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www.gustavobrigido.com.br APOSTILA DE ATUALIDADES 2013 PROF. RAFAEL MOREIRA AULAS 1 E 2 ALCA e a influência dos EUA. / Cuba e Yoani Sánchez A América Latina vem enfrentando importantes mudanças nos últimos anos, tanto no político, econômico e militar. A redemocratização no final dos anos 1980, a implantação no neocolonialismo, a criação e evolução dos blocos, a ascensão da ―esquerda‖ e a crise econômica financeira de 2008 impactaram a região de diversas formas. Países como México, Venezuela, Chile e Argentina tiveram um maior impacto negativo na economia, enquanto países como o Brasil e o Peru passaram a crise em boas condições econômicas sem sofrer efeitos negativos importantes. No político, diversos processos eleitorais foram realizados e outros estão por acontecer, mostrando mudanças políticas importantes, como o caso do Chile e no Paraguai, e outras foram continuações das coalizões governantes, como foi o caso do Brasil. O comportamento dos fatores econômico e político em cada pais têm um impacto relevante no desenho das políticas de defensa e seguridade em cada pais e na região das Américas. A análise geopolítica da atuação dos países latino-americanos através de blocos políticos/econômicos como a Unasul, Alba, Mercosul, Pacto Andino, Aliança do Pacífico, entre outros, permitem redesenhar a geopolítica na América Latina. Esta geopolítica tem sua expressão no posicionamento militar dos blocos e seus países integrantes. Deste posicionamento pode-se determinar a relação que pretendem desenvolver estes países e blocos com os Estados Unidos, tanto no político, econômico e militar. Morre Hugo Chávez, 58 anos, e com ele o chavismo Doença venceu um político que tentou manter uma imagem de invencibilidade até quando o agravamento de seu estado de saúde já mostrava outra realidade Em mais de uma ocasião, o presidente Hugo Rafael Chávez Frías disse que pretendia permanecer no poder na Venezuela até 2031. Na tarde desta terça-feira (05/03/2013), contudo, as complicações advindas de um câncer na região pélvica

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    APOSTILA DE ATUALIDADES 2013 PROF. RAFAEL MOREIRA

    AULAS 1 E 2

    ALCA e a influncia dos EUA. / Cuba e Yoani Snchez

    A Amrica Latina vem enfrentando importantes mudanas nos ltimos anos, tanto no poltico, econmico e militar. A redemocratizao no final dos anos 1980, a implantao no neocolonialismo, a criao e evoluo dos blocos, a ascenso da esquerda e a crise econmica financeira de 2008 impactaram a regio de diversas formas. Pases como Mxico, Venezuela, Chile e Argentina tiveram um maior impacto negativo na economia, enquanto pases como o Brasil e o Peru passaram a crise em boas condies econmicas sem sofrer efeitos negativos importantes. No poltico, diversos processos eleitorais foram realizados e outros esto por acontecer, mostrando mudanas polticas importantes, como o caso do Chile e no Paraguai, e outras foram continuaes das coalizes governantes, como foi o caso do Brasil. O comportamento dos fatores econmico e poltico em cada pais tm um impacto relevante no desenho das polticas de defensa e seguridade em cada pais e na regio das Amricas. A anlise geopoltica da atuao dos pases latino-americanos atravs de blocos polticos/econmicos como a Unasul, Alba, Mercosul, Pacto Andino, Aliana do Pacfico, entre outros, permitem redesenhar a geopoltica na Amrica Latina. Esta geopoltica tem sua expresso no posicionamento militar dos blocos e seus pases integrantes. Deste posicionamento pode-se determinar a relao que pretendem desenvolver estes pases e blocos com os Estados Unidos, tanto no poltico, econmico e militar.

    Morre Hugo Chvez, 58 anos, e com ele o chavismo Doena venceu um poltico que tentou manter uma imagem de invencibilidade at

    quando o agravamento de seu estado de sade j mostrava outra realidade

    Em mais de uma ocasio, o presidente Hugo Rafael Chvez Fras disse que pretendia permanecer no poder na Venezuela at 2031. Na tarde desta tera-feira (05/03/2013), contudo, as complicaes advindas de um cncer na regio plvica

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    abreviaram seus planos: Chvez morreu s 16h25 (17h55 de Braslia), e com isso teve fim um governo que j durava 14 anos. Junto com Chvez morre o chavismo, que mistura o pior do populismo, do ultranacionalismo, do caudilhismo e do 'socialismo do sculo XXI' - to nefasto quanto o do sculo XX. A morte deixa um vcuo difcil de ser preenchido, j que nenhum sucessor tem a mesma ascendncia sobre os membros do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) e as Foras Armadas, nem o mesmo carisma para conduzir as massas.

    Chvez morre aos 58 anos. No incio de dezembro, ele viajou a Havana, Cuba, para submeter-se a quarta cirurgia para combater o tumor diagnosticado em junho de 2011 e que nunca foi tratado de maneira inteiramente transparente pelo governo venezuelano nem mesmo a localizao exata do tumor foi revelada. Em 18 de fevereiro deste ano, aps 71 dias de ausncia, ele anunciou seu retorno Venezuela pelo Twitter. No entanto, nenhuma imagem do coronel havia sido divulgada desde ento. Ele estaria recebendo tratamento no hospital militar da capital, e nesta tera-feira o governo informou que seu estado de sade havia sofrido uma piora aps "nova e severa infeco".

    A doena venceu um poltico que vendia uma imagem de invencibilidade e que tentou mant-la at quando o agravamento de seu estado de sade j mostrava que a realidade era outra. O carismtico Chvez dever ser lembrando pelo estilo espalhafatoso que causou a clebre reao do Rei Juan Carlos, da Espanha, num encontro de governantes: Por que no te calas? e pela maneira como usou uma das ferramentas da democracia, as eleies peridicas, para desmontar instituies e concentrar poderes. Ao longo de mais de seus anos no poder, ele criou uma milcia prpria, manobrou para garantir resultados favorveis em eleies, confiscou empresas, perseguiu opositores e a imprensa e submeteu a Justia aos seus interesses.

    A doena que derrubou Hugo Chvez

    10 de Junho, 2011

    A descoberta Ento chanceler venezuelano, Nicols Maduro anuncia que Chvez foi submetido a uma operao de emergncia em Havana depois de ter sido detectado um abscesso (acmulo de pus causado por infeco) na regio plvica. 15 de Junho, 2011

    Tratamento em Cuba A Assembleia Nacional autoriza Chvez a governar de Cuba at que esteja em condies de voltar a seu pas. 27 de Junho, 2011

    Cncer Jornal venezuelano afirma que o ditador est com cncer. E enquanto os aliados dele se apressam para negar a informao, a me diz rezar por sua recuperao.

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    30 de Junho, 2011

    Cirurgia Em anncio feito a partir de Havana, Chvez diz ter um cncer e afirma ter sido operado de forma bem-sucedida para a retirada do tumor. 4 de Julho, 2011

    Discurso Quase um ms depois de ser internado em Cuba, Hugo Chvez retorna Venezuela de surpresa. Em um discurso da sacada do Palcio de Miraflores, em Caracas, ele diz que ainda no venceu a batalha contra o cncer e que pode ter de deixar o pas novamente - e em breve - para seguir o tratamento. 16 de Julho, 2011

    " tempo de viver" Pela primeira vez em doze anos de governo, Chvez delega parte de seus poderes ao vice-presidente Elas Jaua e volta a Cuba para iniciar o primeiro de quatro ciclos de quimioterapia. Antes de deixar Caracas, o coronel d mais uma de suas declaraes emotivas e diz que " tempo de viver". Agosto de 2011

    Quimioterapia Chvez aparece com a cabea raspada e afirma que a quimioterapia est fazendo efeito. 20 de Outubro, 2011

    A cura Aps testes realizados em Cuba, o caudilho diz estar livre do cncer e seus mdicos afirmam que ele est completamente curado. 20 de Outubro, 2011

    Nova leso Chvez anuncia que novos exames mdicos detectaram a presena de uma "leso" no mesmo local onde o tumor foi retirado e que seria novamente operado.

    28 de Fevereiro, 2012

    Cirurgia A cirurgia realizada em Havana.

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    4 de Maro, 2012

    Reincidncia do cncer O coronel confirma que a leso era uma reincidncia do cncer" e que vai se submeter a sesses de radioterapia na ilha. 25 de Maro, 2012

    Viagem a Cuba Chvez viaja a Havana para iniciar o primeiro dos cinco ciclos de radioterapia. 5 de Abril, 2012

    O choro O mandatrio chora durante uma missa da Semana Santa ao pedir a Deus mais tempo de vida pois ele tem mais coisas a fazer pela Venezuela. 12 de Maio, 2012

    Tratamento Chvez anuncia o fim "bem-sucedido" do tratamento. 9 de Julho, 2012

    Campanha O coronel diz estar "totalmente livre" do cncer e nega que problemas de sade possam influenciar sua campanha para as eleies presidenciais. 7 de Outubro, 2012

    Reeleio Chvez vence o opositor Henrique Capriles e reeleito para um quarto mandato consecutivo, que vai at 2019. 27 de Novembro, 2012

    Cuba Atravs de um comunicado dirigido ao Parlamento, Chvez pede para viajar a Cuba para iniciar um "tratamento especial" de "vrias sesses de oxigenao hiperbrica", que podem ser usadas no tratamento de efeitos colaterais da radioterapia.

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    7 de Dezembro, 2012

    Retorno Depois de passar nove dias em Cuba, Chvez retorna a Caracas. 8 de Dezembro, 2012

    Nova reincidncia Chvez anuncia mais uma reincidncia do cncer e diz que ser submetido a uma nova cirurgia. Pela primeira vez, fala em um sucessor, Nicols Maduro. 11 de Dezembro, 2012

    Cirurgia Chvez se submete a sua quarta operao contra o cncer em Havana. 13 de Dezembro, 2012

    Ps-operatrio Maduro afirma que o processo ps-operatrio de Chvez ser "complexo e duro" e pede aos venezuelanos que estejam "preparados e unidos" nestes "dias difceis". 30 de Dezembro, 2012

    Riscos Depois de visitar Chvez em Havana, Maduro informa que o estado de sade do presidente apresenta "novas complicaes" e que seu tratamento no est "isento de riscos". Fevereiro de 2013

    Estado grave Maduro informa que Chvez encerrou o ciclo ps-operatrio e se submete a tratamentos complementares, que dias depois afirmou serem "muito complexos e difceis". 15 de Fevereiro, 2013

    ltimas imagens O governo anuncia que Chvez est respirando atravs de um tubo de traqueostomia, que dificulta temporariamente sua fala, mas divulga as primeiras imagens de Chvez em mais de dois meses, nas quais ele aparece sorridente junto s filhas Rosa Virginia e Mara Gabriela.

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    18 de Fevereiro, 2013

    O retorno a Caracas Chvez anuncia no Twitter sua volta a Caracas depois de permanecer mais de dois meses em Havana. 4 de Maro, 2013

    Momentos finais Chvez sofre um "agravamento" de seu quadro respiratrio com uma "nova e severa infeco", segundo o ministro de Comunicao e Informao, Ernesto Villegas.

    Yoani Snchez para o site de VEJA: Tentam me calar porque divulgo a Cuba real

    Solidariedade, pluralidade e, principalmente, o desejo de voltar. Apesar das manifestaes hostis de um grupo de simpatizantes da ditadura dos irmos Castro que enfrentou na passagem pelo Brasil, a frase resume a lembrana que Yoani Snchez levar do pas. O recado aos baderneiros ligados a partidos de esquerda igualmente conciso: ela sugere que morem em Cuba para conhecer a realidade de um mercado racionado, dualidade monetria, falta de liberdade e impossibilidade de se manifestar na rua.

    Com os interminveis cabelos castanhos presos num rabo de cavalo, saboreando uma pastilha para aliviar a rouquido e com a expresso serena de quem efetivamente acredita no que diz, a jornalista cubana relatou nesta sexta-feira reportagem de VEJA um pouco do cotidiano dos moradores da ilha no Caribe. Leia trechos da entrevista.

    Como a senhora viu as manifestaes hostis dos ltimos dias? Por um lado me sinto feliz por estar num pas onde existe liberdade democrtica e pluralidade. O problema quando essas manifestaes impedem e boicotam algo to pacfico quanto a apresentao de um documentrio ou uma sesso de autgrafos. Acho contraditrio usar um espao democrtico para impedir que algum se expresse livremente.

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    A senhora ficou amedrontada? No, porque conheo esses mtodos do meu pas: a coao e a difamao. Infelizmente, nos ltimos anos vivi situaes semelhantes em Havana e outras cidades. Eles conhecem a realidade cubana? Lamentavelmente, a maioria no conhece meu pas, minha histria ou meus textos. Eles acreditam numa Cuba estereotipada, uma ilha de esperana, com liberdade para todos. Cuba no vive um comunismo, mas um capitalismo de estado. Recomendaria que cada um deles morasse um tempo em Cuba para viver na pele a realidade de um mercado racionado, dualidade monetria, falta de liberdade, impossibilidade de se manifestar na rua. Depois desse tempo, duvido que continuem a defender o governo cubano. Tentam me calar porque divulgo uma Cuba menos parecida com o discurso poltico e mais parecida com a rua. Uma Cuba real. Que Cuba essa? Uma Cuba linda, mas difcil. importante diferenciar Cuba de um partido, de uma ideologia, de um homem. Ela muito mais do que isso. um pas onde as pessoas precisam esconder suas opinies com medo de represlias, onde muitos jovens querem emigrar por falta de expectativa, onde o estado tenta controlar todos os detalhes da vida. Onde colocar um prato de comida em cima da mesa significa submergir-se diariamente ilegalidade para conseguir dinheiro. Muitas pessoas de vrios pases costumam elogiar o sistema de sade e o sistema educacional de Cuba. Esses elogios so pertinentes? Nos anos 70 e 80, Cuba viveu o florescimento de toda a estrutura de sade e educao. Foram construdas escolas e postos de sade em toda parte graas aos subsdios soviticos. Quando a Unio Sovitica caiu, Cuba teve que voltar realidade econmica. Os professores imigraram por causa dos baixos salrios, a qualidade diminuiu e a doutrina aumentou. Exatamente como na rea da sade. Hoje, quando um cubano vai a um hospital, leva um presente para o mdico. um acordo informal para que o atendam bem e rpido. Levam tambm desinfetante, agulha, algodo, linha para as suturas. O governo usa a existncia de um sistema gratuito de sade e educao para emudecer os crticos, silenciar a populao. No passo todos os dias doente ou aprendendo, quero ler outros jornais, viajar livremente, eleger meu presidente, poder me manifestar, protestar. Como funciona o sistema de aposentadoria em Cuba? Esse um dos setores mais pobres. Um aposentado ganha cerca de 15 dlares conversveis por ms. Como a maioria dos cubanos no vive do salrio, mas do que pode roubar do estado dentro do local de trabalho, quando se aposenta ele perde essa fonte de renda. Em Havana possvel ver muitos velhos vendendo cigarros nas ruas.

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    Que tipo de racionamento existe em Cuba e como ele funciona? Cada cubano tem direito a uma cota mensal de alimento com preos subvencionados pelo estado. Estudos dizem possvel se alimentar razoavelmente bem por duas semanas com essa cota. Nela existe arroz, acar que por sinal brasileiro , um pouco de caf, azeite e, s vezes, frango. Para sobreviver a outra metade do ms os cubanos precisam ter os pesos conversveis. O salrio mdio na ilha de 20 dlares. Um litro de leite custa 1,80 dlares. Por isso, as pessoas apelam para a ilegalidade: roubam do estado e vendem no mercado negro, prostituem-se, exercem atividades ilegais, como dirigir taxis ou vender produtos para os turistas. Graas a isso e s remessas enviadas pelos cubanos exilados possvel sobreviver. Uma revoluo que rechaou esses exilados agora depende deles. A senhora disse que os gritos de ordem dos manifestantes brasileiros j no se escutam mais em Cuba. Qual lhe surpreendeu mais? Cuba sim, ianques no, por exemplo. uma expresso fora de moda. Em Cuba no usamos mais a palavra ianque para os americanos. Ela usada apenas nos slogans polticos. Falamos yuma, que no pejorativo. Ao contrrio, mostra um certo encanto em relao a eles. A propaganda oficial, de ataques aos Estados Unidos e ao imperialismo, criou um sentimento contrrio ao esperado. A maioria dos jovens hoje fascinada pelos americanos. At acho ruim esse enaltecimento por outro pas, mas uma realidade. O que os cubanos nascidos depois da revoluo acham de figuras como Fidel Castro e Fulgncio Batista? Nasci em 1975, quando tudo j estava burocraticamente organizado. Na escola, apresentavam Fidel como o pai da ptria. Era ele quem decidia quantas casas seriam construdas, o que iramos vestir. Na juventude, Fidel passou a ser uma figura distante. Diferente dos nossos pais, que viveram uma fascinao pela figura de Fidel, minha gerao mais crtica. O Fulgncio Batista era o ditador anterior. A revoluo tirou um ditador do poder e se converteu em uma ditadura. As geraes mais antigas continuam fiis revoluo? Existem os que creem realmente na revoluo, sem mscaras nem oportunismo, um pequeno grupo. Os que j no creem, mas no querem aceitar que se equivocaram, porque entregaram a ela seus melhores anos, e aqueles que deixaram de acreditar no sistema e se transformaram em pessoas crticas. Em 2007, o governo brasileiro deportou os boxeadores cubanos Guilhermo Rigondeaux e Erislandy Lara, que tentavam o exlio na Alemanha. Qual sua opinio sobre isso? O governo brasileiro teve um triste papel neste caso, de cumplicidade. Quando os atletas retornaram, o governo cubano fez um linchamento pblico na imprensa oficial, com vrios insultos. Fidel Castro falou na televiso que um deles foi visto com uma prostituta na praia. Os filhos e a mulher desse homem foram expostos a isso. Foi um episdio bastante lamentvel.

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    Por que a ditadura cubana ainda tolera suas crticas? Penso que a visibilidade que alcancei me protege. Sou vigiada constantemente, meu telefone grampeado e existe uma srie de mecanismos e estratgias para matar a minha imagem. Se no podem matar a pessoa, matam sua imagem. A senhora frequentemente acusada de receber dinheiro de governos contrrios a Cuba para manter seu blog. Qual a origem desses rumores? Faz parte da estratgia de difamao: no discutir as ideias, mas a pessoa. Para ter um blog preciso muito pouco dinheiro. O meu est num software livre, o wordpress, e fica hospedado num servidor da Alemanha que custa 36 euros por ano. Em 2006, um amigo alemo pagou vrios anos a esse servidor. Quanto conexo, aprendi alguns truques. Por exemplo, vou a um hotel e compro um carto de conexo que custa 6 dlares a hora. Como preparo quatro ou cinco textos em casa, programo para que sejam publicados em dias diferentes. Com esse mtodo, consigo me conectar mais de cinco vezes com um nico carto. No twitter, publico via mensagem de texto. Que lembranas levar do Brasil? Muita solidariedade, pluralidade e, principalmente, o desejo de voltar. O po de queijo tambm me encantou. Vou levar uma mala cheia deles para Cuba.

    Aps uma semana, Yoani Snchez deixa o Brasil em clima de paz.

    A blogueira cubana Yoani Snchez encerrou sua polmica passagem pelo Brasil de forma tranquila. Sem qualquer tipo de protesto, ela embarcou por volta das 13h35 no Aeroporto do Galeo, no Rio de Janeiro, rumo a Paris. Da capital francesa, seguir para Praga, na Repblica Checa, sua prxima escala no giro que est dando em vrias partes do mundo.

    No caminho at o aeroporto, Yoani fez uma parada num quiosque da Lagoa Rodrigo de Freitas. Sempre acompanhada do deputado federal Otvio Leite (PSDB-RJ), tomou gua de coco e ouviu palavras de apoio de um senhor que passava fazendo caminhada. Ela uma mulher de fibra. Enfrenta uma ditadura. E aqui, no Brasil, estamos caminhando para o mesmo destino, que ter uma ditadura, afirmou o transeunte.

    No aeroporto, a blogueira chamou ateno de um grupo de adolescentes, que se referia a Yoani como a cubana sinistra. Antes de embarcar, a cubana falou rapidamente com a imprensa, e agradeceu a oportunidade de visitar o Brasil. Ainda que tenha ocorrido alguns protestos, senti um imenso carinho do povo brasileiro. Gostaria muito de agradecer pela oportunidade de passar esses dias aqui no Brasil, comentou.

    Yoani desembarcou no Brasil no ltimo dia 18, sob protestos de grupos que se declaravam ligados a partidos de esquerda. Em Feira da Santana (BA), a ao dos contrrios visita da blogueira impediu a exibio de um documentrio com a participao dela. Em Braslia, a cubana foi levada ao plenrio do Congresso Nacional por parlamentares da oposio. Em So Paulo, novos protestos, que impediram, inclusive, que ela expusesse suas opinies em um debate.

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    J no Rio, a passagem da blogueira foi bastante calma. Passeando por pontos tursticos da cidade, ela teve um domingo tpico de turista, e no enfrentou nenhum tipo de questionamento sobre sua presena no Brasil.

    Blogueira Yoani Snchez volta a Cuba aps viajar por 13 pases

    A blogueira cubana Yoani Snchez voltou para Cuba, nesta quinta-feira, depois de

    uma viagem de mais de trs meses por 13 pases da Amrica e da Europa, na qual fez duras crticas ao governo de Havana, informou a prpria pelo Twitter. "O avio de regresso acaba de aterrissar em Havana. Agora falta atravessar a imigrao e a alfndega", escreveu Yoani no Twitter por volta das 18h.

    Ela chegou em um voo da Air Europa, procedente da Espanha, onde concluiu a viagem iniciada no Brasil em 17 de fevereiro. Yoani Snchez, que era esperada no aeroporto pelo marido Reynaldo Escobar e por vrios dissidentes, conseguiu viajar, beneficiando-se de uma reforma migratria posta em vigor em janeiro. Tambm visitou os EUA, Peru, onde se reuniu com o Prmio Nobel Mario Vargas Llosa, Mxico, Itlia, Repblica Tcheca, Polnia, onde conversou com o ex-presidente Lech Walesa, Sucia, Sua, Alemanha, Noruega e Holanda.

    Com Venezuela, Mercosul dar um 'salto acima e adiante', diz Chvez

    O presidente da Venezuela afirmou que a entrada do seu pas no Mercosul representa um "salto acima e adiante" para o bloco. Ele destacou o incremento produo de petrleo que o pas, um dos maiores produtores da commodity no mundo, proporcionar.

    Braslia sediou nesta tera uma cpula extraordinria dos membros permanentes do Mercosul para selar a entrada da Venezuela no bloco. A presidente Dilma Rousseff presidiu o encontro, que reuniu tambm os presidentes Cristina Kirchner (Argentina) e Jos Mujica (Uruguai). O Paraguai suspenso aps a destituio do ex-presidente Fernando Lugo do cargo no participou.

    Aps almoo com os lderes oferecido por Dilma no Palcio do Itamaraty -, Chvez defendeu o ingresso do seu pas e disse que o Mercosul funciona como um "corpo". "O Mercosul, com esse ingresso da Venezuela, deve dar um salto acima e adiante. um fortalecimento, sem dvida, do Mercosul na rea econmica, mas tambm na social e no poltico", afirmou.

    Chvez disse esperar que o bloco traga "felicidade". "No campo poltico, esperamos que estejamos a altura do momento histrico que estamos vivendo e que esta unidade do Mercosul sirva para dar ao nosso povo a maior soma de felicidade possvel", disse o presidente. Trmites para 2013

    O assessor especial para assuntos internacionais da Presidncia da Repblica, Marco Aurlio Garcia, afirmou que o Brasil que exerce a presidncia pr-tempore do

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    MERCOSUL dever agilizar os trmites formais necessrios para a entrada da Venezuela, como unificao de tarifas de comrcio, at o final deste ano.

    "O que est previsto para quatro anos, vamos tentar ver se resolvemos com a Venezuela nos prximos seis meses. Em 1 de janeiro de 2013 queremos ter concludo plenamente as metas de ingresso da Venezuela", afirmou o assessor especial, que um dos principais interlocutores do governo na rea internacional.

    Para Garcia, o ingresso da Venezuela " um trunfo extraordinrio porque incorpora um grande mercado, um mercado de 30 milhes, maior do que muitos pases europeus". "O principal interesse do Brasil, em primeiro lugar, o mercado venezuelano e em segundo lugar a capacidade que teremos de, junto com os venezuelanos, criar indstrias, desenvolver produtos agrcolas", completou Marco Aurlio Garcia.

    Sem Paraguai, Mercosul oficializa entrada da Venezuela

    A reunio, convocada em carter extraordinrio, ocorre sem a presena do Paraguai, suspenso pelo bloco aps a destituio de seu presidente Fernando Lugo, em junho. Pleiteada desde 2006, a entrada da Venezuela dependia apenas de aprovao do Congresso paraguaio.

    Com a suspenso, abriu-se uma brecha para incorporar Caracas na ltima cpula do bloco, em junho. O Paraguai, no entanto, estuda formas de contestar o ingresso venezuelano.

    O presidente Federico Franco afirmou que a adeso voltar a ser analisada pelo Congresso paraguaio, que poder aceit-la ou recha-la. Momento 'histrico'

    Em seu discurso, Chvez comparou a entrada da Venezuela com a eleio do presidente Luiz Incio Lula da Silva, h dez anos.

    "Sinto que o evento de hoje, a entrada da Venezuela no Mercosul, tem alguma semelhana com o dia em que este povo querido do Brasil elegeu como seu presidente Luiz Incio Lula da Silva. O povo do Brasil elegeu o Lula e comeou a mudar a histria".

    Ele afirmou ainda que a adeso coincide com um novo ciclo poltico na Venezuela. Em outubro, o pas ter eleies presidenciais, em que Chvez concorrer a um novo mandato de seis anos. O venezuelano est no cargo desde 1999.

    Alm de Chvez e da presidente Dilma Rousseff, tambm participaram da cerimnia os presidentes do Uruguai, Jos Pepe Mujica, e da Argentina, Cristina Kirchner.

    Em discurso, Dilma disse que os presidentes do Mercosul tm conscincia de que h importante trabalho tcnico a ser feito para garantir plena incorporao da Venezuela ao bloco

    A partir do fim de agosto, um grupo de trabalho ter 180 dias para definir um cronograma de adequao da Venezuela ao Mercosul. O prazo prorrogvel pelo mesmo perodo de 180 dias. Para que a adeso ocorra de fato, a Venezuela ter de fazer uma srie de ajustes tarifrios.

    Ainda assim, a presidente afirmou que a adeso do pas amplia as capacidades do Mercosul, refora seus recursos e abre oportunidades a empreendimentos.

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    Petrleo

    A Venezuela que tem reservas de petrleo e gs entre maiores do mundo tem buscado nos ltimos anos uma industrializao que aumente a perspectiva de integrar a produo e empreendimentos conjuntos entre pases.

    Com o ingresso da Venezuela, o Mercosul passa a contar com populao de 270 milhes de habitantes, ou 70% da populao da Amrica do Sul.

    Segundo o Ministrio de Relaes Exteriores, o PIB do bloco alcanar US$ 3,3 trilhes (83,2% do PIB sul-americano), e seu territrio passar a 12,7 milhes de km (72% da rea da Amrica do Sul).

    Adeso da Venezuela ao Mercosul ainda pode ser contestada juridicamente

    A adeso da Venezuela ao Mercosul, que comear a ser formalizada nesta tera-feira, em Braslia, ainda pode ser contestada juridicamente pelo Paraguai, segundo fontes do Tribunal Permanente de Reviso do Mercosul (TPR), com sede em Assuno, ouvidas pela BBC Brasil.

    Suspenso do Mercosul desde o fim de junho em razo da destituio de Fernando Lugo da Presidncia do pas o Paraguai no pde participar da reunio de cpula realizada em Mendoza, na Argentina, quando foi acertada a entrada da Venezuela no bloco regional.

    O ministro da Secretaria de Informao e Comunicao da Presidncia do Paraguai, Martn Sannemann, disse BBC Brasil que a entrada da Venezuela para o Mercosul durante a suspenso do Paraguai significa a troca do "irmo pobre pelo irmo rico".

    Segundo ele, na interpretao do governo paraguaio, o Mercosul foi "institucionalmente quase ferido de morte" porque "no respeitou os acordos" que estabelecem que as decises devem ser tomadas pelos quatro pases fundadores desta integrao Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai.

    Autoridades do governo paraguaio disseram que ainda analisam os prximos passos jurdicos a serem adotados.

    O Paraguai j havia entrado com uma ao no Tribunal Permanente do Mercosul por ter sido suspenso do bloco, com o argumento de que a suspenso violaria artigos do Tratado de Assuno e do Protocolo de Ushuaia, documentos constitutivos do Mercosul.

    Essa ao foi rejeitada. O tribunal entendeu que o Paraguai apelou com instrumentos jurdicos que no eram cabveis ao caso e no chegou a analisar a legalidade ou no da suspenso do pas e a entrada da Venezuela ao Mercosul.

    "O Paraguai usou uma medida de emergncia que que aplicada s questes comerciais, e no polticas, e deveria ter recorrido, primeiro, a instncias jurdicas inferiores, antes da ao ao Tribunal, que a corte arbitral do Mercosul", disse o secretrio do Tribunal, o advogado Raphael Vasconcelos, ao ler, de Assuno, o parecer do rgo. Reunio

    Ao apelar com o argumento de medida de emergncia, o Paraguai esperava uma resposta rpida, de no mximo duas semanas, como preveem os acordos do Mercosul, ou seja, antes da reunio desta tera.

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    "O problema que a reunio em Braslia ser um encontro de amigos para o qual no fomos convidados. E temos claro que foi poltica e no jurdica a deciso de incluir a Venezuela no Mercosul com o Paraguai suspenso", disse um assessor do gabinete do presidente paraguaio, Federico Franco.

    O ingresso da Venezuela no Mercosul j estava anunciado desde 2006, mas dependia de aprovao do Congresso do Paraguai para ser formalizado os congressos do Brasil, da Argentina e do Uruguai j haviam aprovado a adeso.

    Segundo Sannemann, para o Paraguai, o problema no a Venezuela, mas "a linha poltica e ideolgica" do presidente venezuelano, Hugo Chvez.

    "A sada de Lugo e a chegada de Franco obedeceram s regras constitucionais do nosso pas. Mas no nos deram, no Mercosul, a oportunidade de explicar o que aconteceu", disse. "Como paraguaios, no nos corresponde comentar, por exemplo, as reeleies permanentes de Chvez, mas por que no podemos ter a oportunidade de explicar que aqui tudo foi dentro das regras paraguaias?", questionou Sannemann. Impeachment

    A deciso de suspender o Paraguai do Mercosul foi tomada aps a destituio de Fernando Lugo da Presidncia em um processo de impeachment que durou menos de 30 horas.

    A rapidez do processo foi questionada pelas autoridades do Mercosul, que disseram que o Paraguai desrespeitou a clusula democrtica assinada pelos presidentes do bloco.

    Aps a destituio de Lugo, o governo da presidente Dilma Rousseff chamou o embaixador em Assuno Braslia para consultas, e ele no retornou capital paraguaia, num sinal poltico de que as relaes no esto normalizadas, segundo fontes do governo brasileiro.

    Medida poltica semelhante foi adotada por outros pases da regio, como Argentina, Uruguai e Chile.

    No caso da Venezuela, o governo Franco declarou o embaixador "persona non grata" aps suposta participao do ministro das Relaes Exteriores venezuelano, Nicolas Maduro, em reunio com militares paraguaios, no dia do processo poltico contra Lugo, em 22 de junho.

    Nesta segunda-feira, Lugo compareceu ao Ministrio Pblico, em Assuno, para prestar declaraes sobre o caso, segundo o jornal Ultima Hora. Lugo disse que "no houve intromisso da Venezuela nos assuntos polticos do Paraguai".

    Nesta segunda, um grupo de parlamentares paraguaios que apoiam Franco viajou ao Chile para explicar a colegas chilenos como foi a sada de Lugo e a sua substituio pelo atual presidente.

    Eles disseram que pretendem percorrer outros pases para dar a verso paraguaia sobre o que ocorreu.

    Em comunicado, o Itamaraty afirma que "a incorporao da Venezuela altera o posicionamento estratgico do bloco, que passa a estender-se do Caribe ao extremo sul do continente. O Mercosul se afirma, tambm, como potncia energtica global tanto em recursos renovveis quanto em no renovveis".

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    Megaempresrio Horcio Cartes vence eleies no Paraguai e recoloca colorados no poder

    O megaempresrio Horcio Cartes, 56, da Associao Nacional Republicana (ANR,

    nome oficial do Partido Colorado), de tendncia conservadora, foi eleito presidente do Paraguai nas eleies deste domingo (21). Com a vitria, os colorados, que governaram o Paraguai entre 1947 e 2008, voltam ao comando o pas. O segundo lugar ficou com o Efran Alegre, do Partido Liberal Radical Autntico (PLRA), adversrio histrico dos colorados. Cartes assume o cargo em agosto deste ano.

    Efran Alegre reconheceu a derrota na noite deste domingo. "Com a responsabilidade que nunca nos faltou, venho dizer que no foi possvel obter o triunfo. O povo paraguaio se pronunciou e ns respeitamos, em um processo transparente, que ns consideramos adequado", afirmou. Mais tarde, o presidente do Tribunal Superior de Justia Eleitoral (TSJE), Alberto Ramrez Zambonini, confirmou Cartes como "vencedor" das eleies.

    Nefito na poltica, Cartes ingressou no Partido Colorado em 2009, quando a sigla vivia um momento de profunda crise por conta da derrota histrica, no ano anterior, da candidata Blanca Ovelar, que obteve 30,7% dos votos contra 40,8% do ex-bispo Fernando Lugo. Derrotados, os colorados deixaram a presidncia aps 60 anos consecutivos e se desapoderaram da mquina pblica.

    Cartes evita falar sobre sua fortuna e costuma dizer que lhe atribuem cem vezes mais o montante que tem. O colorado dono de um conglomerado de 25 empresas --a maior parte do ramo tabagista-- e desde 2001 preside o Libertad, clube de Assuno que acumula oito ttulos nacionais e 11 participaes seguidas na Libertadores da Amrica aps a ascenso de Cartes ao mais alto posto da agremiao.

    Tais caractersticas permitem comparar o empresrio com o ex-premi italiano Silvio Berlusconi, que detm um imprio de empresas de telecomunicaes e que atuam no ramo financeiro, alm de presidir o Milan desde 1986, ininterruptamente.

    O dinheiro de Cartes oxigenou o Partido Colorado e ajudou o partido a se reestruturar. Em contrapartida, o empresrio conseguiu que a legenda reformasse seus estatutos para que ele pudesse disputar a presidncia do pas. Embora tenha adquirido adversrios internos, Cartes conseguiu articular unidade entre os colorados, tirando de cena velhos quadros do partido desprestigiados.

    Mas a biografia de Cartes no feita s de fama. O empresrio frequentemente tem imagem associada a ilegalidades. Na dcada de 80, chegou a ficar alguns meses preso por evaso de divisas. Ele era acusado de comprar dlares por valores abaixo dos regulares e negoci-los pelo valor paralelo.

    Sobre o candidato colorado recaem ainda suspeitas de ligao com uma rede de lavagem de dinheiro e narcotrfico, conforme telegrama vazado pelo WikiLeaks em 2010. No Brasil, o colorado foi citado na CPI da Pirataria, em 2004, que apontou que uma de suas empresas do ramo de tabaco fazia contrabando de cigarros.

    Quando confrontando pelas acusaes, Cartes as nega e afirma que nunca foi condenado pela Justia. O candidato tambm costuma dizer que o maior pagador de impostos do Paraguai e se vangloria de quantidade de empregados que tem. "Se Deus me deu habilidades na vida empresarial, acredito ter condies para usar essas habilidades na poltica", disse Cartes, em entrevista AFP.

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    Mercosul e outros desafios

    O prximo mandatrio ter como desafio reintegrar o Paraguai ao Mercosul e Unasul, j que o pas est suspenso das duas organizaes desde a queda de Lugo. Nesse nterim, o Mercosul conseguiu integrar a Venezuela ao bloco, o que no tinha ocorrido ainda por rejeio do Congresso paraguaio.

    Outra questo a ser enfrentada a pobreza, que atinge 49,6% dos paraguaios, segundo dados do Cepal (Comisso Econmica para a Amrica Latina e o Caribe), vinculado ONU (Organizao das Naes Unidas). No campo, a taxa sobe para 59,3%.

    O Paraguai possui hoje o segundo pior IDH (ndice de Desenvolvimento Humano), com 0,669 pontos, atrs apenas da Guiana (0,636). O pas possui ainda uma das maiores concentraes de renda e de terra do continente, que provoca conflitos entre "carperos" --como so chamados os sem-terra-- e "brasiguaios", imigrantes brasileiros que adquiriram terras a preos baixos nas dcadas de 60 a 80 e hoje formam a elite agrria do pas.

    Nas relaes com o Brasil, o novo presidente ter que mostrar habilidade para conduzir as negociaes em torno do valor pago pela energia de Itaipu. O tratado entre os dois pases prev que cada lado utilize 50% da energia. O Paraguai s consome 5% a que tem dinheiro e vende o restante ao Brasil por US$ 8,40 o MW/h, valor nfimo se comparado ao que o Brasil paga em leiles de energia (mais de US$ 60).

    Em negociaes com o governo brasileiro, Lugo conseguiu elevar o valor em 200%, o que considerado insuficiente tanto por Cartes, como por Alegre.

    Por fim, o novo mandatrio ter que encontrar maneiras de tornar mais eficaz o combate ao narcotrfico e ao contrabando. O Paraguai rota do trfico internacional de drogas e por onde boa parte dos entorpecentes entra no Brasil. Raio X do Paraguai

    Superfcie: 406.750 km

    Populao: 7.356.789

    Moeda: Guarani

    Idioma oficial: Espanhol e Guarani

    PIB per capita: US$ 5.400

    Religio: Catlica (89,6%), Protestante (6,2%), outra (1,9%)

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    Entenda o Mercosul

    O Mercosul (em portugus: Mercado Comum do Sul, castelhano: Mercado Comn

    del Sur, Mercosur) a Unio Aduaneira (livre comrcio intrazona e poltica comercial comum) de cinco pases da Amrica do Sul. Em sua formao original o bloco era composto por quatro pases: Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, aderindo a Venezuela, em julho de 2006. O bloco tambm chamado de Cone Sul porque sua formao original abrangia as naes do sul do continente, formando um cone.

    O Tratado de Assuno foi um tratado assinado em 26 de maro de 1991, entre a Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, com o objetivo de realizar um mercado comum entre os pases acordados formando o bloco. Mais tarde, em 1994, o Protocolo de Ouro Preto foi assinado como um complemento do Tratado, estabelecendo que o Tratado de Assuno fosse reconhecido juridicialmente e internacionalmente como uma organizao.

    O Mercosul tem como estados associados a Bolvia (1996), Chile (1996), Peru (2003), Colmbia (2004) e Equador (2004). Bolvia, Equador, Colmbia e Peru integram a Comunidade Andina (CAN), bloco com que o Mercosul tambm firmar um acordo comercial. O status de membro associado se estabelece por acordos bilaterais, denominados Acordos de Complementao Econmica, firmados entre o Mercosul e cada pas associado. Nesses acordos se estabelece um cronograma para a criao de uma zona de livre-comrcio com os pases do Mercosul e uma gradual reduo de tarifas entre o Mercosul e os pases firmantes. Alm de poder participar na qualidade de convidado nas reunies dos organismos do Mercosul e efetuar convnios sobre matrias comuns.

    Formado por dois pases emergentes (Brasil e Argentina) e por outros produtores e exportadores de matrias-primas, o bloco no apresente uma estrutura slida. Alm disso, os Estados Unidos no tm nenhum interesse que o bloco evolua, pois isso pe em risco os objetivos da ALCA.

    Desde a sua formao o Mercosul vem atravessando muitas crises econmicas. As velhas rivalidades regionais, que causaram muitos conflitos no passado, tambm parecem atrapalhar a real integrao do bloco. Brasil e Argentina j tiveram problemas nas discusses sobre regime automotivo, acar, soja e eletrodomsticos. Uruguai, enfrentou grave crise em 2002, nos ltimos anos tem responsabilizado o Brasil e a Argentina por sua recesso econmica. O Paraguai que o pas mais pobre do bloco, sofre os reflexos de muitos anos de instabilidade poltica. A maior referncia o caso do presidente Fernando Lugo ter engravidado vrias mulheres enquanto vestia a batina. Alm de tentar reformular o contrato que seu pas tem com o Brasil a respeito da hidreltrica de Itaipu.

    Unio de Naes Sul-americanas - UNASUL

    A UNASUL (Unio das Naes Sul-americanas) rene os doze pases da Amrica do Sul e visa aprofundar a integrao da regio. Por suas riquezas naturais, a Amrica do Sul importante internacionalmente como um dos principais centros produtores de energia e de alimentos do planeta. Chile e Peru so ainda dois dos principais endereos da indstria mineradora no mundo. A iniciativa da criao de um rgo nos moldes da UNASUL foi apresentada, oficialmente, numa reunio regional, em 2004, em Cuzco, no Peru. O projeto recebeu o nome de Casa (Comunidade Sul-Americana de Naes), mas o nome foi modificado para UNASUL

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    durante a Primeira Reunio Energtica da Amrica do Sul, realizada em 2007 na Venezuela.

    O nome UNASUL - UNASUR para os pases de lngua espanhola - surgiu depois de crticas do presidente venezuelano Hugo Chvez ao que ele chamou de lentido da integrao.

    Os principais objetivos sero a coordenao poltica, econmica e social da regio. Com a UNASUL, espera-se avanar na integrao fsica, energtica, de telecomunicaes e ainda nas reas de cincia e de educao, alm da adoo de mecanismos financeiros conjuntos.

    A partir da reunio em Braslia, em 2008, a UNASUL passa a ter personalidade poltica prpria e, na prtica, passar a ser um organismo internacional. Ou seja, no se limitar mais a um frum de debates, mas incluir a possibilidade de serem adotadas medidas conjuntas.

    Os presidentes assinaram esta formalizao, mas para que UNASUL comece a funcionar como organismo internacional o texto ainda precisa ser ratificado pelos congressos de nove dos doze pases.

    Os lderes regionais esto discutiram tambm a criao do Conselho de Defesa da Amrica do Sul. A ideia foi apresentada oficialmente pelo Brasil, mas rejeitada pela Colmbia. A iniciativa ganhou fora no incio do ano passado, depois da crise envolvendo Venezuela, Colmbia e Equador, provocada por uma ao militar colombiana contra as FARC em territrio equatoriano.

    Existe o plano de criao do Parlamento nico da UNASUL, mas no h nenhuma expectativa de que a ideia seja colocada em prtica em um futuro prximo. A UNASUL ter ainda uma secretaria permanente que dever ser em Quito, no Equador.

    Os pases que faro parte do grupo tm cerca de 360 milhes de habitantes e, de acordo com dados da CEPAL (Comisso Econmica para Amrica Latina e Caribe), tinham um Produto Interno Bruto (PIB) de US$ 2,5 trilhes em 2006. Ainda de acordo a CEPAL, s o PIB do Brasil era de US$ 1,06 trilho em 2006. Em 2007, o PIB do Brasil foi de US$ 1,3 trilho. Mas este um grupo desigual, que conta com 180 milhes de habitantes do Brasil e trs milhes do Uruguai, por exemplo.

    Num primeiro momento, os governos parecem ter expectativas diversas sobre os resultados reais da UNASUL. O ministro das Relaes Exteriores do Chile, Alejandro Foxley, disse que seu pas tem trs principais interesses nessa integrao: energia, infraestrutura e uma poltica comum de incluso social. Por sua vez, o chanceler boliviano, David Choquehuanca, afirmou que a Bolvia espera que a UNASUL no se limite s questes comerciais e trate da "unio dos povos". Mas talvez o principal desafio da UNASUL ser colocar em prtica suas medidas, como a integrao energtica, j que hoje o desafio entre quatro pases - Brasil, Argentina, Bolvia e Chile - ainda no foi resolvido. Questes bilaterais - ou trilaterais - tambm esto na lista de desafios da regio.

    Disputas territoriais entre Chile e Peru, da poca da Guerra do Pacfico, no sculo 19, esto hoje no Tribunal Internacional de Haia. A Bolvia reinvidica do Chile uma sada para o mar, perdida na mesma guerra do Pacfico. Venezuela, Equador e Colmbia travam, desde maro, uma disputa envolvendo as FARC (grupo guerrilheiro mais antigo do mundo, com mais de 40 anos) que ainda no teve concluso.

    No sistema de presidncia temporria e rotativa, a prxima presidncia caberia Colmbia, que abriu mo do direito, que passar ao Chile. Nos termos do Tratado, a UNASUL ter como rgos deliberativos um Conselho de Chefes de Estado e de Governo,

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    um Conselho de Ministros de Relaes Exteriores e um Conselho de Delegados. Haver reunies anuais de chefes de Estado e de Governo e reunies semestrais do Conselho de Ministros de Relaes Exteriores.

    ALCA rea de Livre Comrcio das Amricas

    No ano de 1994, foi assinada, por 34 pases da Amrica, a carta de intenes que cria as diretrizes para a implementao da ALCA. A formao de um bloco econmico de livre comrcio nas Amricas, tem por objetivo eliminar, paulatinamente, as barreiras alfandegrias entre os pases. Em funo do bloqueio econmico que sofre, imposto pelos Estados Unidos, Cuba no faz parte deste acordo. Quando estiver em pleno funcionamento, a ALCA ser um dos maiores blocos econmicos do mundo. Na Amrica do Norte, j funciona o bloco econmico NAFTA (Estados Unidos, Canad e Mxico) e na Amrica do Sul, o Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai). Em funcionamento, a ALCA ter, aproximadamente um PIB (todos os pases juntos) de US$ 12 trilhes e uma populao de cerca de 850 milhes de habitantes. Dificuldades de Implementao

    Os Estados Unidos esto na liderana da implementao da ALCA, por se tratar da

    maior economia da Amrica. Interessados na abertura total dos mercados, encontram resistncias de pases em desenvolvimento, temerosos da implantao da ALCA. Este medo vem justamente de fraquezas econmicas e pouco desenvolvimento em reas industriais. Uma abertura geral poderia provocar a runa de parques industriais nestes pases. O Brasil tem defendido a ideia de uma abertura gradual e de negociaes feitas em blocos. Desta forma, o Brasil ganharia mais fora para negociar com os Estados Unidos.

    Muitos pases em desenvolvimento da Amrica Central e do Sul precisariam de investimentos bilionrios em infraestrutura para que suas economias suportem a entrada num mercado econmico do porte da ALCA. Setores como o de transportes, telecomunicaes, energia, gua, portos e aviao devem ser reestruturados.

    Tambm existem barreiras internas nos Estados Unidos, pois em 1997 o ento presidente Bill Clinton, no conseguiu aprovar no Congresso o chamado fast track, que seria a via rpida para a implementao da ALCA. Muitos sindicatos patronais e de trabalhadores, resistem a ideia da ALCA por temerem a concorrncia de produtos estrangeiros. Os trabalhadores, por exemplo, temem o desemprego com o funcionamento ALCA. Governo colombiano e Farc reiteram sua disposio para negociar

    O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, reiterou neste sbado sua disposio frente ao incio do processo de paz para que ela seja "estvel e duradoura", enquanto porta-vozes das Farc afirmaram que os dilogos no sero encerrados por divergncias iniciais como a questo do cessar-fogo.

    "Entramos neste processo com toda a honestidade, com toda a determinao, com toda a cautela. Sabemos que no ser fcil", disse o mandatrio em reunio com autoridades locais que aconteceu hoje na cidade de Sincelejo.

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    Entre as vrias divergncias que as partes iro negociar, aps trs tentativas frustradas e meio sculo de intensos combates nas selvas colombianas, est o debate do cessar-fogo, que a guerrilha quer decretar em outubro e o governo deseja adiar at o fim das negociaes.

    Na quinta-feira, Alberto Parra, conhecido como "Mauricio Jaramillo" e "El Mdico", chefe militar das Foras Armadas Revolucionrias da Colmbia (Farc), informou imprensa em Havana que chegar mesa de negociaes em Oslo com a proposta imediata de um cessar-fogo bilateral.

    Hoje, no entanto, o presidente insistiu que sua obrigao blindar o pas no caso de no se alcanar a paz, e disse que por isso se concentrar na agenda de governo e que em relao segurana no baixar "a guarda em nenhum momento".

    "Temos que continuar, e eu disse a esses indivduos das Farc que somente no dia em que encerrarmos o conflito definitivamente ns suspenderemos as operaes militares", reiterou.

    Diante da possibilidade desse conflito de opinies embargar os esforos de paz ainda no incio, o chefe guerrilheiro "Marco Len Calarc", cujo verdadeiro nome Luis Alberto Albn, respondeu aos receios atravs da mdia com uma mensagem tranquilizadora.

    "No que as Farc vo insistir que se no houver cessar-fogo ou trgua no seguiremos adiante. No se trata disso, mas de tentar convenc-los (o governo) com o raciocnio", argumentou em entrevista concedida em Havana ao jornal "El Tiempo".

    O guerrilheiro, que foi um dos seis porta-vozes das Farc em Havana nesta semana, considerou que a origem da divergncia est na questo de falar sobre paz em meio a um conflito.

    "Se h uma forma de par-lo momentaneamente, enquanto se consegue construir a frmula para par-lo definitivamente, melhor", justificou ao admitir que a guerrilha no vai "negar os golpes" nem "a dureza" que sentiu por parte da polcia colombiana.

    E concluiu: " preciso construir a paz, e vamos seguir adiante". "Calarc" exps ontem outra inquietao sobre o processo: a incluso ou no de um

    guerrilheiro preso nos EUA como negociador tambm no vai "atrapalhar isso que mal comeou".

    A declarao foi dada rdio "RCN" sobre o caso de Juvenal Ovidio Ricardo Palmeira, conhecido como "Simn Trinidad", que cumpre nos Estados Unidos pena de 60 anos de priso pelo sequestro de trs americanos do Pentgono.

    Enquanto isso, as Farc mantm sua luta em diferentes pontos do pas e as Foras Militares tentam combat-la.

    O processo de paz tem o apoio de 78% dos colombianos, segundo uma pesquisa do Centro Nacional de Consultoria (CNC) que tambm reflete o fortalecimento da imagem de Santos, aprovado por 74% dos entrevistados, depois de perder 20 pontos em agosto.

    AULAS 3, 4 e 5 Economia brasileira

    O resultado oficial do produto interno bruto (PIB) de 2012 foi divulgado em maro, e

    a concluso foi um crescimento muito baixo na economia brasileira, 0,9%.

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    Para 2013, o ano deve ser de leve recuperao, mas ainda longe de registrar uma expanso econmica robusta. Aps vrias quedas consecutivas nas expectativas, o Boletim Focus mais recente projeta uma alta de 3,08% no PIB deste ano.

    J no segundo semestre deste ano, o Fundo Monetrio Internacional (FMI) rebaixou novamente a projeo de crescimento da economia brasileira em 2013 e 2014, conforme relatrio divulgado pelo rgo nesta tera-feira. A instituio agora prev que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresa 2,5% neste ano, ante expectativa de alta de 3% no ltimo relatrio, de abril. Para 2014, a reviso para baixo foi ainda maior: de 4% para 3,2%.

    O FMI vem cortando sucessivamente as projees de desempenho da economia brasileira: em abril, o Fundo j havia rebaixado as projees para o Brasil ante um relatrio divulgado em janeiro, que por sua vez tambm trazia reduo nas estimativas ante outro documento, de outubro de 2012.

    De acordo com relatrio, o Brasil foi o pas que teve a maior reduo na perspectiva de crescimento do PIB para 2014. Nas estimativas para 2013, a Rssia e a frica do Sul tiveram cortes maiores nas projees. No caso da Rssia, a expectativa passou de 3,4% para 2,5% para este ano, enquanto a frica do Sul teve corte foi de 0,8%, para 2%.

    Na Amrica Latina, o Mxico tambm teve reviso para baixo nas projees de 2013, de 3,4% (abril) para 2,9% (julho). A regio como um todo deve ter avano de 3% este ano e 3,4% em 2014, corte de 0,4 e 0,5 ponto percentual nas previses divulgadas em abril.

    O FMI cortou ainda sua previso para o crescimento global em 2013 a 3,1%, mesmo ritmo de expanso do ano passado, mas abaixo da previso de 3,3% divulgada em abril. O Fundo tambm reduziu sua previso para 2014 a 3,8%, ante previso anterior de 4%.

    No geral, os mercados emergentes vo, em sua maioria, crescer menos que o esperado pelos economistas da instituio, como tambm j havia alertado a Organizao de Cooperao e Desenvolvimento Econmico (OCDE).

    Alguns fatores responsveis por este ritmo fraco de expanso so: falta de infraestrutura adequada, crescimento menor da demanda externa, queda nos preos internacionais das commodities e, mais recentemente, o aumento da instabilidade dos mercados financeiros globais.

    Alm de j estarem crescendo menos, os riscos de que os emergentes continuem desapontando aumentam. A razo um cenrio externo mais incerto, por conta das expectativas de mudanas na poltica monetria do Federal Reserve (FED, o banco central dos Estados Unidos), limitaes impostas pela contnua falta de melhora da infraestrutura domstica e expanso baixa do crdito bancrio.

    A China deve crescer 7,8% em 2013 e 7,7% em 2014, respectivamente um corte de 0,3 e 0,6 ponto porcentual ante as apostas divulgadas em abril. Os pases emergentes em seu conjunto devem se expandir 5% este ano e 5,4% em 2014. Os dois nmeros tiveram reduo de 0,3 ponto ante a estimativa divulga em abril pelo FMI.

    Diante desse cenrio, alguns setores acabam sendo os mais afetados. Outros, porm, conseguem ignorar o pibinho e apontam boas perspectivas para o ano.

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    Queda na popularidade de Dilma alerta para 2014 Lutando contra a inflao e acelerar o crescimento do PIB, a presidente se v em meio a

    problemas com a base e ainda precisa neutralizar adversrios

    A presidente Dilma Rousseff chegou ao poder na primeira eleio que disputou e manteve a popularidade a despeito de seguidos escndalos de corrupo e demonstraes de ineficincia administrativa. Agora, no 30 ms de governo, um elemento novo passou a afetar diretamente o seu apoio entre a populao: a inflao. Dos assuntos que levam algum a decidir se d ou no sua confiana a um poltico, a economia costuma ser o nmero um. E dentre os temas econmicos, a inflao est entre os que mais diretamente influenciam a avaliao de um governo.

    Pesquisa divulgada na ltima semana pelo Instituto Datafolha mostra que a avaliao do governo piorou: a aprovao caiu de 65% para 57% em trs meses. E que, no cenrio eleitoral de 2014, a vantagem de Dilma Rousseff no incontestvel. Isso est longe de significar um cenrio apocalptico. Dilma ainda desfruta de ndices de aprovao superiores aos dos dois antecessores no mesmo perodo do governo. Ela tambm tem ampla vantagem na inteno de voto. Mas o cenrio de incertezas na economia e a ausncia de perspectiva de grandes realizaes nos prximos meses tornam o cenrio nebuloso. Alm disso, na eleio de 2014 Dilma deve ter trs adversrios competitivos: Eduardo Campos (PSB), governador de Pernambuco, tem potencial para tirar votos da petista no Nordeste. Marina Silva (Rede) popular em grandes centros urbanos. E o senador Acio Neves (PSDB) o favorito para levar os dois maiores colgios eleitorais do pas, Minas Gerais e So Paulo. Economia se torna mico de governo

    Desde que assumiu o poder, em 2011, Dilma, graduada em Economia, no conseguiu colher os louros de um crescimento robusto, tal como seu antecessor. O melhor desempenho registrado at o momento foi em seu primeiro ano de mandato, quando o Produto Interno Bruto (PIB) expandiu 2,7% - nmero considerado decepcionante poca. De l para c, a cada divulgao do PIB, surge uma nova frustrao. No ano passado, o crescimento no passou de 0,9%. E, dado o pibinho do primeiro trimestre de 2013 (avano de 0,6%), as expectativas para o acumulado deste ano no so as mais animadoras.

    Contudo, como o baixo crescimento (ainda) no afetou o avano do mercado de trabalho, seus efeitos no pesam tanto sobre a avaliao positiva da presidente como o antigo vilo conhecido dos brasileiros: a inflao. Ela tem sido, nos ltimos meses, um pesadelo de Dilma e da equipe econmica. Em maio, o ndice de Preos ao Consumidor

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    Amplo (IPCA), que mede a inflao oficial, tocou o teto da meta no acumulado de 12 meses, de 6,5%, apesar de ter apresentado leve desacelerao na comparao com o ms anterior. No incio do ano, o IPCA chegou a estourar a meta.

    O problema, que vem sendo apontado desde 2010, ltimo ano do governo Lula, e negligenciado pelo governo Dilma, s ganhou importncia no seio do Palcio do Planalto depois que uma emblemtica escalada no preo do tomate devolveu a inflao ao repertrio de assuntos das famlias, no primeiro trimestre deste ano. A inflao est trazendo desconforto para a populao, diz o ex-presidente do Banco Central Gustavo Loyola. Esse um flagelo que a sociedade brasileira no tolera mais.

    Contudo, a subida de juros remdio necessrio para conter a inflao, mas impopular porque afeta diretamente o consumo veio em momento tardio. Conforme argumentou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em evento nesta semana, apenas a subida da Selic no ser suficiente para deter o avano do IPCA. preciso um ajuste fiscal, disse FHC. Para o economista e ex-diretor do Banco Central Alexandre Schwartsman, o remdio tardio ter de vir em doses mais fortes - e nocivas politicamente. A alta da Selic para 9,0% ou 9,25% at o final do ano no vai mexer na inflao. O governo no fez a lio de casa, diz.

    Retomar o trip macroeconmico, contudo, no ser tarefa fcil sobretudo porque a presidente no reconhece as decises erradas tomadas ao longo do governo e relega ao cenrio externo a culpa pelos males que atingem a economia do pas. Segundo Gustavo Loyola, a combinao da poltica de juros, cmbio flutuante e ajuste fiscal se mostrou vencedora no governo FHC e deve voltar a ditar os rumos econmicos. Foi o que levou o Brasil para um patamar melhor nos anos 1990 e 2000. O pas precisa ainda retomar a agenda de reformas, comenta.

    A poltica fiscal outro assunto que tem afetado a credibilidade de Dilma e da equipe econmica sobretudo para o mercado internacional. Na semana passada, a agncia de classificao de risco Standard & Poors reduziu a perspectiva da nota de crdito do pas de estvel para negativa, o que pode implicar em rebaixamento do rating de crdito. Ainda que essa deciso no tenha grande peso para o eleitorado de Dilma, ela afeta diretamente a imagem do pas em relao aos investidores. Com a imagem arranhada, ficar cada vez mais difcil para o governo atrair investimentos privados necessrios para que a economia retome flego e volte a crescer em breve.

    Para o ex-secretrio-executivo da Fazenda Bernard Appy, a popularidade de Dilma no foi mais afetada porque o nvel de emprego ainda alto. O baixo crescimento ainda no afetou na taxa de emprego, porque o setor de servios ainda continua contratando, mas isso pode ser mudar, explica.

    Sobre a questo fiscal, Appy indica que o erro do governo a falta de transparncia. H uma perda de transparncia na forma como a poltica fiscal vem sendo gerida, devido aos ajustes do supervit primrio, pontua. Nos ltimos anos viu-se tambm um uso muito grande de recursos do Tesouro para financiar os custos correntes. A medida no de todo ruim e pode ser defensvel em casos de desacelerao da economia. Mas preciso indicar qual ser a trajetria da dvida bruta do pas, ou seja, preciso ser transparente. Poltica

    Alm dos percalos na economia, a presidente tem enfrentado problemas com o Congresso. Por razes diversas, mas todas ligadas falta de articulao poltica do Planalto, partidos aliados passaram a se comportar de maneira cada vez menos fiel.

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    Indiretamente, esses atritos prejudicam a popularidade da presidente porque atrapalham a aprovao de propostas que o Planalto considera importantes. Foi o que ocorreu, por exemplo, com a MP dos Portos e o Oramento de 2013 - aprovado apenas em fevereiro deste ano.

    Variaes de popularidade so comuns ao longo dos mandatos. Tambm comum a colheita de dividendos eleitorais no ltimo ano de gesto, com a inaugurao de obras e a consolidao de programas importantes. A presidente, entretanto, parece no ter cartas na manga para 2014. "A gente sabe que ela no tem tempo de inaugurar obras porque as obras no esto sendo realizadas. No h tempo de ela inaugurar empreendimentos como a transposio do rio So Francisco", diz o senador lvaro Dias (PSDB-PR).

    O cientista poltico David Fleischer, da Universidade de Braslia, afirma que o governo ainda no tem uma marca que conquiste o eleitorado - apesar de programas como o Brasil Sem Misria. "Dilma vai ter de inventar uma outra bandeira", afirma. Um sinal de que o eleitor, embora aprove a presidente no se entregou incondicionalmente a ela vem da j mencionada pesquisa Datafolha: 73% da populao diz ainda no ter escolhido seu candidato pra 2014. Reao

    A queda de popularidade no pode ser atribuda ao desleixo da presidente com sua imagem. Pelo contrrio: desde o comeo do ano, ela intensificou o anncio de medidas de apelo popular, passou a viajar mais pelo pas, aumentou sua exposio nas cadeias de rdio e TV e passou a discursar mais vezes, e por mais tempo, em eventos da Presidncia - o que garante exibio no noticirio.

    A estratgia de Dilma, moralmente questionvel, comum na poltica brasileira. Ao mesmo tempo em que ela embarcava na campanha antecipada, Acio Neves e Eduardo Campos, tambm ocupantes de cargos pblicos, faziam o mesmo. E por isso a queda na popularidade da presidente pode servir como um alerta importante: o recuo ocorreu exatamente no perodo em que Dilma crescia em exposio nos meios de comunicao.

    Os petistas dizem que tudo est sob controle. "Em 2009 o PIB diminuiu, a presidente tinha 4% nas pesquisas e Jos Serra tinha 45%. Isso no significa nada", diz o deputado Cndido Vaccarezza (PT-SP). A ministra de Relaes Institucionais, Ideli Salvatti, tambm faz pouco da queda de popularidade: "Pesquisa sobe e desce. da vida. O mais importante o trabalho e o resultado do trabalho frente situao que temos no mundo e no Brasil."

    Mas so claros os sinais de que o governo recebeu os nmeros com preocupao. J na primeira apario pblica depois da divulgao das pesquisas, Dilma Rousseff usou uma obviedade para enfatizar sua disposio em impedir o avano da inflao: "No h a menor hiptese de que o meu governo no tenha uma poltica de controle, de combate inflao", disse ela, que tambm criticou duramente o que acredita serem "Velhos do Restelo" - pessimistas que torceriam contra sua gesto.

    De qualquer forma, como mostram as pesquisas de popularidade, o jogo eleitoral uma guerra defensiva em que a poltica apenas parte do campo de batalha enfrentada por Dilma Rousseff. Em 2014, quanto mais incertezas houver na economia, mais difcil vai ser convencer o eleitor a dar mais quatro anos de mandato chefe do Executivo.

    Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/queda-na-popularidade-de-dilma-e-alerta-para-2014

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    ANEEL anuncia reduo das tarifas de energia eltrica

    A ANEEL aprovou no dia 24 de janeiro de 2013 em reunio extraordinria, as novas

    tarifas que reduziro a conta de energia eltrica. O efeito mdio de reduo ser de 20,2%. Para os consumidores residenciais, a reduo mnima ser de 18% (veja tabela). Para os consumidores de alta tenso, o desconto pode chegar a 32%. As novas tarifas entram em vigor a partir de hoje.

    A reduo resultado da Lei n 12.783/2013, que promoveu a renovao das concesses de transmisso e gerao de energia que venciam at 2017, e das medidas provisrias 591/2012 e 605/2013. As principais alteraes que permitiram a reduo da conta foram:

    Alocao de cotas de energia, resultantes das geradoras com concesso renovadas, a um preo mdio de R$ 32,81/ MWh

    Reduo dos custos de transmisso

    Reduo dos encargos setoriais

    Retirada de subsdios da estrutura da tarifa, com aporte direto do Tesouro Nacional Reduo e reajustes.

    O efeito dessa reduo estrutural, ou seja, promover uma mudana permanente no nvel das tarifas, pois retira definitivamente custos que compunham as tarifas anteriores. Tarifas diferentes

    A ANEEL estabelece uma tarifa diferente para cada distribuidora em funo das peculiaridades de cada concesso. A tarifa de energia eltrica deve garantir o fornecimento de energia com qualidade e assegurar aos prestadores dos servios receitas suficientes para cobrir custos operacionais eficientes e remunerar investimentos necessrios para expandir a capacidade e garantir o atendimento.

    As datas de leitura dos relgios so distribudas ao longo do ms: por isso, a reduo do preo da energia eltrica s deve ser percebida integralmente pelo consumidor aps um ciclo completo de cobrana com as novas tarifas. Ou seja, no primeiro ms de vigncia das novas tarifas, dependendo da data de vencimento da conta, parte do consumo utilizar a tarifa antiga e outra parte a nova tarifa, reduzida.

    Como as novas tarifas valem a partir do dia 24 de janeiro, por exemplo, um consumidor que tem sua leitura feita no dia 10 de fevereiro, teria, em fevereiro, metade de sua energia faturada pela tarifa antiga e a outra metade pela nova tarifa. A partir de 25 de fevereiro todas as contas j percebero os benefcios completos da tarifa reduzida.

    Classes de consumo. Outros fatores que fazem variar a conta de energia so as caractersticas de contratao de fornecimento. Os consumidores cativos residenciais e os de baixa renda aqueles que s podem ser atendidos por uma distribuidora tm uma tarifa nica em sua concessionria.

    As variaes tambm ocorrem de acordo com o nvel de tenso em que os consumidores so atendidos, que a tenso disponibilizada no sistema eltrico da concessionria e que varia entre valores inferiores a 2,3 kV (como as tenses de 110 e 220

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    volts) e valores superiores a 2,3 kV. Essa variao divide os consumidores nos grupos A (superiores a 2,3 kV, por exemplo as indstrias e grandes comrcios) e B (inferiores a 2,3 kV no qual se incluem os consumidores residenciais e os de baixa renda).

    Os consumidores do grupo A tm tarifas definidas para energia e uso de rede, para horrios de ponta e fora de ponta. Os consumidores livres possuem caractersticas diferentes, pois podem contratar energia de outros fornecedores, em condies especiais. Saiba mais. A ANEEL disponibiliza em seu portal na internet cartilhas, publicaes e contedos que explicam a composio da conta de energia, os processos de reajuste e de reviso tarifrias e, tambm, apresentam dicas de uso racional e de economia de eletricidade. Confira, na tabela abaixo, a reduo percentual para os consumidores de baixa tenso (por exemplo, residncias).

    Para Dilma, aumento da gasolina menos que reduo de tarifa eltrica Governo reduziu em at 32% conta de luz e aumentou gasolina em 6,6%. Presidente disse

    que vai desonerar 'integralmente' itens da cesta bsica.

    A presidente Dilma Rousseff afirmou em entrevista a rdios locais do Paran, que o aumento no preo da gasolina bem menor do que a reduo da tarifa de energia eltrica. Ela afirmou ainda que cumprir a promessa de desonerar "integralmente" os produtos da cesta bsica, para reduzir o preo final de itens bsicos, como arroz e feijo, para o consumidor.

    De acordo com anncio do governo federal, o corte na tarifa de energia para residncias ser de 18% e para a indstria, de at 32%, e o aumento de 6,6% no litro da gasolina nas refinarias e, para o diesel, o reajuste ficou em 5,4%.

    Dilma comparou a reduo da tarifa energtica ao aumento da gasolina quando falou de inflao em entrevista a radialistas do Paran. Para ela, o preo da gasolina "inexorvel".

    A inflao tambm sofre efeitos do aumento do preo da gasolina. Mas eu s queria dizer que o aumento do preo da gasolina e do diesel um valor bastante menor ao chegar bomba do que os valores da reduo da tarifa de energia, disse.

    Segundo a presidente, o preo da gasolina sofre ainda impacto do mercado internacional". "O governo brasileiro e todos os governos do mundo, o que eles querem, eles querem controlar a volatilidade, ou seja, que no haja grande flutuao no preo da gasolina. Agora, em determinados momentos inexorvel, a Petrobras tem que aumentar o preo porque seno, caso contrrio, as perdas dela so muito grandes."

    Dilma destacou tambm que "no d para considerar que uma coisa compensou a outra". "O aumento do combustvel vai sem bem menor, mas bem menor mesmo, que a reduo na tarifa de energia", ressaltou. Reduo da inflao

    Para a presidente, a reduo da tarifa energtica vai ajudar na reduo da inflao em 2013. Vai reduzir preos, quando a gente considera que afeta todas as famlias do pas, sem exceo. Tero na sua conta de luz o mnimo de reduo de 18%. Eu tenho conscincia tambm que a melhoria no preo da energia para os industriais, como a reduo de at 32%,

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    vai beneficiar uma maior produo, maior contratao e maior competitividade, tanto dos produtos feitos no exterior, quanto dos produtos que comercializamos l fora, afirmou.

    s rdios paranaenses, Dilma disse lamentar que a Copel, empresa de energia do estado, tenha rejeitado as condies do acordo proposto pelo governo para a reduo de tarifas. Quatro estados governados pelo PSDB no aderiram a proposta, a Cesp (So Paulo), a Cemig (Minas Gerais) e a Celg (Gois), alm da Copel.

    A presidente afirmou que, mesmo assim, os consumidores do Paran tero desconto de 19,28% na tarifa de energia. Se a empresa se recusou, no era certo, do nosso ponto de vista, que os consumidores do Paran no tivessem direito tambm a receber a reduo na conta de luz, disse.

    Dilma anuncia fim dos impostos federais sobre a cesta bsica A presidente espera que os preos de carnes e outros alimentos sejam reduzidos em

    9,25% e os de produtos de higiene em 12,5%

    Em mais uma medida da rodada de desoneraes do governo federal, a presidente Dilma Rousseff anunciou nesta sexta-feira o fim da tributao sobre os produtos que compem a cesta bsica. Parte deles j no pagava o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), mas ainda era sujeita alquota de 9,25% do PIS/Cofins.

    A medida, que visa a reduzir a inflao e estimular o consumo, a agricultura e a indstria, foi anunciada em pronunciamento em rede nacional. Com a deciso, o governo abre mo de mais de R$ 7,3 bilhes em impostos ao ano.

    A presidente afirmou contar com a ajuda de empresrios para que a desonerao implique em uma reduo de ao menos 9,25% no preo de produtos de alimentao como carnes, caf, manteiga e leo de cozinha e de 12,5% no custo de produtos de higiene como pasta de dentes e sabonetes. A cesta bsica tambm ser reformulada e, segundo Dilma, ter um formato que prioriza alimentos de maior qualidade nutritiva. "O aumento do poder de compra das pessoas trar benefcios imediatos para toda a economia", disse.

    No pronunciamento, Dilma Rousseff tambm afirmou que em 15 de maro ser anunciada uma nova poltica federal de defesa dos consumidores. As medidas devem incluir a criao de novos instrumentos legais para premiar as boas prticas de empresas e punir as ms, alm de reforar as estruturas j existentes como os Procons. "Com a incluso social, fizemos nascer novos consumidores. nossa obrigao agora defend-los, pois essa uma forma poderosa de cuidar do desenvolvimento do Brasil", disse.

    Aproveitando a ocasio do Dia Internacional da Mulher, Dilma prometeu que centros de atendimento mulher sero instalados em cada estado do pas. As unidades fornecero servios de preveno violncia, assim como instrumentos de apoio ao empreendedorismo, como microcrdito e capacitao profissional.

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    Veja como fica a desonerao sobre os produtos da cesta bsica:

    Produto PIS/Cofins IPI

    Antes Nova

    medida Antes

    Nova medida

    Carnes (bovina, suna, aves, peixes, ovinos e caprinos)

    9,25% 0% 0% 0%

    Caf 9,25% 0% 0% 0%

    leo 9,25% 0% 0% 0%

    Manteiga 9,25% 0% 5% 0%

    Acar 9,25% 0% 0% 0%

    Papel higinico

    9,25% 0% 0% 0%

    Pasta de dentes

    12,50% 0% 0% 0%

    Sabonete 12,50% 0% 5% 0%

    Fonte: Agncia Brasil

    Roberto Azevdo ganha disputa pelo comando da OMC

    O diplomata Roberto Azevdo, de 55 anos, venceu nesta tera-feira (07/05/2013) a disputa com o mexicano Herminio Blanco e ser, a partir de setembro, o primeiro brasileiro e latino-americano a comandar uma das organizaes mais importantes do mundo econmico: a Organizao Mundial do Comrcio (OMC). E ter um desafio espinhoso pela frente: desbloquear a Rodada de Doha, como so conhecidas as negociaes para abertura do comrcio mundial.

    O governo brasileiro preferiu no divulgar o nmero de votos a favor de Azevdo, mas, segundo fontes, o embaixador brasileiro teve a preferncia de quase cem pases de um total de 159 votos. A vitria de Azevdo, que at nesta tera-feira no era apontado como favorito, foi comemorada pelo governo brasileiro e tambm por especialistas em comrcio internacional. Segundo analistas, trata-se da maior vitria da diplomacia brasileira dos ltimos anos.

    A presidente Dilma Rousseff disse nesta tera-feira que a deciso no uma vitria do Brasil, nem de um grupo de pases, mas da OMC. Segundo ela, o governo apresentou o nome do embaixador para o cargo por acreditar que, com a sua experincia e o seu compromisso, ele poderia conduzir a Organizao na direo de um ordenamento econmico mais dinmico e justo. Por volta de 15h, logo aps a divulgao da vitria do diplomata, a presidente falou por telefone com o embaixador Azevdo, cumprimentou-o pelo feito e lhe desejou sucesso na misso.

    Para Dilma, com o mundo ainda afetado pela crise global, caber OMC nos prximos anos dar um novo, equilibrado e vigoroso impulso ao comrcio mundial,

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    fundamental para que a economia global entre em um novo perodo de crescimento e justia social. A presidente destacou que a mensagem do governo foi entendida por expressiva maioria dos membros da OMC, levando vitria de Azevdo.

    Na OMC, cada pas tem o mesmo peso e responde por um voto. O que explica como Azevdo se elegeu, apesar de no ter levado os 28 votos da Unio Europeia (UE) 13 pases do grupo preferiam o brasileiro, mas a UE decidiu votar em bloco, numa campanha movida por Frana e Alemanha.

    Estou muito feliz foi tudo o que disse Azevdo, abraando a mulher, a tambm embaixadora do Brasil Maria Nazareth Azevdo, que se ocupa de assuntos polticos na ONU.

    Ele s falar com a imprensa nesta quarta-feira, depois que a deciso for anunciada oficialmente aos 159 pases-membros da OMC. A OMC vai formalizar a nomeao de Azevdo no dia 14 desde ms. Depois, o brasileiro embarcar para o Brasil. Brasileiro teve apoio de emergentes

    Azevdo teria obtido um forte apoio na frica (alm do que o governo brasileiro esperava), Oriente Mdio, sia e Amrica Latina. Os Brics grupo que rene Brasil, Rssia, ndia, China e frica do Sul tambm teriam votado em massa em Azevdo, segundo fontes brasileiras.

    Alguns pases, entre eles os EUA e a UE, votaram nesta tera-feira de manh: ou seja, em cima do lao. Os americanos foram uma incgnita nesta campanha. Ficaram silenciosos, mesmo considerando que o apoio ao candidato mexicano era dado por analistas como certo. Na interpretao dos brasileiros, o silncio dos americanos no processo significa que eles no se oporiam Roberto Azevdo, o que, para o Brasil, foi importante.

    A vitria de Azevdo foi selada quando o mexicano reconheceu sua derrota. Ele telefonou para o brasileiro parabenizando-o e reconhecendo que o Brasil fez uma excelente campanha. Disse que aceitava o resultado e estava satisfeito com o processo.

    Minutos aps a notcia, garrafas de champagne ros Michel Loriot e vinho tinto francs Domaine du Tix, pratos repletos de quibe e quitutes brasileiros embarcavam numa caminhonete estacionada na residncia oficial do embaixador rumo misso diplomtica do Brasil, onde ocorreu uma festa improvisada com diplomatas e funcionrios.

    O ministro das Relaes Exteriores, Antonio Patriota, disse que a vitria do embaixador brasileiro reflete uma nova ordem internacional em transformao, em que os pases emergentes demonstram capacidade de liderana. Ele negou que tenha havido um embate entre ricos e pobres, alegando que o candidato brasileiro recebeu apoio de variadas naes.

    uma vitria do Brasil. Houve uma dinmica que tambm envolveu o aspecto Norte-Sul, mas, alm dos votos, os critrios para a escolha do candidato vencedor so a qualidade e a distribuio do apoio recebido disse o ministro.

    Patriota ressaltou que Azevdo ter de ressuscitar a Rodada de Doha, que se arrasta h mais de dez anos, por falta de consenso.

    A eleio de Azevdo foi considerada por especialistas como a grande vitria da diplomacia brasileira. Eles afirmam que a escolha do brasileiro um sinal de mudana na governana global, em que os pases emergentes ganham espao nos organismos multilaterais.

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    O Brasil teve alguns fracassos em diplomacia, como na questo nuclear do Ir e na tentativa de intermediar o conflito no Oriente Mdio. A escolha de Azevdo foi talvez a grande conquista da diplomacia brasileira diz o professor da Universidade de So Paulo (USP) e coordenador cientfico do Centro de Estudos das Negociaes Internacionais (Caeni) Amncio Jorge de Oliveira.

    Crtico da atual poltica externa brasileira, o diplomata Jos Botafogo Gonalves, ex-ministro da Indstria e Comrcio, disse que a escolha foi uma agradvel surpresa e aproveitou para alfinetar o governo Dilma: Acredito que o embaixador Azevdo far um bom trabalho frente da OMC. Quem sabe ele poder dar bons conselhos ao governo brasileiro, para que pare com o protecionismo. Um brasileiro na OMC

    A eleio de um brasileiro para a diretoria geral da Organizao Mundial do Comrcio sinaliza a mudana de importantes paradigmas na esfera das relaes comerciais internacionais.

    Primeiramente, vale frisar que a OMC, fundada em 1995, em substituio ao GATT, responsvel pela fiscalizao e regulao do comrcio entre os pases. Quando necessrio, arbitrando disputas entre eles.

    Roberto Azevdo ganhou a disputa pelo comando da organizao contra um mexicano, Herminio Blanco, que contava com o apoio das naes mais ricas do planeta, dentre elas o Reino Unido, defensor ferrenho do candidato.

    O brasileiro contava com o endosso majoritrio dos pases africanos, a aprovao de Rssia, China, ndia e frica do Sul e a articulao dos mais altos diplomatas de Braslia.

    A conquista considerada, pelos assessores da Presidncia, um resultado de uma postura iniciada em 2003, de aproximao do Itamaraty dos pases emergentes e consolidada com a criao do G-20.

    Essa vitria, como o prprio chanceler Antonio Patriota afirmou, representa uma ordem internacional em transformao, na medida em que atribui maior relevncia a pases emergentes, como os BRICS.

    Esses pases em desenvolvimento apresentam, com esse fato, capacidade de liderana, a qual tem apoio entre esses mesmos pases e reconhecimento entre os pases desenvolvidos.

    A presidente Dilma Rousseff afirmou que essa no uma vitria do Brasil nem de um grupo de pases, mas da OMC, embora seus interlocutores afirmem que ela teria apreciado o endosso que a vitria d poltica externa petista, de aproximao ao hemisfrio Sul.

    No que diz respeito teoria da economia internacional, esse enfoque do comrcio exterior em pases do Sul, atravs de acordos regionais, tenderia a gerar desvios de

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    comrcio. Tal fenmeno se caracteriza por um aumento do fluxo de comrcio com esses pases preferenciais, menos eficientes, em substituio ao produtor mais eficiente dos mesmos bens.

    Nesse caso, em especfico, considera-se que haja sempre perda de bem-estar para o pas em questo, no caso, o Brasil.

    A experincia externa brasileira d margem para questionamentos como esse, uma vez que, verificam-se, nos ltimos anos, constantes complicaes e prejuzos ao Brasil em decorrncia do Mercosul, cujo funcionamento figura bem distante do ideal.

    Vale, assim, considerar as ressalvas poltica atual, embora seja sempre um orgulho ter um compatriota em um cargo to relevante.

    Brasileiro na OMC no notcia promissora, diz Financial Times.

    O jornal britnico "Financial Times" no esconde ter algumas reservas com a eleio do embaixador brasileiro Roberto Azevdo para a direo da Organizao Mundial do Comrcio (OMC). Em editorial publicado nesta quinta-feira, 9, o jornal diz que, primeira vista, ter um brasileiro no comando da instituio "no parece promissor" porque o Brasil tem adotado medidas no caminho do protecionismo e que, diante disso, o diplomata precisa provar que "dono de si".

    Com o ttulo "Uma oportuna chance de reavivar o comrcio mundial", o editorial reconhece que a eleio de Azevdo "indubitavelmente" resultado de uma ao diplomtica mais forte do Brasil. "Sob a presidncia de Dilma Rousseff, o gigante latino-americano continua a tentar construir uma reputao como um mediador-chefe do mundo, colocando seus candidatos no topo de organismos multilaterais. A escolha do senhor

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    Azevdo segue a nomeao de Jos Graziano da Silva como diretor-geral da Organizao para a Agricultura e Alimentao da ONU em 2010", diz o texto.

    Os elogios, porm, terminam a. " primeira vista, a nomeao de um brasileiro no comando da OMC no parece promissora. O Brasil no um campeo de livre comrcio. O Mercosul, o pacto regional que o Brasil ajudou a criar, tem falhado. Em 2011, o Brasil submeteu OMC a retaliao contra os pases envolvidos em polticas monetrias afrouxadas - um passo protecionista", cita o texto.

    Diante dessa estratgia brasileira, o editorial diz que o diplomata precisa mostrar que defender ideias prprias - e no apenas as brasileiras. "O senhor Azevdo precisa provar que dono de si. Sua experincia como diplomata e negociador na OMC pode ser til para reviver as negociaes multilaterais. O forte apoio que obteve entre os representantes dos pases em desenvolvimento o faz adequado para diminuir a diviso norte-sul que tem impedido os acordos multilaterais", diz o texto.

    "A questo mais difcil saber se a eleio de Azevdo pode reviver as glrias de uma organizao que est lutando para manter sua influncia", cita o editorial, ao argumentar que "divergncias profundas entre naes importantes fizeram com que o grupo sediado em Genebra tenha sido incapaz de avanar com acordos multilaterais". "A Rodada Doha, que comeou em 2001, est morta", diz o editorial, citando que a OMC parece ausente, j que o comrcio global cresceu apenas 2% no ano passado, o segundo pior ano desde 1981 e menos que o crescimento do PIB mundial.

    "O diplomata brasileiro precisa ser pragmtico. melhor comear com aes menos ambiciosas, tais como as medidas de facilitao do comrcio, que so mais fceis de terem apoio", diz o texto que lembra que o primeiro grande teste de Azevdo ser na reunio da OMC em Bali, programada para dezembro.

    Breve histrico da economia brasileira

    de fundamental importncia para entendermos o processo de industrializao brasileira voltarmos ao perodo em que D. Pedro II governou o nosso pas. Durante esse perodo, aconteceram alguns fatos essenciais para o desenvolvimento desse processo, entre os quais podemos citar:

    Tarifa Alves Branco (1844) taxava os produtos importados. Lei Eusbio de Queirs (1850) proibia o trfico externo.

    Esses dois fatores levaram a uma intensa liberao de verbas que pode ser aplicada

    na modernizao de infraestruturas bsicas do pas: bancos, fbricas e setores de transporte e comunicao. Esse perodo denominado pela historiografia como ERA MAU (1845-1864). Apesar dos avanos no terem sido to expressivos, podemos dizer que chegou a haver o primeiro surto industrial na histria deste pas.

    A indstria nacional passou a poder competir com maior facilidade, estando protegida pela taxao sobre os produtos importados. Alm disto, o fim do trfico negreiro resultou em uma intensa liberao de verbas para investimento em outras reas.

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    Repblica Velha (1889-1930)

    Durante esse perodo da repblica, notamos o desenvolvimento das indstrias txteis, j com a colaborao da mo de obra imigrante, expandida, sobretudo com o fim da escravido em 1888. Essas indstrias concentravam-se principalmente em So Paulo, e j se viam nesses ncleos industriais a formao de vilas operrias e de sindicatos. Por falar nos sindicatos, estes eram extremamente influenciados pelo ideal anarquista, trazido pelos italianos, que formaram aqui o anarco-sindicalismo, que teve muita influncia at o 1922, ano de fundao do PCB Partido Comunista Brasileiro.

    Essa organizao sindical resultou em greves expressivas, como as de 1907 e 1909, quando os sindicalistas garantiram os primeiros ganhos trabalhistas. Contudo o primeiro grande surto dessa poca corresponde ao perodo da primeira guerra mundial, durante o governo de Venceslau Brs. Este Presidente adotou nesse perodo uma poltica de substituio das importaes, resultando em uma alavancada na industrializao nacional.. Era Vargas (1930 1945)

    com Vargas que o Brasil comea a estruturar seu parque industrial. A palavra j diz estruturar, dar base. E o que Getlio faz: constri as bases da industrializao nacional. Se at o momento os investimentos concentravam-se na produo de produtos e o excedente de capital era empregado nas indstrias txteis, agora Getlio lana mo de um projeto empreendedor. Getlio Vargas, com uma viso de desenvolvimento nacionalista e com o Estado na frente, constri as indstrias de base: Companhia Vale do Rio Doce (1942) e CSN Companhia Siderrgica Nacional (1941).

    Entre as diversas realizaes do governo, destacam-se a criao do Ministrio do Trabalho (1931) e a promulgao da CLT (consolidao das leis trabalhistas) em 1943. Com Getlio, os sindicatos passam a ser unificados e ganham a figura do pelego, lder sindical atrelado ao governo. Ps Era Vargas (1946 1954)

    O planejamento da interveno do Estado para o desenvolvimento econmico durante os governos Dutra (1946-1951) e Vargas (1951-1954) chamava-se Plano Salte, que previa coordenao dos gastos do governo em sade, alimentao, transporte e energia, entre 1949 e 1953.

    As perspectivas que o governo Dutra tinha em seu incio foram fundamentalmente determinadas pela ideia de uma rpida reorganizao da economia mundial, de acordo com os princpios liberais de Bretton Woods (e que envolviam, prioritariamente, a eliminao das barreiras ao livre fluxo de bens e a multilateralizao do comrcio internacional). Entretanto, esses princpios no foram implementados automaticamente e, aos poucos, as concepes iniciais do governo foram sendo erudidas.

    A prioridade do governo Dutra encontrava-se em combater um processo inflacionrio premente, de cunho essencialmente ortodoxo, ou seja, de restrio ao crescente aumento da demanda agregada, caracterizado por excesso de dispndio privado e dficit oramentrio. Por outro lado, para atender crescente demanda por matrias-primas e bens de capital, para forar a baixa dos preos industriais, e para estimular o ingresso do capital estrangeiro, em vez de desvalorizar o cmbio, instituiu controles cambiais e de

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    importaes. Isto provocou a perda da competitividade das exportaes brasileiras, exceto de caf.

    O controle cambial e a expanso real do crdito indstria estimularam a implantao da indstria substituidora de importaes, notadamente nos setores de material eltrico, material de transporte e metalurgia.

    O Governo Vargas caracterizou-se pelo retorno da inflao e do descontrole financeiro do governo. Portanto, a poltica econmica era voltada para comprimir as despesas governamentais e, se possvel, aumentar sua arrecadao, adotando polticas monetria e creditcia contracionistas.

    A partir de 1953, a conjuntura econmica do pas era dominada pelo colapso cambial. Assim, foram criadas as taxas mltiplas de cmbio com o objetivo de aumentar as exportaes e desestimular as importaes no essenciais. Ao mesmo tempo, permitia a entrada de capitais taxa do mercado livre.

    A partir de 1954, a preocupao do governo voltou-se para a inflao. A proposta de Joo Goulart de reajuste de 100% para o salrio mnimo e os problemas enfrentados pelas exportaes de caf nos conduziram ao trgico desfecho do suicdio de Vargas, pelas presses exercidas pelos conservadores da sociedade, representados politicamente pela UDN.

    A principal dificuldade encontrada pelo Plano Salte foi a inexistncia de formas de financiamento definidas. Tendo atravessado o segundo governo Vargas sem grandes resultados concretos, foi finalmente extinto na administrao de Caf Filho. Governo Juscelino Kubitschek (1956 1961)

    O Plano de Metas de Juscelino Kubitschek foi de responsabilidade do Conselho de Desenvolvimento, com base no esforo de planejamento econmico desenvolvido pela Comisso Mista Brasil Estados Unidos e, posteriormente, pelo Grupo Misto BNDE-CEPAL. O Plano identificou os setores que, devidamente estimulados, poderiam apresentar capacidade de crescimento e retirar os possveis pontos de estrangulamento em termos de infraestrutura (energia e transportes).

    Foram 30 metas especficas, distribudas em cinco setores: energia, transporte, indstria de base, alimentao e educao. Alm destas, havia uma meta autnoma: a construo de Braslia.

    As principais formas de financiamento do plano foram a expanso monetria para financiar o gasto pblico e o crdito ao investimento privado, tornando as polticas monetria e fiscal passivas, subordinadas s reformas estruturais da economia.

    A economia logrou crescer 5,5% ao ano em termos per capita e o coeficiente de importaes caiu para cerca de 8% em 1960. A negativa em colocar em prtica o Plano de Estabilizao Monetria (PEM) elaborado pelo ministro da Fazenda, Lucas Lopes, e pelo presidente do BNDE, Roberto Campos, fez com que o financiamento inflacionrio do dficit levasse o IGP a crescer 24,4% em 1958, 39,4% em 1959 e 30,5% em 1960. Este foi o legado deixado pelo governo JK a seus sucessores. O curto governo de Jnio Quadros (1961 1964)

    O mrito da estratgia econmica de Jnio Quadros jamais poder ser avaliado devido sua renncia em 25 de agosto de 1961.

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    A deciso de implementar o Plano Trienal de Desenvolvimento Econmico e Social teve como pano de fundo a queda da taxa de crescimento da economia em 1962 (para 6,6%, contra 8,6% em 1961), bem como o agravamento do processo inflacionrio (com a inflao, medida pelo IGP, atingindo 6,3%, ou mais de 100% anualizados, em dezembro de 1962). Lanado oficialmente a 30 de dezembro de 1962, seu objetivo era conciliar crescimento econmico com reformas sociais e o combate inflao.

    Seus objetivos principais eram: 1. fazer o PIB crescer a uma taxa mdia de 7%; 2. reduzir a inflao para 25% em 1963 e para 10% em 1965; 3. crescimento real dos salrios; 4. promover a reforma agrria; 5. renegociar a dvida externa.

    O combate inflao seria ortodoxo, com reduo do gasto pblico para reduo da demanda agregada, por meio da correo dos preos pblicos defasados, realismo cambial, controle do crdito ao setor privado e aumento do depsito compulsrio.

    A estratgia de desenvolvimento se daria pelo Processo de Substituio de Importaes (PSI), qual seja, ampliao do mercado interno, reforma agrria e outras polticas pblicas voltadas redistribuio de renda.

    As invases de terras, a