Aula 03 - Organização Político-Administrativa

  • Upload
    niely

  • View
    217

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

  • 7/25/2019 Aula 03 - Organizao Poltico-Administrativa

    1/74

    D. Constitucional p/TRE-MG(AJAJ)Profa. Ndia Carolina Aula 03

    Prof. Ndia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 1de 74

    AULA 03: Organizao Poltico-Administrativa.Competncias.

    SUMRIO

    PGINA

    1 Organizao Poltico-Administrativa 1-402 Repartio de Competncias 41-653 - Lista de Questes 66-714 - Gabarito 72-73

    Organizao poltico-administrativa

    Para uma boa compreenso da Organizao do Estado Brasileiro, necessrio que revisemos, rapidamente, o que diz o caput do art. 1 da

    Constituio:

    Art. 1 A Repblica Federativa do Brasil, formada pela unioindissolvel dos Estados e Municpios e do Distrito Federal,constitui-se em Estado Democrtico de Direito e tem comofundamentos:

    Como dissemos na aula 00 deste curso, nesse dispositivo ficacaracterizado que a forma de estadoadotada pelo Brasil a federao. D-se o nome de Federao ou Estado federal a um Estado composto por diversas

    entidades territoriais autnomas, dotadas de governo prprio. Por autonomia,compreende-se um conjunto de competncias ou prerrogativas garantidas pelaConstituio que no podem ser abolidas ou alteradas de modo unilateral pelogoverno central.

    Segundo Alexandre de Moraes (Direito Constitucional, 28 edio), omnimo necessrio para a caracterizao da organizao federalista a decisodo legislador constituinte de criar o Estado federal e suas partes indissociveis,a Federao (Unio) e os Estados-membros, pois a criao de um governogeral implica a renncia e o abandono de certas pores de competncias

    administrativas, legislativas e tributrias por parte dos governos locais. Essadeciso est consubstanciada nos arts. 1 e 18 da Constituio Federal. Almdisso, a Constituio Federal deve estabelecer os seguintes princpios:

    Os cidados dos diversos Estados-membros aderentes Federaodevem possuir a nacionalidade nica desta; Repartio constitucional de competncias entre os entes federativos; Necessidade de que cada ente federativo possua uma esfera decompetncia tributria que lhe garanta renda prpria; Poder de auto-organizao dos Estados-membros, Distrito Federal e

    Municpios, atribuindo-lhes autonomia constitucional; Possibilidade constitucional excepcional e taxativa de intervenofederal, para manuteno do equilbrio federativo;

  • 7/25/2019 Aula 03 - Organizao Poltico-Administrativa

    2/74

    D. Constitucional p/TRE-MG(AJAJ)Profa. Ndia Carolina Aula 03

    Prof. Ndia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 2de 74

    Participao dos Estados no Poder Legislativo federal, de forma apermitir-se a ingerncia de sua vontade na formao da legislao federal; Possibilidade de criao de novo Estado ou modificao territorial deEstado existente, dependendo da aquiescncia da populao do Estadoafetado;

    A existncia de um rgo de cpula do Poder Judicirio parainterpretao e proteo da Constituio Federal.

    A Federao brasileira obedece a esses princpios, sendo composta porUnio, Estados-membros, Distrito Federal e Municpios, todos entes autnomose de mesma hierarquia. Para proteo da federao como forma de estado, ovnculo entre esses eles indissolvel (no h direito de secesso em nossoordenamento jurdico). Alm disso, o constituinte determinou a impossibilidadede qualquer proposta de emenda constitucional tendente a abolir a federao(art. 60, 4, I, CF).

    Destaca-se, porm, que autonomia difere de soberania. No Brasil,apenas a Repblica Federativa do Brasil (RFB) considerada soberana,inclusive para fins de direito internacional. S ela possui personalidadeinternacional: os Estados federados so reconhecidos pelo direitointernacional apenas na medida em que a RFB autoriza.

    Outra importante diferena que deve ficar clara para voc aquela entrefederao (que acabamos de estudar) e confederao. Como vimos, nafederao, h uma unio indissolvel de entes autnomos com base numaConstituio. Na confederao, a unio dissolvel e se d entre Estados

    soberanos, com base em um acordo internacional. Um exemplo deconfederao a Repblica rabe Unida.

    Aprofundemos um pouco mais no estudo da federao, tema recorrenteem provas de concurso. O Estado Federal, de acordo com a doutrina, delineado de acordo com o tipo de federalismo que adota. O federalismo podeser:

    Quanto formao, tanto por agregaoquanto por segregao. Oprimeiro tipo formado pela unio de vrios Estados, tendo como exemplo osEUA. O segundo, por meio da diviso de um Estado preexistente, como ocaso do Brasil.

    FEDERAO UNIO INDISSOLVEL OS ENTES FEDERADOS SO AUTNOMOS TEM COMO FUNDAMENTO A CONSTITUIO

    CONFEDERAO

    UNIO DISSOLVEL OS ENTES FEDERADOS SO SOBERANOS TEM COMO FUNDAMENTO UM ACORDO

    INTERNACIONAL

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Direito_internacionalhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Direito_internacionalhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Direito_internacional
  • 7/25/2019 Aula 03 - Organizao Poltico-Administrativa

    3/74

    D. Constitucional p/TRE-MG(AJAJ)Profa. Ndia Carolina Aula 03

    Prof. Ndia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 3de 74

    Quanto concentrao de poder, tanto centrpeto, quantocentrfugoou de equilbrio. No centrpeto, o governo central detm a maiorparte do poder; no centrfugo, h uma grande descentralizao, com menorconcentrao do poder no governo central e ampliao dos poderes regionais.Por fim, no federalismo de equilbrio, busca-se uma distribuio equitativa de

    poderes entre governos centrais e regionais. Os EUA adotam o modelocentrfugo e o Brasil, o de equilbrio. Quanto ao equacionamento das desigualdades, tanto simtricoquanto assimtrico. O primeiro busca a distribuio igualitria de competnciase de receitas; j o segundo, embora tambm vise igualdade entre os entesfederados, busca, tambm, reduzir as desigualdades socioeconmicas entre osEstados federados. o modelo adotado pela CF/88.

    Continuemos nossa anlise sobre a organizao da Repblica Federativado Brasil (RFB) pela leitura do art. 18 da Constituio:

    Art. 18. A organizao poltico-administrativa da RepblicaFederativa do Brasil compreende a Unio, os Estados, oDistrito Federal e os Municpios, todos autnomos, nos termosdesta Constituio.

    Esse dispositivo constitucional, assim como o caput do art. 1 daCF/88, que acabamos de rever, enumera os entes federativos que compem aRepblica Federativa do Brasil: Unio, Estados, Distrito Federal eMunicpios. Alm disso, confere autonomia a todos esses entes, que podem

    decidir sobre matrias especficas, dentro dos limites constitucionais. No hsubordinao ou hierarquia entre eles: todos tm suas competncias definidaspela Constituio.

    O 1 do art. 18 da Constituio Federal determina, ainda, que Braslia a capital federal. Braslia no se confunde com o Distrito Federal, ocupandoapenas parte do seu territrio.

    Um ponto importante sobre o art. 18 que a Constituio de 1988permitiu que os Municpios compusessem o Estado federal, inovando emrelao anterior. J os Territrios foram excludos da Federao, passando aser apenas integrantes da Unio, conforme determina o art. 18, 2 da CartaMagna:

    2 - Os Territrios Federais integram a Unio, e sua criao,transformao em Estado ou reintegrao ao Estado de origemsero reguladas em lei complementar.

  • 7/25/2019 Aula 03 - Organizao Poltico-Administrativa

    4/74

    D. Constitucional p/TRE-MG(AJAJ)Profa. Ndia Carolina Aula 03

    Prof. Ndia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 4de 74

    1. (Cespe/2011/CNPq) A Unio, os estados, os municpios e oDistrito Federal so entes federativos, diferentemente dos territriosfederais, que integram a Unio e no so dotados de autonomia.

    Comentrios:

    De fato, a Unio, os Estados, os Municpios e o Distrito Federal so entes

    federados, autnomos, conforme dispe o art. 18 da Constituio. J osTerritrios no so dotados de autonomia, sendo meras descentralizaesadministrativas da Unio (art. 18, 2, CF). Questo correta.

  • 7/25/2019 Aula 03 - Organizao Poltico-Administrativa

    5/74

    D. Constitucional p/TRE-MG(AJAJ)Profa. Ndia Carolina Aula 03

    Prof. Ndia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 5de 74

    1. Unio

    A Unio pessoa jurdica de direito pblico interno, sem personalidadeinternacional, autnoma, com competncias administrativas e legislativasenumeradas pela Carta Magna. Quando representa a Repblica Federativa do

    Brasil, entretanto, apresenta soberania. Note que neste caso quem realmentepratica os atos de Direito Internacional a Repblica Federativa do Brasil,sendo apenas representada por rgos da Unio (como o Presidente daRepblica, por exemplo).

    No confunda, caro (a) aluno (a) os conceitos de Repblica Federativa doBrasil (RFB) e Unio. A primeira o todo, compreendendo Unio, Estados-membros, Distrito Federal e Municpios. A segunda parte: um dosintegrantes da RFB.

    Em seu artigo 20, a Constituio enumera os bens da Unio:

    BENSDA

    UNIO

    AS TERRAS DEVOLUTAS INDISPENSVEIS DEFESA DAS FRONTEIRAS, DASFORTIFICAES E CONSTRUES MILITARES, DAS VIAS FEDERAIS DE COMUNICAO

    E PRESERVAO AMBIENTAL, DEFINIDAS EM LEI

    OS LAGOS, RIOS E QUAISQUER CORRENTES DE GUA EM TERRENOS DE SEU DOMNIO,OU QUE BANHEM MAIS DE UM ESTADO, SIRVAM DE LIMITES COM OUTROS PASES, OU

    SE ESTENDAM A TERRITRIO ESTRANGEIRO OU DELE PROVENHAM, BEM COMO OSTERRENOS MARGINAIS E AS PRAIAS FLUVIAIS

    AS ILHAS FLUVIAIS E LACUSTRES NAS ZONAS LIMTROFES COM OUTROS PASES

    OS RECURSOS NATURAIS DA PLATAFORMA CONTINENTAL E DA ZONA ECONMICAEXCLUSIVA

    O MAR TERRITORIAL

    OS RECURSOS MINERAIS, INCLUSIVE OS DO SUBSOLO

    AS CAVIDADES NATURAIS SUBTERRNEAS E OS STIOS ARQUEOLGICOS E PR-HISTRICOS

    OS TERRENOS DA MARINHA E SEUS ACRESCIDOS

    AS PRAIAS MARTIMAS

    AS TERRAS TRADICIONALMENTE OCUPADAS PELOS NDIOS

    OS POTENCIAIS DE ENERGIA HIDRULICA

    AS ILHAS OCENICAS E AS COSTEIRAS, EXCLUDAS DESTAS AS QUE CONTENHAM ASEDE DE MUNICPIOS, EXCETO AQUELAS REAS AFETADAS AO SERVIO PBLICO E A

    UNIDADE FEDERAL, E AS REFERIDAS NO ART. 26, II DA CF (ESSAS REAS, MESMOCONTENDO SEDE DE MUNICPIOS, PERTENCEM UNIO)

  • 7/25/2019 Aula 03 - Organizao Poltico-Administrativa

    6/74

    D. Constitucional p/TRE-MG(AJAJ)Profa. Ndia Carolina Aula 03

    Prof. Ndia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 6de 74

    Alguns esclarecimentos sobre os incisos do art. 20 da Constituio sefazem necessrios.

    As terras devolutas (art. 20, II, CF) so propriedades pblicas semnenhuma utilizao especfica que no se encontram, a qualquer ttulo,

    integradas ao domnio privado. Em regra, pertencem aos Estados membros,com exceo daquelas atribudas pela Carta Magna Unio (indispensveis defesa das fronteiras, das fortificaes e construes militares, das viasfederais de comunicao e preservao ambiental, definidas em lei).

    Outro conceito importante o de mar territorial. De acordo com a Leifederal n. 8.617/93, o mar territorial brasileiro compreende uma faixa de dozemilhas martimas de largura, medidas a partir da linha de baixa-mar do litoralcontinental e insular (art. 1).

    Alm disso, destaca-se que de acordo com a smula no650 do STF, osincisos I e XI do art. 20 da CF no alcanam terras de aldeamentos extintos,ainda que ocupadas por indgenas em passado remoto.

    Questo de prova:

    2. (Cespe/2012/TJ-PI) O patrimnio da Unio formado por bensindicados exemplificativamente na CF, includas todas as ilhas fluviaise lacustres em zonas limtrofes com outros pases, praias martimas eilhas ocenicas e costeiras.

    Comentrios:

    De fato, trata-se de um rol exemplificativo, como demonstra a expresso eos que lhe vierem a ser atribudos (art. 20, I, CF). O erro da questo quenem todas as ilhas ocenicas e costeiras so bens da Unio. H excees (art.20, IV, CF). Questo incorreta.

    Continuando nosso estudo, dispe a CF/88 (art. 20, IX) que pertencem Unio os recursos minerais, inclusive os do subsolo. O solo onde essesrecursos esto situados, porm, permanece como propriedade do particular.

    S para enriquecer nossos conhecimentos, reproduzirei o art. 176 da CartaMagna:

    Art. 176. As jazidas, em lavra ou no, e demais recursosminerais e os potenciais de energia hidrulica constituempropriedade distinta da do solo, para efeito de explorao ouaproveitamento, e pertencem Unio, garantida aoconcessionrio a propriedade do produto da lavra.

    Suponhamos, como exemplo, que seja encontrada uma mina de ouro em

    uma fazenda do Sr. Joo da Silva, em Gois. A propriedade da fazendacontinuar sendo do Sr. Joo, embora o ouro encontrado seja da Unio. Casouma concessionria venha a explorar essa jazida, dever pagar royalties

  • 7/25/2019 Aula 03 - Organizao Poltico-Administrativa

    7/74

    D. Constitucional p/TRE-MG(AJAJ)Profa. Ndia Carolina Aula 03

    Prof. Ndia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 7de 74

    Unio, proprietria dos recursos minerais. O produto da lavra (ouro extrado),entretanto, ser da concessionria.

    importante ressaltar que o legislador constituinte permitiu Unio,para efeitos administrativos, a criao de regies de desenvolvimento (art.

    43), mediante a articulao de sua ao em um mesmo complexogeoeconmico e social, visando ao seu desenvolvimento e reduo dasdesigualdades regionais, por meio de lei complementar, que dispor sobre ascondies para integrao de regies em desenvolvimento; a composio dosorganismos regionais que executaro, na forma da lei, os planos regionais,integrantes dos planos nacionais de desenvolvimento econmico e social (CF,art. 174, 1), aprovados juntamente com estes.

    Alm disso, podero ser estabelecidos incentivos regionais quecompreendero, alm de outros, na forma da lei (art. 43, 2, CF):

    Igualdade de tarifas, fretes, seguros e outros itens de custos e preos de

    responsabilidade do Poder Pblico; Juros favorecidos para financiamento de atividades prioritrias; Isenes, redues ou diferimento temporrio de tributos federaisdevidos por pessoas fsicas ou jurdicas; Prioridade para o aproveitamento econmico e social dos rios e dasmassas de gua represadas ou represveis nas regies de baixa renda,sujeitas a secas peridicas.

    3.

    (Cespe/2011/TCU) De acordo com a CF, a Unio e os estados-membros podem criar regies de desenvolvimento visando reduodas desigualdades regionais.

    Comentrios:

    Essa prerrogativa apenas da Unio (art. 43, CF). Questo incorreta.

    4. (Cespe/2008/TCU_ACE) As riquezas minerais, como o petrleo,so bens da Unio.

    Comentrios:

    Questo correta. Fundamento: art. 20, IX, CF.

  • 7/25/2019 Aula 03 - Organizao Poltico-Administrativa

    8/74

    D. Constitucional p/TRE-MG(AJAJ)Profa. Ndia Carolina Aula 03

    Prof. Ndia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 8de 74

    5. (Cespe/2008/Procurador Municipal de Natal) Os potenciais deenergia hidrulica so bens comuns da Unio e dos estados onde seencontrem.

    Comentrios:

    Os potenciais de energia hidrulica so bens da Unio (art. 20, VIII, CF).Questo incorreta.

    6. (Cespe/2008/Abin) As terras tradicionalmente ocupadas pelosndios so de domnio das comunidades indgenas.

    Comentrios:

    As terras tradicionalmente ocupadas pelos ndios so bens da Unio (art.20, XI, CF). Questo incorreta.

    7. (Cespe/2009/ANTAQ) Considere a situao em que uma pessoa,ao cavar um poo artesiano no stio de sua propriedade, tenhaencontrado uma reserva de gs natural. Nesse caso, a reservapertencer Unio, mas o proprietrio ter, por fora expressa dedispositivo constitucional, direito a participao no resultado da lavra.

    Comentrios:

    Reza o art. 176 da Constituio que as jazidas, em lavra ou no, e

    demais recursos minerais e os potenciais de energia hidrulica constituempropriedade distinta da do solo, para efeito de explorao ou aproveitamento,e pertencem Unio, garantida ao concessionrio a propriedade doproduto da lavra. Questo correta.

  • 7/25/2019 Aula 03 - Organizao Poltico-Administrativa

    9/74

    D. Constitucional p/TRE-MG(AJAJ)Profa. Ndia Carolina Aula 03

    Prof. Ndia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 9de 74

    2. Estados-membros

    Os Estados-membros ou Estados federados1, assim como a Unio, soentes autnomos, apresentando personalidade jurdica de direito pblicointerno. Apresentam capacidade de auto-organizao e autolegislao,

    conforme se depreende do artigo 25, caput da Constituio:

    Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelasConstituies e leis que adotarem, observados os princpiosdesta Constituio.

    A auto-organizao se d por meio da elaborao de suas Constituies,fruto do exerccio do poder constituinte derivado decorrente pela atuao desuas Assembleias Legislativas. J a autolegislao ocorre pela edio de suasprprias leis, resultando da atuao do legislador ordinrio, tambm nasAssembleias Legislativas.

    Tanto a auto-organizao quanto a autolegislao devem obedecer aosprincpios constitucionais sensveis, enumerados taxativamente pelaConstituio em seu art. 34, VII. O nome sensveis se deve ao fato de queestes so de observncia obrigatria, sob pena de interveno federal, ou seja,caso contrariados, provocam uma reao:

    Art. 34. A Unio no intervir nos Estados nem no DistritoFederal, exceto para:

    (...)

    VII - assegurar a observncia dos seguintes princpiosconstitucionais:

    a) forma republicana, sistema representativo e regimedemocrtico;

    b) direitos da pessoa humana;

    c) autonomia municipal;

    d) prestao de contas da administrao pblica, direta eindireta.

    e) aplicao do mnimo exigido da receita resultante deimpostos estaduais, compreendida a proveniente detransferncias, na manuteno e desenvolvimento do ensino enas aes e servios pblicos de sade.

    1No confunda Estado federado (sinnimo de Estado-membro) com Estado federal ( sinnimode Repblica Federativa do Brasil). Os primeiros so parte do segundo.

  • 7/25/2019 Aula 03 - Organizao Poltico-Administrativa

    10/74

    D. Constitucional p/TRE-MG(AJAJ)Profa. Ndia Carolina Aula 03

    Prof. Ndia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 10de 74

    Devem, tambm, obedecer aos princpios constitucionaisextensveis, normas de organizao que a Lei Fundamental estendeu aEstados-membros, Municpios e Distrito Federal. Encontram-se dispostos emnormas espalhadas pelo texto da Carta Magna. o caso dos fundamentos eobjetivos fundamentais da RFB, por exemplo (art. 1, I a V; art. 3, I a IV e

    art. 4, I a X, CF/88).Por fim, os Estados-membros devem obedincia aos princpios

    constitucionais estabelecidos, normas espalhadas pelo texto da Constituioque, alm de organizarem a prpria federao, estabelecem preceitos centraisde observncia pelos Estados-membros em sua auto-organizao. Exemplo:arts. 27; 28, 37, I a XXI, 1 a 6; 39 a 41, CF.

    Nesse sentido, tem-se o entendimento do Supremo Tribunal Federal deque se certo que a nova Carta Poltica contempla um elenco menosabrangente de princpios constitucionais sensveis, a denotar, com isso, aexpanso de poderes jurdicos na esfera das coletividades autnomas locais, omesmo no se pode afirmar quanto aos princpios federais extensveis e aosprincpios constitucionais estabelecidos, os quais, embora disseminados pelotexto constitucional, posto que no tpica a sua localizao, configuramacervo expressivo de limitaes dessa autonomia local, cuja identificao atmesmo pelos efeitos restritivos que deles decorrem impe-se realizar (STF,Pleno, ADI no216/PB, RTJ 146/388).

    Para fixarmos melhor quais so os princpios constitucionais sensveis,que tal um esquema?

    Os Estados-membros possuem, tambm, autogoverno, apresentandoLegislativo, Executivo e Judicirio estaduais. Por meio do povo, so eleitos

    PRINCPIOSCONSTITUCIONAIS

    SENSVEIS

    DIREITOS DA PESSOA HUMANA

    FORMA REPUBLICANA, SISTEMA REPRESENTATIVO EREGIME DEMOCRTICO

    APLICAO DO MNIMO EXIGIDO DA RECEITARESULTANTE DE IMPOSTOS ESTADUAIS,

    COMPREENDIDA A PROVENIENTE DETRANSFERNCIAS, NA MANUTENO E

    DESENVOLVIMENTO DO ENSINO E NAS AES ESERVIOS PBLICOS DE SADE

    PRESTAO DE CONTAS DA ADMINISTRAOPBLICA, DIRETA E INDIRETA

    AUTONOMIA MUNICIPAL

  • 7/25/2019 Aula 03 - Organizao Poltico-Administrativa

    11/74

    D. Constitucional p/TRE-MG(AJAJ)Profa. Ndia Carolina Aula 03

    Prof. Ndia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 11de 74

    seus representantes no Legislativo e Executivo locais, sem subordinao aoPoder Central. A Constituio Federal prev expressamente a existncia dosPoderes Legislativo (CF, art. 27), Executivo (CF, art. 28) e Judicirio (CF, art.125) estaduais.

    O Poder Legislativo estadual unicameral, sendo formado apenas pelaAssembleia Legislativa. Veja o que dispe o artigo 27, 1, da Carta Magna:

    1 - Ser de quatro anos o mandato dos DeputadosEstaduais, aplicando-se-lhes as regras desta Constituiosobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades,remunerao, perda de mandato, licena, impedimentos eincorporao s Foras Armadas.

    Os deputados estaduais so eleitos para mandatos de quatro anos, pelosistema proporcional. Seu nmero determinado pela regra estabelecida noart. 27, caput, da Carta Magna:

    Art. 27. O nmero de Deputados Assembleia Legislativacorresponder ao triplo da representao do Estado naCmara dos Deputados e, atingido o nmero de trinta e seis,ser acrescido de tantos quantos forem os Deputados Federaisacima de doze.

    Assim, caso um Estado tenha 38 (trinta e oito) deputados federais, ter36+(38-12), o que totaliza 62 (sessenta e dois) deputados estaduais.

    No que se refere ao Poder Executivo estadual, destaca-se o art. 28 daConstituio:

    Art. 28. A eleio do Governador e do Vice-Governador deEstado, para mandato de quatro anos, realizar-se- noprimeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no ltimodomingo de outubro, em segundo turno, se houver, do anoanterior ao do trmino do mandato de seus antecessores, e aposse ocorrer em primeiro de janeiro do ano subsequente,

    observado, quanto ao mais, o disposto no art. 77. 1 Perder o mandato o Governador que assumir outrocargo ou funo na administrao pblica direta ou indireta,ressalvada a posse em virtude de concurso pblico eobservado o disposto no art. 38, I, IV e V.

    2 Os subsdios do Governador, do Vice-Governador e dosSecretrios de Estado sero fixados por lei de iniciativa daAssembleia Legislativa, observado o que dispem os arts. 37,XI, 39, 4, 150, II, 153, III, e 153, 2, I.

  • 7/25/2019 Aula 03 - Organizao Poltico-Administrativa

    12/74

    D. Constitucional p/TRE-MG(AJAJ)Profa. Ndia Carolina Aula 03

    Prof. Ndia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 12de 74

    Observe que o subsdio do Governador, do Vice-Governador e dossecretrios de Estado fixado por lei, a partir de projeto apresentado pelaAssembleia Legislativa. Sujeita-se, portanto, a veto do Governador. Seu valorserve como limite remuneratrio (teto) no mbito do Poder Executivo estadual,exceto para os procuradores e defensores pblicos, cujo teto salarial ser

    90,25% do subsdio de Ministro do STF (CF, art. 37, XI).

    Mesmo diante dessa regra, os Estados-membros podem adotar um limitediverso para Legislativo, Executivo e Judicirio, um teto nico. o quedetermina o art. 37, 12, da Constituio:

    12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput desteartigo, fica facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar,em seu mbito, mediante emenda s respectivas Constituiese Lei Orgnica, como limite nico, o subsdio mensal dosDesembargadores do respectivo Tribunal de Justia, limitado anoventa inteiros e vinte e cinco centsimos por cento dosubsdio mensal dos Ministros do Supremo Tribunal Federal,no se aplicando o disposto neste pargrafo aos subsdios dosDeputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores.

    No que concerne ao Judicirio, estabelece a Constituio que os Estadosorganizaro sua Justia, observados os princpios nela estabelecidos (art. 125,caput, CF/88). A Carta Magna determina, ainda, que a competncia dostribunais ser definida na Constituio do Estado, sendo a lei de organizaojudiciria de iniciativa do Tribunal de Justia (art. 125, 1, CF/88).

    A lei estadual poder criar, mediante proposta do Tribunal de Justia, aJustia Militar estadual, constituda, em primeiro grau, pelos juzes de direito epelos Conselhos de Justia e, em segundo grau, pelo prprio Tribunal deJustia, ou por Tribunal de Justia Militar nos Estados em que o efetivo militarseja superior a vinte mil integrantes (art. 125, 3, CF/88).

    Alm de auto-organizao, autolegislao e autogoverno, os Estadospossuem autoadministrao. Assim, so competentes para se administrarem,no exerccio das competncias definidas pela Constituio.

    Determina a Carta Magna que os Estados podero, mediante leicomplementar, instituir regies metropolitanas, aglomeraes urbanas emicrorregies, constitudas por agrupamentos de municpios limtrofes, paraintegrar a organizao, o planejamento e a execuo de funes pblicas deinteresse comum (art. 25, 3, CF/88). So, portanto, trs os requisitos paraque os estados atuem nessas hipteses:

    Lei complementar estadual; Que os municpios envolvidos sejam limtrofes;

    Finalidade de organizao, o planejamento e a execuo de funespblicas de interesse comum.

  • 7/25/2019 Aula 03 - Organizao Poltico-Administrativa

    13/74

    D. Constitucional p/TRE-MG(AJAJ)Profa. Ndia Carolina Aula 03

    Prof. Ndia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 13de 74

    Mas, afinal, o que so microrregies, regies metropolitanas eaglomerados urbanos?

    As regies metropolitanas so formadas por um conjunto de Municpioscujas sedes se unem, com certa continuidade urbana, em torno de um

    Municpio-polo. As microrregies, por sua vez, so formadas por Municpioslimtrofes, sem continuidade urbana, com caractersticas homogneas eproblemas administrativos comuns. Finalmente, os aglomerados urbanos soreas urbanas cujos Municpios apresentam tendncia complementaridade desuas funes, exigindo, por isso, um planejamento integrado e uma aocoordenada dos entes pblicos. o caso da Baixada Santista, por exemplo.

    A CF/88 determina quais so os bens dos Estados em seu art. 26, quereproduzimos abaixo:

    Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados:

    I - as guas superficiais ou subterrneas, fluentes,emergentes e em depsito, ressalvadas, neste caso, na formada lei, as decorrentes de obras da Unio;

    II - as reas, nas ilhas ocenicas e costeiras, que estiverem noseu domnio, excludas aquelas sob domnio da Unio,Municpios ou terceiros;

    III - as ilhas fluviais e lacustres no pertencentes Unio;

    IV - as terras devolutas no compreendidas entre as da Unio.

    8. (Cespe/2007/SEJUS-ES) O Esprito Santo um rgo da Unio e,por isso, subordinado Presidncia da Repblica.

    Comentrios:

    O Esprito Santo um ente da federao autnomo, sem qualquersubordinao Presidncia da Repblica. Questo incorreta.

    9. (Cespe/2007/SEJUS-ES) O Poder Executivo do Esprito Santo chefiado pelo governador desse estado.

    Comentrios:

  • 7/25/2019 Aula 03 - Organizao Poltico-Administrativa

    14/74

    D. Constitucional p/TRE-MG(AJAJ)Profa. Ndia Carolina Aula 03

    Prof. Ndia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 14de 74

    O Chefe do Executivo do Esprito Santo, como o de qualquer Estado dafederao, o Governador. Questo correta.

  • 7/25/2019 Aula 03 - Organizao Poltico-Administrativa

    15/74

    D. Constitucional p/TRE-MG(AJAJ)Profa. Ndia Carolina Aula 03

    Prof. Ndia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 15de 74

    3. Municpios

    Os Municpios so entes autnomos, sendo sua autonomia alada, pelaConstituio Federal, condio de princpio constitucional sensvel (CF, art.34, VII, c). Essa autonomia baseia-se na capacidade de auto-organizao,

    autolegislao, autogoverno e autoadministrao.Pode-se dizer que o Municpio se auto-organiza por meio de sua Lei

    Orgnica Municipal e leis municipais; autogoverna-se por meio da eleiodireta de seu Prefeito, Vice-Prefeito e vereadores sem qualquer ingerncia dosGovernos Federal e Estadual; e, por fim, autoadministra-se ao pr emexerccio suas competncias administrativas, tributrias e legislativas,diretamente conferidas pela Constituio Federal. Entretanto, diferentementedo que acontece nos demais entes da federao, no h Poder Judiciriomunicipal.

    Questo de prova:

    10. (Cespe/2012/TJ-AL) Os municpios gozam de certa autonomiaque permite, em funo das regras e princpios de autogoverno,contar com poderes Executivo e Legislativo eleitos pela populao,mas no com Poder Judicirio prprio.

    Comentrios:

    De fato, no h Poder Judicirio municipal. Questo correta.

    No que diz respeito auto-organizao, determina a Carta da Repblicaque:

    Art. 29. O Municpio reger-se- por lei orgnica, votada emdois turnos, com o interstcio mnimo de dez dias, e aprovadapor dois teros dos membros da Cmara Municipal, que apromulgar, atendidos os princpios estabelecidos nestaConstituio, na Constituio do respectivo Estado e osseguintes preceitos:

    I - eleio do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores, paramandato de quatro anos, mediante pleito direto e simultneorealizado em todo o Pas;

    II - eleio do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no primeirodomingo de outubro do ano anterior ao trmino do mandatodos que devam suceder, aplicadas as regras do art. 77, nocaso de Municpios com mais de duzentos mil eleitores;

    III - posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no dia 1 de janeirodo ano subsequente ao da eleio; (...)

  • 7/25/2019 Aula 03 - Organizao Poltico-Administrativa

    16/74

    D. Constitucional p/TRE-MG(AJAJ)Profa. Ndia Carolina Aula 03

    Prof. Ndia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 16de 74

    V - subsdios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos SecretriosMunicipais fixados por lei de iniciativa da Cmara Municipal,observado o que dispem os arts. 37, XI, 39, 4, 150, II,153, III, e 153, 2, I;

    VII - o total da despesa com a remunerao dos Vereadoresno poder ultrapassar o montante de cinco por cento dareceita do Municpio;

    Questes de prova:

    11.

    (Cespe/2012/TJ-PI) Compete s constituies estaduais fixar ossubsdios dos prefeitos e dos vice-prefeitos, de maneira a evitaranomalias e discrepncias remuneratrias entre os municpios de ummesmo estado-membro.

    Comentrios:

    Determina o art. 29, V, da Constituio Federal que os subsdios dos prefeitose dos vice-prefeitos so fixados por lei de iniciativa da Cmara Municipal.Questo incorreta.

    12.

    (Cespe/2012/TJ-AL) As eleies para prefeito e vice-prefeitodos municpios com mais de duzentos mil eleitores ocorrero,necessariamente, em dois turnos, caso nenhum dos candidatosalcance a maioria absoluta dos votos validamente emitidos no

    primeiro turno, a computados os votos em branco, mas no os nulos.

    Comentrios:

    Nesse caso, no se computam nem os votos em branco nem os nulos (art. 29,II, c/c art. 77, 2, CF). Questo incorreta.

    A Lei Orgnica organizar os rgos da Administrao, a relao entrePoderes, disciplinar a competncia legislativa do Municpio, bem como suascompetncias comum e suplementar (art. 23 e 30, II, da Constituio,

    respectivamente), estabelecer as regras do processo legislativo municipal e aregulamentao oramentria do Municpio, em consonncia com aConstituio Federal e a Estadual.

    Compete Lei Orgnica Municipal, ainda, fixar o nmero de Vereadores ,observado o limite mximo de:

    a) 9 (nove) Vereadores, nos Municpios de at 15.000 (quinze mil)habitantes;

    b) 11 (onze) Vereadores, nos Municpios de mais de 15.000 (quinze mil)habitantes e de at 30.000 (trinta mil) habitantes;

  • 7/25/2019 Aula 03 - Organizao Poltico-Administrativa

    17/74

    D. Constitucional p/TRE-MG(AJAJ)Profa. Ndia Carolina Aula 03

    Prof. Ndia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 17de 74

    c) 13 (treze) Vereadores, nos Municpios com mais de 30.000 (trinta mil)habitantes e de at 50.000 (cinquenta mil) habitantes;

    d) 15 (quinze) Vereadores, nos Municpios de mais de 50.000 (cinquentamil) habitantes e de at 80.000 (oitenta mil) habitantes;

    e) 17 (dezessete) Vereadores, nos Municpios de mais de 80.000 (oitentamil) habitantes e de at 120.000 (cento e vinte mil) habitantes;

    f) 19 (dezenove) Vereadores, nos Municpios de mais de 120.000 (cento evinte mil) habitantes e de at 160.000 (cento sessenta mil) habitantes;

    g) 21 (vinte e um) Vereadores, nos Municpios de mais de 160.000 (centoe sessenta mil) habitantes e de at 300.000 (trezentos mil) habitantes;

    h) 23 (vinte e trs) Vereadores, nos Municpios de mais de 300.000

    (trezentos mil) habitantes e de at 450.000 (quatrocentos e cinquenta mil)habitantes;

    i) 25 (vinte e cinco) Vereadores, nos Municpios de mais de 450.000(quatrocentos e cinquenta mil) habitantes e de at 600.000 (seiscentos mil)habitantes;

    j) 27 (vinte e sete) Vereadores, nos Municpios de mais de 600.000(seiscentos mil) habitantes e de at 750.000 (setecentos cinquenta mil)habitantes;

    k) 29 (vinte e nove) Vereadores, nos Municpios de mais de 750.000(setecentos e cinquenta mil) habitantes e de at 900.000 (novecentos mil)habitantes;

    l) 31 (trinta e um) Vereadores, nos Municpios de mais de 900.000(novecentos mil) habitantes e de at 1.050.000 (um milho e cinquenta mil)habitantes;

    m) 33 (trinta e trs) Vereadores, nos Municpios de mais de 1.050.000

    (um milho e cinquenta mil) habitantes e de at 1.200.000 (um milho eduzentos mil) habitantes;

    n) 35 (trinta e cinco) Vereadores, nos Municpios de mais de 1.200.000(um milho e duzentos mil) habitantes e de at 1.350.000 (um milho etrezentos e cinquenta mil) habitantes;

    o) 37 (trinta e sete) Vereadores, nos Municpios de 1.350.000 (um milhoe trezentos e cinquenta mil) habitantes e de at 1.500.000 (um milho equinhentos mil) habitantes;

  • 7/25/2019 Aula 03 - Organizao Poltico-Administrativa

    18/74

    D. Constitucional p/TRE-MG(AJAJ)Profa. Ndia Carolina Aula 03

    Prof. Ndia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 18de 74

    p) 39 (trinta e nove) Vereadores, nos Municpios de mais de 1.500.000(um milho e quinhentos mil) habitantes e de at 1.800.000 (um milho eoitocentos mil) habitantes;

    q) 41 (quarenta e um) Vereadores, nos Municpios de mais de 1.800.000

    (um milho e oitocentos mil) habitantes e de at 2.400.000 (dois milhes equatrocentos mil) habitantes;

    r) 43 (quarenta e trs) Vereadores, nos Municpios de mais de 2.400.000(dois milhes e quatrocentos mil) habitantes e de at 3.000.000 (trs milhes)de habitantes;

    s) 45 (quarenta e cinco) Vereadores, nos Municpios de mais de 3.000.000(trs milhes) de habitantes e de at 4.000.000 (quatro milhes) dehabitantes;

    t) 47 (quarenta e sete) Vereadores, nos Municpios de mais de 4.000.000(quatro milhes) de habitantes e de at 5.000.000 (cinco milhes) dehabitantes;

    u) 49 (quarenta e nove) Vereadores, nos Municpios de mais de 5.000.000(cinco milhes) de habitantes e de at 6.000.000 (seis milhes) de habitantes;

    v) 51 (cinquenta e um) Vereadores, nos Municpios de mais de 6.000.000(seis milhes) de habitantes e de at 7.000.000 (sete milhes) de habitantes;

    w) 53 (cinquenta e trs) Vereadores, nos Municpios de mais de 7.000.000(sete milhes) de habitantes e de at 8.000.000 (oito milhes) de habitantes;e

    x) 55 (cinquenta e cinco) Vereadores, nos Municpios de mais de8.000.000 (oito milhes) de habitantes.

    A m notcia : j vi isso ser cobrado em prova! A boa, por sua vez, que geralmente se cobra a alnea a, ou seja, o fato de o limite mximo serde nove Vereadores para Municpios de at 15 mil habitantes ou a alnea x,

    que determina o mximo de 55 Vereadores nos Municpios com mais de oitomilhes de habitantes.

    O artigo 29, X da Constituio estabelece o julgamento do Prefeitoperante o Tribunal de Justia. Considerando que o constituinte no foi muitoclaro nessa determinao, o STF entende que a competncia do Tribunal deJustia para julgar prefeitos se limita aos crimes de competncia da justiacomum estadual. Nos demais casos, a competncia originria cabe aorespectivo tribunal de segundo grau.

    H duas importantes smulas do STJ sobre esse assunto. A primeiradelas a Smula 208, que determina que compete Justia Federalprocessar e julgar prefeito municipal por desvio de verba sujeita a prestao

  • 7/25/2019 Aula 03 - Organizao Poltico-Administrativa

    19/74

    D. Constitucional p/TRE-MG(AJAJ)Profa. Ndia Carolina Aula 03

    Prof. Ndia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 19de 74

    de contas perante rgo federal. A segunda a Smula 209, que estabeleceque compete Justia Estadual processar e julgar prefeito por desvio deverba transferida e incorporada ao patrimnio municipal. Destaca-se, ainda,que os delitos eleitorais, segundo o STJ (STJ, DJU, 17 ago, 1992, 3 Seo) oPrefeito dever ser processado e julgado, originariamente, pelo Tribunal

    Regional Eleitoral, no caso de prtica de crimes eleitorais e pelo Tribunal deJustia (no pelo Tribunal do Jri) no caso de prtica de crimes dolosos contraa vida (STJ, 5 Turma, HC 2.259-9-MT, DJU, 28.02.1994).

    No que se refere aos crimes de responsabilidade praticados pelo PrefeitoMunicipal, importante que os classifiquemos em prprios ou imprprios.Enquanto os primeiros so infraes poltico-administrativas, cuja sanocorresponde perda do mandato e suspenso dos direitos polticos, ossegundos so verdadeiras infraes penais, apenados com penas privativas deliberdade. Os primeiros (prprios) devero ser julgados pela Cmara Municipal,enquanto os segundos (imprprios) devero ser julgados pelo Judicirio,independentemente do pronunciamento da Cmara de Vereadores.

    Destaca-se, porm, que a Constituio Federal prev a competnciaoriginria do Tribunal de Justia, salvo as excees anteriormentemencionadas, apenas para o processo e julgamento das infraes penaiscomuns contra o Prefeito Municipal. No se admite a extenso interpretativapara se considerar a existncia de foro privilegiado para as aes populares,aes civis pblicas e demais aes de natureza cvel. Essa proibio tambmvale para as aes de improbidade administrativa, por ausncia de previsoconstitucional especfica.

    A Constituio prev algumas hipteses de crime de responsabilidade doPrefeito em seu art. 29-A, 2 (rol exemplificativo): efetuar repasse quesupere os limites definidos no artigo 29-A, que vimos anteriormente; noenviar o repasse at o dia vinte de cada ms; ou envi-lo a menor em relao proporo fixada na Lei Oramentria.

    Esquematizando:

  • 7/25/2019 Aula 03 - Organizao Poltico-Administrativa

    20/74

    D. Constitucional p/TRE-MG(AJAJ)Profa. Ndia Carolina Aula 03

    Prof. Ndia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 20de 74

    A Constituio no outorgou foro especial aos Vereadores perante oTribunal de Justia. Contudo, segundo o STF, a Constituio do Estado podefaz-lo, se o legislador constituinte entender oportuno. A Carta Magna limitou-se a conceder-lhes inviolabilidade por suas opinies, palavras e votos noexerccio do mandato e na circunscrio do Municpio (CF, art. 29, VIII), achamada imunidade material.

    No que se concerne ao subsdio dos vereadores, a Constituiodetermina, em seu artigo 29, VI, que este ser fixado pelas respectivasCmaras Municipais em cada legislatura para a subsequente, observado oque dispe a Carta Magna, os critrios estabelecidos na respectiva Lei Orgnicae os seguintes limites mximos:

    JULGAMENTODO PREFEITO

    CRIMES DE COMPETNCIA DAJUSTIA COMUM

    TRIBUNAL DEJUSTIA

    DESVIO DE VERBA SUJEITA APRESTAO DE CONTAS

    PERANTE RGO FEDERAL

    JUSTIAFEDERAL

    CRIMES ELEITORAIS TRE

    CRIMES DE RESPONSABILIDADE

    PRPRIOS

    CMARA

    MUNICIPAL

    CRIMES DE RESPONSABILIDADEIMPRPRIOS E CRIMES

    DOLOSOS CONTRA A VIDA

    TRIBUNAL DEJUSTIA

    AES POPULARES, AES CIVISPBLICASE DEMAIS AES DENATUREZA CVEL, BEM COMO

    IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

    PRIMEIRAINSTNCIA

  • 7/25/2019 Aula 03 - Organizao Poltico-Administrativa

    21/74

    D. Constitucional p/TRE-MG(AJAJ)Profa. Ndia Carolina Aula 03

    Prof. Ndia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 21de 74

    Nmero dehabitantes

    At10.000

    De10.001

    a50.000

    De50.001 a100.000

    De100.001

    a300.000

    De300.001

    a500.000

    Acimade

    500.000

    Subsdio

    mximo dovereador (%subsdio

    deputadosestaduais)

    20% 30% 40% 50% 60% 75%

    Dispe, ainda, a Carta Magna, em seu art. 29-A, 1, que a CmaraMunicipal no gastar mais de setenta por cento de sua receitacom folhade pagamento, includo o gasto com o subsdio de seus Vereadores.

    Alm disso, nos 2 e 3, prev uma hiptese de crime deresponsabilidade do Presidente da Cmara Municipal:

    1o A Cmara Municipal no gastar mais de setenta porcento de sua receita com folha de pagamento, includo o gastocom o subsdio de seus Vereadores.

    3o Constitui crime de responsabilidade do Presidente daCmara Municipal o desrespeito ao 1o deste artigo.

    13. (Cespe/2009/DPE-AL) Os territrios, quando criados, podem serdivididos em municpios, aos quais no sero aplicadas as regras de

    regncia dos demais municpios, j que estaro inseridos em territriofederal, considerado como descentralizao administrativa da Unio.

    Comentrios:

    Os municpios tm sua autonomia garantida pela Constituio,independente de fazerem parte de um Territrio. Questo incorreta.

  • 7/25/2019 Aula 03 - Organizao Poltico-Administrativa

    22/74

    D. Constitucional p/TRE-MG(AJAJ)Profa. Ndia Carolina Aula 03

    Prof. Ndia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 22de 74

    4. Distrito Federal

    O Distrito Federal apresenta algumas caractersticas dos Estados ealgumas caractersticas dos Municpios. Como exemplo, cita-se que, como osMunicpios, regido por lei orgnica e no tem poder de organizao do

    Ministrio Pblico e do Poder Judicirio que atuam em seu territrio. Damesma forma, apresenta competncias prprias dos Estados, como o casoda concorrente, e est sujeito interveno federal. Possui, ainda, como osEstados, trs representantes no Senado Federal, participando da composiodo Poder Legislativo federal.

    O Distrito Federal ente federado autnomo e, como tal, dispe de auto-organizao, autoadministrao, autolegislao e autogoverno (CF, arts. 18,32 e 34). A auto-organizao do Distrito Federal se d por meio de leiorgnica, votada em dois turnos com interstcio mnimo de dez dias, eaprovada por dois terosda Cmara Legislativa, que a promulgar, atendidosos princpios estabelecidos na Constituio (art. 32, caput, CF/88).

    No que se refere autolegislao, apresenta uma caracterstica peculiar:a ele so atribudas as competncias legislativas reservadas aos Estadose Municpios (CF, art. 32, 1 e 147). No se pode, porm, dizer que oDistrito Federal apresenta todas as competncias legislativas dos Estados-membros. Algumas no lhe foram estendidas, como o caso, por exemplo, dacompetncia para dispor sobre sua organizao judiciria, que privativa daUnio (art. 22, XVII, CF). Alm disso, ao contrrio dos Estados-membros, acompetncia para organizar e manter, no seu mbito, o Ministrio Pblico, o

    Poder Judicirio, a polcia civil, a polcia militar e o corpo de bombeiros militar da Unio (CF, art. 21, XIII e XIV).

    J no que tange ao autogoverno, a eleio do Governador e do Vice-Governador segue as regras da eleio para Presidente da Repblica. A dosdeputados distritais segue a regra dos deputados estaduais.

    Outra peculiaridade do Distrito Federal que, diferentemente do queocorre com os demais entes federados, no h previso constitucional paraalterao dos seus limites territoriais. Ressalta-se, ainda, que, ao contrrio dos

    Estados-membros, o Distrito Federal no pode ser dividido em Municpios (art.32, caput, CF/88).

    Alm disso, no pode organizar nem manter o Judicirio, o MinistrioPblico e a Defensoria Pblica, nem as polcias civil e militar e o corpo debombeiros. Todos esses rgos so organizados e mantidos pela Unio,cabendo a ela legislar sobre a matria. Nesse sentido, determina a Smula 647do STF que compete privativamente Unio legislar sobre vencimentos dosmembros das polcias civil e militar do Distrito Federal.

  • 7/25/2019 Aula 03 - Organizao Poltico-Administrativa

    23/74

    D. Constitucional p/TRE-MG(AJAJ)Profa. Ndia Carolina Aula 03

    Prof. Ndia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 23de 74

    14. (Cespe/2010/MPS) O DF acumula as atribuies referentes competncia legislativa reservada aos estados e aos municpios.

    Comentrios:

    o que determina o art. 32, 1 da Constituio Federal. Questocorreta.

  • 7/25/2019 Aula 03 - Organizao Poltico-Administrativa

    24/74

    D. Constitucional p/TRE-MG(AJAJ)Profa. Ndia Carolina Aula 03

    Prof. Ndia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 24de 74

    5. Territrios FederaisOs Territrios federais no so entes federados, integram a Unio (art.

    18, 2, CF). Caso sejam criados, obedecero s regras constitucionais aseguir:

    Territrios

    Podero, ou no, ser divididos em Municpios (art. 33, 1,CF) As contas do seu Governo sero submetidas ao

    Congresso Nacional, com parecer prvio do Tribunal deContas da Unio (CF, art. 33, 2)

    Quando tiverem mais de cem mil habitantes, alm doGovernador, haver rgos judicirios de primeira esegunda instncia, membros do Ministrio Pblico edefensores pblicos federais. A lei dispor sobre as eleiespara a Cmara Territorial e sua competncia deliberativa(CF, art. 33, 3)

    Governador escolhido pelo Presidente da Repblica, comnome aprovado previamente, por voto secreto, apsarguio pblica, pelo Senado Federal (CF, art. 52, III, c)

    A jurisdio e as atribuies cometidas aos juzes federaiscabero aos juzes locais, na forma da lei (CF, art. 110,pargrafo nico)

    Elegero quatro deputados federais (CF, art, 45, 2)

    .

    Segundo a Carta Magna, a criao, transformao em Estado oureintegrao ao Estado de origem sero reguladas em lei complementar.Destaca-se que a criao de um Territrio federal a partir do desmembramentode um Estado obedece as mesmas regras referentes formao dos Estados,que estudaremos a seguir.

    15. (Cespe/2012/TJ-PI) De acordo com a CF, os territrios federais,uma vez criados, no elegem representantes para o Senado Federal,mas sua populao tem a prerrogativa de eleger quatro deputadospara represent-la na Cmara dos Deputados.

    Comentrios:

  • 7/25/2019 Aula 03 - Organizao Poltico-Administrativa

    25/74

    D. Constitucional p/TRE-MG(AJAJ)Profa. Ndia Carolina Aula 03

    Prof. Ndia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 25de 74

    De fato, os Territrios no elegem senadores, mas sua populao tem aprerrogativa de eleger quatro deputados federais (CF, art, 45, 2). Questocorreta.

    16. (Cespe/2010/MPS) De acordo com a CF, os territrios podem ser

    divididos em municpios.Comentrios:

    De fato, a Constituio permite tal diviso (art. 33, 1). Questocorreta.

    17. (Cespe/2012/TJ-AL) O DF bem como os territrios no podemser divididos em municpios.

    Comentrios:

    O DF no pode ser dividido em municpios, mas os territrios sim!Questo incorreta.

  • 7/25/2019 Aula 03 - Organizao Poltico-Administrativa

    26/74

    D. Constitucional p/TRE-MG(AJAJ)Profa. Ndia Carolina Aula 03

    Prof. Ndia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 26de 74

    6. Formao dos Estados

    Antes de estudarmos a formao dos Estados, importante definirmosos fenmenos da fuso, ciso ou incorporao, possveis de ocorrerem tantocom os Estados quanto com os Municpios.

    Pela fuso, o ente federado se incorpora a outro, da mesma espcie (umEstado se incorpora a outro Estado ou um Municpio se incorpora a outroEstado). Com isso, h a formao de um terceiro e novo ente federado,distinto dos anteriores e com personalidade prpria. Os entes federativosque lhe deram origem no mais existiro.

    J pela ciso, o ente federativo (Estado ou Municpio) se subdivide,formando dois ou mais novos entes. No caso de um Municpio, haver aformao de novos Municpios. No caso de um Estado, podero ser formadosnovos Estados ou Territrios. Os entes formados apresentam personalidadedistinta daqueles que lhes deram origem. Os originrios, por sua vez,desaparecem.

    Finalmente, no desmembramento, que tambm pode ocorrer tanto nosEstados quanto nos Municpios, h duas possibilidades. Em ambas, o ente (ouentes) originrios no desaparecem.

    A primeira delas (desmembramento-anexao) quando um ou maisentes federados cedem parte de seu territrio para que este seja anexado aum ente j existente. Exemplo: o Municpio de Goinia cede parte de seu

    territrio ao de Aparecida de Goinia.

    A segunda possibilidade (desmembramento-formao) ocorre quandoum ou mais entes federados cedem parte de seu territrio para que haja aformao de um novo ente. Foi o que aconteceu com Gois, quando este cedeuparte de seu territrio para a formao do estado do Tocantins.

    De volta anlise da Constituio, seu art. 18, 3, determina que osEstados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para seanexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territrios Federais,

    mediante aprovao da populao diretamente interessada2

    , atravs deplebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar. Observe que aformao dos Territrios obedece aos mesmos requisitos necessrios para aincorporao, subdiviso e desmembramento de Estado. Combinando-se esteartigo ao art. 48, VI, CF/88, tem-se que esses requisitos so:

    2 Na ADI 2.650/DF, o STF considerou que se deve dar ao termo

    populaodiretamente interessada o significado de que, nos casos de

    desmembramento, incorporao ou subdiviso de Estado, deve ser consultada,mediante plebiscito, toda a populao do (s) Estado (s) afetado (s), e no apenas apopulao da rea a ser desmembrada, incorporada ou subdividida.

  • 7/25/2019 Aula 03 - Organizao Poltico-Administrativa

    27/74

    D. Constitucional p/TRE-MG(AJAJ)Profa. Ndia Carolina Aula 03

    Prof. Ndia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 27de 74

    Consulta prvia, por plebiscito, s populaes diretamenteinteressadas; Oitiva das Assembleias Legislativas dos estados interessados; Edio de lei complementarpelo Congresso Nacional.

    E o que so populaes diretamente interessadas, professora?

    A resposta dada pela Lei 9.709/1998, que em seu artigo 7 dispe:

    Art. 7oNas consultas plebiscitrias previstas nos arts. 4oe 5oentende-se por populao diretamente interessada tanto a doterritrio que se pretende desmembrar, quanto a do quesofrer desmembramento; em caso de fuso ou anexao,tanto a populao da rea que se quer anexar quanto a da quereceber o acrscimo; e a vontade popular se aferir pelopercentual que se manifestar em relao ao total da populaoconsultada.

    O resultado do plebiscito vinculante, caso desfavorvel, pois torna amodificao territorial impossvel. J quando favorvel, a deciso final sobre amodificao territorial do Congresso Nacional, pois este poder editar ou noa lei complementar. J a consulta s Assembleias Legislativas meramenteopinativa. Mesmo se esta for desfavorvel mudana territorial, o CongressoNacional pode editar a lei complementar que aprova a subdiviso, incorporaoou desmembramento.

    18. (Cespe/2012/TJ-PI) Os estados podem incorporar-se entre si,subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarnovos estados, mediante aprovao da populao diretamenteinteressada, por meio de plebiscito, estando o Congresso Nacionalvinculado ao resultado da consulta popular.

    Comentrios:

    O resultado do plebiscito vinculante apenas caso seja desfavorvel,pois torna a modificao territorial impossvel. J quando favorvel, a decisofinal sobre a modificao territorial do Congresso Nacional, pois este podereditar ou no a lei complementar. Questo incorreta.

    19.

    (Cespe/2010/OAB) No tocante s hipteses de criao deestados-membros, previstas na CF, assinale a opo correta.

  • 7/25/2019 Aula 03 - Organizao Poltico-Administrativa

    28/74

    D. Constitucional p/TRE-MG(AJAJ)Profa. Ndia Carolina Aula 03

    Prof. Ndia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 28de 74

    a) Na fuso, dois ou mais estados unem-se, geograficamente, para aformao de um novo estado, o que implica perda da personalidade primitiva.b) Na ciso, o estado subdivide-se em dois ou mais estados membros, compersonalidades distintas, mantendo o estado originrio sua personalidade

    jurdica.c) No desmembramento para a formao de novo estado, o estadooriginrio perde sua identidade, para formar um novo estado compersonalidade jurdica prpria.d) No desmembramento para a anexao de outro estado, a partedesmembrada constituir novo estado, com identidade prpria.

    Comentrios:

    A letra A est correta. Na fuso, os dois ou mais estados que se fundemdo origem a um novo, com personalidade jurdica prpria. Exemplo: seTocantins e Gois se fundirem, daro origem a um terceiro Estado, com

    personalidade jurdica diferente daquelas dos estados de origem.A letra B est errada. Na ciso, cada subdiviso forma um Estado com

    personalidade jurdica diferente da primitiva. Exemplo: O Par pode sofrerciso e deixar de existir, surgindo dois novos estados, cada um compersonalidade jurdica prpria.

    A letra C est errada. No desmembramento, o estado subdivide-se emdois ou mais estados membros, com personalidades distintas, mantendo oestado originrio sua personalidade jurdica ( o conceito da letra b). Foi o queaconteceu com Gois, quando da origem do estado do Tocantins.

    A letra D tambm est errada. No desmembramento para a anexao deoutro estado, a parte desmembrada passar a fazer parte do Estado ao qual seanexou. Exemplo: o Par pode perder parte de seu territrio para o Tocantins,desmembrando-se para anexao de territrio a este ltimo. Nesse caso, tantoPar quanto Tocantins continuaro a existir, mas a parte desmembrada farparte do territrio tocantinense.

    A letra A o gabarito da questo.

    20. (Cespe/2010/MPS) Para a criao de um novo estado naFederao brasileira, necessria a realizao de plebiscito nacional,de forma a garantir o equilbrio federativo.

    Comentrios:

    No h necessidade de plebiscito nacional, mas apenas regional, paraconsulta s populaes diretamente interessadas. Questo incorreta.

    21. (Cespe/2010/MPU) Considere que determinado estado daFederao tenha obtido aprovao tanto de sua populao diretamente

    interessada, por meio de plebiscito, como do Congresso Nacional, pormeio de lei complementar, para se desmembrar em dois estados

  • 7/25/2019 Aula 03 - Organizao Poltico-Administrativa

    29/74

    D. Constitucional p/TRE-MG(AJAJ)Profa. Ndia Carolina Aula 03

    Prof. Ndia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 29de 74

    distintos. Nesse caso, foi cumprida a exigncia imposta pelaConstituio para incorporao, subdiviso, desmembramento ouformao de novos estados ou territrios federais.

    Comentrios:Relembremos os requisitos estabelecidos pela Constituio para a

    formao de novos Estados ou Territrios federais:

    Considerando que a oitiva das Assembleias Legislativas no tem cartervinculante, foram cumpridos todos os requisitos para a incorporao,subdiviso, desmembramento ou formao de novos estados ou territriosfederais. Questo correta.

    R

    EQUISITOSPAR

    A

    A

    FO

    RMAO

    DENO

    VOS

    ESTA

    DOSOU

    TERRIT

    RIOS

    CONSULTA PRVIA, POR PLEBISCITO, S

    POPULAES DIRETAMENTE INTERESSADAS

    OITIVA DAS ASSEMBLEIAS LEGISLATIVASDOS ESTADOS INTERESSADOS

    EDIO DE LEI COMPLEMENTAR PELOCONGRESSO NACIONAL

  • 7/25/2019 Aula 03 - Organizao Poltico-Administrativa

    30/74

    D. Constitucional p/TRE-MG(AJAJ)Profa. Ndia Carolina Aula 03

    Prof. Ndia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 30de 74

    7. Formao dos Municpios

    O art. 18, 4 da Constituio, com redao dada pela EC no15/1996,assim dispe:

    4 A criao, a incorporao, a fuso e o desmembramentode Municpios, far-se-o por lei estadual, dentro do perododeterminado por Lei Complementar Federal, e dependero deconsulta prvia, mediante plebiscito, s populaes dosMunicpios envolvidos, aps divulgao dos Estudos deViabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma dalei.

    So, portanto, cinco os requisitos para a criao, incorporao, fuso edesmembramento de municpios:

    Edio de lei complementar federalpelo Congresso Nacional, fixando

    genericamente o perodo dentro do qual poder ocorrer a criao,incorporao, fuso e desmembramento de municpios; Aprovao de lei ordinria federal determinando os requisitosgenricos e a forma de divulgao, apresentao e publicao dos estudos deviabilidade municipal; Divulgao dos estudos de viabilidade municipal, na formaestabelecida pela lei mencionada acima; Consulta prvia, por plebiscito, s populaes dos Municpiosenvolvidos; Aprovao de lei ordinria estadual determinando a criao,

    incorporao, fuso e desmembramento do(s) municpio(s).

    22. (Cespe/2010/Procurador Prefeitura de Boa Vista) Nasconsultas plebiscitrias para criao, incorporao, fuso edesmembramento de municpios, deve-se consultar a populao dosterritrios diretamente afetados pela alterao. Nesse caso, a vontadepopular aferida pelo percentual que se manifestar em relao aototal da populao consultada.

    Comentrios:

    A questo est correta. Fundamento: art. 18, 4, que acabamos deestudar.

  • 7/25/2019 Aula 03 - Organizao Poltico-Administrativa

    31/74

    D. Constitucional p/TRE-MG(AJAJ)Profa. Ndia Carolina Aula 03

    Prof. Ndia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 31de 74

    23. (Cespe/2008/Procurador Municipal de Natal) A criao, aincorporao, a fuso e o desmembramento de municpio devem serfeitos por lei estadual, observados os requisitos previstos na CF.

    Comentrios:A criao, incorporao, fuso e desmembramento de municpios devem

    ser feitos por lei ordinria estadual, observados os requisitos previstos em leiordinria federal. Questo incorreta.

    CRIAO

    DEMUNIC

    PIOS

    EDIO DE LEI COMPLEMENTAR FEDERAL, FIXANDO GENERICAMENTEO PERODO DENTRO DO QUAL PODER OCORRER A CRIAO,INCORPORAO, FUSO E DESMEMBRAMENTO DE MUNICPIOS

    APROVAO DE LEI ORDINRIA FEDERAL DETERMINANDO OSREQUISITOS GENRICOS E A FORMA DE DIVULGAO, APRESENTAO

    E PUBLICAO DOS ESTUDOS DE VIABILIDADE MUNICIPAL

    DIVULGAO DOS ESTUDOS DE VIABILIDADE MUNICIPAL

    CONSULTA PRVIA, POR PLEBISCITO, S POPULAES DOSMUNICPIOS ENVOLVIDOS

    APROVAO DE LEI ORDINRIA ESTADUAL DETERMINANDO ACRIAO, INCORPORAO, FUSO E DESMEMBRAMENTO DO(S)

    MUNICPIO(S)

  • 7/25/2019 Aula 03 - Organizao Poltico-Administrativa

    32/74

    D. Constitucional p/TRE-MG(AJAJ)Profa. Ndia Carolina Aula 03

    Prof. Ndia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 32de 74

    8. Vedaes aos Entes Federados

    A Constituio estabelece, em seu art. 19, algumas vedaes aos entesfederados:

    Art. 19. vedado Unio, aos Estados, ao Distrito Federal eaos Municpios:

    I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencion-los,embaraar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seusrepresentantesrelaes de dependncia ou aliana, ressalvada,na forma da lei, a colaborao de interesse pblico;

    II - recusar f aos documentos pblicos;

    III - criar distines entre brasileiros ou preferncias entre si.

    No que se refere ao inciso I, observa-se que o Brasil um Estado laico,leigo ou no confessional, no adotando qualquer religio oficial. Entretanto,admite-se a colaborao de interesse pblico com os cultos religiosos ouigrejas, na forma da lei.

    O inciso II veda que um ente da Federao recuse f a documentospblicos produzidos por outro, em virtude de sua procedncia. Assim, aReceita Federal do Brasil no pode recusar f a uma certido negativa dedbito emitida pela Secretaria da Fazenda do Tocantins, por exemplo. Trata-se

    de uma garantia que visa a fortalecer o pacto federativo.

    Finalmente, o inciso III acima tambm refora o pacto federativo, ao vedarque os entes da federao criem preferncias entre si ou entre brasileiros, emfuno de sua naturalidade. Assim, vedado, por exemplo, que um concursopblico estabelea que somente os naturais de Minas Gerais podero concorrera determinada vaga.

    24. (Cespe/2009/MPE-RN) vedado Unio, aos estados, ao DF eaos municpios estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencion-los, embaraar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seusrepresentantes relaes de dependncia ou aliana.

    Comentrios:

  • 7/25/2019 Aula 03 - Organizao Poltico-Administrativa

    33/74

    D. Constitucional p/TRE-MG(AJAJ)Profa. Ndia Carolina Aula 03

    Prof. Ndia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 33de 74

    o que determina o art. 19, I, da CF/88. Questo correta.

  • 7/25/2019 Aula 03 - Organizao Poltico-Administrativa

    34/74

    D. Constitucional p/TRE-MG(AJAJ)Profa. Ndia Carolina Aula 03

    Prof. Ndia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 34de 74

    9. Interveno Federal

    A autonomia dos entes federados poder, excepcionalmente, serafastada, em algumas situaes anormais determinadas taxativamentepelaConstituio. Nesse caso, haver interveno da Unio sobre Estados ou

    Distrito Federal ou sobre Municpios situados em Territrios (a chamadainterveno federal) ou, ainda, interveno do Estado em seu Municpio(interveno estadual).

    As hipteses de interveno federal nos Estados e Municpios sodispostas em rol taxativo (numerus clausus) no art.34 da CF:

    Art. 34. A Unio no intervir nos Estados nem no DistritoFederal, exceto para:

    I - manter a integridade nacional;

    II - repelir invaso estrangeira ou de uma unidade daFederao em outra;

    III - pr termo a grave comprometimento da ordem pblica;

    IV - garantir o livre exerccio de qualquer dos Poderes nasunidades da Federao;

    V - reorganizar as finanas da unidade da Federao que:

    a) suspender o pagamento da dvida fundada por mais de doisanos consecutivos, salvo motivo de fora maior;b) deixar de entregar aos Municpios receitas tributriasfixadas nesta Constituio, dentro dos prazos estabelecidosem lei;

    VI - prover a execuo de lei federal, ordem ou decisojudicial;

    VII - assegurar a observncia dos seguintes princpiosconstitucionais:

    a) forma republicana, sistema representativo e regimedemocrtico;b) direitos da pessoa humana;c) autonomia municipal;d) prestao de contas da administrao pblica, direta eindireta.e) aplicao do mnimo exigido da receita resultante deimpostos estaduais, compreendida a proveniente detransferncias, na manuteno e desenvolvimento do ensino enas aes e servios pblicos de sade.

  • 7/25/2019 Aula 03 - Organizao Poltico-Administrativa

    35/74

    D. Constitucional p/TRE-MG(AJAJ)Profa. Ndia Carolina Aula 03

    Prof. Ndia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 35de 74

    Nos casos previstos no art. 34, I, II, III e V, o Presidente da Repblicaage de ofcio, independentemente de provocao. a chamada intervenofederal espontnea.

    J no caso de coao ou impedimento que impea o livre exerccio dosPoderes Legislativo ou Executivo, a interveno depender de solicitao, aoPresidente da Repblica, do Poder que est sofrendo a coao ou oimpedimento. Caber ao Presidente decidir acerca da convenincia eoportunidade de atender ao pedido.

    Em alguns casos, porm, a interveno ser provocada por requisio,ficando o Presidente da Repblica obrigado a promov-la, caso a suspenso doato impugnado no seja suficiente para restabelecer a normalidade. So eles:

    Para garantir o livre exerccio do Poder Judicirio, em que a decretaoda interveno federal depender de requisio do STF. Para prover a execuo de ordem ou deciso judicial, em que arequisio ser feita:

    a)

    Pelo TSE, no caso de descumprimento de ordem ou deciso dajustia eleitoral;b) Pelo STJ, no caso de descumprimento de ordem ou deciso do STJ;c) Pelo STF, no caso de descumprimento de ordem ou deciso doprprio STF, da justia do trabalho ou da justia militar.

    Finalmente, em alguns casos, a interveno ser provocada, dependendode provimento de representao. o caso de ofensa aos princpios sensveisou de necessidade de prover a execuo de lei federal, em que a intervenodepender de provimento, pelo STF, de representao do Procurador-Geral daRepblica (PGR). Os princpios sensveis, caso voc j tenha se esquecido,esto listados no art. 34, VII, da CF/88.

    25. (Cespe/2004/TCU) A decretao de interveno da Unio noestado que suspender, sem motivo de fora maior, o pagamento dadvida fundada por mais de dois anos consecutivos tem porpressuposto o provimento pelo STF de representao proposta peloprocurador-geral da Repblica.

    Comentrios:

  • 7/25/2019 Aula 03 - Organizao Poltico-Administrativa

    36/74

    D. Constitucional p/TRE-MG(AJAJ)Profa. Ndia Carolina Aula 03

    Prof. Ndia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 36de 74

    Nesse caso, a interveno espontnea, agindo o Presidente daRepblica de ofcio. Questo incorreta.

  • 7/25/2019 Aula 03 - Organizao Poltico-Administrativa

    37/74

    D. Constitucional p/TRE-MG(AJAJ)Profa. Ndia Carolina Aula 03

    Prof. Ndia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 37de 74

    10. Interveno nos Municpios

    As hipteses em que os Estados podero intervir em seus Municpios oua Unio poder intervir nos Municpios situados em seus Territrios estoprevistas no art. 35 da CF/88:

    Art. 35. O Estado no intervir em seus Municpios, nem aUnio nos Municpios localizados em Territrio Federal, excetoquando:

    I - deixar de ser paga, sem motivo de fora maior, por doisanos consecutivos, a dvida fundada;

    II - no forem prestadas contas devidas, na forma da lei;

    III - no tiver sido aplicado o mnimo exigido da receitamunicipal na manuteno e desenvolvimento do ensino e nasaes e servios pblicos de sade;

    IV - o Tribunal de Justia der provimento a representao paraassegurar a observncia de princpios indicados naConstituio Estadual, ou para prover a execuo de lei, deordem ou de deciso judicial.

    Observe que, assim como a interveno federal, trata-se de medida

    excepcional, uma vez que a regra a autonomia do Municpio. Por issomesmo, s pode ser decretada nos casos taxativamente previstos pelaConstituio da Repblica, em seu art. 35.

    Como ato poltico que , apenas o Governador do Estado ou o Presidenteda Repblica (este, no caso de Municpios situados em Territrios) poderodecret-la. No caso previsto no inciso IV, isso depender de provimento, peloTribunal de Justia, de representao formulada pelo Procurador-Geral deJustia.

    Destaca-se, ainda, que, igualmente interveno federal, haver umcontrole poltico exercido pela Assembleia Legislativa, que, no prazo de 24horas, apreciar o decreto interventivo. A exceo se d no caso do art. 35, IV,da Carta Magna.

  • 7/25/2019 Aula 03 - Organizao Poltico-Administrativa

    38/74

    D. Constitucional p/TRE-MG(AJAJ)Profa. Ndia Carolina Aula 03

    Prof. Ndia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 38de 74

    26. (Cespe/2004/TCE-PE) Acerca da interveno nos municpios, juridicamente correto afirmar que as hipteses dela so taxativamenteprevistas na Constituio Federal, que o ato de decretao denatureza poltica, a cargo do governador do estado; que somente podeser decretada pelo estado, salvo no caso de municpio situado em

    territrio federal; que, em alguns casos, depende de julgamento prviopor parte do tribunal de justia e que, decretada a interveno, devera assembleia legislativa apreci-la, deliberando por maioria simples.

    Comentrios:

    Puxa vida, o examinador fez o meu trabalho: resumiu tudo queprecisamos guardar sobre a interveno nos municpios. Questo correta.

  • 7/25/2019 Aula 03 - Organizao Poltico-Administrativa

    39/74

    D. Constitucional p/TRE-MG(AJAJ)Profa. Ndia Carolina Aula 03

    Prof. Ndia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 39de 74

    11. O Controle do Congresso Nacional na Interveno

    O controle poltico do Congresso Nacional sobre o decreto de intervenose d com fundamento nos 1 e 2 do art. 36 da CF/88:

    1 - O decreto de interveno, que especificar a amplitude,o prazo e as condies de execuo e que, se couber,nomear o interventor, ser submetido apreciao doCongresso Nacional ou da Assembleia Legislativa do Estado,no prazo de vinte e quatro horas.

    2 - Se no estiver funcionando o Congresso Nacional ou aAssembleia Legislativa, far-se- convocao extraordinria, nomesmo prazo de vinte e quatro horas.

    Destaca-se que, caso haja a rejeio do decreto interventivo peloCongresso Nacional, o Presidente da Repblica dever cess-lo imediatamente.

    Outro ponto importante sobre o controle poltico do Congresso Nacional que ele est dispensado em algumas situaes, estabelecidas no 3 do art.36 da Carta Magna. So elas:

    Interveno federal para prover a execuo de lei federal, ordem oudeciso judicial; Interveno federal em caso de afronta aos princpios sensveis daConstituio.

    Nesses casos, estabelece a Constituio que, dispensada a apreciaopelo Congresso Nacional ou pela Assembleia Legislativa, o decreto limitar-se-a suspender a execuo do ato impugnado, se essa medida bastar aorestabelecimento da normalidade. Caso, porm, essa medida no sejasuficiente para restabelecer a normalidade, o Presidente da Repblicadecretar a interveno federal, que ser submetida ao controle poltico doCongresso Nacional. Cessados os motivos da interveno, as autoridadesafastadas de seus cargos a estes voltaro, salvo impedimento legal.

    27. (Cespe/2007/TJ-PI) Em caso de descumprimento de decisojudicial proferida pelo TJPI, caber, em qualquer hiptese, ao STJ arequisio de interveno federal no estado.

    Comentrios:

  • 7/25/2019 Aula 03 - Organizao Poltico-Administrativa

    40/74

    D. Constitucional p/TRE-MG(AJAJ)Profa. Ndia Carolina Aula 03

    Prof. Ndia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 40de 74

    Segundo o 3 do art. 36 da Constituio, nesse caso, o decretointerventivo limitar-se- a suspender a execuo do ato impugnado, se essamedida bastar ao restabelecimento da normalidade. Questo incorreta.

    28.

    (Cespe/2007/TJ-PI) indispensvel a participao do CongressoNacional na hiptese de interveno da Unio no estado, quando essese nega a promover a execuo de lei federal.

    Comentrios:

    Nesse caso, segundo o 3 do art. 36 da Constituio, dispensada aapreciao do Congresso Nacional. Questo incorreta.

  • 7/25/2019 Aula 03 - Organizao Poltico-Administrativa

    41/74

    D. Constitucional p/TRE-MG(AJAJ)Profa. Ndia Carolina Aula 03

    Prof. Ndia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 41de 74

    Repartio de competncias

    Na definio de Jos Afonso da Silva, competncia a faculdadejuridicamente atribuda a uma entidade, rgo, ou agente do Poder Pblico

    para emitir decises. Competncias so as diversas modalidades de poder deque se servem os rgos ou entidades estatais para realizar as suas funes.

    O objetivo da repartio de competncias na CF/88 dividir o poderpoltico entre os entes federados de forma racional e equilibrada, garantindo ofederalismo de equilbrio entre Unio, Estados, Distrito Federal e Municpios.Para isso, a Carta Magna adotou como critrio para estabelecer competncias ochamado princpio da predominncia do interesse. Assim, determinou quematrias de interesse geral fossem de competncia da Unio, deixando aquelasde interesse regional para os Estados e as de interesse local para osmunicpios.

    A Constituio reparte competncias ao dividir, entre os entes federados,as diversas atividades do Estado brasileiro. Essa repartio pode sermodificada por emenda constitucional, desde que no ocorra de tal forma quehaja tendncia abolio da forma federativa de Estado (clusula ptrea), porreduzir de forma substancial a autonomia de um ou mais entes federados.

    A repartio de competncias pode se dar por meio de duas tcnicas:repartio horizontal ou vertical. Na horizontal, os entes federados atuam emreas especficas, sem a interferncia de um sobre o outro, sob pena deinconstitucionalidade. J na vertical, h uma atuao coordenada dos entesfederados.

    O sistema de repartio de competncias adotado pela Constituiobrasileira se fundamenta na tcnica da enumerao dos poderes da Unio(arts. 21 e 22), indicao dos poderes dos Municpios (art. 30) e atribuio dospoderes remanescentes aos Estados (art. 25, 1, CF). Em todos esses casos,faz-se uso da tcnica de repartio horizontal de competncias.Simultaneamente, a Carta Magna permite a delegao de algumascompetncias (art. 22, pargrafo nico), prev reas comuns em que a

    UNIO MATRIAS DE INTERESSEGERAL

    ESTADOS-MEMBROS

    MATRIAS DE INTERESSEREGIONAL

    DISTRITOFEDERAL

    MATRIAS DE INTERESSEREGIONAL E LOCAL

    MUNICPIOS MATRIAS DE INTERESSELOCAL

  • 7/25/2019 Aula 03 - Organizao Poltico-Administrativa

    42/74

    D. Constitucional p/TRE-MG(AJAJ)Profa. Ndia Carolina Aula 03

    Prof. Ndia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 42de 74

    atuao dos entes federados se d paralelamente (art. 23) e algumas reasconcorrentes entre Unio, Estados e Distrito Federal. Nas competnciasconcorrentes, verticalmente repartidas, cabe Unio estabelecer as normasgerais e aos Estados e Distrito Federal a competncia suplementar.

    1. Competncias da Unio

    A Carta da Repblica estabelece, em seu art. 21, as competnciasexclusivas da Unio:

    Art. 21. Compete Unio:

    I - manter relaes com Estados estrangeiros e participar deorganizaes internacionais;

    II - declarar a guerra e celebrar a paz;

    III - assegurar a defesa nacional;

    IV - permitir, nos casos previstos em lei complementar, queforas estrangeiras transitem pelo territrio nacional ou nelepermaneam temporariamente;

    V - decretar o estado de stio, o estado de defesa e ainterveno federal;

    VI - autorizar e fiscalizar a produo e o comrcio de materialblico;

    VII - emitir moeda;

    VIII - administrar as reservas cambiais do Pas e fiscalizar asoperaes de natureza financeira, especialmente as de crdito,cmbio e capitalizao, bem como as de seguros e deprevidncia privada;

    IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais deordenao do territrio e de desenvolvimento econmico esocial;

    X - manter o servio postal e o correio areo nacional;

    XI - explorar, diretamente ou mediante autorizao, concessoou permisso, os servios de telecomunicaes, nos termos dalei, que dispor sobre a organizao dos servios, a criao deum rgo regulador e outros aspectos institucionais;

  • 7/25/2019 Aula 03 - Organizao Poltico-Administrativa

    43/74

    D. Constitucional p/TRE-MG(AJAJ)Profa. Ndia Carolina Aula 03

    Prof. Ndia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 43de 74

    XII - explorar, diretamente ou mediante autorizao,concesso ou permisso:

    a) os servios de radiodifuso sonora, e de sons e imagens;

    b) os servios e instalaes de energia eltrica e oaproveitamento energtico dos cursos de gua, em articulaocom os Estados onde se situam os potenciais hidroenergticos;

    c) a navegao area, aeroespacial e a infraestruturaaeroporturia;

    d) os servios de transporte ferrovirio e aquavirio entreportos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que transponhamos limites de Estado ou Territrio;

    e) os servios de transporte rodovirio interestadual einternacional de passageiros;

    f) os portos martimos, fluviais e lacustres;

    XIII - organizar e manter o Poder Judicirio, o MinistrioPblico do Distrito Federal e dos Territrios e a DefensoriaPblica dos Territrios;3

    XIV - organizar e manter a polcia federal, a polcia rodoviria

    e a ferroviria federais, bem como a polcia civil, a polciamilitar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal e dosTerritrios;

    XIV - organizar e manter a polcia civil, a polcia militar e ocorpo de bombeiros militar do Distrito Federal, bem comoprestar assistncia financeira ao Distrito Federal para aexecuo de servios pblicos, por meio de fundo prprio;

    XV - organizar e manter os servios oficiais de estatstica,

    geografia, geologia e cartografia de mbito nacional;

    XVI - exercer a classificao, para efeito indicativo, dediverses pblicas e de programas de rdio e televiso;

    XVII - conceder anistia;

    3Redao dada pela EC no69/2012 com o objetivo de transferir, da Unio parao Distrito Federal, as atribuies de organizar e manter a Defensoria Pblica do

    Distrito Federal.

  • 7/25/2019 Aula 03 - Organizao Poltico-Administrativa

    44/74

    D. Constitucional p/TRE-MG(AJAJ)Profa. Ndia Carolina Aula 03

    Prof. Ndia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 44de 74

    XVIII - planejar e promover a defesa permanente contra ascalamidades pblicas, especialmente as secas e asinundaes;

    XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos

    hdricos e definir critrios de outorga de direitos de seu uso;

    XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano,inclusive habitao, saneamento bsico e transportes urbanos;

    XXI - estabelecer princpios e diretrizes para o sistemanacional de viao;

    XXII - executar os servios de polcia martima, aeroporturiae de fronteiras;

    XXIII - explorar os servios e instalaes nucleares dequalquer natureza e exercer monoplio estatal sobre apesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, aindustrializao e o comrcio de minrios nucleares e seusderivados, atendidos os seguintes princpios e condies:

    a) toda atividade nuclear em territrio nacional somente seradmitida para fins pacficos e mediante aprovao doCongresso Nacional;

    b) sob regime de permisso, so autorizadas acomercializao e a utilizao de radioistopos para a pesquisae usos mdicos, agrcolas e industriais;

    c) sob regime de permisso, so autorizadas a produo,comercializao e utilizao de radioistopos de meia-vidaigual ou inferior a duas horas;

    d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe daexistncia de culpa;

    XXIV - organizar, manter e executar a inspeo do trabalho;

    XXV - estabelecer as reas e as condies para o exerccio daatividade de garimpagem, em forma associativa.

    Essas competncias so administrativas, devendo a Unio atuar comexclusividade. So indelegveis a outros entes federativos. Mesmo diante daomisso da Unio, no podem os demais entes federados atuar no mbitodessas matrias.

    O artigo 22 da Constituio estabelece a competncia privativa da Unio.Leia-o na ntegra.

  • 7/25/2019 Aula 03 - Organizao Poltico-Administrativa

    45/74

    D. Constitucional p/TRE-MG(AJAJ)Profa. Ndia Carolina Aula 03

    Prof. Ndia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 45de 74

    Art. 22. Compete privativamente Unio legislar sobre:

    I - direito civil4, comercial, penal, processual, eleitoral, agrrio,martimo, aeronutico, espacial e do trabalho;

    II - desapropriao;

    III - requisies civis e militares, em caso de iminente perigo eem tempo de guerra;

    IV - guas, energia, informtica, telecomunicaes eradiodifuso;

    V - servio postal;

    VI - sistema monetrioe de medidas, ttulos e garantias dos

    metais;

    VII - poltica de crdito, cmbio, seguros e transferncia devalores;

    VIII - comrcio exterior e interestadual;

    IX - diretrizes da poltica nacional de transportes;

    X - regime dos portos, navegao lacustre, fluvial, martima,

    area e aeroespacial;

    XI - trnsito e transporte;

    XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia;

    XIII - nacionalidade, cidadania e naturalizao;

    XIV - populaes indgenas;

    XV - emigrao e imigrao, entrada, extradio e expulso deestrangeiros;

    XVI - organizao do sistema nacional de emprego e condiespara o exerccio de profisses;

    XVII - organizao judiciria, do Ministrio Pblico e daDefensoria Pblica do Distrito Federal e dos Territrios, bemcomo organizao administrativa destes;

  • 7/25/2019 Aula 03 - Organizao Poltico-Administrativa

    46/74

    D. Constitucional p/TRE-MG(AJAJ)Profa. Ndia Carolina Aula 03

    Prof. Ndia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 46de 74

    XVIII - sistema estatstico, sistema cartogrfico e de geologianacionais;

    XIX - sistemas de poupana, captao e garantia da poupanapopular;

    XX - sistemas de consrcios e sorteios;

    XXI - normas gerais de organizao, efetivos, material blico,garantias, convocao e mobilizao das polcias militares ecorpos de bombeiros militares;

    XXII - competncia da polcia federal e das polcias rodoviriae ferroviria federais;

    XXIII - seguridade social;

    XXIV - diretrizes e bases da educao nacional;

    XXV - registros pblicos;

    XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza;

    XXVII - normas gerais de licitao e contratao, em todas asmodalidades, para as administraes pblicas diretas,autrquicas e fundacionais da Unio, Estados, Distrito Federal

    e Municpios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para asempresas pblicas e sociedades de economia mista, nostermos do art. 173, 1, III;

    XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, defesamartima, defesa civil e mobilizao nacional;

    XXIX - propaganda comercial.

    Pargrafo nico. Lei complementar poder autorizar os

    Estados a legislar sobre questes especficas das matriasrelacionadas neste artigo.

    Questo de prova:

    29.

    (Cespe/2012/STJ) O estado-membro que editar lei proibindo acobrana de tarifa de assinatura bsica nos servios de telefonia fixa emvel agir nos limites de sua competncia, pois a CF atribuiu Unioe aos estados a competncia para legislar concorrentemente sobretelecomunicaes.

    Comentrios:

  • 7/25/2019 Aula 03 - Organizao Poltico-Administrativa

    47/74

    D. Constitucional p/TRE-MG(AJAJ)Profa. Ndia Carolina Aula 03

    Prof. Ndia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 47de 74

    Trata-se de competncia privativa da Unio, conforme o art. 22, IV, daConstituio Federal. Questo incorreta.

    30. (Cespe/2012/STJ) Lei estadual que reservar espao para otrfego de motocicletas em vias pblicas de grande circulao ser

    constitucional, por tratar de tema inserido no mbito da competncialegislativa dos estados-membros.

    Comentrios:

    Compete privativamente Unio legislar sobre trnsito e transporte. Questoincorreta.

    31. (Cespe/2012/STJ) A existncia de lei municipal que legislesobre trnsito e que imponha sano mais gravosa que a prevista noCdigo de Trnsito Brasileiro incompatvel com a ConstituioFederal de 1988 (CF).

    Comentrios:

    De fato, isso incompatvel com a CF, uma vez que esta determina quelegislar sobre trnsito e transporte de competncia privativa da Unio.Questo correta.

    So competncias legislativas sobre as quais os demais entes federados

    no podem legislar, mesmo diante da omisso da Unio. Entretanto, possvelque Estados e Distrito Federal (jamais Municpios) legislem sobre questesespecficas (nuncagerais) dessas matrias, desde que a Unio lhes deleguetal competncia por lei complementar.

    Caso haja tal delegao, ela dever contemplar todos os Estados-membros e o Distrito Federal. Portanto, ao contrrio da competncia do art. 21da CF, a competncia do art. 22 delegvel.

    Destaca-se ainda que nada impede que a Unio retome, a qualquer

    momento, sua competncia, legislando sobre a matria delegada. Isso porquea delegao no se confunde com renncia de competncia.

    Para Alexandre de Moraes, a delegao de assuntos da competncialegislativa privativa da Unio aos Estados depende do cumprimento de trsrequisitos:

    Requisito formal: a delegao deve ser objeto de lei complementardevidamente aprovada pelo Congresso Nacional; Requisito material: s poder haver delegao de um ponto especfico

    da matria de um dos incisos do art. 22 da CF/88, pois a delegao no sereveste de generalidade;

  • 7/25/2019 Aula 03 - Organizao Poltico-Administrativa

    48/74

    D. Constitucional p/TRE-MG(AJAJ)Profa. Ndia Carolina Aula 03

    Prof. Ndia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 48de 74

    Requisito implcito: a proibio, constante do art, 19 da Carta Magna,de que os entes federativos criem preferncias entre si, implica que a leicomplementar editada pela Unio dever delegar a matria igualmente a todosos Estados, sob pena de ferir o pacto federativo.

    Na falta da delegao, inconstitucional qualquer lei estadual ou doDistrito Federal que disponha sobre as matrias do art. 22 da Constituio.Nesse sentido, decidiu o STF (Smula Vinculante no2) que inconstitucionala lei ou o ato normativo estadual ou distrital que disponha sobre sistemas deconsrcios e sorteios, inclusive bingos e loterias.

    Caso haja tal delegao, ela dever contemplar todos os Estados-

    membros e o Distrito Federal. Portanto, ao contrrio da competncia do art. 21da CF, a competncia do art. 22 delegvel.

    Para fecharmos o estudo desse tpico, trago para voc algunsposicionamentos jurisprudenciais importantes do STF acerca do art. 22.

    De acordo com o Pretrio Excelso, lei estadual que limite o valor dasquantias cobradas pelo uso de estacionamento de veculos em reasparticulares invade a competncia privativa da Unio para legislar sobre direitocivil. Enquanto a Unio regula o direito de propriedade e estabelece as regrassubstantivas de interveno no domnio econmico, os outros nveis de

    governo apenas exercem o policiamento administrativo do uso da propriedadee da atividade econmica dos particulares, tendo em vista, sempre, as normassubstantivas editadas pela Unio5.

    Alm disso, considerou a Corte inconstitucional lei estadual que dispunhasobre atos de juiz, direcionando sua atuao em face de situaes especficas6.Isso porque compete privativamente Unio legislar sobre direito processual(art. 22, I). Sob o mesmo fundamento, considerou, tambm, inconstitucional,norma estadual que disciplinava o valor que devia ser dado a uma causa7.

    5ADI 1.918, Rel. Min. Maurcio Corra, j. 23.08.01, DJ de 01.08.03.6ADI 2.257, Rel. Min. Eros Grau, j. 06.04.05, DJ de 26.08.05.

    7ADI 2.655, Rel. Min. Ellen Gracie, j. 09.03.04, DJ de 26.03.04.

    REQUISITOFORMAL LEI COMPLEMENTAR

    REQUISITOMATERIAL

    DELEGAO DE APENAS UM PONTO DAMATRIA

    REQUISITO

    IMPLCITO

    A LEI DEVER DELEGAR A MATRIAIGUALMENTE ENTRE TODOS OS

    ESTADOS

  • 7/25/2019 Aula 03 - Organizao Poltico-Administrativa

    49/74

    D. Constitucional p/TRE-MG(AJAJ)Profa. Ndia Carolina Aula 03

    Prof. Ndia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 49de 74

    32. (Cespe/2010/DPU-Analista Tcnico Administrativo). Aelaborao de lei estadual que verse quanto forma de como poderocorrer a desapropriao

    a) vivel, caso sejam atendidas determinadas condies, por se tratar decompetncia exclusiva dos estados-membros.

    b) invivel, por se tratar de competncia privativa dos estados membros.c) invivel, por se tratar de competncia exclusiva dos municpios.

    d) vivel, se atendidas determinadas condies, por se tratar decompetncia privativa da Unio.e) vivel, desde que atendidas determinadas condies, por se tratar de

    competncia privativa dos estados-membros.

    Comentrios:

    Como vimos, a competncia para legislar sobre desapropriao privativa da Unio. Assim, a Unio legislar sobre questes gerais, podendodelegar aos Estados e ao Distrito Federal competncia para legislar sobrequestes especficas, devendo tal delegao se dar por lei complementar.

    Assim, a elaborao de lei estadual que disponha sobre questes especficasrelacionadas desapropriao vivel, desde que atendidas essas condies.

    A letra D o gabarito da questo.

    33. (Cespe/2010/IPAJM-ES) Ao legislar sobre normas gerais, aUnio, no que diz respeito sua competncia, no deixa margem deatuao legislativa para os estados-membros, caso o assunto tenhasido esgotado.

    Comentrios:A questo est errada. Ao legislar sobre normas gerais, a Unio deixa

    aos Estados e ao Distrito Federal a competncia para complementar alegislao federal. A Unio no poder esgotar o assunto quando acompetncia for concorrente, pois invadiria a competncia dos Estados, umavez que cabe a estes legislar sobre as questes especficas.

    Questo incorreta.

    34. (Cespe/2010/IPAJM-ES) competncia exclusiva da Unio

    legislar sobre direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral,agrrio, martimo, aeronutico, espacial e do trabalho.

  • 7/25/2019 Aula 03 - Organizao Poltico-Administrativa

    50/74

    D. Constitucional p/TRE-MG(AJAJ)Profa. Ndia Carolina Aula 03

    Prof. Ndia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 50de 74

    Comentrios:

    A competncia da Unio para legislar sobre esses assuntos privativa,no exclusiva. Fundamento: art. 22, I, CF. Questo incorreta.

    35. (Cespe/2011/CNPq) De acordo com a CF, a competncia para

    legislar sobre propaganda comercial privativa da Unio.

    Comentrios:

    o que determina o art. 22, XXIX, da CF. Questo correta.

    36. (Cespe/2011/STM) Compete privativamente Unio legislarsobre matria de direito penal, contudo, poder ela, por meio de leicomplementar, autorizar os estados-membros a legislar sobrequestes especficas dessa matria, relacionadas na Constituio

    Federal de 1988.Comentrios:

    Nesse caso, por ser esta competncia privativa da Unio, esta poder,por meio de lei complementar, autorizar os Estados a legislar sobre questesespecficas da matria (art. 22, pargrafo nico, CF). Questo correta.

    37. (Cespe/2010/TRT 21 Regio) Constitui competnciaconcorrente en