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EBOOK ATUALIDADES 2017 INVERNO Politize!

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EBOOKATUALIDADES

2017INVERNO

Politize!

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O fenômeno Trump

Brexit e a onda nacionalista

Guerra na Síria: sem perspectivas de término

A tensão explosiva entre Coreia do Norte e Estados Unidos

Um país em reforma

As novas investidas da Lava Jato

A crise do sistema prisional brasileiro

Gastos do governo em revisão: o teto de gastos

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ÍNDICE

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Olá! Este eBook é dedicado aos vestibulandos e a todos aqueles que queiram ficar por dentro dos principais temas políticos da atualidade, no Brasil e no mundo. Nos oito capítulos deste material, você encontrará alguns dos assuntos mais debatidos ao longo desteprimeiro semestre de 2017: Trump, Brexit e onacionalismo latente; a crise humanitária na Síria; tensões nucleares na Coreia do Norte; as políticas do governo Temer e novos avanços da Operação Lava Jato. Tenha uma boa leitura!

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FENÔMENO TRUMP

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2016 foi um dos anos mais malucos na história do mundo, provavelmente. No Brasil, teve impeachment da presidente Dilma Rousseff, além de uma operação que está acusando, prendendo e investigandopolíticos do mais alto escalão político – ministros, senadores, deputados, governadores – e empre-sários principalmente no ramo de empreiteirasmultinacionais. No mundo, a maior crise humanitária da história, o terrorismo e extremismo islâmico em países europeus, a guerra civil na Síria, o Estado Islâmico, o Brexit, a eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos. Pois bem, dois desses fatos estão bastante interliga-dos: o Brexit e a eleição de Trump. Vamos falar um pouco sobre esse último.

Em primeiro lugar, vamos entender como são as eleições presidenciais nos Estados Unidos.

AS ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS NOSESTADOS UNIDOS

Confira o info completo!

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Em segundo lugar, vamos entender quem é Donald Trump, qual o seu discurso e as suas promessas, para depois compreender um pouco mais sobre quem votou nele. Donald Trump foi o candidato do Partido Republica-no para as eleições presidenciais nos Estados Unidos em 2016. Ele é um milionário que nunca ocupou nenhum cargo eletivo antes e é reconhecido por ter sido o apresentador do reality show “O Aprendiz”. Quando se candidatou à presidência, cidadãos, políticos e jornais de grande circulação nãoacreditaram na possibilidade de ele ser ocandidato republicano lançado. As pesquisasoficiais e de jornais renomados fizeram um trabalho lamentável prevendo as preferências do eleitorado nos EUA, considerando Trump uma piada, em vez de levar sua candidatura a sério desde o início. Mas por que Trump não foi levado a sério? Isso tem relação com sua campanha, rodeada de escândalos, discursos de ódio e polêmicas.

AFINAL, QUEM É DONALD TRUMP?

Durante a campanha eleitoral, em 2016, circulou um vídeo, de onze anos atrás, em que o agora presidente dos Estados Unidos se gaba de utilizar de seu poder para assediar mulheres e faz comentários obscenos e machistas. Outro escândalo envolveu sua equipe: o chefe de sua campanha, Paul Manafort, foi acusado de receber mais de 12 milhões de dólares depolíticos ucranianos via caixa dois – ele pediudemissão logo após o episódio. Mesmo depois desses episódios, Trump parecia blindado; as intenções de voto diminuíam depois dessas notícias, mas logo voltavam a subir.

OS ESCÂNDALOS DA CAMPANHADE TRUMP

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As promessas de campanha de Trump vão desde a promessa de construir um muro na fronteira dos Estados Unidos com o México para impedir a entrada de imigrantes ilegais, até a proibição de imigrantes muçulmanos – inclusive refugiados de países em guerra – ou mesmo a intenção de uma “guerra comercial” com a China.

PROMESSAS POLÊMICAS

Alguns fatores-chave teriam levado Trump à Casa Branca. Seu discurso, por vezes preconceituoso,machista e xenofóbico foi um deles. O principal slogan da campanha de Donald Trump era: “Make America great again” – algo como “faça os Estados Unidos grandes novamente” –, que chamou muito a atenção. Mas outro slogan muito importante era: “America first”, no sentido de colocar os Estados Unidos em primeiro lugar. Esse slogan nos diz duas coisas: Trump iria lutar contra a globalização efortificar seu discurso nacionalista.

Uma guinada nacionalista?

Tanto o Brexit, quanto a eleição de Trump trouxeram à tona conceitos do nacionalismo. Alguns dessesconceitos são: a ideia de superioridade do seu local de origem em relação a outros, assim como da sua cultura e idioma; além do sentimento depertencimento causado pelo próprio nacionalismo, que cria uma identidade nacional. Um dos ideais nacionalistas é a preservação da nação, através da defesa do território, da manutenção do idioma e manifestações culturais, opondo-se a todos osprocessos que possam destruir ou transformar essa identidade. Uma das principais bandeiras de Trump é acabar com o desemprego e para proteger osempregos e/ou recuperá-los, pretende restringir a imigração para que não sejam “roubados” osempregos da população estadunidense.

Com a finalidade de proteger suas fronteiras, Trump prometeu construir um muro entre os EUA e o México, a fim de impedir a chegada de imigrantes ilegais pela fronteira mexicana. Essa medida extrema é explicada pelo presidente pela participação dos Estados Unidos no NAFTA, o que gerou uma série de

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Como já vimos, no sistema eleitoral nos Estados Unidos, nem sempre a pessoa que recebe mais votos é a eleita. O atual presidente ganhou em 306delegados e Clinton em 282. Hillary Clinton, porém, recebeu aproximadamente 2,9 milhões de votos a mais que Trump, ou seja, venceu no voto popular, mas não nos delegados. O perfil de votantes de Trumpera de homens brancos, mais velhos e semformação universitária.

Quem votou em Trump?

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consequências. Mas o que é isso? O NAFTA é o Acordo de Livre Comércio da América do Norte, um bloco econômico formado pelos Estados Unidos, Canadá e México. Esse acordo permitiu queindústrias e empresas estadunidenses, antesinstaladas em território nacional, fossemtransferidas ao México em busca de mão-de-obra mais barata. Por isso, Trump atribui o altodesemprego a esse acordo.

Mas não é só isso! O discurso nacionalista de Trump toma imigrantes, refugiados e, principalmente, muçulmanos como inimigos do país e da população. Criar o sentimento da existência de inimigosexternos que, segundo ele, vão aos EUA paraatrapalhar a vida dos estadunidenses, além da ideia de agir nos conflitos como a Guerra Civil na Síria combombardeios e intervenções militares ou mesmo seus discursos racistas e xenofóbicos, criam uma ideia de superioridade da população estadunidense.

Como prometeu em campanha, Trump proibiu, nas primeiras semanas de governo, a entrada dediversas pessoas, imigrantes ou não, de variadas nacionalidades: Síria, Irã, Sudão, Líbia, Iraque, Iêmen e Somália. A decisão, porém, foi anulada porum juiz – que já havia anulado outro decreto dopresidente, com as mesmas medidas e mais aproibição de entrada nos EUA de refugiados, para os sírios, por tempo indeterminado.

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Um estudo do Banco Mundial entre 1988 e 2008 mostrou que a globalização, tão adotada eestimulada pelos EUA até agora, mas rechaçada por Trump, causou alguns efeitos: aumentou a renda detrabalhadores de nações em desenvolvimento e da elite financeira dos países ricos. Em contrapartida, a classe média trabalhadora dos países ricos,principalmente dos EUA e da Europa, tiveram grandes perdas nas suas rendas.

(%) Por renda anual (%) Por raça

Menos de 50 mil dólares

Votos Hillary Votos Trump

De 50 mil a 99.999dólares

Brancos

Negros

(%) Por faixa etária

18 a 44 anos

Mais de 45 anos

100 mil dólares ou mais

Portanto, as pessoas que mais votaram em Trump foram exatamente as mais atingidas pelo sistema econômico instituído nos EUA desde a Guerra Fria, o da globalização, do livre comércio e da relação com outros países. Como Trump se opôs a esse sistema, buscando políticas nacionalistas, cativou umpúblico descontente com a velha política deWashington. Já Hillary ganhou mais votos entre jovens, conquistando a maioria das mulheres e dapopulação negra.

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(%) Por escolaridade

Ensino Médio ou mais

Superior incompleto

Superior completo

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Bom, como você pôde ver, Trump pode até ser um fenômeno, devido à sua campanha pra lá depolêmica, suas propostas conservadoras e o retorno a um ideal nacionalista pela maior potênciaeconômica no mundo. Agora que ele se tornoupresidente, o que o mundo pode esperar de Trump ainda é uma incógnita, e é preciso ficar atento à sua governança pelos próximos quatro anos.

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ONDA NACIONALISTA

BREXIT E A

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Além da eleição de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, outro acontecimento na política mundial que vai de encontro aos conceitos e à ideia de economia globalizada é o Brexit. Vamos entender o que é esse processo?

No dia 23 de junho de 2016, os cidadãos do Reino Unido participaram de um plebiscito em quepodiam escolher entre duas opções: o Reino Unidopermanecer (“remain”) ou deixar (“leave”) a União Europeia. No fim das contas, o “leave” venceu,com 52% dos votos. Essa decisão terá comoconsequência o Brexit (Britain + Exit - saída,em inglês).

Assim como os eleitores de Trump, quem votou pelo Brexit no plebiscito não-obrigatório realizado no Reino Unido era majoritariamente: homem, branco, mais velho, sem nível superior e de renda média.

O que foi o Brexit?

Quem votou pelo Brexit?

Por um lado, esses votos foram questionadosinternacionalmente, assim como o voto dos eleitores de Trump. Questiona-se a natureza racista exenófoba por trás dessa decisão que vai de encontro à política da União Europeia em receber erecepcionar refugiados nos últimos anos, além de criar programas de inclusão na educação e mercado de trabalho. A campanha pelo Brexit certamente foi muito fortalecida pela percepção de que o Reino Unido estava sendo prejudicado pela facilidade com que muitos estrangeiros conseguiam migrar para o país. A alegação de que o país não possui controle efetivo sobre suas próprias fronteiras por causa da União Europeia pesou no resultado final. Desde a entrada na União Europeia, o ReinoUnido optou por não adotar algumas políticas do bloco. Apesar de ter integrado o mercado comumeuropeu, dispensou o uso do euro como moeda nacional e não assinou o acordo de Shenghen – do qual são signatários quase todos países-membrosda UE.

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Quais as consequências do Brexit?

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O voto no Brexit também possui relação com osentimento de nacionalismo, que também aparece no discurso de Donald Trump. As ideias deidentidade nacional, o combate à imigração e àglobalização foram usados na campanha pró-Brexit. A insatisfação de boa parte da população britânica se reflete em uma desconfiança nas instituições da União Europeia, o maior bloco econômico do mundo. Muitos britânicos não acreditam que pertencer à organização traz benefícios – não entendem ostributos que o Reino Unido pagava à UE, acreditam que as regras estabelecidas pelo bloco não osrepresentava e seus mecanismos feriam a autonomia e soberania das nações. Também são contra aimigração pois acreditam que os estrangeiros aumentam a concorrência em um mercado detrabalho saturado.

A separação do Reino Unido e da União Europeia acontecerá da seguinte forma:

Confira o info completo!

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Economia Imigração

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Sem dúvida, esta é uma decisão de grandes proporções para o Reino Unido, para a Europa e para todo o mundo. Vamos entender um pouco melhor as implicações do Brexit?

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Não se sabe ao certo, também, quais são asconsequências exatas do Brexit para a política deimigração. É provável que haja maior controle naentrada de estrangeiros no país. Como membro da União Europeia, o Reino Unido teve de receber uma parcela dos refugiados que chegaram ao continente entre 2015 e 2016, o que pode ter sido um dosmotivos para o Brexit. Agora, sem fazer parte do bloco, o país terá mais liberdade para regular aentrada de imigrantes.

As previsões para a economia do Reino Unido depois do Brexit não são positivas. O país deve sofrer perdas por não mais participar do mercado comum europeu – a União Europeia já sinalizou que não manterá o acesso normal a esse mercado se o Reino Unido não aceitar também a livre circulação depessoas. Não se sabe ao certo em que nível aeconomia britânica e mundial será afetada, mas os resultados em curto prazo são negativos. Nospróximos anos, o Reino Unido pode ter sua moeda desvalorizada, aumento da inflação, recessão econômica, queda na renda per capita, entreoutros problemas.

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GUERRA CIVIL

NA SÍRIA

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Como foi a retomada de Aleppo por Assad

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Um dos episódios mais importantes e marcantes dos seis anos de conflito na Síria foi a retomada da cidade de Aleppo, em 2016, por meio de uma operaçãomilitar do ditador sírio Bashar Al-Assad. A cidade é a segunda mais importante do país depois da capital Damasco e a mais populosa, localizada ao norte, a 60 quilômetros da fronteira com a Turquia.

No início da guerra, os rebeldes moderadosdominaram o lado oriental da cidade, ondeaconteciam os embates com o governo, quecontinuava controlando o lado ocidental. Em meados de 2016, Assad mobilizou tropas militaresjuntamente com seus aliados – a Rússia, o Irã e amilícia libanesa Hezbollah – a fim de desestabilizar a sua oposição. Dezenas de aviões russosbombardeavam redutos – locais estratégicos – dos rebeldes e mataram milhares de pessoas dentre a população; enquanto isso, o exército sírio, militares da Guarda Revolucionária do Irã e combatentes do Hezbollah avançaram por terra.

A retomada de Aleppo foi imprescindível para ofortalecimento do governo sírio porque era uma das últimas grandes cidades ainda sob o controle dos grupos opositores e também porque era o local onde os opositores do regime pretendiam instalar uma “capital” da Síria anti-Assad.

No momento, em maio de 2017, o governo sírio está em vantagem perante os outros grupos envolvidos no conflito. Logo após a retomada de Aleppo por Assad, os rebeldes e o governo sírio fizeram um acordo de cessar-fogo que foi constantementeviolado por ambas as partes. Essa medida, porém, permitiu que a ajuda humanitária chegasse até o local e retirasse os civis das áreas mais afetadas pela guerra. Mas, como esse acordo foi fragilmenteconcebido, em janeiro de 2017, os rebeldesdesfizeram o cessar-fogo estabelecido.

A Organização das Nações Unidas (ONU) considera que a guerra civil na Síria seja a maior crisehumanitária do século XXI. A ONU afirma que oconflito vitimou mais de 400 mil pessoas até 2017.

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O que foi a Primavera Árabe

Como teve início a guerra civil na Síria?

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Além disso, mais de 5 milhões já saíram do país como refugiados e outros 6,3 milhões foram forçados a se deslocar dentro do território sírio. Com a economia em frangalhos, quase 70% dos sírios quepermaneceram agora vivem abaixo da linha dapobreza. Afinal, como começou tudo isso?

Março de 2011. Um grupo de crianças em Daraa, no sul da Síria, pichou frases com críticas ao governo, e foi preso. Inconformadas, centenas de pessoas saem às ruas da cidade para protestar contra as restrições à liberdade promovidas pelo governo do ditador Bashar Al-Assad. Num primeiro momento,simpatizantes dos que se rebelaram contra ogoverno começaram a pegar em armas - primeiro para se defender e depois para expulsar as forças de segurança de suas regiões. Esse levante de pessoas nas ruas, lutando por democracia, faz parte de um movimento chamado Primavera Árabe.

A chamada primavera árabe foi um movimentopopular, iniciado em 2011 em países do Oriente Médio e do norte da África, em que pessoas -principalmente os jovens - tomaram as ruas pedindo liberdade de expressão, democracia e justiça social. Essas revoltas foram esperançosas para grande parte desses países, governados por ditaduraslongevas - e, de fato, os presidentes do Egito, daTunísia e da Líbia caíram. Na Síria, a luta era contra o governo da família Assad, que ocupa o poder desde 1970, com mão de ferro.A principal razão disso é que, desde a década de 1960, a Síria está em “estado de emergência”, o que significa que os direitos constitucionais, os direitos humanos e todas as legislações e práticas queprotegem a população podem ser violadas emquaisquer situações. Essa realidade, somada àcorrupção no governo e às constantes violações de

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Grupos envolvidos no conflito sírioGoverno Sírio e Aliados

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direitos humanos, levou o povo sírio à rua e, desde então, o país entrou em uma guerra civil semperspectiva de acabar.

O governo sírio é liderado pelo ditador BasharAl-Assad, que luta para permanecer no poder e é sucessor de uma família que aplicou um golpe de Estado e governa desde 1970. O regime, de partido único e laico – apesar de a família Assad ser alauíta – era brutal com a população. Apesar de não apoiarem o ditador, cristãos, xiitas e até parte da elite sunita preferem ver Assad no poder diante da possibilidade de ter um país tomado pelos extremistas.

Quanto às alianças externas, Assad conta com o apoio do Irã e do grupo libanês Hezbollah. Juntos eles formam um “eixo xiita” - ou seja, seguem essa interpretação da religião islâmica - no Oriente Médio. O grupo se opõe a Israel e disputa a

Grupos Rebeldes

Uma das primeiras forças internas que se rebelou contra o governo sírio foram os grupos sunitas, que se opunham a Assad, que é xiita. Os sunitas têm dezenas de ramificações e ideologias, mas se unem com o princípio básico de derrubar Assad. São chamados de “rebeldes moderados” por não serem adeptos do radicalismo islâmico. A maior expressão entre eles é o Exército Livre da Síria (ELS).A organização está envolvida com países da Europa e com os Estados Unidos com o objetivo de derrubar o governo de Assad.

hegemonia no Oriente Médio com as monarquias sunitas, lideradas pela Arábia Saudita. O principal aliado de fora é a Rússia, que mantém uma antiga parceria com a Síria. Tanto o apoio do Hezbollah e das milícias iranianas, quanto os bombardeiosrealizados pelas forças russas foram fundamentais para a sobrevivência do regime de Assad e o seu recente fortalecimento no conflito.

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Extremistas Islâmicos

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Entre os grupos que querem derrubar Assad, há também facções extremistas islâmicas, que estão fragmentadas em diversos grupos. Uma dasorganizações que mais conquistaram terreno,principalmente nos primeiros anos do conflito, foi a Frente Al-Nusra, um braço da rede extremista Al Qaeda na Síria. Posteriormente, a partir de 2013, o grupo terrorista Estado Islâmico (EI) aproveitou-se da situação de caos criada pela guerra civil e, vindo do Iraque, avançou de forma avassaladora e brutal, chegando a ocupar metade do território sírio.

A crise humanitária dos refugiadosOs refugiados são um grupo específico de imigrantes e têm essa denominação por conta de umaconvenção específica feita em 1951 que trouxeregulamentação aos diferentes tipos de imigrantes.Refugiado é uma pessoa que sai de seu país por conta de “fundados temores de perseguição por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social ouopiniões políticas”, em situações nas quais “não possa ou não queira regressar”. Em 2015, de acordo com a ONU, o grupo de pessoas que, no mundo, se deslocou de seus países fugindo de perseguições políticas e guerras chegou a 65,3 milhões – dentre os quais, 21 milhões de refugiados.

Curdos

Os curdos são uma etnia apátrida (sem Estado eterritório próprios) de 27 a 36 milhões de pessoas. Eles vivem em diversos países, inclusive na Síria, e reivindicam a criação de um Estado para o seu povo – o Curdistão. Desde o início do conflito na Síria, uma milícia chamada Unidade de Defesa Popular foiformada para defender as regiões habitadas pelos

curdos no norte do país e se fortaleceu tanto que hoje tomou conta de um grande território perto da fronteira turca. Para o regime de Assad, tornaram-se bastante úteis, porque a milícia se opõe tanto aos rebeldes moderados como aos extremistas do Estado Islâmico.

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A origem da maior parte dos refugiados é a África ou o Oriente Médio e eles fogem por conta de conflitos internos, guerras, perseguições políticas, ações de grupos terroristas e violência aos direitos humanos.

Metade do fluxo anual de refugiados são sírios, devido à fuga da guerra civil em que o país está desde 2011. De acordo com dados de 2016 da ONU, 13,5 milhões de sírios dependem de assistênciahumanitária, o equivalente a ¾ da população do país.

Além disso…

Rotas traçadas pelos refugiadosDevido a este panorama que se construiu nosúltimos anos, principalmente em decorrência daPrimavera Árabe, vários países ao redor do mundo, principalmente na Europa e na Ásia, têm sepreparado para abrigar refugiados. A prioridade é diminuir o sofrimento dessas populações eproporcionar auxílio adequado quando eles imigram para tal país. Os países que mais servem como porta de entrada de refugiados na Europa são Grécia e Itália, ambos adentráveis pelo Mar Egeu e Mediterrâneo,respectivamente. Para fazer essa travessia, osrefugiados se colocam em alto risco, tamanho o desespero de sair de seus países. Para a Europa, as travessias normalmente são feitas em embarcações de estrutura precária e com preços superinflados -

70% dessa população não tem acesso à água potável;

1 em cada 3 pessoas não se alimenta com o básico da nutrição necessária;

Mais de 2 milhões de crianças não vão à escola;

1 em cada 5 pessoas vive em situação de pobreza.

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alguns refugiados vendem todos os seus bens eutilizam todo o seu dinheiro para realizá-las. segundo a ONU, morreram ou desapareceram 5.096 pessoas nessa travessia em 2016.

Apesar de a crise dos refugiados ter atingido a Europa com força, a maior parte dos que fugiramda guerra na Síria dirigiu-se principalmentepara cinco países do Oriente Médio: Turquia,Líbano, Jordânia, Iraque e Egito. Estes foramrefúgio para pelo menos 4,3 milhões de pessoasaté 2016. Essas nações concentram 95%dos refugiados sírios e demandam muito mais assistência dos serviços públicos do que ocorreatualmente na Europa - apesar de, nesse continente, a discussão sobre receber ou não os refugiadoscausar muito mais controvérsias do que noOriente Médio.

Por serem países mais próximos à Síria e servirem de principais destinos das populações refugiadas, esses são países com pouca ou nenhuma estrutura para receber tantas pessoas num intervalo tão curto de tempo. Há dificuldades em conceder quesitosbásicos, como alimentação, educação para ascrianças e abrigo. Por esse motivo, alguns países até impuseram regras para receber refugiados. Conheça a situação de cada país em relação aos refugiados:

Líbano: estima-se que o total de refugiados sírios no Líbano já havia superado 2,2 milhões em dezembro de 2015, o que equivale a 25% da população do país. Por esse motivo, entraram em vigor em 2015 novas exigências para os estrangeiros que chegam, como pagamento de uma taxa para obtenção deautorização de permanência – válida por no máximo um ano.

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Jordânia: segundo o rei Abdullah Ibn Al-Hussein, a Jordânia está “em ponto de ebulição”: os sírios refu-giados já chegam a 659 mil, segundo as Nações Unidas, e a 1,4 milhão, segundo o censo demográfico realizado no país em novembro de 2015. O país não teria condições de assegurar serviços públicos aos que chegam. Turquia: A Turquia tornou-se o principal destino dos refugiados – quase 3 milhões de sírios haviamcruzado a fronteira entre os dois países até abril de 2017. O país disponibiliza mais de 20 campos de refugiados, mas os abrigos são insuficientes para atender a todos os migrantes sírios, muitos dos quais estão sem nenhuma assistência.

Continente europeu: A situação da Turquia preocu-pa a União Europeia (UE), pois a maioria dos refugia-dos que chega ao país tem como destino final nações europeias, como Alemanha e Áustria. Por isso, líde-res da UE fecharam um acordo em novembro com a Turquia para o país melhorar as condições dos abrigos e ampliar a permissão de trabalho aos sírios.

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A TENSÃO EXPLOSIVA

ENTRE COREIA DO NORTE

E ESTADOS UNIDOS

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Quem votou pelo Brexit?

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Em abril de 2017, a Coreia do Norte envolveu-se em uma crise diplomática com os Estados Unidos e a comunidade internacional - mais uma de muitas em sua história recente. O pequeno país asiático, comandado por um regime ditatorial desde o fim dos anos 1940, apresentou ao mundo mísseis balísticos em uma parada militar, que colocou outras nações em alerta. O governo norte-coreano também declarou que, se fosse alvo de um ataque nuclear, responderia pelos mesmos meios. Isso ocorreu após o presidente dos Estados Unidos Donald Trump afirmar que conta com a China para "tratar do problema" norte-coreano. Ao longo dos últimos meses, a Coreiarealizou cinco testes com mísseis. Um dos países mais isolados do mundo, a Coreia do Norte é muitas vezes retratada como um enigma. O regime político é considerado dos mais brutais e seus líderes e ex-líderes são vistos como divindadespela população. Afinal, o que é e como surgiu aCoreia do Norte?

Desde 1910, o Japão ocupava a Coreia, que antes disso havia sido uma monarquia por mais de 500 anos. A ocupação japonesa só se encerrou ao fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, quando a União Soviética declarou guerra ao Japão e ocupou península coreana. Observando o movimento da potência rival, etemendo que a Coreia viesse a ser totalmentedominada pelos soviéticos, os Estados Unidosnão tardaram em negociar uma divisão da península, na altura da latitude 38. O sul da península, ondeestá localizada a capital Seul, foi ocupada pelas tropas americanas, enquanto o norte, ondefica Pyongyang, ficou sob controle soviético. Em suma, a Coreia tornou-se uma das fronteiras da Guerra Fria, conflito tácito entre EUA e URSS que dominaria a geopolítica mundial até o início dosanos 1990.

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Após três anos sem avanços entre as partes, foifundada oficialmente a República da Coreia, mais conhecida como Coreia do Sul, em 15 de agosto de 1948. Não muito tempo depois, foi fundada também a Coreia do Norte, com o nome oficial de República Democrática Popular da Coreia. Ambos os governos se declaravam como os legítimos governantes de toda a península. A Organização das Nações Unidas (ONU) declarou apoio ao governo da Coreia do Sul, no fim de 1948.

Foi dessa forma que se iniciou, em junho de 1950, a Guerra da Coreia. A invasão por parte das tropas do norte foi bem sucedida e, em questão de um mês, a península estava quase totalmente sob controle de Pyongyang. Mas esse quadro não durou muito tempo: em setembro daquele ano, uma coalizãoda ONU e dos Estados Unidos contra-atacou,invadiu a península, retomou Seul e expulsou as tropas norte-coreanas para a Manchúria, nonordeste da China. As forças de Kim Il Sung não se deram por vencidas e retornaram com o reforço de tropas chinesas, que retomaram Seul em 1951.Pouco tempo depois, as forças do norte perderammais uma vez os territórios para tropasestadunidenses. Nessas idas e vindas do conflito, houve muitas mortes de ambos os lados: 178 mil entre os aliados da Coreia do Sul e algo entre 367 mil e 750 mil do lado da Coreia do Norte e aliados. O cessar-fogo foi acertado apenas em 1953. Até hoje, a península coreana continua dividida em dois, com regimesbastante distintos em ambos os lados da fronteira -e uma tensão permanente.

Guerra da CoreiaCom a divisão oficial da península, a maior parte das tropas americanas deixou a Coreia do Sul em 1949. Em março daquele ano, o presidente norte-coreano Kim Il Sung pediu apoio a Stalin para uma invasão do sul da península, segundo a historiadora Kathryn Weathersby. Embora o pedido tenha sido negado em um primeiro momento, foi aceito no início de 1950, quando Mao Tse-Tung, líder da revolução chinesa (que havia acabado de acontecer) ofereceu ajuda para Kim. Apesar de Stalin ter preferido não envolver tropas soviéticas no conflito, forneceu apoio estratégico à Coreia do Norte.

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década, Pyongyang procurou importar tecnologia ocidental para tornar sua indústria de mineração mais sofisticada. Com o choque do petróleo de1973, porém, os preços dos principais minérioscoreanos caíram no mercado internacional, deforma que o país não conseguiu mais honrarsuas dívidas.

Além disso, a planificação econômica baseada em indústria pesada chegou aos seus limites e a Coreia do Norte passou a perder sua competitividade diante do resto do mundo. Em situação crítica, Kim Il Sung recorreu à UniãoSoviética, que ampliou sua ajuda financeira à Coreia do Norte nos anos 1980. Mas essa aliança também foi por água abaixo após o regime soviético chegar ao fim, em 1991. Sung morreu em 1994, exatamente na época em que o país chegou ao fundo do poço: uma onda de fome se instalou e permaneceu até 1998.

Desenvolvimento das CoreiasHoje em dia, a Coreia do Norte é associada a atraso, isolamento e subdesenvolvimento, enquanto a Coreia do Sul é considerada um modelo para o leste asiático - e para o mundo. Mas nem sempre foi assim. Nas décadas de 1960 e 1970, o país comunista ainda tinha nível de renda semelhante ao vizinho do sul, segundo dados econômicos do período. Grande parte disso pode ser explicado pela ajuda financeira fornecida pela União Soviética, que na época ainda era uma potência econômica, bem como da China, também comunista. Mas não foi apenas isso. Após a guerra, a Coreia do Norte intensificou a planificação econômica. As terras foram coletivizadas e houve investimento estatal na indústria pesada do país.Por um tempo, o resultado foi positivo: o governo conseguiu manter uma qualidade de vida razoável e promoveu a urbanização do país.

Mas os bons indicadores foram perdidos progressi-vamente ao longo dos anos 1970. No início da

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Coreia pós-Kim Il-SungKim Jong-Il

O líder fundador da Coreia do Norte morreu em 1994, por conta de um ataque cardíaco. Seu lugar foi ocupado pelo filho, Kim Jong Il, que já havia sido escolhido como sucessor nos anos 1970. Criou-se assim uma espécie de regime monárquico comunista, já que o cargo foitransmitido hereditariamente.

Foi também em 1994 que começou um período de fome no país, que se estenderia até 1998. Uma das

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causas dessa tragédia humanitária foi o fim da União Soviética em 1991, que prejudicou a importação de alimentos para o país.

Como possui um território muito montanhoso, a Coreia do Norte não é autossuficiente na produção de alimentos. Por isso, nos primeiros anos pós-URSS, dependeu muito das importações da China. O país vizinho cortou sua ajuda em 1993, devido aproblemas em sua própria produção alimentícia. Nos anos de 1995 e 1996, enchentes destruíram aprodução agrícola do país, agravando o problema. Como consequência, boa parte do povo nortecoreano foi conduzido à fome, que teria vitimado até 3,5 milhões de pessoas.

No governo de Kim Jong-Il, a Coreia do Norte avançou a passos largos seu programa nuclear. Já havia suspeitas de que o país desenvolvia umprograma clandestino desde os anos 1980. As ações de Jong-Il ocorreram mesmo após a assinatura, em 1994, de acordo com os Estados Unidos secomprometendo a não construir armas nucleares.

Enquanto isso, no sul da península, a Coreia do Sul passou de economia agrária, com nível de riqueza equivalente ao do Brasil, a um dos países tecnologica-mente mais avançados do mundo em cerca de 30 anos, com consequente aumento da renda nacional e da qualidade de vida. Hoje, a Coreia do Sul possui nível de renda semelhante a países europeus, enquanto ovizinho do norte é um dos países mais pobres da Ásia - além de possuir um dos regimes políticos mais fechados do mundo.

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Kim Jong-un

2017: novos testes e tensão com osEstados Unidos

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Sabe-se muito pouco sobre a vida pregressa do atual presidente norte-coreano. Mas seu governo tem sido conduzido com mão de ferro. Há relatos de execuções de oficiais de alto escalão do governo e das forças armadas do país. Jong-un também ésuspeito de ter encomendado a morte de seu meio-irmão, em fevereiro de 2017.

Kim Jong-un já havia realizado testes nucleares em 2013 e 2014. Agora, desde fevereiro de 2017, a Coreia do Norte voltou a realizar testes nucleares. No dia 12 de fevereiro, lançou um míssil de médio alcance. Depois, em março, foram lançados quatro mísseis balísticos com alcance de 1.000 quilômetros, que caíram em águas próximas ao Japão.

Em resposta, o governo de Donald Trump,presidente dos Estados Unidos, enviou porta-aviões à Coreia do Sul, próximo à fronteira. O governo de Jong-un, por sua vez, realizou novos testes,

Em 2003, o país abandonou o Tratado de NãoProliferação Nuclear e, três anos mais tarde, realizou seu primeiro teste nuclear, realizado subterranea-mente e considerado um sucesso pelo governo norte-coreano. O primeiro teste com mísseis da Coreia do Norteocorreu em 2006. Um dispositivo nuclear foi detonado. Não se sabe exatamente qual era o aparato e se o teste foi ou não bem sucedido. De todo modo, em resposta, a Organização das Nações Unidas (ONU) impôs diversas sanções econômicas ao país, na tentativa de impedir o avanço de seu programa nuclear. Mas elas não foram suficientes: novos testes balísticos foram feitos ainda no regime de Kim Jong-il em 2009.

Em 2011, ele faleceu, deixando o posto de presidente e primeiro-ministro do país para seu filho mais novo, Kim Jong-un, dando continuidade à dinastia iniciada em 1948. Ele foi apresentado pela televisão estatal norte-coreana como "o grande sucessor".

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Conclusão

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mal-sucedidos. Novas armas foram apresentadas ao mundo durante parada militar em homenagem a Kim Il-Sung, primeiro presidente do país. As ações da Coreia do Norte, que se coloca empostura de desafio contra os Estados Unidos,colocaram boa parte da comunidade internacional em alerta. Existe o receio de um conflito nuclear, cujas consequências seriam imensuráveis.

A Coreia do Norte é um país intrigante, produto da Guerra Fria e do isolacionismo imposto por seusgovernantes. O regime ditatorial instalado por Kim Il-Sung se perpetua, bem como algumas de suascaracterísticas mais importantes, como o controle estatal da economia, da imprensa e da sociedade como um todo.

Se o histórico de isolacionismo e ditadura conduzirãoa Coreia do Norte a um conflito de proporçõesmundiais, apenas o futuro poderá dizer. Mas os testes nucleares realizados nos últimos anos de fatoassustam a comunidade internacional, principalmente pela opacidade do programa nuclear e pela falta de informação geral sobre o país e seu governo.

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UM PAÍS EM REFORMA

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REFORMA DA PREVIDÊNCIA

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O governo Temer, formado a partir do afastamento e posterior condenação da ex-presidente DilmaRousseff por impeachment em 2016, tem comouma de suas marcas a promoção de reformas dealto impacto na economia e no orçamento públicobrasileiro. No ano passado, foi aprovada a primeira grande medida da gestão Temer: o teto de gastospúblicos, que limita o crescimento da despesafederal à inflação por um período de 20 anos.Depois, foram apresentadas em dezembro asreformas previdenciária e trabalhista, cujas aprovações são prioridade para o governo em 2017. Por mexer em direitos trabalhistas e na aposenta-doria dos brasileiros, essas reformas sãoextremamente controversas e impopulares. Mesmo assim, elas estão em análise no Congresso, que terá a palavra final sobre esses projetos. Vamos entender, afinal, o que está sendo proposto?

Confira o info completo!

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O debate em torno da previdência

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A primeira versão da reforma da Previdência Social foi elaborada pelo governo Temer, em dezembro do ano passado. Nos primeiros meses de 2017, a rejeição à proposta foi crescendo e o governoprecisou fazer várias concessões. A nova versão, elaborada pelo relator em comissão especial, recua na idade mínima para mulheres (62 anos, em vez de 65), estabelece um aumento progressivo da idade mínima até 2036 e diminui o tempo de contribuição para aposentadoria integral. Houve tambémconcessões pontuais, como idade mínimadiferenciada para policiais e professores, bem como para trabalhadores rurais (que também precisarão contribuir menos). Muita coisa mudou - e mesmo assim, há resistência entre os congressistas. Por quê?

O governo Temer alega uma série de motivos para justificar a proposta de reforma da previdência.Confira alguns deles:

Déficit crescente: segundo dados oficiais, houve crescimento significativo do rombo nas contas da previdência. Em 2013, o déficit da previdência equivalia a 0,9% do PIB; em 2016, chegou a 2,4% do PIB (R$ 149 bilhões). O peso dos gastosprevidenciários no orçamento é considerado muito grande: 27% das despesas do governo foramdestinadas para pagar os seus benefícios, segundo o Mosaico do Orçamento da FGV.

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Envelhecimento da população brasileira: o Brasil aos poucos passa de um país de jovens para um de idosos. Conforme a expectativa de vida aumenta e a taxa vegetativa da população diminui, chegaremos em breve a um cenário de muitos trabalhadoresinativos sustentados por poucos trabalhadores ativos. Por isso, uma reforma da previdência é vista como inevitável, assim como foi em outros países em todo o mundo nas últimas décadas.

Pessoas ainda se aposentam muito cedo: a média de idade com que as pessoas se aposentam no Brasil é de 58 anos, segundo o Ministério do Trabalho. Esse número é ainda menor entre os que se aposentam por tempo de contribuição: 56 anos para os homens e 53 anos para as mulheres. Vários países do mundo já adotam idade mínima de 60 anos ou mais, como você pode conferir neste post.

Esses argumentos são rejeitados por diversasentidades da sociedade civil. Eles argumentamque, na prática, a reforma da previdência retira o direito de aposentadoria de milhões detrabalhadores brasileiros. Em primeiro lugar, as idades mínimas propostas não seriam realistas, tendo em vista que, em muitas regiões do Brasil,a expectativa de vida para homens ainda é próximaa 65 anos. Ou seja, na prática, muitos trabalhadores trabalhariam até perto da morte. Além disso, a exigência de 25 anos de contribuição é considerada muito alta e, novamente, fora da realidade deboa parte dos brasileiros. Além do problema dodesemprego, muitos trabalhadores trabalham na informalidade, sem contribuir para o INSS. Dessa forma, cada vez menos contribuintes seriam capazes de cumprir os requisitos básicos para ter direito a uma aposentadoria.

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A questão do déficit da previdência também gera debate. Alguns alegam que o sistema na verdade não seria deficitário, por uma série de motivos que você conferir nesse post.

Aprovar a reforma da previdência é visto como essencial para o governo, porque sem a contenção das despesas com o sistema, não seria possívelcumprir a regra do teto de gastos, aprovada noano passado. Isso porque a expectativa é que asdespesas com a previdência continuarão a subir nospróximos anos.

Por outro lado, a oposição a essa reforma é grande, afinal afetará fundamentalmente o futuro de milhões de trabalhadores e sua expectativa quanto à velhice. Resta acompanhar os debates e o avanço doprojeto no Congresso.

A reforma da previdência tramita como umaProposta de Emenda Constitucional. Por isso, ela precisa ser aprovada duas vezes por três quintos dos deputados (308) e três quintos dos senadores (49).

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VOCÊ SABIA?

deputadossenadores49

308

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O Projeto de Lei 6787/2016, conhecido como Reforma Trabalhista, busca alterar alguns pontos específicos na lei trabalhista, relacionadosprincipalmente à jornada de trabalho. Foi enviado ao Congresso Nacional pelo presidente Temer no final de 2016 e, após inúmeras alterações, aprovado pela Câmara dos Deputados em 26 de abril. Os próximos passos são a aprovação do Senado e, em seguida, a sanção pelo presidente Michel Temer.

Você já sabe o que muda na vida do trabalhador com a reforma trabalhista? Fique tranquilo, o Politize! explica a seguir quais são os pontos que poderão ser alterados se a proposta for aprovada.

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REFORMA TRABALHISTA

Hoje, as regras sobre os direitos dos trabalhadores e a relação entre trabalhador e empregador sãofirmadas pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). A proposta de reforma busca alterar as leis trabalhistas para, assim, priorizar os acordos enegociações coletivas entre empresas e sindicatos, ao invés de atender às rígidas leis da CLT. A medida permite mudanças em alguns pontosespecíficos, que dizem respeito ao salário e à jornada de trabalho. Não podem ser alteradas normas de saúde, segurança e higiene do trabalho. As mudanças são proibidas também no que diz respeito a direitos como FGTS, 13º salário, seguro desemprego e

1) ACORDADO SOBRE O LEGISLADO

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2) CONTRATO TEMPORÁRIO

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salário família, repouso semanal remunerado, licença maternidade de 120 dias, aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, entre outros.

Confira quais são os pontos que podem sermudados no acordado sobre o legislado:

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A proposta do governo era de que as férias poderiam ser parceladas em até três vezes, sendo que uma das frações deveria corresponder a um mínimo de 15 dias, e o restante do período de férias poderia ser objeto de negociação coletiva. O texto aprovado é bastante semelhante, mas determina que nenhum dos outros dois períodos pode ser inferior a 5 dias. As férias não poderão começar a dois dias de feriado e de fim de semana.

Uma das mudanças já efetuadas na legislaçãotrabalhista em 2017 refere-se às regras do trabalho temporário. O tempo dos contratos temporários foi ampliado para 180 dias, consecutivos ou não, com possibilidade de prorrogação por outros 90 dias. Até março de 2017, o trabalhador temporário podia ser contratado por 90 dias, prorrogados pelo mesmo período. Para ampliação do prazo, será necessário pedir permissão ao Ministério do Trabalho.

Confira o info completo!

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3) REGIME PARCIAL DE TRABALHO

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Os trabalhadores temporários são contratadospor empresas de trabalho temporário que oscolocam à disposição de outras empresas. Elespossuem direitos equiparados aos dos trabalhadores em regime CLT: salário equivalente ao dosempregados da mesma categoria, FGTS, horas extras, adicionais, entre outros. O tempo de trabalho temporário também conta para a aposentadoria.

A principal diferença entre os trabalhadorestemporários e os trabalhadores celetistas éque, no caso do temporário, existe um prazodeterminado para o fim do trabalho. Outradiferença é que, ao sair da empresa, o trabalhador temporário não recebe as verbas rescisórias pordemissão sem justa causa. É importante saber também que o trabalho temporário não se aplicaaos empregados domésticos.

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Outro ponto da reforma trabalhista é a alteração nas regras do regime parcial de trabalho. Hoje, as empre-sas podem contratar trabalhadores em jornadasparciais de até 25 horas semanais, não sendopermitido o cumprimento de horas extras.

A proposta do governo prevê a ampliação da jornada parcial de trabalho para até 30 horas semanais, sem possibilidade de hora extra, ou para até 26 horas semanais com possibilidade de até 6 horas extras.

Outra mudança é o aumento do período de férias para 30 dias independente do número de horastrabalhadas, igualando o tempo de férias do regime parcial com o do regime integral de trabalho. Uma terceira mudança é a possibilidade de troca de um terço do período de férias por pagamento financeiro.

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4) TERCEIRIZAÇÃO DO TRABALHO

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Outra medida considerada parte da reformatrabalhista é a regulamentação da terceirização do trabalho. Aprovada e sancionada separada das demais medidas, em março de 2017, a lei da tercei-rização permite que todas as atividades de umaempresa possam ser terceirizadas. Antes, a regra valia apenas para as atividades-meio, aquelas não consideradas a principal atividade da empresa, como por exemplo limpeza e segurança.

Pela antiga legislação, o funcionário terceirizado poderia cobrar pagamento de direitos trabalhistas tanto da empresa terceirizada, quanto da empresa que a contratou. Agora, os direitos trabalhistas só poderão ser cobrados junto à empresa contratante quando esgotados todos os recursos de cobrança contra a empresa terceirizada.

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Os defensores da terceirização afirmam que amudança permitirá o aumento da produtividade das empresas, a redução dos custos e maior flexibilidade para realizar contratações. Além disso, garantem que a terceirização proporcionará melhores condições de trabalho e trará mais proteção aos empregados terceirizados.

Contudo, os que são contrários à mudança afirmam que ela resultará em piores condições de trabalho, já que os trabalhadores terceirizados ganham em média 25% a menos e trabalham mais horas na semana do que empregados não terceirizados. Além disso, argumentam que a nova legislação dificultará que terceirizados reclamem seus direitos na justiça.

Quer entender melhor a terceirização dotrabalho? Confira o post completo!

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5) ACESSO À JUSTIÇA DO TRABALHO

OUTROS PONTOS

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Hoje, o trabalhador que recebe até dois saláriosmínimos tem direito à assistência judiciária gratuita, no caso de acionar a Justiça do Trabalho. Mesmo quem recebe acima desse valor pode declarar afalta de recursos. Com a reforma, o benefício daassistência gratuita será garantido a quem recebe menos que 40% do teto do INSS (o equivalente a cerca de R$ 2,2 mil). Mas, se antes era necessário apenas declarar a insuficiência de recursos, com a reforma seria preciso comprová-la.

O trabalhador que faltar a alguma sessão de umprocesso trabalhista também terá de arcar com as custas, a não ser que apresente justificativa dentro de 15 dias. Isso valerá mesmo para o beneficiário da justiça gratuita. Além disso, o reclamante precisará declarar de antemão o valor que pretende reaver

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com o processo, o que demandará o serviço deum contador. Também passará a ter punição a parte que agir de má-fé durante o processo, podendo ser condenado a multa de até 10% do valor da causa.

Por fim, o projeto de reforma tem efeitos diretos sobre o Tribunal Superior do Trabalho (TST), queterá mais dificuldade para emitir súmulas: pelo menos dois terços dos ministros precisamaprovar a criação ou alteração da súmula, queantes disso precisará ter sido aprovada porunanimidade em pelo menos dois terços das turmas do tribunal.

O texto do relator Rogério Marinho altera maisde 100 dispositivos da CLT, ou seja, muita coisaalém dos pontos acima devem mudar.

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Uma das mudanças que mais suscita polêmica é o fim do imposto sindical obrigatório, que passaria a ser facultativo a todos os trabalhadores;

O teletrabalho (home office) passa a serregulamentado, prevendo negociações entreempregador e empregado quanto a responsabili-dades sobre despesas relacionadas às funções, bem como contrato por tarefa, e não por jornada;

O chamado trabalho intermitente passa a serpermitido. Neste trabalho, existe a relação entre empregado e empregador, mas a prestação de serviços não é contínua. Ou seja, o trabalhador é contratado por dias e por horas, pelos quais terá direito a benefícios trabalhistas. Mas, fora desse período, não receberá remuneração, nem benefícios. Além disso, a remuneração não poderá ser menor do que o salário mínimo por hora;

O texto aprovado estabelece à empresa multa de R$ 3 mil para cada um de seus trabalhadores não registrados, valor que diminui para R$ 800 no caso de micro e pequenas empresas. Na legislação atual, a ausência de registro dos empregados está sujeita a multa de um salário-mínimo regional por empregado não registrado, acrescido de igual valor em cada reincidência;

A lei atual proíbe que mulheres gestantes oulactantes trabalhem em ambientes com condições insalubres. No texto aprovado pela Câmara,a empregada gestante deverá ser afastada das funções consideradas insalubres em grau máximo enquanto durar a gestação, mas ela só nãoexercerá atividades em ambiente de grau médio ou mínimo de insalubridade caso apresente atestado médico emitido por um médico da sua confiança.

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No caso da lactação, o atestado médico deverá ser apresentado para afastamento em qualquer grau de insalubridade. Durante o afastamento, não haverá prejuízo à remuneração ou ao valor doadicional de insalubridade. Quando não existir possibilidade de que a gestante ou lactante exerça suas funções em local salubre, a situação seráconsiderada como gravidez de risco e ela poderá pedir auxílio-doença;

Nas regras atuais as empresas podem estabelecer contratos com empregados autônomos, mas se houver exclusividade e continuidade na prestação de serviço, é caracterizado vínculo empregatício. Nas regras novas, mesmo quando existirexclusividade e continuidade na prestação de serviço, a relação entre empresas e trabalhadores autônomos não irá gerar vínculo empregatício.

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AS NOVAS INVESTIDAS

DA LAVA JATO

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A morte de Teori

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Em março de 2017, a Operação Lava Jato completou três anos. Mesmo após dezenas de fases,prisões de diversas figuras do mais alto escalãoda política e do empresariado brasileiro, a força--tarefa ainda não dá sinais de arrefecimento.Pelo contrário, as ações continuam a ter altoimpacto no cenário político brasileiro. Vamos relem-brar momentos-chave da operação em 2017:

Em janeiro, morreu o ministro relator da Lava Jato no STF, Teori Zavascki, em um acidente de avião.Ele estava de férias e pretendia em poucosdias validar as delações premiadas de executivosda empreiteira Odebrecht, que trariam novosdesdobramentos para a operação.

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A figura do relator está presente em todos os tribu-nais brasileiros, bem como nas comissões de casaslegislativas, como Câmara e Senado. Essa pessoa tem a importante função de analisar detalhadamente um processo. A partir dessa análise, ele prepara um relatório – no STF, com ajuda de juízes auxiliares –e o apresenta aos colegas. Depois disso, eleemite seu voto, que serve como referência para os demais juízes (ou ministros, no caso do STF, ouparlamentares, no caso do Congresso). Estesacompanham o voto do relator ou discordam dele. Após a trágica morte de Teori, foi escolhido como novo relator da Lava Jato no Supremo o ministro Edson Fachin. Para ocupar a vaga de Teori, o presi-dente Michel Temer indicou seu próprio ministro da Justiça, Alexandre de Moraes.

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A delação premiada é um mecanismo judicial pelo qual um acusado colabora com as investi-gações revelando detalhes do crime, como os nomes de co-participantes, localização da vítima (se houver) ou detalhes que ajudam a recuperar os bens que foram perdidos por conta do crime. Em troca, o acusado pode receber alguns benefícios, como:

Redução de um terço a dois terços dotempo da pena;

Cumprimento da pena em regimesemiaberto, no lugar do regime fechado;

A depender do caso, extinção da pena;

E até mesmo perdão judicial (que nunca foi concedido no Brasil até hoje).

VOCÊ SABIA?

Delações da Odebrecht

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A Odebrecht é um dos maiores conglomerados do setor de construção e engenharia do país. É também acusada de envolvimento em diversos casos decorrupção relacionados à estatal Petrobras. As investigações da Lava Jato revelaram que a empresa tinha até mesmo um departamento de propina, que teria movimentado mais de US$ 3,37 bilhões em nove anos, de acordo com o Estadão.

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Avanço dos processos contra Lula Delação da JBS estremece governo Temer

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Um dos casos mais acompanhados da operação é o do ex-Presidented da República Luiz Inácio Lula da Silva. Ele é acusado de receber propina de grandes empreiteiras brasileiras, como a Odebrecht e a OAS. Ao todo, são cinco processos penais contra Lula no âmbito da Lava Jato. Em 10 de maio, o ex-presidente depôs pela primeira vez para o juiz federal Sérgio Moro, na JustiçaFederal do Paraná, em Curitiba. O depoimento levou mais de cinco horas e estava relacionado ao processo que investiga um apartamento tríplex no Guarujá, em São Paulo. De acordo com investigadores, Lula seria o verdadeiro dono do imóvel, que teria sido fruto de um acordo ilícito com a empreiteira OAS. Esta teria oferecido o triplex ao ex-presidente em troca dos favores que ele teria atendido à empresa enquanto presidente da república.

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Em meados de maio, uma bomba atingiu o governo. O jornalista Lauro Jardim revelou detalhes de uma delação premiada dos executivos da JBS, maiorempresa do ramo alimentício do Brasil e uma das maiores do mundo. Em uma série de gravações feitas por um dos donos da JBS, Joesley Batista, políticos do alto escalão da república são implicados em falas embaraçosas - entre os gravados - estavam o senador Aécio Neves (afastado do cargo por conta do escândalo) e o presidente da República, Michel Temer (que passou à condição de investigado noSupremo Tribunal Federal). A JBS fechou acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República, núcleo diverso daquele que desempenhou boa parte das ações da Operação Lava Jato (o Ministério Público Federal do Paraná). O acordo foi criticado por ter sido

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supostamente brando: sete executivos delatores secomprometeram a pagar multas equivalentes a cerca de R$ 225 milhões. Já a empresa teria de pagar Já a empresa terá de pagar R$ 10,3 bilhões em 25 anos.

Com a delação, ficou incerto o futuro de Temerenquanto presidente. Seu governo pode serdestituído por diversos meios legais. Um deles era a cassação eleitoral, por meio de um processo que corria no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra ele e sua ex-companheira de chapa, Dilma Rousseff. A ação foi movida pelo PSDB, que alegava abuso de poder econômico durante a campanha eleitoral de 2014. Na sexta-feira, dia 09, a decisão do tribunal foi de absolver a chapa; foram 4 votos a favor e 3 contra.

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Uma eventual condenação da chapa implicariaperda de mandato de Temer, além da suspensão de direitos políticos por oito anos. Com as cadeirasde presidente e vice-presidente sem ocupantes,assumiria provisoriamente o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que convocaria eleições indiretas(realizadas pelo Congresso) para ambos os cargos, segundo a Constituição Federal. Isso porque a vacância dos cargos ocorreria na segunda metade do mandato. Para entender melhor o que está por trás daOperação Lava Jato, confira esta trilha de conteú-dos sobre a operação!

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A CRISE DO SISTEMA

PRISIONAL BRASILEIRO

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QUAIS FATORES AGRAVAM ACRISE DO SISTEMA PRISIONAL?

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Em janeiro de 2017, uma rebelião no ComplexoPenitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus (AM), resultou na morte de 56 pessoas e deixou muitas outras feridas. O motim foi causado poruma briga entre as facções rivais Família do Nortee Primeiro Comando da Capital (PCC). Essa foia primeira entre rebeliões e massacres ocorridosem pelo menos sete estados brasileiros durante o ano, sobretudo no Amazonas, em Roraima e noRio Grande do Norte. Motins como o da Compaj não são novidadeno Brasil, mas colocaram mais uma vez em evidência a situação crítica em que se encontra o sistemaprisional brasileiro. Vamos entender os principais motivos para esse preocupante cenário.

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Dados do Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias (Infopen), produzido pelo Departa-mento Penitenciário Nacional (Depen), revelam que o número de presos no Brasil aumentou 168% de 2000 a 2014. O grande número de detentos –em dezembro de 2014, eram 622 mil – não foi supor-tado pelas prisões brasileiras, que, apesar de tertriplicado o número de vagas no período 2000-2014, passou a operar em permanente superlotação. Hoje, o país teria capacidade de encarcerar 371 milpessoas – ou seja, há um déficit de 250 mil vagas.

Essa deterioração do sistema prisional tem relação

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I. EFEITOS DA LEI ANTIDROGAS

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com diversos fatores, que não se resumem apenas ao aumento da criminalidade. Várias ações do Estado brasileiro nos últimos anos explicam em grande parte os problemas que estamos vivenciando hoje. Uma observação importante: estes não são os únicos fatores que levaram à crise atual; por si só, eles não explicam totalmente o problema.

Antes da sanção da nova Lei de Drogas, o país tinha 47 mil presos por tráfico de entorpecentes. Hoje,a cifra chegou a 138 mil – ou um a cada quatro presos. No caso das mulheres presas, a situação éainda pior: 64% delas estão ligadas ao tráfico. O

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crescimento de detentos nesse período teria relação com a nova legislação.

A nova política de drogas adotada a partir de2006 trouxe a distinção entre usuário e traficante.O usuário de drogas – que apenas utiliza substâncias ilícitas para seu próprio consumo, semcomercializar – passou a ser condenado a penas leves, como advertência, prestação de serviços comunitários ou medidas educativas. Já o traficante – aquele que pratica atividades relacionadas à pro-dução, distribuição e comercialização das drogas –é condenado de 5 a 15 anos de prisão, mais multade 500 a 1.500 reais.

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II. EXCESSO DE PRISÕES PROVISÓRIAS

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Segundo entidades ligadas à Rede Justiça Criminal,o grande problema é a subjetividade dessa lei.A diferença de usuário e traficante é definida pelo juiz, que analisa oito critérios diferentes, incluindo a “natureza” e a “quantidade da substância” que osuspeito carrega, bem como do contexto em que ele foi pego e seus antecedentes. Pequenas quantidades não necessariamente são interpretadas como sinal de que se trata de um usuário, porque isso poderia ser uma brecha na lei; os traficantes passariam a andar com pequenas quantidades de drogas por vez, e assim se livrariam da prisão.

Ocorre que muitas pessoas têm sido presas com pequena quantidade de drogas, baseadas apenas no relato do policial e sem contar com advogado nomomento da prisão, situação bastante desfavorável ao acusado. Isso aumenta a suspeita de que muitos dos traficantes que lotam as cadeias brasileiras seriam, na verdade, apenas usuários de drogas.

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Dos mais de 600 mil presos no Brasil hoje, cercade 250 mil, ou 40% do total, são presos provisórios, isto é, quando uma pessoa é presa antes de serjulgada. A maior parte dessas prisões surgedepois de uma prisão em flagrante. Prisõesem flagrante levam a prisões provisórias em94,8% dos casos, segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O Infopen revela que 26% desses presos ficam detidos por mais de três meses.Há relatos de pessoas que viram o juiz pelaprimeira vez depois de passar mais de dois mesesno cárcere.

Esses números demonstram que a prisão provisória tem sido usada mais como regra do que exceção –e que ela se tornou uma forma de antecipar a execução da pena.

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III. USO DE REGIME FECHADO MESMO QUANDO HÁ PENAS ALTERNATIVAS

Tipos de crimes cometidos por presos provisórios:

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Vale notar que o número de presos provisóriosbrasileiros é semelhante ao déficit de vagas.Evidentemente, não é possível dar liberdade a todos os detentos nessa condição, mas a revisão desses casos poderia significar um alívio no problema.

Fonte: Guia do Estudante

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Além do grande contingente de presos provisórios, existe o problema das condenações a regime fechado sem necessidade. Em casos de condenações a menos de oito anos de reclusão, o condenado podecumprir pena no regime semiaberto ou aberto desde o início, segundo o Código Penal. Enquanto 53% dos presos foram condenados nesses termos, apenas 18% cumprem pena em regimes mais brandos – a maior parte cumpre regime fechado, apesar das possibilidades dadas em lei. Também há milhares de casos de presos que continuam no regime fechado mesmo quando poderiam passar para o semiaberto, segundo dados do Depen.

Menos pessoas cumprindo regime fechado signifi-caria menos pessoas nas celas brasileiras. Hoje, existem 164 mil vagas no regime fechado, para 250 mil presos em tal regime.

29%

17%

26%

13%8%

7%

Roubo

Homicídio

Crimes relacionadosa armas de fogo

Furto

Tráfico de drogas

Outros

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IV. PRISÕES NÃO CUMPREM PAPEL DERESSOCIALIZAÇÃO E FORTALECEM O CRIME

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Com cadeias precárias e superlotadas, épraticamente impossível pensar em políticas de res-socialização de presos no Brasil. Nesses ambientesinsalubres, o crime organizado encontra espaço para se fortalecer e desenvolver suas atividades.

É das cadeias que facções têm planejado e comanda-do a venda e distribuição de drogas. As prisões também são oportunidades de aliciamento de novos traficantes. Isso porque a superlotação das unidades prisionais brasileiras faz com que réus primários acabem convivendo com presos de alta periculosi-dade, o que facilita o contato de novos presos com as facções criminosas.

Quando o Estado falha em promover condições dignas de sobrevivência dentro das prisões, as facções fazem o papel de oferecer segurança aos novos presos que, para garantir sua própriasobrevivência, acabam acabam se submetendo àhierarquia das gangues presentes nos presídios.

Quando tais pessoas deixam o cárcere, voltam ainda

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piores para o convívio social, onde continuam prestando serviços às facções, cometendo novos crimes, principalmente relacionados ao tráfico de drogas. Assim, as prisões brasileiras acabam sendo o que especialistas chamam de verdadeiras “escolas do crime”.

Finalmente, é preciso destacar que o Estado também falha em fornecer estrutura adequada naspenitenciárias, de forma que em muitos casos não ocorre separação adequada dos presidiários, nem atividades que visem à ressocialização do preso, como educação e cursos profissionalizantes.

Como já afirmamos, esta não é uma lista exaustiva dos fatores que levaram à crise penitenciáriabrasileira. A solução para o quadro lastimável do sistema carcerária envolve também resolver outras questões, como a melhoria da educação básica e o desmantelamento do crime organizado. Porém, o alívio da superlotação das prisões e políticas efetivas de ressocialização depende também da resolução das questões apresentadas.

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SISTEMAS PRISIONAISEM OUTROS PAÍSES

O PERFIL DA POPULAÇÃO CARCERÁRIA NO BRASIL

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Uma forma de encontrar medidas que possam ajudar a mudar a realidade das prisões brasileiras é olhar para experiências de outros países – tanto asboas quanto as ruins. Confira alguns números einformações gerais sobre o estado dos sistemas penitenciários de cinco países.

A maior parcela das pessoas presas no Brasil écomposta por jovens de até 29 anos com baixaescolaridade. Conheça melhor o perfil da população carcerária brasileira:

Confira o info completo! Confira o info completo!

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A REINCIDÊNCIA CRIMINAL NO BRASIL

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Um dos fatores que explica a crise do sistemaprisional brasileiro é a superlotação das prisões, que tem como uma de suas causas as altas taxas dereincidência criminal, ou seja, quando um ex-condenado retorna ao sistema prisional apóscometimento de um novo crime. De acordo com o Relatório de Reincidência, divulga-do pelo Ipea em 2015, um a cada quatro dosex- condenados no país volta a ser condenado por algum crime em menos de cinco anos, o querepresenta uma taxa de reincidência de 24,4%. Além das taxas de reincidência, o relatório doIpea mostra também o perfil das pessoasconsideradas reincidentes no país. As principaiscaracterísticas dessa população são: jovens, do gênero masculino, com baixa escolaridade epossuindo uma ocupação. Saiba mais sobre areincidência criminal aqui!

O QUE PODE SER FEITO PARAREDUZIR A REINCIDÊNCIA?

As soluções: como resolver o problema do sistema carcerário?I. Educação nas prisões

A Lei de Execução Penal (LEP) prevê uma série de garantias que devem ser empregadas paraproporcionar a recuperação do preso e sua posterior reinserção na sociedade, entre elas a oferta de assistências ao presos, como assistência em saúde, jurídica, educacional, entre outras.

Ainda que insuficientes, os principais programasempregados para combater a reincidência são feitos através de estudo e trabalho laboral.

A garantia de uma boa educação possibilita que, ao retornar à sociedade, os ex-presidiários tenham outras opções que não o regresso à criminalidade. Uma boa formação profissional e educacional

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II. Trabalho nas prisões

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proporciona melhores alternativas de inserçãosocial e de remuneração, prevenindo a reincidência.Entenda como acontece a educação dentrodas prisões:

As atividades de trabalho nas prisões atendem a dois principais objetivos: ressocializar o preso e diminuir a superlotação carcerária através da remição de pena, que é quando o preso tem parte da suacondenação reduzida por meio do exercício deatividade educacional ou de trabalho.

Pela regra, a cada três dias de trabalho realizado, o preso tem direito a menos um dia de pena. Mas essa forma de remição só é válida para presos quecumpram a pena em regime fechado ou semiaberto.

Ainda que a Lei de Execução Penal determine apossibilidade de trabalho aos presos como forma de remição da pena, nem todas as unidades do sistema prisional cumprem essa regra. Segundoo Levantamento Nacional de InformaçõesPenitenciárias (Infopen), apenas 16% da população carcerária brasileira trabalha, o equivalente a pouco mais de 106 mil pessoas.

Confira os conteúdos completos sobre educação e trabalho no sistema prisional brasileiro!

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III. Penas Alternativas

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Quando buscamos uma solução para a superpopu-lação prisional no Brasil, abrimos espaço paradiscussões sobre a aplicação de penas alternativas à prisão. De acordo com o artigo 44 do Código Penal, as penas restritivas de direitos podem substituir a prisão clássica se a pena for menor do que quatro anos de prisão. Além disso, o crime pelo qual o réu foi condenado não pode ser violento ou de grave ameaça. Também cabem penas alternativas nos casos de crime culposo.

Veja quais são as penas alternativas em vigorno Brasil:

Prestação pecuniária: é o pagamento de um valor em dinheiro à vítima do crime, seus dependentes, ou a uma instituição pública ou privada que vá destinar esse valor ao uso social.

Perda de bens e valores: envolve o confisco de bens e valores do condenado, que são convertidos para o Fundo Penitenciário Nacional.

Prestação de serviços à comunidade ou aentidades públicas: impõe à pessoa condenada otrabalho gratuito durante um período de tempoestabelecido pelo juiz em algumas instituições.Normalmente, o serviço envolve trabalhar emhospitais, orfanatos, estabelecimentos similares, ou programas estatais.

Interdição temporária de direitos: impede que a pessoa condenada exerça qualquer função, cargo ou atividade pública – inclusive cargos eletivos – além de qualquer trabalho que dependa de habilitação especial ou autorização (como é o caso de médicos, advogados e engenheiros, por exemplo). Além disso, essa pena também inclui a suspensão do direito de dirigir, e pode chegar até a proibir o condenado de frequentar lugares específicos.

Limitação do fim de semana: impõe à pessoacondenada a obrigatoriedade de permanecer, duran-te os sábados e domingos, ao menos 5 horas diárias

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Antes da sanção da nova Lei de Drogas, o país tinha 47 mil presos por tráfico de entorpecentes. Hoje,a cifra chegou a 138 mil – ou um a cada quatro presos. No caso das mulheres presas, a situação éainda pior: 64% delas estão ligadas ao tráfico. O

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em casa, em um albergue, ou outro tipo de estabe-lecimento considerado adequado pelo juiz. A pena também permite que esse tempo seja usado para que o condenado assista a cursos e palestras educativas.

Para saber mais sobre essas penas e também como as penas alternativas funcionam em outros países, acesse o conteúdo completo!

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A QUESTÃO DA MAIORIDADE PENALAo longo de 2015, a questão da maioridade penal foi um dos pontos de maior movimentação e polêmica no Congresso Nacional. A PEC 171/93, que propõe a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos em casos de crimes hediondos, foi levada ao Plenário na Câmara, onde foi aprovada em dois turnos. Apesar da questão ter sido marcante em 2015, a maioridade penal é um tema ainda muito importante na discussão do sistema prisional brasileiro. Por isso, preparamos um eBook completo sobre o tema.

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GASTOS DO GOVERNO EM

REVISÃO: O TETO DE GASTOS

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Uma das mais importantes vitórias do governo Temer foi aprovar, ainda em 2016, uma emendaconstitucional que cria um teto para os gastospúblicos federais. De acordo com a emenda, o Estado brasileiro fica obrigado a manter por 20 anos o crescimento de suas despesas anuais abaixo ou igual à inflação. Ou seja, pelas próximas duas décadas não haverá aumento real nos gastos públicos. O debate sobre o orçamento público é de extrema relevância pois qualquer alteração feita em relação ao uso dos recursos públicos tem reflexos sobre temas prioritários para o desenvolvimento nacional: educação, saúde, previdência, infraestrutura, etc. Não basta apenas arrecadar recursos, é preciso saber usá-los!

Entenda no infográfico a seguir os motivos que teriam levado o governo a propor o congelamento dos gastos públicos:

Confira o info completo!

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Por que um teto de gastos?

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O governo Temer alega que o teto é necessário para controlar os gastos públicos, que estariam em uma trajetória insustentável de crescimento. Segundo dados do Tesouro Nacional e do IBGE, entre 1997 e 2015 as despesas do Governo Federal cresceram de R$ 133 bilhões para R$ 1,15 trilhão, um aumento de mais de 864%. No mesmo período, a inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPCA), do IBGE, subiu 306%. Ou seja, os gastos reais do gover-no cresceram em ritmo acelerado ao longo de quase duas décadas. O aumento de gastos se deve em grande parte a regras da nossa legislação que garan-tem reajustes acima da inflação para várias áreas do orçamento público.

Esse aumento dos gastos não era visto como um problema tão sério ao longo da década passada, já que o governo também arrecadou cada vezmais receitas, graças ao crescimento econômico na

década de 2000. Mas, com a crise econômica que o país vivencia desde 2015, essa questão voltou a receber atenção. O problema é que, enquanto os gastos continuam a subir, a arrecadação de tributos desacelerou muito, junto com o resto da economia. Em 2015, o governo arrecadou 5,62% menos recursos do que em 2014, em termos reais. Antecipando a grave situação da política fiscal,o governo Dilma planejou um ajuste no iníciode 2015, que não incluía a ideia de teto, masprocurava evitar um rombo nas contas públicas. As principais medidas eram cortar gastos e aumentar impostos. O ajuste não saiu da forma como a equipe econômica de Dilma esperava. Em 2016, com o afastamento dela e a chegada de Temer à presidên-cia, foi nomeada uma nova equipe econômica, que tem procurado solucionar a questão fiscal através do controle das despesas.

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OPINIÕES DE QUEM É CONTRA E A FAVOR DO TETO DE GASTOS

A favor do teto

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O governo afirma que a austeridade seria o único caminho para recuperar a economia. Alterandoas leis que regem as contas públicas, elasmelhorariam e seria recuperada a competitividade da economia por meio de redução de salários e gastos públicos;

Necessidade de contenção de gastos para diminuir a dívida pública, que está em trajetória crescente;Produzirá efeitos de restabelecimento daeconomia em longo prazo.

Contra o tetoA diminuição do gasto afeta políticas públicas que beneficiam diretamente classes sociais mais baixas – as mais dependentes dos serviços oferecidos pelo Estado –, o que tende a piorar sua qualidade de vida e retroceder o quadro de desigualdade social no país, que melhorou nos últimos anos;

Apesar de a política de valorização do salário mínimo acima da inflação ter onerado as contasdo governo, por outro lado ajudou a reduzira desigualdade e a movimentar a atividadeeconômica, ressaltam especialistas;

A oposição argumenta que o pagamento com juros da dívida pública, quesito muito contestado do orçamento público, não é atingido pela PEC.

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Não é fácil realizar cortes no orçamento do governo. Boa parte das despesas é fixa, determinada pela Constituição, por isso sobra pouco espaço para fazer mudanças significativas como por exemplo ,destinar mais dinheiro para a saúde ou para investimentos em infraestrutura. Além disso, o governo procuraeconomizar dinheiro para pagar os juros da dívida pública, diminuindo ainda mais as possibilidades de mudança. É o famoso superávit primário.

No infográfico a seguir, você vai entender quais são os principais destinos das receitas arrecadadas pelo governo federal, que em 2016 chegaram a R$ 1,09 trilhão, segundo a Receita Federal:

Para onde vai o dinheiro?

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Confira o info completo!

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Todos os anos, o governo federal precisa elaborar um projeto de lei orçamentária, que determina os gastos a serem realizados no ano seguinte. Esse projeto é enviado para análise do Congresso Nacional. OCongresso faz as mudanças que julga necessárias, inclui várias emendas - cada deputado ou senador pode apresentar até 15 emendas diferentes eaprova a lei. Mas a lei elaborada anualmente é apenas um dos documentos que guiam o orçamento público.Na verdade, existe um ciclo orçamentário de quatro anos, determinado pelo Plano Plurianual (PPA).É esse plano que prevê em linhas gerais quais serão as ações e os recursos a serem usados ao longo do período. Outra lei determinante é a Lei de DiretrizesOrçamentárias, também elaborada todos os anos, mas voltada para metas e prioridades do governono ano seguinte - sem detalhar os recursos aserem usados.

Para saber ainda mais sobre como o orçamento do governo é definido, leia este post!

E como é definido o orçamento?

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Guia de Atualidades do Guia do Estudante (primeiro semestre de 2017)

Referências

Geral

Politize: Eleições nos Estados Unidos – New York Times: resultado das eleições 2016 – Piauí: jornalismo pós-Trump – BBC: escândalo machista na campanha de Trump – O Globo: chefe de campanha de Trump renuncia após escândalo de corrupção – BBC: cinco razões para a vitória de Trump – El País: Trump suspende entrada de refugiados e de imigrantes de vários países muçulmanos – Folha de São Paulo: mais um tribunal dos EUA bloqueiadecreto anti-imigração de Trump

Trump

El País Brasil: Brexit vence plebiscito e deixará Reino Unido BBC: 8 razões por que britânicos votaram pela saída da União Europeia – Artigo 50 do

Brexit

ACNUR: dados sobre refugiados – Mercy Corps: o que você precisa saber sobre a crise da Síria – ACNUR: dados sobre migrantes – ACNUR: dados sobre mortos e desaparecidos no Mediterrâneo – Wikipedia (inglês): refugiados da guerra civil síria

Guerra civil na Síria

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Coreia do Norte

Huffington Post – ABC: Trump e a Coreia do Norte – Biography: Kim Jong-un –The Economist: grande fome na Coreia do Norte – Washington Post: a primeira monarquia marxista – Helen Louise-Hunter: Kim Il-Sung’s North Korea – Dailykos: queda da economia da Coreia do Norte – G1: cronologia do programa nuclear norte-coreano – BBC: o que se sabe do programa nuclear da Coreia do Norte – BBC: timeline da Coreia do Norte – BBC: história do partido comunista norte-coreano – Wikipedia (inglês): ideologia juche

Regimento Interno do STF – Virgílio Afonso da Silva: “‘Um voto qualquer’? O papel doministro relator na deliberação do STF – Estadão: departamento de propina da Odebrecht – Estadão: o que há contra Lula no caso do triplex

Lava Jato

Jus Brasil: direito adquirido – Senado: aprovação MP 664 – Jus Brasil: fórmula 85-95 – Carta Capital: principais pontos do texto de Arthur Maia – Carta Capital: novo texto paraaposentadoria de parlamentares – Nova proposta: apresentação resumida – Nova proposta: texto completo – G1: relator apresenta nova proposta – Folha de São Paulo: transição mais rápida para mulheres – Folha de São Paulo: relator muda regra de transição e idade mínima – Folha de São Paulo: entenda a nova proposta de reforma da previdência – Folha: relator muda regras de aposentadoria rural

Reforma da Previdência

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Reforma trabalhista

Folha de S. Paulo: principais mudanças na reforma trabalhista – G1: Câmara aprova texto base da reforma – Infomoney: Temer assina proposta da reforma – UOL Economia: governo propõe reforma trabalhista – JusBrasil: mudanças no contrato temporário – Nexo: principais pontos da reforma – Câmara: reforma e regras sobre justiça gratuita – The Intercept – Conjur - Infomoney: governo anunciará reforma trabalhista – Conjur – UOL Notícias - Estado de São Paulo: STF valida acordado sobre o legislado – G1: proposta do governo permite negociação por acordos – Agência Brasil – Gazeta do Povo – UOL Economia: acordo pode mudar carga horária – Nexo Jornal: os conflitos da reforma – Dossiê Terceirização e Desenvolvimento

Deutsche Welle: aprisionamento em massa e facções criminosas – CNJ: prisões provisórias – Rede Justiça Criminal: informativo – Ministério da Justiça: Infopen dez. 2014 – Infopen jun. 2014 – Nexo: Lei de Drogas – Deutsche Welle: crime organizado nas prisões – Prison Studies – The Guardian – The Economist – O Globo – Salve Regina University – Carina Gouvea (Jus-Brasil) – Business Insider (Noruega) – Business Insider (Holanda) – Relatório de Reincidência Criminal – Conselho Nacional de Justiça – Revista Piauí – Código Penal – Tribuna Virtual: justiça restaurativa – Luiz Flávio Gomes (JusBrasil): Penas restritivas de direitos – Infopen (Depen) – IPEA – PNAD – Guia do Estudante – Época – CNJ: remição de pena – Conjur: tra-balho para remição de pena – O Globo: presídio recupera 60% dos presos

Sistema prisional

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Somos uma rede de pessoas e organizações comprometidas com a ideia de levar edu-cação política para cidadãos de todo o Brasil. Acreditamos que a tecnologia é uma grande aliada na difusão de conhecimento e que podemos fazer a diferença proporcionando conteúdo educativo sobre política deforma fácil, divertida e sem vinculaçõespolítico-partidárias.

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Publicado em 14 de junho de 2017