Aula 00 - Contabilidade Do Estrategia

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    Contabilidade Geral para Auditor Fiscal do Trabalho Teoria e exercícios comentados

    Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa – Aula 00

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    SUMÁRIO

    APRESENTAÇÃO .............................................................................................................................. 1O CURSO, EDITAL E PROVA .............................................................................................................. 3PRINCÍPIOS DE CONTABILIDADE. ...................................................................................................... 8PRINCIPAIS ASPECTOS DA RESOLUÇÃO 1.282/2010 DO CFC ................................................................ 9RESOLUÇÃO N. 750/93 DO CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE (ATUALIZADA) .............................. 9CAPÍTULO I - DOS PRINCÍPIOS E DE SUA OBSERVÂNCIA ..................................................................... 9CAPÍTULO II - DA CONCEITUAÇÃO, DA AMPLITUDE E DA ENUMERAÇÃO ............................................... 10SEÇÃO I - O PRINCÍPIO DA ENTIDADE ............................................................................................. 11SEÇÃO II - O PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE .................................................................................... 12SEÇÃO III - O PRINCÍPIO DA OPORTUNIDADE .................................................................................. 12SEÇÃO IV - O PRINCÍPIO DO REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL ......................................................... 13SEÇÃO VI - O PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA ..................................................................................... 17SEÇÃO VII - O PRINCÍPIO DA PRUDÊNCIA ........................................................................................ 18PRINCÍPIOS CONTÁBEIS X CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ......... 19CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS FUNDAMENTAIS........................................................................... 20RELEVÂNCIA ................................................................................................................................. 20REPRESENTAÇÃO FIDEDIGNA ......................................................................................................... 21CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS DE MELHORIA ............................................................................. 22COMPARABILIDADE ....................................................................................................................... 23VERIFICABILIDADE ........................................................................................................................ 23TEMPESTIVIDADE .......................................................................................................................... 23COMPREENSIBILIDADE .................................................................................................................. 24

    QUESTÕES COMENTADAS– PRINCÍPIOS CONTÁBEIS ........................................................................ 26QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA ............................................................................................ 42GABARITO DAS QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA ..................................................................... 47

    APRESENTAÇÃO

    Olá, meus amigos. Como estão?!

    É com um imenso prazer que estamos aqui, no Estratégia Concursos , o maisnovo e revolucionário site de preparação para concursos públicos, para ministrarpara vocês a disciplina de Contabilidade Geral para o concurso de Auditor

    Fiscal do Trabalho , do quadro integrante do Ministério do Trabalho eEmprego .

    O Estratégia conta com os melhores professores do Brasil, não tenham dúvidas.Certamente, estudando pelo material que ofereceremos aqui, em todas asdisciplinas, você não precisará de mais nada para ter uma preparação sólida efocada para este certame.

    Para aqueles que pretendem se realizar profissionalmente, o cargo de AFT écertamente um dos que merece destaque. É um cargo em que se pode mudar a

    vida das pessoas, no que tange aos aspectos trabalhistas e de saúde e

    AULA 00: APRESENTAÇÃO. 2 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DECONTABILIDADE (APROVADOS PELO CONSELHO FEDERAL DECONTABILIDADE - CFC - POR MEIO DA RESOLUÇÃO DO CFC Nº

    750/1993, ATUALIZADA PELA RESOLUÇÃO CFC Nº 1.282/2010).

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    segurança do trabalho. Desconheço um auditor fiscal do trabalho que estejainfeliz em suas atribuições.

    Permita-me uma pequena apresentação.

    A remuneração de ambos os cargos também é excelente, R$ 14.280,00 iniciais.Isso mesmo, repito, R$ 14.280,00 . Com um salário destes, vive-se bem emqualquer lugar do Brasil. É o que você precisa para dar de vez aquela qualidadede vida para sua família, ou, para você que é solteiro, viajar o mundo todo.

    Agora, permita que nos apresentemos:

    Meu nome é Gabriel Rabelo , sou Auditor Fiscal da Secretaria da Fazendado Estado do Rio de Janeiro , tendo, também, dentre outros, exercido o cargode Auditor Fiscal da Secretaria da Fazenda do Estado do Espírito Santo .

    Sou professor colaborador de direito empresarial e contabilidade no sítio doEstratégia .

    Ministro, também, contabilidade e direito empresarial em cursos presenciaispreparatórios para concursos e, em videoaula, no Eu Vou Passar.

    Sou autor dos livros 1.001 Questões Comentadas de Direito Empresarial – FCC e 1.001 Questões Comentadas de Direito Administrativo – ESAF, esteúltimo em co-autoria com a professora Elaine Marsula, ambos publicados pela

    Editora Método.Meu nome é Luciano Rosa , sou Agente Fiscal de Rendas da Secretaria daFazenda do Estado de São Paulo , aprovado no concurso de 2009.Anteriormente, trabalhei durante 10 anos na Assembléia Legislativa de SãoPaulo, aprovado em 1º lugar no concurso de 1999, ocupando os cargos deAgente Técnico Legislativo Especializado – área de finanças, e, em comissão,durante 7 anos, o cargo de Diretor Técnico Legislativo do Serviço Técnico deProgramação Financeira. Sou professor de contabilidade para concursos. Autorde diversos cursos na área de contabilidade.

    Sou formado em Administração de Empresas pela Faculdade de Economia eAdministração – FEA – USP. Possuo 17 anos de experiência em empresasprivadas, na área de Controladoria, tendo ocupado os cargos de Assistente deAuditoria, Analista de Custo, Chefe da Contabilidade Financeira e Controller.

    Além disso, lançamos juntos, pela Editora Método , o livroContabilidade Avançada Facilitada para Concursos – Teoria e questões e mais de 200 questões comentadas. Estelivro é baseado nos Pronunciamentos Contábeis emanadosdo Comitê de Pronunciamentos Contábeis e está disponívelpara venda no site da editora e nas diversas livrarias.

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    O CURSO, EDITAL E PROVA

    O edital foi publicado em 01 de julho de 2013 . As provas serão realizadas em08 de setembro de 2013 .

    A banca será o Centro de Seleção e Promoção de Eventos – CESPE.

    Ao todo serão são 100 vagas , sendo 95 para ampla concorrência e 5 paraportadores de necessidades especiais .

    É requisito para ingresso no cargo diploma, devidamente registrado, deconclusão de curso de graduação de nível superior em qualquer área deformação, fornecido por instituição de ensino superior reconhecida peloMinistério da Educação (MEC).As atribuições do cargo de Auditor-Fiscal do Trabalho correspondem às previstasno artigo 11 da Lei nº 10.593/2002, publicada no Diário Oficial da União, de 9de dezembro de 2002, e no Regulamento da Inspeção do Trabalho, de que tratao Decreto nº 4.552/2002, publicado do Diário Oficial da União, de 30 dedezembro de 2002, e caracterizam-se por assegurar, em todo o territórionacional:

    - O cumprimento de disposições legais e regulamentares, inclusive as

    relacionadas à segurança e à medicina do trabalho, no âmbito das relações detrabalho e de emprego;- A verificação dos registros em Carteira de Trabalho e Previdência Social(CTPS), visando-se à redução dos índices de informalidade; à verificação dorecolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), objetivandomaximizar os índices de arrecadação; ao cumprimento de acordos, convenções econtratos coletivos de trabalho celebrados entre empregados e empregadores;ao respeito aos acordos, tratados e convenções internacionais dos quais o Brasilé signatário; à lavratura de auto de apreensão e guarda de documentos,materiais, livros e assemelhados, para verificação da existência de fraude e

    irregularidades, bem como ao exame da contabilidade das empresas, não selhes aplicando o disposto nos artigos 17 e 18 do Código Comercial.

    O regime de trabalho é de 40 horas semanais, regendo-se o cargo pela Lei8.112/1990.

    As fases do concurso estão descritas no quadro a seguir.

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    As provas objetivas, de caráter eliminatório e classificatório, valerão 220,00pontos e abrangerão os objetos de avaliação constantes do anexo do edital.As questões serão do tipo certo ou errado.

    Contabilidade está prevista dentro de conhecimentos específicos , sendo umadas grandes novidades deste novo edital.

    Atente-se, ainda, que o candidato não poderá obter, sob pena de eliminação:

    a) Nota inferior a 20,00 pontos na prova objetiva de Conhecimentos Básicos P1;

    b) Nota inferior a 36,00 pontos na prova objetiva de Conhecimentos EspecíficosP2;c) Nota inferior a 66,00 pontos no conjunto das provas objetivas.

    Feitas estas considerações gerais, passemos a falar especificamente dacontabilidade.

    Não sabemos ao todo quantas questões teremos na disciplina. Assim, podemoster 20, 30, nenhuma ou qualquer outro número. Seria razoável estimar aquantidade de itens em uma quantidade de 10 a 15.

    A ementa é a seguinte:

    Contabilidade Geral : 1 Lei nº 6.404/1976, suas alterações e legislaçãocomplementar. 1.1 Pronunciamentos do Comitê de Pronunciamentos Contábeis(CPC). 2 Princípios fundamentais de contabilidade (aprovados pelo ConselhoFederal de Contabilidade - CFC - por meio da Resolução do CFC nº 750/1993,atualizada pela Resolução CFC nº 1.282/2010). 3 Patrimônio: componentespatrimoniais (ativo, passivo e patrimônio líquido). 4 Fatos contábeis erespectivas variações patrimoniais. 5 Contas patrimoniais e de resultado. 5.1Apuração de resultados. 5.2 Plano de contas. 6 Funções e estrutura das contas.7 Análise econômico-financeira. 7.1 Indicadores de liquidez. 7.2 Indicadores de

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    rentabilidade. 7.3 Indicadores de lucratividade. 7.4 Análise vertical e horizontal.8 Efeitos inflacionários sobre o patrimônio das empresas. 9 Avaliação econtabilização de itens patrimoniais e de resultado de investimentos societáriosno país. 10 Destinação de resultado. 11 Custos para avaliação de estoques. 12Custos para tomada de decisões. 13 Sistemas de custos e informaçõesgerenciais. 14 Estudo da relação custo versus volume versus lucro. 15Elaboração de demonstrações contábeis pela legislação societária, pelosprincípios fundamentais da contabilidade e pronunciamentos contábeis doComitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC). 15.1 Demonstração dos fluxos decaixa (métodos direto e indireto). 15.2 Balanço patrimonial. 15.3 Demonstraçãodo resultado do exercício. 15.4 Demonstração do valor adicionado. 16 Fusão,cisão e incorporação de empresas. 17 Consolidação de demonstrações contábeis.18 Tributos recuperáveis.

    Façamos uma pequena análise do edital.

    O primeiro aspecto digno de nota é que, num só edital, sob a máscara do títulocontabilidade geral, temos ao menos quatro disciplinas: contabilidade geral,contabilidade de custos, análise das demonstrações contábeis e contabilidadeavançada. Embora esta classificação se dê somente para efeitos didáticos, nãodeixam de ser subdivisões, ganhando volume no estudo.

    Outro ponto que gostaríamos, desde logo, de deixar claro é a resposta paradiversos e-mails que temos recebido indagando, em síntese, se é possível, paraaqueles que não se preparam para esta disciplina anteriormente, aprender todoesse conteúdo em praticamente dois meses.Nossa resposta é: certamente sim! É claro que, em regra, o candidato, aotérmino do curso, não estará apto a trabalhar em um grande escritório decontabilidade ou dissertar a fundo temas deveras complexos da disciplina. Mas,acreditem-nos, iremos transmitir aqui o necessário para que vocês possamrealizar uma boa ou excelente prova, mesmo nunca tendo visto antes adisciplina.

    Afirmamos isto porque percebemos, e esta é uma mudança boa para vocês, que

    o CESPE, nas últimas provas, está explorando muitas questões teóricas sobre asnovidades contábeis, em detrimento daquelas assertivas de outrora em que seera apresentado um plano de contas com dezenas de itens, pedindo elaboraçãode demonstrações contábeis diversas.

    Para ajudá-los, vamos oferecer aqui no Estratégia um curso completo quecomeçará hoje, nesta aula, terminando duas semanas antes do edital (25.08),tempo suficiente para se fazer um bom pente fino!

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    Enfim, se você procura uma preparação focada, objetiva, consistente, atualizadae com uma quantidade boa de questões comentadas do CESPE, então venhaestudar conosco.

    Para aqueles que nunca estudaram contabilidade, em separado, apresentaremosum arquivo para nivelamento dos teoricamente “iniciantes”.

    Além disso, você terá a vantagem de utilizar somente o material quedisponibilizaremos aqui. Ele será suficiente para resolver grande parte ou todasas questões da prova!

    Cada dia a mais que transcorre é um dia a menos na preparação. Estudar paraeste concurso exige foco e preparação. Quem sair à frente certamente terá umabase mais sólida e forte para concorrer a uma vaga do concurso.

    Os principais destaques deste curso que apresentaremos são:- Conteúdo teórico completo, apresentado com objetividade e de modo fácil.- Grande acervo de questões comentadas do CESPE.- Não há exigência de conhecimento prévio.- Contato direto com os professores para responder dúvidas.- Material atualizado de acordo com as mudanças ocorridas na contabilidadepelas Leis 11.638/07 e 11.941/09, bem como ênfase nos PronunciamentosContábeis tão cobrados pelas bancas.- Matérias apresentadas de acordo com o edital, específico, de modo que você

    terá aqui tudo o que precisa levar para o certame. Nem mais, nem menos.- Apresentação de um arquivo em separado para nivelamento daquelas quenunca estudaram a disciplina anteriormente.

    O nosso cronograma de aulas é o seguinte:

    CRONOGRAMAAula 00. 02.07.2013. 2 Princípios fundamentais de contabilidade (aprovadospelo Conselho Federal de Contabilidade - CFC - por meio da Resolução do CFC nº750/1993, atualizada pela Resolução CFC nº 1.282/2010).Aula 01. 07.07.2013. 3 Patrimônio: componentes patrimoniais (ativo, passivoe patrimônio líquido). 4 Fatos contábeis e respectivas variações patrimoniais. 5Contas patrimoniais e de resultado. 5.1 Apuração de resultados. 5.2 Plano decontas. 6 Funções e estrutura das contas.Aula 02. 14.07.2013. 1 Lei nº 6.404/1976, suas alterações e legislaçãocomplementar. 1.1 Pronunciamentos do Comitê de Pronunciamentos Contábeis(CPC). 15 Elaboração de demonstrações contábeis pela legislação societária,pelos princípios fundamentais da contabilidade e pronunciamentos contábeis doComitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC). 15.2 Balanço patrimonial.Aula 03. 19.07.2013. 9 Avaliação e contabilização de itens patrimoniais e deresultado de investimentos societários no país.

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    PRINCÍPIOS DE CONTABILIDADE.

    Inicialmente, temos de nos perguntar o que é a contabilidade. O que vem a ser?Existe uma definição formal para tanto, retirada do 1º Congresso Brasileiro deContabilidade, em 1924, qual seja:

    Contabilidade é a ciência que estuda e pratica as funções de orientação,de controle e de registro dos atos e fatos de uma administraçãoeconômica.

    Atente-se: a contabilidade é uma ciência!

    Ao longo do curso, ministraremos eminentemente questões do CESPE. Contudo,eis aqui uma questão da ESAF que vale a pena abordar.

    (ESAF/Técnico do Tesouro Nacional/Adaptada/1992) O Primeiro CongressoBrasileiro de Contabilidade, realizado na cidade do Rio de Janeiro, de 17 a 27 deagosto de 1924, formulou um conceito oficial de CONTABILIDADE. Assim,podemos afirmar que contabilidade é a metodologia especial concebida paracaptar, registrar, reunir e interpretar os fenômenos que afetam as situaçõespatrimoniais, financeiras e econômicas de qualquer ente.

    Certo ou errado?! Errado. A contabilidade é uma ciência e não metodologia.Cuidado com questões que a definem como técnica, metodologia, e atémesmo arte !

    Portanto, a Contabilidade pode ser conceituada como sendo a ciência queestuda, registra, controla e interpreta os fatos ocorridos no patrimônio dasentidades com fins lucrativos ou não.

    Pois bem, enquanto ciência a contabilidade possui um objeto. Este objeto é opatrimônio das entidades.

    As ciências contábeis ajudam a controlar e conhecer os elementos que ointegram. Exemplifiquemos: Através da contabilidade, podemos saber quantasmercadorias a empresa X possui em seu estoque, quantos carros possui àdisposição para realizar o frete destas mercadorias, qual o gasto mensal queesta empresa tem com salários, etc.

    Como ciência, também, a contabilidade pauta-se em princípios. Princípio podeser definido como a causa primária, o momento, o local ou trecho em que algo,uma ação ou um conhecimento, tem origem. E na Contabilidade não é diferente.

    Os princípios fundamentais que norteiam a contabilidade (conhecidos como

    princípios de contabilidade) estão previstos na Resolução do Conselho Federal deContabilidade n. 750/93. Essa Resolução já passou por algumas mudanças,

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    contudo, as mais importantes foram sem dúvidas as promovidas pela Resoluçãodo CFC n. 1.282/10, cujo teor será o objeto de estudo desta aula.

    De antemão, as principais alterações promovidas pela Resolução de 2010 foram:

    PRINCIPAIS ASPECTOS DA RESOLUÇÃO 1.282/2010 DO CFC

    1 – Mudança de nomenclatura: os princípios não são mais denominadosprincípios fundamentais de contabilidade, mas tão-somente princípios decontabilidade.2 – Possuíamos 7 princípios, agora são somente 6, a saber: entidade,continuidade, oportunidade, registro pelo valor original, competência eprudência.3 – O princípio da atualização monetária foi incorporado ao do registro pelo valororiginal.

    Agora, vamos fazer um pequeno passeio na legislação antes de iniciarmos asquestões.

    RESOLUÇÃO N. 750/93 DO CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE(ATUALIZADA)

    CAPÍTULO I - DOS PRINCÍPIOS E DE SUA OBSERVÂNCIA

    Art. 1º Constituem PRINCÍPIOS DE CONTABILIDADE (PC) os enunciados poresta Resolução.§ 1º A observância dos Princípios de Contabilidade é obrigatória no exercícioda profissão e constitui condição de legitimidade das Normas Brasileiras deContabilidade (NBC).

    Eis aqui um primeiro aspecto importante da norma. Houve mudança denomenclatura. Antes os princípios eram chamados de PrincípiosFundamentais da Contabilidade . Com a mudança, passam a ser tratadoscomo Princípios de Contabilidade . Esse já é um primeiro aspecto que pode

    ser cobrado em prova, por que não?Com efeito, se sou contabilista legalmente habilitado, deverei observar sempre aaplicação dos princípios de contabilidade quando do exercício da profissão.

    De igual sorte, quando da elaboração de alguma norma de contabilidade, osórgãos que a emitir deverá sempre o fazer em consonância com os princípios decontabilidade.

    § 2º Na aplicação dos Princípios de Contabilidade há situações concretas e a

    essência das transações deve prevalecer sobre seus aspectos formais. (Redaçãodada pela Resolução CFC nº. 1.282/10)

    ECORCP

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LEIS_2001/L10303.htm#art2http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LEIS_2001/L10303.htm#art2http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LEIS_2001/L10303.htm#art2http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LEIS_2001/L10303.htm#art2

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    Como exemplo deste parágrafo temos a seguinte situação: em regra, os bensregistrados contabilmente na empresa são os de propriedade da empresa.Contudo, na situação de arrendamento mercantil (leasing) financeiro, embora oimobilizado não seja de propriedade formal da empresa, por ser muito provávelque a empresa adquirirá o bem ao final do contrato, o registro é feito noarrendatário, considerando a essência sobre a forma.

    Assim, quando ALFA promove o arrendamento de um veículo de BETA e estearrendamento caracteriza-se, nos termos do CPC 06, como um arrendamentomercantil financeiro, devemos considera-lo como um ativo de ALFA, mesmo que

    juridicamente seja uma propriedade de BETA. Esta é, pois, uma exceção à regrade que na contabilidade devemos registrar somente os bens, direitos eobrigações da entidade que elabora as demonstrações contábeis.

    CAPÍTULO II - DA CONCEITUAÇÃO, DA AMPLITUDE E DA ENUMERAÇÃO

    Art. 2º Os Princípios de Contabilidade representam a essência das doutrinas eteorias relativas à Ciência da Contabilidade, consoante o entendimentopredominante nos universos científico e profissional de nosso País. Concernem,pois, à Contabilidade no seu sentido mais amplo de ciência social, cujo objeto éo patrimônio das entidades. (Redação dada pela Resolução CFC nº.1.282/10)

    A importância deste artigo está em enaltecer a importância dos princípios decontabilidade, sendo a essências das doutrinas e teorias das ciências contábeis.Reconhece, ainda, o patrimônio como objeto de estudo da Contabilidade .

    Continuemos...

    Art. 3º São Princípios de Contabilidade: (Redação dada pela Resolução CFC nº.1.282/10)

    1) da ENTIDADE;2) o da CONTINUIDADE;3) o da OPORTUNIDADE4) o do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL;5) da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA; (Revogado pela Resolução CFC nº. 1.282/10)6) o da COMPETÊNCIA7) o da PRUDÊNCIA.

    Antes das alterações possuíamos 7 princípios de Contabilidade. Agora, restaram-nos somente 6.

    O princípio da atualização monetária foi incorporado ao princípio doregistro pelo valor original .

    ECORCP

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LEIS_2001/L10303.htm#art2http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LEIS_2001/L10303.htm#art2http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LEIS_2001/L10303.htm#art2http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LEIS_2001/L10303.htm#art2http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LEIS_2001/L10303.htm#art2http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LEIS_2001/L10303.htm#art2http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LEIS_2001/L10303.htm#art2http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LEIS_2001/L10303.htm#art2http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LEIS_2001/L10303.htm#art2http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LEIS_2001/L10303.htm#art2

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    SEÇÃO I - O PRINCÍPIO DA ENTIDADE

    Art. 4º O Princípio da ENTIDADE reconhece o Patrimônio como objeto daContabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade dadiferenciação de um Patrimônio particular no universo dos patrimôniosexistentes , independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto depessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, comou sem fins lucrativos. Por conseqüência, nesta acepção, o Patrimônio não seconfunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ouinstituição.

    Parágrafo único – O PATRIMÔNIO pertence à ENTIDADE, mas a recíproca não éverdadeira. A soma ou agregação contábil de patrimônios autônomos nãoresulta em nova ENTIDADE, mas numa unidade de natureza econômico-contábil.

    Quando A e B celebram contrato para constituir uma sociedade LTDA eentregam para esta entidade cada um o montante de R$ 100.000,00, nãopoderão, a seu bel prazer e a qualquer tempo, reaver tal dinheiro em caso denecessidade. Uma vez constituída, passa a existir distinção entre a sociedade e afigura de seus sócios. No direito empresarial, tal distinção é conhecida comoprincípio da autonomia patrimonial da pessoa jurídica . Para nós, nacontabilidade, será chamada de princípio da entidade .

    O cerne deste princípio está em separar o patrimônio dos sócios dopatrimônio da pessoa jurídica. É a pessoa jurídica que é objeto de direito, e não os seus sócios. Assim, é asociedade que realiza a compra de mercadorias, pertencendo a ela (e não aossócios) o produto que fora comprado. As receitas são reconhecidas pela entidadetambém e não como patrimônio pessoal dos sócios e assim por diante.

    Acerca do parágrafo único, façamos as considerações pertinentes. O parágrafoúnico do artigo 4º propõe que o ”patrimônio pertence à entidade, mas arecíproca não é verdadeira. A soma ou agregação contábil de patrimônios

    autônomos não resulta em nova entidade, mas numa unidade de naturezaeconômico-contábil”.

    Imagine-se que uma pessoa jurídica possui um estabelecimento empresarial.Suponhamos que essa empresa possua um carro. Ora, este carro pertence àempresa, mas a empresa não pertence a este carro, de modo que pode o veículosofrer operações como compra/venda, permuta, etc, sem que se altere anatureza da entidade. Assim, concluímos que o patrimônio pertence à entidade,mas a recíproca não é verdadeira.

    A segunda parte da norma diz que a soma ou agregação contábil de patrimôniosautônomos não resulta em nova entidade, mas numa unidade de natureza

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    econômico-contábil. Assim, no caso de consolidação de balanços entre empresascontroladas ou coligadas com influência significativa, não teremos uma novaentidade, mas somente uma unidade de natureza econômico-contábil, que seráevidenciada, por exemplo, pelas demonstrações consolidadas.

    SEÇÃO II - O PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE

    Art. 5º O Princípio da Continuidade pressupõe que a Entidade continuará emoperação no futuro e, portanto, a mensuração e a apresentação doscomponentes do patrimônio levam em conta esta circunstância. (Redação dadapela Resolução CFC nº. 1.282/10)

    O princípio da continuidade teve sua redação alterada. Contudo, sua essência éa mesma: a empresa deve ser avaliada e escriturada na suposição de quea entidade não será extinta, está em funcionamento contínuo . Asmudanças apenas facilitaram o entendimento anterior.O princípio da continuidade está diretamente ligado à avaliação dos ativos epassivos da empresa.

    Basicamente, todo o ativo fica registrado por valores de entrada . Porexemplo, as máquinas e equipamentos ficam registrados pelos valores que aempresa pagou, menos a depreciação acumulada e eventual ajuste para perdas.Esse critério de avaliação é válido em função da continuidade esperada daempresa.

    Se não houver continuidade (se a empresa for fechar as portas), aí não importamais quanto a empresa pagou pelas máquinas; interessa saber por quanto elasserão vendidas.

    Assim, na ausência de continuidade, saímos de uma contabilidadebasicamente a preços de entrada para uma contabilidade a preços desaída .

    No caso do passivo, se a empresa tiver dívidas a longo prazo e houver

    descontinuidade, as dívidas passam a ter vencimento antecipado (ninguém vaificar com dívidas de uma empresa fechada; se houver falência, os credores irãose habilitar junto à massa falida, enfim , vão tomar as providências necessáriaspara receber a dívida).

    SEÇÃO III - O PRINCÍPIO DA OPORTUNIDADE

    Art. 6º O Princípio da Oportunidade refere-se ao processo de mensuração eapresentação dos componentes patrimoniais para produzir informações íntegrase tempestivas .

    Parágrafo único. A falta de integridade e tempestividade na produção e nadivulgação da informação contábil pode ocasionar a perda de sua relevância, por

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LEIS_2001/L10303.htm#art2http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LEIS_2001/L10303.htm#art2http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LEIS_2001/L10303.htm#art2http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LEIS_2001/L10303.htm#art2

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    isso é necessário ponderar a relação entre a oportunidade e a confiabilidade dainformação. (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1.282/10)

    Este princípio também ganhou nova roupagem, mais enxuta. A informaçãocontábil necessita ser tempestiva e íntegra (essas são as duas palavraschaves). A tempestividade ajuda de modo consistente na produção deinformação para a tomada de decisões acertadas. Quanto mais tempestiva(rápida) uma informação, mais subjetiva ela se torna, uma vez que a rápidaprodução de uma informação contábil pode estar desprovida de elementos queprovem sua integridade e confiabilidade, e vice-versa.

    Por exemplo, uma S/A anuncia a venda de uma filial no momento em seguida àrealização da venda (logo após fechar o negócio). O anúncio é feito verbalmentena imprensa, sem explicar pormenorizadamente a situação. Essa informação foitempestiva (até demais), porém, não foi íntegra, pois não se pautou emdocumentos, notas, contratos, que são documentos que garantiriam afidedignidade da informação contábil. Por isso, deve-se fazer a ponderaçãoentre a oportunidade e a confiabilidade da informação.

    SEÇÃO IV - O PRINCÍPIO DO REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL

    Art. 7º O Princípio do Registro pelo Valor Original determina que oscomponentes do patrimônio devem ser inicialmente registrados pelos valoresoriginais das transações, expressos em moeda nacional.

    Os fatos contábeis serão registrados pelo seu valor original! Exemplo: Secompramos um carro por R$ 30.000, esse é o valor que deverá constar nacontabilidade, o chamado custo histórico .

    § 1º As seguintes bases de mensuração devem ser utilizadas em graus distintose combinadas, ao longo do tempo, de diferentes formas:

    I – Custo histórico . Os ativos são registrados pelos valores pagos ou a serempagos em caixa ou equivalentes de caixa ou pelo valor justo dos recursos quesão entregues para adquiri-los na data da aquisição. Os passivos são registradospelos valores dos recursos que foram recebidos em troca da obrigação ou, emalgumas circunstâncias, pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, osquais serão necessários para liquidar o passivo no curso normal das operações;e

    Exemplifiquemos. Compramos um veículo por R$ 30.000,00. Este é o custohistórico, pois é o valor pago (em caixa) para aquisição deste ativo. Se, aorevés, adquirimos mercadorias, por R$ 50.000,00, este é o nosso custohistórico, pois é o quanto será necessário para liquidar este passivo no cursonormal das operações (o quanto sairá do caixa). Todavia, estes valores podemsofrer variações. São as chamadas variações do custo histórico a que o CFC 750

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LEIS_2001/L10303.htm#art2http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LEIS_2001/L10303.htm#art2

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    alude no item II a seguir. São variações do custo histórico: custo corrente, valorrealizável, valor presente, valor justo e atualização monetária.

    Atenção : Cada tipo de ativo/passivo estará sujeito a uma ou mais espécies devariações, mas não necessariamente todas. Isso será estudado com maiortenacidade ao longo do curso. Mas é essencial que fique claro desde já. Porexemplo, o veículo adquirido acima está sujeito ao teste de recuperabilidade(previsto no artigo 183, §3º da Lei 6.404/76 e regulamentando no CPC 01). Se oveículo tiver um valor recuperável de somente R$ 25.000,00, faremos um ajusteem seu custo histórico, para adequá-lo ao valor recuperável. Não trabalhamos,neste caso, com o conceito de valor presente, valor justo, atualização monetáriae custo corrente. A este caso aplicou-se tão-somente o ajuste a valorrecuperável. É essencial que isso fique claro.

    II – Variação do custo histórico . Uma vez integrado ao patrimônio, oscomponentes patrimoniais, ativos e passivos, podem sofrer variaçõesdecorrentes dos seguintes fatores:

    a) Custo corrente . Os ativos são reconhecidos pelos valores em caixa ouequivalentes de caixa, os quais teriam de ser pagos se esses ativos ou ativosequivalentes fossem adquiridos na data ou no período das demonstraçõescontábeis. Os passivos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentesde caixa, não descontados, que seriam necessários para liquidar a obrigação nadata ou no período das demonstrações contábeis;

    O que vem a ser o custo corrente? Vejamos...Os estoques são contabilizados pelo valor de compra (valor original). Depois,devem ser avaliados pela regra custo ou mercado, dos dois o menor .Atualmente, o “valor de mercado” é chamado de “valor justo”. Então agoratemos custo ou valor justo, dos dois o menor .

    Pois bem. Imagine-se que uma empresa comprou matéria prima, digamos,comprou ácido sulfônico para usar em alguns produtos químicos.

    Chegado a época de fechar o balanço, a empresa ainda tem ácido sulfônico emestoque.

    O que seria o valor justo para o ácido sulfônico?

    Se a empresa não costuma vender esse material, não podemos usar o valor quea empresa conseguiria numa eventual venda de ácido sulfônico. Se ela não temtradição, não fabrica ácido sulfônico, não conhece ou não tem relacionamentocomercial com possíveis compradores desse produto, então o preço que elapoderia estimar numa eventual venda não é o valor justo (provavelmente seria

    menor que o valor justo).

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    Assim, para as matérias primas, o valor justo é o valor que a empresa iriagastar para comprar o produto dos fabricante/vendedores de ácido sulfônico.

    Veja o texto da lei 6404/76:

    § 1o Para efeitos do disposto neste artigo, considera-se valor justo:(Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)

    a) das matérias-primas e dos bens em almoxarifado, o preço pelo qualpossam ser repostos, mediante compra no mercado;

    O que isso tem a ver com o custo corrente?

    Veja a definição de custo corrente: os ativos são reconhecidos pelos valores emcaixa ou equivalentes de caixa, os quais teriam de ser pagos se esses ativos ouativos equivalentes fossem adquiridos na data ou no período das demonstraçõescontábeis.

    Ou seja, o custo corrente é o custo de reposição, ou melhor, o valor que aempresa pagaria hoje pela matéria prima, se fosse comprá-la.

    Os estoques destinados à venda (estoques de produtos acabados) só podemgerar dinheiro (futuros benefícios econômicos) para a empresa com a venda.

    No caso de matéria prima, elas podem ser vendidas ou podem ser usadas nafabricação de produtos acabados.

    Vamos voltar ao exemplo do ácido sulfônico: se o valor do estoque for de R$10.000, e o custo corrente (custo de reposição, o preço que vai custar paracomprar mais ácido sulfônico) cair e for de R$ 9.500, em princípio, deveríamosreconhecer uma perda (debita “despesa com perda em estoque – resultado” ecredita “ajuste para perdas prováveis em estoque – retificadora do ativo).

    Mas se os produtos nos quais o ácido sulfônico não tiver queda de preço, entãonão há perda.

    É semelhante ao teste de recuperabilidade, temos o valor realizável líquido (nocaso é o custo corrente) e o valor em uso (referente ao uso da matéria primapara fabricar os produtos acabados).

    b) Valor realizável . Os ativos são mantidos pelos valores em caixa ouequivalentes de caixa, os quais poderiam ser obtidos pela venda em uma formaordenada. Os passivos são mantidos pelos valores em caixa e equivalentes decaixa, não descontados, que se espera seriam pagos para liquidar ascorrespondentes obrigações no curso normal das operações da Entidade;

    Suponha que a empresa Alfa tenha mercadorias registradas por R$ 100,00. OCPC 16, que trata sobre estoques prescreve:

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    9. Os estoques objeto deste Pronunciamento devem ser mensurados pelo valorde custo ou pelo valor realizável líquido, dos dois o menor.

    O próprio CPC traz uma noção do que diz ser valor realizável:

    Valor realizável líquido é o preço de venda estimado no curso normal dosnegócios deduzido dos custos estimados para sua conclusão e dos gastosestimados necessários para se concretizar a venda.

    Se, por exemplo, este estoque só puder ser vendido por R$ 90,00, comdespesas de vendas de R$ 5,00, nosso valor realizável líquido será, portanto, deR$ 85,00.

    c) Valor presente . Os ativos são mantidos pelo valor presente, descontado dofluxo futuro de entrada líquida de caixa que se espera seja gerado pelo item nocurso normal das operações da Entidade. Os passivos são mantidos pelo valorpresente, descontado do fluxo futuro de saída líquida de caixa que se esperaseja necessário para liquidar o passivo no curso normal das operações daEntidade;

    Em lição comezinha, valor presente é quanto vale hoje um ativo ou passivopertencente à empresa. O ajuste a valor presente está previsto na Lei 6.404/76para ativos e passivos de longo prazo e para os de curto prazo (estes apenasquando houver efeito relevante) – artigo 183, VIII e artigo 184, III. Se tenhoum ativo de longo prazo, uma duplicata a receber, por exemplo, no valor de R$200.000,00, com juros sobre este valor de R$ 50.000,00. Qual o seu valorpresente? É no valor de R$ 150.000,00.

    d) Valor justo . É o valor pelo qual um ativo pode ser trocado, ou um passivoliquidado, entre partes conhecedoras, dispostas a isso, em uma transação semfavorecimentos; e

    Valor justo de um ativo é o valor pelo qual um ativo pode ser negociado entrepartes interessadas, conhecedoras do negócio e independentes entre si, comausência de fatores que pressionem para a liquidação da transação ou quecaracterizem uma transação compulsória. A norma diz a palavra “trocado”.Lembre-se, contudo, que essa troca do ativo pode ser realizada entre ATIVO xDINHEIRO, o que configuraria uma venda. Geralmente esse valor justo vaicorresponder ao valor de mercado. Uma pessoa quer comprar algo, procuraalguém que tenha esse algo e tenha também interesse na venda, fecham umnegócio naturalmente, sem influências um sobre o outro. Esse é o valor justo.

    Segundo a Lei 6.404/76:

    Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os seguintescritérios:

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    I - as aplicações em instrumentos financeiros, inclusive derivativos, e em direitose títulos de créditos, classificados no ativo circulante ou no realizável a longoprazo:a) pelo seu VALOR JUSTO, quando se tratar de aplicações destinadas ànegociação ou disponíveis para venda;

    e) Atualização monetária . Os efeitos da alteração do poder aquisitivo damoeda nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis mediante oajustamento da expressão formal dos valores dos componentes patrimoniais.

    § 2º São resultantes da adoção da atualização monetária:

    I – a moeda, embora aceita universalmente como medida de valor, nãorepresenta unidade constante em termos do poder aquisitivo;

    II – para que a avaliação do patrimônio possa manter os valores das transaçõesoriginais, é necessário atualizar sua expressão formal em moeda nacional, a fimde que permaneçam substantivamente corretos os valores dos componentespatrimoniais e, por conseqüência, o do Patrimônio Líquido; e

    III – a atualização monetária não representa nova avaliação, mas tão somente oajustamento dos valores originais para determinada data, mediante a aplicaçãode indexadores ou outros elementos aptos a traduzir a variação do poderaquisitivo da moeda nacional em um dado período. (Redação dada pelaResolução CFC nº. 1.282/10)

    O princípio da atualização monetária continua com o mesmo teor do queprescrevia a Resolução antes do CFC 1.282/10. O que houve foi a mudança deposicionamento, tornando- se “espécie” do genérico princípio do Registro peloValor Original.

    SEÇÃO VI - O PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA

    Art. 9º O Princípio da Competência determina que os efeitos das transações eoutros eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem,independentemente do recebimento ou pagamento .Exemplificando, se a remuneração de pessoal de uma empresa referente ao mêsde dezembro de 2010 atrasar. O pagamento só vai ocorrer em janeiro de 2011.Quando será feito o registro na Contabilidade? Ora, o pagamento se referirá aque mês? Em que mês houve o fato gerador dessa despesa? Bem, emdezembro. Logo, dar-se-á o registro contábil ainda no mês de dezembro,independentemente do pagamento. O mesmo vale para as receitas.

    Parágrafo único. O Princípio da Competência pressupõe a simultaneidadeda confrontação de receitas e de despesas correlatas . (Redação dada pelaResolução CFC nº. 1.282/10).

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LEIS_2001/L10303.htm#art2http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LEIS_2001/L10303.htm#art2http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LEIS_2001/L10303.htm#art2http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LEIS_2001/L10303.htm#art2http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LEIS_2001/L10303.htm#art2http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LEIS_2001/L10303.htm#art2http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LEIS_2001/L10303.htm#art2http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LEIS_2001/L10303.htm#art2

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    Assim, quando realizo a venda de uma mercadoria e procedo à sua entrega,devo reconhecer simultaneamente a receita de vendas e todas as despesas quecorrespondam a essa venda.

    Atenção: O regime a se utilizar na contabilidade é o da competência, quecontabiliza receitas e despesas quando incorridas. Todavia, as micro e pequenasempresas podem se utilizar do regime de caixa .

    Dispõe a Resolução n. 94 do Comitê Gestor do Simples Nacional que:

    Art. 61. A ME ou EPP optante pelo Simples Nacional deverá adotar para osregistros e controles das operações e prestações por ela realizadas: (LeiComplementar n º 123, de 2006, art. 26, §§ 2 º e 4 º )

    I - Livro Caixa, no qual deverá estar escriturada toda a sua movimentaçãofinanceira e bancária;

    (...)

    § 3 º A apresentação da escrituração contábil, em especial do Livro Diário e doLivro Razão, dispensa a apresentação do Livro Caixa.

    O livro caixa escritura receitas e despesas conforme haja pagamento ourecebimento. Por seu turno, livros diário e razão coadunam com o princípio dacompetência. Portanto, a questão tomou como absoluto algo que comporta umapequena exceção.

    O CESPE por diversas vezes abordou este assunto em seus certames. Fiqueatento!

    SEÇÃO VII - O PRINCÍPIO DA PRUDÊNCIA

    Art. 10. O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para oscomponentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que seapresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutaçõespatrimoniais que alterem o patrimônio líquido.

    O entendimento é o seguinte: quando se apresentem alternativas válidas paraquantificação das mutações patrimoniais que alterem o PL, escolhe-se o menorvalor para o ativo, e maior valor para o Passivo . Assim, se é possível que aconta clientes fique avaliada pelo total de vendas, no montante de R$100.000,00, mas, se é possível também estimar que 5% desses valores nãoserão recebíveis, deveremos fazer a provisão adequada, em homenagem aoprincípio da prudência.

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    Parágrafo único. O Princípio da Prudência pressupõe o emprego de certo grau deprecaução no exercício dos julgamentos necessários às estimativas em certascondições de incerteza, no sentido de que ativos e receitas não sejamsuperestimados e que passivos e despesas não sejam subestimados, atribuindomaior confiabilidade ao processo de mensuração e apresentação doscomponentes patrimoniais. (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1.282/10)

    Neste parágrafo único o princípio da Prudência adverte sobre o cuidado a sertomado quando da utilização de valorações de ativos e passivos que envolvamcondições de incerteza, isto é, de subjetividade. Assim, ao mesmo tempo emque o contabilista reconhece as variações patrimoniais decorrentes, porexemplo, da ação do tempo, intempéries (como a depreciação), em virtude doprincípio do registro pelo valor original deve ter o zelo necessário para retratarsempre a realidade existente na empresa.

    Art. 11. A inobservância dos Princípios de Contabilidade constitui infração nasalíneas “c”, “d” e “e” do art. 27 do Decreto -Lei n.º 9.295, de 27 de maio de 1946e, quando aplicável, ao Código de Ética Profissional do Contabilista. (Redaçãodada pela Resolução CFC nº. 1.282/10)

    Art. 12. Revogada a Resolução CFC n.º 530/81, esta Resolução entra em vigora partir de 1º de janeiro de 1994.

    PRINCÍPIOS CONTÁBEIS X CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS DASDEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

    Prezados alunos, ao estudarmos hoje os princípios contábeis, temos de tomarcuidado para não confundi-los com as características qualitativas dasdemonstrações contábeis . E que são essas características qualitativas,professor? Vejamos.

    As características qualitativas são os atributos que tornam as demonstraçõescontábeis úteis para os usuários. Estão previstas no CPC 00 , que versa sobre aEstrutura conceitual básica da contabilidade.

    Observação 1: Um olhar mais atento ao edital e se perceberá que o CPC 00não consta do edital de contabilidade. Consta somente o item 1.1Pronunciamentos do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC).

    Observação 2: Este tema teve mudança recente, em 02 de dezembro de 2011,com as alterações do Pronunciamento Conceitual Básico.

    Texto do Pronunciamento Conceitual básico

    QC4. Se a informação contábil-financeira é para ser útil, ela precisa serrelevante e representar com fidedignidade o que se propõe a representar. A

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LEIS_2001/L10303.htm#art2http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LEIS_2001/L10303.htm#art2http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LEIS_2001/L10303.htm#art2http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LEIS_2001/L10303.htm#art2http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LEIS_2001/L10303.htm#art2http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LEIS_2001/L10303.htm#art2

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    utilidade da informação contábil-financeira é melhorada se ela forcomparável, verificável, tempestiva e compreensível.

    3 Ao longo de toda esta Estrutura Conceitual, os termos característicasqualitativas e restrição irão se referir a características qualitativas da informaçãocontábil-financeira útil e à restrição da informação contábil-financeira útil.

    Comentário :

    As características qualitativas foram divididas em duas categorias:

    - Características qualitativas fundamentais (relevância e representaçãofidedigna); e- Características qualitativas de melhoria (comparabilidade,verificabilidade, tempestividade e compreensibilidade)

    Quanto à Restrição mencionada no Pronunciamento, refere-se ao custo de geraras informações.

    CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS FUNDAMENTAIS

    QC5. As características qualitativas fundamentais são relevância erepresentação fidedigna.

    RELEVÂNCIA

    Informação contábil-financeira relevante é aquela capaz de fazerdiferença nas decisões que possam ser tomadas pelos usuários.

    A informação contábil-financeira é capaz de fazer diferença nas decisões se tivervalor preditivo, valor confirmatório ou ambos .

    A informação contábil-financeira tem valor preditivo se puder ser utilizadapelos usuários para predizer futuros resultados . A informação contábil-financeira não precisa ser uma predição ou uma projeção para que possua valor

    preditivo. A informação contábil-financeira com valor preditivo é empregadapelos usuários ao fazerem suas próprias predições.

    A informação contábil-financeira tem valor confirmatório se retro-alimentar – servir de feedback – avaliações prévias (confirmá-las oualterá-las).

    QC10. O valor preditivo e o valor confirmatório da informação contábil-financeira estão inter-relacionados . A informação que tem valor preditivomuitas vezes também tem valor confirmatório . Por exemplo, a informação

    sobre receita para o ano corrente, a qual pode ser utilizada como base parapredizer receitas para anos futuros, também pode ser comparada com predições

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    de receita para o ano corrente que foram feitas nos anos anteriores. Osresultados dessas comparações podem auxiliar os usuários a corrigirem e amelhorarem os processos que foram utilizados para fazer tais predições.

    Materialidade

    QC11. A informação é material se a sua omissão ou sua divulgaçãodistorcida (misstating) puder influenciar decisões que os usuáriostomam com base na informação contábil-financeira acerca de entidadeespecífica que reporta a informação. Em outras palavras, a materialidade éum aspecto de relevância específico da entidade baseado na naturezaou na magnitude , ou em ambos, dos itens para os quais a informação estárelacionada no contexto do relatório contábil-financeiro de uma entidade emparticular.

    Consequentemente, não se pode especificar um limite quantitativo uniformepara materialidade ou predeterminar o que seria julgado material para umasituação particular.

    Comentário:

    A materialidade é um aspecto de relevância específico da entidade, baseado nanatureza ou na magnitude. Ou seja, o que é material para uma empresa podenão ser para outra. Não é possível determinar um valor ou um percentualuniforme para todas as empresas.

    Um item pode ter valor pequeno, mas ser material devido à sua natureza. Porexemplo, se uma grande empresa inicia um novo negócio, este pode ter,originariamente, valor pequeno em relação às operações da empresa. Mas podeter muito potencial de rentabilidade e crescimento, ou de inovação, o que

    justifica a sua materialidade. Por exemplo, quando as empresas começaram afabricar aparelhos de DVD, esse era um negócio pequeno, frente à operação devídeo-cassete (que já estava estabelecida). Após alguns anos, os aparelhos devideo-cassete sumiram, e só restaram os DVD (que estão sumindo também – estão perdendo espaço para os aparelhos de Blu-ray).

    REPRESENTAÇÃO FIDEDIGNA

    QC12. Os relatórios contábil-financeiros representam um fenômeno econômicoem palavras e números. Para ser útil, a informação contábil-financeira não temsó que representar um fenômeno relevante, mas tem também que representarcom fidedignidade o fenômeno que se propõe representar. Para serrepresentação perfeitamente fidedigna, a realidade retratada precisa tertrês atributos. Ela tem que ser completa, neutra e livre de erro . É claro, aperfeição é rara, se de fato alcançável. O objetivo é maximizar referidos

    atributos na extensão que seja possível.

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    Comentário :

    A Representação Fidedigna refere-se a três atributos, precisando ser completa,neutra e livre de erro.

    Para ser completa, a informação deve conter o necessário para que o usuáriocompreenda o fenômeno sendo retratado.

    Para ser neutra , deve estar livre de viés na seleção ou na apresentação, nãopodendo ser distorcida para mais ou para menos.

    Finalmente, ser livre de erros não significa total exatidão, mas sim que oprocesso para obtenção da informação tenha sido selecionado e aplicado livre deerros. No caso de estimativas, ela é considerada como tendo representaçãofidedigna se, além disso, o montante for claramente descrito como sendoestimativa e se a natureza e as limitações do processo forem devidamenterevelados.

    QC16. Representação fidedigna, por si só, não resulta necessariamente eminformação útil. Por exemplo, a entidade que reporta a informação pode receberum item do imobilizado por meio de subvenção governamental. Obviamente, aentidade ao reportar que adquiriu um ativo sem custo retrataria comfidedignidade o custo desse ativo, porém essa informação provavelmente nãoseria muito útil. Outro exemplo mais sutil seria a estimativa do montante pormeio do qual o valor contábil do ativo seria ajustado para refletir a perda pordesvalorização no seu valor (impairment loss). Essa estimativa pode ser umarepresentação fidedigna se a entidade que reporta a informação tiver aplicadocom propriedade o processo apropriado, tiver descrito com propriedade aestimativa e tiver revelado quaisquer incertezas que afetam significativamente aestimativa. Entretanto, se o nível de incerteza de referida estimativa forsuficientemente alto, a estimativa não será particularmente útil. Em outraspalavras, a relevância do ativo que está sendo representado com fidedignidadeserá questionável. Se não existir outra alternativa para retratar a realidadeeconômica que seja mais fidedigna, a estimativa nesse caso deve serconsiderada a melhor informação disponível.

    CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS DE MELHORIA

    QC19. Comparabilidade, verificabilidade, tempestividade ecompreensibilidade são características qualitativas que melhoram autilidade da informação que é relevante e que é representada comfidedignidade. As características qualitativas de melhoria podem também auxiliara determinar qual de duas alternativas que sejam consideradas equivalentes emtermos de relevância e fidedignidade de representação deve ser usada pararetratar um fenômeno.

    COVE TECO

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    COMPARABILIDADE

    QC20. As decisões de usuários implicam escolhas entre alternativas, como, porexemplo, vender ou manter um investimento, ou investir em uma entidade ounoutra. Consequentemente, a informação acerca da entidade que reportainformação será mais útil caso possa ser comparada com informação similarsobre outras entidades e com informação similar sobre a mesma entidade paraoutro período ou para outra data.

    QC21. Comparabilidade é a característica qualitativa que permite que osusuários identifiquem e compreendam similaridades dos itens ediferenças entre eles.

    Diferentemente de outras características qualitativas, a comparabilidade nãoestá relacionada com um único item. A comparação requer no mínimo dois itens.

    QC22. Consistência , embora esteja relacionada com a comparabilidade, nãosignifica o mesmo. Consistência refere-se ao uso dos mesmos métodospara os mesmos itens , tanto de um período para outro considerando a mesmaentidade que reporta a informação, quanto para um único período entreentidades. Comparabilidade é o objetivo; a consistência auxilia a alcançaresse objetivo.

    QC23. Comparabilidade não significa uniformidade . Para que a informaçãoseja comparável, coisas iguais precisam parecer iguais e coisas diferentesprecisam parecer diferentes. A comparabilidade da informação contábilfinanceiranão é aprimorada ao se fazer com que coisas diferentes pareçam iguais ou aindaao se fazer coisas iguais parecerem diferentes.

    VERIFICABILIDADE

    QC26. A verificabilidade ajuda a assegurar aos usuários que ainformação representa fidedignamente o fenômeno econômico que sepropõe representar. A verificabilidade significa que diferentes observadores,cônscios e independentes, podem chegar a um consenso, embora não cheguemnecessariamente a um completo acordo, quanto ao retrato de uma realidadeeconômica em particular ser uma representação fidedigna. Informaçãoquantificável não necessita ser um único ponto estimado para ser verificável.Uma faixa de possíveis montantes com suas probabilidades respectivas podetambém ser verificável.

    TEMPESTIVIDADE

    QC29. Tempestividade significa ter informação disponível paratomadores de decisão a tempo de poder influenciá-los em suas decisões.

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    Em geral, a informação mais antiga é a que tem menos utilidade. Contudo, certainformação pode ter o seu atributo tempestividade prolongado após oencerramento do período contábil, em decorrência de alguns usuários, porexemplo, necessitarem identificar e avaliar tendências.

    COMPREENSIBILIDADE

    QC30. Classificar, caracterizar e apresentar a informação com clareza econcisão torna-a compreensível.

    QC31. Certos fenômenos são inerentemente complexos e não podem serfacilmente compreendidos. A exclusão de informações sobre esses fenômenosdos relatórios contábil-financeiros pode tornar a informação constante emreferidos relatórios mais facilmente compreendida. Contudo, referidos relatóriosseriam considerados incompletos e potencialmente distorcidos (misleading).

    QC32. Relatórios contábil-financeiros são elaborados para usuários que têmconhecimento razoável de negócios e de atividades econômicas e que revisem eanalisem a informação diligentemente.

    Por vezes, mesmo os usuários bem informados e diligentes podem sentir anecessidade de procurar ajuda de consultor para compreensão da informaçãosobre um fenômeno econômico complexo.

    Comentário:

    As Características qualitativas de melhoria são comparabilidade, verificabilidade,tempestividade e compreensibilidade.

    Comparabilidade é a característica qualitativa que permite que os usuáriosidentifiquem e compreendam similaridades dos itens e diferenças entre eles.

    A verificabilidade ajuda a assegurar aos usuários que a informação representafidedignamente o fenômeno econômico que se propõe representar

    Tempestividade significa ter informação disponível para tomadores de decisãoa tempo de poder influenciá-los em suas decisões.

    Compreensibilidade significa que a classificação, a caracterização e aapresentação da informação são feitas com clareza e concisão, tornando-acompreensível. Mas não é admissível a exclusão de informação complexa e nãofacilmente compreensível se isso tornar o relatório incompleto e distorcido.

    As características qualitativas de melhoria devem ser maximizadas na extensãopossível. Entretanto, as características qualitativas de melhoria, quer sejam

    individualmente ou em grupo, não podem tornar a informação útil se ditainformação for irrelevante ou não for representação fidedigna.

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    Restrição de custo na elaboração e divulgação de relatório contábil-financeiro útil

    QC35. O custo de gerar a informação é uma restrição sempre presente naentidade no processo de elaboração e divulgação de relatório contábil-financeiro.O processo de elaboração e divulgação de relatório contábil-financeiro impõecustos, sendo importante que ditos custos sejam justificados pelos benefíciosgerados pela divulgação da informação. Existem variados tipos de custos ebenefícios a considerar.

    O custo para gerar a informação é uma restrição, que impede a geração de todaa informação considerada relevante para o usuário. Assim, é necessária aconsideração da relação custo-benefício da informação, por parte dos órgãosnormatizadores.

    Meus amigos, na aula de hoje era isso o que tínhamos a expor. Para acertaremas questões de prova sobre esta resolução é: leiam, leiam e leiam o máximo quepuderem este CFC (pelo menos umas 10 vezes). Após, tentem compreender demaneira prática, com exemplos contábeis. Por fim, resolvam a maior quantidadede questões sobre o assunto que aparecerem. Fazendo isso, indubitavelmente, oêxito é certo!

    Vamos agora às questões sobre o assunto!

    Um forte abraço e, precisando, estamos à disposição!

    GABRIEL RABELO/LUCIANO ROSA

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    QUESTÕES COMENTADAS– PRINCÍPIOS CONTÁBEIS

    1. (CESPE/Técnico em Contabilidade/PF/2004) A contabilidade, desde seuaparecimento como conjunto ordenado de conhecimentos, com objeto efinalidades definidos, tem sido considerada como arte, como técnica ou comociência, de acordo com a orientação seguida pelos doutrinadores ao enquadrá-lano elenco das espécies do saber humano.

    Hilário Franco. Contabilidade geral. São Paulo: Atlas, 1997, p. 19 (comadaptações).

    Tendo o texto acima por referência inicial e considerando o assunto por eleabordado, julgue o item a seguir.

    Cinco são os princípios fundamentais de contabilidade: registro pelo valororiginal, competência, atualização monetária, prudência e oportunidade.Entidade e continuidade são considerados postulados contábeis.

    Comentários

    Os princípios contábeis hoje existentes, com as modificações provenientes daResolução 1.282/2010 do CFC, são: entidade, registro pelo valor original,continuidade, competência, oportunidade, prudência.

    Gabarito Errado.

    2. (CESPE/Fiscal de Tributos Estaduais/AL/2002) Com relação aosprincípios fundamentais de contabilidade, julgue o item a seguir.

    Na aplicação dos princípios fundamentais de contabilidade a situações concretas,a essência das transações deve prevalecer sobre os aspectos formais.

    ComentáriosSegundo o artigo 1, §2º, da Resolução n. 750/93 do CFC:

    § 2º Na aplicação dos Princípios de Contabilidade há situações concretas e aessência das transações deve prevalecer sobre seus aspectos formais. (Redaçãodada pela Resolução CFC nº. 1.282/10)

    Gabarito Correto.

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LEIS_2001/L10303.htm#art2http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LEIS_2001/L10303.htm#art2http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LEIS_2001/L10303.htm#art2http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LEIS_2001/L10303.htm#art2http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LEIS_2001/L10303.htm#art2

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    3. (CESPE/Fiscal de Tributos Estaduais/AL/2002) Com relação aosprincípios fundamentais de contabilidade, julgue o item a seguir.

    A continuidade ou não da entidade não deve ser necessariamente consideradaquando da classificação e avaliação das mutações patrimoniais quantitativas equalitativas.

    Comentários

    A presunção é sempre a de que a entidade estará em funcionamento contínuo.

    O princípio da continuidade está diretamente ligado à avaliação dos ativos epassivos da empresa.

    Basicamente, todo o ativo fica registrado por valores de entrada . Porexemplo, as máquinas e equipamentos ficam registrados pelos valores que aempresa pagou, menos a depreciação acumulada e eventual ajuste para perdas.Esse critério de avaliação é válido em função da continuidade esperada daempresa.

    Se não houver continuidade (se a empresa for fechar as portas), aí não importamais quanto a empresa pagou pelas máquinas; interessa saber por quanto elasserão vendidas.

    Assim, na ausência de continuidade, saímos de uma contabilidadebasicamente a preços de entrada para uma contabilidade a preços desaída .

    No caso do passivo, se a empresa tiver dívidas a longo prazo e houverdescontinuidade, as dívidas passam a ter vencimento antecipado (ninguém vaificar com dívidas de uma empresa fechada; se houver falência, os credores irãose habilitar junto à massa falida, enfim , vão tomar as providências necessáriaspara receber a dívida).

    Gabarito Errado.

    4. (CESPE/Fiscal de Tributos Estaduais/AL/2002) Com relação aosprincípios fundamentais de contabilidade, julgue o item a seguir.

    A avaliação dos componentes patrimoniais deve ser feita com base nos valoresde entrada, considerando-se como tais os resultantes do consenso com osagentes externos ou da imposição destes.

    Comentários

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    Art. 10. O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para oscomponentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que seapresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutaçõespatrimoniais que alterem o patrimônio líquido.

    A questão, portanto, está correta. O entendimento é o seguinte: quando seapresentarem alternativas válidas para quantificação das mutações patrimoniaisque alterem o PL, escolhe-se o menor valor para o ativo e maior valor parao passivo . Assim, se é possível que a conta clientes fique avaliada pelo total devendas, no montante de R$ 100.000,00, e é possível também estimar que 5%desses valores não serão recebíveis, deveremos fazer a provisão adequada, emhomenagem ao princípio da prudência.

    Gabarito Correto.

    9. (CESPE/Agente de Polícia Federal/2012) Julgue o item que se segue, arespeito dos princípios de contabilidade.

    Segundo o princípio da oportunidade, é necessário ponderar a relação entre aoportunidade e a confiabilidade da informação, pois a falta de integridade etempestividade na produção e na divulgação da informação contábil podeocasionar a perda de sua relevância.

    Comentários

    Art. 6º O Princípio da Oportunidade refere-se ao processo de mensuração eapresentação dos componentes patrimoniais para produzir informações íntegrase tempestivas .

    Parágrafo único. A falta de integridade e tempestividade na produção e nadivulgação da informação contábil pode ocasionar a perda de sua relevância, porisso é necessário ponderar a relação entre a oportunidade e a confiabilidade dainformação. (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1.282/10)

    Este princípio também ganhou nova roupagem, mais enxuta. A informaçãocontábil necessita ser TEMPESTIVA E ÍNTEGRA (essas são as duas palavraschaves). A tempestividade ajuda de modo consistente na produção deinformação para a tomada de decisões acertadas. Quanto mais tempestiva(rápida) uma informação, mais subjetiva ela se torna, uma vez que a rápidaprodução de uma informação contábil pode estar desprovida de elementos queprovem sua integridade e confiabilidade, e vice-versa. Por exemplo, uma S/Aanuncia a venda de uma filial no momento em seguida à realização da venda(logo após fechar o negócio). O anúncio é feito verbalmente na imprensa, semexplicar pormenorizadamente a situação. Essa informação foi tempestiva (atédemais), porém, não foi íntegra, pois não se pautou em documentos, notas,contratos, que são documentos que garantiriam a fidedignidade da informação

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LEIS_2001/L10303.htm#art2http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LEIS_2001/L10303.htm#art2http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LEIS_2001/L10303.htm#art2

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    A observância do princípio da continuidade é indispensável à correta aplicaçãodo princípio da competência.

    Comentários

    O princípio da continuidade é indispensável à correta aplicação do princípio dacompetência, por efeito de se relacionar diretamente à quantificação doscomponentes patrimoniais e à formação do resultado, e de constituir dadoimportante para aferir a capacidade futura de geração de resultado. Assim,devemos apropriar receitas e despesas no resultado no pressuposto de que aentidade continuará funcionando.

    Gabarito Correto.

    12. (CESPE/Analista Judiciário/Contabilidade/TRE/RJ/2012) O ConselhoFederal de Contabilidade e o Comitê de Pronunciamentos Contábeis sãoresponsáveis pela elaboração das normas contábeis comumente aceitas. Sobreessas normas, julgue o item que se segue.

    De acordo com o princípio da competência, todas as variações patrimoniaisdevem ser registradas de imediato e com a extensão correta,independentemente das causas que as originaram.

    Comentários

    O item está incorreto, uma vez que se refere ao princípio da oportunidade e nãoao princípio da competência.

    Gabarito Errado.

    13. (CESPE/Analista Judiciário/Contabilidade/TRE/RJ/2012) O ConselhoFederal de Contabilidade e o Comitê de Pronunciamentos Contábeis sãoresponsáveis pela elaboração das normas contábeis comumente aceitas. Sobre

    essas normas, julgue o item que se segue.O princípio do registro pelo valor original deve ser determinante, quando houver

    dúvida entre a sua aplicação e a aplicação do princípio da prudência.

    Comentários

    Nos termos da Resolução n. 750/93, o princípio da prudência determina aadoção do menor valor para componentes do ativo e maior para o passivo.Todavia, quando há condições para se aplicar o princípio do registro pelo valororiginal, desnecessária resta a aplicação do princípio da prudência.

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    Gabarito Correto.

    14. (CESPE/TRE MS/Analista/Contabilidade/2013) No mês de dezembrode 2012, em uma empresa hipotética, ocorreram os fatos descritos a seguir.

    • despesa de janeiro de 2013, paga em dezembro de 2012 = R$ 1.000,00; • despesa de dezembro de 2012, a ser paga em janeiro de 2013 = R$ 2.000,00;• despesa de dezembro de 2012, paga em novembro de 2012 = R$ 4.000,00; • receita de janeiro de 2013, recebida em dezembro de 2012 = R$ 5.000,00; • receita de dezembro de 2012, a ser recebida em janeiro de 2013 = R$6.000,00;• receita de dezembro de 2012, recebida em dezembro de 2012 = R$ 8.000,00.

    De acordo com os princípios de contabilidade, na situação hipotética acimadescrita, o resultado da empresa em dezembro de 2012 foi igual aa) R$ 12.000,00.b) R$ 14.000,00.c) R$ 6.000,00.d) R$ 8.000,00.e) R$ 10.000,00.

    Comentários

    De acordo com o princípio da competência, as receitas e despesas devem sercomputadas quando incorridas, independentemente de pagamento ourecebimento. Assim, para apuração do resultado teremos:

    - Receita de dezembro de 2012, a ser recebida em janeiro de 2013 = R$6.000,00;- Receita de dezembro de 2012, recebida em dezembro de 2012 = R$ 8.000,00.- Despesa de dezembro de 2012, a ser paga em janeiro de 2013 = R$ 2.000,00;- Despesa de dezembro de 2012, paga em novembro de 2012 = R$ 4.000,00;

    Assim, temos: 6.000,00 + 8.000,00 - 2.000,00 - 4.000,00 = 8.000,00.Gabarito D.

    15. (CESPE/Técnico de atividades de meio ambiente/IBRAM/2009) Considere a situação em que a administração de determinada entidade contábiltenha admitido um empregado. Sabendo-se que esse empregado irá trabalhar egerar despesas certas, é correto que o seu salário seja registrado no momentode sua admissão, tendo em vista o princípio da oportunidade.

    Comentários

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    O item está incorreto. A administração de um empregado é apenas um atoadministrativo, não gera efeito no patrimônio. O reconhecimento de umadespesa de salário é feito no último dia do mês, segundo o princípio dacompetência.

    Gabarito Errado

    16. (CESPE/Embasa/2009) O princípio da competência significa que os fatosdevem ser reconhecidos no patrimônio, isto é, registrados contabilmenteindependentemente do recebimento ou pagamento.

    Comentários

    O item está correto. Trata-se da correta sistemática do regime de competência.Gabarito Correto.

    17. (CESPE/Auditor do Estado/Secont/ES/2009) A fim de atingir seusobjetivos, as demonstrações contábeis devem ser preparadas em conformidadecom o regime de caixa. Segundo esse regime, os efeitos das transações e outroseventos são reconhecidos quando são recebidos ou pagos.

    ComentáriosO item está incorreto. O CPC 00 (Estrutura conceitual básica) reza que asdemonstrações contábeis devem ser preparadas sob a égide do regime decompetência. De igual maneira prescreve a Lei 6.404/76, ao dispor:

    Art. 177. A escrituração da companhia será mantida em registros permanentes,com obediência aos preceitos da legislação comercial e desta Lei e aos princípiosde contabilidade geralmente aceitos, devendo observar métodos ou critérioscontábeis uniformes no tempo e registrar as mutações patrimoniais segundo

    o regime de competência .Gabarito Errado.

    18. (CESPE/PC/ES/Perito Criminal/2011) Com respeito aos princípioscontábeis fundamentais, conforme normatizados pelo Conselho Federal deContabilidade, julgue os itens a seguir.

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    O reconhecimento dos fatos contábeis apenas por ocasião de seu efetivorecebimento ou pagamento é prática condenável na contabilidade brasileira,tendo em vista que viola o princípio da competência contábil.

    Comentários

    O item está incorreto.

    O regime a se utilizar na contabilidade é o da competência, que contabilizareceitas e despesas quando incorridas.

    Todavia, as micro e pequenas empresas podem se utilizar do regime de caixa .

    Dispõe a Resolução n. 94 do Comitê Gestor do Simples Nacional que:

    Art. 61. A ME ou EPP optante pelo Simples Nacional deverá adotar para osregistros e controles das operações e prestações por ela realizadas: (LeiComplementar n º 123, de 2006, art. 26, §§ 2 º e 4 º )

    I - Livro Caixa, no qual deverá estar escriturada toda a sua movimentaçãofinanceira e bancária;

    (...)

    § 3 º A apresentação da escrituração contábil, em especial do Livro Diário e doLivro Razão, dispensa a apresentação do Livro Caixa.O livro caixa escritura receitas e despesas conforme haja pagamento ourecebimento. Por seu turno, livros diário e razão coadunam com o princípio dacompetência. Portanto, a questão tomou como absoluto algo que comporta umapequena exceção.

    Questão confusa, gerou muitos comentários, porém, incorreta.

    Gabarito Errado.

    19. (CESPE/Técnico em Contabilidade/TJ ES/2011) Apesar de suarelevância, o princípio da competência não prevalece sobre os demais princípioscontábeis.

    Comentários

    O item está correto. Não há hierarquia entre os princípios contábeis. Ainterpretação entre eles deve se dar de maneira harmônica.

    Gabarito Correto.

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    20. (CESPE/Analista/MPU/2010) Para o Conselho Federal de Contabilidadebrasileiro, os conceitos de entidade contábil e de continuidade, mais do queprincípios, são postulados, axiomas com base nos quais se constrói a teoriacontábil.

    Comentários

    O item está incorreto. O CFC, através da Resolução de n. 750/93, apenas põe aentidade e a continuidade como princípios, não os elevando à categoria depostulados ou axiomas.

    Gabarito Errado.

    21. (CESPE/Analista/TRE/ME/2010) Determinada indústria foi contratadano mês de janeiro/20X3 para montar um computador de grande porte paraentrega futura. Em março/20X3, o contratante adiantou-lhe 60% do preço docomputador para aquisição de peças e acessórios necessários ao início damontagem dos acabamentos do equipamento. No final de abril/20X3, acontratada já estava com o hardware encomendado em fase de testes eembalagem. No início de junho/20X3, foi feita a entrega do computador aoencomendante, mediante o recebimento de 10% do preço acordado. Osrestantes 30% foram pagos pelo cliente no mês de agosto/20X3.

    Nessa situação, de acordo com os princípios fundamentais de contabilidade, oreconhecimento da receita de vendas na referida indústria deve sercorretamente feito no mês de:

    a) janeiro.b) março.c) abril.d) junho.e) agosto.

    Comentários

    Pelo regime de competência, as receitas e despesas devem ser reconhecidasquando incorridas. No caso da venda de mercadorias, o reconhecimento dareceita se dá com a tradição, isto é, a entrega da mercadoria ao cliente, quandohá transferência da propriedade. Com efeito, a receita deverá ser reconhecidaem junho.

    Gabarito D.

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    22. (CESPE/Analista Judiciário/Contabilidade/TJ/RO/2012) Aobservância dos princípios de contabilidade é obrigatória no exercício daprofissão e constitui condição de legitimidade das normas brasileiras decontabilidade. Nesse sentido, é correto afirmar que o princípio da oportunidade:

    a) determina que os efeitos das transações e outros eventos sejam reconhecidosnos períodos a que se referem, independentemente do recebimento oupagamento.b) estabelece a adoção do menor valor para os componentes do ativo e do maiorpara os do passivo, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidaspara a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimôniolíquido.c) reconhece o patrimônio como objeto da contabilidade e afirma a autonomiapatrimonial, a necessidade de diferenciar um patrimônio particular no universodos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, aum conjunto de pessoas, a uma sociedade ou instituição de qualquer naturezaou finalidade, com ou sem fins lucrativos.d) refere-se ao processo de mensuração e apresentação dos componentespatrimoniais para produzir informações íntegras e tempestivas.e) pressupõe que a entidade continuará em operação no futuro e, portanto, amensuração e a apresentação dos componentes do patrimônio consideram essacircunstância.

    Comentários

    Analisemos item a item. A questão quer saber acerca do princípio daoportunidade. Ele...

    a) determina que os efeitos das transações e outros eventos sejamreconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente dorecebimento ou pagamento.

    O item está incorreto, já que se refere ao princípio da competência.

    b) estabelece a adoção do menor valor para os componentes do ativo e

    do maior para os do passivo, sempre que se apresentem alternativasigualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais quealterem o patrimônio líquido.

    O item está incorreto, já que se refere ao princípio da prudência.c) reconhece o patrimônio como objeto da contabilidade e afirma aautonomia patrimonial, a necessidade de diferenciar um patrimônioparticular no universo dos patrimônios existentes, independentementede pertencer a uma pessoa, a um conjunto de pessoas, a uma sociedadeou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem finslucrativos .

  • 8/16/2019 Aula 00 - Contabilidade Do Estrategia

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    Contabilidade Geral para Auditor Fiscal do Trabalho Teoria e exercícios comentados

    Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa – Aula 00

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    O item está incorreto, já que se refere ao p