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    ADMINISTRAO PARA STN (TEORIA E EXERCCIOS)

    PROFESSOR: ABELARDO NEVES

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    Administrao para STN

    Aula 01

    Professor: Abelardo Neves

    ndice

    1. Apresentao................................................................................... 2

    2. Teorias administrativas ............................................................... 2

    2.1. Abordagem Clssica ...................................................... 62.1.1. Administrao Cientfica ............................................................ 72.1.2. Teoria Clssica da Administrao ............................................... 14

    2.2. Abordagem Humanstica .............................................. 262.2.1. Teoria das Relaes Humanas ................................................... 27

    2.3. Abordagem Burocrtica ................................................ 323.Lista de Questes ......................................................................... 71

    4. Gabarito .......................................................................................... 81

    5. Bibliografia ..................................................................................... 82

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    1. Apresentao

    Ol pessoal,

    Bem-vindos aula 01 do curso de Administrao para o concurso da STN!

    Na aula demonstrativa, fizemos uma introduo ao mundo administrativo.

    Assimilados os conceitos iniciais, vamos, na aula de hoje, comear a estudar a

    evoluo da Administrao como Cincia, entendendo como as diversas

    escolas administrativas contriburam para a construo dos conceitos que as

    organizaes utilizam de forma to natural no mundo atual.

    Vamos ento comear a construir a sua aprovao na STN?

    2. Teorias administrativas

    Pessoal, vocs j devem ter percebido que vivemos hoje numa sociedade de

    organizaes.

    Hoje, praticamente todas as necessidades humanas so satisfeitas atravs das

    organizaes.

    Ns nascemos dentro de organizaes (os hospitais), crescemos dentro delas

    (escolas, cursos, clubes, etc.), compramos nelas nossas necessidades

    materiais (livrarias, lojas de roupas, agncia de viagens, concessionrias de

    automveis, lojas de mveis, etc.), ou obtemos atravs delas necessidades

    no materiais (as organizaes religiosas, por exemplo), investimos nelas

    nosso dinheiro poupado (bancos e demais instituies financeiras), nelas nos

    informamos sobre tudo que acontece no mundo (jornais e empresas de

    comunicao na internet), entre muitas outras utilidades produzidas pelos

    diversos tipos de organizaes.

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    Mas nem sempre foi assim.

    As empresas complexas, estruturadas, competitivas e profissionais que

    conhecemos hoje so muito diferentes dos primeiros empreendimentos

    humanos.

    As ferramentas administrativas que as empresas privadas e os governos

    municipais, estaduais e o governo federal utilizam hoje com naturalidade

    tambm so muito diferentes do que se praticava h no muito tempo atrs.

    Na antiguidade e na idade mdia a variedade de produtos e servios era

    menor. Os produtos, por mais que fossem revolucionrios na poca em que

    foram inventados, eram relativamente simples em sua estrutura e podiam, em

    sua maioria, ser produzidos por uma nica pessoa. No existiam mercados

    competitivos para os produtos comercializados e os donos dos negcios no

    tinham que se preocupar em inovar nos produtos para conquistar e manter

    clientes.Aps a Revoluo Industrial, o paradigma dos empreendimentos humanos

    mudou radicalmente.

    Os produtos e servios aumentaram de complexidade com o tempo. As

    mquinas e equipamentos possibilitaram a produo em larga escala dos

    produtos, que se tornaram mais intensivos em tecnologia e tambm em mo-

    de-obra.

    J no era possvel gerenciar empreendimentos que exigiam uma massa

    enorme de recursos materiais humanos de forma emprica. J no era mais

    possvel o improviso, a intuio. Eram necessrios tcnicas e princpios que

    possibilitassem gerenciar as organizaes de forma profissional. Era preciso

    sistematizar estes conhecimentos. Era necessria uma Cincia da

    Administrao.

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    O mundo passou ento da forma de produo artesanal, onde uma nica

    pessoa realizava todas as etapas do processo produtivo, desde a captao damatria-prima at a venda do produto, pois os produtos e servios eram

    relativamente simples, para a forma de produo atual, com produtos e

    servios de alto valor agregado, com etapas numerosas e altamente

    especializadas, onde impossvel para um nico ser humano realizar todas as

    etapas necessrias produo.

    As etapas do processo produtivo aumentaram em quantidade e qualidade,

    fazendo surgir um processo produtivo mais complexo, tendo em vista o

    aumento do grau de complexidade dos produtos.

    Os produtos e servios j no podiam ser criados por indivduos, mas apenas

    por grandes associaes de pessoas e recursos, as organizaes. Estas

    organizaes passaram a empregar muitas pessoas e a envolver muitos

    recursos financeiros e tecnolgicos. J havia muitas partes interessadas

    (stakeholders) nos negcios das empresas, mesmo poca da Revoluo

    Industrial.

    Eram os scios, interessados na lucratividade do negcio; as famlias dos

    trabalhadores, interessados no salrio, nos benefcios e na melhoria das

    condies de trabalho; fornecedores, concorrentes, o Governo, entre outros. J

    no era possvel gerir uma empresa no improviso.

    A Revoluo Industrial foi, portanto, o grande marco que exigiu uma mudana

    de paradigma na gesto de empreendimentos humanos. Esta revoluo trouxe

    humanidade muito mais do que evoluo tecnolgica. Trouxe tambm

    necessidade de se administrar profissionalmente os recursos e as pessoas, a

    fim de obter resultados eficientes e eficazes. Os stakeholders precisavam de

    resultados que s a Administrao profissional podia proporcionar.

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    2.1. Abordagem Clssica

    Apesar das vrias contribuies das civilizaes e empreendimentos ao longo

    da antiguidade, da idade mdia e parte da idade moderna, que citamos

    anteriormente, apenas na virada para o sculo XX ocorreu, de forma pioneira,

    a iniciativa de compilar e pensar, de forma cientfica, no trabalho e nos

    empreendimentos humanos.

    Aps centenas de anos de conhecimento prtico sendo transmitido de gerao

    em gerao, pela primeira vez se colocavam no papel princpios, tcnicas e

    conhecimento sobre o trabalho do homem e sobre as organizaes onde este

    trabalho executado, e a Administrao saiu do plano exclusivamente prtico

    para adentrar tambm no plano terico.

    Surgia, ento, no incio do sculo XX, a Administrao como Cincia, graas ao

    trabalho de pioneiros, que construram o que se denomina hoje de

    Abordagem Clssica.

    A Abordagem Clssica foi construda de uma lado pela Escola da Administrao

    Cientfica, com foco na varivel tarefa, desenvolvida nos Estados Unidos porum grupo de pesquisadores liderados pelo engenheiro Frederick Winslow

    Taylor; e de outro lado pela corrente da Teoria Clssica, com foco na varivel

    estrutura, liderada pelo engenheiro francs Henry Fayol.

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    2.1.1. Administrao Cientfica

    Pessoal, depois que entendemos a origem e a motivao para o surgimento de

    uma teoria formal da Administrao, vamos entender as principais ideias

    disseminadas pelos pioneiros que criaram a Administrao como Cincia.

    Este primeiro grupo de estudiosos que teve a iniciativa de colocar no papel os

    conceitos administrativos foram os integrantes da chamada Teoria da

    Administrao Cientfica. Este nome deve-se ao fato de que seus tericos

    desejavam aplicar os mtodos da Cincia aos problemas de administrao nas

    empresas. Chiavenato (2012) ensina que os principais mtodos cientficos

    aplicveis aos problemas da Administrao so a observao e a mensurao.

    Esta corrente terica foi desenvolvida por diversas pessoas, mas uma delas se

    destaca por ser considerado o lder e principal mentor do movimento:

    Frederick Winslow Taylor.

    Considerado por muitos o pai da Cincia da Administrao, este engenheiro

    americano liderou o movimento denominado Administrao Cientfica. Teve

    Abordagem

    clssica da

    Administrao

    Administrao

    CientficaFoco nas tarefas

    Teoria Clssica Foco na estrutura

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    diversos seguidores, como Gantt, Gilbreth, Ford, entre outros, que

    contriburam com teorias ou observaes pr

    primeiro corpo de teorias que podiam ser aplicadas para resolver a questo

    fundamental para a Administrao da poca: o problema da eficincia.

    Lembram que na aula demonstrativa estudamos o conceito de eficincia?

    Pois bem, a grande preocupao era como tornar os recursos produtivos mais

    eficientes, de forma a tornar os empreendimentos da

    frente concorrncia que comeava a aparecer nos mais diversos setores da

    economia.

    O grande mrito destes pio

    Taylor, foi de, pela primeira vez na histria, fazer uma anlise sistemtica do

    trabalho, elencando princpios e tcnicas para formao de uma verdad

    Cincia da Administrao.estudamos as cinco variveis administrativas bsicas?

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    diversos seguidores, como Gantt, Gilbreth, Ford, entre outros, que

    contriburam com teorias ou observaes prticas que ajudaram a constituir o

    primeiro corpo de teorias que podiam ser aplicadas para resolver a questo

    fundamental para a Administrao da poca: o problema da eficincia.

    Lembram que na aula demonstrativa estudamos o conceito de eficincia?

    em, a grande preocupao era como tornar os recursos produtivos mais

    eficientes, de forma a tornar os empreendimentos da poca mais lucrativos,

    concorrncia que comeava a aparecer nos mais diversos setores da

    destes pioneiros da Administrao Cientifica, liderados por

    Taylor, foi de, pela primeira vez na histria, fazer uma anlise sistemtica do

    trabalho, elencando princpios e tcnicas para formao de uma verdad

    Cincia da Administrao. Vocs lembram que na aula demonstrativa nsestudamos as cinco variveis administrativas bsicas? Vamos rev

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    diversos seguidores, como Gantt, Gilbreth, Ford, entre outros, que

    ticas que ajudaram a constituir o

    primeiro corpo de teorias que podiam ser aplicadas para resolver a questo

    fundamental para a Administrao da poca: o problema da eficincia.

    Lembram que na aula demonstrativa estudamos o conceito de eficincia?

    em, a grande preocupao era como tornar os recursos produtivos mais

    poca mais lucrativos,

    concorrncia que comeava a aparecer nos mais diversos setores da

    neiros da Administrao Cientifica, liderados por

    Taylor, foi de, pela primeira vez na histria, fazer uma anlise sistemtica do

    trabalho, elencando princpios e tcnicas para formao de uma verdadeira

    demonstrativa nsVamos rev-las:

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    Pois bem, veremos na aula de hoje que as escolas administrativas mudam sua

    abordagem na medida em que focam uma ou mais de uma dessas variveis.

    A teoria pioneira da Administrao Cientfica, particularmente, focou a varivel

    tarefa. Isto quer dizer que o foco foi em como melhor realizar as atividades

    que as pessoas executam no dia a dia do trabalho.

    A preocupao dos tericos da Administrao Cientfica foi, portanto, tornar o

    trabalho individual mais eficiente, e por isso o estudaram, de forma cientfica,a melhor forma de executar o trabalho (the best way, na linguagem dos

    tericos).

    Este estudo sistemtico do trabalho denominou-se Organizao Racional do

    Trabalho (ORT). Neste sentido, a abordagem da Administrao Cientfica foi de

    baixo para cima (do operacional para a gerncia) e das partes para o todo.

    Num primeiro momento, portanto, a preocupao foi com a questo salarial.

    Se por um lado os empregadores desejavam que os empregados produzissem

    cada vez mais, por outro lado diminuam cada vez mais o valor por pago por

    pea, medida que a produo atingia nveis superiores.

    Chegava-se ento a um impasse, pois no era vantajoso ao trabalhadorproduzir em nveis acima da mdia se, a partir de ento, recebia menos pelas

    peas adicionais.

    Na poca j se pensava em alternativas, tais como a participao dos

    empregados nos lucros da empresa, mas tambm se reconheciam as

    deficincias deste sistema, como, por exemplo, a influncia de fatores externos

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    empresa nos seus resultados, que poderiam, consequentemente, afetar o

    valor pago ao trabalhador.

    Para resolver o impasse, Taylor props o estudo cientfico do tempo ideal de

    realizao de atividades. Foi o chamado estudo dos tempos.

    Basicamente, se decompunham as atividades em seus movimentos bsicos, e

    para cada movimento se cronometrava o tempo mdio de realizao,

    chegando-se ento a tempos padres, abaixo dos quais o trabalhador deveriaser recompensado. A preocupao inicial foi, portanto, apenas com o tempo, e

    no com a forma como o trabalho era realizado, o mtodo.

    Na chamada segunda fase, os tericos da Administrao Cientfica comearam

    a se preocupar com a questo do mtodo, ou da forma como o trabalho era

    realizado. Estudavam-se as melhores ferramentas, equipamentos, bem como

    quais os melhores movimentos para a execuo das atividades e a ordem emque deveriam ser executados.

    Ao chamado estudo dos tempos adicionou-se o estudo dos movimentos,

    gerando o que se conhece hoje como estudo dos tempos e movimentos.

    Nesta poca Taylor prope tambm princpios de administrao, aplicveis s

    organizaes.

    A preocupao, nesta segunda fase, portanto, transcende a questo do

    trabalho individual e vai at o funcionamento da administrao como um todo.

    Na terceira fase Taylor estabelece objetivos para a organizao como um todo,

    bem como a necessidade de separar o trabalho da administrao.

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    Algumas proposies e aspectos da ORT, desenvolvida pelos tericos da

    Administrao Cientfica, merecem destaque:

    Estudo da fadiga humana: o engenheiro americano Frank Gilbreth estudou

    os efeitos da fadiga na produtividade do operrio. Chegou concluso que a

    fadiga um redutor da eficincia, devendo ser reduzida e evitada. Para isso

    Gilbreth elencou princpios de economia de movimentos relativos ao corpo

    humano; ao arranjo material do local de trabalho; e ao desempenho das

    ferramentas e do equipamento. O objetivo era racionalizar os movimentos,eliminado os que produzem fadiga e os que no esto diretamente

    relacionados com a tarefa executada pelo trabalhador.

    Diviso do trabalho e especializao do operrio: A questo da

    necessidade da diviso e especializao do trabalho, com o objetivo de

    aumentar a produtividade individual, e, consequentemente, da empresa, foi

    enfatizada pelos tericos da Administrao. Esta questo enfatizada pelaAdministrao Cientfica possui aplicaes importantes at hoje, e ser

    detalhada na aula 03 do nosso curso.

    Desenho de cargos e tarefas: Hoje o ramo da Administrao denominado

    Gesto de Pessoas possui conhecimentos consolidados sobre o chamado

    desenho de cargos. Mas foram os pioneiros da Administrao Cientfica que

    pela primeira vez colocaram no papel conceitos iniciais sobre este tema. Napoca, o objetivo era contrrio ao atual. Hoje, prega-se o enriquecimento de

    tarefas, de modo que as pessoas desenvolvam cada vez mais suas

    competncias. No incio do sculo XX o objetivo era simplificar ao mximo o

    conjunto de tarefas de cada cargo, possibilitando, entre outras vantagens, a

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    contratao de empregados menos qualificados, com salrios menores, mais

    facilmente supervisionados, gerando a possibilidade de superespecializao nas

    atividades rotineiras a que eram designados.

    Conceito de homo economicus: A Administrao Cientfica possui uma viso

    limitada do ser humano, a chamada viso do Homem Econmico. Esta viso

    supe que o ser humano motiva-se para o trabalho apenas por recompensas

    materiais. Supe tambm que o trabalhador tem capacidade intelectual

    limitada e precisa ser constantemente controlado e monitorado pelaadministrao, que deve ser exercida exclusivamente pelos gerentes.

    Superviso funcional: Pessoal, esta outra proposta importante a ser

    destacada no estudo da Administrao Cientfica.

    Taylor e seus seguidores eram contrrios centralizao da autoridade, ou

    seja, cada trabalhador no deveria se reportar a apenas uma chefia imediata,mas a cada supervisor especialista de uma determinada rea tcnica da

    empresa (finanas, produo, logstica, etc.), que possua os conhecimentos

    prticos necessrios para dizer, em ltima instncia, o que deveria ou no ser

    feito numa determinada situao de trabalho. Cada supervisor possui a

    chamada autoridade funcional, ou seja, apenas relativa sua especialidade.

    Trata-se, portanto, de uma autoridade parcial e relativa.

    Esta concepo de vrios supervisores para cada trabalhador recebeu muitas

    crticas, pois argumenta-se que um trabalhador no pode subordinar-se a dois

    ou mais chefes. Os que criticam a superviso funcional propem o chamado

    princpio da unidade de comando, segundo o qual cada trabalhador responde a

    apenas um chefe imediato.

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    Pessoal, preciso ter em mente que as teorias administrativas no foram

    totalmente substitudas pelas que lhes sucederam, mas foram adaptadas ao

    contexto organizacional atual, de forma que a Administrao Cientfica possui

    aplicaes ainda hoje.

    Um exemplo de aplicao atual da Administrao Cientfica este princpio da

    superviso funcional, que at hoje defendido por alguns tericos que prope

    a forma de organizao matricial para a estrutura da empresa, conforme

    veremos na aula 04, sobre departamentalizao.

    A anlise crtica que podemos fazer que a Administrao Cientfica contribui

    decisivamente para a construo da conscincia sobre a necessidade de tornar

    o trabalho eficiente, mas falhou ao desconsiderar as demais variveis

    administrativas (pessoas, estrutura, ambiente, etc.), apresentando uma viso

    limitada sobre a organizao.

    A viso do ser humano foi limitada, bem como a viso da empresa foi de

    sistema fechado, pois no foram consideradas as diversas interaes possveis

    das empresas com as suas mais diversas partes interessadas, as quais

    chamamos hoje de stakeholders (lembram da aula demonstrativa?).

    Chegamos concluso, portanto, de que, assim como ocorreu com as demais

    teorias administrativas, os conceitos apresentados pela Teoria daAdministrao Cientfica no caram em desuso, mas continuam a ser aplicados

    com outra abordagem, em outro contexto, devendo, pois, ser adaptados e

    aplicados de forma sistmica, consideradas, portanto, as demais variveis

    administrativas e as teorias que sobre elas surgiram.

    Vejamos um quadro com um resumo das principais caractersticas e crticas

    Teoria da Administrao Cientfica:

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    Teoria da Administrao Cientfica

    Proposies Crticas

    Foco na varivel tarefas Abordagem de sistema fechado

    Estudo dos tempos e movimentos,

    diviso do trabalho e

    especializao do operrio

    Viso limitada da organizao

    Superviso funcional Viso limitada do homem

    Conceito de homo economicusViso incompleta por desconsiderar a

    organizao informal

    Carter normativo e prescritivo

    2.1.2. Teoria Clssica da Administrao

    Vimos hoje que a Teoria Clssica da Administrao compe, junto com a

    Administrao Cientfica, a Abordagem Clssica da Administrao.

    Enquanto Taylor e outros tericos desenvolviam os conceitos da Administrao

    Cientfica, um outro engenheiro, francs, chamado Henri Fayol, desenvolvia

    com colaboradores uma teoria administrativa que focava a varivel

    administrativa estrutura.

    Segundo Bowditch e Buono (2011), os estudiosos da Teoria Clssica,

    baseando-se em raciocnio dedutivo, examinaram certas formas de

    organizao, como a eclesistica e a militar, e concluram que havia algumas

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    dimenses bsicas da estrutura organizacional e caractersticas da

    administrao que eram comuns a todas as organizaes.

    Fayol se preocupou em analisar a empresa como um todo, em como seus

    departamentos deveriam ser organizados, quais funes a estrutura

    organizacional deveria abarcar (produo, finanas, contabilidade, etc.), bem

    como o estudo de princpios aplicveis s situaes de trabalho. A abordagem

    da Teoria Clssica foi, portanto, global, sistemtica, estrutural, de cima para

    baixo e do todo para as partes, oposta abordagem operacional e analtica dotrabalho, de Taylor.

    O objetivo da Teoria Clssica era o mesmo da Administrao Cientfica,

    aumentar a eficincia das organizaes, mas as proposies e os enfoques

    foram outros.

    Como j vimos hoje, o caminho proposto pela Administrao Cientfica paraaumentar a eficincia da organizao foi racionalizar o trabalho individual e,

    atravs da soma da eficincia de cada trabalhador, atingir resultados globais

    superiores. Estudamos que foi uma viso das partes para o todo, e de baixo

    para cima. Por isso pode-se dizer que a varivel chave para a Administrao

    Cientfica foi a tarefa.

    J a Teoria Clssica, ao contrrio, parte do todo organizacional, da estrutura ede princpios gerais que devem guiar a atuao do administrador profissional.

    A anlise da Teoria Clssica, portanto, parte do todo para as partes, do macro

    para o micro, de cima para baixo.

    Vejamos algumas ideias centrais na teoria desenvolvida por Fayol e os demais

    colaboradores da Teoria Clssica.

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    Funes bsicas da empresa

    Para Fayol, toda empresa apresenta seis funes:

    - Funes tcnicas;

    - Funes comerciais;

    - Funes financeiras;

    - Funes de segurana;

    - Funes contbeis;- Funes administrativas.

    Para Fayol, as funes administrativas tem o objetivo de formular o programa

    de ao geral da empresa, coordenando os esforos de todas as demais

    funes da empresa na busca dos objetivos da instituio. Para ele, as funes

    administrativas tem relevncia sobre as demais funes, estando

    hierarquicamente superior a elas no organograma empresarial, justamente porexercerem esta funo de planejamento geral e coordenao dos esforos e

    objetivos.

    Funesadministrativas

    Funes

    tcnicas

    Funes

    comerciais

    Funes

    financeiras

    Funes de

    segurana

    Funes

    contbeis

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    Percebam que naquela poca Fayol j previa formalmente as reas da

    organizao que hoje conhecemos por outros nomes, como marketing e

    operaes, por exemplo, mas esqueceu de prever uma rea especfica para a

    gesto de pessoas, justamente por no ter focado a importante varivel

    administrativa relativa s pessoas. As funes administrativas foram

    descritas por Fayol como elementos da administrao, compondo o que

    hoje chamamos de processo administrativo, tema que j introduzimos na

    aula demonstrativa.

    Processo administrativo

    Lembram que na aula demonstrativa ns estudamos o chamado processo

    administrativo? Para quem no lembra, vejamos novamente as quatro etapas

    bsicas que compe o ato de administrar:

    Pois bem, esta configurao composta pelas funes planejamento,

    organizao, direo e controle a mais utilizada atualmente, porm j houve

    Planejamento

    Organizao

    Direo

    Controle

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    outras propostas de configurao para estas etapas, e uma das primeiras foi

    proposta por Fayol, na Teoria Clssica.

    Segundo Fayol, as funes administrativas, ou elementos da

    administrao, so as seguintes: Previso, Organizao, Comando,

    Coordenao e Controle, ou POCCC.

    As funes administrativas ou elementos da administrao para Fayol so,

    portanto, o que chamamos hoje de processo administrativo.

    Percebam que h uma semelhana entre as etapas do processo administrativo

    propostas por Fayol e a configurao mais utilizada atualmente.

    A previso de Fayol seria equivalente ao atual planejamento; a organizao foi

    mantida; o comando e a coordenao de Fayol constituem a atual direo; e o

    controle foi mantido.

    O processo administrativo, seja na configurao de Fayol, seja na configurao

    padro atual, faz parte do trabalho administrativo em qualquer nvel

    hierrquico da organizao.

    Estrutura organizacional, Diviso do trabalho e Coordenao

    Houve na Teoria Clssica uma grande preocupao com estrutura da

    organizao, ou seja, em como dividir as tarefas em departamentos e depois

    integr-los atravs da coordenao.

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    Tratar racionalmente a organizao, portanto, envolve, num primeiro

    momento, uma adequada diviso do trabalho e correspondente especializao

    das partes que a constituem, e depois a coordenao necessria para integrar

    as diversas partes que compem o todo organizacional. Diviso do trabalho

    e coordenaoso dois lados de uma mesma moeda e devem coexistir para

    garantir a estrutura e a dinmica necessrias aos objetivos organizacionais,

    como veremos a seguir.

    A organizao atravs da diviso do trabalho tem a ver com a parte esttica,

    com a prpria estrutura, em como as diversas funes de uma empresa

    (produo, distribuio, finanas) se dividem em rgos e cargos.

    Alm da parte esttica, a Teoria Clssica tambm fala da parte que trata da

    forma como as diversas partes da empresa devem se relacionar: a

    coordenao.

    Estes dois temas, diviso do trabalho e coordenao, foram bem desenvolvidos

    pelas teorias administrativas que sucederam a Teoria Clssica, e continuamimportantes at hoje. O edital 2013 da STN, inclusive, cobrou tpicos

    especficos sobre estes temas, que sero vistos com detalhes nas nossas aulas

    03 e 04. Vejamos os tpicos cobrados no edital:

    3. A organizao e suas dimenses estruturais e dinmicas. 5. Diviso do trabalho:especializao e enriquecimento de tarefas. 6. Efeitos da revoluo tecnolgica. 8.

    Coordenao: necessidade, problemas, mtodos.

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    A diviso do trabalho pode se dar no nvel vertical, quando se definem os

    nveis hierrquicos de autoridade e responsabilidade, ou seja, quem se

    subordina a quem; ou horizontal, que se refere especializao de cada

    departamento da empresa, a chamada departamentalizao, ou seja, sobre

    que tipo de atividades cada departamento da empresa ter responsabilidade.

    Existem tcnicas especficas de departamentalizao, e elas sero vistas na

    aula 04.

    A coordenao faz justamente o papel de ligao e d vida estrutura definidana organizao. a contrapartida da diviso do trabalho, a outra metade que

    faz a mquina funcionar. Existem mtodos especficos de coordenao e eles

    sero vistos na aula 03.

    Princpios Gerais de Administrao

    Alm de propor as funes administrativas, ou elementos da administrao,Fayol props princpios gerais de Administrao, que servem como verdadeiros

    pilares, orientando o trabalho dos administradores nas diversas situaes com

    que se deparam no dia a dia organizacional.

    A Teoria Clssica, assim como a Administrao Cientfica, caracteriza-se pelo

    carter normativo e prescritivo. Isto significa que, em vez de descrever como a

    organizao e a administrao funcionam na realidade (carter descritivo), aTeoria Clssica teve por objetivo estabelecer normas sobre como a organizao

    deve ser (carter normativo ou prescritivo).

    Vejamos os 14 princpios propostos por Fayol para a administrao das

    organizaes:

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    Diviso do trabalho: o objetivo a especializao das pessoas nas tarefas para

    aumentar a eficincia da organizao.

    Autoridade e responsabilidade: A autoridade direito de dar ordens e o poder

    de cobrar obedincia. A responsabilidade uma consequncia natural da

    autoridade e significa o dever de prestar contas. Deve haver um equilbrio

    entre os dois conceitos.

    Disciplina: Comportamento de respeito s normas e acordos estabelecidos.

    Unidade de Comando: Cada empregado deve receber ordens de apenas um

    superior. Percebam que este princpio contraria o da autoridade funcional, da

    Administrao Cientfica, em que cada empregado deve responder a vrios

    supervisores especialistas em determinadas reas da empresa.

    Unidade de direo: Apenas um supervisor e um s programa para um

    conjunto de operaes que visam ao mesmo objetivo.

    Subordinao dos interesses individuais aos gerais: Os interesses gerais da

    empresa devem se sobrepor aos interesses individuais das pessoas.

    Remunerao do pessoal: Deve ser equilibrada para garantir a satisfao dos

    empregados e do empregador.

    Centralizao: Significa que a concentrao da autoridade no topo da

    hierarquia da organizao.

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    Pessoal, este ponto importante pois hoje h muitos autores que pregam

    justamente o contrrio, ou seja, que a autoridade deve ser delegada para os

    nveis mais baixos do organograma da organizao, de modo que os gerentes

    e supervisores tambm tenham autonomia para tomar decises no dia a dia do

    trabalho nas empresas.

    Cadeia escalar (linha de comando) : Significa que a linha de autoridade de

    cima para baixo, ou seja, da alta administrao at mais baixo nvel de

    superviso.

    Ordem: Cada coisa no seu devido lugar, de forma a facilitar a celeridade dos

    processos organizacionais.

    Equidade: Tratamento justo com as pessoas.

    Estabilidade do pessoal: Evitar a rotatividade (dispensa de pessoas daempresa), para favorecer a formao de equipes e o desenvolvimento de

    pessoas na organizao.

    Iniciativa: Aumentar o zelo e a atividade dos agentes.

    Esprito de equipe: Desenvolver e manter a harmonia no trabalho.

    Organizao linear

    A Teoria Clssica prope uma estrutura de organizao linear, na qual ocorre a

    superviso linear, baseada na unidade de comando, um dos 14 princpios de

    Fayol que estudamos hoje, segundo o qual cada empregado subordina-se

    apenas a um chefe imediato.

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    Na organizao linear, os chamados rgos de linha executam suas atividades

    especficas de forma especializada (produo, distribuio, vendas, finanas,

    etc.), mas para que estes rgos atuem de forma especializada, necessrio

    que outros rgos, os chamados rgos de staff ou de assessoria, forneam

    aos rgos de linha servios que eles no tem condies de prover a si

    prprios.

    Os rgos de staff apenas aconselham, recomendam, no impem ideias aos

    rgos de linha, mas, com o conhecimento tcnico que possuem, os subsidiam

    com informaes que podem fazer a diferena na tomada de decises.

    Assim, os autores clssicos distinguem dois tipos de autoridade: a de linha e a

    de staff. A autoridade de linha a forma de autoridade em que os gerentes

    tem o poder formal de dirigir e controlar os subordinados imediatos. A

    autoridade de staff a forma de autoridade atribuda aos especialistas em suas

    reas de atuao.

    A autoridade de staff mais restrita e diz respeito apenas a aconselhamento

    sobre questes tcnicas.

    Tambm importante dizer que o que Fayol chamou de elementos de

    administrao, ou funes da administrao, o famoso POCCC (prever,organizar, comandar ,coordenar e controlar) outros autores da Teoria Clssica

    tambm propuseram, mas com outro formato.

    Para Urwick, por exemplo, os elementos da administrao, ou seja, as funes

    da administrao so: investigao, previso, planejamento, organizao,

    coordenao, comando e controle.

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    Percebam que a proposta de Urwick apenas acrescenta a investigao e o

    planejamento s cinco etapas previstas por Fayol.

    Amigos, para efeito de prova, o mais importante no saber a proposta de

    cada um dos autores para a configurao do processo administrativo, mas

    saber que os autores da Teoria Clssica, de uma forma geral, procuraram fazer

    da Administrao uma Cincia, e para isso procuraram estabelecer estas

    configuraes, alm de propor princpios gerais de orientao aos gestores.

    Como j falamos, uma das principais caractersticas da Teoria Clssica o seu

    carter normativo ou prescritivo, ou seja, procurou estabelecer normas sobre

    como a organizao deveria ser, e no sobre como as organizaes so

    (carter descritivo).

    Como vamos observar nas demais teorias administrativas, a Teoria Clssicapossui falhas, apesar de seu carter pioneiro.

    Entre as principais crticas, podemos citar a sua abordagem simplificada da

    organizao. Para a Teoria Clssica, a empresa um mecanismo composto por

    recursos que podem ser manipulados e controlados pelos princpios universais

    que estabeleceram. Da a Teoria Clssica tambm ser denominada Teoria da

    Mquina.

    Assim como a Teoria da Administrao Cientfica, a Teoria Clssica no deu a

    importncia devida ao relacionamento estabelecido pelas pessoas dentro das

    organizaes, a chamada organizao informal. Para eles, s mereceu

    importncia a organizao formal, aquela desenhada nos organogramas das

    empresas e previstas em seus planos.

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    Outra falha comum Teoria Clssica e Administrao Cientfica foi a

    abordagem de sistema fechado. Para as duas teorias da Abordagem Clssica,

    a empresa um sistema fechado, com poucas variveis que podem sercontroladas atravs de tcnicas e princpios universais.

    Veremos que teorias posteriores utilizaram os conceitos propostos pela Teoria

    Clssica, mas os aperfeioaram de forma a adapt-los ao contexto

    organizacional mais recente.

    Da mesma forma que a Administrao Cientfica, a Teoria Clssica foi pioneira

    por apresentar e sistematizar conceitos.

    Elencar princpios e estudar a forma de disposio dos rgos de uma

    organizao enriqueceu bastante o conhecimento administrativo registrado

    formalmente.

    Apesar dos pontos falhos, veremos na aula 02 que a Abordagem Clssica

    recebeu uma nova roupagem e teve muitas de suas proposies adaptadas ao

    cenrio que se iniciou na dcada de 1950, atravs da abordagem Neoclssica.

    Vejamos um quadro resumo de caractersticas e crticas Teoria Clssica:

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    Teoria Clssica

    Proposies Crticas

    Foco na varivel estruturaAbordagem simplificada da

    organizao formal

    Elementos da administrao

    (processo administrativo) =

    POCCC

    Viso incompleta da organizao

    14 princpios gerais de

    administraoAbordagem de sistema fechado

    Unidade de comando (um s chefe

    para cada subordinado)Teoria da Mquina

    Diviso do trabalho e coordenaoViso incompleta por desconsiderar a

    organizao informal

    2.2. Abordagem Humanstica

    Aps as duas primeiras dcadas do sculo XX, com o surgimento da

    Abordagem Clssica e as teorias da Administrao Cientifica (foco na varivel

    tarefa) e da Teoria Clssica (foco na varivel estrutura), a teoria administrativapassa por uma grande transformao e uma varivel importantssima e, at o

    momento, colocada em segundo plano, comea a ser analisada pelos tericos

    da Administrao: as pessoas.

    A chamada Abordagem Humanstica comea com o aparecimento da Teoria das

    Relaes Humanas, nos Estados Unidos, a partir da dcada de 1930.

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    2.2.1. Teoria das Relaes Humanas

    A Teoria das Relaes Humanas foi um movimento de reao e oposio

    Teoria Clssica da Administrao, que dominou as quatro primeiras dcadas do

    sculo XX.

    Com foco na varivel pessoas, at ento colocada em segundo plano, a

    Abordagem Humanstica veio para corrigir a tendncia desumanizao do

    trabalho pregada pela Abordagem Clssica, que tratou a organizao de umaforma muito mecanizada.

    Segundo Bowditch e Buono (2011), os princpios da escola de Relaes

    Humanas emergiram basicamente de um grupo de estudos no final de dcada

    de 1920 e no incio da de 1930, que ficaram conhecidos como Experincias de

    Hawthorne, conduzida por Elton Mayo e colaboradores.

    A Experincia de Hawthhorne foi realizada numa fbrica de equipamentos e

    componentes telefnicos da Western Electric Company, em Chigago, tendo

    sido iniciada em 1927 e concluda em 1932. O objetivo inicial foi avaliar a

    correlao entre iluminao e a eficincia dos operrios, medida por meio da

    produo.

    Conduzida por Elton Mayo, a experincia teve o escopo ampliado e tambm

    fatores como fadiga, acidentes de trabalho, rotatividade e efeitos das demais

    condies de trabalho sobre a produtividade de pessoal foram analisados.

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    Basicamente, a experincia consistiu em submeter um grupo de trabalhadores

    a alteraes em condies ambientais, de forma a observar em que medida os

    diversos fatores e condies de trabalho alteravam a produo individual do

    trabalhador.

    Para a surpresa dos pesquisadores, observou-se que a produo era

    fortemente influenciada por fatores no previstos como, por exemplo, a

    influncia do grupo sobre o comportamento de cada indivduo. Observou-se

    que o cdigo de conduta no escrito que o prprio grupo de trabalhadoresestabelecia entre si contribua de maneira mais intensa que alteraes em

    fatores ambientais, como a iluminao do local de trabalho.

    As concluses da experincia mudaram a forma como as organizaes

    passaram a observar seus colaboradores. Antes vistas como meros recursos

    organizacionais, as pessoas passaram a ser vistas como tais, com motivaes

    alm das meramente econmicas e capazes de contribuir de maneirafundamental para os resultados que as organizaes precisavam apresentar.

    Vejamos as principais concluses sobre esta experincia que revolucionou a

    Administrao, jogando luz sobre a varivel hoje considerada fundamental

    para os desafios que as organizaes contemporneas precisam enfrentar:

    Nvel de produo resultante da integrao social: Os pesquisadoresdescobriram na experincia que o nvel de produo no determinado pela

    capacidade fsica ou fisiolgica do empregado, como propunha a Abordagem

    Clssica, mas por normas sociais e expectativas grupais. Quanto maior a

    integrao social no grupo de trabalho, maior a disposio de produzir.

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    Comportamento social dos empregados: O comportamento do indivduo se

    apoia no grupo. Os trabalhadores no agem ou reagem isoladamente como

    indivduos, mas como membros de grupos. Os eventuais desvios das normas

    grupais podem trazer como consequncia punies sociais ou morais dos

    colegas, no intuito de ajustar o indivduo aos padres. Este fato traz

    consequncias para a administrao das organizaes, que no podem tratar

    os empregados de forma isolada, mas como integrantes de grupos e sujeito a

    sua influncia.

    Os trabalhadores, portanto, no reagem s normas e s decises da empresa

    de forma isolada, mas como membros de grupos sociais que possuem regras

    de conduta, o chamado controle social sobre o comportamento individual.

    Recompensas e sanes sociais

    Como vimos acima, o comportamento dos indivduos no ambiente de trabalho influenciado por normas de conduta criadas pelos grupos sociais de que

    fazem parte.

    Os grupos sociais possuem determinadas crenas e expectativas em relao

    administrao das empresas, e estes valores influem nas atitudes e nos

    padres que os grupos entendem como aceitveis.

    As pessoas so constantemente avaliadas pelos grupos de que fazem parte,

    portanto as pessoas que produzem acima ou abaixo dos padres aceitveis

    pelo grupo podem sofrer punies sociais e serem desconsideradas pelos

    colegas.

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    Para a Teoria das Relaes Humanas, desaparece o conceito de Homem

    Econmico da Abordagem Clssica, aquele cuja nica motivao para o

    trabalho eram as recompensas materiais, e aparece o conceito de Homem

    Social.

    Para os tericos da Abordagem Humanstica, a motivao econmica

    secundria na determinao da produtividade do trabalhador. Para eles, as

    pessoas so motivadas pelas necessidades de reconhecimento, de aprovao

    social, e participao nos grupos sociais nos quais convivem.

    Grupos informais

    Enquanto os clssicos se preocupavam com aspectos formais da organizao,

    os autores humanistas se concentravam em aspectos informais, como a

    formao de grupos informais, o comportamento social dos empregados,

    crenas, atitudes e expectativas, motivao, etc.).

    As descobertas destas experincias confirmaram a importncia do grupo de

    trabalho, e indicaram a existncia de uma organizao informal dentro da

    estrutura formal das organizaes.

    Percebam que a Abordagem Humanstica vem complementar a Abordagem

    Clssica, que teve como foco outras variveis administrativas.

    As contribuies da Teoria das Relaes Humanas foram decisivas para a

    introduo ao estudo do comportamento no trabalho, introduzindo um novo

    modo de se pensar a respeito das pessoas no ambiente de trabalho.

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    Agora, temas como motivao e liderana so tratados com naturalidade, mas

    foi a Teoria das Relaes Humanas que lanou as bases do conhecimento docomportamento no trabalho que possumos hoje. Apesar de contribuir de

    maneira decisiva sobre o modo como administradores e organizaes

    passaram a olhar as pessoas no ambiente de trabalho, a Teoria das Relaes

    Humanas no deixa de apresentar falhas que, aos poucos, foram corrigidas por

    teorias posteriores. Enquanto a Abordagem Clssica no considerou a

    formao de grupos informais, a Teoria das Relaes Humanas falhou por

    tambm colocar em segundo plano a organizao formal. Na verdade, ambasas formas de organizao devem ser consideradas. Deste modo, a Teoria se

    mostra to parcial quanto as da Abordagem Clssica. Os pesquisadores da

    Abordagem Humanstica supervalorizaram a influncia do grupo na

    produtividade individual. Alm disso, criaram uma viso ideal do trabalhador,

    que estaria sempre satisfeito apenas com o bom relacionamento estabelecido

    com os colegas e com a administrao. Vamos resumir pontos importantes

    sobre esta importante Teoria:

    Teoria das Relaes Humanas

    Proposies Crticas

    Pioneira ao focar a varivel

    pessoas

    Viso incompleta por desconsiderar a

    organizao formal

    Disseminao de conceitos como o

    de grupos informaisViso ingnua sobre o trabalhador

    Influncia das recompensas e

    punies sociais sobre a

    produtividade do trabalhador

    Campo de aplicao limitado

    Conceito de Homem Social Parcialidade das concluses

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    Veremos na aula 02 como os conceitos pioneiros da Teoria das Relaes

    Humanas se desdobraram na chamada Abordagem Comportamental.

    2.3. Abordagem Burocrtica

    Pessoal, acredito que vocs j tenham ouvido algum dizer que determinada

    organizao burocrtica demais, correto?

    Que possui formulrios demais, carimbos demais, e que celeridade no o seuforte, correto?

    Pois bem, na verdade, estas pessoas esto usando o termo burocracia de

    forma incorreta. O que essas pessoas na verdade esto apontando so

    justamente as disfunes que a burocracia pode apresentar, caso no seja

    bem administrada.

    Na dcada de 40, aps o boom causado pelas primeiras teorias de abordagem

    clssica e humanstica, alguns estudiosos foram buscar na obra do economista

    e socilogo Max Weber as bases para a construo de uma teoria que

    resolvesse alguns problemas negligenciados pelas teorias anteriores.

    Para Max Weber, o conceito de burocracia exatamente o contrrio do que

    pregado pela maioria dos leigos atualmente. Para ele, a burocracia a

    organizao mais eficiente possvel.

    Mas como uma organizao burocrtica alcana a eficincia?

    A organizao burocrtica aquela que possui todos os seus procedimentos

    previstos em normas e planos. Tudo na organizao burocrtica planejado

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    para evitar a pessoalidade na tomada de decises e no tratamento com

    colegas e clientes.

    A burocracia veio justamente para combater prticas anteriores de

    favorecimento e patrimonialismo, em que a vontade do capitalista se

    sobrepunha sobre as necessidades da organizao e suas normas.

    Com um conjunto robusto de normas, comunicaes formais, rotinas e

    procedimentos padronizados e escritos, as situaes de dvida, abstrao emargem para favorecimentos e tratamentos diferenciados estavam com os

    dias contados.

    Agora que j temos uma ideia do verdadeiro sentido da burocracia, vejamos

    suas principais caractersticas:

    Carter legal das normas e regulamentos: a burocracia organizada pornormas e regulamentos estabelecidos previamente, por escrito. As normas e

    regulamentos so legais porque conferem s pessoas investidas de autoridade

    um poder de coao sobre seus subordinados e os meios coercitivos capazes

    de impor a disciplina. A burocracia uma estrutura social legalmente

    organizada.

    Carter formal das comunicaes: a burocracia uma organizao ligadapor comunicaes escritas. Todas as aes e procedimentos so feitos para

    proporcionar comprovao e documentao adequadas, bem como assegurar

    interpretao unvoca das comunicaes.

    Carter racional e diviso do trabalho: a organizao burocrtica se

    caracteriza por uma sistemtica diviso do trabalho. Cada integrante deste tipo

    de organizao sabe exatamente quais suas atribuies e at onde vai sua

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    autoridade e esfera de atuao, porque tudo isso est escrito nos cdigos de

    normas e procedimentos, a que todos tem acesso. O objetivo a transparncia

    e a eliminao da abstrao: ordens, rotinas, procedimentos, tudo est

    fundamentado legalmente na clara estrutura formal estabelecida pelas

    organizaes burocrticas.

    Impessoalidade nas relaes: a distribuio das pessoas nos cargos da

    organizao burocrtica feita atendendo-se aos especficos requisitos

    estabelecidos no desenho de cargos da organizao. No h espao parafavorecimento. O poder atribudo ao ocupante do cargo impessoal. Cada

    subordinado deve obedincia a seu superior no em considerao pessoa em

    si, mas ao cargo que ela ocupa. As pessoas entram e saem da organizao,

    mas a estrutura de cargos estabelecida ali permanece.

    Hierarquia de autoridade: na organizao burocrtica prevalece a

    autoridade hierrquica. Nenhum cargo fica sem controle ou superviso. A

    autoridade e a responsabilidade de cada cargo esto previstas nas normas

    formais, que servem para diminuir eventuais conflitos causados por excesso de

    poder e atuaes arbitrrias.

    Rotinas e procedimentos padronizados: Na organizao burocrtica o

    ocupante do cargo deve fazer exatamente o que a estrutura de normas assim

    prev. No h autonomia de atuao, pois as normas j devem ter previsto os

    caminhos necessrios ao alcance da eficincia organizacional. Basta ao

    trabalhador seguir os padres estabelecidos previamente para cumprir seu

    papel na organizao.

    Competncia tcnica e meritocracia: A escolha das pessoas que ocuparo

    os cargos numa organizao burocrtica baseada no conhecimento tcnico

    do candidato e no em favorecimento. Os critrios de admisso e promoo

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    para nveis superiores na carreira so claros e de acesso a todos, pois devem

    estar escritos nas normas reguladoras previamente estabelecidas.

    Especializao da administrao: Na organizao burocrtica h clara

    separao entre a propriedade dos meios de produo e a administrao.

    Sendo mais claro: os administradores de uma organizao burocrtica no so

    seus donos, acionistas, proprietrios. Comea a aparecer na estrutura das

    organizaes uma clara separao entre os responsveis por gerir o negcio

    (os administradores) e os capitalistas, aqueles que contriburamfinanceiramente para constituir o patrimnio da organizao. Esta

    caracterstica da burocracia a distingue dos tipos patrimonial e feudal de

    administrao.

    Profissionalizao dos participantes: Cada funcionrio de uma organizao

    burocrtica um profissional pois ocupa um cargo na estrutura, para o qual foi

    selecionado segundo critrios meritocrticos, onde remunerado e seguecarreira, e para o qual presta servios de forma impessoal, pois, como vimos

    no tpico anterior, no proprietrio dos meios de produo.

    Previsibilidade do funcionamento: O grande objetivo da burocracia prevista

    por Weber a previsibilidade de funcionamento e do comportamento dos

    integrantes da organizao. Como as rotinas e procedimentos esto previstos

    em normas escritas e transparentes, se os integrantes da organizaoseguirem o que foi planejando, a organizao atingir a eficincia.

    A burocracia contribui sobremaneira para profissionalizar as organizaes e sua

    administrao. O cenrio econmico no dava mais margem a administraes

    intuitivas, amadoras, e a estruturas primitivas e informais, pois os recursos

    financeiros sob responsabilidade das empresas j era considervel, a

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    concorrncia comeava a aparecer em diversos setores e os clientes ficavam

    mais exigentes.

    As teorias anteriores j haviam se preocupado com princpios administrativos,

    sobre organizao de departamentos, sobre influncia das relaes humanas

    na produtividade, mas faltava uma teoria que olhasse para a estrutura como

    um todo da organizao, e a burocracia contribui para isso.

    Como aconteceu, porm, com as demais teorias, a burocracia no conseguiucobrir todos os pontos, ou falhou na anlise de alguns. Denominam-se

    disfunes da burocracia as consequncias indesejadas que levam

    ineficincia e a imperfeies no seu uso. As disfunes da burocracia so,

    portanto, desvios ou exageros na utilizao de seus conceitos, tais como:

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    Veremos na aula 02 como os conceitos da Teoria Burocrtica se desdobraram

    para a criao da Abordagem Estruturalista.

    Vejamos agora uma sntese das principais caractersticas e crticas Teoria da

    Burocracia:

    Teoria da Burocracia

    Caractersticas Crticas e disfunes

    Carter legal das normasInternalizao das normas e apego

    aos regulamentos

    Carter formal das comunicaes Excesso de formalismo e papelrio

    Diviso do trabalho Resistncia a mudanas

    Impessoalidade no relacionamento Despersonalizao do relacionamento

    Hierarquizao da autoridadeCategorizao como base do processo

    decisrio

    Rotinas e procedimentos Superconformidade a normas

    Competncia tcnica e mrito Exibio de sinais de autoridade

    Especializao da administrao Dificuldade no atendimento a clientes

    Profissionalizao da organizao e

    da administrao

    Pessoal, vamos agora ver como a ESAF j cobrou questes sobre estas

    primeiras teorias administrativas que estudamos. Para consolidarmos os

    conceitos, resolveremos tambm questes de outras bancas sobre estes

    temas.

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    01. (ESAF/2010/MPOG) O estudo da evoluo do pensamento

    administrativo permite concluir, acertadamente, que:

    a) as Teorias Cientfica e das Relaes Humanas so abordagens de sistemas

    abertos.

    b) a Teoria das Relaes Humanas despreza os objetivos organizacionais.

    c) a Teoria da Contingncia enfatiza a importncia da tecnologia e do

    ambiente.d) as Teorias Estruturalista e dos Sistemas refletem uma abordagem

    prescritiva e normativa.

    e) a Teoria Comportamental concebe o funcionrio como um 'homem social'.

    Comentrios:

    tima questo da ESAF para consolidarmos conceitos vistos na aula de hoje eanteciparmos alguns que estudaremos na aula 02.

    Analisemos os itens:

    a) as Teorias Cientfica e das Relaes Humanas so abordagens de sistemas

    abertos.

    Vimos na aula de hoje que a Teoria da Administrao Cientfica, a Teoria

    Clssica e a Teoria das Relaes Humanas so abordagens de sistema fechado,

    pois no chegam a considerar variveis externas que influenciam na dinmica

    e nos resultados da organizao.

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    Para estas teorias, a organizao um mecanismo fechado com poucas

    variveis que podem ser controladas de acordo com alguns princpios e regras

    previamente estabelecidos.

    No ambiente instvel e dinmico que o atual, necessria uma viso mais

    ampla sobre a organizao e as diversas partes relacionadas que tem interesse

    sobre seus diversos resultados (stakeholders), e as teorias administrativas

    posteriores comearam a trazer solues para esses novos desafios.

    b) a Teoria das Relaes Humanas despreza os objetivos organizacionais.

    Item incorreto. O fato de terem focado as pessoas e seus relacionamentos no

    ambiente de trabalho no fez os tericos da Abordagem Humanstica

    esquecerem que estas pessoas trabalham em organizaes com objetivos

    concretos. A grande mudana foi comear a perceber que estas pessoas

    podem contribuir de maneira fundamental para que a organizao alcanceestes objetivos.

    c) a Teoria da Contingncia enfatiza a importncia da tecnologia e do

    ambiente.

    Este o item correto. Veremos na aula 02 que para a Teoria da Contingncia,

    ao lado do ambiente, a tecnologia constitui outra varivel independente queinfluencia as caractersticas organizacionais (variveis dependentes).

    d) as Teorias Estruturalista e dos Sistemas refletem uma abordagem

    prescritiva e normativa.

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    Item incorreto. Veremos na aula 02 que estas abordagens foram mais

    descritivas que prescritivas.

    e) a Teoria Comportamental concebe o funcionrio como um 'homem social'.

    Item incorreto. A viso do homem social foi a da Teoria das Relaes

    Humanas. Veremos na aula 02 que a Teoria Comportamental foi um

    desdobramento da Teoria das Relaes Humanas, indo alm e criando o

    conceito de homem comportamental.

    Resposta: letra c

    02. (ESAF/2009/ANA) A escola das Relaes Humanas diferencia-se por

    idias centrais das quais originaram-se crticas implacveis contra o homo

    econmicus, modelo elaborado pela Escola Clssica. Analise as afirmaesabaixo e selecione a opo que representa o resultado de sua anlise.

    ( ) Na Escola das Relaes Humanas, o homem apresentado como um ser

    que no pode ser reduzido a esquemas simples e mecanicistas.

    ( ) Na Escola das Relaes Humanas, o homem no condicionado pelo

    sistema social, e sim pelas demandas biolgicas.

    ( ) O modelo da Escola das Relaes Humanas o homo complexus, devido

    complexidade das suas necessidades.

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    a) C, C, C

    b) C, C, E

    c) C, E, E

    d) E, E, E

    e) E, C, C

    Comentrios:

    Analisemos os itens:

    ( ) Na Escola das Relaes Humanas, o homem apresentado como um ser

    que no pode ser reduzido a esquemas simples e mecanicistas.

    Item correto. Pela primeira vez uma teoria administrativa comeava a perceber

    as pessoas no ambiente de trabalho como colaboradores, cuja motivao vai

    alm de recompensar materiais.

    ( ) Na Escola das Relaes Humanas, o homem no condicionado pelo

    sistema social, e sim pelas demandas biolgicas.

    Item incorreto. Estudamos hoje que a grande descoberta das experincias da

    Teoria das Relaes Humanas foi a influncia dos grupos informais sobre a

    produtividade do trabalhador.

    ( ) O modelo da Escola das Relaes Humanas o homo complexus, devido

    complexidade das suas necessidades.

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    Item incorreto. O modelo proposto pela Escola de Relaes Humanas o

    homem social. Este conceito seria ainda desenvolvido por escolas

    posteriores.

    Resposta: letra c

    03. (ESAF/2009/MPOG) Conhecer a evoluo do pensamento

    administrativo, bem como de suas teorias e abordagens, permite concluir,

    acertadamente, que:

    a) a resoluo de problemas organizacionais pode ser tentada pela aplicao

    conjunta de vrias Teorias Administrativas, ainda que suas abordagens sejam,

    primeira vista, antagnicas.

    b) como cincia, a Administrao independe de outras cincias.

    c) ao enfatizar as tarefas, a abordagem burocrtica enrijece a organizao,

    afastando-a de seus objetivos.

    d) a Teoria Clssica da Administrao possui apenas valor histrico e

    referencial, no sendo aplicvel em nossos dias.

    e) a cultura de uma organizao determinada por sua estrutura, sendo pouco

    afetada pelos valores e crenas das pessoas que a integram.

    Comentrios:

    tima questo da ESAF para consolidarmos conceitos vistos na aula de hoje.

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    Analisemos os itens:

    a) a resoluo de problemas organizacionais pode ser tentada pela aplicao

    conjunta de vrias Teorias Administrativas, ainda que suas abordagens sejam,

    primeira vista, antagnicas.

    Este o item correto! Trabalhamos bem na aula de hoje esta ideia de que as

    vrias teorias administrativas, apesar dos diferentes enfoques, se

    complementam e compem a base conceitual do administrador para enfrentar

    os desafios da organizao que gerencia.

    b) como cincia, a Administrao independe de outras cincias.

    Item incorreto. A Administrao uma Cincia Social Aplicada que utiliza

    conceitos de diversas outras cincias para construir seus conceitos e tcnicas,

    como a Sociologia, a Economia, a Psicologia, entre outras.

    c) ao enfatizar as tarefas, a abordagem burocrtica enrijece a organizao,

    afastando-a de seus objetivos.

    Item incorreto.

    O foco da abordagem burocrtica foi a estrutura formal da organizao, e noas tarefas.

    A teoria administrativa que trabalhou de forma predominante com a varivel

    tarefas foi a Teoria da Administrao Cientfica.

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    d) a Teoria Clssica da Administrao possui apenas valor histrico e

    referencial, no sendo aplicvel em nossos dias.

    Item incorreto.

    Neste ponto da aula j est claro para ns que todas as teorias administrativas

    possuem ainda aplicao nos dias de hoje, mas com as devidas adaptaes,

    correes e devendo-se levar em conta as demais teorias que surgiram e que

    as complementam.

    e) a cultura de uma organizao determinada por sua estrutura, sendo pouco

    afetada pelos valores e crenas das pessoas que a integram.

    Item incorreto.

    A cultura de uma organizao construda justamente pelas pessoas que aintegram.

    Mtodos, procedimentos, integrao, forma de lidar com problemas, modo de

    lidar com clientes, tudo isso so caractersticas moldadas pela cultura de uma

    organizao, que pode ou no estar escrita em cdigos formais, mas que

    inevitavelmente est na mente das pessoas que ali trabalham e que so por

    elas construdas.

    Resposta: letra a

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    04. (ESAF/2008/STN) Vista como uma forma de organizao que se baseia

    na racionalidade, na adequao dos meios aos objetivos pretendidos como

    forma de se garantir a mxima eficincia possvel, a Burocracia se caracteriza

    por encampar os seguintes atributos, exceto:

    a) impessoalidade nas relaes.

    b) competncia tcnica e meritocracia.

    c) informalidade das normas e regulamentos.

    d) hierarquia da autoridade.

    e) completa previsibilidade do comportamento.

    Comentrios:

    Mais uma boa questo da ESAF sobre a Teoria Burocrtica.

    Estudamos com detalhes hoje que a grande marca da proposta apresentada

    pela Teoria Burocrtica a extrema formalidade estabelecida por normas e

    regulamentos. E a letra c afirma justamente o contrrio, sendo, portanto, aresposta da questo.

    As demais alternativas trazem caractersticas que definem bem o modelo de

    organizao burocrtica.

    Resposta: letra c

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    05. (ESAF/2006/CGU) Escolha a opo que descreve corretamente trs

    disfunes do tipo ideal de burocracia de Weber.

    a) Carter legal das normas. Diviso do trabalho. Apego s normas e aos

    procedimentos.

    b) Hierarquizao da autoridade. Comunicao formal. Especializao da

    administrao.

    c) Impessoalidade no relacionamento. Competncia tcnica e mrito.

    Procedimentos e rotinas.

    d) Internalizao das normas. Resistncia mudana. Despersonalizao dorelacionamento.

    e) Conformismo com as normas. Nveis hierrquicos bem definidos.

    Formalismo.

    Comentrios:

    Vimos na aula de hoje que os desvios e exageros cometidos na aplicao dosconceitos estabelecidos pela teoria burocrtica levam s chamadas disfunes

    da burocracia:

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    Percebam que as alternativas a, b, c e e na verdade trazem

    caractersticas da organizao burocrtica, e no suas disfunes.

    Podemos responder com segurana, portanto, que a resposta correta a letra

    d.

    Resposta: letra d

    06. (ESAF/2005/STN) Na coluna A, esquerda, identificam-se teorias

    administrativas e na coluna B, direita, citam-se caractersticas de cada uma

    dessas teorias.

    Coluna A

    AI - escola clssica

    AII - escola humanistaAIII - estruturalismo

    Coluna B

    BI - seu objetivo encontrar a melhor maneira de organizar, vlida para todo

    e qualquer tipo de organizao.

    BII - a organizao concebida como uma unidade social complexa onde seus

    membros compartilham alguns objetivos da organizao.BIII - a organizao concebida como sistema fechado, rgido e mecnico.

    BIV - cada organizao deve ser estudada no seu contexto ambiental.

    BV - sua abordagem voltada para o interior da organizao, de carter

    normativo e prescritivo.

    BVI - sua maior preocupao com o relacionamento informal e social dos

    participantes em grupos sociais.

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    Solicita-se relacionar a coluna A com a coluna B e assinalar a opo que indica

    as relaes corretas.

    a) AI - BV; AII - BIII; AIII - BVI.

    b) AI - BIII; AII - BVI; AIII - BII.

    c) AI - BVI; AII - BV; AIII - BI.

    d) AI - BI; AII - BII; AIII - BV.

    e) AI - BII; AII - BIV; AIII - BIII.

    Comentrios:

    Veremos a abordagem estrutural, ligada abordagem burocrtica, na aula 02,

    mas j temos condies de resolver esta questo.

    Percebemos que o item BIII - a organizao concebida como sistema

    fechado, rgido e mecnico refere-se s teorias da Abordagem Clssica, que se

    caracterizam por enxergar a organizao como um mecanismo fechado,

    composto por poucas variveis controladas.

    O item BVI - sua maior preocupao com o relacionamento informal e social

    dos participantes em grupos sociais trata claramente da Abordagem

    Humanstica que, pela primeira vez, colocou a varivel pessoas em destaque,

    abrindo o caminho para o desenvolvimento de diversos conceitos hoje to

    usuais como dinmica de grupo e motivao. Veremos na aula 02 como a

    abordagem comportamental utilizou as ideias lanadas por essa abordagem

    pioneira.

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    Veremos tambm na aula 02 que a Teoria Estruturalista significou um

    desdobramento da Teoria da Burocracia, aproximando-a em certa medida

    Teoria das Relaes Humanas, por considerar o papel que as pessoas exercem

    nas organizaes, inclusive compartilhando objetivos com elas.

    O item BII - a organizao concebida como uma unidade social complexa

    onde seus membros compartilham alguns objetivos da organizao, portanto,

    relaciona-se Abordagem Estrutural.

    Resposta: letra b

    07. (ESAF/2004/CGU) Weber estudou as organizaes que surgiram aps a

    revoluo industrial e a formao do Estado, identificando caractersticas que

    eram comuns e tipos de autoridade. Indique a opo que apresenta

    corretamente caractersticas do tipo ideal de burocracia de Weber.

    a) Excesso de regulamentos e valorizao da hierarquia.

    b) Competncia tcnica e dominao tradicional.

    c) Dominao legal e carismtica.

    d) Impessoalidade e profissionalismo.

    e) Mecanismo e racionalidade legal.

    Comentrios:

    Esta uma questo antiga da ESAF mas que merece anlise para a

    consolidao dos conceitos.

    Depois de termos visto com detalhes as principais caractersticas da

    organizao burocrtica proposta por Weber, podemos dizer com a segurana

    que a resposta a letra d.

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    As normas e procedimentos estabelecidos por uma organizao burocrtica

    visam diminuir conflitos e favorecimentos.

    Vimos tambm que o profissionalismo faz com que na organizao burocrtica

    haja uma clara separao entre o dono do negcio (capitalista) e seus

    administradores profissionais.

    Resposta: letra d

    08. (FCC/2012/MPE-AP) Dotar uma empresa ou rgo pblico de tudo o

    que necessrio para seu funcionamento: como matrias-primas, utenslios,

    capital e pessoas a funo de Administrao definida por Fayol como

    a) prever.

    b) comandar.c) organizar.

    d) coordenar.

    e) controlar.

    Comentrios:

    Vimos na aula de hoje que Fayol foi o principal mentor da Teoria Clssica, quefaz parte da chamada Abordagem Clssica da administrao.

    Entre diversas outras contribuies Cincia da Administrao, Fayol props

    os chamados elementos da administrao, o que hoje chamamos de processo

    administrativo, um dos temas da nossa aula demonstrativa.

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    Para Fayol, o processo administrativo composto por 5 etapas, o POCCC:

    Previso, Organizao, Comando, CoordenaoeControle.

    Lembrem que a configurao mais aceita atualmente para o processo

    administrativo a composta pelas seguintes etapas: Planejamento,

    Organizao, Direo e Controle.

    Pois bem. A questo da Fundao Carlos Chagas quer saber qual etapa do

    processo administrativo, ou funo do administrador, ou elemento daadministrao (Fayol), o responsvel por colocar cada coisa em seu lugar.

    Depois da etapa de planejamento ou, na configurao de Fayol, da etapa de

    previso, necessrio comprar ou alugar mquinas e equipamentos;

    selecionar admitir as pessoas; contratar fornecedores, etc. Enfim, organizar a

    casa!

    E justamente esta a funo requerida pela questo: Organizao.

    A organizao a etapa do processo administrativo responsvel pela alocao

    dos recursos organizacionais necessrios implementao da estratgia

    traada na etapa de planejamento.

    Resposta: letra c

    09. (FCC/2011/TCE-PR) Os 14 princpios gerais de administrao sugeridos

    por Fayol, e que ainda so considerados pela maioria dos administradores,

    tm, entre eles, um que determina que os trabalhadores nas organizaes

    deveriam receber ordens de um gerente somente, para evitar conflitos e

    mal-entendidos. Esse princpio o da

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    a) unidade de comando.

    b) diviso do trabalho.

    c) centralizao.d) cadeia escalar.

    e) equidade.

    Comentrios:

    Excelente questo da FCC.

    Ns vimos hoje que Fayol props alguns princpios gerais de Administrao, e

    entre eles o da unidade de comando.

    O princpio da unidade de comando significa que cada pessoa na organizao

    deve se reportar a um nico superior, de forma a evitar conflitos entre ordens

    vindas de pessoas diferentes.

    Lembremos que, apesar de tambm pertencer abordagem clssica, a Teoria

    da Administrao Cientfica de Taylor props o contrrio, ou seja, a chamada

    superviso funcional. Cada pessoa na organizao deve ter um supervisor

    especfico para cada funo da organizao (produo, finanas, marketing,

    etc.), por isso a denominao funcional.

    At hoje, h autores que defendem as duas correntes.

    Resposta: letra a

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    10. (FUNCAB/2011/Prefeitura de Vrzea Grande MT) Segundo a

    abordagem neoclssica da Administrao, da qual Peter Drucker um dos

    maiores expoentes, as principais funes do processo administrativo so:

    a) planejamento, direo, comunicao e ao.

    b) comunicao, direo, correo e fiscalizao.

    c) planejamento, organizao, direo e controle.

    d) execuo, organizao, direo e verificao.

    e) fiscalizao, comunicao, correo e ao.

    Comentrios:

    Veremos na aula 02 que a Abordagem Clssica recebeu uma nova roupagem,

    de forma a adapt-la s demandas que se iniciavam no incio da dcada de

    1950. Esta corrente denominou-se Abordagem Neoclssica.

    Os neoclssicos revisaram muitos conceitos e propostas da Abordagem

    Clssica e, entre eles, o do chamado processo administrativo.

    Vimos hoje que Fayol props elementos de administrao (previso,

    organizao, comando, coordenao e controle), a que hoje denominamos

    processo administrativo.

    Os neoclssicos criaram outras alternativas de configurao para o processo

    administrativo, tanto que h quem os denomine de participantes da Escola do

    Processo Administrativo.

    Dentre as vrias propostas, uma prevaleceu e hoje a mais aceita pelos

    administradores, composta pelas funes de:

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    Resposta: letra c

    11. (CESPE/2008/TCU) Atualmente, no h mais espao para a utilizao

    da teoria proposta por Taylor, em nenhum de seus aspectos.

    Comentrios:

    Item incorreto do CESPE.

    Vimos na aula de hoje que nenhuma teoria administrativa foi totalmente

    substituda pelas demais.

    As variveis negligenciadas por algumas teorias foram abordadas por outras, e

    pontos que se mostraram depois inadequados foram corrigidos e aproveitados.

    Planejamento

    Organizao

    Direo

    Controle

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    As vrias teorias administrativas hoje se complementam. O administrador deve

    analis-las criticamente e aproveitar a que melhor atenda aos problemas ou

    desafios que precise resolver, considerado o cenrio corrente.

    As teorias, juntas e devidamente atualizadas, compem o arsenal de

    ferramentas do administrador para lidar com os diversos desafios que a gesto

    de uma organizao envolve.

    Resposta: errado

    12. (UFBA/2006/UFBA) O estudo de Hawthorne representou um marco na

    teoria do comportamento humano.

    Comentrios:

    Vimos hoje que a Experincia de Hawthorne consistiu em submeter um grupode trabalhadores a alteraes em condies ambientais, de forma a observar

    em que medida os diversos fatores e condies de trabalho alteravam a

    produo individual do trabalhador.

    Vimos tambm que, para a surpresa dos pesquisadores, observou-se que a

    produo era fortemente influenciada por fatores no previstos como, por

    exemplo, a influncia do grupo sobre o comportamento de cada indivduo.Observou-se que o cdigo de conduta no escrito que o prprio grupo de

    trabalhadores estabelecia entre si contribua de maneira mais intensa que

    alteraes em fatores ambientais, tais como a iluminao do local de trabalho.

    Chegamos concluso que os resultados da experincia mudaram a forma

    como as organizaes passaram a observar seus colaboradores. Antes vistas

    como meros recursos organizacionais, as pessoas passaram a ser vistas como

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    tais, com motivaes alm das meramente econmicas e capazes de contribuir

    de maneira fundamental para os resultados que as organizaes precisavam

    apresentar.

    Resposta: certo

    13. (FUNIVERSA/2010/MTUR) De acordo com Henry Fayol, as seis funes

    bsicas de uma empresa so

    a) de recursos humanos, tcnicas, comerciais, financeiras, contbeis e

    administrativas.

    b) tcnicas, comerciais, financeiras, contbeis, de segurana e administrativas.

    c) de recursos humanos, de marketing, financeiras, comerciais, contbeis e de

    segurana.

    d) tcnicas, comerciais, financeiras, de operaes, de marketing e

    administrativas.e) tcnicas, de marketing, financeiras, de produo, contbeis e

    administrativas.

    Comentrios:

    Vimos na aula de hoje que Fayol, principal mentor da Teoria Clssica da

    Administrao, props que toda empresa apresenta seis funes:

    - Funes tcnicas;

    - Funes comerciais;

    - Funes financeiras;

    - Funes de segurana;

    - Funes contbeis;

    - Funes administrativas.

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    Para Fayol, as funes administrativas tem o objetivo de formular o programa

    de ao geral da empresa, coordenando os esforos de todas as demais

    funes da empresa na busca dos objetivos da instituio. Para, ele as funes

    administrativas tem relevncia sobre as demais funes, estando

    hierarquicamente superior a elas no organograma empresarial, justamente por

    exercerem esta funo de planejamento geral e coordenao dos esforos e

    objetivos:

    Resposta: letra b

    14. (CESPE/2008/TCU) Um rgo pblico, que preconize o respeito ao canal

    de comunicao e impea cada setor de acessar outros nveis organizacionais

    diferentes dos que se encontrem hierarquicamente logo acima e logo abaixo,

    respeitando a autoridade nica do nvel acima, estar de acordo com os

    pressupostos de Fayol em seus princpios gerais da administrao no que

    tange unidade de comando.

    Comentrios:

    Item correto do CESPE.

    O princpio da unidade de comando, um dos 14 propostos por Fayol na Teoria

    Clssica e oposto ao princpio da superviso funcional da AdministraoCientfica de Taylor, prope justamente o respeito ao canal de comunicao

    que deve existir entre subordinado e seu supervisor nico.

    Resposta: certo

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    15. (VUNESP/2009/CETESB) Considerado, ao lado de Taylor, um dos

    grandes nomes dos primrdios da Administrao, Henry Fayol foi fundador da

    Teoria Clssica cuja nfase estava no(a)

    a) tarefa realizada pelo operrio.

    b) homem e suas necessidades.

    c) estrutura da organizao.

    d) ambiente externo.

    e) concorrncia

    Comentrios:

    Vimos na aula demonstrativa as cinco variveis administrativas bsicas

    (tarefas, estrutura, pessoas, tecnologia e ambiente).

    Estudamos hoje que a Administrao Cientfica de Taylor, pioneira na criaoda Administrao como Cincia, focou na varivel tarefa, pois acreditava que

    para atingir a eficincia organizacional era necessrio melhorar a produtividade

    individual de cada trabalhador, e para isso realizou um estudo sistemtico do

    trabalho, a Organizao Racional do Trabalho (ORT), do qual derivou o famoso

    estudo dos tempos e movimentos, cujos resultados eram mtodos e tempos

    padres para a realizao da cada etapa de determinada atividade.

    Estudamos tambm hoje que a Teoria Clssica de Henry Fayol buscava a

    mesma eficincia para a organizao, mas atravs de diferentes caminhos.

    Para Fayol e seus seguidores, a varivel estrutura foi a mais relevante. Para

    atingir a eficincia, era necessrio organizar a estrutura da empresa,

    realizando a devida diviso do trabalho e a coordenao das reas, utilizando-

    se os princpios gerais de administrao como guia no dia a dia do trabalho.

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    As demais variveis administrativas j existiam e precisavam ser analisadas,

    mas foram colocadas em segundo plano, o que fez com que as teorias da

    Abordagem Clssica precisassem ser revisadas e adaptadas aos cenrios das

    dcadas posteriores.

    Resposta: letra c

    16. (FCC/2009/PGE-RJ) Com relao s caractersticas da burocraciasegundo Max Weber:

    I. Existncia de regras abstratas, s quais esto vinculados os detentores do

    poder, o aparelho administrativo e os dominados define a dominao racional-

    legal, o fundamento do modelo burocrtico.

    II. Toda organizao burocrtica se baseia na hierarquia, na diviso dotrabalho, na separao entre pessoa, cargo e funes exercidas de modo

    continuado e com base em documentos escritos.

    III. O domnio burocrtico legitimado pelo reconhecimento dos poderes e das

    qualidades excepcionais do chefe, e o seu aparelho consiste, tipicamente, no

    grupo dos 'discpulos', isto , dos indivduos escolhidos pelo chefe entre os

    membros da comunidade.

    IV. A burocracia, segundo Weber, uma instituio poltica bem sucedida na

    medida em que seu quadro administrativo mantenha com xito a pretenso ao

    monoplio efetivo da coao fsica para a manuteno da ordem vigente.

    V. O pessoal empregado por uma estrutura administrativa burocrtica

    submete-se a uma relao contratual e, em virtude de suas especficas

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    qualificaes tcnicas, recompensado atravs de um salrio estipulado em

    dinheiro, tem uma carreira regulamentada e considera o prprio trabalho como

    uma ocupao em tempo integral.

    a) Esto corretas APENAS as afirmativas I e II.

    b) Esto corretas APENAS as afirmativas I, II e V.

    c) Esto corretas APENAS as afirmativas II, III e IV.

    d) Esto corretas APENAS as afirmativas III e IV.

    e) Esto corretas APENAS as afirmativas III, IV e V.

    Comentrios:

    Analisemos os itens:

    I. Existncia de regras abstratas, s quais esto vinculados os detentores do

    poder, o aparelho administrativo e os dominados define a dominao racional-legal, o fundamento do modelo burocrtico.

    Item correto.

    Vimos na aula de hoje as diversas caractersticas da organizao burocrtica

    proposta por Weber, e uma delas foi a existncia de um conjunto formal de

    normas legais que fundamenta a estrutura hierrquica de poder naorganizao, diminuindo conflitos e excessos na atuao dos gestores.

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    II. Toda organizao burocrtica se baseia na hierarquia, na diviso do

    trabalho, na separao entre pessoa, cargo e funes exercidas de modo

    continuado e com base em documentos escritos.

    Item perfeito da FCC!

    O item elenca diversas caractersticas da organizao burocrtica, que vimos

    na aula de hoje.

    Vimos que a burocracia organizada por normas e regulamentos estabelecidos

    previamente, por escrito. As normas e regulamentos so legais porque

    conferem s pessoas investidas de autoridade um poder de coao sobre seus

    subordinados e os meios coercitivos capazes de impor a