14
ISSN 2236 - 4420 Magistra, Cruz das Almas – BA, V. 26, n. 1, p. 75 - 88, Jan./Mar. 2014. Desempenho hidráulico de sistemas de irrigação por gotejamento operando com água residuária da suinocultura Rafael Oliveira Batista; Adriana de Fátima Mendes Oliveira; Francisco de Oliveira Mesquita Universidade Federal Rural do Semi-Árido - UFERSA. Av. Costa e Silva, n. 572, Mossoró, RN. CEP: 59625-900 E- mails:[email protected]; [email protected]; [email protected]. Resumo: Neste trabalho, analisaram-se os efeitos das proporções de tempo de irrigação com água residuária de suinocultura (ARS) e água de abastecimento (AA) no coeficiente de uniformidade de Christiansen (CUC) de sistemas de irrigação por gotejamento. O experimento foi montado no esquema de parcelas sub-subdivididas, tendo nas parcelas as proporções de tempo de irrigação com ARS e AA (1E3A - uma hora de ARS mais três horas de AL, 2E2A - duas horas de ARS mais duas horas de AA, 3E1A - três horas de ARS mais uma hora de AA e 4E - quatro horas de ARS), nas subparcelas os tipos de gotejadores (G1, G2 e G3) e nas sub-subparcelas os tempos das avaliações (0, 20, 40, 60, 80, 100, 120, 140 e 160 h), em delineamento inteiramente casualizado com três repetições. O CUC foi determinado por linha lateral com a vazão de 22 gotejadores. As características físico-químicas e microbiológicas de ARS e AA foram monitoradas durante o período experimental. Os resultados obtidos indicaram que as proporções de tempo de irrigação 1E3A e 4E minimizaram o entupimento dos gotejadores resultando em níveis excelentes de uniformidade de aplicação de efluente nas unidades de irrigação com gotejador G3. Palavras chave: Irrigação localizada, uniformidade de aplicação, obstrução Hydraulic performance of drip irrigation systems operating with swine wastewater Abstract: This study analysed the effects of the proportions of irrigation time with swine wastewater (ARS) and water supply (AA) on Christiansen uniformity coefficient (CUC) of drip irrigation systems. The experiment was set up in split-split-plot scheme with proportions of irrigation time of ARS and AA (1E3A - one hour of ARS and three hours of AA, 2E2A - two hours of ARS and two hours of AA, 3E1A - three hours of ARS and one hour of AA and 4E - four hours of ARS) in the plot, kind of drippers (G1, G2 and G3) in the subplots and the operation time (0, 20, 40, 60, 80, 100, 120, 140 and 160 h) in the subsubplots in an completely randomized design, with three replications. The CUC was determined by lateral line flow rate of 22 drippers. The physico-chemical and microbiological characteristics of ARS and AA were monitored during the trial period. The results indicated that the proportions of irrigation time 1E3A and 4E minimized clogging of drippers resulting in excellent levels of uniformity of effluent in irrigation units with dripper G3. Key words: drip irrigation, application uniformity, clogging. Introdução A expansão sustentável da suinocultura no Brasil depende de alternativas tecnológicas que minimizem o impacto ambiental negativo provocado pelas águas residuárias geradas por essa atividade. O alto custo dos fertilizantes manufaturados, as restrições impostas pelos órgãos ambientais atualmente e o teor elevado de nutrientes das águas residuárias de suinocultura fazem com que o seu principal destino seja o uso agrícola, como fertilizante das culturas comerciais (CABRAL et al., 2011; SCHIRMANN et al., 2013).

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AOS PORTADORES DE …web.unifil.br/pergamum/vinculos/000004/0000040E. Santos Brazão... · doenças de pele, assistência de enfermagem, dermatoses, objetivando

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GRACIELA G. SANTOS BRAZÃO

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AOS PORTADORES DE PSORÍASE

Londrina 2011

GRACIELA G. SANTOS BRAZÃO

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AOS PORTADORES DE

PSORÍASE

Monografia apresentada ao curso de Especialização em Saúde Coletiva e da Família do Centro Universitário Filadélfia - UNIFIL, como requisito parcial à obtenção do Título de Especialista Orientadora: Profª. Mestre Vânia Melo

Londrina 2011

GRACIELA G. SANTOS BRAZÃO

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AOS PORTADORES DE

PSORÍASE

Monografia apresentada ao curso de Especialização em Saúde Coletiva e da Família do Centro Universitário Filadélfia - UNIFIL, como requisito parcial à obtenção do Título de Especialista.

COMISSÃO EXAMINADORA

________________________________________

Orientadora: Profª. Mestre Vânia Melo _______________________________________ Profº

_________________________________________

Profº

Londrina, ____de _______________de 2011.

Dedico primeiramente a Deus e a minha família pelo apoio e a compreensão imensurável nos momentos em que nos distanciamos para concluir essa tarefa

AGRADECIMENTOS

A Deus por ter-me iluminado nos momentos mais difíceis nesta

minha jornada.

À minha família que graças ao seu incentivo consegui concluir este

trabalho.

Aos meus pais que, sempre me apoiaram incondicionalmente.

À minha orientadora Profª. Mestre Vânia Melo pela orientação deste

trabalho me transmitindo a segurança e serenidade para concluí-lo, acrescentando e

enriquecendo os meus conhecimentos.

Às coordenadoras e docentes do curso de pós-graduação da Unifil -

Centro Universitário Filadélfia, pelo incentivo e colaboração.

.

―O universo do cuidar é muito mais abrangente que o do curar. Podemos não curar sempre, mas sempre

podemos cuidar e diminuir o sofrimento‖.

(Camargo & Lopes).

BRAZÃO, Graciela G. Santos. ASSISTENCIA DE ENFERMAGEM AOS PORTADORES DE PSORÍASE. 2011. 43p. Curso de Especialização em Saúde Coletiva e da Família do Centro Universitário Filadélfia – UNIFIL – Londrina – Paraná.

RESUMO O principal objetivo desta revisão de literatura é apresentar o processo de

enfermagem nos cuidados com os pacientes portadores de Psoríase, ressaltando

suas conseqüências psicológicas sobre eles. Os resultados desta pesquisa foram

analisados segundo a literatura pertinente. Primeiramente é apresentado a definição

de pele, sua função e sua anatomia, especificando a epiderme, a derme e a

hipoderme. Na sequência conceitua-se a Psoríase, uma doença crônica e não

contagiosa, que se caracteriza pela presença de manchas avermelhadas ou

esbranquiçadas na pele, abordando seus tipos e a formas de tratamento, que não

levam à cura, mas alguns métodos de prevenção ajudam a manter o controle da

doença. Finalizando, é dado ênfase à assistência de enfermagem aos portadores de

Psoríase mostrando a importância da conduta deste profissional, integrando seu

conhecimento sobre Psoríase, das condições físicas e emocionais do paciente

portador dessa doença. Conclui-se que, o prévio conhecimento acerca da Psoríase

por parte da sociedade, pode favorecer a eficácia de sua detecção, e

consequentemente promover a saúde, prevenir e minimizar as incapacidades e o

sofrimento que essa doença traz aos seus portadores.

Palavras-chave: Pele. Psoríase. Doenças. Assistência. Enfermagem

BRAZÃO, Graciela G. Santos. NURSING CARE TO PATIENTS WITH PSORIASIS. 2011. 43p. Curso de Especialização em Saúde Coletiva e da Família do Centro Universitário Filadélfia – UNIFIL – Londrina – Paraná.

ABSTRACT

The principal objective of this literary revision is to represent the nurse process in the

care of patients with Psoriasis, showing its psychological consequences on them.

The results of this search had been analyzed according to the pertinent literature. It is

firstly shown the definition of skin, its functions and anatomy, specifying the

epidermis, the dermis and hypodermis. In the sequence, it is determined Psoriasis, a

chronic non-contagious disease, which is characterized by the presence of

reddishness or whitishness on skin, addressing its types and forms of treatment that

does not cure it, but some prevention methods help maintain control of the disease.

Finally, focused on the nursing care to patients with psoriasis, showing the

importance on conduct of this professional, standing integrated in the knowledge of

Psoriasis, to the real physical and emotional conditions of patients with this disease.

It comes to a conclusion that, a previous knowledge concerning the Psoriasis for the

general society, can favors the effectiveness in its detection, and consequently to

promote health, to prevent and to minimize incapacities and suffering this disease

brings to these patients .

Keyword: Skin. Psoriasis. Diseases. Assistance. Nursing

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Presença de lesões pseudo-tumorais sobre as extremidades inferiores

e dorso das mãos.......................................................................................................21

Figura 2: Psoríase em placas – placas eritêmica-escamosas com escamas lami-

esnares em localização características: cotovelos.....................................................24

Figura 3: Psoríase Gutata (gotas) .............................................................................25

Figura 4: Psoríase Numular ......................................................................................26

Figura 5: Psoríase Postular .......................................................................................27

Figura6: Psoríase eritrodérmica.................................................................................28

Figura 7: Psoríase atípica da criança – placas eritematosas

levemente descamativas nas regiões orbitárias ………………………………………29

Figura 8: Psoríase Palmar – Placas eritêmato-descamativas

hiperqueratósicas palmares......................................................................................30

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 10

2 METODOLOGIA .................................................................................................... 12

2.1. Tipos de Dados .................................................................................................. 13

2.2 Limitações do Método ......................................................................................... 13

3 REVISÃO DA LITERATURA ................................................................................. 14

3.1 DEFINIÇÃO DE PELE ......................................................................................... 14

3.2 Anatomia da Pele ................................................................................................ 15

3.2.1 Epiderme .......................................................................................................... 15

3.2.2 Derme ............................................................................................................... 17

3.2.3 Hipoderme ........................................................................................................ 19

3.3 FUNÇÃO DA PELE ............................................................................................. 19

3.4 CONCEITO DE PSORÍASE ................................................................................ 21

3.4.1 Tipos de Psoríase ............................................................................................ 24

3.4.2 TRATAMENTO..............................................................................................................31

3.5 Assistencia de Enfermagem aos Portadores de Psoríase.............................34

4 Considerações Finais...........................................................................................38

REFERENCIAS.........................................................................................................39

10

1 INTRODUÇÃO

A dermatologia estuda o órgão pele e as doenças que nele se

manifestam. Os estudos realizados na área das doenças crônicas de pele estão

tendo maior atenção nos últimos anos, não apenas quanto ao ponto de vista físico,

mas esses estudos estão sendo direcionados também aos aspectos psicossociais

envolvidos nas dermatoses.

Silva, Muller e Bonamigo (2006) destacam que a Psoríase é uma

das doenças de pele que causa mais restrições aos pacientes, trazendo prejuízos

físicos, psíquicos e sociais. Segundo seus estudos, ―as influências de fatores tanto

emocionais como sociais estão sendo consideradas por parte dos pesquisadores

que possuem uma visão interdisciplinar em saúde‖ .

Para Carneiro e Azulay (2004) a psoríase é considerada uma

doença inflamatória crônica apresentando fases de remissão e exacerbação, que

ocorre devido à aceleração no ciclo evolutivo dos ceratinócitos, fazendo com que

aumente a população de células epidérmicas.

A psoríase é uma doença inflamatória da pele, ela não é contagiosa,

mas é considerada crônica. É uma doença que se manifesta em qualquer pessoa de

ambos os sexos e qualquer idade.

Suas causas são consideradas ainda desconhecidas, mas de acordo

com estudos a respeito, verifica-se que os fenômenos emocionais estão

relacionados com o seu aparecimento e também agravamento, visto que esta

doença está ligada a auto-imagem da pessoa, influenciando bastante seu estilo de

vida.

Rodrigues (1997) acrescenta que o paciente com psoríase tem

dificuldade em expressar suas emoções, principalmente as agressivas e hostis.

Para Mingorance (1999), a psoríase poderia ser uma forma não

verbal de expressar os sentimentos (apud SILVA e SILVA, 2007).

Estudos mostram que a psoríase é considera uma doença comum

que afeta de 2% a 4% dos brancos. Os negros apresentam menor tendência a

apresentá-la, ―a psoríase se manifesta, mais freqüentemente, em indivíduos entre 10

e 40 anos de idade, embora todas as faixas etárias estejam a ela suscetíveis―

(BERKOW et al, 2003, p. 1033).

11

Então surge o seguinte questionamento em relação ao assunto:

―Quais os cuidados de enfermagem a serem aplicados aos pacientes com este tipo

de doença dermatológica denominada psoríase, para que os mesmos possam

conviver com ela tendo melhor qualidade de vida?‖

A ampliação de conhecimentos é um fator determinante por parte

dos profissionais na área da saúde para uma melhor assistência qualificada e

humanizada aos pacientes portadores dessa doença.

O enfermeiro vem pelos conhecimentos, a desenvolver em conjunto

com sua equipe, um cuidado especial no atendimento a estes pacientes, tendo papel

fundamental durante o primeiro contato que o doente estabelece com a equipe de

saúde. O enfermeiro deve ter competência técnica e teórica para entender, cuidar e

lidar com este paciente.

Seguindo estas idéias, este projeto se justifica pelo fato de buscar

um maior entendimento com relação a este quadro enfrentado pelos pacientes com

psoríase, e a forma como eles devem ser assistidos pela equipe de enfermagem.

Assim, o objetivo deste estudo é revisar a produção científica sobre

os cuidados de enfermagem adequados às necessidades básicas e específicas dos

pacientes portadores de psoríase e os cuidados e fatores determinantes para que

tenham uma melhor qualidade de vida.

12

2 METODOLOGIA

Trata-se de uma pesquisa bibliográfica de caráter retrospectivo,

abordando publicações na língua portuguesa, com busca em manuais, livros e

revistas, em acervos disponíveis nas bibliotecas da: Centro Universitário Filadélfia -

UNIFIL, Londrina – PR., Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, Londrina – PR e

Universidade Estadual de Londrina - UEL. Também foram pesquisados artigos

disponíveis na Internet encontrados por meio das bases de dados: Bireme, Scielo,

Lilacs, Adolec e BDENF. Os dados foram analisados, comparados e apresentados

em forma de texto.

Nas buscas foram utilizadas as seguintes palavras-chave: psoríase,

doenças de pele, assistência de enfermagem, dermatoses, objetivando um trabalho

de revisão de literatura sobre o cuidado de enfermagem em pacientes com psoriase.

A pesquisa visou descrever uma determinada realidade, logo pode

ser considerada como descritiva, do tipo teórico e empírico.

No presente trabalho foi realizado revisão e interpretação dos

estudos pertinentes, implicando na seleção, leitura e análise de conceitos que

abrangem o tema, permitindo assim, maior clareza nos dados e na formulação de

comparações com aplicações práticas.

De acordo com Gil (2002) a pesquisa bibliográfica realiza-se, quase

exclusivamente, com material disponível em bibliotecas. O material utilizado para o

fornecimento de dados nas pesquisas bibliográficas é constituído basicamente por

livros e revistas impressos em papel ou veiculados por meio eletrônico.

Desta forma, este estudo abordará através da produção científica de

enfermagem, embasando-se em livros, artigos, jornais, revistas e dos sites da

Internet onde possuam grande acervo sobre a área da saúde, acerca da

problemática que envolve o paciente com esta doença, importante por constituir um

conhecimento ainda pouco explorado e requer, portanto, uma investigação mais

aprofundada e atualizada a fim de possibilitar avanços para melhor qualidade de

vida a essas pessoas (ARRUDA et al., 2010).

Escolher um tema e definir seu enfoque não é suficiente para

iniciar uma pesquisa bibliográfica. É necessário que o tema seja problematizado, ou

seja, colocado em termos de um problema a ser solucionado.

13

Essa problematização não constitui tarefa mecânica, mas é produto

da reflexão surgida por ocasião das leituras, dos debates, das experiências, da

aprendizagem, enfim, da vivência intelectual no meio universitário e do ambiente

científico e cultural (BARDIN, 2004).

Além disso, o presente estudo, quanto ao seu fim, pode ser

classificado de acordo com Vergara (2000) como:

Descritiva: porque se preocupa em descrever as características de

determinada população ou fenômeno. Apesar de não procurar claramente explicar

esses fenômenos busca estabelecer correlação entre variáveis;

Explicativa: porque visa esclarecer quais fatores, e de que forma

eles contribuem para a ocorrência de um fenômeno;

Aplicada: porque é movida pela necessidade de resolver problemas

concretos, imediatamente ou não. É, portanto, de caráter prático, motivada pela

necessidade e não pela curiosidade intelectual do pesquisador.

2.1 TIPOS DE DADOS

Em função de ser um trabalho de cunho essencialmente

bibliográfico, os dados apresentados são secundários, uma vez que já existem no

conhecimento científico ou em outras bases de dados e foram utilizados como

referência de pesquisa.

2.2 LIMITAÇÕES DO MÉTODO

Por ser um trabalho bibliográfico, as limitações inerentes a este

estudo estão exatamente relacionados com o fato de não haver nenhuma pesquisa

associada. Desta forma, as reflexões são apenas de caráter teórico e não há como

confrontar o que traz a literatura e o que de fato é percebido nos ambientes

hospitalares.

14

3 REVISÃO DA LITERATURA

Neste capítulo do trabalho são apresentadas as discussões teóricas

que nortearam o estudo e que consistirá de aspectos considerados importantes para

a realização desta pesquisa.

3.1 DEFINIÇÃO DE PELE

Para Steiner (2003), a pele, tegumento ou cútis, envolve toda a

superfície corporal e, aliada a seus anexos constitui o sistema tegumentar.._É um

órgão indispensável e sua destruição total é incompatível com a vida.

No entendimento do autor, a pele é o maior órgão do corpo humano,

responsável pela interação com o meio ambiente e proteção global do indivíduo.

Através dela, sentimos carinho, expressamos emoções e evidenciamos doenças dos

mais variados tipos. Ela é responsável pela aparência, tão importante na sociedade,

e denota sinais de envelhecimento.

Segundo Leonardi, Kurebayashi e Matheus (2004, p. 42), ―a pele, ou

cútis, é o maior órgão do corpo humano, ocupando área média de 2m², o que

corresponde a cerca de 10 a 15% do peso total corporal‖.

Para o autor, a pele é um órgão de revestimento complexo e

heterogêneo, composto essencialmente de três grandes camadas de tecidos: uma

superior, a epiderme; uma camada intermediária, a derme; e a camada profunda, a

hipoderme. Seu principal papel é proteger o organismo, impedindo a entrada de

substâncias nocivas, e evitando a evaporação excessiva de água.

Também para Scotti e Velasco (2003), a pele é um dos maiores

órgãos do corpo humano responsável por 16% do seu peso, recobrindo a superfície

do nosso corpo, e apresenta uma camada de origem ectodérmica que é a epiderme

e outra endodérmica, a derme.

Segundo os autores, a pele forma um órgão do sentido com

terminações nervosas em toda sua extensão, respondendo a variados estímulos

externos como dores, frio, calor, pressão, dentre outros, e, as terminações nervosas

tácteis que transmitem as sensações de dor e temperatura, localizam-se na derme.

15

3.2 ANATOMIA DA PELE

A pele compõe-se essencialmente de três grandes camadas de

tecido: uma superficial a epiderme, uma intermediária a derme e uma profunda

considerada um tecido subjacente, a hipoderme ou tecido subcutâneo (FARIAS,

2004).

3.2.1 Epiderme

Nooentendimento de Figueira et al. (1997), a epiderme é um tecido

epitelial estratificado ceratinizado (queratinizado), com variações estruturais e

funcionais significativas na dependência do seu sítio anatômico. É constituída por:

sistema ceratinocítico, composto por células epiteliais denominadas ceratinócitos,

responsáveis pelo corpo da epiderme e de seus anexos (pêlos, unhas e glândulas).

Scotti e Velasco (2003), salientam que, a epiderme divide-se em

sub-camadas, como a camada córnea e os estratos germinativo, granuloso e lúcido.

A camada córnea é a mais fina e superficial, composta por células mortas,

queratinócitos, que vão sendo modificados e transformados progressivamente em

queratina.

Segundo Leonardi , Kurebayashi e Matheus (2004), a epiderme é

uma camada de epitélio pavimentoso estratificado. Na pele espessa (palmas das

mãos e plantas dos pés), podem ser distinguidas cinco camadas na epiderme.

Começando da camada mais profunda em direção à superfície, há o estrato basal, o

estrato espinhoso (denominado camada Malpighiana), o estrato granuloso, estrato

lúcido e o estrato córneo.

De acordo com Steiner (2003), a epiderme é composta por células

empilhadas, chamadas queratinócitos, responsáveis pela produção de queratina,

que é uma proteína importante para a proteção cutânea.

A epiderme é constituída por um epitélio estratificado pavimentoso

queratinizado, de origem ectodérmica. Sua espessura apresenta variações desde

0,04 mm nas pálpebras, até 1,6mm nas regiões palmoplantares (COLUCCI e

GONÇALVES, 2002).

Segundo o autor, o estrato basal ou germinativo é a camada mais

profunda da epiderme, adjacente à lâmina basal, constituída pelas células basais e

16

pelos melanócitos. As células basais se dispõem com seu maior eixo perpendicular

à linha formada pela junção dermoepidérmica. Sendo essencialmente germinativa,

originando as demais camadas da epiderme, através de progressiva diferenciação

celular. Abaixo da camada basal existe uma fina estrutura constituída por

mucopolissacarídeos neutros, a membrana basal, que separa a epiderme da derme.

O estrato espinhoso ou camada malpighiana possui várias fileiras de

células cubóides ou ligeiramente achatadas com prolongamentos espinhosos que se

encontram com células vizinhas. No ápice, as células entram em contato e se

mantêm unidas através dos desmossomas. A produção contínua de novas células

no estrato basal empurra as células situadas acima do estrato espinhoso para o

estrato granuloso, promovendo um achatamento das células em um plano paralelo à

superfície da pele (STEINER, 2003).

Para o autor, o estrato granuloso é uma camada formada por células

que contêm numerosos grânulos compostos de querato-hialinas. Além destes, as

células secretam grânulos de substância fosfolipídica associada a polissacarídeos,

que formam uma camada de substâncias intercelular com função de vedação,

impedindo a passagem de compostos, inclusive água, entre as células.

Conforme o mesmo autor o estrato lúcido é uma fina camada que

contém células eosinófilas, hialinas, nas quais o processo de queratinização está

bem avançado. O núcleo e muitas das organelas citoplasmáticas se rompem e

desaparecem à medida que a célula se preenche com queratina uma proteína

celular, enquanto o estrato lúcido é visível apenas na pele espessa.

Segundo Scotti e Velasco (2003), a hidratação da camada córnea é

assegurada por um líquido chamado filme cutâneo de superfície, que é denominado

manto hidrolipídico, composto por água, sais minerais, vitaminas, enzimas e

gorduras.

Para Colucci e Gonçalves (2002), os queratinócitos são as mais

numerosas células, produzem queratina, e um glicolipídio que está acondicionado na

célula como corpos lamelares membranosos e se espalham de modo a encher o

espaço intercelular, formando uma barreira para a água.

Segundo os autores acima citados, os melanócitos são produtores

da melanina, um dos fatores que promovem a cor da pele. A melanina é uma

espécie de filtro solar natural, porque absorve parte da radiação do sol, evitando

17

queimaduras e câncer de pele. Quanto mais escura a pele de uma pessoa, mais

melanina e mais protegida em relação ao sol ela está.

A referida cor resulta assim da intensidade da síntese de melanina,

por programação genética das células e não do número de melanócitos existentes.

A melanina, depois de sintetizada pelos melanócitos, é transferida para os

ceratinócitos vizinhos. Os melanócitos sintetizam mais melanina se forem

estimulados pela radiação ultravioleta, portanto quanto maior a melanização, maior a

proteção contra a ação da radiação sobre a pele (LEVER e LEVER, 1991).

Para Scotti e Velasco (2003), as células de Langerhans

desempenham importante papel na resposta imunológica de todo organismo.

Durante o processo de envelhecimento, o número e a atividade das células de

Langerhans e melanócitos apresentam um declínio, e , após os 30 anos, o

organismo fica menos protegido da radiação ultravioleta e mais suscetível ao

aparecimento de células cancerígenas, ocorrendo alterações de pigmentação,

verrugas e queratoses actínicas.

As células de Merkel estão localizadas no estrato basal, têm contato

com as células vizinhas através dos desmossomas, contêm grânulos que se acredita

estejam relacionados com os grânulos ricos em catecolaminas do tecido nervoso. A

base da célula de Merkel está em contato com a terminação de uma fibra nervosa

(COLUCCI e GONÇALVES, 2002).

3.2.2 Derme

A derme, camada localizada entre a epiderme e a hipoderme, é

responsável pela resistência e elasticidade da pele. São constituídos por tecido

conjuntivo (fibras colágenas e elásticas envoltas por substância fundamental), vasos

sanguíneos e linfáticos, nervos e terminações nervosas. Os folículos pilossebáceos

e glândulas sudoríparas, originadas na epiderme, também localizam-se na derme.

Figueira et al (1997), explicam que a derme ―é uma camada de

tecido conjuntivo composta por um sistema integrado de estruturas fibrosas,

filamentosas e amorfas, na qual são acomodados vasos, nervos e anexos

epidérmicos‖.

Para os autores, a derme é um denso estroma fibroelástico no qual

situam-se as estruturas vasculares, nervosas e os órgãos anexos da pele, glândulas

18

sudoríparas écrinas e apócrinas, glândulas sebáceas e folículos pilosos. Esta

camada compreende um verdadeiro gel, rico em mucopolissacarídeos, a substância

fundamental e material fibrilar de três tipos: fibras colágenas, fibras elásticas e fibras

reticulares.

Para Colluci e Gonçalves (2002), a derme é a camada sobre a qual

se apóia a epiderme, comunicando-a com a hipoderme. A junção entre elas tem

forma ondulada, constituindo as papilas dérmicas. Nas peles espessas, além das

papilas dérmicas, estão presentes cristas dérmicos, que têm uma configuração

distinta, peculiar a cada indivíduo; na superfície da pele, são representadas pelas

conhecidas ―impressões digitais‖ e por outras formas lineares.

Conforme os autores, a derme papilar é a superfície mais externa,

constituída de tecido conjuntivo frouxo, amolda-se aos cones epiteliais da epiderme,

e contém vasos sangüíneos que irrigam a epiderme, além de prolongamentos

nervosos. Derme reticular é a superfície mais profunda da derme e está constituída

de tecido conjuntivo denso, ela é mais espessa que a camada papilar e varia de

espessura nas diferentes partes do organismo.

Histologicamente, a camada reticular pode ser identificada pelas

fibras colágenas mais espessas e por ter menos células colágenas do que o tecido

conjunto frouxo da camada papilar. As glândulas sudoríparas écrinas, os folículos

pilosos e as glândulas sebáceas associadas desenvolvem-se como projeções

descendentes da epiderme (COLLUCI e GONÇALVES, 2002).

A composição da derme envolve tecido conjuntivo denso composto

por células, como fibroblastos, granulócitos e macrófagos; e também por

macromoléculas sintetizadas pelos fibroblastos e que constituem a matriz

extracelular, formada por colágeno, elastina, glicosaminoglicanas e glicoproteínas de

estrutura e que se comunicam com as células, controlando sua atividade metabólica

e fornecendo uma função protetora eficiente à pele (SCOTTI e VELASCO, 2003).

A derme desempenha uma influência reguladora sobre a

morfogênese e diferenciação epidérmica, sendo fundamental para a determinação

de sua espessura, arquitetura, tipo de diferenciação e padrão dos seus anexos

(FARIAS, 2004).

19

3.2.3 Hipoderme

A hipoderme, também chamada de tecido celular subcutâneo, é a

porção mais profunda da pele. É composta por feixes de tecido conjuntivo que

envolve células gordurosas (adipócitos) e formam lobos de gordura. Sua estrutura

fornece proteção contra traumas físicos, além de ser um depósito de calorias.

Segundo Barata (2009, p. 35), ―a hipoderme é a camada mais

profunda da pele, constituída de lóbulos de lipócitos delimitados por septos de

colágeno com vasos sangüíneos linfáticos e nervos‖.

Os lipócitos, ou células adiposas são arredondados e grandes,

contendo em seu citoplasma uma grande quantidade de lipídios.

Leonardi, Kurebayashi e Matheus (2004) salienta que, a

hipoderme, ou panículo adiposo, é uma camada subjacente a derme, a qual

apresenta espessura variável, constituindo-se por células de gordura denominadas

adipócitos, separadas entre si por um interstício seroso o qual contém ácidos

polissacarídeos que atuam como lubrificantes.

3.3 FUNÇÕES DA PELE

O sistema tegumentar desempenha funções relacionadas com sua

localização no corpo; protege contra lesões físicas, químicas e biológicas; impede a

perda de água; serve como um grande receptor para as sensações gerais (dor,

pressão, tato, temperatura); protege contra radiação ultravioleta; converte moléculas

precursoras em vitamina D; funciona na regulação térmica; excreta substâncias

através das glândulas sudoríparas e sebáceas. A pele absorve sustâncias

lipossolúveis, prestando-se à administração de agentes terapêuticos (FARIAS,

2004).

Segundo Scotti e Velasco (2003), a pele possui múltiplas funções

dentre elas o controle da perda de água por evaporação. Isso acontece graças à

camada córnea que reveste a epiderme e fornece à pele proteção contra o atrito.

Figueira et al (1997), explicam que no homem, a pele é um órgão

de grande importância, pois visa a manter um equilíbrio com o meio externo, no

sentido da manutenção vital do meio interno. A pele tem uma resistência relativa aos

agentes mecânicos, por sua capacidade moldável e elástica (fibras colágenas,

20

elásticas e hipoderme). Os elementos nervosos que existem na derme permitem o

reconhecimento de sensações especiais, como calor, frio, dor e tato, o que conduz a

um mecanismo de defesa no sentido de sobrevivência.

Para Hernandez e Fresnel (1999), a pele é recoberta pelo filme

hidrolipídico, que mantém um ph ácido, hidrata a camada córnea e desempenha um

papel de defesa nas diferentes agressões cutâneas. Por sua superfície lisa,

espessura, epiderme queratinizada, estrutura fibrosa e elástica da derme e pela

composição do tecido adiposo, a pele amortece os choques, protege os músculos e

os órgãos. A elaboração da melanina pelos melanócitos a protege dos raios

ultravioleta.

Os autores explicam que, o centro da regulação térmica se encontra

no hipotálamo, que funciona como um termostato, reagindo conforme as

informações recebidas pelos termorreceptores nervosos profundos da pele,

excitando as fibras de ação contrária.

Hernandez e Fresnel (1999) ainda explica que o influxo nervoso de

origem hipotalâmica provoca:

- Uma vasodilatação ativa, que conduz o sangue quente para perto

da superfície cutânea e acentua, assim, o resfriamento por troca térmica com o meio

externo.

- Uma sudorese, produzida pelo grande número de glândulas

sudorais écrinas (aproximadamente dois milhões) e cuja função é essencial na

termólise pela rapidez de sua intervenção e pela quantidade de água eliminada e

evaporada.

- A perspiração, que é a perda de água transcutânea ,onde são

perdidos 600g por dia. Sua origem é dupla: emissão contínua de vapor de água

pelos orifícios sudorais e perda de água transepidérmica. Esta emissão contínua de

vapor de água é essencial na termorregulação.

O músculo horripilador ou levantador do pêlo, que sobe

obliquamente do folículo pilosebáceo para a face profunda da epiderme é inervado

pelo simpático, sendo o responsável pelos arrepios da febre e da elevação térmica

que são os reflexos contra o frio (HERNANDEZ e FRESNEL, 1999).

Na secreção, como elementos produzidos pela pele, destacamos a

ceratina, a melanina, sebo e o suor, todos exercendo funções definidas e

harmônicas. O sebo colabora na formação do manto lipídico com atividade

21

antimicrobiana, emulsificadora de substâncias e de barreira protetora (FIGUEIRA et

al, 1997).

3.4 CONCEITO DE PSORÍASE

A Psoríase é uma doença crônica de pele caracterizada por

manchas que podem variar dos tons avermelhados, róseos ou esbranquiçados.

Atinge igualmente homens e mulheres, principalmente na faixa etária entre 20 e 40

anos, mas pode surgir em qualquer fase da vida, podendo afetar qualquer parte do

corpo.

Para Bernardi et al (2002), sua causa é desconhecida e os

fenômenos emocionais estão frequentemente ligados ao seu surgimento ou sua

agravação, podendo também estar ligada a uma predisposição genética para a

doença. Cerca de 30% das pessoas que têm psoríase apresentam história de

familiares também acometidos.

Vale ressaltar que muitas vezes, estas lesões estão localizadas

apenas nos cotovelos, joelhos ou couro cabeludo. Em outros casos, as lesões

podem se espalhar por toda a pele. As unhas podem ser afetadas e, muito

raramente, as articulações, causando a artrite psoriática.

Sampaio e Rivitti (2001), definem Psoríase como uma dermatose

crônica, caracterizada por lesões eritêmato-escamosas, que pode ocorrer

igualmente em ambos os sexos, em qualquer idade ,sendo mais comum na terceira

e quarta décadas de vida, e que pode atingir até 1% em alguns grupos

populacionais.

Fonte: BERNARDI; SCHWARTZ e LECOMPTE;

22

Figura 1: Presença de lesões pseudo-tumorais

Na figura 1, acima, notam-se pápulas e lesões pseudo-tumorais,

com centro tendendo à hipercertose nas extremidades e dorso das mãos e

interdígitos; pitting ungueal e onicodistrofia. Evidenciam-se lesões pseudo-tumorais

similares às das mãos nas pernas, maléolos e dorso dos pés. Histologia das lesões

tumorais: acantopapilomatose, paraceratose confluente com presença de

microabscessos de Munro (BERNARDI; SCHWARTZ e LECOMPTE).

As células que vão morrendo, por sua vez, são eliminadas através

desse estrato córneo, mantendo o equilíbrio. Este processo normal de renovação

leva aproximadamente 28 dias, do nascimento das células até sua morte (ESTRADA

et al, 2007)

Quando a pele é ferida, entra em ação uma outra atividade, diferente

da renovação normal, trata-se da cicatrização. Nesse caso as células são

produzidas numa velocidade maior. Na cicatrização há ainda um aumento da

irrigação sanguínea na área afetada e um processo de inflamação no local.

Patologicamente e de alguma forma, a pele com Psoríase é muito

―parecida com a pele em cicatrização, com a pele portadora de alguma infecção ou

mesmo com a pele da reação alérgica‖ (GUDJONSSON, 2008, p. 134).

As lesões da Psoríase se caracterizam por um crescimento celular

anômalo e, embora não haja nenhuma ferida a serem cicatrizadas, as células da

pele chamadas queratócitos se comportam como se houvesse alguma lesão a ser

reparada. Estes queratócitos alteram a multiplicação celular normal para um modelo

como se fosse de regeneração. Assim sendo, muitas células da pele são

desnecessariamente criadas e empurradas para a superfície num prazo curto de 2 a

4 dias. Esse excesso de células se acumula e começam a descamar formando as

lesões típicas da Psoríase (ESTRADA et al, 2007).

Resumindo, as escamas em placas que cobrem as lesões da

Psoríase são compostas de células mortas, e a vermelhidão das lesões é causada

pelo aumento da irrigação sanguínea nesse local para favorecer, indevidamente, o

crescimento rápido de novas células.

23

Estudos populacionais mostram marcada agregação familiar com

30% dos doentes referindo um parente afetado. A concordância da psoríase em

gêmeos monozigóticos é de 65% a 70%, enquanto que para gêmeos dizigóticos é

de 15% a 20%. A não ocorrência de 100% entre os monozigóticos indicaria que

fatores ambientais contribuem na etiologia da moléstia (SAMPAIO e RIVITTI, 2001).

Estudos mais recentes sugerem que o modo de herança da doença

é multifatorial, implicando o efeito de diversos genes, com fatores desencadeantes

desempenhando papel importante na expressão da doença. Segundo Sampaio e

Rivitti (2001), diversos fatores têm sido implicados no desencadeamento ou na

exacerbação da psoríase. São eles:

- Trauma cutâneo de diversas naturezas: físico, químico, elétrico,

cirúrgico, inflamatório. Psoríase é uma das condições dermatológicas em que o

trauma pode determinar o aparecimento da lesão em área não comprometida —

fenômeno isomórfico ou reação de Koebner. Esse fenômeno pode ser verificado em

38 a 76% dos doentes.

- Infecções: já foram implicadas no desencadeamento ou

agravamento da psoríase. Há mais de 50 anos se reconhece o possível papel do

estreptococo beta-hemolítico no desencadeamento da psoríase aguda, em gotas.

Doentes com infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) apresentam

exacerbação importante da moléstia.

- Drogas: lítio, beta-bloqueadores, antimaláricos e antiinflamatórios

não-hormonais, via dc regra agravam a psoríase. A administração e interrupção dc

corticóide sistêmico pode resultar no agravamento da condição ou até no

desenvolvimento de forma grave de psoríase, a psoríase pustulosa generalizada,

forma que também pode ser desencadeada por hipocalcemia.

- Estresse emocional: é, muitas vezes, relacionado, pelo doente, ao

desencadeamento ou exacerbação da doença.

- Outros fatores: distúrbios endócrinos e metabólicos, ingestão

aumentada de álcool, variações climáticas, também já foram implicados. Na

patogenia da psoríase há um encurtamento do ciclo germimativo epidérmico, um

aumento das células em proliferação, um marcado encurtamento do tempo do turn

over celular na epiderme da lesão psoriática. Proliferação epidérmica aumentada é

também constatada na pele clinicamente normal do doente com psoríase.

24

3.4.1 Tipos de Psoríase

Alguns estudiosos, o tipo mais comum de psoríase é a denominada

vulgar, são normalmente distinguidas com base na localização e no aspecto das

lesões. A presença da doença e distribuição das placas psoriáticas é muitíssimo

variável; algumas pessoas têm apenas uma única placa psoriática numa parte

específica do seu corpo, ao passo que outras sofrem de psoríase de uma maneira

generalizada em todo o seu corpo. A psoríase é acompanhada por comichão em

60% a 70% dos casos (ELDER, et al, 2001).

A classificação da Psoriase de acordo com Fitzpatrick (1998) fornece

alguns tipo de lesão com os seguintes subgrupos:

- Psoríase em placas (que é o mesmo que psoríase vulgar): É a

forma mais comum, observada em quase 90% dos doentes. Manifesta-se por placas

eritêmato-escamosas bem delimitadas, de tamanhos variados, afetando,

geralmente, de forma simétrica a face de extensão dos membros, particularmente

joelhos e cotovelos, couro cabeludo e região sacra, como mostra a Fig. 2.

Fonte: SAMPAIO E RIVITTI, 2001.

25

Figura 2: Psoríase em placas – eritêmica-escamosas com escamas laminares em localização característica: cotovelos.

O número das lesões é muito variável, de uma a centenas, qualquer

outra área da pele podendo estar acometida. Com menor freqüência, pode atingir as

dobras flexurais, psoríase invertida, quando a descamação se torna menos evidente

pela sudorese e maceração locais Eventualmente, são afetadas as mucosas genitais

ou mucosas dos lábios .

- Psoríase gutata (gotas): mais comum em crianças, adolescentes e

adultos jovens, manifesta-se pelo aparecimento súbito de pequenas pápulas

eritêmato-descamativas de 0,5 a 1,0 cm de diâmetro, geralmente localizadas no

tronco como demonstra a Fig. 3.

Fonte: SAMPAIO e RIVITTI, 2001.

Figura 3: Psoríase Gutata (gotas)

Caracteristicamente, a psoríase gutata diagnosticada de formas

típicas de psoríase é direto, mas é mais difícil identificar formas atípicas; estas

26

podem ser distinguidas através das características morfológicas da erupção.

Ocasionalmente, as lesões podem persistir aumentar de tamanho, tomando as

características da psoríase em placas (ELDER, et al, 2001).

- Psoríase Numular: ao contrário das manchas em forma de gota

da psoríase gutata, a psoríase numular caracteriza-se por placas redondas que têm

apenas alguns centímetros de diâmetro. O seu tamanho é mais ou menos o de uma

moeda, com mostra a Fig.4,a seguir:

Fonte: SAMPAIO e RIVITTI, 2001.

Figura 4: Psoríase Numular

Sampaio e Rivitti (2001) descrevem a Psoríase Numular, como que,

apresentando placas vermelhas pruriginosas (que provocam comichão) com o

mesmo tamanho e forma de moeda. Se estas lesões estiverem associadas a lesões

clássicas de eczema, não existe necessidade de um diagnóstico diferencial.

- Psoríase Pustular: é uma forma generalizada de psoríase, a

pustular afeta menos de 10% dos doentes. Pode surgir como uma complicação da

psoríase em placas, como resultado da tomada de determinados medicamentos ou

de sua abrupta interrupção ( ERIKSSON AT AL, 1998). Observe a Fig. 5:

27

Fonte: SAMPAIO e RIVITTI, 2001.

Figura 5: Psoríase Pustular

- Psoríase Eritrodérmica: Eritema intenso acompanhado de

descamação discreta. A eritrodermia pode ocorrer no curso evolutivo da doença.

Mais freqüentemente é desencadeada por terapias intempestivas, por administração

e posterior interrupção de corticóides sistêmico, podendo corresponder à

exacerbação da doença em doente com AIDS (SAMPAIO e RIVITTI, 2001).

Observe a figura 6, a seguir:

28

Fonte: SAMPAIO e RIVITTI, 2001.

Figura 6: Psoríase eritrodérmica

Na psoríase eritrodérmica, pode afectar a maior parte da superfície

corporal, tornando-se a pele eritemato-escamosa (coberta por manchas vermelhas

escamosas). Poderão surgir algumas manchas de pústulas.conforme a Fig. 7. Pela

vasodilatação generalizada, há perda excessiva de calor levando à hipotermia. Nos

casos de longa evolução, pode ocorrer diminuição do débito cardíaco e até mesmo

comprometimento da função hepática e renal (SAMPAIO e RIVITTI, 2001).

- Psoríase artropática: Ocorre em 5 a 7% dos doentes de psoríase,

em geral naqueles com lesões cutâneas disseminadas. A forma mais freqüente é

uma mono ou oligoaririte assimétrica de fácil controle e bom prognóstico, que afeta

particularmente as articulações interfalangeanas distais ou proximais. A velocidade

de hemossedimentação está aumentada, porém o fator reumatóide e os fatores

antinucleares estão ausentes .(TSANKOV, 1998))

- Formas atípicas: Psoríase na criança: A psoríase na criança ,

segundo Sampaio e Rivitti (2001),apresenta-se eventualmerite com aspectos

insólitos. Placas eritematosas, ligeiramente descamativas, localizadas somente em

uma área, como regiões orbitárias, genital ou couro cabeludo (SAMPAIO eRIVITTI,

2001).

Ver a figura 7, a seguir:

29

Fonte: SAMPAIO e RIVITTI, 2001. Figura 7: Psoríase atípica da criança – placas eritematosas levemente

descamativas nas regiões orbitárias.

No idoso, ocorre, Pode haver grande variedade na expressão clínica

da doença, com predomínio de um dos aspectos já referidos (eritema, infiltração ou

descamação). Variam ainda de tamanho desde pequenas dimensões passíveis de

confusão com dermatite asteatósica (ARRUDA, et al, 2001).

O queratoderma palmar e/ou plantar, que surge em adultos, surge

em adultos e a presença de placas eritêmato-descamativas hiperqueratósicas pode

atingir parcialmente ou acometer toda a palma e/ou planta, possuindo nítida

delimitação, comprometendo as unhas ou eventuais lesões em outras regiões

confirmam o diagnóstico (KERKHOFF, 1996).

Tem nítida delimitação conforme podemos observar na figura 8:

30

Fonte: SAMPAIO e RIVITTI, 2001.

Figura 8 : Psoríase Palmar – Placas eritêmato-descamativas hiperqueratósicas palmares

Sampaio e Rivitti (2001) ressaltam que, as unhas, são

freqüentemente afetadas na psoríase. Para eles, o aspecto mais freqüente é a

existência de depressões gotadas, cupuliformes (unhas em dedal), e que stas

depressões com alargamento das bordas da unha são muito sugestivas de psoríase,

assim como estriações transversais, onicorrexe, hiperqueratose subungueal,

também são outras alterações das unhas psoriáticas.

Os autores ainda acentuam que, a psoríase ungueal pode preceder

o aparecimento das lesões cutâneas e ser, durante anos, a única manifestação da

afecção. O aparecimento da lesão cutânea permite confirmar a diagnose de

psoríase ungueal, porém, a recíproca também ocorre e as lesões das unhas

confirmam a diagnose do quadro cutâneo. Outro aspecto importante da psoríase

ungueal é a distinção com onicomicose dermatofitica, muitas vezes impossível

clinicamente .

31

3.4.2 Tratamento

No modo geral as lesões podem desaparecer espontaneamente

ou como resultado da terapia, mas certamente haverá recorrências. Há ainda

tendência das medicações perderem sua efetividade gradualmente. O método de

tratamento varia de acordo com a topografia das lesões, severidade, duração,

tratamento prévio e a idade do paciente, a maioria dos tratamentos está associada a

uma melhoria significativa na qualidade de vida. Classificação da doença pode ser

associada ao fator reumatóide negativo de artrite em múltiplas articulações, sendo

assim o efeito dos fármacos que se encontram atualmente disponível (por ex.:

tratamentos locais e sistêmicos) destina-se à remissão das placas psoriáticas e a

evitar a recidiva (MINELLI ET AL, 2001).

As características da doença devem ser esclarecidas ao enfermo,

particularmente no que se refere à evolução, a não-contagiosidade e ao não-

comprometimento sistêmico. Apesar da falta de medicamentos para a cura definitiva,

deve-se ressaltar que os recursos terapêuticos possibilitam o controle da moléstia.O

tratamento vai depender do tipo da psoríase, da extensão do quadro e também de

fatores como idade, ocupação e condições gerais da saúde.

Há mais de 100 anos, são conhecidos os benefícios da radiação

solar na psoríase e, a exposição moderada ao sol (Helioterapia), sempre que

possível, deve ser recomendada.

Deve sempre ser respeitado o direito do paciente em conhecer os

tipos de procedimentos aos quais será submetido, e seu direito de escolher, quando

houver mais de uma opção de tratamento.

As seguintes medicações tópicas podem ser usadas, nos casos com

lesões localizadas estáveis, segundo DU VIVIER (1995). São elas:

- Ácido salicílico – usualmente incorporados no cold cream ou

pomadas hidrofílicas em concentrações de 3% a 5%. Auxilia na remoção das

escamas e promove a eficácia de outros agentes tópicos. Se aplicado em áreas

mais extensas, poderá levar à intoxicação por salicilato (tinitus, confusão aguda,

hipoglicemia refratária – especialmente em pacientes diabéticos e com

comprometimento da função renal.

- Ciclosporina A – imunossupressor que atua inibindo os linfócitos T

auxiliadores (CD4) ativados, impedindo a produção de IL-2 e outras linfoquinas. Os

32

efeitos adversos são dose-dependente, como diminuição da função renal,

hipertensão, elevação sérica do colesterol e triglicérides, hipertricose, hipertrofia

gengival, tremor, fadiga, náuseas, sensações parestésicas.

Metotrexato (ametopterina) – antagonista do ácido fólico teria ação

na hiperproliferação celular. As indicações para o seu uso são psoríase

eritrodérmica, artrite psoriática moderada a severa, psoríase pustular aguda

generalizada, nas psoríases com mais de 20% de superfície corpórea total

acometida, psoríase pustular localizada, psoríase afetando certas áreas do corpo

como aquelas em que seu emprego e função normais estão prejudicados (como

mãos) e a falta de resposta à fototerapia, PUVA ou retinóides. É necessário

selecionar os doentes, excluindo aqueles com hepatopatias, doenças hematológicas

e outras doenças sistêmicas.

Tazaroteno – retinóide tópico em gel a 0,05% e 0,1%, indicado para

uso em lesões estáveis até 20% da área corporal.

Segundo SAMPAIO e RIVITTI, 2001) quando a erupção não puder

ser controlada por medicação tópica ou quando a extensão/gravidade do quadro

assim o exigir, podem ser empregados os seguintes tratamentos sistêmicos:

- PUVA: o termo se refere e a exposição ao sol também podem

ajudar a eliminar sintomas da psoríase. No entanto o tratamento com PUVA pode

aumentar o risco de câncer de pele devido à ação da luz ultravioleta e, por essa

razão, o tratamento deve ser supervisionado rigorosamente por um médico

lnicialmenle são realizado 2 a 3 tratamentos por semana, empregando-se o 8-MOP

na dose de 0,6 mg/kg/dose.

A aplicação de PUVA, ser reavaliado após 15 sessões quanto à

resposta clínica, O clareamento das lesões, em geral, requerem 24 sessões e dura

em torno de 3-6 meses. O tratamento deve ser limitado a 50 sessões por ano de

PUVA. Outros agentes podem ser associados, como por exemplo os retinóides

orais, reduzindo o número de sessões de PUVA necessários para clareamento das

lesões (BERKOW et al., 2003).

Os efeitos adversos mais comuns do PUVA incluem náusea, eritema,

prurido, xerose cutânea (pele seca) e pigmentação irregular. A maioria dos efeitos

adversos é facilmente administrada com o ajuste de doses de luz e da medicação,

assim como o uso de emolientes e agentes antipruriginosos. Exposição ao PUVA

não está associada a risco ou aumento para linfomas ou cânceres não cutâneos. No

33

entanto, altas doses cumulativas podem aumentar o risco de câncer de pele não

melanoma, principalmente carcinomas espino-celulares (DU VIVIER, 1995).

- Metotrexato (ametopterina): encontrada sob a forma de

comprimidos de 2,5 mg e frasco-ampola de 50 mg. Foi originalmente usado em

psoríase devido a seu efeito nos queratinócitos em rápida divisão. Enfim, a eficácia

do MTX na psoríase deve-se também a suas propriedades imunomoduladoras,

freando a produção de IL-1 e diminuindo a densidade de células de Langherhans na

epiderme, parecendo ainda ter efeito nas células apresentadoras de antígeno. sendo

particularmente recomendada na psoríase artropática e eritrodérmica

(BOURNERIAS et al, 1994).

Desse modo, embora possam ocorrer efeitos colaterais graves

quando o MTX é associado a outros tratamentos sistêmicos, em casos

recalcitrantes, conseguem-se bons resultados com uso combinado ou seqüencial de

MTX e puvaterapia (Puva) ou fototerapia UVB, ou acitretina, por curtos períodos e

com monitorização adequada de erosões aftóides na mucosa oral, geralmente

traduzindo leucopenia importante. O efeito colateral mais comumente do

MXTobservado é o desconforto gástrico nos dias da tomada do medicamento.

Quando há intolerância gástrica importante, pode-se usar 1/3 de ampola (16,6 mg)

da droga injetável, uma vez por semana (ROENIGK, 1988).

- Acitretin (substituto do etretinato): retinóide derivado da vitamina A

(retinol), ativo em alterações da queratinização e na psoríase. O etretinato pode ser

considerado medicamento seguro desde que excluída a possibilidade de gravidez,

pois o efeito colateral mais grave de todos os retinóides diz respeito à teratogenia. É

empregado na dose de 0,5 a 1,0 mg/Kg/dia, sendo particularmente indicado na

psoríase pustulosa generalizada onde atua rapidamente. Na psoríase em placas

generalizadas e na psoríase eritrodêmica, melhora significativa pode ocorrer após 3

a 4 meses de tratamento. Em alguns casos, a associação com PUVA pode resolver

quadros mais resistentes -método RePUVA (SAMPAIO E RIVITTI, 2001).

- Ciclosporina A: eficaz na psoríase e a Acitretina (Neotigason®) é

retinóide sintético de segunda geração, monoaromático, que substituiu o etretinato

(Tigason®) no tratamento da psoríase. Sabe-se que os retinóides se ligam a

receptores nucleares alterando a expressão de uma variedade de gens, mas ainda

não está totalmente esclarecido o mecanismo de ação da acitretina na psoríase,

admitindo-se que tenha efeitos imunomoduladores e antiinflamatórios, além de agir

34

sobre o crescimento e a diferenciação celular epidérmica(KOOL, 1999).

Até o momento não foi verificado aumento significativo de neoplasias

associadas com ciclosporina na psoríase, considerada, pode ser considerada uma

droga segura até dois anos de uso, acima deste período pode surgir nefrotoxidade

irreversível.

Sulfonas são eventualrnente empregadas, na dose de 100 mg por

dia, especialmente nos casos de pustulose palmoplantar. Recentemente vem sendo

experimentado o micofenolato mofctil (MMF) derivado do ácido micofenólico (MPA)

que inibe a proliferação de linfócitos e a formação de anticorpos(SAMPAIO e

RIVITTI, 2001)

3.5 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AOS PORTADORES DE PSORÍASE

O processo de enfermagem é o método que proporciona o

direcionamento da assistencia, aponta as abordagens liberativas da solução de

problemas apresentados pelos pacientes, o que exige dos profissionais habilidades

cognitivas, técnicas e interpessoais. Cunha (2007) aponta algumas ações de

enfermagem, consideradas importantes para com o paciente com Psoríase. São

elas:

a) orientação ao paciente, estimulando-o e orientando-o quanto à melhoria da

qualidade de vida através de apoio, aconselhamento, educação e satisfação

de suas necessidades médicas e emocionais, procurando envolver o paciente

e seu cuidado nos cuidados diários, tendo como retorno o tratamento precoce

e adequado, orientando-o sobre a importância de não ―coçar‖ as lesões;

b) qualificação dos profissionais de enfermagem para o tratamento eficaz, que

de conformidade com o método varia de acordo com a topografia das lesões,

severidade, duração, tratamento prévio e a idade do paciente da psoríase;

c) cuidados práticos de enfermagem, como manter as unhas do paciente

cortadas, prevenindo o surgimento de novas lesões, hidratar diariamente a

pele do paciente, manter o equilíbrio térmico, hídrico e eletrolítico; e,

d) avaliação do profissional através de observação diária, entrevista, reflexão

crítica de documentos e formulários, facilitando a prestação de cuidados e

35

trazendo benefícios sociais para estes pacientes, e as influências da psoríase

em sua vida.

Estudos apontam que a terapêutica tópica com baixo risco de efeitos

colaterais é a mais utilizada nos casos de Psoríase e costuma ser suficiente para o

controle das lesões nas formas leves da doença, pois a necessidade da interação

das características da manifestação da psoríase, importantes para o conhecimento

do enfermeiro, urgindo a importância de se buscar um histórico efetivo do paciente

relacionado ao surgimento da doença e agravamento das lesões com vistas a uma

intervenção adequada, denota grande interesse na busca de aprofundamento

acerca da psoríase para um efetivo cuidado a partir de um criterioso exame das

lesões e repercussões no paciente, o que exige acurácia por parte do profissional

(DAUS, 2008).

A assistência de enfermagem apresenta ainda que conhecer as

necessidades e desejos do paciente, procurando prepará-lo para o autocuidado e a

alta com maiores possibilidades de êxito. várias outras orientações que podem ser

incluídas como cuidados especiais com a pele, e mesmo medidas de higiene para

evitar agravamento das lesões. A orientação pode ir mais além, como por exemplo

,a respeito de vários produtos , como os de limpeza, que devem ser evitados,

principalmente quando em lesões de psoríase nas mãos; assim também como o uso

de roupas sintéticas, que tendem a exacerbar o desconforto na região das lesões

em outras partes do corpo podendo causar pioras no quadro das lesões

(FIGUEIREDO, 2001).

Uma melhor implementação dos métodos de tratamento e da

assistência prestada aos pacientes portadores de Psoríase, assim como uma atitude

mais humanizada da equipe de saúde em relação ao problema, pode influenciar

diretamente no bem-estar deles e colaborar no aumento de sua auto estima, o que

promoverá prevenção ao agravamento das lesões.

Portanto programas especiais de cuidado ao paciente junto à

enfermagem vão além da competência técnica não envolvendo só prescrição

medicamentosa, mas também um cuidado livre de preconceito, focalizado no ser

humano, tendo a visão do ser na sua totalidade (física, emocional, social e

espiritual). Enfermeiros desempenham um papel importante com os pacientes de

Psoríase na melhoria de sua qualidade de vida através de apoio, aconselhamento,

educação e satisfazendo suas necessidades médicas e emocionais (DAUS, 2008).

36

Segundo Cunha (2006), os portadores de psoríase acreditam que a

doença tem um profundo impacto emocional, no que se refere a problemas que de

modo geral se assemelha nas questões que interferem na imagem corporal.

Martini (2009) defende que, prevenir doenças, promover a cura,

restituir saúde e bem estar, dentre outros, significa mais precisamente efetuar o

humanismo, ou seja, se apropriar da ciência e da tecnologia para minimizar e até

superar as limitações do homem.

Frente a essa perspectiva, é preciso discutir a complexidade da

atuação profissional isolada, bem como refletir sobre os aspectos intersubjetivos do

trabalho em equipe. No que concerne aos cuidados com a saúde, cabe reforçar que

o conhecimento deve estimular a cooperação e ser produzido em interação e

interconexão com as necessidades sociais, visando, no que se refere à saúde,

promover um viver saudável para todos (MARTINI, 2009).

A literatura reconhece a importância da equipe multiprofissional no

cuidado à saúde dos pacientes, pois a mesma pode influenciar positivamente na

adaptação da doença e a efetivação da farmacoterapia, isso porque, fazer

enfermagem é fazer-se dentro do contexto da saúde, mas também, por outro lado,

não há como se falar em saúde sem se referenciar a enfermagem (SILVA, 2003).

Os portadores de Psoríase desejam não apenas esclarecimentos

para suas dúvidas ou que ofereça cuidados, mas, também, de alguém que amenize

seus anseios.

Na opinião de Brunner e Suddarth (1999), a Psoríase pode causar

desespero e frustração ao paciente; as pessoas podem olhá-lo fixamente, como

fazer perguntas embaraçosas ou mesmo evitá-lo, podendo exaurir os recursos do

paciente, interferir com seu trabalho e tornar a sua vida miserável de um modo geral.

O enfermeiro pode participar ativamente no encorajamento desses

pacientes, tornando-os conscientes e participativos na conservação da sua saúde e

prevenção do agravamento de sua doença, ajudando-os a construir uma perspectiva

de adaptação e enfrentamento contínuo tanto nos tratamentos, quanto

psicoemocionalmente e psicossocialmente.

Para isso, há uma necessidade por parte da Enfermagem em

ampliar o conhecimento sobre Psoríase e seus cuidados, para assim haver uma

intervenção qualificada e uma eficácia no controle, com vistas a integralizar o

37

cuidado e minimizar as complicações e danos emocionais que essa doença traz a

seus portadores.

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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Psoríase continua sendo uma doença de causas indefinidas, que

gera em seus portadores modificações estéticas e psicossociais, ocasionando

alterações na qualidade de vida dos pacientes e de seus familiares.

Este tema é questão das mais sérias e merece, sem dúvida, o

maior respeito e seriedade por parte de nossa sociedade.

Portanto, vale destacar a importância de cada categoria da doença

abordada e a evidente necessidade de novos estudos, já que são essenciais para o

desenvolvimento de melhores cuidados aos pacientes com Psoríase. Com um

melhor entendimento da patogênese da doença, abrem-se novas possibilidades de

tratamento.

O tratamento da psoríase ainda é um problema e somente a

interação da equipe de saúde com o doente promoverá a escolha de uma conduta

terapêutica adequada, colocando recursos e condutas específicas necessárias para

um melhor bem-estar do paciente.

O resgate desse conhecimento científico reforça a perspectiva de

um desafio a ser conquistado, ou seja, uma maior produção e divulgação do saber

de Enfermagem acerca dessa temática, enfatizando a grande importância que há

para os profissionais de saúde e para a sociedade, em obter maiores conhecimentos

sobre essa doença.

Sendo assim, conclui-se que os objetivos deste trabalho foram

alcançados, uma vez que permitiu um maior conhecimento acerca da Psoríase,

possibilitando à sua autora e a seus colegas da área da saúde, contribuir na

prevenção dessa debilitante doença, promovendo saúde e ajudando a minimizar as

incapacidades e os sofrimentos que ela traz, através de uma intervenção mais

humanizada e de maior qualidade.

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REFERÊNCIAS

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