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ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.9, N.16; p. 2013 323 ATUALIZAÇÕES NO CONTROLE PARASITÁRIO DA FASCIOLÍASE EM BOVINOS Danielle Porcari Alves ¹; Isabella Vilhena Freire Martins² ¹ Médica Veterinária Centro de Controle de Zoonoses de Cachoeiro de Itapemirim ² Docente Universidade Federal do Espírito Santo.Brasil. e-mail de contato: [email protected] Recebido em: 06/05/2013 – Aprovado em: 17/06/2013 – Publicado em: 01/07/2013 RESUMO A fasciolíase é uma enfermidade cosmopolita causada pelo parasito Fascíola hepatica. Para completar seu ciclo biológico é necessário o hospedeiro intermediário do gênero Lymnaea. Acomete o parênquima hepático e as vias biliares de mamíferos, tendo maior ocorrência em animais de produção, causando impactos econômicos. Também pode acometer seres humanos e por isso é considerada uma doença de importância na saúde pública. O controle desta parasitose tem se tornado difícil devido à necessidade de implantar um mecanismo de controle integrado, atuando desde o hospedeiro definitivo até o hospedeiro intermediário e o meio ambiente. PALAVRAS-CHAVE: Fasciola hepatica, controle, saúde pública, zoonose. UPDATES ON PARASITE CONTROL OF FASCIOLIASIS IN CATTLE ABSTRACT The fascioliasis is a cosmopolitan disease caused by the parasite Fasciola hepatica. To complete its biological cycle requires the intermediate host of the genus Lymnaea. It affects the liver parenchyma and the biliary tract of mammals, with greater occurrence in farm animals, causing economic impacts. Can also affect humans and is there fore considered an important disease in public health. Control of this disease has become difficult because of the need to deploy up a mechanism for integrated control, acting since the definitive host to the intermediate host and the environment. KEYWORDS: Fasciola hepatica, control, public health, zoonosis. INTRODUÇÃO A fasciolíase é uma doença parasitária causada por duas espécies de trematódeos, Fasciola hepatica e Fasciola gigantica, que acomete o fígado e as vias biliares de seus hospedeiros definitivos, podendo causar lesões irreversíveis e se tornar uma doença crônica causando fibrose e trauma severo, devido à migração das formas jovens e pela presença das formas adultas no parênquima hepático. Pode parasitar diversos animais domésticos e silvestres, mas normalmente atinge com predileção os ruminantes, como bovinos, ovinos e caprinos. É uma doença de

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ATUALIZAÇÕES NO CONTROLE PARASITÁRIO DA FASCIOLÍASE EM BOVINOS

Danielle Porcari Alves ¹; Isabella Vilhena Freire Martins²

¹ Médica Veterinária Centro de Controle de Zoonoses de Cachoeiro de Itapemirim

² Docente Universidade Federal do Espírito Santo.Brasil. e-mail de contato: [email protected]

Recebido em: 06/05/2013 – Aprovado em: 17/06/2013 – Publicado em: 01/07/2013

RESUMO

A fasciolíase é uma enfermidade cosmopolita causada pelo parasito Fascíola hepatica. Para completar seu ciclo biológico é necessário o hospedeiro intermediário do gênero Lymnaea. Acomete o parênquima hepático e as vias biliares de mamíferos, tendo maior ocorrência em animais de produção, causando impactos econômicos. Também pode acometer seres humanos e por isso é considerada uma doença de importância na saúde pública. O controle desta parasitose tem se tornado difícil devido à necessidade de implantar um mecanismo de controle integrado, atuando desde o hospedeiro definitivo até o hospedeiro intermediário e o meio ambiente. PALAVRAS-CHAVE: Fasciola hepatica, controle, saúde pública, zoonose.

UPDATES ON PARASITE CONTROL OF FASCIOLIASIS IN CATT LE

ABSTRACT

The fascioliasis is a cosmopolitan disease caused by the parasite Fasciola hepatica. To complete its biological cycle requires the intermediate host of the genus Lymnaea. It affects the liver parenchyma and the biliary tract of mammals, with greater occurrence in farm animals, causing economic impacts. Can also affect humans and is there fore considered an important disease in public health. Control of this disease has become difficult because of the need to deploy up a mechanism for integrated control, acting since the definitive host to the intermediate host and the environment. KEYWORDS: Fasciola hepatica, control, public health, zoonosis.

INTRODUÇÃO

A fasciolíase é uma doença parasitária causada por duas espécies de trematódeos, Fasciola hepatica e Fasciola gigantica, que acomete o fígado e as vias biliares de seus hospedeiros definitivos, podendo causar lesões irreversíveis e se tornar uma doença crônica causando fibrose e trauma severo, devido à migração das formas jovens e pela presença das formas adultas no parênquima hepático. Pode parasitar diversos animais domésticos e silvestres, mas normalmente atinge com predileção os ruminantes, como bovinos, ovinos e caprinos. É uma doença de

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grande importância veterinária por causar danos diretos ao animal e elevadas perdas econômicas. Tornou-se também uma enfermidade de grande importância na saúde pública, pois pode acometer o homem, sendo considerada uma zoonose. Necessita de um molusco aquático do gênero Lymnaea como hospedeiro intermediário para completar seu ciclo biológico (HAROUN & HITLYER, 1986; SERRA-FREIRE, 1999).

Revela-se atualmente como uma das doenças parasitárias de maior importância em animais de produção pecuária no mundo. No rebanho bovino, resulta normalmente em uma doença subclínica, porém, as consequências econômicas são normalmente bastantes significativas e deve-se, principalmente, às perdas associadas com as elevadas condenações de fígados nos abatedouros, mortalidade, perda de peso, letargia, redução em produção de carne e leite, às infecções bacterianas secundárias, à interferência com a fertilidade e aos altos custos com tratamentos anti-helmínticos (SERRA-FREIRE, 1995; ECHEVARRIA, 2004).

A fasciolíase é considerada uma zoonose com ampla distribuição geográfica e distribuição mundial, sendo mais frequente nas Américas Central e do Sul, Norte da África e países mediterrâneos, onde a prevalência oscila de 5 a 100%. A elevada dispersão da doença vem ocorrendo devido à transferência de animais parasitados de locais onde a doença é enzoótica para localidades indenes (REID & DARGIE, 1995). Em comparação com a infestação animal, a doença humana é pouco comum, contudo o número de casos de pessoas infectadas vem aumentando muito nos últimos 25 anos. Existem aproximadamente 180 milhões de pessoas com risco de infecção e uma estimativa de que cerca de 2,4 milhões já estejam infectadas em todo o mundo (GONZALEZ, 1987; ECHEVARRIA, 2004; LOPEZ, 2004).

De acordo com GASSENBÉCK et al., (1992), a epidemiologia desta parasitose relaciona-se a fatores climáticos, topográficos e ambientais, como a presença de água e a biologia dos hospedeiros intermediários. A presença de áreas alagadas favorece a manutenção do ciclo biológico do parasito por ser um ambiente imprescindível para o desenvolvimento do molusco (MUNGUÍA-XÓCHIHUA et al., 2007). Existem outros fatores que são determinantes para a disseminação da fasciolíase, como a modificação do meio ambiente, a canalização e drenagem de áreas de pastagens em regiões alagadas, e questões associadas ao manejo dos rebanhos, como a alta taxa de lotação e a pressão de pastejo animal por área (MATTOS et al., 1997).

A ocorrência da fasciolíase foi descrita em várias regiões do Brasil com relatos em matadouros-frigoríficos. O primeiro registro no país ocorreu pela observação do parasito no fígado de bovinos no município de Três Rios, estado do Rio de Janeiro, e também pela observação da presença de moluscos do gênero Lymnaea parasitados por formas imaturas da F. hepatica (LUTZ,1921). No Brasil central, nos anos de 1946 e 1947, registros foram realizados relatando uma incidência de 2,93 e 3,40% respectivamente (RIBEIRO, 1949). Nos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, a ocorrência da parasitose foi descrita por meio de exames coproparasitológicos ou pela observação em matadouros-frigoríficos, segundo BECK (1993).

ALTINI & COELHO (1958) descreveram o primeiro caso humano no Brasil, no Estado do Pará, confirmado por exame coproparasitológico, sendo este paciente, um imigrante português. Como o caso não era autóctone, este registro não é comumente mencionado quando se aborda a fasciolíase no Brasil. REY (1958) relatou subsequentemente o primeiro registro de um caso autóctone, acontecido em

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uma criança no município de Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Várias técnicas têm sido utilizadas para diagnosticar esta enfermidade, sendo

de grande importância considerar os sintomas apresentados, visto que na fase inicial da infecção ainda não existem ovos nas fezes dos hospedeiros definitivos. Existem as técnicas diretas e indiretas, a técnica direta mais simples destaca-se pela observação do parasito adulto nos ductos biliares dos animais, mediante necropsia e inspeção pos mortem (OLIVEIRA & SPÓSITO FILHA, 2009). Nas demais técnicas diretas, pode-se evidenciar a presença do ovo do parasito por meio do exame coproparasitológico, como também avaliar os níveis plasmáticos das enzimas hepáticas. Como metodologia indireta, pode-se realizar a pesquisa de anticorpos para F. hepatica na corrente sanguínea, sendo o método ELISA o mais utilizado (GORMAN et al., 1998).

A detecção de ovos nas fezes trata-se do diagnóstico de rotina principalmente utilizado nas regiões onde não há disponibilidade da realização de técnicas mais avançadas, principalmente na medicina veterinária. A sensibilidade do exame coproparasitológico é de até 30% para animais que apresentam pequeno número de ovos nas fezes ou para aqueles em que o período pré-patente da infecção ainda não se instalou (MATTOS et al., 2009). De acordo com MARTINS et al., 2008, constatou-se que a técnica de sedimentação fecal para ovos de F. hepatica descrita por FOREYT (2005), foi mais sensível, mais simples e de menor custo, quando comparada à técnica de quatro tamises metálicos (GIRÃO & UENO, 1994), demonstrando sensibilidade de 45,80% e 54,83%, respectivamente.

Recentemente, testes sorológicos e imunológicos têm sido utilizados como alternativa para o diagnóstico de fasciolíase hepática, os quais detectam antígenos e anticorpos circulantes respectivamente, porém ainda pouco utilizados para o diagnóstico em animas visto ser uma técnica de custo elevado para ser utilizada a campo (GORMAN et al, 1998; PAZ-SILVA et al., 2004; MATTOS et al., 2009).

Na doença humana, o imunodiagnóstico é o método de eleição nas fases aguda, pré-patente e crônica, para apoiar o diagnóstico clínico e justificado pela técnica coproparasitológica ter baixa sensibilidade. O método de ELISA, por meio da detecção de anticorpos específicos para F. hepatica tem sido utilizado, este permite o diagnóstico precoce em estágios juvenis do parasita e quando usado com antígenos purificados somático ou secreção / excreção, aumentam a sensibilidade e especificidade do teste (PFISTER, 1990). A técnica de Western Blot também vem sendo utilizada na medicina humana, como apoio diagnóstico clínico e teste confirmatório, visto a técnica de ELISA possuir alta sensibilidade e baixa especificidade, resultando em um diagnóstico seguro e precoce (ESCALANTE et al., 2011).

Segundo JESUS JUNIOR et al., (2007), a fasciolíase é uma parasitose difícil de ser controlada, pois os medicamentos disponíveis em sua maioria atingem apenas as formas adultas do parasito e normalmente ocorre uma resistência dos proprietários rurais no uso de drenagens em áreas alagadas e de moluscicidas no meio ambiente, sendo também atualmente práticas condenadas pelos órgãos ambientais. Assim, o levantamento epidemiológico desta doença em cada região é essencial para o planejamento do controle adequado a cada situação específica.

Para o controle efetivo da doença, deve-se reduzir o número de hospedeiros intermediários, pelo emprego de métodos químicos, físicos e biológicos, como também reduzir o número de animais infectados, o que pode ser realizado pela transferência do rebanho a uma área de pastejo livre do parasito (FOREYT, 2005). O

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combate e a erradicação do molusco limneídeo torna-se difícil pelo seu elevado potencial biótico e porque o uso de moluscicidas normalmente representa grande perigo de contaminação ao meio ambiente. A drenagem de áreas alagadas pode ser executada, porém nem sempre se torna possível, devido à extensão das áreas contaminadas pelo hospedeiro intermediário e em muitos casos, essas áreas consistem nas próprias fontes de irrigação da lavoura agrícola da propriedade ou de fontes de água para o rebanho animal (ECHEVARRIA, 1995).

De acordo com BARBOSA et al., (1996), os programas destinados ao controle das enfermidades em geral, delimitam-se ao tratamento quimioterápico dos indivíduos doentes, ação comprovadamente paliativa e repetitiva. Resultados satisfatórios no controle da fasciolíase têm sido demonstrados quando se atua visando o controle do hospedeiro intermediário e dos animais parasitados. Quando o foco é o hospedeiro intermediário, pode-se limitar a população de moluscos por meio da modificação do seu habitat, diminuindo as áreas alagadas das pastagens, com o uso de drenagem, assim como a utilização de predadores naturais, com a criação de aves aquáticas. Já para os animais parasitados, pode-se utilizar fasciolicidas reduzindo assim o grau de infestação das pastagens (OLIVEIRA & SPÓSITO FILHA, 2009). Vale ressaltar que a utilização destas medidas de controle nem sempre são bem aceitas pelos produtores rurais, principalmente a drenagem das áreas alagadas e uso de medicamentos de forma profilática, por serem difíceis de serem executadas ou por muitas vezes determinarem um custo elevado.

O tratamento farmacológico dos indivíduos infectados por F. hepatica deve ser realizado preferencialmente por fasciolicidas que apresentam fácil aplicação, evitando resíduos na carne e leite, quando relacionados ao tratamento de animais de produção, e que sejam altamente eficazes contra formas adultas e imaturas. Este perfil de produto nem sempre é encontrado e por isso a freqüência das medicações dependerá da eficiência do anti-helmíntico e do grau de exposição dos animais às áreas contaminadas (BIANCHIN, 2008).

Como existem poucos medicamentos disponíveis no mercado e a maior parte dos antiparasitários já desenvolveu algum tipo de resistência a campo, muitas vezes pelo uso incorreto, necessita-se cada vez mais de mecanismos de controle alternativos. Desta forma, estratégias têm sido utilizadas, como a combinação de fármacos de ação sinérgica para aumentar o espectro de ação das drogas, como o triclabendazole associado à abamectina.

Objetivou-se com a presente revisão realizar o levantamento das atualizações no controle parasitário da fasciolíase em bovinos.

ASPECTOS BIOLÓGICOS

A F. hepatica é cosmopolita, ou seja, um parasito que pode ser encontrado em

diferentes regiões geográficas. Seu ciclo evolutivo necessita de alguns fatores ambientais para permitir o seu completo desenvolvimento e manutenção, como a presença de áreas alagadiças ou sujeitas à inundação. O molusco do gênero Lymnea é o hospedeiro intermediário e tanto este quanto o parasito, dependem do meio aquático para sua sobrevivência. Os caramujos podem sobreviver por períodos de estiagem ou época de seca prolongada, um fenômeno conhecido como hibernação, estágio letárgico de inibição do desenvolvimento metabólico, devido às condições ambientais ser desfavoráveis ao seu desenvolvimento. Esses moluscos

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se estocam no solo nas épocas secas, liberando as cercárias quando existe a disponibilidade de água no ambiente (RADOSTISTS, 2000).

Os hospedeiros definitivos deste trematódeo são espécies de animais domésticos e silvestres, com maior ocorrência em ruminantes, e acidentalmente, porém com grande frequência, o homem. A fasciolíase tornou-se uma importante enfermidade de impacto na saúde pública por ser considerada uma zoonose e atualmente caracterizada pelas organizações internacionais como uma doença negligenciada. Este aspecto pode ser decorrente desta enfermidade normalmente ser diagnosticada na espécie humana apenas como um achado clínico necessitando frequentemente de maiores pesquisas epidemiológicas (ZAIDEN et al., 2008).

Os ovos do parasito adulto são eliminados juntamente com as fezes do hospedeiro definitivo, próximo aos locais alagados, e no interior deste se desenvolve o miracídio, considerado a primeira fase larval. Esta larva ciliada penetra no hospedeiro intermediário e se transforma em esporocisto, posteriormente em rédia até evoluir a fase de cercária. Uma vez infectado, o hospedeiro intermediário produz continuamente cercárias. A cercária abandona o caramujo, por meio de estímulos externos: alterações de temperatura e intensidade da luz, e procura aderir-se em plantas aquáticas, transformando-se em metacercária. Os hospedeiros definitivos infectam-se quando se alimentam dessa vegetação aquática contaminada. Ao atingir o intestino delgado do hospedeiro definitivo, a metacercária atravessa a parede intestinal, cai na circulação sanguínea alojando-se no fígado e ductos biliares (FORTES, 2004).

FIGURA 1: Ciclo biológico da F. hepatica.

Fonte: BERNARDO, 2009.

De acordo com URQUHART et al., (1996) pode-se descrever dois tipos de mecanismos de infecção da F. hepatica em seu hospedeiro intermediário, a infecção de verão que ocorre de miracídios que eclodem de ovos excretados na primavera e início de verão; e a infecção de inverno em que as metacercárias aparecem nas pastagens durante maio e junho. Nesse último caso o desenvolvimento larval cessa durante o período de hibernação de inverno do caramujo. Tanto os ovos como as metacercárias de F. hepatica, podem sobreviver durante o inverno e desempenham papéis importantes na epidemiologia. Este aspecto é de grande relevância no momento para definir as estratégias utilizadas em um programa de controle para este parasito.

Uma característica interessante da F. hepatica é que este trematoda é capaz

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de passar pelo processo chamado de pedogênese em seu hospedeiro intermediário, que consiste na produção de vários indivíduos a partir de uma única forma larval, o que facilita a sua reprodução e consequente disseminação ao meio ambiente (URQUHART et al., 1996).

A patogenia e a sintomatologia causada pela F. hepatica varia de acordo com alguns fatores como a fase de desenvolvimento do parasito, a carga parasitária, a idade e a espécie do hospedeiro, a época do ano e as condições climáticas do meio ambiente (SMITH, 2006).

A fasciolíase hepática pode ser classificada em doença aguda, sub-aguda ou crônica. Em bovinos a forma aguda é dificilmente observada, sendo mais comum em ovinos (RADOSTISTS, 2000), porém surtos em geral da forma aguda se manifestam com morte súbita, à inspeção visual do rebanho pode-se notar apatia, fraqueza, falta de apetite, mucosas e conjuntivas pálidas e edemaciadas. Normalmente o fígado está aumentado, associado à dor ao exame de palpação na região abdominal hepática e ascite. A forma sub-aguda normalmente causa poucas lesões e sinais clínicos no indivíduo acometido, com quadro frequente de colangite. A forma crônica é a manifestação mais comum na espécie bovina e apresenta-se com anemia, perda de peso, queda na produção e produtividade, evoluindo para lesões irreversíveis no parênquima hepático.

As lesões provocadas pela migração das metacercárias na parede intestinal são caracterizadas por escavações na área central das vilosidades e corrosões nas camadas mucosa, submucosa e muscular, provocando micro-hemorragias. As formas jovens causam lesões hemorrágicas no parênquima hepático, podendo apresentar áreas de necrose devido ao trauma pela ingestão de tecido e sangue. Os parasitos adultos ao atingir os ductos biliares, promovem intensa reação inflamatória, o que promove o aumento de volume dos ductos e reação hiperplásica das paredes, como também calcificação das lesões teciduais (RIET-CORREA et al., 2001). O aspecto do órgão pode ser observado de forma repugnante, o que leva à sua condenação nos matadouros-frigoríficos e consequente perda econômica aos produtores rurais.

PREVENÇÃO

Informações sobre a disponibilidade e viabilidade de larvas no meio ambiente, detecção de fontes de infecção, conhecimento sobre as exigências climáticas para eclosão de ovos são fundamentais para que os programas de controle parasitários sejam eficientes. Baseadas nestas informações algumas medidas preventivas podem ser instituídas para reduzir a freqüência de tratamentos químicos e diminuir a dependência do uso de anti-helmínticos (BARGER, 1999).

As perdas econômicas determinadas pelas parasitoses nos animais de produção, apesar de normalmente não percebidas pelo proprietário, são altas quando se considera a redução no ganho de peso, na produtividade e um aumento da susceptibilidade a doenças diversas, comprometendo a imunidade do indivíduo parasitado. Nestes animais geralmente busca-se o controle da parasitose a níveis aceitáveis, que não alterem a sua produtividade e saúde. Assim, o controle parasitário poderá beneficiar indiretamente o controle de outras enfermidades (LIMA et al., 1985).

Com bases em estudos epidemiológicos de longa duração realizados em diversas regiões do Brasil atualmente tem-se informações suficientes para o

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estabelecimento de medidas preventivas eficazes no controle parasitário. Deste modo, conhecendo-se o momento certo que os parasitas terão condições mais favoráveis ao seu desenvolvimento no meio ambiente, é possível, através da aplicação estratégica dos antiparasitários ou de práticas de manejo, interromper seu ciclo evolutivo ambiental e consequentemente reduzir a carga parasitária nos animais (HORN & ARTECHE, 1985).

A prevenção da fasciolíase em bovinos pode ser feita evitando que o rebanho realize o pastejo próximo às regiões alagadas, pantanosas, córregos, rios e lagoas da propriedade. Deve-se evitar também que os animais defequem nas proximidades destes locais, onde pode estar presente o hospedeiro intermediário visto que a presença de animais positivos pode permitir a continuidade do ciclo biológico. Em seres humanos pode-se evitar a infecção reduzindo o consumo de vegetais crus, principalmente o agrião proveniente de áreas alagadas endêmicas ou quando irrigados por águas de rios e açudes ou adubados por estrumes (FORTES, 2004).

Alguns medicamentos podem ser usados estrategicamente como tratamento preventivo para a doença, tratando inclusive outras parasitoses, principalmente se possuírem bases farmacológicas associadas. Pode-se priorizar nos programas de controle inicialmente a eliminação das fontes de infecção, tratando todos os animais presentes na área de risco, com ou sem a presença da doença. Porém, deve-se preconizar inicialmente a aplicação de medidas de manejo que reduzam a contaminação das pastagens, evitando o uso de fármacos de forma indiscriminada (BECK, 1986).

O conhecimento sobre a epidemiologia dos parasitos e suas interações com os hospedeiros em um determinado ambiente e sistema produtivo são os requerimentos mais importantes no estabelecimento de um sistema de controle efetivo. A falta destas informações pode levar a utilização de tratamentos anti-helmínticos inadequados, causando um rápido desenvolvimento de resistência, traduzida em aumentos de casos clínicos e perdas produtivas (STROMBERG & AVERBECK, 1999).

Um mecanismo de manejo que pode ser utilizado como alternativa com o objetivo de reduzir a forma infectante de nematóides seria o consórcio nas pastagens de animais de diferentes espécies. Este método é eficiente quando os parasitos possuem alta especificidade ao hospedeiro e suas larvas são destruídas ao serem ingeridas por um hospedeiro de espécie distinta promovendo diluição nas formas infectantes de determinada espécie de parasito. Porém, sabe-se que a F. hepatica não apresenta esta especificidade elevada, sendo um método pouco eficaz para este parasito (AMARANTE, 2004).

Medidas possíveis como métodos físicos de controle consistem no isolamento de áreas e limitação do acesso dos animais a estes locais, o que muitas vezes é difícil devido à extensão das propriedades. Pode-se também realizar a drenagem de locais alagados e a limpeza das margens de rios, córregos, açudes e lagoas, com a retirada da vegetação aquática. Além disso, pode-se ainda utilizar predadores naturais aos moluscos, aves aquáticas, como patos e gansos, embora se saiba que estes animais são suscetíveis à infecção por F. hepatica o que poderia proporcionar a manutenção de uma possível fonte de infecção (OLIVEIRA & SPÓSITO FILHA, 2009).

Trabalhos de previsão de risco futuro da fasciolíase vêm sendo realizados em todo o mundo para auxiliar na tomada de decisões para o controle desta parasitose. FUENTES et al. (2001) descreveram um modelo de previsão de áreas de risco para

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a infecção humana por F. hepatica, em áreas endêmicas nos andes (norte antiplano boliviano), locais de altitude bastante elevada (variando de 3.800 a 4.100 m), por meio da confecção de mapas com imagens captadas por detecção remota (satélites - imagens NDVI), e compararam o valor preditivo destas imagens com o valor preditivo de dados climáticos observando maior número de áreas de risco quando comparados aos estudos realizados a campo.

MALONE et al., (1992) realizaram avaliação de áreas de risco específico para fasciolíase em rebanhos bovinos utilizando o sistema geográfico de informação (SIG) por meio da utilização de mapas de solo na Bacia hidrográfica do Rio Vermelho, Louisiana. Obtiveram como resultados: solos variando de arenosos a argilosos inundados, e maior presença de ovos de F. hepatica em solos com maior concentração hídrica, sugerindo que dados de observação por satélite e mapas de solo podem ser utilizados para propor modelos de previsão de risco de fasciolíase como de outras doenças.

YILMA & MALONE (1998) avaliaram o risco para F. hepatica (variante de clima tropical) e F. gigantica (variante de clima temperado) na região da Etiópia, tendo como base a umidade e o regime térmico. Foram utilizados neste estudo bancos de dados de zonas agroecológicas, pelo SIG com software GIS 3.0. Em função da distribuição anual de chuvas, foi encontrada maior distribuição de metacercárias nas pastagens, em áreas com maior umidade relativa em cada região do país, sendo maior a concentração em períodos de chuva de verão na região central e centro-oeste. Em locais mais frios e de maior altitude, observou-se que o ciclo do parasito era de ocorrência mais prolongada. Este estudo sugeriu que este modelo pode ser adaptado para controle de outras doenças transmitidas por vetores de importância à saúde pública.

TUM et al., (2004) realizaram um mapeamento do risco da fasciolíase em bovinos e búfalos no Camboja utilizando determinantes como: declividade, altitude, inundação por rios e a densidade animal, sendo estes ponderados de acordo com a sua importância relativa para posteriormente produzir os mapas de risco. Este modelo de previsão de risco sugeriu que 28% do país possuem locais de risco para a infecção e sugeriu-se que os determinantes epidemiológicos e ponderações utilizadas foram adequados.

Na Grécia, foi realizado um estudo de previsão de risco para a infecção por F. hepatica em ovinos e caprinos, utilizando fatores de risco relacionados ao rebanho e ao status do agricultor e como dados o manejo de pastagens e fatores ambientais obtidos por satélites. Um mapa geoespacial foi construído a fim de mostrar o risco relativo (RR) da infecção com base no NDVI. Este estudo demonstrou um modelo de previsão de risco para a fasciolíase na Bacia do Mediterrâneo (KANTZOURA et al., 2011).

No Brasil, estudos avaliando a previsão de risco para a infecção por F. hepatica também foram realizados. DUTRA et al., (2010) propuseram definir a prevalência da doença com dados coletados em fígados de matadouros positivos e correlacioná-los com a origem do animal (clima e altitude) na região Sul do Brasil, utilizando mapeamento geográfico. Municípios com baixa altitude foram mais propensos a maiores taxas de infecção. Não foram observadas diferenças significativas relacionadas à prevalência quando se avaliou a variação de temperatura, porém foi possível fornecer informações sobre a epidemiologia e transmissão da fasciolíase no Sul do Brasil por meio dos mapas de risco efetuados.

No Espírito Santo, MARTINS et al., (2012) desenvolveram na região Sul do

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Estado um modelo de previsão de risco pelo SIG utilizando como fatores determinantes: índices de precipitação, temperatura, altitude, inclinação, tipo de solo e uso da terra. Foram estabelecidas ponderações de acordo com cada fator determinante e sua relevância. Os mapas de distribuição espacial indicaram que 50% do sul do Estado estão em situação de alto ou muito alto risco para a fasciolíase, com maiores índices de prevalência em locais com temperatura elevada, inclinação relativamente baixa, baixa elevação, baixa precipitação, com pastagens periodicamente inundadas ou solos que promovem retenção de água.

CONTROLE INTEGRADO Acreditava-se que os parasitos possuíam capacidade reduzida de induzir

imunidade em seu hospedeiro, porém atualmente sabe-se que eles conseguem produzir certo grau de imunidade, mas esta não é suficiente para proteger o organismo do animal de infestações elevadas. Em algumas situações pode-se observar que as infecções se tornam autolimitantes, enquanto em outras, elas superam a imunidade do hospedeiro. Assim evidencia-se a importância de realizar o controle estratégico e de forma integrada das parasitoses, focando em corrigir as condições de manejo (BALDANI et al., 1999).

O tratamento direto do parasito pode ser definido como o uso apenas de um determinado fármaco contra o parasito que se deseja combater, pois o uso de mais de um composto químico pode levar ao surgimento de resistência. Daí a necessidade de se realizar o exame laboratorial de fezes, técnica de quatro tamizes metálicos (GIRÃO & UENO, 1994) ou de Foreyt (FOREYT, 2005), ou outro método diagnóstico sempre que possível, como a detecção de antígenos e anticorpos, ELISA e Western Blot.

Atualmente recomendam-se medidas estratégicas preventivas associadas ao tratamento dos indivíduos doentes em programas de controle, denominado programas integrados. Deve-se então associar o controle dos hospedeiros intermediários (uso de moluscicidas e predadores naturais) à melhoria das condições ambientais e o uso de antiparasitários nos animais acometidos. No entanto, sabe-se que os moluscicidas, em sua grande maioria, acarretam prejuízos ao meio ambiente e não inviabilizam a possibilidade de recolonização das áreas afetadas pelos moluscos, tornando o processo de aplicação de difícil execução. Por estas razões, medidas alternativas de controle vêm sendo desenvolvidas, e algumas são baseadas na possibilidade do uso de plantas ou de seus derivados como moluscicida (SILVA et al., 2008).

Um programa interessante seria a gestão das pastagens de forma estratégica por meio da utilização de áreas de pastejo rotacionadas na propriedade, em regiões onde o gado pasta o ano todo, com objetivo de reduzir a contaminação por ovos de F. hepatica detectando as áreas contaminadas por moluscos e as áreas não contaminadas. Assim permitir o pastejo dos animais nas áreas com a presença de caramujos apenas por um período de oito semanas, que está relacionado ao período pré-patente da F. hepatica, e antes como medida de prevenção da introdução da infecção tratar os animais com fasciolicidas. Após este período pode-se introduzir o rebanho em áreas de pastagens sem a presença do molusco. Porém, esta metodologia de controle nem sempre é viável, visto depender do tipo de manejo nutricional instituído na propriedade (BORAY, 1985).

De acordo com KNUBBEN-SCHWEIZER et al., (2010), seguindo uma

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estratégia de controle baseada em sistemas de manejo de pastagens e de acordo com a distribuição epidemiológica da área de atuação é possível reduzir sensivelmente os animais soropositivos e o número de ovos de F. hepatica encontrados nas pastagens.

CONTROLE QUÍMICO

USO DE MOLUSCICIDAS

Uma das formas de combate a helmintos que possuem moluscos em seu ciclo biológico é o controle da população malacológica. Substâncias moluscicidas têm sido uma das formas almejadas essenciais no controle de enfermidades com potencial zoonótico como a esquistossomose e a fasciolose, na tentativa de combater os criadouros naturais de hospedeiros intermediários, porém demonstram-se pouco eficazes. Muitos destes fatores estão relacionados à dificuldade de eliminação da população de moluscos, aos resíduos que causam muita depreciação ao meio ambiente, como também à extensão das áreas contaminadas (CANTANHEDE et al. 2010) Alguns pesquisadores apontam os moluscicidas vegetais como fontes alternativas para o tratamento profilático de parasitoses, tendo em vista a abrangência, a endemicidade e a relevância, e ainda o fato de serem biodegradáveis, o que é favorável ao meio ambiente (MCCLLOUGH et al.,1980).

Os moluscos limneídeos, de forma geral, apresentam elevado potencial biótico e, além disso, são capazes de realizar o fenômeno de hibernação durante os períodos de seca, o que garante a sua perpetuação no ambiente repovoando-o rapidamente. As substâncias moluscicidas são utilizadas para a diminuição ou extermínio da população malacológica em que se pretende atuar, desde as espécies de jardins até as espécies que atuam como hospedeiros intermediários em ciclos biológicos de doenças de impacto à saúde pública. Os moluscicidas classificam-se em sintéticos e naturais. Os fármacos sintéticos ainda são bastante utilizados, estimando-se mais de 7.000 produtos testados com esta finalidade, como exemplo cita-se: sulfato de cobre, Gramaxone, hidróxidode cálcio, N-tritilmorfolina (Frescon) eniclosamida (Bayluscid) (REY, 2001).

MILWARD-DE-ANDRADE & TORGA (1981) testaram a eficácia do termofosfato magnesiano na alimentação de planorbídeos em laboratório, considerado um fertilizante e corretivo de solo, e observaram que este produto promovia o crescimento de moluscos das espécies Biomphalaria glabrata e Helisomaduryi, em contrapartida também bloqueava a oviposição de ambas as espécies. Supôs-se então que este produto utilizado em áreas de cultivo poderia reduzir as populações de moluscos destas espécies controlando a doença conhecida como esquistossomose. Além disso, supôs-se ainda que este produto poderia ser utilizado para controlar populações de moluscos limneídeos transmissores da F. hepatica.

A niclosamida possui princípio ativo com ação no controle de moluscos de água doce, como os hospedeiros intermediários de parasitos causadores de doenças como a esquistossomose, a fasciolose e outras afecções. Possui alta toxicidade na concentração de 1 mg/L, causando 100% de mortalidade para Biomphalaria glabrata e Bulinus, se o contato for de pelo menos 8 horas (REY, 2001). Também é indicado no controle da teníase (Taenia solium e saginata) e da himenolepíase (Hymenolepis nana e H. diminuta), em uso humano (GRAEFF et al.,

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2001). A Organização das Nações Unidas (ONU) recomenda atualmente como potencial moluscicida apenas a substância niclosamida (GRAEFF et al., 2001; SILVA et al., 2008). Contudo, o uso desta substância em versão sintética tem causado problemas de toxicidade contaminação do meio ambiente e resistência dos caramujos transmissores da esquistossomose em alguns países (GASPAROTTO JR. et al., 2005).

De acordo com MCCLLOUGH et al., (1980) a utilização de moluscicidas sintéticos vem ocasionando o desenvolvimento de resistência dos caramujos a estas drogas, o que tem gerado algumas preocupações. Isto pode estar relacionado à baixa seletividade destes fármacos, visto atuarem sobre outras espécies de moluscos e animais, causando desequilíbrio ambiental. Além disso, estes produtos possuem um custo relativamente elevado, sendo inviável a utilização dos mesmos em áreas endêmicas, onde a condição sócio-econômica normalmente é desfavorável. SILVA et al., (2008) destacaram uma preocupação com o desenvolvimento de resistência dos caramujos às substâncias químicas utilizadas com ação moluscicida, com a baixa seletividade que apresentam no meio ambiente. Isto vem proporcionando a procura por substâncias facilmente biodegradáveis e o grande interesse pelo uso de moluscicidas de origem vegetal.

Como alternativa terapêutica, plantas medicinais sob a forma de extratos fitoterápicos com ação moluscicida vem sendo utilizadas em novas pesquisas, visto representarem uma redução nos riscos de poluição ambiental, serem biodegradáveis e controlarem doenças de animais de produção, permitindo melhor retorno econômico e redução de resíduos contaminantes nos produtos de origem animal (ARAÚJO FILHO, 2000; GASPAROTTO JR. et al., 2005).

Segundo ARCHIBALD (1933), o interesse pelo uso de moluscicidas de origem vegetal no controle de vetores data da década de 1930, quando foi sugerido o plantio de Balanites aegyptiaca L., Balanitaceae, uma árvore típica do deserto, nas margens dos focos de transmissão, no Sudão. Os frutos, ao caírem das árvores, inibiam a densidade populacional de caramujos. No Brasil, os primeiros estudos realizados com moluscicidas fitoterápicos foram com a utilização de extratos aquosos de caules de Serjanias sp. (cipó-timbó) e de frutos de Sapindus saponaria L. (saboneteira), demonstrando atividade contra o caramujo Biomphalaria glabrata, por meio da ação das saponinas presentes nestes vegetais (SILVA et al., 2008).

Alguns estudos revelam que a atividade tóxica das plantas quanto à sua ação molusccida se deve à presença de metabólitos secundários como taninos, saponinas, terpenoides, esteroides e flavonoides, dentre outros (CHIFUNDERA et al., 1993). A ação do composto no molusco provoca intoxicação e consequente desequilíbrio osmótico levando à mortalidade por retração da massa cefalopodal para o interior da concha com liberação de hemolinfa ou por projeção do molusco para o exterior de sua concha.

Estudos demonstraram a Euphorbia splendens var. Hislopii (“coroa-de-Cristo”) sendo uma das plantas mais promissoras, com a ação letal do látex desta planta, em baixas concentrações, sobre os moluscos: Biomphalaria glabrata, B. tenagophila, B. straminea, B. pfeifferi, Lymnaea columela e Bulinus sp (VASCONSELOS & SCHALL, 1986; MENDES et al., 1992; VASCONSELOS, 2000). PILE et al., (2001), constataram a redução da taxa de infecção por F. hepatica em animais traçadores utilizando o látex da “coroa-de-Cristo”, além disso, possui características de baixa ou nenhuma toxidez em suas concentrações utilizadas em animais de diversas

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espécies, o que favorece seu uso em programas de controle. PEREZ et al., (1998) realizaram experimento utilizando extrato alcoólico de

Melia azedarach L sobre o molusco L. cubensis e observaram um grande potencial de ação moluscicida desta planta. ALMEIDA, (2010), descreveu a utilização dos extratos de nim, cinamomo e citronela como possíveis agentes moluscicidas os quais se demonstraram eficazes ao serem empregados no controle de moluscos da espécie L. columella. Estes extratos foram eficazes na atividade ovicida do molusco, e esta eficácia aliada à baixa toxicidade e a facilidade do preparo e a presença abundante destes vegetais no Brasil, são características que podem favorecer o uso destes agentes para o controle do hospedeiro intermediário da F. hepatica em regiões endêmicas.

SINGH & KUMAR, (2006) descreveram a realização de testes para a avaliação da atividade moluscicida de plantas estimaram a redução da incidência de F. hepatica e F. gigantica, através do controle do hospedeiro intermediário L. acuminata em estudo na Índia. Já no Brasil, segundo SCHALL et al., (2001), resultados também foram satisfatórios com a utilização destes moluscicidas. Foi utilizado látex não filtrado de E. splendens em região endêmica de Minas Gerais, obtendo letalidade de 100% para o molusco B. glabrata.

ANTI-HELMÍNTICOS FASCIOLICIDAS

O controle da fasciolíase com o uso de drogas tem se mostrado eficaz em vários locais estando associado normalmente aos dados epidemiológicos. O tratamento antiparasitário deve buscar a eliminação do parasito ou a manutenção de uma carga parasitária a níveis toleráveis pelo hospedeiro, visto não existir no mercado um único fármaco que atue contra todos os tipos de parasitas e em todas as fases de seu desenvolvimento. O fármaco de escolha, deve ainda possuir um amplo espectro de ação e ser capaz de eliminar o maior número de parasitos. Para ser considerado eficiente o antiparasitário precisa ter entre 95% e 75% de ação. (BALDANI et al., 1999).

Desde 1980 nenhum novo fasciolicida foi comercializado e não há novos compostos em desenvolvimento. Assim, deve-se confiar nas drogas atuais por algum tempo e tornar efetivo o uso dos mesmos sendo inevitável a ocorrência de problemas de resistência. O desenvolvimento de novos fármacos depende do conhecimento do mecanismo de ação das drogas, sendo importante conhecê-los de forma individual.

Os fasciolicidas de uso comum são classificados em cinco grupos químicos principais: fenóis halogenados (substitutos fenólicos), benzimidazóis e salicilanilídeos. De acordo com FAIRWEATHER et al. (1999) os fenóis halogenados causam paralisia do parasito, atuando na permeabilidade celular aos íons K+, interferindo na obtenção de energia e matando o parasito por inanição, como exemplos das principais drogas tem-se: nitroxinil, bithionol, niclofolan e hexaclorophene. Os benzimidazóis agem na enzima fumarato-redutase interferindo no metabolismo energético, causando paralisia e posterior morte do parasito. Os principais antiparasitários deste grupo são o albendazole, oxfendazole e triclabendazole. Salicilanilídeos possuem mecanismo de ação ligado ao desaclopamento da fosforilação oxidativa e seus principais fármacos: closantel, rafoxanide, niclosamida e oxiclosanida. As sulfonamidas atuam interrompendo a glicólise, como exemplo tem-se o clorsulon.

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O nitroxinil é indicado para o tratamento da F. hepatica, além de vermes redondos gastrintestinais como o Haemonchus spp., Bunostomum phlebotomum, Oesophagostomum spp. e Oestrus ovis em bovinos, ovinos e caprinos. Nos níveis de doses recomendadas é um fármaco seguro para administração aos animais, podendo ser empregado em fêmeas prenhes, animais jovens e machos reprodutores, porém deve ser evitada a sua administração em animais debilitados. Acúmulo de resíduos na carne e leite pode ocorrer devido à elevada taxa de absorção, sendo importante adotar um intervalo mínimo de 30 dias entre a administração do medicamento e o abate. No caso de vacas que estejam produzindo leite para consumo humano, deve-se evitar a administração do produto, devido ao risco de intoxicação (VIANA et al., 2000).

O albendazole é um fármaco de amplo espectro de ação, tendo ampla atuação em várias espécies de helmintos. Em bovinos atua em Haemonchus spp., Trichostrongylus spp., Ostertagia spp., Cooperia spp., Bunostomum spp., Oesophagostomum spp., Nematodirus spp., Chabertia spp., Dictyocaulusviviparus, Neoascarisvitulorum, Trichurisvulpis, Capillaria spp., Strongyloides spp., Dictyocaulus filaria, Moniezia spp., Fasciola hepatica. O albendazole atua em trematóides na fase adulta possuindo pouca ou nenhuma ação nos estágios parenquimatosos iniciais (MERIAL, 2007). Recomenda-se que seja observado um período de carência mínimo de 72 horas para o consumo humano de leite e de 14 dias para o abate dos animais. Não se deve administrá-lo em fêmeas gestantes no período de 45 dias iniciais de gestação (GOODMAN & GILMAN’S, 1996).

O triclabendazole é reconhecido como o mais efetivo fasciolicida, por possuir ação antiparasitária sobre os três estágios de desenvolvimento da F. hepatica, ou seja, a forma imatura, jovem e adulta (INTERVET, 2008). É um medicamento descrito com aprovação apenas para uso veterinário, com fácil administração, ausência de efeitos colaterais e eficácia terapêutica comprovada. OLIVEIRA et al., (2002) descreveram o uso de triclabendazole para o tratamento da fasciolíase humana em pacientes contaminados pela ingestão de agrião cru, naturais da República Popular de Cabo Verde, e observaram comprovada eficácia em seu uso. O produto comercial de uso veterinário AVOTAN®FASCÍOLA é composto triclabendazole (10,0 g) e associação com abamectina (0,2 g), sendo um anti-helmíntico de amplo espectro de ação. Recomenda-se evitar a administração do produto em fêmeas lactentes para consumo humano e período de 28 dias de carência (INTERVET, 2008). PALMA et al. (2006) realizaram estudo para determinar resíduos de triclabendazole em tecidos comestíveis de bovinos (músculo, rins, fígado e gordura) e observaram que a maior concentração deste fármaco foi localizada no rim e persistiu durante um período de 14 dias, sendo o medicamento original não detectado nos demais tecidos.

De acordo com VIANNA (2000) o Oxfendazole é uma droga considerada muito tóxica e cara, e está em desuso atualmente. É altamente eficaz no tratamento e controle das formas adultas e larvárias de vermes gastrintestinais, pulmonares e tênias em bovinos e ovinos, tendo também ação ovicida. Animais tratados com o produto somente deverão ser abatidos para o consumo humano 10 dias após a última administração. O leite e seus derivados, provenientes de vacas tratadas com o produto não deverão ser aproveitados para o consumo humano antes de decorridos cinco dias da última administração do produto (INTERVET, 2008).

O closantel é um vermífugo que tem ação contra Haemonchus contortus, Fasciola hepatica e Oestrus ovis. Quando administrado em doses superiores às

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recomendadas, podem causar intoxicações tais como cegueira, com degeneração da retina, edema intramielínico do nervo óptico e outras áreas do sistema nervoso central. Com doses duas a cinco vezes maiores que as recomendadas os sinais clínicos caracterizam-se por cegueira, dilatação da pupila e, ocasionalmente, andar em círculos. A cegueira é detectada dois dias a duas semanas após a administração (GILL et al., 1999).

Rafoxanide constitui-se em um fasciolicida que atua em todas as fases de desenvolvimento da F. hepatica. Quando se compara ao nitroxinil observa-se que este possui maior toxicidade podendo ocasionar inapetência, diarreia e lesões oculares. É necessária carência de 30 dias para o abate de animais tratados com este medicamento e não se recomenda o uso para vacas lactentes (VIANA, 2000).

A niclosamida é um tenicida que inibe a captação de glicose e bloqueia o ciclo de Krebs do parasita. Atua bem contra todas as tênias, menos Dipillydium e Echinococcus, sendo que neste, menos de 50% dos vermes é eliminado. A niclosamida praticamente não é absorvida, e como exige contato com o parasita, tem que ser administrada com o animal em jejum. Praticamente não ocorrem efeitos tóxicos. Hoje, devido ao seu espectro reduzido, está praticamente fora de uso (BOTANA et al., 2002).

Segundo REN et. al., (1987) o tribendimine é uma droga anti-helmíntica de amplo espectro desenvolvida na China desde 1980, sendo.aprovada pelas autoridades chinesas como um medicamento seguro para o tratamento contra helmintíases. Porém, um estudo recente comprovou a eficácia com o uso contra Echinostoma caproni. Por meio destes estudos, KEISER et al., (2007) descrevem a atividade do tribendimine atuando clinicamente em outros trematódeos como F. hepatica, Clonorchis sinensis e Ophistorchis viverrini.

De maneira geral, os vermífugos são utilizados de duas formas, profilaticamente ou de forma terapêutica, tratando infestações existentes. É preferível o uso profilático, com a administração das drogas em intervalos determinados ou continuamente, evitando a ocorrência da enfermidade.

Nos últimos 20 anos, o triclabendazole foi o medicamento de eleição para a grande maioria de fazendeiros no controle da fasciolíase, mas casos de resistências foram descritos em publicações do Reino Unido e demais países europeus. Grupos de pesquisa europeus e argentinos têm colaborado para determinar como o triclabendazole age sobre o parasito e como se desenvolveu a resistência frente a esse. Os autores relatam que o triclabendazole associado com a ivermectina aumenta a eficácia do primeiro fármaco (FLANAGAN et al., 2011).

De acordo com ELITOK et al., (2006), em estudo de campo realizado na Turquia com bovinos naturalmente infectados, o clorsulon apresentou melhores resultados de eficácia quando comparado a outros fármacos como o abendazole, a rafoxanida e o triclabendazole, avaliando o ganho de peso corporal e a redução do número de ovos nas fezes.

VERCRUYSSE & CLAEREBOUT (2001) propõem estabelecer um limiar terapêutico para avaliar se deve ou não tratar os animais acometidos por helmintoses, avaliando se o rebanho necessita de intervenção terapêutica imediata, o que pode ser facilmente observado clinicamente. Este estudo baseou-se na justificativa de que estão surgindo problemas com resistência parasitária devido ao uso incorreto de drogas anti-helmínticas com subtratamento ou tratamento excessivo, utilizando fármacos indiscriminadamente, quando a carga parasitária é baixa e não justifica o tratamento ou quando os animais estão muito infestados e

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utiliza-se subdoses. Deve-se assim avaliar se a enfermidade em questão causa perda de produção, produtividade e ganho de peso, para justificar o uso de medicamentos.

Deve-se ter cautela na utilização de drogas antiparasitárias quando avaliar a questão dos resíduos nas carcaças e no leite, pois estes produtos são direcionados à alimentação humana. PALMA et al., (2006) realizaram estudo avaliando a presença de resíduos de triclabendazole e abamectina na carcaça de bovinos em tecidos comestíveis como músculo, gordura, rim e fígado. Concluíram que as maiores concentrações de abamectina foram encontradas em tecido hepático e permaneceram por 14 dias. Já para o triclabendazole, as maiores concentrações foram encontradas no rim e também permaneceram por 14 dias.

AL-QUDAH et al., (1999) descreveram o uso de suspensão líquida oral de closantel associado a albendazole, na dosagem de 10 mg/kg e 5 mg/kg respectivamente, para o tratamento de parasitos gastrointestinais de camelos, incluindo a F. hepatica e obtiveram um resultado de 77% de eficácia contra este parasito em uma única administração. No entanto, a administração do fármaco por duas vezes no intervalo de duas semanas entre as doses aumentou significativamente a eficácia da droga. Os animais infectados com parasitos mistos tiveram eficácia da droga de 75% a 100%, enquanto que os animais infectados com apenas um tipo de parasito obtiveram resultado de 92,5% a 100%.

ALVAREZ et al., (2000) realizaram estudo utilizando albendazole e sulfóxido de albendazole para tratamento de Haemonchus contortus e F. hepatica em ovinos, avaliando a taxa de absorção destas moléculas no tecido e fluidos dos animais tratados e observaram que para se ter resultados aceitáveis e eficácia clínica comprovada de ação contra a F. hepatica deve-se aumentar a dose para mais de 5 mg/kg, embora para Haemonchus contortus houve uma ação eficaz mesmo em doses de baixa concentração, isto pode estar relacionado à localização do parasito nos ductos biliares e ao padrão de consumo da droga/metabólito. A caracterização simultânea da cinética de disposição do albendazole e do sulfóxido de albendazole no padrão de absorção dos parasitos em diferentes tecidos-alvo e fluidos do hospedeiro contribui para maiores estudos sobre a farmacologia antiparasitária das drogas descritas.

ANTIPARASITÁRIOS ALTERNATIVOS

A utilização de taninos extraídos a partir de plantas, que funcionem como vermífugos e a seleção de espécies de gramíneas que dificultem o desenvolvimento larvar no meio ambiente são propostas disponíveis, porém ainda não exploradas e validadas (REW 1999, THAMSBORG et al.,1999, WILLIAMS, 1999).

Como alternativa aos problemas de resistência no tratamento convencional com antiparasitários, a homeopatia também pode ser utilizada para tratamento de fasciolíase em animais. Segundo BENEZ et al. (2004) pode-se utilizar no início da enfermidade Arsenicum e China para ovinos, e Graphites e Lycopodium para bovinos, ambos os tratamentos alternando os medicamentos pela manhã e à tarde. Recomenda-se o uso de apenas um medicamento para esta moléstia – Arsenicum album,: e muitas vezes este seguido de algumas doses de Sulphur, sendo suficientes para efetuar a cura.

FERREIRA et al., (2011) testaram a ação anti-helmíntica de seis extratos vegetais crus in vitro contra os parasitos adultos Schistosoma mansoni, Fasciola

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hepatica e Echinostoma capronie encontraram resultados satisfatórios com o uso de extratos alcoólicos de Artemisia annua (Annie doce), Asimina triloba (papaia) e Artemisia absinthium (losna) que, a 2mg/mL mataram S. mansoni e E. caproni em 20 h ou menos (exceto para o absinto), F. hepatica entre 16 e 23 h (Annie doce), ou 40 h (papaia), demonstrando grande potencial no controle alternativo natural contra parasitos que acometem humanos e animais, porém mais estudos devem ser realizados.

CONTROLE BIOLÓGICO

Segundo GRONVOLD et al., (1996), controle biológico significa utilizar antagonistas naturais disponíveis no meio ambiente com o objetivo de reduzir a um limiar sub-clínico e economicamente aceitável a população de um agente causador de perdas produtivas à atividade pecuária ou agrícola.

Para serem selecionados como antagonistas naturais os micro-organismos devem possuir características especiais, tais como: especificidade de ação, alta capacidade reprodutiva e suportar as condições ambientais. Para ser empregado comercialmente como um controlador biológico de parasitos de ruminantes o agente antagonista deve ter a capacidade de produção em escala industrial, custos baixos de produção, ter competitividade com as drogas tradicionais estabelecidas no mercado e tempo de sobrevivência no organismo do hospedeiro em formulações comerciais. Deve-se atentar para que as formulações ofereçam segurança para produtores, consumidores, animais tratados e ao meio ambiente e finalmente, que seja efetivo no controle do organismo alvo (GRONVOLD et al., 1996).

Os fungos nematófagos, normalmente chamados de fungos destruidores de nematóides, são micro-organismos utilizados com função antagonista, estes estão catalogadas com mais de 150 espécies (BARRON, 1977). Eles são divididos em três grupos. A maioria das espécies está classificada como fungos predadores de nematoides e seu mecanismo de ação consiste no aprisionamento, ou seja, pela penetração das hifas na cutícula do nematóide. Um segundo grupo, denominados fungos endoparasitos, é capaz de infectar os nematoides através de esporos, que uma vez ingeridos desenvolvem hifas responsáveis pela absorção do conteúdo interno do nematóide. O terceiro grupo de fungos é denominado de oportunistas parasitos de ovos. As hifas penetram a casca do ovo, através dos pequenos poros existentes na camada vitelínica, causando alteração na permeabilidade da casca e expandindo seu volume (MORGAN- JONES & RODRÍGUEZ-KÁBANA 1988).

A passagem de fungos pelo trato gastrintestinal dos animais domésticos e a avaliação da eficácia dos isolados após a passagem tem sido o foco de diversos estudos. A administração de Arthrobotrys superba em grãos de cevada a bovinos infectados com nematóides parasitos gastrintestinais, reduziu o número de larvas infectantes recuperadas em coproculturas (LARSEN et al., 1992). A redução de L3 de Ostertagia ostertagi no bolo fecal de bezerros foi obtida alimentando-se os animais com grãos de cevada com adição de Duddingtonia flagrans, porém obteve-se insucesso com a administração de grãos contendo Arthrobotrys oligospora (WOLSTRUP et al., 1994).

BRAGA (2008) avaliou em estudo in vitro a ação das espécies de fungos D. flagrans, Monacrosporium sinense e Pochonia clamydoscoporiae seu efeito lítico sobre ovos de F. hepatica e S. mansoni classificado em três categorias, e observou que apenas o fungo P. clamydoscoporia apresentou todos os efeitos desejados no

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estudo para ambos os helmintos, demonstrando-se como potencial candidato a controlador biológico destes parasitos.

Os moluscos do gênero Lymnaea possuem em suas características morfológicas aspectos como casca fina e ausência de opérculos que os tornam vulneráveis a predadores naturais, tais como répteis, anfíbios, crustáceos, aves aquáticas e roedores. LEVINE (1970) descreveu a utilização de criação intensiva de patos e gansos no controle da F. hepatica em uma propriedade na Alemanha, demonstrando resultados satisfatórios.

Como forma de controlar a esquistossomose humana, estudos vêm sendo realizados utilizando trematódeos antagônicos aos seus moluscos hospedeiros, pois as rédias de um trematoda podem consumir as rédias ou esporocistos de outra espécie de trematoda. Em estudo realizado na Malásia, o molusco L. rubiginosa foi infectado com pelo menos 13 espécies de larvas de trematódeos impedindo a superinfecção por F. gigantica, no entanto, infecções naturais duplas são raras e não incluem espécies que produzem rédias, pois estas de diferentes espécies competem diretamente pela fonte de alimento (HEYNEMAN & UMATHEVY, 1968).

SELEÇÃO DE RAÇAS RESISTENTES

Segundo KENDALL et al., (1978) bovinos adquirem resistência a fasciolose quando desenvolvem infecção discreta e isto pode relacionar-se ao desenvolvimento de fibrose e calcificação nos ductos biliares e parênquima hepático. O bovino é a espécie de ruminante que apresenta a maior resistência para a fasciolose quando comparado às demais espécies. A maioria das raças de ovinos é sensível às infecções agudas e não adquirem resistência como os bovinos. BITAKARAMIRE (1973) descreve que os bovinos Bos indicus são mais resistentes à F. gigantica que Bos taurus e algumas raças de Bos indicus são ainda mais resistentes.

De acordo com WILLIAMS (1999), a identificação de raças de animais hospedeiros com a presença de marcadores genéticos relacionados à resistência ao estabelecimento dos parasitos, pode ser um meio de seleção para tomada de decisões sobre cruzamentos raciais estratégicos.

Algumas raças já vêm sendo utilizadas em estudos de resistência contra parasitos específicos em áreas endêmicas. A raça de ovinos Red Masai está sendo utilizada para a resistência contra H. contortus em áreas endêmicas no Quênia e a raça do gado N’Dama têm contribuído no controle da tripanossomíase na África Ocidental (MURRAY et al., 1991).

CONTROLE AMBIENTAL

ROBERTS & SUHARDONO (1996) relataram o controle da Fasciola spp. em situações de campo e observaram que em ambientes de clima temperado o desenvolvimento da F. hepatica fora do hospedeiro definitivo normalmente se limita às situações de baixas temperaturas enquanto que a F. gigantica normalmente se desenvolve e se multiplica melhor.

Embora seja importante a descrição do ambiente físico na epidemiologia do parasito, também é importante discutir a epidemiologia relacionada ao desenvolvimento dos países devido aos efeitos de criação. Em países desenvolvidos os animais normalmente são criados em rebanhos divididos em grupos com pastagens e fontes de água controladas a fim de maximizar o lucro e a produção. Já

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em países em desenvolvimento os animais são criados normalmente por agricultura de subsistência, em pastos que não possuem controle nas capineiras e nem mesmo nas fontes de água disponíveis, muitas vezes os animais pastam em terrenos baldios ou o alimento é cortado e disponibilizado no cocho, as fezes também são utilizadas como fertilizante da própria capineira favorecendo o ciclo do parasito (ROBERTS & SUHARDONO, 1996).

O controle pelo uso de anti-helmínticos, drenagem de pastagens alagadiças, uso de moluscicidas, gestão das pastagens e fontes de água é conhecido pela maior parte dos produtores nos países em desenvolvimento, porém o custo da aplicação destes métodos muitas das vezes inviabiliza qualquer tipo de controle parasitário.

CONTROLE IMUNOLÓGICO

Uma alternativa bastante efetiva para o controle da fasciolose seria promover uma resposta imunológica no organismo dos animais. Os atuais avanços científicos na área de biologia molecular têm demonstrado facilidade em identificar e isolar componentes potenciais para o desenvolvimento de vacinas. Estudos vêm sendo realizados para o desenvolvimento de vacinas bivalentes anti-helmínticas contra fasciolíase e equistossomose, pelo uso do antígeno recombinante Sm14, o qual potencializa a estimulação da imunidade contra os dois parasitos (SOUZA et al., 2002).

ROBERTS & SUHARDONO (1996) descreveram que o uso da vacina seria viável desde que o custo fosse viável, ou seja, fosse tão rentável quanto o uso de fasciolicidas em países desenvolvidos, porém a sua vantagem é que a ação ocorreria independente do nível de infecção em que os animais se encontrem.

Testes de uma vacina induziram uma proteção variando de 33 a 79% em bovinos e ovinos desafiados experimentalmente com metacercárias de F. hepatica e também revelaram uma potente ação antiembrionária/eclosão, que poderia bloquear a transmissão parasitária, porém nenhuma análise a resposta imune às vacinas foi realizada para determinar os fatores imunológicos que estariam relacionados com a proteção (DALTON et al., 2003; ECHEVARRIA, 2004).

MULCAHY et al., (1999) realizaram estudo experimental utilizando a combinação de derivados de enzimas purificadas (catepsina L1 e catepsina L2) extraídas do parasito, para testar a imunização do gado contra a fasciolose e constataram uma imunização parcial em ambos os grupos testados (55% de redução da infecção). Este estudo sugeriu maiores pesquisas em vacinas contra outros parasitos de animais domésticos e tornou-se ponto de apoio para o desenvolvimento de protocolos de imunização que visem o bem-estar animal, esclarecer os mecanismos efetores que geram a proteção e baseados em mecanismos de segurança alimentar.

MURO et al., (1997) compararam as propriedades imunogênicas e imunoprofiláticas de antígenos nativo e recombinante de F. hepatica em coelhos infectados e obtiveram resultados que demonstraram claramente a possibilidade de obtenção de vacinas para fasciolose. Observaram que a vacina com antígeno recombinante induziu menores níveis de proteção que com o antígeno nativo e na observação anatômica, os animais vacinados apresentaram menos lesões hepáticas que os animais infectados naturalmente.

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RESISTÊNCIA PARASITÁRIA

A resistência consiste na capacidade genética que uma determinada população tem em tolerar doses tóxicas de substâncias químicas que são letais para outras populações da mesma espécie, sendo a herdabilidade a sua característica mais importante (BOTANA et al., 2002).

O desenvolvimento de resistência parasitária ocorre pela expressão de genes que se apresentam em uma baixa frequência numa população normal susceptível (menos de 5%), ou seja, a droga quando utilizado pela primeira vez, apresenta eficácia elevada, no entanto, o uso frequente do mesmo princípio ativo aumenta o número de indivíduos resistentes e, consequentemente, reduz a eficácia do produto (PRICHARD et al., 1980).

Os mecanismos de controle são escassos no momento, principalmente em rebanhos leiteiros, uma vez que os fármacos que ainda apresentam eficácia, geralmente não podem ser utilizados em matrizes que produzem leite para consumo humano, devido à presença de resíduos químicos. Em contrapartida, os fármacos com menor período de carência apresentam baixa eficácia, em função da resistência parasitária já estabelecida na maioria dos rebanhos. O uso indiscriminado de fármacos, juntamente com alguns fatores relacionados ao parasito, ao hospedeiro e ao meio ambiente induzem o desenvolvimento da resistência parasitária, a qual tornou-se um problema sanitário de extrema importância (JACKSON et al., 2009).

A resistência parasitária contribui significativamente para o insucesso dos programas de controle parasitário na pecuária no Brasil e no mundo. Os prejuízos decorrentes da resistência anti-helmíntica ocorrem, tanto pelo custo do anti-helmíntico, bem como pelas perdas causadas pelos parasitos com manifestações clínicas nos animais podendo levar ao óbito (VIEIRA et al., 2010).

O controle parasitário é realizado na pecuária brasileira, quase que exclusivamente com o uso de antiparasitários, mesmo sabendo das possibilidades de utilização de outras metodologias. Isso ocorre em sua grande maioria, devido à falta de conhecimentos no que se refere à biologia e à epidemiologia dos parasitas pelos produtores rurais que não vermifugam adequadamente seus rebanhos. Na maioria das vezes, a administração de anti-helmínticos é realizada sem base técnica, visando apenas atender a um programa fixo de controle ou quando o rebanho é manejado para adoção de práticas de rotina da propriedade. Este desconhecimento vem acarretando uma crescente redução na eficácia dos fármacos disponíveis no mercado, resultando no aparecimento de resistência parasitária a vários grupos químicos, caracterizando o que se conhece como resistência anti-helmíntica múltipla (VIEIRA & CAVALCANTE, 1999; TORRES-ACOSTA & HOSTE, 2008).

De acordo com TORRES-ACOSTA & HOSTE (2008), os produtores habitualmente utilizam um único produto antiparasitário em doses baixas que são efetivas, até por um tempo prolongado ou utilizam várias drogas em intervalo de tempo muito curto, o qual muitas vezes não produz a morte do parasito permitindo o desenvolvimento de resistência aos fármacos.

Historicamente no Brasil a resistência parasitária de helmintos já vem ocorrendo há alguns anos, como foi verificado por VIEIRA & CAVALCANTE, (1999) em estudo realizado em 34 propriedades no Estado do Ceará. Foi possível avaliar que em 73,5% dos rebanhos tratados a redução da OPG foi inferior a 90%, sendo 20,6% nos rebanhos com utilização de oxfendazole, 17,6% com levamisole e 35,3%

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com os produtos associados. Observou-se que os fármacos mais utilizados pertenciam aos grupos dos benzimidazóis, imidatiazóis e em menor escala ao das lactonas macrociclícas. Além disso, também se observou que em 52,9% das propriedades os produtores utilizavam simultaneamente drogas pertencentes a dois ou mais grupos químicos, e 15 destes produtos apresentaram algum tipo de resistência.

OLIVEIRA et al., (2008) realizaram estudo testando a droga triclabendazole em uma propriedade com rebanho de ovinos e caprinos positivos para F. hepatica e observaram eficácia da droga de 66,3% para ovinos e 57,3% para caprinos e não havia histórico anterior de utilização deste fármaco na propriedade. Este estudo induziu a urgente investigação sobre a correta utilização dos medicamentos disponíveis e das alternativas de controle em áreas endêmicas a fim de garantir a utilização dos fasciolicidas.

Foi constatado em estudo realizado na Holanda, em rebanho de bovinos e ovinos naturalmente infectados por fasciolose, redução da taxa de infecção em 15,3%, 4,3% e 36,6% para os grupos de ovinos, vacas leiteiras e novilhas respectivamente após o tratamento com triclabendazole. Nesta propriedade havia relato da utilização anterior desta droga, o que pode sugerir a causa do desenvolvimento de resistência (MOLL et al., 2000).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conclui-se por meio desta revisão de literatura que existem alternativas viáveis para o controle da fasciolíase em bovinos, porém nenhuma pode ser utilizada com alta eficácia quando utilizada de forma isolada. Foi possível observar a importância de se estabelecer em uma propriedade positiva para F. hepatica um programa de controle integrado, pois uma metodologia acaba complementando a ação de outra. Verificou-se que o uso de fármacos é importante, mas deve-se tomar cuidado com os resíduos deixados na carcaça e no leite, respeitando a carência para o abate e também utilizá-los de forma criteriosa a fim de evitar a resistência parasitária.

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