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ASSOCIAÇÃO EDUCACIONAL DOM BOSCO Mantenedora da Faculdade de Ciências Econômicas, Administração e da Computação Dom Bosco, da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Dom Bosco, da Faculdade de Engenharia de Resende e do Colégio de Aplicação de Resende. Núcleo de Educação a Distância – NEAD/AEDB Av. Cel. Prof. Antonio Esteves, nº 01, Campo de Aviação – Resende- RJ CEP: 27.523-000 Tel./Fax: (24) 3383 -9000 www.aedb.br

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ASSOCIAÇÃO EDUCACIONAL DOM BOSCO

Mantenedora da Faculdade de Ciências Econômicas, Administração e da Computação Dom Bosco, da

Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Dom Bosco, da Faculdade de Engenharia de Resende e do Colégio de Aplicação de Resende.

Núcleo de Educação a Distância – NEAD/AEDB

Av. Cel. Prof. Antonio Esteves, nº 01, Campo de Aviação – Resende-

RJ CEP: 27.523-000 Tel./Fax: (24) 3383 -9000 www.aedb.br

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Conteúdo Programático 3.º Bimestre

NOÇÕES DE DIREITO PENAL

Introdução e conceito Parte Geral Crimes Cibernéticos Referências

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Objetivos da Unidade

- Conhecer os princípios do Direito Penal Brasileiro e - Reconhecer os preceitos penais nos atos criminosos mais comuns no

âmbito profissional.

Introdução

Muito se poderia dizer sobre o Direito Penal, mas em função do tempo

exíguo serão abordados apenas alguns pontos objetivamente pertinentes ao

curso.

Conceito

Conceito: dá-se o nome de Direito Penal à “reunião das normas jurídicas

pelas quais o Estado proíbe determinadas condutas, sob ameaça de sanção

penal, estabelecendo ainda os princípios gerais e os pressupostos para a

aplicação das penas e das medidas de segurança”. (MIRABETE, 1999, p. 22)

Fontes

As principais fontes do Direito Penal são: a Constituição Federal; o Código

Penal - CP e leis esparsas.

Na Constituição temos alguns incisos do já estudado art. 5º, dos quais

se destacam:

XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:

a) a plenitude de defesa;

b) o sigilo das votações;

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c) a soberania dos veredictos;

d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;

XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;

XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;

XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais;

XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;

XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;

XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;

XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;

XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:

a) privação ou restrição da liberdade;

b) perda de bens;

c) multa;

d) prestação social alternativa;

e) suspensão ou interdição de direitos;

XLVII - não haverá penas:

a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;

b) de caráter perpétuo;

c) de trabalhos forçados;

d) de banimento;

e) cruéis;

XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado;

XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;

L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos durante o período de amamentação;

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LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;

LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião;

LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;

LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;

LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;

LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;

LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória;

(...)

LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;

LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;

LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;

LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial;

LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;

LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança;

LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;

LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;

(...)

Há que se esclarecer que as regras acima estão no artigo 5º da

Constituição, sendo então consideradas cláusulas pétreas, cuja característica é

a impossibilidade de alteração através de Emenda Constitucional, conforme o

respectivo art. 60 § 4º. A pena de morte, por exemplo, somente seria possível

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no Brasil, caso uma nova Constituição fosse promulgada, o que não se imagina

plausível dentro de um sistema democrático estável.

Assim como na Constituição, que fixa diversos princípios aplicáveis na

esfera criminal, o CP - Código Penal (Decreto-Lei n° 2848, de 07/12/1940) fixa

regras gerais entre os artigos 1° e 120 (Parte Geral do Código Penal), dentre

as quais se destacam:

ATENÇÃO

Na chamada “Parte Especial do Código

Penal” (artigos 121 a 361) encontram-

se os crimes em si, com a descrição

das condutas e das penas a serem

aplicadas.

Princípio da legalidade ou da reserva legal em matéria penal (art.

5º e XXXIX e 1º do Código Penal)

Art. 1º do CP - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal.

Como ensina Mirabete (1999, p.56) “pelo princípio da legalidade alguém

só pode ser punido se, anteriormente ao fato por ele praticado, existir uma lei

que o considere como crime. Ainda que o fato seja imoral, anti-social ou

danoso, não haverá possibilidade de se punir o autor, sendo irrelevante a

circunstância de entrar em vigor, posteriormente, uma lei que o preveja como

crime.”

Tal princípio se desdobra em outros quatro: a) nullum crimen, nulla

poena sine lege praevia (proibição da edição de leis retroativas que

fundamentem ou agravem a punibilidade); b) nullum crimen, nulla poena sine

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lege scripta (proibição da fundamentação ou do agravamento da punibilidade

pelo direito consuetudinário (baseado nos costumes)); c) nullum crimen, nulla

poena sine lege stricta (proibição da fundamentação ou do agravamento da

punibilidade por analogia); d) nullum crimen, nulla poena sine lege certa (a

proibição de leis penais indeterminadas).

Além do Princípio da Legalidade, outro importante é o da Presunção de

Inocência, pelo qual ninguém deve ser considerado culpado até o trânsito em

julgado (quando não cabem mais recursos) da sentença penal condenatória,

expedida após ser possibilitada a mais ampla defesa (ver art. 5º LVII da

CRFB/1988).

► Por isso deve-se tomar cuidado com condenações precipitadas feitas

pela sociedade, baseadas em meras possibilidades e acusações, inclusive

aquelas estimuladas pela imprensa, sob pena de se execrarem pessoas,

famílias, empresas e até instituições que ainda não tiveram todas as chances

de provar a sua inocência. Deve-se notar que os espaços na mídia para

retratação ou para a divulgação de absolvições são notória e infinitamente

menores que os destaques dados quando alguém é suspeito de um crime.

Saiba mais sobre o emblemático caso da Escola Base, ocorrido em SP no ano de 1994,

Link: https://www.youtube.com/watch?v=tN4D_vMtSMw

Postado no YouTube pela TV Brasil

O Código Penal fixa no artigo 2º a regra de que ninguém pode ser punido

por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela

a execução e os efeitos penais da sentença condenatória.

No parágrafo único do mesmo artigo 2º, vê-se que os efeitos de uma lei

nova somente retroagem em relação a crimes ocorridos anteriormente, caso

esta nova seja mais vantajosa para quem os cometeu.

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Art. 2º Parágrafo único – “A lei posterior, que de qualquer modo

favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por

sentença condenatória transitada em julgado.”

Exemplo: caso o “contrabando” (vide art. 334-A do CP) algum dia deixe

de ser crime, todos os que estão respondendo ou já cumprindo pena por esse

crime terão os processos e as penas extintas (serão soltos).

Crime

Crime = Fato Típico + Antijurídico Fato típico “é o comportamento humano (positivo ou negativo) que

provoca, em regra, um resultado, e é previsto como infração penal.”

(MIRABETE, 1999, p. 98).

São elementos do fato típico:

a) a conduta (ação ou omissão);

b) o resultado;

c) a relação de causalidade;

d) a tipicidade.

Fato antijurídico “é aquele que contraria o ordenamento jurídico. No

Direito Penal, a antijuricidade é a relação de contrariedade entre o fato típico

praticado e o ordenamento jurídico. Se em princípio for injurídico o fato típico,

não será contrário ao direito quando estiver protegido pela própria lei penal.

Exemplificando: matar alguém é fato típico se o agente o fez dolosa e

culposamente, mas não será antijurídico se o agente praticar a conduta em

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estado de necessidade, em legitima defesa etc. Não há, nessas hipóteses,

crime.” (MIRABETE, 1999, p. 98).

A seguir alguns aspectos do crime como previstos na parte geral do

Código Penal.

TÍTULO II do CÓDIGO PENAL

DO CRIME

Relação de causalidade

Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.

Superveniência de causa independente

§ 1º - A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou.

Relevância da omissão

§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:

a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância;

b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado;

c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.

Art. 14 - Diz-se o crime:

Crime consumado

I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal;

Tentativa

II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente.

Pena de tentativa

Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços.

Desistência voluntária e arrependimento eficaz

Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados.

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Arrependimento posterior

Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços.

Crime impossível

Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime.

Art. 18 - Diz-se o crime:

Crime doloso

I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo;

Crime culposo

II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia.

Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente.

Agravação pelo resultado

Art. 19 - Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só responde o agente que o houver causado ao menos culposamente.

Erro sobre elementos do tipo

Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei.

Descriminantes putativas

§ 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo.

Erro determinado por terceiro

§ 2º - Responde pelo crime o terceiro que determina o erro.

Erro sobre a pessoa

§ 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena. Não se consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime.

Erro sobre a ilicitude do fato

Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço.

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Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite sem a consciência da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir essa consciência.

Coação irresistível e obediência hierárquica

Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem.

Exclusão de ilicitude

Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato:

I - em estado de necessidade;

II - em legítima defesa;

III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.

Excesso punível

Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo.

Estado de necessidade

Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se.

§ 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo.

§ 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um a dois terços.

Legítima defesa

Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.

Inimputabilidade

Imputabilidade é a possibilidade de atribuir a um indivíduo a

responsabilidade por uma infração. Assim, Inimputabilidade penal é a

incapacidade que tem o agente em responder por sua conduta delituosa, ou

seja, o sujeito não é capaz de entender que o fato é ilícito e de agir conforme

esse entendimento. (Fonte:

http://www.direitonet.com.br/dicionario/exibir/1033/Inimputabilidade)

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TÍTULO III do CÓDIGO PENAL DA IMPUTABILIDADE PENAL

Inimputáveis

Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.

Redução de pena

Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.

Menores de dezoito anos

Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas na legislação especial.

Emoção e paixão

Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal:

I - a emoção ou a paixão;

Embriaguez

II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos.

§ 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.

§ 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.

Penas

De acordo com o artigo 32 do Código Penal, as penas são: I) privativas

de liberdade (reclusão em regime fechado, semi-aberto ou aberto e detenção

em regime semi-aberto ou aberto); II) restritivas de direitos (prestação

pecuniária; perda de bens ou valores; prestação de serviços à comunidade ou

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a entidades públicas; interdição temporária de direitos; limitação de fim de

semana); III) de multa.

CIRCUNSTÂNCIAS AGRAVANTES E ATENUANTES

As circunstâncias agravantes da pena (tem como efeito aumentá-la)

estão previstas nos artigos 61 a 64 do CP, enquanto que as atenuantes (servem

para diminuir a sua fixação) estão nos artigos 65 e 66 do CP.

Crimes Cibernéticos

Apelidada de Lei Carolina Dieckmann, a Lei dos Crimes Cibernéticos (Lei

Federal nº 12.737/2012) alterou o Código Penal para definir como crimes as

seguintes infrações relacionadas ao meio eletrônico: a invasão de dispositivo

informático; a interrupção ou perturbação de serviço telegráfico, telefônico,

informático, telemático ou de informação de utilidade pública, bem como a

falsificação de cartões de crédito e débito.

Saiba mais crimes cibernéticos nos seguintes vídeos: https://www.youtube.com/watch?v=UnH2kI2_Ve4

Postado no YouTube pelo Supremo Tribunal Federal. https://www.youtube.com/watch?v=heXktfPsCxw

Postado no YouTube pelo Supremo Tribunal Federal. https://www.youtube.com/watch?v=e5c2z5te2NA

Postado no YouTube pelo Ministério Público do Estado de Minas

Gerais.

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RESUMO

O Direito Penal é composto por normas jurídicas pelas quais o Estado

proíbe determinadas condutas. A pessoa que as descumpre está sujeita a sofrer alguma penalidade, cujas espécies são: privativas de liberdade; restritivas de direitos e/ou de multa.

As principais fontes do Direito Penal são: a Constituição Federal; o Código Penal - CP e as leis esparsas (ou leis especiais).

Crime = fato típico + antijurídico.

Atividades Propostas - Participação e tira dúvidas no(s) fórum(s). - Exercício de Fixação

Pesquise na parte especial do Código Penal sobre os seguintes crimes

mais comuns no exercício das suas atividades profissionais: Contrabando; Descaminho; Calúnia (+ injuria e difamação); Constrangimento Ilegal; Furto; Roubo; Extorsão; Dano; Apropriação Indébita; Estelionato; Receptação; Violação de Direito Autoral; Falsificação de documentos; Corrupção Ativa e Passiva.

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REFERÊNCIAS

BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm> Acesso em 25. Abril. 2017. BRASIL, Código Penal. Disponível em: <

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848compilado.htm> Acesso em 25. Abril. 2017. DIREITONET. Disponível em <http://www.direitonet.com.br/dicionario/exibir/1033/Inimputabilidade> Acesso em 25. Abril. 2017. FOLHA, para entender Direito. Disponível em: <http://direito.folha.uol.com.br/blog/category/crime%20continuado%20comum> Acesso em 25. Abril. 2017. MIRABETE, Julio Fabbrini. Manual de Direito Penal. 15ª ed., São Paulo: Atlas, 1999. MARTINS, Sérgio Pinto. Instituições de Direito Público e Privado. 16ª ed. São Paulo: Atlas 2016.