29

Aula 02 - Material de Apoio

Embed Size (px)

Citation preview

  • Lei do Direito Autoral n 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Probe a reproduo total ou parcial desse material ou divulgao com fins comerciais ou no, em qualquer meio de comunicao, inclusive na Internet, sem autorizao do Alfa Concursos Pblicos Online.

    1 Bloco I. Instrumentos Oramentrios - Plano Plurianual - PPA.

    2 Bloco I. Lei de Diretrizes Oramentrias - LDO.

    3 Bloco I. Lei Oramentria Anual (LOA) e Processo Legislativo Oramentrio.

    4 Bloco I. Continuao de Lei Oramentria Anual (LOA).

    5 Bloco I. Exerccios Relativos ao Encontro.

  • Lei do Direito Autoral n 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Probe a reproduo total ou parcial desse material ou divulgao com fins comerciais ou no, em qualquer meio de comunicao, inclusive na Internet, sem autorizao do Alfa Concursos Pblicos Online.

    I. INSTRUMENTOS ORAMENTRIOS

    1. PLANO PLURIANUAL - PPA

    Segundo a Constituio Federal, o Plano Plurianual tem por finalidade estabelecer de forma regionalizada as diretrizes, objetivos e metas (DOM) da Administrao Pblica para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para aquelas relativas aos programas de durao continuada. o planejamento estratgico de mdio prazo da Administrao Pblica. Alguns autores como Valdecir Pascoal (Direito Financeiro e Controle Externo, 2010) consideram o PPA como um plano de longo prazo.

    O PPA o plano de intenes do governante para um perodo de quatro anos, nele o chefe do Executivo projeta o que ser transformado no ente federativo que governa durante esse perodo, tudo visando o atendimento das necessidades pblicas. No PPA so estabelecidas as prioridades para um perodo considerado. Ele representa a mais abrangente pea de planejamento governamental, com o estabelecimento de prioridades e no direcionamento das aes do governo, para um perodo de quatro anos.

    ELABORAO

    Como vimos, a iniciativa do PPA , segundo a Constituio, privativa e indelegvel do chefe do Poder Executivo. Assim sendo, nenhum outro rgo, poder ou autoridade poder encaminhar diretamente ao Poder Legislativo projeto de lei referente ao Plano Plurianual, nem mesmo o prprio Poder Legislativo, sob pena de vicio insanvel de forma. Por esse motivo, todos os rgos e Poderes que desejarem de alguma forma participar da elaborao do PPA, devero encaminhar seus pleitos ao poder Executivo para anlise e consolidao em um nico documento que ser encaminhado ao Congresso Nacional na forma de um projeto de lei e por meio de mensagem do Presidente da Repblica.

    Vigncia e prazos para encaminhamento do PPA ao Congresso e devoluo para sano.

    Segundo o Inciso I do 2 do Art. 35 do ADCT, at a entrada em vigor da lei complementar a que se refere o art. 165, 9, I e II, sero obedecidas s seguintes normas:

    I. O projeto do Plano Plurianual, para vigncia at o final do primeiro exerccio financeiro do mandato presidencial subsequente, ser encaminhado at quatro meses antes do encerramento do primeiro exerccio financeiro e devolvido para sano at o encerramento da sesso legislativa;

    Vamos por partes entender o que diz o mandamento constitucional:

    1) Perodo de vigncia:

    O projeto do Plano Plurianual, para vigncia at o final do primeiro exerccio financeiro do mandato presidencial subsequente,....

    O mandamento constitucional deixa claro em seu texto que ser de quatro anos, isso porque ele ser elaborado no primeiro ano de mandato e comear a vigorar no segundo, tendo sua vigncia estendida at o primeiro ano de mandato subsequente. Ou seja, sabendo que o mandato presidencial de quatro anos, o PPA vigorara por trs anos do mandato em que elaborado, e por mais um ano no subsequente.

    Isso significa que a vigncia do PPA se iniciar no primeiro dia do segundo ano de mandado do presidente eleito. Significa ainda que, apesar de o PPA ser elaborado para um perodo de quatro anos, ele no coincide com o mandato presidencial. interessante ficar atento para o fato da constituio no estabelecer expressamente o perodo de quatro anos para o PPA, ela o faz atrelando-o ao mandato (segundo ano do mandato vigente ao trmino do primeiro do mandato subsequente). Assim, se o mandato for alterado para cinco anos, por exemplo, a vigncia do PPA estar automaticamente alterada tambm para cinco anos.

    Tal mecanismo permite que o Presidente tenha o seu primeiro ano livre para elaborar todo seu planejamento, inclusive o PPA. Preserva ainda a continuidade dos servios pblicos, ao no deixar a merc das convenincias poltica a interrupo de um programa importante para a populao em funo da troca das faces que se encontram no poder.

  • Lei do Direito Autoral n 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Probe a reproduo total ou parcial desse material ou divulgao com fins comerciais ou no, em qualquer meio de comunicao, inclusive na Internet, sem autorizao do Alfa Concursos Pblicos Online.

    Mas ento nunca haver a possibilidade de um chefe do Executivo executar os quatro anos do PPA que ele

    mesmo elaborou?

    Pelas regras atuais essa situao ocorrer somente diante de uma possibilidade, quando o chefe do poder Executivo consegue a reeleio. Dessa forma ele que executar o ltimo ano de planejamento do PPA que elaborou, porm j no novo mandato. Como no Brasil a reeleio s permitida por uma nica vez, essa situao tambm somente ocorrer uma vez a cada reeleio.

    2) Prazos

    ...ser encaminhado at quatro meses antes do encerramento do primeiro exerccio financeiro e devolvido para sano at o encerramento da sesso legislativa;

    A Constituio estabelece prazos para elaborao e encaminhamento para o Congresso Nacional por parte do Presidente, e prazo para devoluo para sano ou veto do Presidente por parte do Congresso Nacional.

    Tais prazos so:

    Elaborao e encaminhamento:

    Quatro meses antes do fim do primeiro exerccio financeiro que coincide com 31 de agosto do primeiro ano de mandato. Fique atento porque, com relao ao PPA, esse encaminhamento s ocorre no primeiro ano de mandato, diferente da LDO e LOA em que esse encaminhamento anual.

    Isso quer dizer que o presidente ter oito meses, a partir da posse, para elaborar seu PPA.

    Devoluo:

    Antes de vermos o prazo para devoluo, vejamos algumas definies que nos ajudaro a entender os prazos das trs leis oramentrias:

    a) Legislatura: composta de quatro sesses legislativas e compreende o perodo de 4 anos (CF, art. 44, pargrafo nico).

    b) Sesso Legislativa: composta de dois perodos legislativos e compreende o perodo de 2 de fevereiro a 22 de dezembro (CF, art. 57 EC n 50).

    c) Perodo Legislativo:

    1 perodo: de 2 de fevereiro a 17 de julho (CF, art. 57 - EC n 50).

    2 perodo: de 1 de agosto a 22 de dezembro (CF, art. 57 - EC n 50).

    Agora fica fcil, at o trmino da seo legislativa quer dizer o ultimo dia de trabalho no Congresso Nacional, ou seja, 22 de dezembro do primeiro ano de mandato.

    O Congresso Nacional ter ento pouco menos de quatro meses de 31 de agosto 22 de dezembro- para dispor sobre o PPA apresentado. Porm, apesar da determinao, no h nenhuma consequncia prevista na Constituio caso esse prazo no seja cumprido.

    Estados e Municpios podero ter prazos distintos, desde que assinalados em suas constituies e leis orgnicas.

  • Lei do Direito Autoral n 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Probe a reproduo total ou parcial desse material ou divulgao com fins comerciais ou no, em qualquer meio de comunicao, inclusive na Internet, sem autorizao do Alfa Concursos Pblicos Online.

    TRAMITAO

    Como j vimos o projeto do PPA ser recebido no Congresso pela CMO (Comisso Mista de Planos, Oramentos Pblicos e Fiscalizao) que o examinar e emitir parecer. Aps, os parlamentares podero apresentar emendas. Tais emendas sero apresentadas na Comisso mista, que sobre elas emitir parecer, e apreciadas, na forma regimental, pelo Plenrio das duas casas do Congresso Nacional.

    Depois de apreciadas as emendas dos parlamentares, o projeto de lei ser submetido ao Congresso Nacional na forma do Regimento Comum.

    O Presidente da Repblica poder remeter mensagem ao Congresso Nacional propondo modificaes no Projeto de PPA, enquanto no iniciada a votao, na Comisso Mista, da parte cuja alterao proposta.

    CONTEDO

    Como vimos acima, o PPA o planejamento estratgico de mdio prazo da Administrao Pblica. Segundo a Constituio Federal, o Plano Plurianual tem por finalidade estabelecer de forma regionalizada as diretrizes, objetivos e metas (DOM) da Administrao Pblica Federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para aquelas relativas aos programas de durao continuada.

    Vamos decifrar o que diz o mandamento constitucional.

    1) De forma regionalizada: Em funo das imensas desigualdades entre as regies do Brasil, o presidente deve planejar seu PPA priorizando investimento que as minimizem. Assim, regies como Norte e Nordeste, que em funo do clima e da localizao geogrfica alcanam ndices de desenvolvimento menores que o restante do pas, devem ter ateno especial e receber investimentos que propiciem o desenvolvimento mais uniforme para todas as regies.

    Tal dispositivo est em harmonia com o que estabelece o inciso III do art. 3 da Constituio, onde esto calcados os objetivos fundamentais da Repblica Federativa do Brasil:

    Art. 3 (...)

    III. Erradicar a pobreza e marginalidade e reduzir as desigualdades sociais e regionais

    2) Diretrizes: So orientaes gerais que nortearo atividade financeira do Estado por um determinado perodo, no caso do PPA quatro anos. Essas orientaes serviro de baliza para a captao de recursos financeiros, sua gesto e dispndio, tudo com vistas a alcanar determinados objetivos.

    3) Os objetivos: Consistem na descrio e discriminao dos resultados que a ao governamental, por meio da atividade financeira, pretende alcanar. Normalmente parte-se de um problema a ser resolvido, sendo o objetivo a resoluo deste problema ou a minimizao de seus efeitos.

    4) Metas: so a traduo quantitativa e qualitativa dos objetivos, ou seja, os nmeros relacionados ao dispndio pblico (valores a serem empregados ou quantidade de bens pblicos a serem disponibilizados) e as mudanas reais que devem ser atingidas e que representaro a resoluo dos problemas ou as minimizaes desejadas.

    Segundo o Ministrio do Planejamento, a cada Objetivo esto associadas metas, que podem ser qualitativas ou quantitativas. As Metas so indicaes que fornecero parmetros para a realizao esperada para o perodo do Plano. As qualitativas so particularmente interessantes porque ampliam a relao do Plano com os demais insumos necessrios consecuo das polticas, alm do Oramento. Cabe destacar ainda, que elas resgatam no Plano uma dimenso que, anteriormente, confundia-se com o produto das aes oramentrias. Por isso, as Metas estabelecem uma relao com o cidado por traduzirem a atuao do governo com mais simplicidade e transparncia.

    5) Despesas de capital: Representam dispndio pblico que em sua maioria contribuem para a formao do seu patrimnio ou do patrimnio de outro ente, esto relacionadas inovao e expanso. So exemplos de Despesas de capital: aquisies de mveis, imveis, construo de escolas, instalaes, estradas, prdios pblicos, usinas etc.

    Em contraponto as despesas de capital existem as despesas correntes, que so aquelas destinadas manuteno da atividade estatal e, normalmente, no esto associadas a inovao ou expanso

    6) Outras delas decorrentes: Precipuamente a preocupao ser com a despesa de capital. Esse tipo de despesas planejada no PPA porque normalmente so realizadas em perodos superiores a um ano ou que beneficiaro a sociedade por longo tempo. Porm, uma vez feito o investimento, necessrio sua manuteno, que se dar por despesa corrente, por isso a expresso outras delas decorrentes.

  • Lei do Direito Autoral n 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Probe a reproduo total ou parcial desse material ou divulgao com fins comerciais ou no, em qualquer meio de comunicao, inclusive na Internet, sem autorizao do Alfa Concursos Pblicos Online.

    Ao realizar a construo de uma escola a Administrao Pblica est realizando uma despesa de capital. Depois de construda, ela precisar de funcionrios e de manuteno, e essas sero despesas correntes decorrentes da despesa de capital que foi construir a escola.

    7) Despesas relativas aos programas de durao continuada (PDC): so despesas vinculada a programas com durao superior a um ano, como o Fome Zero, Bolsa Escola, FIES, etc.

    A CF estabelece em seu art. 166, 1, que nenhum investimento cuja execuo ultrapasse um exerccio financeiro poder ser iniciado sem prvia incluso no Plano Plurianual, ou sem lei que autorize a incluso, sob pena de crime de responsabilidade.

    Dessa forma, permitido o incio de execuo de investimento no includo no plano plurianual, mesmo que seja para ocorrer por perodo de vrios anos, desde que lei especfica tenha autorizado essa execuo.

    COMPOSIO

    O PPA composto basicamente por programas de trabalho do governo, um instrumento de organizao da atuao governamental que articula um conjunto de aes que concorrem para a concretizao de um objetivo comum preestabelecido, mensurado por indicadores institudos no plano, visando a soluo de um problema ou o atendimento de determinada necessidade ou demanda da sociedade, por exemplo: erradicao do analfabetismo, erradicao da pobreza, programa Fome-Zero, Programa de Acelerao do Crescimento (PAC).

    Todo programa nasce da necessidade de resoluo de um problema pr-existente. Para ser eficiente o programa deve ser capaz de gerar aes capazes de atacar as causas desses problemas resolvendo-os ou, pelo menos, amenizando seus efeitos negativos. Tais realizaes so o produto-final oferecido sociedade. Deve ainda conter um conjunto de indicadores que permita a efetiva verificao da sua eficincia eficcia e efetividade.

    Assim, quando a sociedade, os entes pblicos ou a conjuntura exige a resoluo de um problema, antes de tudo, deve-se elaborar um programa visando a sua resoluo, e a partir dele as aes so realizadas de forma coordenada, que podem envolver ou no recursos, como o caso de edio de leis e outros instrumentos normativos, a alavancagem de recursos oramentrios, incentivos colaborao ou parceria de outras instituies pblicas ou privadas, etc. Pode-se ento entender programa como o mdulo integrador entre o planejamento e a execuo, no caso do Brasil, entre o PPA e a LOA.

    Segundo o art. 5 da lei 12.593 de 18 de Janeiro de 2012, o PPA 2012-2015 reflete as polticas pblicas e organiza a atuao governamental por meio de Programas Temticos e de Gesto, Manuteno e Servios ao Estado, assim definidos:

    Programa Temtico: que expressa e orienta a ao governamental para a entrega de bens e servios sociedade; e

    Programa de Gesto, Manuteno e Servios ao Estado: que expressa e orienta as aes destinadas ao apoio, gesto e manuteno da atuao governamental.

    No integram o PPA 2012-2015 os programas destinados exclusivamente a operaes especiais, que constaro somente no oramento.

    Programa Temtico composto por Objetivos, Indicadores, Valor Global e Valor de Referncia. Objetivo expressa o que deve ser feito, reflete as situaes a serem alteradas pela implementao de um conjunto de Iniciativas e tem como atributos:

    rgo Responsvel: rgo cujas atribuies mais contribuem para a implementao do Objetivo; Meta: medida do alcance do Objetivo, podendo ser de natureza quantitativa ou qualitativa; e Iniciativa: atributo que declara as entregas de bens e servios sociedade, resultantes da coordenao de

    aes governamentais, decorrentes ou no do oramento.

    O Indicador uma referncia que permite identificar e aferir, periodicamente, aspectos relacionados a um Programa, auxiliando o seu monitoramento e avaliao.

    O Valor Global uma estimativa dos recursos oramentrios, necessrios consecuo dos Objetivos, segregadas as esferas Fiscal e da Seguridade da esfera de Investimento das Empresas Estatais, com as respectivas categorias econmicas, e dos recursos de outras fontes.

  • Lei do Direito Autoral n 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Probe a reproduo total ou parcial desse material ou divulgao com fins comerciais ou no, em qualquer meio de comunicao, inclusive na Internet, sem autorizao do Alfa Concursos Pblicos Online.

    O Valor de Referncia um parmetro financeiro, estabelecido por Programa Temtico, especificado pelas esferas Fiscal e da Seguridade e pela esfera de Investimento das Empresas Estatais, que permitir identificar, no PPA 2012-2015, empreendimento, quando seu custo total superar aquele valor.

    Integram o PPA 2012-2015 os seguintes anexos:

    I - Programas Temticos;

    II - Programas de Gesto, Manuteno e Servios ao Estado;

    III - Empreendimentos Individualizados como Iniciativas.

  • Lei do Direito Autoral n 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Probe a reproduo total ou parcial desse material ou divulgao com fins comerciais ou no, em qualquer meio de comunicao, inclusive na Internet, sem autorizao do Alfa Concursos Pblicos Online.

    I. LEI DE DIRETRIZES ORAMENTRIAS - LDO

    A Lei de Diretrizes Oramentrias uma completa inovao da Constituio de 1988, antes da desta carta poltica nada parecido existia no cenrio oramentrio brasileiro. Introduzidas no ordenamento jurdico pela Constituio Federal de 1988 e reforadas em suas atribuies pela Lei de Responsabilidade Fiscal, as Leis de Diretrizes Oramentrias (LDO) vm desempenhando relevante papel na normatizao da atividade financeira do Estado, por vezes at preenchendo lacunas na legislao permanente acerca da matria.

    Conforme o 2 do Art. 165 da Constituio, a lei de diretrizes oramentrias compreender as metas e prioridades da Administrao Pblica, incluindo as despesas de capital para o exerccio financeiro subsequente, orientar a elaborao da lei oramentria anual, dispor sobre as alteraes na legislao tributria e estabelecer a poltica de aplicao das agncias financeiras oficiais de fomento.

    GIACOMONI (2.001: 204) destaca: Significando efetiva inovao no sistema oramentrio brasileiro, a LDO representa uma colaborao positiva no esforo de tornar o processo oramentrio mais transparente e, especialmente, contribui para ampliar a participao do Poder Legislativo no disciplinamento das finanas pblicas. (...) Afora manter carter de orientao elaborao da lei oramentria anual, a LDO progressivamente vem sendo utilizada como veculo de instrues e regras a serem cumpridas na execuo do oramento. Essa ampliao das finalidades da LDO tende a suprir a incapacidade, em face ao Princpio da Exclusividade, de a lei oramentria disciplinar temas que no sejam os definidos pela Constituio Federal.

    ELABORAO

    Como vimos, a iniciativa da LDO , segundo a Constituio, privativa e indelegvel do chefe do Executivo. Assim sendo, nenhum outro rgo ou poder poder dar iniciativa ao processo legislativo de projeto de lei referente s Diretrizes Oramentrias, nem mesmo o prprio Poder Legislativo, sob pena de vicio insanvel de forma. Por esse motivo, todos os rgos e Poderes que desejarem de alguma forma participar da elaborao da LDO, devero encaminhar seus pleitos ao poder Executivo para anlise e consolidao em um nico documento que ser encaminhado ao Congresso Nacional na forma de um projeto de lei e por meio de Mensagem do Presidente da Repblica.

    Vigncia e prazos para encaminhamento da LDO ao Congresso e devoluo para sano.

    Segundo o Inciso II do 2 do Art. 35 do ADCT, at a entrada em vigor da lei complementar a que se refere o Art. 165, 9, I e II, sero obedecidas as seguintes normas:

    II. O projeto de lei de diretrizes oramentrias ser encaminhado at oito meses e meio antes do encerramento do exerccio financeiro e devolvido para sano at o encerramento do primeiro perodo da sesso legislativa;

    1) Perodo de vigncia:

    Existe certa controvertia doutrinaria relacionada ao perodo de vigncia da LDO pelos motivos que se seguem:

    A Constituio no se refere expressamente a vigncia da LDO, como faz com a LOA e o PPA;

    A Constituio estabelece a elaborao de uma LDO diferente a cada exerccio financeiro, ou seja, ser uma a cada ano. Por esse motivo alguns doutrinadores afirmam que sua vigncia anual.

    Apesar de estabelecer a elaborao de uma LDO para cada exerccio financeiro, em nenhum ponto da Constituio existe a limitao temporal da sua vigncia como sendo de um ano.

    Uma das funes da LDO, se no sua principal, orientar a elaborao da LOA do ano subsequente, que comea a ser apreciada pelo Congresso Nacional quatro meses antes do trmino do exerccio financeiro em que vigorar, tanto que ela enviada para o Congresso Nacional quatro meses e meio antes da LOA, como veremos.

    Para cumprir a funo de orientadora do processo de elaborao da LOA, Se observarmos o Art. 131 da lei n 12.309, de 9 de agosto de 2010 (LDO 2011), por exemplo, vemos que ela passa a vigorar no momento de sua publicao, ou seja, apesar de ser elaborada como sendo do exerccio seguinte, ela vigora no mesmo exerccio em que elaborada.

    Art. 131. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicao.

  • Lei do Direito Autoral n 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Probe a reproduo total ou parcial desse material ou divulgao com fins comerciais ou no, em qualquer meio de comunicao, inclusive na Internet, sem autorizao do Alfa Concursos Pblicos Online.

    A LDO tambm tem por funo orientar a execuo oramentria durante todo exerccio financeiro subsequente ao que elaborada.

    A ttulo de exemplo, vejamos agora o que diz os 3 e 6 do art. 127 da Constituio que versa sobre a execuo oramentria do Ministrio Pblico:

    Art. 127. (...)

    (...)

    3 - O Ministrio Pblico elaborar sua proposta oramentria dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes oramentrias.

    (...)

    6 Durante a execuo oramentria do exerccio, no poder haver a realizao de despesas ou a assuno de obrigaes que extrapolem os limites estabelecidos na lei de diretrizes oramentrias, exceto se previamente autorizadas, mediante a abertura de crditos suplementares ou especiais. (Includo pela Emenda Constitucional n 45, de 2004)

    Chegamos a concluso que a LDO vigora do momento da sua publicao, para auxiliar a elaborao da prxima LOA, e por todo o exerccio financeiro subsequente, durante a execuo oramentria. Assim certamente a LDO vigora por mais de um ano, mas alguns autores insistem em sustentar que sua vigncia anual. Por esse motivo deve-se ficar a tento a banca para entender o posicionamento.

    importante ressaltar que, durante a execuo oramentria do exerccio seguinte, haver a aprovao de outra LDO com o fim de orientar a elaborao da LOA do outro exerccio financeiro, porm essa nova LDO aprovada no revoga a antiga que permanece vigente at o trmino do exerccio financeiro subsequente ao exerccio em que ela foi elaborada, por exemplo:

    LDO de 2011 (elaborada e aprovada at 17 de julho de 2010 para reger o exerccio financeiro de 2011);

    Essa LDO vai viger durante o restante exerccio de 2010, orientando a elaborao da LOA de 2011, e durante todo exerccio financeiro de 2011, estabelecendo regras para a execuo oramentria de 2011.

    LDO de 2012 (elaborada e aprovada at 17 de julho de 2011 para reger o exerccio financeiro de 2012);

    Essa LDO vai viger durante o restante exerccio de 2011, orientando a elaborao da LOA de 2012, e durante todo exerccio financeiro de 2012, orientando a execuo oramentria de 2012.

    Observe que em 2011, a partir da elaborao da LDO 2012 (17 de junho de 2012) existiro duas LDOs vigendo simultaneamente:

    A LDO 2011 estabelecendo regras para a execuo oramentria de 2011;

    A LDO 2012 orientando a elaborao da LOA para 2012.

    2) Prazos

    Segundo o Inciso II do 2 do Art. 35 do ADCT, at a entrada em vigor da lei complementar a que se refere o art. 165, 9, I e II, sero obedecidas as seguintes normas:

    II. O projeto de lei de diretrizes oramentrias ser encaminhado at oito meses e meio antes do encerramento do exerccio financeiro e devolvido para sano at o encerramento do primeiro perodo da sesso legislativa;

    Vamos por partes entender o que diz o mandamento constitucional:

    Elaborao e encaminhamento:

    O prazo para elaborao e encaminhamento da LDO oito meses e meio antes do encerramento do exerccio financeiro, ou seja, 15 de abril em todos os exerccios financeiros.

    Isso quer dizer que o Presidente tem os primeiros trs meses e meio de todos os anos do seu mandato para elaborar sua LDO, uma a cada mandato.

    A elaborao da LDO deve observar as previses constantes no PPA em funo da subordinao oramentria que ela deve ter em relao ao Plano Plurianual.

  • Lei do Direito Autoral n 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Probe a reproduo total ou parcial desse material ou divulgao com fins comerciais ou no, em qualquer meio de comunicao, inclusive na Internet, sem autorizao do Alfa Concursos Pblicos Online.

    Devoluo:

    O legislativo dever devolver a LDO ao Poder Executivo para sano at o encerramento do primeiro perodo da seo legislativa, ou seja, 17 de julho.

    Segundo o Art. 57, 2 da CF, a sesso legislativa no ser interrompida sem a aprovao do projeto de lei de diretrizes oramentrias o que impedir os parlamentares de entrarem em recesso (frias) at que tal lei seja aprovada.

    Importante frisar que das leis oramentrias somente a LDO tem esse poder, isso pela necessidade urgente de aprovao deste importante instrumento oramentrio, haja vista que dentre suas principais funes est a de orientar a elaborao do prprio oramento, ou seja, enquanto ela no estiver pronta no se inicia a elaborao da Lei Oramentria Anual, o que pode prejudicar todo exerccio financeiro subsequente.

    Por esse motivo, alguns doutrinadores afirmam que a LDO no poder ser rejeitada pelo Poder Legislativo. Esse posicionamento aceito por algumas bancas como o CESPE. A ttulo de exemplo segue essa questo dada como incorreta.

    (CESPE - 2010 - DPU - Analista Administrativo) A competncia para rejeio do projeto de lei de diretrizes oramentrias do Congresso Nacional, que pode entrar em recesso por ocasio da sua aprovao ou rejeio.

    Para estados e municpios esses prazos podem ser diferenciados, desde que previstos na respectiva constituio estadual ou na Lei Orgnica.

    TRAMITAO

    Como j vimos o projeto da LDO ser recebido no Congresso pela CMO que o examinar e emitir parecer. Aps, os parlamentares podero apresentar emendas. Tais emendas sero apresentadas na Comisso mista, que sobre elas emitir parecer, e apreciadas, na forma regimental, pelo Plenrio das duas Casas do Congresso Nacional. Como condio de aprovao, essas emendas devero estar de acordo com o PPA.

    Depois de apreciadas as emendas dos parlamentares, o projeto de lei ser submetido ao Congresso Nacional na forma do Regimento Comum. Para a LDO tambm vale a observao de que, apesar da votao ser no Congresso, a apurao dos votos de senadores e deputados em separado.

    O Presidente da Repblica poder remeter mensagem ao Congresso Nacional, propondo modificaes no Projeto da LDO, enquanto no iniciada a votao, na Comisso Mista, da parte cuja alterao proposta.

    CONTEDO

    Como vimos acima, Lei de Diretrizes Oramentrias ter as seguintes funes principais, segundo a constituio:

    Compreender as metas e prioridades (MP) da Administrao Pblica federal;

    1) Metas: a traduo quantitativa e qualitativa dos objetivos, ou seja, os nmeros e as mudanas reais que devem ser

    atingidos e que representaro a resoluo dos problemas ou as minimizaes desejadas.

    Enquanto no PPA so descritas as metas para quatro anos, na LDO so estabelecidas as metas para o exerccio financeiro subsequente, ou seja, para um ano.

    2) Prioridades:

    Prioridade pode ser entendida como o grau de precedncia ou de preferncia de uma ao ou situao sobre as demais opes. Em geral, definida em razo da gravidade da situao ou da importncia de certa providncia para a eliminao de pontos de estrangulamento. Tambm se considera a relevncia do empreendimento para a realizao de objetivos estratgicos de poltica econmica e social.

    So as escolhas dentre o que est previsto no PPA que sero realizadas durante o exerccio financeiro subsequente. No PPA existe um planejamento de realizaes que no poderia ser feito em um s exerccio financeiro, afinal o as diretrizes, objetivos e metas do PPA so planejadas para serem executadas durante quatro anos, uma parte em cada exerccio financeiro por intermdio de cada LOA.

  • Lei do Direito Autoral n 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Probe a reproduo total ou parcial desse material ou divulgao com fins comerciais ou no, em qualquer meio de comunicao, inclusive na Internet, sem autorizao do Alfa Concursos Pblicos Online.

    Por esse motivo a LDO tem a misso de determinar, baseada nas diretrizes estabelecidas no PPA, quais os objetivos desse plano sero prioritariamente realizados no exerccio financeiro a que a LDO se refere, estabelecendo as metas a serem cumpridas naquele exerccio.

    Encontramos ento uma das funes principais da LDO, o estabelecimento dos parmetros necessrios alocao dos recursos no oramento anual, de forma a garantir, dentro do possvel, a realizao das diretrizes, objetivos e as metas contempladas no Plano Plurianual. certo que no haver recursos suficientes para se realizar tudo, sendo assim necessrio um mecanismo atual que, diante da realidade, possa indicar ao oramento o que naquele momento o mais importante a ser realizado dentre tudo que foi planejado no PPA, adequando o planejamento a realidade de caixa do ente pblico.

    3) Incluindo as despesas de capital para o exerccio financeiro subsequente

    As atenes sempre estaro sobre as despesas de capital, j que elas contribuem para a formao do patrimnio do ente pblico. Isso no quer dizer que as despesas correntes devam ser deixadas de lado, ao contrrio, sobre essas dever haver sempre controle para que no fujam dos limites previstos. As definies das despesas de capital que constaro do texto da LDO esto dentre aquela prevista no PPA e que agora sero priorizadas para o exerccio social subsequente, j que as do exerccio vigente foram previstas na LDO do ano anterior.

    4) Orientar a elaborao da lei oramentria anual;

    Essa orientao visa estabelecer parmetro para o oramento do exerccio seguinte como, por exemplo, a adequao da LOA ao que foi estabelecido no PPA, ou ainda, o estabelecimento de limites para as propostas parciais dos outros poderes, MPU e TCU.

    Art. 99 - Ao Poder Judicirio assegurada autonomia administrativa e financeira.

    1 - Os tribunais elaboraro suas propostas oramentrias dentro dos limites estipulados conjuntamente com os demais Poderes na lei de diretrizes oramentrias.

    Outro dispositivo importante a ser citado, com relao s responsabilidade da LDO na elaborao da LOA, o estabelecimento de prazos para encaminhamento das propostas oramentrias parciais por parte daqueles que tem autonomia administrativa e financeira. Isso para que no haja atrasos na elaborao da LOA e consequente prejuzo execuo oramentria do exerccio financeiro subsequente que poderia provocar descontinuidade dos servios pblicos.

    Tal dispositivo contido na Constituio prev que, em caso de atraso no encaminhamento das propostas parciais por parte dos Poderes Legislativo e Judicirio, alem do TCU e MPU, o Poder Executivo considerar para, fins de consolidao, a proposta vigente como se nova fosse, atualizando-os com base nos limites estabelecidos na LDO.

    Art. 98 da CF (...)

    3 Se os rgos referidos no 2 no encaminharem as respectivas propostas oramentrias dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes oramentrias, o Poder Executivo considerar, para fins de consolidao da proposta oramentria anual, os valores aprovados na lei oramentria vigente, ajustados de acordo com os limites estipulados na forma do 1 deste artigo

    Alm da elaborao da LOA, a LDO tambm orientar a execuo oramentria, pois durante a execuo, no poder haver a realizao de despesas ou a assuno de obrigaes que extrapolem os limites estabelecidos na lei de diretrizes oramentrias, exceto se previamente autorizadas, mediante a abertura de crditos suplementares ou especiais.

    5) Dispor sobre as alteraes na legislao tributria;

    Importante citar que a LDO no altera legislao tributria, ela dispes sobre as alteraes. Assim a LDO vai estabelecer regras para elaborao de leis que provoquem a instituio de novos tributos, alterao de tributos j existentes, concesso de renuncia de despesa ou vinculao de receita, etc.

    6) Estabelecer a poltica de aplicao das agncias financeiras oficiais de fomento.

    Agncias oficiais de fomento so instituies pertencentes ao poder pblico que tem entre suas funes incentivar a economia fomentando recursos financeiros, normalmente por meio de emprstimos e financiamentos.

  • Lei do Direito Autoral n 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Probe a reproduo total ou parcial desse material ou divulgao com fins comerciais ou no, em qualquer meio de comunicao, inclusive na Internet, sem autorizao do Alfa Concursos Pblicos Online.

    So exemplos dessas agncias:

    Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES);

    Banco do Brasil;

    Caixa Econmica Federal;

    Banco do Nordeste;

    Banco da Amaznia.

    7) Disposies relativas s despesas da Unio com pessoal e encargos sociais;

    Art. 169 - A despesa com pessoal ativo e inativo da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios no poder exceder os limites estabelecidos em lei complementar.

    Esse artigo foi regulamentado pela LRF que estabeleceu limites de endividamento com pessoal para todos os Entes Federados.

    1 A concesso de qualquer vantagem ou aumento de remunerao, a criao de cargos, empregos e funes ou alterao de estrutura de carreiras, bem como a admisso ou contratao de pessoal, a qualquer ttulo, pelos rgos e entidades da administrao direta ou indireta, inclusive fundaes institudas e mantidas pelo poder pblico, s podero ser feitas: (Renumerado do pargrafo nico, pela Emenda Constitucional n 19, de 1998)

    I. Se houver prvia dotao oramentria suficiente para atender s projees de despesa de pessoal e aos acrscimos dela decorrentes; (Includo pela Emenda Constitucional n 19, de 1998)

    II. Se houver autorizao especfica na lei de diretrizes oramentrias, ressalvadas as empresas pblicas e as sociedades de economia mista.

    Importante citar que para a LRF no so todas as empresas pblicas e sociedades de economia mista que esto dispensados dessa regra, para a LRF somente as ditas empresas pblicas e sociedades de economia independentes no necessitaro dessa autorizao.

    Segundo a LRF empresa estatal dependente aquela controlada que receba do ente controlador recursos financeiros para pagamento de despesas com pessoal ou de custeio em geral ou de capital, excludos, no ltimo caso, aqueles provenientes de aumento de participao acionria.

    Alm das matrias especificadas acima, a LDO poder tratar:

    1) Estrutura e organizao dos oramentos;

    2) As disposies sobre alteraes na legislao e sua adequao oramentria

    3) Disposies relativas dvida pblica federal;

    4) Disposies sobre a fiscalizao pelo Poder Legislativo e sobre as obras e servios com indcios de irregularidades graves; etc.

    Importncia da LDO aps a LRF:

    Com a vigncia da Lei de Responsabilidade Fiscal, a Lei de Diretrizes Oramentrias passou a ter mais relevncia, ganhando novas funes e destaque no processo oramentrio.

    A LRF estabeleceu que a LDO dever dispor sobre:

    1) Equilbrio entre receitas e despesas;

    2) Critrios e forma de limitao de empenho, a ser verificado no final de cada bimestre quando se verificar que a realizao da receita poder comprometer os resultados nominal e primrio estabelecidos no anexo de metas fiscais e para reduzir a dvida ao limite estabelecido pelo Senado Federal;

    3) Normas relativas ao controle de custos e avaliao dos resultados dos programas financiados com recursos dos oramentos;

    4) Demais condies e exigncias para a transferncias de recursos a entidade pblicas e privadas;

  • Lei do Direito Autoral n 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Probe a reproduo total ou parcial desse material ou divulgao com fins comerciais ou no, em qualquer meio de comunicao, inclusive na Internet, sem autorizao do Alfa Concursos Pblicos Online.

    O 1 do art. 4 da LRF estabelece que integrar o projeto de lei de diretrizes oramentrias o Anexo de Metas Fiscais, em que sero estabelecidas:

    1) Metas anuais, em valores correntes e constantes, relativas a receitas, despesas;

    2) Resultados nominal e primrio e montante da dvida pblica, para o exerccio a que se referirem e para os dois seguintes, ou seja, trs exerccios financeiros.

    O 2 do art. 4 da LRF menciona que o Anexo de Metas Fiscais conter, ainda:

    1) Avaliao do cumprimento das metas relativas ao ano anterior;

    2) Demonstrativo das metas anuais, instrudo com memria e metodologia de clculo que justifiquem os resultados pretendidos, comparando-as com as fixadas nos trs exerccios anteriores, e evidenciando a consistncia delas com as premissas e os objetivos da poltica econmica nacional;

    3) Evoluo do patrimnio lquido, tambm nos ltimos trs exerccios, destacando a origem e a aplicao dos recursos obtidos com a alienao de ativos;

    4) Avaliao da situao financeira e atuarial:

    Dos regimes geral de previdncia social e prprio dos servidores pblicos e do Fundo de Amparo ao Trabalhador;

    Dos demais fundos pblicos e programas estatais de natureza atuarial;

    Demonstrativo da estimativa e compensao da renncia de receita e da margem de expanso das despesas obrigatrias de carter continuado.

    O 3 do art. 4 da LRF determina que a lei de diretrizes oramentrias contenha Anexo de Riscos Fiscais, onde sero avaliados: 1) Os passivos contingentes; 2) Outros riscos capazes de afetar as contas pblicas, informando as providncias a serem tomadas, caso se

    concretizem.

    O 4 do art. 4 da LRF, propugna que a mensagem que encaminhar o projeto da Unio apresentar, em anexo especfico:

    1) Os objetivos das polticas monetria, creditcia e cambial; 2) Os parmetros e as projees para seus principais agregados e variveis; 3) As metas de inflao, para o exerccio subsequente.

  • Lei do Direito Autoral n 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Probe a reproduo total ou parcial desse material ou divulgao com fins comerciais ou no, em qualquer meio de comunicao, inclusive na Internet, sem autorizao do Alfa Concursos Pblicos Online.

    I. LEI ORAMENTRIA ANUAL (LOA) E PROCESSO LEGISLATIVO ORAMENTRIO

    A Lei Oramentria Anual o instrumento de efetiva execuo oramentria. Enquanto o PPA e a LDO se concentram em planejar, a LOA est voltada diretamente para a execuo. Isso no quer dizer que no haja planejamento na LOA, ao contrrio, porm esse planejamento de curto prazo e de cunho operacional, devendo obedecer a uma dupla subordinao: ao PPA e LDO.

    A LOA se caracteriza pela concretizao dos objetivos e metas estabelecidos no Plano Plurianual. o que poderamos chamar de oramento por excelncia ou oramento propriamente dito. atravs da LOA que o governo realiza ano a ano o que foi planejado para ser executado em quatro anos.

    ELABORAO

    Como vimos, a iniciativa da LOA , segundo a Constituio, privativa e indelegvel do chefe do Executivo. Assim sendo, nenhum outro rgo ou poder poder dar iniciativa a projeto de lei referente aos Oramentos Anuais, nem mesmo o prprio Poder Legislativo, sob pena de vicio insanvel de forma.

    Levando em considerao o critrio do rgo que elabora e executa o oramento, o modelo adotado pelo Brasil o misto, visto que existe uma diviso de responsabilidades entre todos os poderes, com predominncia do Executivo na execuo.

    Assim, alm do Poder Executivo, os outros Poderes, o Ministrio Pblico e Tribunal de Contas da Unio tambm tm garantida pela Constituio a prerrogativa de elaborar seu prprio oramento, isso porque no Brasil esses entes tm autonomia administrativa e financeira, instrumento que serve como um dos pilares do Princpio da Separao dos Poderes.

    Por esse motivo todos os citados tm direito de elaborar seu prprio oramento na forma de propostas parciais que sero enviadas ao Poder Executivo para consolidao do Projeto de Lei Oramentria Anual (PLOA).

    Porm, vlido ressaltar que, ressalvado o Poder Executivo, todos os demais elaboram seu oramento visando, precipuamente, a manuteno de suas atividades e as realizaes voltadas para suas reas de atuao. Ao contrrio do Poder Executivo, que tem a rdua misso de executar o a maior parte do oramento, principalmente no que diz respeito satisfao das chamadas necessidades pblicas, como educao, sade, segurana, reduo das desigualdades, infra-estruturar, etc.

    Mas a surge a pergunta:

    Em funo do Princpio do Equilbrio Oramentrio e diante do Princpio da Separao dos Poderes, pode o Poder Executivo alterar para menos os valores contestantes das propostas parciais enviadas pelos outros poderes citados sob o argumento do desequilbrio, sem que haja ofensa Separao dos Poderes?

    A prpria Constituio traz a resposta para esta pergunta ao prever entre os Arts. 99 a 127 vrias regras com relao elaborao e execuo oramentria, dentre elas a de que todos devam elaborar seus oramentos respeitando os limites estabelecidos na LDO, ou seja, o poder Executivo poder fazer os devidos ajustes para que as propostas parciais enviadas a ele sejam adequadas aos limites estabelecidos pela Lei de Diretrizes Oramentrias.

    Art. 99 - Ao Poder Judicirio assegurada autonomia administrativa e financeira.

    1 - Os tribunais elaboraro suas propostas oramentrias dentro dos limites estipulados conjuntamente com os demais Poderes na lei de diretrizes oramentrias.

    Diante do que vimos, podemos inferir que o Poder Executivo (Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto MPOG Secretaria de Oramento Federal SOF) o responsvel pela elaborao do oramento e desenvolve essa atividade em duas frentes:

    1) Elaborao da parte do oramento que cabe ao prprio Poder Executivo

    A elaborao dos oramentos dos rgos e entidades ligadas ao Poder Executivo de responsabilidade conjunta dos rgos central (Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto MPOG Secretaria de Oramento Federal SOF), setoriais, dentro de cada Ministrio (coordenao de oramento e finanas - COF/ seo de auditoria de gesto - SAG), e das unidades gestoras UG (unidade oramentrias UO/unidade administrativa-UA).

  • Lei do Direito Autoral n 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Probe a reproduo total ou parcial desse material ou divulgao com fins comerciais ou no, em qualquer meio de comunicao, inclusive na Internet, sem autorizao do Alfa Concursos Pblicos Online.

    A elaborao oramentria inicia-se com o levantamento de informaes para definio do rol de programas, aes e localizao dos gastos a serem realizados por cada unidade gestora (propostas parciais). Essas unidades enviam suas necessidades aos rgos setoriais (normalmente Ministrio) s quais so vinculados. Os Ministrios ento avaliam, adequam (consolidao setorial) e encaminham esses pedidos ao rgo central (Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto MPOG Secretaria de Oramento Federal SOF) para que passe por nova avaliao e adequao (consolidao geral) e ento seja concluda a parte que cabe ao Poder Executivo.

    2) Consolidao

    Os outros Poderes, o MPU e o TCU, tratados no oramento como rgo, realizam o mesmo trabalho no mbito de suas estruturas e consolidam suas propostas parciais em nvel setorial encaminhando ao Poder Executivo.

    Poder Executivo, por intermdio de seu rgo central, recebe as propostas parciais de todos aqueles que detm autonomia administrativa e financeira, verifica a regularidade dessas propostas (se se encontram dentro dos limites fixados na LDO e de acordo com o PPA) e consolida juntamente com a sua prpria proposta em uma nica proposta de Projeto de Lei Oramentria Anual. Depois de consolidada essa proposta encaminhada Casa Civil para chancela do chefe do Poder Executivo. O Chefe do Poder Executivo recebe a Proposta e, concordando com ela, a encaminha na forma de Projeto de Lei Oramentria Anual (PLOA) ao Poder Legislativo com uma mensagem.

    Vigncia e prazos para encaminhamento da LDO ao Congresso e devoluo para sano.

    1) Perodo de vigncia:

    A LOA tem vigncia anual, e efetivamente anual, inclusive com sua vigncia coincidindo com o ano civil, ou seja, de 01 de janeiro a 31 de dezembro, isso em funo dos dispositivos normativos abaixo listados:

    Constituio Federal

    Art. 165 - Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecero: (...)

    III. Os oramentos anuais.

    Lei 4.320/67

    Art. 2 - A Lei do Oramento conter a discriminao da receita e despesa de forma a evidenciar a poltica econmica financeira e o programa de trabalho do Governo, obedecidos os princpios de unidade universalidade e anualidade. (...)

    Art. 34 - O exerccio financeiro coincidir com o ano civil.

    2) Prazos

    Como as outras duas leis oramentrias, a Constituio tambm estabelece prazos para elaborao e encaminhamento da LOA, assim como para a devoluo para sano presidencial.

    Segundo o Inciso III do 2 do Art. 35 do ADCT, at a entrada em vigor da lei complementar a que se refere o art. 165, 9, I e II, sero obedecidas as seguintes normas:

    III. O projeto de lei oramentria da Unio ser encaminhado at quatro meses antes do encerramento do exerccio financeiro e devolvido para sano at o encerramento da sesso legislativa;

    Encaminhamento

    Como determina o texto constitucional, esse prazo ser at quatro meses antes do encerramento de todos os exerccios financeiros, ou seja, 31 de agosto.

    Se houver omisso por parte do chefe do Poder Executivo, restar caracterizado crime de responsabilidade segundo o inciso VI do Art. 85 da constituio federal, restando ao parlamento, segundo art. 32 da lei 4.320/67, considerar como proposta oramentria a LOA vigente, fazendo as alteraes pertinentes, dispondo sobre seu texto e aprovando-a como uma nova LOA.

    Constituio Federal

    Art. 85 - So crimes de responsabilidade os atos do Presidente da Repblica que atentem contra a Constituio Federal e, especialmente, contra (...)

    VI. A lei oramentria;

  • Lei do Direito Autoral n 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Probe a reproduo total ou parcial desse material ou divulgao com fins comerciais ou no, em qualquer meio de comunicao, inclusive na Internet, sem autorizao do Alfa Concursos Pblicos Online.

    Lei 4.320/67

    Art. 32 - Se no receber a proposta oramentria no prazo fixado nas Constituies ou nas Leis Orgnicas dos Municpios, o Poder Legislativo considerar como proposta a Lei de Oramento vigente.

    Esse mecanismo permitir que a continuidade do servio pblico no seja prejudicada pela inercia administrativa.

    Devoluo:

    At o encerramento da sesso legislativa, ou seja, 22 de dezembro, no havendo qualquer consequncia prevista na Constituio para o Congresso Nacional se tal prazo no for respeitado.

    importante frisar que apesar do mandamento constitucional ser claro em relao aos prazos, tem-se observado, no Brasil, que o calendrio das matrias oramentrias e a falta de rigor no cumprimento dos prazos comprometem a integrao entre planos plurianuais e leis oramentrias anuais.

    Processo legislativo oramentrio (Tramitao)

    No Congresso Nacional, o Projeto de Lei Oramentria Anual ser recebido pela Comisso Mista Permanente de Oramento (CMO), composta de deputados e senadores, a quem caber examinar e emitir parecer sobre o PLOA.

    A partir de ento os parlamentares passam a apresentar emendas na Comisso Mista, que sobre elas emitir parecer, e aps sero apreciadas, na forma regimental, pelo Plenrio das duas Casas do Congresso Nacional, com votao conjunta, mas apurao em separado.

    O Presidente da Repblica poder remeter mensagem ao Congresso Nacional propondo modificaes no Projeto da LOA, enquanto no iniciada a votao, na Comisso Mista, da parte cuja alterao proposta.

    Com a aprovao do projeto pelo plenrio do Congresso Nacional, o mesmo ser devolvido ao Presidente da Repblica que poder sancion-lo ou propor vetos.

    Limitaes constitucionais s emendas parlamentares

    A Constituio Federal estabelece limitaes aos parlamentares quanto s propostas de emendas na lei oramentria anual.

    O 2 do art. 166 da CF prev que as emendas sero apresentadas na comisso mista, que sobre elas emitir parecer, e apreciadas, na forma regimental, pelo Plenrio das duas Casas do Congresso Nacional.

    J o 3 do art. 166 da CF estabelece que as emendas ao projeto de lei do oramento anual ou aos projetos que o modifiquem somente podem ser aprovadas caso:

    1) Sejam compatveis com o Plano Plurianual e com a lei de diretrizes oramentrias;

    2) Indiquem os recursos necessrios, admitidos apenas os provenientes de anulao de despesa, excludas as que incidam sobre:

    a) Dotaes para pessoal e seus encargos;

    b) Servio da dvida;

    c) Transferncias tributrias constitucionais para Estados, Municpios e Distrito Federal;

    3) Sejam relacionadas:

    a) Com a correo de erros ou omisses; ou

    Com relao correo de erros, cabe ressaltar que se o erro estiver relacionado a estimativa de receita e se essa reestimativa for para mais, esse valor a maior poder servir de fonte de recursos de despesa constante de emenda parlamentar. Assim o parlamentar poder apresentar emenda prevendo despesa tendo como fonte de receita o valor encontrado a maior na reestimativa, desde que seja efetivamente comprovado erro ou omisso de ordem tcnica ou legal.

  • Lei do Direito Autoral n 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Probe a reproduo total ou parcial desse material ou divulgao com fins comerciais ou no, em qualquer meio de comunicao, inclusive na Internet, sem autorizao do Alfa Concursos Pblicos Online.

    Sobre esse assunto versa a lei de responsabilidade fiscal:

    Art. 12 - As previses de receita observaro as normas tcnicas e legais, consideraro os efeitos das alteraes na legislao, da variao do ndice de preos, do crescimento econmico ou de qualquer outro fator relevante e sero acompanhadas de demonstrativo de sua evoluo nos ltimos trs anos, da projeo para os dois seguintes quele a que se referirem, e da metodologia de clculo e premissas utilizadas.

    1 - Reestimativa de receita por parte do Poder Legislativo s ser admitida se comprovado erro ou omisso de ordem tcnica ou legal.

    b) Com os dispositivos do texto do projeto de lei.

    Segundo Tlio Cambraia, consultor de Oramento da Cmara dos Deputados, (2011), durante a tramitao no Congresso Nacional, o projeto da lei oramentria anual (PLOA), encaminhado pelo Poder Executivo, sofre inmeras emendas. Grande parte delas destina-se a modificaes na programao da despesa. Os recursos para tal finalidade advm das seguintes fontes:

    a) Reserva de contingncia;

    b) Reestimativa de receitas, fundamentada em erros e omisses;

    c) Cancelamento de dotaes, observadas as restries constitucionais e outras estabelecidas no Relatrio Preliminar.

    As limitaes so necessrias para que a proposta inicial no seja completamente desfigurada pelos parlamentares.

  • Lei do Direito Autoral n 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Probe a reproduo total ou parcial desse material ou divulgao com fins comerciais ou no, em qualquer meio de comunicao, inclusive na Internet, sem autorizao do Alfa Concursos Pblicos Online.

    I. Continuao de LEI ORAMENTRIA ANUAL (LOA)

    Contedo

    na lei oramentria que o governo prev a arrecadao de receitas e fixa a realizao de despesas para o perodo de um ano. Para que cumpra o princpio da legalidade o Poder Legislativo deve autorizar essa atividade financeira atravs de LEI.

    Na Administrao Pblica, boa parte das receitas a serem arrecadadas j esto previstas em Leis especficas (normalmente de cunho tributrio). Incumbe ao Poder Executivo prever a sua arrecadao para o ano subsequente e a fixao das despesas em funo dessas receitas. Vale lembrar que, em ateno ao princpio do equilbrio oramentrio, as despesas devem ser iguais s receitas e aquelas somente ocorrero ao se efetivar a arrecadao prevista.

    Isso torna a lei Oramentria materialmente um ato administrativo do tipo ato-condio no que diz respeito s despesas, pois para que ocorram depender do implemento de uma condio, a arrecadao das receitas.

    A lei oramentria conter crditos oramentrios ordinrios que nada mais so que autorizaes para a realizao de despesas. Os crditos oramentrios contero dotao oramentria, que so a soma de importncias consignadas no oramento para atender ao pagamento de certa ordem de servios pblicos.

    Segundo a lei 4.320/67, a LOA conter a discriminao da receita e despesa de forma a evidenciar a poltica econmico-financeira e o programa de governo, obedecidos aos princpios de unidade, universalidade e anualidade. Na prtica o oramento anual viabiliza a realizao anual dos programas de governo mediante a quantificao das metas e a alocao de recursos para as aes oramentrias (projetos, atividades e operaes especiais).

    importante citar que haver uma LOA para cada ente poltico, ou seja, haver uma LOA para Unio, uma LOA para cada Estado Membro e uma LOA para cada Municpio, sendo cada ente poltico responsvel por sua elaborao e execuo na respectiva esfera governamental (o mesmo acontece com o PPA e a LDO).

    O 5 do art. 165 da Constituio Federal estabelece que a Lei Oramentria Anual compreender:

    1) O oramento fiscal

    Referente aos Poderes da Unio, seus fundos, rgos e entidades da administrao direta e indireta, inclusive fundaes institudas e mantidas pelo Poder Pblico;

    O Oramento Fiscal abrange os trs poderes, seus fundos, rgos, autarquias, inclusive as fundaes institudas e mantidas pelo Poder Pblico. Compreende tambm as empresas pblicas, sociedades de economia mista e demais controladas que recebam quaisquer recursos do Tesouro Nacional, exceto as que percebam unicamente sob a forma de participao acionria, pagamento de servios prestados, ou fornecimento de bens, pagamento de emprstimo e financiamento concedidos e transferncias para aplicao em programa de financiamento (empresa estatal independente).

    As aes contidas no oramento fiscal so identificadas por excluso, abrangendo todas as aes que no estejam nos oramentos da seguridade social e de investimentos das empresas estatais.

    Assim, as despesas de uma fundao, por exemplo, estaro contidas tanto no oramento fiscal quanto no oramento da seguridade social, sendo que neste ltimo estaro somente as despesas incorridas em funo das aes voltadas para sade, previdncia social e assistncia social.

    2) O oramento da seguridade social

    Abrangendo todas as entidades e rgos a ela vinculados, da administrao direta ou indireta, bem como os fundos e fundaes institudos e mantidos pelo Poder Pblico.

    Particularmente o oramento da seguridade social, constitui o detalhamento dos montantes de receitas vinculados aos gastos da seguridade social (sade, previdncia social e assistncia social), especialmente as contribuies sociais nominadas no art. 195 da Constituio. Compreende tambm outras contribuies que lhe sejam asseguradas ou transferidas pelo oramento fiscal. Esse oramento abrange todas as entidades e rgos vinculados seguridade social, da administrao direta e indireta, bem como fundos e fundaes institudas e mantidas pelo Poder Pblico.

  • Lei do Direito Autoral n 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Probe a reproduo total ou parcial desse material ou divulgao com fins comerciais ou no, em qualquer meio de comunicao, inclusive na Internet, sem autorizao do Alfa Concursos Pblicos Online.

    A diviso da LOA em trs oramentos distintos no ofende ao princpio da unidade oramentria (totalidade), pois tal princpio se refere a uma nica LOA para cada ente federativo, e uma mera diviso desse oramento, que servir para mera organizao, dentro da mesma lei da mesma no ofende ao princpio citado. Ofenderia se tais oramentos fossem aprovados em leis oramentrias distintas.

    3) O oramento de investimento das empresas em que a Unio, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto;

    As empresas estatais so pessoas jurdicas de direito privado e esto organizadas, em sua maioria, sob a forma de sociedades de capital por aes e de empresas pblicas. Encontram-se, ainda, entre as subsidirias e controladas dessas empresas, sociedades civis ou por cotas de responsabilidade limitada.

    Esse oramento contempla os investimentos somente, ou seja, no entrar aqui despesa com pessoal ou de custeio.

    4) Outros dispositivos constitucionais que versam sobre o contedo da LOA

    Com relao ainda ao contedo da LOA, determina o pargrafo 6 do Art. 165 da CF que o Projeto da Lei Oramentria Anual dever conter um demonstrativo regionalizado do impacto sobre receitas e despesas de todas as isenes, anistias, remisses, subsdios e benefcios de natureza financeira, tributria e creditcia. tudo aquilo que produz um sacrifcio oramentrio do Estado que poder faz-lo, desde que atenda aos critrios estabelecidos na Constituio e no restante da legislao para que haja benefcios para todos.

    Constituio Federal

    Art. 165 (...)

    6 - O projeto de lei oramentria ser acompanhado de demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de isenes, anistias, remisses, subsdios e benefcios de natureza financeira, tributria e creditcia.

    No 7 do art. 165 a Constituio estabelece uma misso especfica aos oramentos fiscal e de investimentos, a de reduzir desigualdades inter-regionais, segundo critrio populacional. Tal mandamento tem a finalidade de atender a um dos objetivos fundamentais da Repblica Federativa Do Brasil, previsto na parte final do inciso III do seu Art. 3, a reduo das desigualdades regionais.

    Art. 3 - Constituem objetivos fundamentais da Repblica Federativa do Brasil: (...)

    III. erradicar a pobreza e a marginalizao e reduzir as desigualdades sociais e regionais;

    Art. 165 (...)

    7 - Os oramentos previstos no 5, I e II, deste artigo, compatibilizados com o Plano Plurianual, tero entre suas funes a de reduzir desigualdades inter-regionais, segundo critrio populacional.

    Tal mandamento vale para todos os entes federativos que devero combater essas desigualdades dentro de seus limites territoriais.

    Ainda seguindo esse mandamento, a Constituio determina em seu art. 43 que, para efeitos administrativos, a Unio poder articular sua ao em um mesmo complexo geoeconmico e social, visando a seu desenvolvimento e reduo das desigualdades regionais. Essas aes sero operacionalizadas por intermdio do Oramento Anual.

    Mas fique atento!

    Pois, a despeito de no haver previso constitucional sobre a misso de reduo das desigualdades inter-regionais para o oramento da seguridade social, as ltimas LDOs vm trazendo essa misso tambm para esse oramento no mbito da Unio.

    Serve de exemplo 7 do Art. 17 da 12.465/11 (LDO 2012), que estabelece que a elaborao e a execuo dos Oramentos Fiscal e da Seguridade Social devero obedecer diretriz de reduo das desigualdades regionais, de gnero, raa e etnia.

    Porm, preste ateno a desigualdade aqui regional e no inter-regional como manda a Constituio. Para que no reste dvida veja a questo abaixo elaborada pelo CESPE e dada como certa.

  • Lei do Direito Autoral n 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Probe a reproduo total ou parcial desse material ou divulgao com fins comerciais ou no, em qualquer meio de comunicao, inclusive na Internet, sem autorizao do Alfa Concursos Pblicos Online.

    (CESPE/MPU 2010 ANALISTA ATUARIAL) O projeto de lei oramentria ser acompanhado de demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de isenes, anistias, remisses, subsdios e benefcios de natureza financeira, tributria e creditcia. Alm disso, a LDO 2010 determina que a execuo dos oramentos fiscal e da seguridade social obedea diretriz de reduo das desigualdades regionais, de gnero, raa e etnia.

    5) Contedo da proposta oramentria segundo a LEI 4.320/67

    A lei 4.320 estabelece tambm um contedo para a proposta de lei oramentria segundo seu atr. 22 a baixo transcrito:

    Art. 22 - A proposta oramentria que o Poder Executivo encaminhar ao Poder Legislativo nos prazos estabelecidos nas Constituies e nas Leis Orgnicas dos Municpios, compor-se-:

    I. Mensagem, que conter: exposio circunstanciada da situao econmico-financeira, documentada com demonstrao da dvida fundada e flutuante, saldos de crditos especiais, restos a pagar e outros compromissos financeiros exigveis; exposio e justificao da poltica econmico-financeira do Governo; justificao da receita e despesa, particularmente no tocante ao oramento de capital;

    II. Projeto de Lei de Oramento;

    III. Tabelas explicativas, das quais, alm das estimativas de receita e despesa, constaro, em colunas distintas e para fins de comparao:

    a) A receita arrecadada nos trs ltimos exerccios anteriores quele em que se elaborou a proposta;

    b) A receita prevista para o exerccio em que se elabora a proposta;

    c) A receita prevista para o exerccio a que se refere a proposta;

    d) A despesa realizada no exerccio imediatamente anterior;

    e) A despesa fixada para o exerccio em que se elabora a proposta; e

    f) A despesa prevista para o exerccio a que se refere a proposta.

    IV. Especificao dos programas especiais de trabalho custeados por dotaes globais, em termos de metas visadas, decompostas em estimativa do custo das obras a realizar e dos servios a prestar, acompanhadas de justificao econmica, financeira, social e administrativa.

    Pargrafo nico - Constar da proposta oramentria, para cada unidade administrativa, descrio sucinta de suas principais finalidades, com indicao da respectiva legislao.

    EXECUO

    A execuo oramentria e a programao financeira da despesa autorizada na Lei Oramentria Anual sero definidas em Decreto, anualmente. O decreto anual acima referido dever ser publicado at trinta dias aps a publicao da Lei de Meios - LOA (Artigo 8 da LRF).

    Se todas as etapas ocorrerem dentro dos prazos legais previstos, a lei oramentria comear a ser executada no incio do exerccio financeiro, aps o detalhamento da despesa, feito por meio do QDD (quadro de detalhamento da despesa).

    O QDD um instrumento que detalha, operacionalmente, os projetos, as atividades e as operaes especiais constantes da Lei Oramentria Anual (LOA). Especifica os elementos de despesa e respectivos desdobramentos e o ponto de partida para a execuo oramentria.

    Todos os rgo e poderes executam o oramento na medida de sua participao, com lgica primazia do Poder Executivo, que ter a misso de satisfazer a maior parte das necessidades pblicas.

    Cabe ao rgo central do Sistema de Programao Financeira a aprovao do limite global de pagamentos de cada Ministrio ou rgo, tendo em vista o montante de dotaes e a previso do fluxo de caixa do Tesouro Nacional.

  • Lei do Direito Autoral n 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Probe a reproduo total ou parcial desse material ou divulgao com fins comerciais ou no, em qualquer meio de comunicao, inclusive na Internet, sem autorizao do Alfa Concursos Pblicos Online.

    Aps a publicao da Lei de Meios e a decretao das diretrizes de programao financeira, tem incio a execuo oramentria, a partir de 1 de janeiro. As Unidades Oramentrias podem, a partir da, efetuar a movimentao dos crditos, independentemente da existncia de saldos bancrios ou recursos financeiros.

    Segundo o Art. 168. da Constituio, os recursos correspondentes s dotaes oramentrias, compreendidos os crditos suplementares e especiais, destinados aos rgos dos Poderes Legislativo e Judicirio, do Ministrio Pblico e da Defensoria Pblica, ser-lhes-o entregues at o dia 20 de cada ms, em duodcimos, na forma da lei complementar a que se refere o Art. 165, 9, que ainda no foi elaborada.

    Controle e avaliao

    O controle pode ser exercido tanto interna quanto externamente. O controle interno fica a cargo de cada poder, enquanto que o controle externo fica a cargo do Poder Legislativo que o faz por intermdio da CMO, auxiliado pelo Tribunal de Contas respectivo.

    O controle tambm pode ser exercido por toda sociedade, para tanto a Constituio e a LRF estabelecem dois instrumentos, o Relatrio Resumido da Execuo Oramentria (RREO) e o Relatrio de Gesto Fiscal RGF.

    Tais relatrios atendem ao princpio da publicidade, pois explicitaro de forma resumida o que ocorreu no perodo a que se refere em relao execuo oramentria, permitindo ao usurio da informao comparar o que foi planejado com o que est sendo executado.

    1) Relatrio Resumido Da Execuo Oramentria (RREO)

    A Constituio Federal determina no 3 do art. 165 a elaborao de um relatrio resumido de execuo oramentria at trinta dias aps o final de cada bimestre.

    Art. 165 (...)

    3 - O Poder Executivo publicar, at trinta dias aps o encerramento de cada bimestre, relatrio resumido da execuo oramentria.

    O Poder Executivo dever ento publicar tal relatrio at trinta dias aps cada bimestre de execuo, isso implica na publicao de seis relatrios por exerccio financeiro, sendo o ltimo publicado aps o seu encerramento.

    2) Relatrio de Gesto Fiscal (RGF)

    Para facilitar o controle e avaliao da execuo oramentria, a Lei de responsabilidade Fiscal determina em seu art. 54 que ao final de cada quadrimestre ser emitido pelos titulares dos Poderes e rgos (incluindo o Ministrio Pblico e Tribunal de Contas) Relatrio de Gesto Fiscal RGF.

    Art. 54 - Ao final de cada quadrimestre ser emitido pelos titulares dos Poderes e rgos referidos no art. 20 Relatrio de Gesto Fiscal, assinado pelo:

    I. Chefe do Poder Executivo;

    II. Presidente e demais membros da Mesa Diretora ou rgo decisrio equivalente, conforme regimentos internos dos rgos do Poder Legislativo;

    III. Presidente de Tribunal e demais membros de Conselho de Administrao ou rgo decisrio equivalente, conforme regimentos internos dos rgos do Poder Judicirio;

    VI. Chefe do Ministrio Pblico, da Unio e dos Estados.

    Pargrafo nico - O relatrio tambm ser assinado pelas autoridades responsveis pela administrao financeira e pelo controle interno, bem como por outras definidas por ato prprio de cada Poder ou rgo referido no art. 20.

    A LOA aps a LRF:

    Depois de aprovada a Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF, a Lei Oramentria Anual - LOA ganhou nfase e passou a ter mais relevncia, maior dimenso.

    O art. 5 da LRF estabelece que o projeto de lei oramentria anual dever ser elaborado de forma compatvel com o Plano Plurianual (PPA), com a Lei de Diretrizes Oramentrias (LDO) e com a prpria LRF. Essa a regra de integrao entre as leis oramentrias.

  • Lei do Direito Autoral n 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Probe a reproduo total ou parcial desse material ou divulgao com fins comerciais ou no, em qualquer meio de comunicao, inclusive na Internet, sem autorizao do Alfa Concursos Pblicos Online.

    Conter, em anexo, demonstrativo da compatibilidade da programao dos oramentos com os objetivos e metas constantes do Anexo de Metas Fiscais da LDO; Ser acompanhado do documento a que se refere o 6 do art. 165 da CF (demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de isenes, anistias, remisses, subsdios e benefcios de natureza financeira, tributria e creditcia), bem como das medidas de compensao a renncias de receita e ao aumento de despesas obrigatrias de carter continuado;

    Conter reserva de contingncia, cuja forma de utilizao e montante, definido com base na receita corrente lquida, sero estabelecidos na Lei de Diretrizes Oramentrias. A reserva de contingncia uma dotao oramentria no especfica, ou seja, no destinada a nenhum rgo, fundo ou despesa. um determinado valor (dotao) que dever estar contida na LOA e a sua forma de utilizao e montante sero estabelecidos na LDO.

    O montante a ser utilizado dever ser estabelecido com base na receita corrente lquida.

    A reserva de contingncia ser destinada ao atendimento de passivos contingentes e outros riscos e eventos fiscais imprevistos, a exemplo do pagamento de decises judiciais. No se enquadram nesse exemplo os precatrios que devero constar na LOA, todos devidamente especificados.

    Classificao dos riscos fiscais:

    Os riscos fiscais so classificados em dois grupos:

    Riscos oramentrios referem-se possibilidade de as receitas previstas na LOA no se realizarem conforme planejado ou a necessidade de execuo de despesas que inicialmente no foram fixadas ou oradas na LOA, bem como podem ter sido fixadas a menor na lei oramentria.

    Riscos da dvida referem-se a possveis ocorrncias, externas administrao, caso sejam efetivadas resultaro em aumento do servio da dvida pblica no ano de referncia.

    A LRF ainda determina que a LOA deva conter todas as despesas relativas divida pblica, mobiliria ou contratual, e as receitas que as atendero constaro na lei oramentria anual ( 1 do art. 5 da LRF).

    Um resumo do processo oramentrio no desenho criado por MOGNATTI (2008):

  • Lei do Direito Autoral n 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Probe a reproduo total ou parcial desse material ou divulgao com fins comerciais ou no, em qualquer meio de comunicao, inclusive na Internet, sem autorizao do Alfa Concursos Pblicos Online.

    O fluxo a seguir representa a tramitao do projeto LOA

    Segue a baixo os prazos dos trs principais instrumentos de planejamento governamental vistos acima.

    2. PLANOS E PROGRAMAS NACIONAIS REGIONAIS E SETORIAIS

    Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais so instrumentos previstos na Constituio que integram, juntamente com os planos plurianuais, a funo de planejamento, tendo por fim o desenvolvimento econmico e social. A sua elaborao e superviso compete s unidades responsveis pelas atividades de planejamento que os elaboraro em consonncia com o Plano Plurianual. Tais planos devem ser enviados ao Congresso Nacional para apreciao e disposio que, por intermdio da Comisso Mista, os examinar e emitir parecer, alm de exercer o devido acompanhamento.

    Os planos regionais de desenvolvimento tambm devem ser elaborados em consonncia com o Plano Plurianual, devendo, ainda, integrar os planos nacionais e ser com eles aprovados.

    Por fim, visando mais uma vez atender parte final do Inciso III de seu art. 3, a Constituio determina em seu Art. 43:

    Art. 43 - Para efeitos administrativos, a Unio poder articular sua ao em um mesmo complexo geoeconmico e social, visando a seu desenvolvimento e reduo das desigualdades regionais.

  • Lei do Direito Autoral n 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Probe a reproduo total ou parcial desse material ou divulgao com fins comerciais ou no, em qualquer meio de comunicao, inclusive na Internet, sem autorizao do Alfa Concursos Pblicos Online.

    5. OS INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO E O MANDATO

    importante entender como o governante utiliza os instrumentos de planejamento e oramento durante seu mandato, pois as correta utilizao esses instrumento propiciar mais eficincia e legalidade ao processo oramentrio.

    Assim, imaginemos o seguinte exemplo:

    Ao assumir o mandato, o Chefe do Poder Executivo ter quatro anos de mandato a cumprir e para tanto ter que se planejar.

    1) Primeiro ano

    O chefe do Poder Executivo inicia o seu primeiro ano conhecendo o ente pblico que ir administrar: suas receitas, despesas, o que h de bom e de ruim. Baseando nesse primeiro diagnstico ele passa a elaborar o seu planejamento de gastos, ou seja, determinar como ser sua poltica fiscal, como se desenvolver a atividade financeira do estado durante seu mandato para que possa imprimir a marca da sua administrao e o estilo de governo da corrente poltica que ele representa. Para tanto, ele estabelece o que pretende executar, em termos de obras e servios, a exemplo de investimentos em segurana pblica, sade, educao, reajuste dos servidores, novos concursos, etc.

    Vimos que, por determinao constitucional, existem basicamente trs leis que devem se elaborados como instrumentos de planejamento, o PPA, a LDO e a LOA. Enquanto o governo elabora seu planejamento no formato dessas leis a mquina pblica no pode ficar parada, afinal as necessidades pblicas permanecem existindo j no primeiro dia do novo mandato. Haja vista a vedao constitucional, no possvel realizar gastos sem planejamento e autorizao legislativa, ou seja, sem LOA, e no pode haver LOA sem LDO e PPA. Como Far o novo governo para comear a atender imediatamente as necessidades pblicas?

    Simples, o novo governante passar o seu primeiro ano de mantado administrando o que foi planejado pelo seu antecessor, tendo como instrumentos o PPA, a LDO e a LOA aprovados no mandato passado. Assim, a LOA vigente no primeiro ano de mandato aquela aprovada por seu antecessor, que teve sua elaborao orientada pela LDO elaborada pelo seu antecessor, que, por sua vez, estabeleceu as metas e prioridades do PPA tambm elaborado por seu antecessor.

    Em tese, em seu primeiro ano de mandato o Chefe do Poder Executivo um mero executor. Mas, e se o antecessor fizer parte de uma corrente poltica com escolhas diversas daquelas estabelecidas por quem venceu a eleio, este dever executar o oramento exatamente como planejou seu antecessor?

    Claro que no, dissemos aqui que o planejamento deve ser flexvel e aceitar alteraes para melhor se adaptar e cumprir suas funes. Assim basta o chefe do poder Executivo elaborar leis especficas que emendem o PPA e a LDO, alterando-os para comportar as mudanas na execuo oramentria que necessitam serem feitas. Alterando o PPA e LDO, o chefe do Executivo poder ajustar a Execuo oramentria por meio dos crditos adicionais conforme cada situao especfica.

    Ajustado oramento do primeiro mandato, o chefe do Executivo tem que se preocupar com seus prprios instrumentos oramentrios, elaborando, em primeiro lugar, a LDO para o segundo exerccio financeiro. Essa LDO do segundo exerccio financeiro ter por Base o PPA elaborado no mandato anterior, j que a vigncia do PPA no coincide com o mandato, avanando sempre um ano do mandato subsequente, mas que poder ser devidamente ajustado a nova realidade por meio de emendas.

    Elaborada a LDO at 17 de julho do primeiro mandato, ela passa a viger imediatamente aps sua publicao para poder orientar a elaborao da LOA do segundo exerccio financeiro que dever ser devolvida ao chefe do Poder Executivo para sano at 22 de dezembro para que o chefe do Poder Executivo possa iniciar seu segundo ano de mandato com a LOA elaborada por ele.

    Durante todo esse primeiro exerccio o Chefe do Poder Executivo tambm estar elaborando o seu PPA para os prximos quatro anos, a contar de seu segundo ano de mandato, que ser encaminhado ao Poder Legislativo at 31 de agosto do primeiro exerccio financeiro e dever ser devolvido para sano at 22 de dezembro do mesmo ano.

  • Lei do Direito Autoral n 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Probe a reproduo total ou parcial desse material ou divulgao com fins comerciais ou no, em qualquer meio de comunicao, inclusive na Internet, sem autorizao do Alfa Concursos Pblicos Online.

    Resumindo, temos no primeiro ano de mandato a seguinte situao: PPA vigente elaborado pelo antecessor, podendo ser ajustado por lei que o emende. LDO vigente elaborada no ano anterior e baseada no PPA do mandato anterior, orientando a execuo da LOA

    vigente, podendo ser ajustada por lei que a emende. LDO elaborada pelo Chefe do Poder Executivo atual e baseada no PPA do mandato anterior, vigente a partir de

    sua publicao (aps 17 de julho), orientando a elaborao da LOA do segundo ano de mandato. LOA vigente elaborada pelo antecessor e baseada na LDO e no PPA do mandato anterior, podendo se ajustada

    por crditos adicionais.

    2) Segundo ano

    No segundo ano o chefe do Poder Executivo passar executando a LOA que foi elaborada por ele, com metas e prioridade estabelecidas pela LDO tambm elaborada por ele, mas segundo diretrizes, objetivos e metas do PPA elaborado no Mandato Anterior.

    A partir de ento o chefe do poder Executivo passa a elaborar a LDO do terceiro exerccio financeiro, tendo por base as diretrizes, objetivos e metas do PPA elaborado em seu Mandato.

    Publicada a LDO ela passar a orientar a elaborao da LOA para o terceiro mandato que somente agora ter por base o PPA elaborado pelo atual chefe do Poder Executivo e devera devolvida a ele pelo poder legislativo at 22 de dezembro.

    Resumindo, temos no segundo ano de mandato a seguinte situao: PPA vigente elaborado pelo chefe do Poder Executivo atual, podendo ser ajustado por lei que o emende. LDO vigente elaborada no ano anterior pelo chefe do Poder Executivo atual e baseada no PPA do mandato

    anterior, orientando a execuo da LOA vigente, podendo ser ajustada por lei que a emende. LDO elaborada pelo Chefe do Poder Executivo atual e baseada no seu PPA, vigente a partir de sua publicao

    (aps 17 de julho), orientando a elaborao da LOA do terceiro ano de mandato. LOA vigente elaborada pelo chefe do Poder Executivo atual e baseada em sua LDO e no PPA do mandato

    anterior, podendo se ajustada por crditos adicionais.

    3) Terceiro ano de mandato

    No terceiro ano de mandato tudo ocorre conforme o planejamento do chefe do poder Executivo atual.

    Resumindo, temos no terceiro ano de mandato a seguinte situao: PPA vigente elaborado pelo chefe do Poder Executivo atual, podendo ser ajustado por lei que o emende. LDO vigente elaborada no ano anterior pelo chefe do Poder Executivo atual e baseada em seu PPA, orientando a

    execuo da LOA vigente, podendo ser ajustada por lei que a emende. LDO elaborada pelo Chefe do Poder Executivo atual e baseada no seu PPA, vigente a partir de sua publicao

    (aps 17 de julho), orientando a elaborao da LOA do quarto ano de mandato. LOA vigente elaborada pelo chefe do Poder Executivo atual e baseada em sua LDO e no seu PPA, podendo se

    ajustada por crditos adicionais.

    4) Quarto ano de mandato

    No quarto ano de mandato o chefe do poder Executivo executa oque planejou e planeja o que ser executado pelo prximo chefe do poder Executivo, que poder ser ele mesmo se for reeleito.

    Resumindo, temos no quarto ano de mandato a seguinte situao: PPA vigente elaborado pelo chefe do Poder Executivo atual, podendo ser ajustado por lei que o emende. LDO vigente elaborada no ano anterior pelo chefe do Poder Executivo atual e baseada em seu PPA, orientando a

    execuo da LOA vigente, podendo ser ajustada por lei que a emende. LDO elaborada pelo Chefe do Poder Executivo atual e baseada no seu PPA, vigente a partir de sua publicao

    (aps 17 de julho), orientando a elaborao da LOA do primeiro ano do mandato subsequente. Essa LDO tambm orientar a execuo da LOA no primeiro ano do mandato subsequente.

    LOA vigente elaborada pelo chefe do Poder Executivo atual e baseada em sua LDO e no seu PPA, podendo se ajustada por crditos adicionais.

  • Lei do Direito Autoral n 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Probe a reproduo total ou parcial desse material ou divulgao com fins comerciais ou no, em qualquer meio de comunicao, inclusive na Internet, sem autorizao do Alfa Concursos Pblicos Online.

    QUADRO RESUMO

  • Lei do Direito Autoral n 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Probe a reproduo total ou parcial desse material ou divulgao com fins comerciais ou no, em qualquer meio de comunicao, inclusive na Internet, sem autorizao do Alfa Concursos Pblicos Online.

    I. EXERCCIOS RELATIVOS AO ENCONTRO

    1. Acerca dos instrumentos de planejamento e oramento constantes na Constituio Federal de 1988, julgue os itens a seguir.

    Para que determinada empresa estatal seja considerada dependente, suficiente que haja previso na LOA de que essa empresa receber recursos diretamente do Tesouro Nacional.

    2. Com relao aos instrumentos de planejamento e oramento, assinale a opo correta.

    a) O critrio adotado para a reduo das desigualdades inter-regionais, no oramento fiscal, levava em conta o fator populacional.

    b) O Plano Plurianual deve compatibilizar-se com os planos nacionais, regionais e setoriais.

    c) As disposies relativas s alteraes na legislao tributria para o exerccio subsequente devem constar detalhadamente da LDO, no anexo de metas fiscais.

    d) A lei oramentria anual (LOA) contm, destacadamente, as despesas de custeio das empresas estatais no dependentes.

    e) O oramento da seguridade social abrange a chamada rea social e, destacadamente, previdncia, sade e educao.

    3. Com base na doutrina e nas legislaes oramentria e financeira pblicas, julgue os itens.

    Tem-se observado, no Brasil, que o calendrio das matrias oramentrias e a falta de rigor no cumprimento dos prazos comprometem a integrao entre planos plurianuais e leis oramentrias anuais.

    4. Com base nos dispositivos constitucionais em matria oramentria, assinale a opo correta.

    a) Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais so de competncia do Congresso Nacional e iniciativa de qualquer um dos poderes da Repblica e do Ministrio Pblico.

    b) Matria oramentria est sujeita aprovao sucessiva de ambas as Casas do Congresso Nacional.

    c) No mbito do Poder Judicirio, a transposio, o remanejamento ou a transferncia de recursos de um rgo para outro independe de prvia autorizao legislativa.

    d) O Plano Plurianual deve subordinar-se aos planos e programas nacionais, regionais e setoriais em vigor.

    e) Os investimentos efetuados pela Unio nas entidades vinculadas s reas de sade, assistncia social e previdncia social devem constar do oramento da seguridade social.

    5. Considerado um instrumento de planejamento da Administrao Pblica, de mdio prazo, no mbito federal, a lei que instituir o Plano Plurianual ter vigncia:

    a) At o final do ltimo ano de mandato presidencial e compreender as metas e prioridades da Administrao Pblica, incluindo as despesas de capital para o exerccio financeiro subsequente.

    b) At o final do primeiro exerccio financeiro do mandato presidencial subsequente e estabelecer, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da Administrao Pblica para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de durao continuada.

    c) At o final do ltimo ano de mandato presidencial e estabelecer as diretrizes, objetivos e metas da Administrao Pblica para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de durao continuada.

    d) De quatro anos, com incio no dia 1o janeiro do segundo ano de mandato presidencial e compreender o oramento fiscal, de investimento das empresas estatais e o oramento da seguridade social.

    e) De quatro anos, com incio no dia 1o de julho do primeiro ano de mandato presidencial e compreender o oramento fiscal, de investimento das empresas estatais e o oramento da seguridade social.

  • Lei do Direito Autoral n 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Probe a reproduo total ou parcial desse material ou divulgao com fins comerciais ou no, em qualquer meio de comunicao, inclusive na Internet, sem autorizao do Alfa Concursos Pblicos Online.

    6. Com relao ao Oramento Pblico no Brasil, considere as afirmativas abaixo.

    I. A Lei Oramentria Anual inclui o oramento fiscal, o oramento da seguridade social e o oramento de investimento das empresas estatais, direta ou indiretamente, controladas pela Unio.

    II. A lei dos oramentos anuais o instrumento utilizado para a consequente materializao do conjunto de aes e objetivos que foram planejados visando ao atendimento e bem-estar da coletividade.

    III. A Lei de Diretrizes Oramentrias compreender as metas e prioridades plurianuais da Administrao Pblica.

    IV. A Lei de Diretrizes Oramentrias tem a finalidade de nortear a elaborao dos oramentos anuais de forma a adequ-los s diretrizes, objetivos e metas da Administrao Pblica, estabelecidos no Plano Plurianual.

    V. O Plano Plurianual um plano de mdio prazo, atravs do qual procura-se ordenar as aes do governo que levem realizao dos objetivos e metas fixadas para um perodo de quatro anos.

    Esto corretas SOMENTE:

    a) II, III e IV.

    b) I e V.

    c) I, II, IV e V.

    d) I e III.

    e) II, III, IV e V.

    7. Nos termos da Constituio Federal, correto afirmar que:

    a) O Plano Plurianual possui status de lei complementar.

    b) A Lei de Diretrizes Oramentrias compreende o oramento fiscal, o oramento de investimento das estatais e o oramento da seguridade social.

    c) O Poder Executivo deve publicar, at trinta dias aps o encerramento de cada trimestre, relatrio resumido da execuo oramentria.

    d) O Plano Plurianual compreende as metas e prioridades da Administrao Pblica federal, incluindo as despesas de capital para o exerccio financeiro subsequente.

    e) Os oramentos fiscal e de investimento das estatais possuem, entre outras, a funo de reduzir desigualdades inter-regionais, segundo critrio populacional.

    8. Acerca dos aspectos conceituais e tericos da gesto oramentria, julgue os itens a seguir:

    Entre os instrumentos de planejamento obrigatoriamente elaborados a cada mandato do chefe do Poder Executivo, o nico considerado de mdio prazo o Plano Plurianual.

    9. Instrumento de planejamento utilizado no setor pblico no qual devem ser estabelecidas, de forma regionalizada, as diretrizes, os objetivos e as metas da Administrao Pblica Federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes. Trata-se de:

    a) Plano Plurianual.

    b) Lei Oramentria Anual.

    c) Oramento Plurianual.

    d) Lei de Diretrizes Oramentrias.

    e) Plano Diretor.

  • Lei do Direito Autoral n 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Probe a reproduo total ou parcial desse material ou divulgao com fins comerciais ou no, em qualquer meio de comunicao, inclusive na Internet, sem autorizao do Alfa Concursos Pblicos Online.

    10. As metas anuais, em valores correntes e constantes, relativas a receitas, despesas, resultados nominal e primrio e montante da dvida pblica, para o exerccio a que se referirem e para os dois seguintes, sero estabelecidas no:

    a) Anexo de Resultado Primrio.

    b) Plano Plurianual.

    c) Anexo de Riscos Fiscais.

    d) Anexo de Metas Fiscais.

    e) Oramento Anual.

    11. Conforme o disposto na Lei n. 101/2000 Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) , o anexo de metas fiscais e o anexo de riscos fiscais comporo a Lei de Diretrizes Oramentrias (LDO). Acerca do papel do anexo de riscos fiscais, julgue o item a seguir.

    No anexo de riscos fiscais, sero avaliados os passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas pblicas, e informadas as providncias a serem tomadas, caso se concretizem.

    12. A Lei das Diretrizes Oramentrias (LDO) deve:

    a) Ser compatvel com o Plano Plurianual e orientar a elaborao da lei oramentria anual.

    b) Fixar o montante de despesas de capital destinados s empresas pblicas no exerccio corrente.

    c) Prever a concesso de crditos ilimitados para algumas das unidades oramentrias julgadas mais importantes para se alcanarem as metas do Plano Plurianual.

    d) Fixar o montante das operaes de crdito que podem exceder o valor das despesas de capital.

    e) Estimar receitas e fixar despesas para o exerccio financeiro seguinte.

    GABARITO

    1 - ERRADO

    2 - A

    3 - CORRETO

    4 - E

    5 - B

    6 - C

    7 - E

    8 - CORRETO

    9 - A

    10 - D

    11 - CORRETO

    12 - A