias do MP, a ferramenta substitui, de forma otimizada, o uso do Por-

ervidor| EM FOCOSDANIEL DE LIMA HAAB

A modernização do MPRJ em pauta

tal do TJRJ, oferecendo melhor usabilidade e funciona-lidades especificamente desenvolvidas para os membros e servidores do MPRJ. Segundo Daniel, além das atuais 20 Procuradorias e 10 Promotorias que já se valem da ferramenta, há dezenas de órgãos na fila de espera para receber sua instalação.

“Fazemos apresentações periódicas aos membros, nas quais demonstramos suas funcionalidades. O INTEGRA JUD trata da atividade fim jurisdicionalizada, com a abertura de intimações e peticionamento de cotas e pare-ceres. O INTEGRA Extra Judicial diz respeito a inquéri-tos civis, notícias de fatos, procedimentos preparatórios, etc, e está em etapa intermediária de desenvolvimento. O terceiro viés do INTEGRA é o Policial, por meio do qual tornamos eletrônico o inquérito policial, autos de flagrantes e atos da autoridade policial, em uma trian-gulação entre MP, Delegacias e TJ. Nossa visão de longo prazo é que as três vertentes passem a compor um mesmo ecossistema virtual, compartilhando identidade visual, rota de comandos, tipo de linguagem, em uma identi-dade única e orgânica. Poderemos concentrar atuação, impulsionamento e acompanhamento da atividade insti-tucional do MP desde o início da investigação no mesmo sistema, de forma intuitiva e fluida”, concluiu.

Além da atividade fim, a atividade meio também está nos planos da Secretaria. Uma solução utilizando plata-forma ERP (Enterprise Resource Planning), um sistema de gestão integrado para recursos humanos, orçamento, patrimônio, licitação, logística, processos administrati-vos, lotação e movimentação, módulo de saúde etc. em ferramenta única será licitada também no segundo se-mestre deste ano. Entre as soluções digitais em avançado estágio de implementação, Daniel lembra as ferramentas de tecnologia em nuvem, como o Office 365, e seus im-portantes instrumentos de trabalho colaborativo, como o OneDrive, o SharePoint e o Teams.

Com a tecnologia mudando o mundo do trabalho, o recrutamento da força de trabalho do futuro e a capacita-ção e treinamento profissional de servidores e membros do presente faz-se essencial para o completo domínio e desenvolvimento das ferramentas e suas potencialidades. Só assim o ganho institucional será evidenciado, com notável impacto na qualidade, eficiência, transparência e celeridade esperada na prestação do serviço público à população fluminense.

Leia a entrevista na íntegra com mais detalhes em nosso site.

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ampanha por novo concurso para servidoresC

Assemperj/SINDSEMP-RJ recebe últimos convocados e inicia campanha por novo concurso para servidores

No dia 04 de junho a diretoria da Assemperj/SINDSEMP-RJ recebeu os novos servidores convocados pela Administração do MPRJ para nomeação e posse. Como ocorre em cada convocação, os novos servidores passam por um curso de ambientação e a Assemperj/SINDSEMP-RJ realiza uma apre-sentação do trabalho desenvolvido nas entidades, buscando sensibilizá-los para a importância da filiação e participação na vida associativa e sindical.O curso representou também o encerramento do prazo de validade do atual concurso, após 18 meses desde a homolo-gação do seu resultado. Devido à crise fiscal do Estado, que impediu a criação de novos cargos, a maior parte das convo-cações foi destinada à reposição de vacâncias resultantes de exonerações, aposentadorias ou demissões. Assim, o número de convocados ao longo da validade do edital ficou abaixo da média dos últimos anosApesar do vencimento, a Assemperj/SINDSEMP-RJ já vem se mobilizando para que a Administração do MPRJ inicie as tratativas para realização de novo concurso para servidores do MPRJ. Nas últimas reuniões com o PGJ e o Secretário Ge-ral, temos firmado posicionamento nesse sentido, em oposi-ção ao dispositivo da lei estadual n º 7.483/2016, que deter-minou o sobrestamento dos prazos dos concursos públicos do Estado.

LEI APROVADA NA ALERJ É INCONSTITUCIONAL

Aprovada em meio à crise financeira do Estado, a lei determinou que todos os concursos realizados antes de 17 de junho de 2016 (data da edição do decreto estadual de calamidade financeira no RJ) teriam seus prazos suspensos inicialmente até a validade do estado de calamidade financeira. Posteriormente, com a adesão do Estado do Rio de Janeiro ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF), a suspensão dos prazos deixou de ficar vinculada ao es-tado de calamidade e passou a valer até o término do Regime de Recuperação Fiscal.Como a publicação do edital para concurso público de servi-dores do quadro auxiliar do MPRJ data de Fevereiro de 2016, a sua validade passaria a ser regida, em tese, pelo disposto na lei mencionada, ou seja, seria postergada por prazo indefinido, uma vez que já se discute na Alerj a renovação da adesão do Rio de Janeiro ao RRF. Na avaliação do vice-presidente da Assem-perj/SINDSEMP-RJ, Vinícius Zanata, a matéria é carregada por vícios de inconstitucionalidade.“A inconstitucionalidade é patente. Em primeiro lugar, porque afronta o art. 39, inc. III da Constituição, que estimula a valida-de dos editais em até dois anos, renováveis, uma única vez, por igual período. Depois, o MPRJ, como órgão autônomo e inde-pendente administrativamente, não pode ter seu poder de ini-ciativa para legislar sobre seu quadro de pessoal usurpado pelo Executivo, autor da lei.”, afirmou.No caso do MPRJ, esse prazo foi de 18 meses, que, renovado uma vez, somou um prazo máximo de 36 meses. Se o MPRJ seguir o que foi aprovado na Assembleia Legislativa, o concurso restará válido até o término do Regime de Recuperação Fiscal.“Além da inconstitucionalidade, é importante manter um qua-dro de aprovados atualizado e renovado. Hoje, a cada nova con-vocação, há um considerável número de desistências, pois mui-tos candidatos acabam sendo aprovados para outros concursos, não têm interesse em assumir o cargo aqui e pedem eliminação do certame”, acrescenta Zanata.O posicionamento adotado pela Assemperj/SINDSEMP-RJ já foi transmitido à Administração e foi bem recebido. Caberá ao PGJ se posicionar frente à validade do atual concurso, e, caso o nosso posicionamento não seja acatado, há possibilidade da di-retoria propor, em futura assembleia geral, o questionamento da constitucionalidade do dispositivo via Federação e Associação Nacional dos Servidores (FENAMP e Ansemp).

Curso de Ambientação para Novos Servidores- Foto: Assemperj

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Assemperj/Sindsemp-RJ firmou no início de junho uma parceria com o Departamento Intersindical de Es-tatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Há mais de 60 anos a entidade desenvolve pesquisas que subsi-diam as demandas dos trabalhadores. São mais de 700 associados, dentre sindicatos, associações, federações, confederações.

De acordo com Paulo Jäger, Supervisor Técnico do Dieese-RJ, a instituição está muito satisfeita com a coo-peração e espera que renda frutos e fortaleça a entidade.

“Nossa principal missão institucional é realizar es-tudos, pesquisas e atividades de educação, produção e difusão de conhecimento sobre o mundo do trabalho

colocando-os a serviço dos trabalhadores (as) do país. E essa parceria certamente nos fortalecerá no cumpri-mento desta missão”, afirmou.

Consideramos uma relação fundamental, porque é uma organização que promove o conhecimento técnico sobre a realidade econômica, política e social do país. O Dieese vai potencializar enormemente o trabalho da Associação/Sindicato ao trazer informações técnicas que possam subsidiar as nossas demandas e da socieda-de como um todo.

Site: dieese.org.br/

Parceria com Dieese busca fortalecimento da Assemperj/Sindsemp-RJ

“O todo sem a parte não é todo/ A parte sem o todo não é parte / Mas se a parte o faz todo, sendo parte/ Não se diga, que é par-te, sendo todo.” Assim, dando nó na cabeça, inicia um antigo soneto de Gregório de Matos, poeta baiano, de estilo barroco, que viveu no século XVII. A estrofe parece complexa, mas representa um pensamento que vale a pena ilustrar para falar sobre os famigerados privilégios dos servidores públicos. A ideia trazida, em síntese, é que a ontologia do todo e da parte é necessariamente relacional. Para materializar isso, basta pen-sarmos numa pizza. A pizza inteira é um todo. O pedaço da pizza é a parte, mas essa, só assim o é, quando em razão do todo ao qual foi tirado. Fora desse contexto, a parte é um todo, existe por si só.E é nessa mesma lógica que é trabalhada a figura do “servidor público privilegiado” pela mídia e por setores que querem en-colher o Estado a pó. Segundo dados do IPEA de 2018, sem le-var em conta os empregados públicos, o Brasil tem 11 milhões de servidores públicos. Desse total, 57% são servidores públicos municipais, os quais, em regra, recebem salários bem abaixo da média do funcionalismo estadual e federal. Na conta do Instituto, a média salarial desses servidores públi-co é de R$ 3.000,00. Para fins de comparação, a média salarial dos trabalhadores do setor privado no mesmo ano de 2018 foi de R$ 2.003,00! E, para fins de idealização, segundo o Dieese, em 2018, o salário mínimo necessário para cumprimento dos direitos sociais previstos no art. 6º da Constituição deveria ser de R$ 3.960,50. Logo, na média, um grande número desses servidores ganha abaixo do salário de dignidade calculado pela entidade sindical de pesquisa.

Lembrando que, tudo nos leva a supor, até mesmo por es-pelhamento de gastos das esferas estadual e municipal, que a maior parte da folha de pagamento desses municípios seja com saúde e educação, áreas sociais sensíveis para o desenvolvimen-to do país!Dentro do todo, existem muitas partes, nem todas em igual-dade de condições. Nesse contexto, os servidores públicos do Poder Legislativo, Judiciário e Ministério Público, enquanto ca-tegoria, talvez esteja bem acima de um patamar de indignidade, sim, mas bem abaixo da zona de privilégios que nos acometem, como estouram tetos constitucionais e possuem gastos básicos de qualquer trabalhador indenizados via erário público. Portanto, da posição que ocupamos, olhar pelos demais servi-dores e trabalhadores privados em piores condições salariais e levantar a bandeira da solidariedade de classe é um dever das entidades sindicais e associativas. A luta pela diminuição da desigualdade é puxando a renda média para cima e corrigindo distorções, e não puxando todos para uma renda de indigni-dade.Para isso, é preciso combater o projeto de desqualificação do servidor e do serviço público por meio da generalização e mas-sificação da ideia de que a parte que ganha os mais altos salários são o todo. Esse é o discurso que massacra um sem número de médicos, agentes comunitários, enfermeiras, professores, assistentes sociais, policiais e outras categorias que, de privilé-gio mesmo, só possuem a garra e vontade de seguir prestando um serviço de qualidade à população, apesar das adversidades e dos ataques de cada dia contra o funcionalismo.

ervidor privilegiado: a parte que virou todoSPOR VINÍCIUS ZANATA - PRESIDENTE INTERINO DO SINDSEMP-RJ

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15 de maio é o dia do Assistente Social, profissional cuja atividade é regulamen-tada pela Lei N.º 8662/1993. O Serviço Social inseriu-se no MPRJ em 1994, após a realização de concurso público. Em 25 anos, foram realizados apenas dois (1994 e 2001), com duas vagas cada, o que re-sulta, na atualidade, em um quadro de profissionais formado, majoritariamente, por ocupantes exclusivos de cargo em comissão. Hoje, a instituição conta com cerca de 70 assistentes sociais, mas ape-nas 01 integra o quadro de provimento efetivo do MPRJ. As alterações provocadas pelos últimos dois Planos de Cargos e Salários (PCS) extinguiram o cargo de assistente social, transformando sua nomenclatura de provimento efetivo de Auxiliar Superior Assistente Social para o de Analista do MPRJ- Área de Saúde. Ou seja, embora a instituição reconheça a importância destes profissionais – demonstrada pela expressiva ampliação do quadro – o que se observa é a progressiva extinção dos cargos de provimento efetivo. Movimen-to que não reflete a realidade nacional, em que se constata a realização, na últi-ma década, de concursos públicos para ampliação dos quadros de provimento efetivo em várias unidades ministeriais do país, tais como RN, SP, PR, RO e MT. O reconhecimento do trabalho do as-sistente social no MPRJ se materializa na lotação de profissionais nos dezesseis CRAAI´s, em seis CAO´s, no GATE, na COESUB, no CEMEAR e no NSO. De acordo com a Resolução GPGJ N.º 1780/2012 os assistentes sociais atuam como assessores técnicos na área de Serviço Social, tendo como principal atribuição ofertar subsídios técnicos - de acordo com sua expertise - aos membros do parquet fluminense. A Ordem de Ser-viço GAB-SUB ADM 001/2012 dispõe, no artigo 2º, sobre as ações e atividades de assessoramento, que englobam, den-tre outras, a realização de estudos e vis-torias técnicas.

erviço Social no MPRJ: História e desafios contemporâneosS

POR MÁRCIA NOGUEIRA DA SILVA E ANÁLIA DOS SANTOS SILVA

O trabalho do Serviço Social em alguns setores do MPRJ tem sido considerado como referência, tendo em vista que a ex-periência desenvolvida no CAO Infância, por exemplo, já obteve premiações e indi-cações em âmbito institucional – Prêmio Ideias Inovadoras (2010 e 2017)- e em âmbito extra institucional – Prêmio “Vi-sibilidade das Políticas Sociais e do Servi-ço Social” (2007 e 2013) e Prêmio CNMP (finalistas da Edição 2013).Cabe salientar, também, que os assisten-tes sociais que atuam nas unidades do Ministério Público brasileiro realizam, desde o ano de 2006, Encontros bianuais para capacitação, troca de experiências e articulação política, por meio da discus-são de temas relevantes para o exercício profissional na instituição. Ao longo de sete encontros, mais de uma dezena de trabalhos técnicos e científicos produzi-dos por assistentes sociais do MPRJ fo-

ram selecionados para apresentação em Conferências, Mesas de Debate e Sessões Temáticas, o que demonstra o alinha-mento da atuação dos profissionais do MPRJ aos parâmetros de qualidade cons-truídos nacionalmente.Em 2018, foi realizado, no MPSP, o VII Encontro Nacional do Serviço Social no Ministério Público, onde foi aprovada a Carta de São Paulo, que apresenta uma série de proposições para o fortalecimen-to da atuação do Serviço Social no MP. Conforme deliberado, a Carta foi apre-sentada e referendada no V Encontro Na-cional do FÓRUM MP, realizado no Rio de Janeiro. Atualmente, a ampliação do quadro efe-tivo é o principal desafio colocado para os assistentes sociais do MPRJ. Nesse sentido, a articulação e a participação na ASSEMPERJ e no SINDSEMP-RJ é fun-damental nesta luta.

Márcia Nogueira da Silva e Anália dos Santos Silva são assistentes sociais do CAO Infância - Foto: Arquivo Pessoal

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No dia 30 de abril a servidora Anália dos Santos Silva, assis-tente social do CAO Infância, foi homenageada pelos 22 anos de serviços prestados à Instituição. Aposentada neste mês, ela teve seu trabalho reconhecido por colegas, promotores, coor-denadores de outros setores, familiares e servidores. Na ocasião, sua trajetória de sucesso foi relembrada, com des-taque à sua participação política na organização da categoria. Segundo Márcia Nogueira da Silva, sua colega de trabalho, também servidora do CAO Infância, é importante homena-gear as pessoas em vida.“Foi uma ação conjunta da equipe e coordenação do CAO Infância e vários colegas do MPRJ e também promotores de justiça. Colegas relataram a importância do seu trabalho para o serviço público social no MP brasileiro. Sobre o seu compro-misso, postura ética, profissionalismo e competência técnica, ressaltar as qualidades de alguém que já recebeu vários prê-mios”, destacou.O evento ocorreu devido à articulação dos servidores e mem-bros e reforçou a necessidade de realização de outros eventos para valorizar os servidores do MPRJ que passam à inativida-de. Anália trabalha no MPRJ desde 1997 e sempre lutou em defesa da categoria. O Presidente da Assemperj, Flávio Sueth, também esteve presente e a homenageou durante a atividade ao destacá-la como referência aos demais colegas e a sua im-portante participação nas entidades de classe.

Servidora recém aposentada é homenageada por integrantes do MPRJ

Assemperj no Programa MP Cidadão | TV Justiça

O presidente e o vice-presidente da Associação, Flávio Sueth e Vinícius Zanata, respectivamente, participaram das gravações do programa MP Cidadão, exibido na TV Justiça. O programa de entrevista aborda em cada edição temas atuais relacionados à atuação do MPRJ em sua ati-vidade meio e final.Em conversa com o apresentador José Fernandes, os representantes das entidades tiveram a oportunidade de divulgar o importante papel da associação e do sindicato dos servidores, bem como da federação e associação nacional e os projetos em prol da categoria, como defesa do serviço público, a participação e valorização dos servidores na institui-ção, por meio de comissões em que há representação classista, como a de prevenção ao assédio moral e sexual.“A gente entende que o nosso papel não é só corporativo. Em nossas fa-las, buscamos defender a ideia de que o servidor e o serviço público são centrais na construção de uma sociedade mais justa”, destacou Flávio Sueth, Presidente da AssemperjO programa deve ir ao ar no mês de julho. Assim que for disponibiliza-do, será possível assistir ao programa no perfil MP Cidadão no YouTu-be e em nosso site www.assemperj.org.br.

Foto: Arquivo Pessoal

Participantes da Homenagem. Foto: Arquivo

Presidente da Assemperj prestigiando o evento. Foto: Arquivo

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rimeira edição do Samba do Servidor foi um sucessoP

A estreia do Samba do Servidor foi um sucesso. Cerca de 200 servidores de diversas categorias, terceiri-zados e estagiários estiveram presentes no evento com muita alegria e descontração. O projeto ocorrerá toda primeira quinta-feira do mês visando não só a cultura, mas também consolidar um ponto de encontro políti-co/cultural de resistência dos servidores. A expectativa é que outras categorias se unam à iniciativa nas próxi-mas edições.

De maneira inovadora a Assemperj/Sindsemp-RJ e a Associação dos Servidores da Defensoria Públi-ca do Estado do Rio de Janeiro (Asdperj) buscam, de forma lúdica através da cultura, a integração entre os associados/sindicalizados. A conjuntura política atual é desfavorável aos servidores, que são sistematicamente responsabilizados pela crise econômica, e é necessário se organizar para lutar pelos nossos direitos e por um serviço público de qualidade para toda a sociedade.

Reforçamos que as atividades culturais estão previs-

tas em nosso estatuto e são fundamentais para a intera-ção entre os trabalhadores do serviço público. A Asso-ciação conseguiu um desconto especial aos associados/sindicalizados nas cervejas puro malte. Agradecemos o Domingos Café e Bar por receber nossa atividade com um excelente serviço e o grupo Samba da Alvorada que contagiou o público com músicas de qualidade.

De acordo com Diogo Caliano, servidor associado e idealizador do projeto, o Samba do Servidor nasce in-centivando a cultura no centro da cidade permitindo a aproximação e diálogo entre os servidores de diversas instituições.

“Permite também conscientizar o público em geral, que muitas vezes não tem conhecimento do quanto nossa categoria é asfixiada pelo Estado. É uma opor-tunidade para um encontro mensal em que campanhas de conscientização e fortalecimento serão provocadas e abordadas através das nossas associações”, afirmou.

Samba do Servidor no Café e Bar Domingos, no Centro do Rio - Foto: Assemperj.