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OFICINA DE “CAPACITAÇÃO DE MULTIPLICADORES PARA IMPLANTAÇÃO E UTILIZAÇÃO DO PRONTUÁRIO SUAS” AULA 03: Planejamento e execução do trabalho social com famílias no PAIF Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome Secretaria Nacional de Assistência Social Departamento de Proteção Social Básica

Aula 03 - Paif

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Planejamento e execução do trabalho social com famílias no PAIF.

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OFICINA DE CAPACITAO DE MULTIPLICADORES PARA IMPLANTAO E UTILIZAO DO PRONTURIO SUAS

AULA 03: Planejamento e execuo do trabalho social com famlias no PAIFMinistrio do Desenvolvimento Social e Combate FomeSecretaria Nacional de Assistncia Social Departamento de Proteo Social Bsica

Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calmaAt quando o corpo pede um pouco mais de almaA vida no para

Enquanto o tempo acelera e pede pressaEu me recuso, fao hora, vou na valsaA vida to rara...(...)Enquanto todo mundo espera a cura do malE a loucura finge que isso tudo normalEu finjo ter pacinciaE o mundo vai girando cada vez mais velozA gente espera do mundo e o mundo espera de ns

Um pouco mais de pacincia Pacincia Lenine, 1999

Dialogar pode no ser fcil, mas preciso!Por meio do dilogo rompem-se barreiras e constroem-se ideias!Os desafios so semelhantes, embora se apresentem de formas diferentes em cada local.Podemos esperar por respostas...Mas o melhor constru-las, em conjunto!!!

Oficinas de capacitao de multiplicadores para implantao e utilizao do Pronturio SUAS

Trabalho Social com Famlias no PAIF Planejamento e execuo do Acompanhamento Familiar no PAIF

Como se planejar a interveno dialogada?

Coordenao Geral de Servios Socioassistenciais a Famlias CGSSF Departamento de Proteo Social Bsica DPSB 12 de agosto, 2014Ministrio do desenvolvimento Social e Combate FomeSecretaria Nacional de Assistncia Social

Objetivo Dialogar sobre os processos de planejamento e execuo do acompanhamento familiar ( luz das informaes obtidas com o uso do Pronturio SUAS) com a perspectiva da construo conjunta do Plano de Acompanhamento Familiar:

Tcnico Famlia

PROTEO SOCIAL BSICA

Previne situaes de risco social por meio do desenvolvimento de potencialidades e aquisies e do fortalecimento de vnculos familiares e comunitrios.

PBLICO DA PROTEO SOCIAL BSICA

Dois grupos em situao de vulnerabilidade social:

aqueles que esto em condies precrias ou privados de renda e sem acesso aos servios pblicos dimenso material da vulnerabilidade;

aqueles cujas caractersticas sociais e culturais so desvalorizadas ou discriminadas negativamente (vnculos familiares, comunitrios e de pertencimento fragilizados e vivenciam situaes de discriminao etria, tnica, de gnero ou por deficincias) - dimenso relacional da vulnerabilidade.

6PROTEO SOCIAL BSICA

Assume como foco de atuao a ao preventiva, protetiva e proativa, reconhecendo a importncia de responder as necessidades humanas de forma integral, para alm da ateno a situaes emergenciais, centradas exclusivamente nas situaes de risco social.

A proteo social bsica possui uma dimenso inovadora, pois supera a histrica ateno voltada a situaes crticas, que exigiam aes indenizatrias de perdas j instaladas, mais do que asseguradoras de patamares de dignidade e de desenvolvimento integral.

7PROTEO SOCIAL BSICAServios Tipificados:Servio de Proteo e Ateno Integral Famlia PAIF;Servio de Convivncia e Fortalecimento de Vnculos ;Servio de Proteo Social Bsica no Domiclio para Pessoas com Deficincia e Idosos.

Unidades de Implementao dos servios, programas e projetos da Proteo Social Bsica:Centro de Referncia de Assistncia Social CRAS;Centro de Convivncia;Instituies no governamentais. 8Lugares e espaosO planejamento e a execuo do processo de acompanhamento familiar nos chamam para a reflexo sobre o lugar ocupado pelos profissionais e seu significado na dinmica da oferta dos servios.

O lugar ocupado pelo profissional pode trazer a ideia subjacente de autoridade e domnio, interferindo na relao que se estabelece com o pblico usurio. Seu papel, portanto, o de desconstruir, juntamente com o usurio, a ideia de hierarquia, abrindo espaos de vocalizao das demandas do pblico atendido.

FamliasFamlia uma instituio social que no pode ser vista como algo esttico, definitivo e fechado. A ideia de famlia uma construo a partir de critrios e contextos histricos, sociais, econmicos e culturais especficos.

uma estrutura singular e complexa que se transforma, se altera no tempo cada famlia nica, ao mesmo tempo que possui as mais variadas formas de organizao. preciso no idealizar/romantizar a famlia ela lcus de proteo, mas tambm de desigualdade e violncia.

FamliasSobrecarga das funes parentais na mulher: elemento estabilizador do grupo membro que tem arcado com a grande parte das responsabilidades de provedora e socializadora:

Ausncia ou enfraquecimento da figura masculina - nos novos arranjos, os homens tendem a assumir uma posio perifrica, transitria e com resistncia a assumir as responsabilidades de reproduo social da famlia.

Vulnerabilidade: um conceito complexoe multifacetadoNo h um significado nico para o termo vulnerabilidade. Diversas teorias, amparadas em diferentes percepes do mundo social e, portanto, com objetivos analticos diferentes, foram desenvolvidas.

A PNAS/2004 aponta que as situaes de vulnerabilidade podem decorrer: da pobreza, privao, ausncia de renda, precrio ou nulo acesso aos servios pblicos, intemprie ou calamidade, fragilizao de vnculos afetivos e de pertencimento social decorrentes de discriminaes etrias, tnicas, de gnero, relacionadas sexualidade, deficincia, entre outros, a que esto expostas famlias e indivduos, e que dificultam seu acesso aos direitos e exigem proteo social do Estado.

Vulnerabilidade: uma heterogeneidade desituaes de desproteo social

A vulnerabilidade no sinnimo de pobreza a pobreza uma condio que agrava a vulnerabilidade vivenciada pelas famlias

A vulnerabilidade no um estado, uma condio dada mas uma zona instvel que as famlias podem atravessar, nela recair ou nela permanecer ao longo de sua histria

A vulnerabilidade um fenmeno complexo e multifacetado no se manifestando da mesma forma, o que exige uma anlise especializada para sua apreenso e respostas intersetoriais para seu enfrentamento

A vulnerabilidade tende a gerar ciclos intergeracionais de reproduo das situaes de vulnerabilidade vivenciadas, se no compreendida e enfrentada

As situaes de vulnerabilidade social tendem a tornar-se uma situao de risco se no forem prevenidas ou enfrentadas

CONVIVNCIA E FORTALECIMENTO DE VCULOS:CONCEPOA construo da concepo de convivncia e Fortalecimento de Vnculos de extrema relevncia porque contribui para o entendimento de que lidar com vulnerabilidades do campo relacional uma responsabilidade pblica e que uma poltica que busca combater a desigualdade e promover o desenvolvimento humano tem o papel central nesse dilogo (Aldaza Sposati).

SEGURANA DE CONVVIO NA PROTEO SOCIAL

a capacidade de prevenir vulnerabilidades e riscos sociais por meio do desenvolvimento de potencialidades e aquisies, e fortalecimento de vnculos familiares e comunitrios (PNAS, 2004).

Dimenso relacional: apoia-se no direito ao convvio e assegurada ao longo do ciclo de vida por meio de um conjunto de servios locais que visam convivncia, socializao e ao acolhimento em famlias cujos vnculos familiares e comunitrios no foram rompidos (PNAS, 2004).

Dimenso material: condies precria de vida, privao de renda e privao de acesso aos servios pblicos.

CONVIVNCIA E FORTALECIMENTO DE VNCULOS

Atributo da condio humana e da vida moderna, que se d entre sujeitos de direito, que se constituem na medida em que se relacionam. SEGURANA DE CONVVIOObjetivos:Realizar aes que permitam ao usurio apropriar-se ou pr em prtica uma capacidade de realizao pessoal e social;Fortalecer vnculos familiares e vnculos sociais mais amplos;Tornar mais fortes as relaes no mbito da famlia, da vizinhana e das associaes coletivas de representao dos interesses dos usurios.Convivncia formaVnculo resultadoIntencionalidade:Proteo SocialTrabalho Social com Famlias no mbito do PAIF O trabalho social com famlias no campo de atuao do PAIF uma prtica profissional apoiada em saber cientfico. A apreenso do seu conceito eleva a concepo deste trabalho ao patamar de procedimentos qualificados, edificados a partir de saberes profissionais, embasados em princpios ticos e com finalidades a serem alcanadas.

No se constitui, portanto, de procedimentos instintivos, personalistas e inspirados no senso comum.

O trabalho social com famlias nos contornos do PAIF adquire, a partir desta conceituao, patamar cientfico, compreendido como ato sistemtico, metdico e reflexivo, realizado por meio da construo de conhecimentos e da compreenso da realidade e das relaes sociais.Servio de proteo e Atendimento integral Famlia - PAIFO Servio de Proteo e Atendimento Integral Famlia - PAIF consiste no trabalho social com famlias, de carter continuado, com a finalidade de fortalecer a funo protetiva das famlias, prevenir a ruptura dos seus vnculos, promover seu acesso e usufruto de direitos e contribuir na melhoria de sua qualidade de vida.

Tem como base o respeito heterogeneidade dos arranjos familiares, aos valores, crenas e identidades das famlias. Fundamenta-se no fortalecimento da cultura do dilogo, no combate a todas as formas de violncia, de preconceito, de discriminao e de estigmatizao nas relaes familiares.

Aes que compem o Trabalho Social com Famlias no PAIF

Os objetivos do PAIF so os principais elementos a serem considerados ao se formatar a acolhida, planejar as oficinas com famlias, subsidiar as aes particularizadas, avaliar os impactos de uma ao comunitria ou de um encaminhamento realizado. o alcance dos objetivos do PAIF no deve ser algo abstrato ou apenas presente no discurso.O trabalho social com famlias do PAIF materializado por meio de aes que buscam atender determinado objetivo. So aes do Servio de Proteo e Atendimento Integral Famlia PAIF Acolhida Oficinas com Famlias Aes Comunitrias Aes Particularizadas EncaminhamentosAes que compem o Trabalho Social com Famlias no PAIFDevem ser planejadas e avaliadas com a participao das famlias usurias, das organizaes e movimentos populares do territrio, visando o aperfeioamento do Servio, a partir de sua melhor adequao s necessidades locais, bem como o fortalecimento do protagonismo destas famlias, dos espaos de participao democrtica e de instncias de controle social.

imprescindvel que no processo de planejamento, execuo, monitoramento e avaliao dessas aes, os objetivos do Servio sejam a ele associados, de modo a qualific-lo e, principalmente, garantir seu efetivo cumprimento.

Trabalho Social com Famlias no PAIFAcolhida

Estudo social

Visita domiciliar

Orientao e encaminhamentos

Grupos de famlias

Acompanhamento familiar

Atividades comunitrias

Campanhas socioeducativas

Informao, comunicao e defesa de direitos

Promoo ao acesso documentao pessoal

Mobilizao e fortalecimento de redes sociais de apoio

Desenvolvimento do convvio familiar e comunitrio

Mobilizao para a cidadania

Conhecimento do territrio

Cadastramento socioeconmico

Elaborao de relatrios e/ou pronturios

Notificao da ocorrncia de situaes de vulnerabilidade e risco social

Busca ativa

Trabalho Social com Famlias no mbito do PAIFO fazer cotidiano da equipe de referncia do CRAS, ao operacionalizar o PAIF, deve fugir das prticas do senso comum, que sem nenhum tipo de contestao ou indagao, podem tornar-se crenas imutveis, que reproduzem ideias carregadas de preconceitos, culpabilizam as famlias por sua situao social e mantm o status quo, impossibilitando movimentos de transformao da realidade.

O trabalho social com famlias requer profissionais qualificados, aptos a compreender a realidade dada e construir conhecimento com os quais questionam as estruturas sociais injustas, elaborando estratgias para modific-las junto com o pblico atendido e outros atores presentes na rede de servios.

Para tal, o trabalho social com famlias deve atentar para que as famlias sejam reconhecidas como sujeitos de sua transformao e atores do seu processo de desenvolvimento.

Viso contrria da tutela e responsabilizao das famlias pelas suas dificuldades e vulnerabilidades. Construo de significadosPor que acompanhar?

O acompanhamento familiar pode ser encarado como um processo que suscita reflexo. Qual a sua finalidade?

A diferena entre o acompanhamento familiar e os atendimentos no apenas formal e terminolgica, requer uma reflexo sobre compromisso, responsabilidade, vnculo e presena. Requer um posicionamento tico-poltico definido:

Ouvir e Escutar Olhar e EnxergarAcompanhamento Familiar

O acompanhamento um processo que pressupe planejamento e continuidade das aes e aquisies graduais no uma receita e no deve engessar o fazer terico-metodolgico e tcnico-operacional dos tcnicos.

A abordagem e os procedimentos metodolgicos imprimem caractersticas ao processo de atendimento e acompanhamento familiar. Isso significa que a equipe tcnica deve fazer uma leitura crtica das vulnerabilidades e potencialidades das famlias e do territrio, de modo a adotar a abordagem e procedimentos metodolgicos que sejam mais efetivos para o alcance dos objetivos do PAIF, para aquele contexto socioterritorial.

Acompanhamento FamiliarAps deciso conjunta da(s) famlia(s) e do(s) profissional(is) sobre a necessidade do acompanhamento familiar identificada aps a realizao do estudo social efetuado na acolhida - d-se incio aos procedimentos interrelacionados que compem o acompanhamento de uma famlia:

Encontro inicial Plano de Acompanhamento Familiar MediaesIntervenes em Aes Particularizadas ou em Grupo de Famlias Insero em Aes do PAIF Avaliao

Acompanhamento Familiar

O acompanhamento familiar do PAIF consiste, assim, em um conjunto de intervenes, desenvolvidas de forma continuada, a partir do estabelecimento de compromissos entre famlias e profissionais, com a construo de um Plano de Acompanhamento Familiar que estabelece objetivos a serem alcanados, realizao de mediaes peridicas, insero em aes do PAIF, a fim de superar gradativamente as vulnerabilidades vivenciadas, alcanar aquisies e ter acesso a direitos.

Objetiva-se, ainda, contribuir para ampliar espaos de participao e dilogo com instituies e para o alcance de maiores graus de autonomia, para a capacidade de vocalizao das demandas e necessidades, para o desenho de projetos de vida.

Plano de Acompanhamento Familiar

No Plano devem ser descritas:

As demandas e necessidades da famlia ou das famlias

As vulnerabilidades a serem superadas

As potencialidades que os grupos, ou o grupo, familiar possui e que devem ser fortalecidas, a fim de contribuir nas respostas s vulnerabilidades apresentadas pela famlia, ou famlias

Os recursos que o territrio possui que podem ser mobilizados na superao das vulnerabilidades vivenciadas pela famlia ou pelas famlias

As estratgias a serem adotadas pelos profissionais e famlia(s) no processo de acompanhamento familiar

Os compromissos da famlia, ou famlias, e dos tcnicos (enquanto representantes do Estado) no processo de superao das vulnerabilidades

Consiste no planejamento conjunto entre a(s) famlia(s) e profissional do acompanhamento familiar, imprescindvel para o alcance dos objetivos desse processo. O percurso proposto para o acompanhamento:

As intervenes (quantas, durao, horrios) a serem realizadas com as famlias reunidas em grupo (para o acompanhamento familiar em grupo) ou com a famlia em particular (para o acompanhamento particularizado), seus objetivos e aquisies esperadas;

As aes (coletivas ou particularizadas do PAIF) de interesse de cada famlia;

A periodicidade das mediaes com os profissionais que acompanham as famlias, o que se espera desses momentos e os resultados que se quer alcanar.

Devem ser registrados no Plano, no decorrer do acompanhamento:

As inseres dos membros das famlias nas aes do PAIF e seus efeitos;

As respostas dadas pelo poder pblico;

Os resultados das mediaes realizadas;

As adequaes que o processo de acompanhamento pode requerer;

O gradual cumprimento dos objetivos estabelecidos: a efetividade da interveno, as aquisies alcanadas etc.

O Registro do Acompanhamento Familiar no SICON no substituia construo do Plano de Acompanhamento Familiar.

medida que o processo de acompanhamento familiar for evoluindo e o Plano de Acompanhamento Familiar cumprir seus objetivos ...

... quando as vulnerabilidades sociais, motivadoras do processo de acompanhamento forem superadas...

... a famlia em conjunto com o profissional, aps o processo denominado avaliao, pode optar pelo encerramento do acompanhamento familiar. Isso no impossibilita que as famlias continuem participando das aes do PAIF, elas podem continuar sendo atendidas pelo Servio.

O acompanhamento no um processo que visa avaliar a(s) famlia(s), sua organizao interna, seus modos de vida, sua dinmica de funcionamento. Ao contrrio, uma atuao do servio socioassistencial, com foco na garantia das seguranas afianadas pela poltica de assistncia social e na promoo do acesso das famlias aos seus direitos, com vistas ao fortalecimento da capacidade protetiva da famlia, a partir das respostas do Estado para sua proteo social. Acompanhamento Familiar Particularizado

recomendado a adoo do processo de acompanhamento particularizado s famlias em situaes de vulnerabilidades em condies desfavorveis para o trabalho em grupo: seja porque a famlia est prestes a cair em risco social (demanda uma ateno rpida ), seja porque a famlia se nega a participar do acompanhamento em grupo (sente-se intimidada e envergonhada ).

Modo de acompanhamento familiar mais eficaz para proteo imediataAcompanhar uma famlia no revolver seu caso!

preciso pensar a estrutura de proteo e a possibilidade de coletivizao das aes.

As vulnerabilidades apresentadas pelas famlias so expresses de necessidades humanas bsicas no satisfeitas, decorrentes da desigualdade social assim, preciso ultrapassar a lgica do atendimento do caso a caso ou caso de famlia que vincula a satisfao das necessidades sociais (in)competncia individual das famlias.

preciso redimensionar a lgica do trabalho com famlia na perspectiva dos direitos caminho para a concretizao da cidadania, via polticas pblicas de responsabilidade estatal.

Acompanhamento Familiar em Grupo recomendado a adoo do processo de acompanhamento familiar em grupo para responder situaes de vulnerabilidades vivenciadas pelas famlias com forte interface com o territrio.Isso demanda a realizao de um bom diagnstico do territrio conhecer suas vulnerabilidades de modo a agrupar as famlias para efetivar seu acompanhamento.

Modo de acompanhamento que contribui para respostas mais efetivas, pois mobilizam um grupo de famlias em torno de determinada causa, propiciando a troca de vivncias que tornam esse modo de acompanhamento uma experincia de protagonismo das famlias e, consequentemente, do territrio.No acompanhamento em grupo, o Plano de Acompanhamento Familiar deve ser construdo com a participao de todas as famlias que fazem parte do processo de acompanhamento e do tcnico. Podem ser includos no Plano tanto os objetivos gerais como os especficos - a serem alcanados por todas as famlias que compem o acompanhamento em grupo e por alguma(s) famlia(s) , respectivamente.

Construo de significadosO que pode significar para a famlia ter um pronturio no servio

Evitar repetir a mesma histria Ter sua trajetria conhecida Ter um documento que fortalece a identidade de poltica pblica onde antes a relao existente era de ajuda/favorReconhecimento do direito ao registro e possibilidade de acesso

E estar em acompanhamento familiar?E o que pode significar para o tcnico?

Ou:Devemos pensar nas potencialidades e nos limites da utilizao de sistemas para o registro do acompanhamento familiar:

Intencionalidades

O registro sistemtico das informaes no deve ser automtico e ter um fim em si mesmo. Deve ter intencionalidade e direcionamento, pressupor o alcance de metas e proporcionar ao tcnico uma avaliao do servio no que diz respeito superao da vulnerabilidade vivenciada pela famlia.

Deve permitir identificar demandas subjacentes ao discurso e situao apresentada, provocando e acurando o olhar do tcnico.

Deve auxiliar a execuo e o planejamento do trabalho, com informaes que possam desvelar as fragilidades e as potencialidades da famlia para o tcnico e para a prpria famlia.

A fora do desenho da metodologia est nos princpios, nas diretrizes, e nas estratgias maiores que garantem a direo poltica da ao. As metodologias so construtos pensados a partir de intencionalidades, conhecimento e da experincia. Maria do Carmo Brant de Carvalho, 2007

Algumas comparaes

preciso reconhecer que um nico servio no suficiente para proporcionar todas as garantias de uma famlia em situao de vulnerabilidade social um desafio ao acompanhamento familiar tanto para gestores quanto para coordenadores do CRAS e tcnicos.

Incompletude Intersetorialidade Busca de alternativas via rede de servios

Com a realizao do acompanhamento familiar, gestores e tcnicos so impelidos a assumir o compromisso e se responsabilizar pelo atendimento das demandas das famlias de forma a articular a rede socioassistencial e demais polticas setoriais.

Via-crucis interminvel da famliasem que seu direito seja de fato assegurado

Baseado em Fatos ReaisEstudos de caso: atender ou acompanhar?

Proposta de trabalho a ser realizado em grupo

Proposta de trabalho a ser realizado em grupo

Qual seria (ou quais seriam) as intervenes possveis em cada um desses casos?Para qual situao caberia o acompanhamento?Para qual caberia o atendimento?Por qu?Quais aes do PAIF poderiam ser aplicadas?Quais seriam os provveis entraves para o acompanhamento?

Entre outros...

- A psicloga ela ali!

Quando vi a recepcionista encaminhar a dona Lourdes em minha direo, percebi pelo franzido em seu nariz, que dona Lourdes estava h alguns dias sem se banhar. J tinha ouvido falar muito dela nos servios de sade, e no jornal de domingo, mas era a primeira vez que dona Lourdes pisava no CRAS.

A assistente social e eu fizemos uma acolhida particularizada, dona Lourdes tinha muito pra falar, afinal, a foto do seu filho mais velho saiu no jornal de domingo - nas pginas policiais.

Josias tinha 14 anos, trabalhava para o trfico e foi morto com 12 tiros no peito e no rosto. Dona Lourdes no leu a manchete, no podia, no sabia ler. Talvez tambm nem precisasse de ler, fazia questo de confrontar a notcia, para ela Josias morreu por crueldade do pessoal do trfico que atirou nele sem motivo, enquanto ele jogava seu futebol no campinho improvisado da comunidade.

Mas no era pra falar de Josias que dona Lourdes estava no CRAS. Ela queria falar de Josu, ou melhor, do dinheiro que parou de receber porque Josu no estava indo escola. J havamos recebido a listagem das famlias em descumprimento de condicionalidades do Bolsa Famlia. S na comunidade onde dona Lourdes morava havia 23. Agora dona Lourdes estava no CRAS, uma estatstica real, em carne e osso na nossa frente, e muito nervosa.

E nervosa, dona Lourdes no nos ofendia, xingava a esmo, gesticulando para a parede. Conversava com a mo sobre a boca, tampando os dentes podres. Queria apenas voltar a receber parte de seu benefcio, no lhe importava as faltas de Josu s aulas. Dona Lourdes foi ficando mais confiante depois que a assistente social disse: - Fala, Dona Lourdes! a senhora quem manda aqui!

Dona Lourdes sorriu, tampando os dentes com a mo. Sorriu e falou e falou e falou. Falou por ela e por toda comunidade. Josu no queria mais ir escola por medo da violncia do trfico. O recurso do Bolsa Famlia era a sua nica fonte de renda, j que seu Chico tinha se acidentado feio enquanto fazia um bico como pedreiro. E dona Lourdes? Analfabeta de pai e me fazia algumas faxinas, que no davam pra nada, ou melhor, davam s pra comprar a cachaa nossa de cada dia.Adalsana. Era a mistura de Adalberto com Rosana, j que no veio filho homem pra se chamar Roberto. Mas ela preferia ser chamada de Zaninha. No fazia questo da homenagem dos pais, que nunca se importaram muito com ela nem com as outras 5 filhas mais novas.

Zaninha buscava a todo custo fazer o contrrio, cuidava muito bem dos filhos pros quais escolheu nomes simples: Paulo, Caio, Mara e Iuri. No quis fazer homenagem aos pais que no conheceram seus filhos, com exceo do pai do Iuri. O nome foi escolha do pai, o velho taxista que registrou o menino e o adora. Zaninha no sabe se o adora. Ela acha estranho, por ser a me, mas sente um pouco de vergonha da deficincia de Iuri.

Ela trabalha com carteira assinada h 8 anos limpando a Igreja catlica do bairro vizinho. L todos gostam dela e a respeitam como profissional e como pessoa. Zaninha nunca teve vergonha de ser do Candombl.

A famlia sobrevive apenas com o salrio de Zaninha. Todas as crianas estudam. Iuri, que j tem 13 anos, tem grandes limitaes fsicas e mentais, mas sua paixo por sabonetes faz despertar seu lado comerciante.

Semana passada Zaninha precisou bater de porta em porta pra devolver pra vizinhana o dinheiro da venda de 5 sabonetes que Iuri pegou do armrio do banheiro. Vendeu cada barra por 5 reais. Apesar do alto valor cobrado, os 5 sabonetes foram vendidos. E nenhum dos vizinhos quis o dinheiro de volta. Seu Osvaldo at falou: "Eu sei que o mesmo sabonete do mercado, mas o jeito que o menino vende, parece at que o sabonete melhor!"

Zaninha ficou encabulada. O pessoal do Candombl sempre falava que o menino, filho de Oxssi, tinha o dom de deixar as coisas parecerem melhores, e que um dia ele iria trabalhar. Com Iuri, Zaninha achava que tudo parecia mais difcil, ser que um dia Iuri iria trabalhar?

A professora do Iuri e o pessoal da Igreja disseram que Zaninha poderia receber o Bolsa Famlia, o pessoal do Movimento Negro falou sobre o BPC.

por isso que Zaninha agora est ali, na acolhida coletiva do CRAS, com o rosto assustado, como quem pergunta: "Ser?"Contribuio do grupoO que voc sugere para ser abordado em outras oficinas sobre Trabalho Social com Famlias no PAIF? - Planejamento e execuo do Acompanhamento Familiar no PAIF luz das informaes obtidas com o processo de utilizao do Pronturio SUAS.Como se planejar a interveno dialogada? Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate FomeSecretaria Nacional de Assistncia SocialDepartamento de Proteo Social BsicaCoordenao Geral de Servios Socioassistenciais a Famlias

0800-8072003(61) 2030 [email protected]