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CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – TRF 2 PROFESSOR: VÍTOR CRUZ 1 Prof. Vítor Cruz www.pontodosconcursos.com.br Aula 2: E aí pessoal, tudo certo?! Hoje vamos terminar de ver o art. 5º da Constituição... Vamos nessa!!! Inafastabilidade do Judiciário XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito; Esse tal “princípio da inafastabilidade do Judiciário” é um princípio importantíssimo para o Estado democrático de direito. Pois ao garantir que toda lesão ou ameaça a direito estará sujeita a apreciação do Poder Judiciário, a Constituição impede os usos arbitrários de poder que ameaçam a democracia. Vamos tecer algumas considerações sobre o princípio: O princípio da inafastabilidade do Judiciário é um princípio expresso na Constituição? Sim, está no art. 5º, XXXV: "a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito". O entendimento deste artigo é que, por este princípio, alguém poderá acessar o Poder Judiciário sem necessariamente esgotar as esferas administrativas e será apenas o Poder Judiciário que fará a “coisa julgada” em definitivo, típico do direito inglês, diferentemente do franCês, onde há o “Contencioso administrativo”. (no contencioso administrativo, a esfera administrativa é capaz de proferir decisões definitivas, sem que sejam apreciadas pelo Poder Judiciário). 2- Existem exceções a este princípio? Sim: A) CF, art. 217 §1º O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às competições desportivas após esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva, regulada em lei. B) Em se tratando de Habeas Data, só será admitida a propositura deste remédio depois de negado o pedido pela autoridade administrativa. (entendimento do STF - HD 22/DF, entre outros - e STJ - Súmula nº2) 3- Por que este princípio existe? O Brasil é um Estado Democrático de Direito. Assim, para que esta característica se concretize, precisa-se de um Poder Judiciário efetivo, que realmente tome conhecimento das demandas, e assim sirva de "balança" nas relações internas. Assim, o Poder Judiciário é peça

Aula 03 - Direito Constitucional - Aula 03

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Aula 2:

E aí pessoal, tudo certo?!

Hoje vamos terminar de ver o art. 5º da Constituição... Vamos nessa!!!

Inafastabilidade do Judiciário

XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;

Esse tal “princípio da inafastabilidade do Judiciário” é um princípio importantíssimo para o Estado democrático de direito. Pois ao garantir que toda lesão ou ameaça a direito estará sujeita a apreciação do Poder Judiciário, a Constituição impede os usos arbitrários de poder que ameaçam a democracia.

Vamos tecer algumas considerações sobre o princípio:

O princípio da inafastabilidade do Judiciário é um princípio expresso na Constituição?

Sim, está no art. 5º, XXXV: "a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito".

O entendimento deste artigo é que, por este princípio, alguém poderá acessar o Poder Judiciário sem necessariamente esgotar as esferas administrativas e será apenas o Poder Judiciário que fará a “coisa julgada” em definitivo, típico do direito inglês, diferentemente do franCês, onde há o “Contencioso administrativo”. (no contencioso administrativo, a esfera administrativa é capaz de proferir decisões definitivas, sem que sejam apreciadas pelo Poder Judiciário).

2- Existem exceções a este princípio?

Sim:

A) CF, art. 217 §1º → O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às competições desportivas após esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva, regulada em lei.

B) Em se tratando de Habeas Data, só será admitida a propositura deste remédio depois de negado o pedido pela autoridade administrativa. (entendimento do STF - HD 22/DF, entre outros - e STJ - Súmula nº2)

3- Por que este princípio existe?

O Brasil é um Estado Democrático de Direito. Assim, para que esta característica se concretize, precisa-se de um Poder Judiciário efetivo, que realmente tome conhecimento das demandas, e assim sirva de "balança" nas relações internas. Assim, o Poder Judiciário é peça

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importantíssima para efetivação do sistema de "freios e contrapesos", pois, impede que haja abusos e autoritarismos por parte dos Poderes Executivo e Legislativo.

1. (CESGRANRIO/Advogado Jr - EPE/2007) Está INCORRETO afirmar, sobre o princípio constitucional do controle judiciário, também conhecido por princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional, que:

a) é fundamentado no princípio da separação de poderes.

b) possibilita o ingresso em juízo para assegurar direitos simplesmente ameaçados.

c) constitui princípio constitucional expresso.

d) garante o acesso ao Judiciário contra lesões a direitos coletivos.

e) não ampara direitos de pessoa jurídica.

Comentários:

Comentários sobre a questão:

Letra A - Perfeito. O princípio da "separação dos poderes" na verdade reflete a independência e harmonia entre as funções do Poder Político. O Judiciário, ao estar constitucionalmente assegurado de conhecer de todas as demandas, pode agir como o "fiel da balaça" e assim efetivar esta harmonia.

Letra B - Correto. A pessoa que possuir um direito que se encontra sob ameça, pode recorrer ao Judiciário para requerer a proteção, o direito não precisa estar sendo "efetivamente lesado" já que não se excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito.

Letra C - Correto. Encontra-se expressamente previsto no art. 5º, XXXV da Constituição.

Letra D - Correto. O principio é uma garantia fundamental que protege o exercício dos outros direitos, sejam estes direitos individuais ou coletivos.

Letra E - Errado. O princípio da inafastabilidade do Judiciário é uma garantia fundamental expressa na Constituição. Estes direitos e garantias, sempre que possível são aplicados às pessoas jurídicas.

Gabarito: Letra E.

Limitação a retroatividade da lei

XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;

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Esses conceitos não são consensuais e frequentemente ocorrem brigas judiciais tentando reconhecer direitos adquiridos diversos.

Segundo a Lei de Introdução ao Código Civil (LICC, art. 6º): a lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada e define os conceitos:

• (§1º) Reputa-se ato jurídico perfeito: o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou.

• (§2º) Consideram-se adquiridos: assim os direitos que o seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha termo ("data") pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem.

• (§3º) Chama-se coisa julgada ou caso julgado: a decisão judicial de que já não caiba recurso.

Direito adquirido X nova constituição:

Observe que a Constituição fala no termo "lei", assim, não se poderão invocar direitos adquiridos face à entrada em vigor de uma nova Constituição, até porque sabemos que o Poder Constituinte Originário é ilimitado, não há barreiras intransponíveis.

Juiz Natural

XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;

Juiz natural nada mais é do que dizer: para se julgar alguém já existe um órgão determinado previamente para tal, não podendo haver julgamento por órgãos excepcionais, pois isso seria parcial e arbitrário.

Ressalta-se que este conceito não abrange somente os julgamentos do Judiciário. Por exemplo, o Senado Federal é o juízo natural para o julgamento do Presidente da República nos crimes de responsabilidade.

Outra face deste princípio se encontra no inciso LIII – ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;

Tribunal de exceção → Aquele que é criado especificamente para julgar um crime, sem que existisse previamente. Também chamado de tribunal “ad hoc”, expressão latina que significa “específico”, “para isto” etc.

STF – Súmula nº 704 → Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo legal, a atração por continência ou conexão do processo do corréu ao foro por prerrogativa de função de um dos denunciados.

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2. (FCC/Auxiliar-TJ-PA/2010) Não haverá juízo ou tribunal de exceção.

Comentários:

Vimos que pelo art. 5º, XXXVII: Não haverá juízo ou tribunal de exceção. E vimos também que Tribunal de exceção é aquele que é criado especificamente para julgar um crime, sem que existisse previamente. Também é chamado de tribunal "ad hoc".

Gabarito: Correto.

3. (FCC/Auxiliar-TJ-PA/2010) A lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada.

Comentários:

Também já vimos que pelo art. 5º, XXXVI: a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada.

Gabarito: Correto.

4. (FCC/Analista - TRT 15ª/2009) Admitir-se-á, nos termos da lei, juízo ou tribunal de exceção.

Comentários:

Isto contraria a garantia individual prevista na Constituição Federal em seu art. 5º, XXXVII: Não haverá juízo ou tribunal de exceção.

Como vimos, tribunal de exceção é aquele que é criado especificamente para julgar um crime, sem que existisse previamente. Também é chamado de tribunal "ad hoc".

Gabarito: Errado.

5. (CESPE/TJAA-STM/2011) A imparcialidade do Poder Judiciário e a segurança do povo contra o arbítrio estatal são garantidas pelo princípio do juiz natural, que é assegurado a todo e qualquer indivíduo, brasileiro e estrangeiro, abrangendo, inclusive, pessoas jurídicas.

Comentários:

Isso aí. Quando alguém está sendo acusado de algo, já deve existir um foro pré-determinado para seu julgamento, não se poder criar um órgão julgador "de exceção", apenas para julgar o referido caso, isso seria parcial e arbitrário.

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Esse direito abrange também pessoas jurídicas e estrangeiros, já que ambos são destinatários de direitos fundamentais (sempre que a eles não seja vedada a aplicação por decorrência lógica ou expressa).

Gabarito: Correto.

Tribunal do Júri

XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:

a) a plenitude de defesa;

b) o sigilo das votações;

c) a soberania dos veredictos;

d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;

É uma prerrogativa do Júri a “soberania” dos veredictos, não podemos falar em "irrecorribilidade das suas decisões" nem em "imutabilidade dos veredictos".

A soberania dos verdictos é a prerrogativa de que o Júri deverá ter a sua decisão respeitada não sendo revista por outro órgão judicial. Ou seja, o que o corpo de jurados decidir está decidido, não podendo haver ingerência de "juizes togados" na decisão.

Porém, as palavras imutabilidade (não pode ser mudado) ou irrecorribilidade, são muito fortes, não correspondendo à realidade.

Cabe recurso da decisão do Júri, quando (art. 593, III, do Código de Processo Penal):

a) ocorrer nulidade posterior à pronúncia;

b) for a sentença do juiz-presidente contrária à lei expressa ou à decisão dos jurados;

c) houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida de segurança;

d) for a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos.

Por favor, não quero ninguém decorando essas coisas do Código de Processo Penal, eu coloquei apenas de forma a exemplificar a possibilidade de recurso da decisão do Júri. Beleza?? Ninguém vai ficar me perguntando: "Professor, não entendi o art. 593, III do CPP...", não é pra entender mesmo não, é só pra saber que existe.

Só para fins de exemplificação novamente, no caso de recurso, poderá se convocar um novo Júri para fazer novo julgamento. Se for

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somente retificar algum erro na aplicação da pena, o tribunal faz, mas para julgar novamente, só se for outro Júri, justamente pela soberania dos veredictos.

Um outro ponto bastante cobrado em concursos é o fato de a competência do tribunal do Júri não prevalecer sobre as “prerrogativas de foro” conferidas pela própria Constituição

Federal. Assim, ainda que nesses crimes dolosos contra a vida, o Pre-sidente da República, por exemplo, será julgado pelo STF, devido à sua prerrogativa e não pelo Júri.

Porém, lembramos que apenas a Constituição Federal poderá estabelecer “prerrogativas de foro” que prevalecerão sobre o Júri. Consoante a isso, dispõe a Súmula nº 721:

STF – Súmula nº 721 → A competência constitucional do tribunal do júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela Constituição Estadual.

STF – Súmula nº 603 → A competência para o processo e julgamento de latrocínio é do juiz singular e não do júri.

6. (FCC/Técnico-TJ-PI/2009) É reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, NÃO havendo

a) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida. b) a plenitude de defesa.

c) o sigilo das votações.

d) a soberania dos vereditos.

e) o juízo ou o tribunal de exceção.

Comentários:

Segundo o art. 5º, XXXVIII:"É reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:

a) a plenitude de defesa;

b) o sigilo das votações;

c) a soberania dos veredictos;

d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;"

A letra E, é a única não elencada. Refere-se ao art. 5º, XXXVII: Não haverá juízo ou tribunal de exceção. Tribunal de exceção é aquele que é criado especificamente para julgar um crime, sem que existisse previamente. Também é chamado de tribunal "ad hoc".

Gabarito: Letra E.

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7. (FCC/AJAA - Contabilidade - TRE-AM/2010) é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados a plenitude de defesa, o sigilo das votações, a soberania dos veredictos e a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida.

Comentários:

Teor do art. 5º, XXXVIII:"É reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:

a) a plenitude de defesa;

b) o sigilo das votações;

c) a soberania dos veredictos;

d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;"

Gabarito: Correto.

8. (FUNIVERSA/ADASA/2009) A Constituição Federal reconhece expressamente a instituição do júri popular, com a organização que lhe der a lei, não assegurando

a) a plenitude de defesa.

b) o sigilo das votações.

c) a soberania dos veredictos.

d) a irrecorribilidade de suas decisões.

e) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida.

Comentários:

Não podemos falar em irrecorribilidade nem imutabilidade das decisões do júri, já que elas são recorríveis.

Gabarito: Letra D.

Legalidade penal e Irretroatividade da lei penal:

XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;

XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;

9. (CESPE/OAB-SP exame nº 137/2008) É correto afirmar que a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu.

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Comentários:

Trata-se do princípio da irretroatividade da lei penal, disposto no art. 5º, XL da Constituição.

Gabarito: Correto.

Proteção aos direitos e liberdades fundamentais

XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais;

10. (CESPE/ANAC/2009) É imprescritível a ação tendente a reparar violação dos direitos humanos ou dos direitos fundamentais da pessoa humana.

Comentários:

Decorrente dos princípio fundamental da dignidade da pessoa humana, e pelo fato da ausência de disposição constitucional, temos que as violações aos direitos humanos podem ser punidas a qualquer tempo, não podendo se falar em prescrição do direito do Estado de puni-las.

Gabarito: Correto.

Crimes inafiançáveis

XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;

XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura , o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;

XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;

• Anistia: o Estado renuncia ao seu direito de punir determinados fatos. A anistia não é pessoal, direciona-se aos fatos.

• Graça: concedida pessoalmente, extingue diretamente a pena imposta em sentença judicial transitada em julgado.

• Indulto: ocorre da mesma forma que graça, porém é coletivo e não individual.

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• Competência para conceder anistia: privativa da União (art. 21, XVII) sempre através de lei federal com deliberação no CN (art. 48, VIII).

• Competência para conceder indulto (e graça): é de discricionariedade do Presidente da República (art. 84, XII) podendo ainda ser delegada aos Ministros de Estado, PGR ou AGU (art. 84, § único).

Pulo do Gato:

Em meu livro "Constituição Federal Anotada para Concursos", eu proponho um método para facilitar a memorização destes crimes pre-vistos na CF/88. Perceba que todos eles são inafiançáveis. Agora, existe uma diferença nos outros tratamentos. Deste modo os crimes se dividiriam em 3 grupos: racismo, ação de grupos armados, e o que chamaria de 3TH (tortura, tráfico, terrorismo e hediondos). A Constituição estabeleceu para eles o seguinte tratamento:

• ação de grupos armados contra o Estado – imprescritível;

• racismo – imprescritível e sujeito a reclusão (R – racismo X R – reclusão);

• 3TH – insuscetível de graça ou anistia (tente relacionar a fonética do “H” – “A–GA”– para lembrar de “Graça” ).

11. (FCC/Técnico - TRT 8º/2010) Segundo a Constituição Federal, constitui crime imprescritível a prática de:

a) tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins.

b) tortura.

c) racismo.

d) latrocínio.

e) terrorismo.

Comentários:

As letras A, B, e E formam o "3T" do 3TH - logo, são insuscetíveis de graça ou anistia, mas não são imprescritíveis.

O latrocínio, na letra D, não foi expressamente elencado pela Constituição.

A Letra C é a resposta, já que o racismo é crime inafiançável, imprescritível e que ainda sujeita o infrator à pena de reclusão.

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Gabarito: Letra C.

12. (CESPE/Advogado OAB–SP/2008) Segundo a Constituição de 1988, constitui crime inafiançável e imprescritível:

a) a prática da tortura

b) a prática do racismo

c) o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins

d) o definido em lei como hediondo

Comentários:

Inafiançável, já sabemos que todos são. Falta saber qual é imprescritível

a) a prática da tortura – É um dos “T” do 3TH.

b) a prática do racismo – Resposta CERTA e como visto ainda sujeita o infrator à reclusão.

c) o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins – É um dos “T” do 3TH.

d) o definido em lei como hediondo – É o “H” do 3TH

Gabarito: Letra B.

13. (FCC/MPE–RS/2008) Constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático.

Comentários:

Usando o método que eu propus, vemos que a questão está correta.

Gabarito: Correto.

Obs.: Atualmente defende-se que não existem divisões de "raça", só existiria uma raça: a raça humana. Desta forma, para definirmos a noção de racismo não há nenhum critério

objetivo e científico que nos permita fazer uma separação entre diferentes raças. Assim, o conceito de racismo deve ser considerado amplo, não no sentido de apenas "cor de pele" ou outras características físicas, mas também devido a traços culturais e etnia.

14. (CESPE/Agente - ABIN/2008) Um romancista famoso publicou, no Brasil, um livro no qual defende a tese de que as pessoas que seguem determinada religião seriam menos evoluídas do que as que seguem outra religião. Nessa situação, tal afirmação

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poderia ser enquadrada como racismo, embora, tecnicamente, religião não constitua raça.

Comentários:

Trata-se do conceito amplo de "raça", para fins de proteção.

Gabarito: Correto

15. (FUNIVERSA/Delegado - PC-DF/2009 - Adaptada) O antissemitismo pode ser considerado como crime de racismo.

Comentários:

Trata-se do conceito amplo de "raça", para fins de proteção.

Gabarito: Correto

Sucessão da pena

XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;

Baseado neste dispositivo, vemos que a pena é intransferível, deve ser aplicada somente àquele que cometeu a infração, não podendo ser passada aos seus sucessores. A Constituição, no entanto, admite que haja uma “sanção patrimonial” a estes sucessores (filhos, herdeiros e etc.) que consiste na obrigação de reparar danos e no perdimento de bens limitado ao valor que foi recebido pela sucessão, para o caso de penas com consequências patrimoniais (multas, indenizações e etc.).

16. (ESAF/ATRFB/2009) Nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido.

Comentários:

A pena é pessoal e intransferível por sucessão, a única coisa que se pode transferir é a obrigação de reparar o dano e o perdimento de bens, sempre no limite do patrimônio transferido. O enunciado traz a literalidade do disposto na Constituição, art. 5º XLV.

Gabarito: Correto

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Individualização da pena

XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:

a) privação ou restrição da liberdade;

b) perda de bens;

c) multa;

d) prestação social alternativa;

e) suspensão ou interdição de direitos;

Por exemplo, uma pessoa condenada por crime de improbidade administrativa terá seus direitos políticos suspensos por força do art. 37, § 4º, e pelo art. 15 da CF.

XLVII - não haverá penas:

a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;

b) de caráter perpétuo;

c) de trabalhos forçados;

d) de banimento;

e) cruéis;

17. (FCC/TJAA - TRE-AM/2010) No tocante aos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos, é correto afirmar que:

a) a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as penas de privação ou restrição da liberdade, perda de bens, multa, prestação social alternativa e suspensão ou interdição de direitos.

b) a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de detenção, nos termos da lei.

c) a lei considerará crime inafiançável e suscetível de graça ou anistia a prática da tortura.

d) constitui crime inafiançável e prescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático. e) nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, independentemente do valor do patrimônio transferido.

Comentários:

Letra A - Correta. Pelo art. 5º, XLVI, temos que a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:

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a) privação ou restrição da liberdade;

b) perda de bens;

c) multa;

d) prestação social alternativa;

e) suspensão ou interdição de direitos.

Letra B - Errado. O "R" de racismo deve ser associado ao "R" de reclusão. Assim, está errado falar que sujeita o infrator à pena de detenção, já que o correto seria reclusão.

Letra C - Errado. Todo o crime que começa com T ou H (3TH - Tortura, Tráfico, Terrorismo, ou Hediondo), é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia. O erro da questão é falar que é "suscetível" de graça ou anistia.

Letra D - Errado. Trata-se de crime inafiançável e imprescritível, nos termos do art. 5º, XLIV.

Letra E - Errado. A execução (perdimento dos bens) ocorrerá somente até o limite do patrimônio transferido (CF, art. 5º, XLV).

Gabarito: Letra A.

18. (FCC/Técnico-TCE-GO/2009) Constituição proíbe a instituição de pena de:

a) morte, sem exceção

b) caráter perpétuo, salvo em caso de guerra declarada.

c) trabalhos forçados.

d) restrição de liberdade.

e) restrição de direitos.

Comentários:

Letra A - Errado. Existe a exceção da guerra externa declarada.

Letra B - Errada. A exceção da guerra é para a pena de morte e não para a pena perpétua.

Letra C - Correto.

Letra D e E - Estas podem pelo inciso XLVI.

Gabarito: Letra C.

19. (FCC/TJAA-TRT 7ª/2009) Nos termos da Constituição Federal, não haverá pena de

a) banimento.

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b) perda de bens.

c) suspensão de direitos.

d) prestação social alternativa.

e) multa.

Comentários:

Agora ficou bem fácil, não é mesmo?

Usando os comentários da questão anterior: gabarito: letra A.

Direitos dos presos

XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado;

XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;

L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos durante o período de amamentação;

Demais direitos dos presos:

LXIII → Ser informado sobre seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, e ser assistido pela família e pelo advogado;

LXIV → Identificação dos responsáveis por sua prisão ou interrogatório policial;

LXV → Ter sua prisão relaxada imediatamente se ela for ilegal;

LXVI → Não ser levado à prisão, ou não ser mantido nela, caso a lei admita liberdade provisória, seja com ou sem fiança;

LXXV → Receber indenização por erro judiciário, ou se ficar preso além do tempo fixado na sentença;

Extradição

LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;

LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião;

Extradição: É um pedido que um país faz a outro, quando alguém que está no território deste foi condenado ou está sendo processado por alguma infração penal no país que pediu a extradição, para que,

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assim, possa ser processado ou cumpra pena em seu território. Geralmente ocorre nos termos de tratados internacionais bilaterais de extradição. Para países sem tratados com o Brasil, deverá ser observado o “Estatuto do Estrangeiro” (Lei nº 6.815/80).

A extradição geralmente é efetuada observando tratados bilaterais, mas está condicionada a observância de 3 requisitos básicos, de ordem geral:

1- Não ser crime político nem crime de opinião;

2- O crime a ele imputado deve ter dupla tipificação (ou seja, tem que ser algo que seja considerado crime tanto no país que pede a extradição quanto no Brasil);

3- A pena imposta ao extraditado não pode ser superior ao máximo da lei brasileira (30 anos).

A extradição pode ser ativa ou passiva:

• ativa – quando solicitada pelo Brasil a outro Estado (Brasil fez o pedido = ativa);

• passiva – quando requerida por outro Estado ao Brasil (o Brasil recebeu o pedido = passiva);

A Constituição só previu regras para a extradição passiva, ou seja, os casos de um país estrangeiro pedir a extradição de alguém que se encontra no território nacional, essa extradição passiva será julgada pelo STF, nos termos da Constituição, art. 102, I, g: "Compete ao STF, julgar a extradição solicitada por Estado estrangeiro".

Não compete ao STF julgar, porém, a extradição ativa, que deve ser pedida diretamente pelo Presidente da República sem intervenção do Judiciário.1

Então, podemos organizar a extradição da seguinte forma:

Extradição passiva de brasileiro:

• nato → nunca;

• naturalizado → pode, se cometer:

crime comum antes da naturalização;

tráfico ilícito a qualquer tempo, na forma da lei.

• Extradição passiva de estrangeiro: pode ser extraditado, salvo se o motivo for crime político ou de opinião;

Conceitos conexos

1 Pet 3569 / MS – Mato Grosso do Sul / 2006: “Não compete, ao STF, apreciar, nem julgar dalegalidade de extradições ativas. Estas deverão ser requeridas, diretamente, pelo Estado brasileiro, aosGovernos estrangeiros, em cujo território esteja a pessoa reclamada pelas autoridades nacionais”

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Deportação: Ato compulsório de competência da Polícia Federal, que ocorre quando algum estrangeiro entrou irregular no País ou nele permanece sem a devida autorização (os “vistos”). É um ato para coibir a clandestinidade. Se um deportado futuramente conseguir o visto poderá ingressar no território nacional.

Expulsão: A expulsão é um ato discricionário, mas ocorre quando um estrangeiro regularmente inserido no território nacional pratica um ato que torne sua permanência “inconveniente” ou por ter praticado algum delito ou infração prevista em lei que justifique tal medida. Segundo o “Estatuto do Estrangeiro”, compete ao chefe do Executivo Federal decretar a expulsão ou revogá-la segundo seus critérios de oportunidade e conveniência (art. 66).

Jurisprudência relevante:

Embora caiba ao STF julgar a extradição passiva, o Supremo decidiu que esta decisão está sujeita ao crivo do Presidente da República e que a decisão do Presidente da República em negar extradição é um ato político de soberania nacional, não podendo ser revisto pelo Supremo2.

20. (FCC/AJEM - TRT 8º/2010) A espécie de extradição requerida por um Estado soberano estrangeiro ao Brasil é classificada de:

a) bilateral.

b) unilateral.

c) objetiva.

d) fundamental.

e) passiva.

Comentários:

A extradição pode ser ativa ou passiva:

• ativa – quando solicitada pelo Brasil a outro Estado (Brasil fez o pedido = ativa);

• passiva – quando requerida por outro Estado ao Brasil (o Brasil recebeu o pedido = passiva);

Gabarito: Letra E.

2 STF - EXT 1085.

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21. (FCC/Analista - TRT 15ª/2009 - Adaptada) Será, em qualquer hipótese, concedida a extradição de estrangeiro por crime político.

Comentários:

Justamente o contrário. É vedada a extradição por crime político ou de opinião (CF, art. 5º, LII).

Gabarito: Errado.

22. (FCC – Técnico Judiciário TRE/AC – 2003) Considere:

I. Modo de entregar o estrangeiro a outro Estado, a partir de requerimento deste, em razão de delito lá praticado.

II. Devolução de estrangeiro ao exterior, por meio de medida compulsória adotada pelo Brasil, quando o estrangeiro entra ou permanece irregularmente no nosso território.

Tais situações dizem respeito, respectivamente, a

a) extradição e deportação.

b) deportação e extradição.

c) expulsão e extradição.

d) deportação e repatriação.

e) repatriação e expulsão.

Comentários:

Deveria se assinalar, respectivamente: extradição e deportação.

Gabarito: Letra A.

23. (FCC/AJEM-TRT-23ª/2011) Homero obteve a cidadania brasileira, após processo de naturalização, porém seu país de origem, Jamaica, requereu ao Brasil sua extradição por crime comum. Segundo a Constituição Federal, sua extradição só será concedida no caso

a) de crime de opinião praticado antes do processo de naturalização.

b) de crime político praticado antes do processo de naturalização.

c) do delito ter sido praticado antes da naturalização.

d) de crime político praticado depois do processo de naturalização.

e) de crime de opinião praticado depois do processo de naturalização.

Comentário:

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Homero é um cidadão brasileiro! É naturalizado, mas é brasileiro. Como é a Extradição passiva de brasileiro?

• nato → nunca;

• naturalizado → pode, se cometer:

crime comum antes da naturalização;

tráfico ilícito a qualquer tempo, na forma da lei.

Lembrando que, seja brasileiro ou estrangeiro, não se pode extraditar ninguém se o motivo for crime político ou de opinião;

Sabendo-se que crime político e de opinião impedem qualquer extradição, já se eliminam as letras A, B, D e E, sobrando somente a C.

Gabarito: Letra C.

24. (FCC/TJ Segurança - TRT 1ª/2011) A pessoa que tiver cometido um ato no exterior considerado como crime pelo Estado estrangeiro e como contravenção penal pelo ordenamento jurídico do Brasil

a) não será extraditada em respeito ao princípio da autodeterminação dos povos.

b) não será extraditada em respeito ao principio da presunção de inocência.

c) não será extraditada, porém permanecerá presa no Brasil, onde responderá pelo ato praticado no exterior em respeito ao princípio da cooperação mútua.

d) será extraditada em respeito ao princípio da cooperação mútua.

e) não será extraditada, face ao não preenchimento do requisito da dupla tipicidade.

Comentário:

A extradição geralmente é efetuada observando tratados bilaterais, mas está condicionada a observância de 3 requisitos básicos, de ordem geral:

1- Não ser crime político nem crime de opinião;

2- O crime a ele imputado deve ter dupla tipificação (ou seja, tem que ser algo que seja considerado crime tanto no país que pede a extradição quanto no Brasil);

3- A pena imposta ao extraditado não pode ser superior ao máximo da lei brasileira (30 anos).

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Desta forma, como o ato cometido pela pessoa não é considerado crime no Brasil, ela não poderá ser extraditada.

Gabarito: Letra E.

Juiz natural (e promotor natural) – outra face

LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;

Devido processo legal (“due process of law”)

LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;

Em algumas ocasiões, já foi demonstrado que este princípio constitucional também é o responsável por trazer implicitamente o princípio da razoabilidade e proporcionalidade, muito cobrado em concurso, pois é essencial para uma administração pública eficiente, célere e que respeita o Estado Democrático.

Duplo grau de jurisdição:

Duplo grau de jurisdição, à sua moda clássica, é a possibilidade de um reexame integral da sentença por um órgão diverso do que a proferiu e de hierarquia superior na ordem judiciária3.

No Brasil, existe possibilidade de ocorrência do duplo grau de jurisdição. Porém, segundo o Supremo, o duplo grau de jurisdição, no âmbito da recorribilidade ordinária, não consubstancia garantia constitucional4. Isso porque existem julgados que não poderão ser revistos, como, por exemplo, aqueles de competência originária do STF, onde não é admitida a recorribilidade a instância superior. Ainda nas palavras do STF, não é possível, sob as sucessivas Constituições da República, erigir (instituir) o duplo grau em princípio e garantia constitucional, tantas são as previsões, na própria Lei Fundamental, do julgamento de única instância ordinária5.

25. (CESPE/OAB/2009.1) O duplo grau de jurisdição, no âmbito da recorribilidade ordinária, não consubstancia garantia constitucional.

Comentários:

3 79.785, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 29‐03‐00, Plenário, DJ de 22‐11‐024 AI 209.954‐AgR, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 15‐9‐98,5 AI 601.832‐AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 17‐3‐09,

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Exato.

Gabarito: Correto.

Contraditório e a ampla defesa

LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;

Súmula Vinculante nº 5 → A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição.

Súmula Vinculante nº 14 → É direito do defensor do representado ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.

Presunção de inocência

LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória;

Trânsito em julgado significa “quando não houver mais como recorrer da sentença”.

O princípio da presunção de inocência também pode ser enxergado sob um outro prisma: “ninguém precisa provar que não fez alguma coisa”, o dever de provar se dá em relação à ocorrência dos fatos, quem acusa alguém de algo, é que deve provar que este algo aconteceu.

26. (ESAF/AFT/2006) Decorre da presunção de inocência, consagrada no art. 5º, da Constituição Federal, a impossibilidade de exigência de produção, por parte da defesa, de provas referentes a fatos negativos.

Comentários:

Ninguém precisa provar que não fez algo, pois, todos presumem-se inocentes.

Gabarito: Correto.

Identificação criminal

LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei;

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Este inciso foi regulamentado pela lei 12037/09 que dispõe que a identificação civil é atestada por qualquer documento público que permita a identificação, como: carteira de identidade, carteira de trabalho, passaporte e etc.

A disposição não é absoluta, pois ainda que apresentado o documento público, poderá se promover a identificação criminal caso este contenha rasuras, indícios de falsificação, for constatada de pluralidade de nomes, a identificação criminal for essencial às investigações e etc.

27. (FUNIVERSA/Analista-APEX/2006 - Adaptada) Jamais o civilmente identificado será submetido à identificação criminal.

Comentários:

Vimos que a disposição não é absoluta. Poderá se promover a identificação criminal caso este contenha rasuras, indícios de falsificação, for constatada de pluralidade de nomes, a identificação criminal for essencial às investigações e etc.

Gabarito: Errado.

Ação penal privada subsidiária da pública

LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal;

Em regra, os crimes são de ação penal pública. A ação penal pública é privativa do Ministério Público (art. 129, I), mas esta deve ser intentada no prazo legal (regra geral: 5 dias se o indiciado estiver preso e 15 dias se estiver solto, a partir do recebimento do inquérito policial), se excedido este prazo, o particular poderá agir com a ação privada subsidiária da pública.

28. (ESAF/ENAP/2006) Em razão da titularidade da ação penal, conferida pela Constituição Federal ao Ministério Público, não há possibilidade de ser proposta ação privada nos crimes de ação pública. Comentários:

A Constituição permite em seu art. 5º, LIX a chamada “ação penal privada subsidiária da pública”, que é uma ação penal interposta pelo particular para poder suprir a ação penal pública que o Ministério Público deveria ter proposto, mas não propôs no prazo legal.

Gabarito: Errado.

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Publicidade dos atos processuais

LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;

Prisão

LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;

CF, art. 228 → São penalmente inimputáveis os menores de 18 anos, sujeitos às normas da legislação especial.

LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;

LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;

LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial;

29. (CESPE/AJAJ-STF/2008) O preso tem direito à identificação dos responsáveis pelo seu interrogatório policial.

Comentários:

A Constituição estabelece no seu art. 5º LXIV que é direito do preso a Identificação dos responsáveis por sua prisão ou interrogatório policial.

Gabarito: Correto.

Prisão ilegal

LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;

Liberdade provisória

LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança;

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Prisão civil por dívida:

LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;

Então temos que a prisão civil por dívida, na literalidade do texto constitucional segue o seguinte:

• regra → Não pode haver;

• exceção → Poderá prender o responsável por inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e o depositário infiel.

Nas palavras do Supremo, "a norma que se extrai do inciso LXVII do artigo 5º da Constituição Federal é de eficácia restringível (contida). Pelo que as duas exceções nela contidas podem ser aportadas por lei, quebrantando, assim, a força protetora da proibição, como regra geral, da prisão civil por dívida".

Desta forma, temos a regra: Não cabe prisão civil por dívida. Essa proibição pode ser relativizada caso haja alguma lei que preveja a prisão por inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel. Se a lei prever a prisão nestes casos, estará restringindo a proibição da norma.

Muita atenção!

Em 2008, o Supremo passou a entender não ser mais possível no Brasil a prisão civil por dívida do depositário infiel, o que motivou inclusive a edição da súmula vinculante 25:

Súmula Vinculante nª25 → É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito.

1- Mas porque o Supremo, passou a entender que, mesmo expresso na Constituição, tal prisão não seria válida?

Tudo isso devido a um tratado internacional (pacto de San Jose da Consta Rica) assinado pelo Brasil.

2- Mas este tratado teve força para revogar a Constituição?

Não. Para entender o tema, primeiro, é necessário observar o §3º deste art. 5º. Nele, vemos que a regra é que os tratados internacionais após serem internalizados serão equivalentes às leis ordinárias, mas, eles serão equivalentes às emendas constitucionais (status constitucional), se "versarem sobre direitos humanos" e "forem internalizados com a mesma votação de uma emenda constitucional".

3- E o pacto de San Jose? Ele foi votado por este procedimento de emendas?

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Não, pois na época não existia esta previsão constitucional do art. 5º §3º. O STF passou, então, a entender que os tratados internacionais sobre direitos humanos, caso não passem pelo rito de votação de uma emenda constitucional, não irá adquirir o status constitucional (emenda constitucional), porém, por si só já possuem um status de “supralegalidade” (estágio acima das leis, e abaixo da Constituição) podendo revogar leis anteriores e devendo ser observados pelas leis futuras. Esse entendimento foi a partir do final de 2008. Veja o julgado:

“... Prevaleceu, no julgamento, por fim, a tese do status de supralegalidade da referida convenção, inicialmente defendida pelo Ministro Gilmar Mendes no julgamento do RE 466343/SP, (...). Vencidos, no ponto, os Ministros Celso de Mello, Cezar Peluso, Ellen Gracie e Eros Grau, que a ela davam a qualificação constitucional, perfilhando o enten-dimento expendido pelo primeiro no voto que proferira nesse recurso. O Min. Marco Aurélio, relativamente a essa questão, se absteve de pronunciamento.”6

Como nós vimos que a prisão do depositário infiel ou do inadimplente de alimentos só seria possível através de uma previsão legal, esta lei que porventura esteja prevendo a prisão do depositário infiel ficaria sem efeitos, pois estaria sendo inaplicável pelo pacto de San Jose, o qual tem status supralegal (acima das leis).

Conclusão e observação:

• Atualmente, é possível a prisão civil do depositário infiel? Não.

• A Constituição prevê a prisão do depositário infiel? Sim, porém, esta prisão é inaplicável.

30. (FCC/MPE–RS/2008) Não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel.

Comentários:

O gabarito desta questão foi dado como correto pela banca. Mas, hoje ele estaria errado! Por que isso, professor?

Este concurso foi em Novembro de 2008. Em Dezembro de 2008, o Supremo passou a entender não ser mais possível no Brasil a prisão civil por dívida do depositário infiel, o que motivou inclusive a edição da súmula vinculante 25:

6 HC 87585/TO, Rel. Min. Marco Aurélio, 3.12.2008

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Súmula Vinculante nª25 → É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito.

Gabarito atual: Errado.

31. (CESPE/ANAC/2009 - Adaptada) É vedada a prisão civil por dívida, salvo, conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), quando se tratar de obrigação alimentícia ou de depositário infiel.

Comentários:

"Segundo o STF" a única possibilidade é o inadimplente voluntário e inescusável (injustificável) de obrigação alimentícia.

Gabarito: Errado.

32. (ESAF/AFRFB/2009) Segundo a Constituição de 1988, a prisão civil por dívida é cabível em se tratando de depositário infiel.

Comentários:

Embora não se conceba mais no Brasil a prisão civil por dívida do depositário infiel, devido ao Pacto de San Jose da Costa Rica, o enunciado pediu expressamente que fosse dada a resposta "segundo a Constituição". Desta forma, está correta a afirmativa, já que o texto constitucional não foi alterado pelo pacto (CF, art. 5º LXVII).

Gabarito: Correto.

Remédios constitucionais

Os remédios constitucionais recebem esse nome, pois são ações constitucionais que funcionam como verdadeiros "remédios" contra os abusos cometidos. Por exemplo, se alguém sofrer abuso ao seu direito de locomoção, esse mal será remediado com um habeas corpus, se o abuso for relativo ao direito de informação, será usado um habeas data. Os principais remédios constitucionais serão vistos agora: habeas corpus, habeas data, Mandado de Segurança, Mandado de Injunção e Ação Popular.

Alguns autores ainda incluem neste grupo outras medidas como o direito de petição e direito de obter certidões, presentes no inciso XXXIV.

Habeas corpus

LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação

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em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;

Organizando:

• Motivo: violência ou coação da liberdade de locomoção; (Abuso contra o direito que todos possuem de ir, vir, permanecer, estar, passar e etc.)

• Quem pode usar: qualquer pessoa;

• Quem pode sofrer a ação: qualquer um que use de ilegalidade ou abuso de poder.

• Modos de HC:

Preventivo: Caso haja ameaça de sofrer a coação;

Repressivo: Caso esteja sofrendo a coação.

• Custas: (LXXVII) São gratuitas as ações de “habeas-corpus”;

CPP, art. 654 → O habeas corpus poderá ser impetrado por qualquer pessoa, em seu favor ou de outrem, bem como pelo Ministério Público.

STF – Súmula nº 693 → Não cabe HC contra decisão condenatória a pena de multa, ou relativo a processo em que a pena pecuniária seja a única cominada. (Isso porque Habeas Corpus é para discutir a liberdade de alguém. Não serve para discutir multa e penas em dinheiro).

STF – Súmula nº 695 → Não cabe habeas corpus quando já extinta a pena privativa de liberdade. (Se a pena que privava a pessoa da liberdade já foi extinta. Para que se quer um habeas corpus?).

CF, Art. 142 § 2º → Não caberá habeas corpus em relação a punições disciplinares militares.

Embora a CF expresse que não cabe HC contra punições disciplinares, o STF tem flexibilizado a situação quando a punição privativa de liberdade foi imposta de forma ilegal. Assim, decidiu o Supremo (RHC 88543/SP - São Paulo - 03/04/2007): a legalidade da imposição de punição constritiva da liberdade, em procedimento administrativo castrense (afeto ao regime militar), pode ser discutida por meio de habeas corpus.

O habeas corpus pode ser concedido de ofício por juiz ou tribunal, sem que isso implique ofensa ao princípio da inércia da jurisdição (hipótese cobrada pelo CESPE em 2007).

É cabível habeas corpus inclusive quando a liberdade de locomoção puder ser afetada indiretamente, por exemplo, contra a quebra de

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sigilo bancário, caso dela possa resultar processo penal que leve à sentença de prisão.

33. (FCC/Técnico-TCE-GO/2009) Sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder, será concedido

a) mandado de injunção.

b) habeas corpus.

c) habeas data.

d) ação popular.

e) mandado de segurança.

Comentários:

Desta forma, vemos que o correto seria assinalar a letra B! Habeas corpus.

34. (CESPE/Analista - TRE-MT/2010) O habeas corpus pode ser impetrado tanto contra ato emanado do poder público como contra ato de particular, sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção.

Comentários:

Diferentemente do Mandado de Segurança que só pode ser impetrado quando alguém estiver se valendo de sua prerrogativa de "direito público", o habeas corpus pode ser impetrado contra qualquer pessoa que estiver coagindo alguém de sua liberdade de locomoção (ir, vir, permanecer e etc...).

Gabarito: Correto.

35. (CESPE/AGU/2010) O habeas corpus constitui, segundo o STF, medida idônea para impugnar decisão judicial que autoriza a quebra de sigilos fiscal e bancário em procedimento criminal.

Comentários:

Na jurisprudência do Supremo, o habeas corpus pode ser usado contra qualquer ato ilegal, ou com abuso de poder que possa levar o indivíduo a ter a sua liberdade de locomoção, cerceada, ainda que não diretamente. É o caso da questão, a quebra de sigilo, embora não seja medida que diretamente se oponha à liberdade de locomoção, pode indiretamente contribuir para o constrangimento a tal direito.

Gabarito: Correto.

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36. (ESAF/ATRFB/2009) É cabível habeas corpus contra decisão condenatória a pena de multa.

Comentários:

Habeas Corpus é um remédio constitucional que garante a "liberdade" de alguém. Se a pena não foi privativa de liberdade, não há o que se falar em habeas corpus.

Gabarito: Errado.

Mandado de segurança

LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;

LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:

a) partido político com representação no Congresso Nacional;

b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados;

Atualmente o mandado de segurança, tanto individual quanto coletivo, é regulamentado pela lei 12016/09.

Embora não esteja expresso na CF, o mandado de segurança também pode ser preventivo ou repressivo como o habeas corpus.

Organizando:

• Motivo: proteger direito líquido e certo, não amparado por HC ou HD.

• Quem pode usar: qualquer pessoa (PF, PJ ou até mesmo órgão público – independente ou autônomo) seja na forma preventiva ou repressiva.

• Quem pode sofrer a ação: autoridade pública ou agente de PJ no exercício de atribuições do poder público que use de ilegalidade ou abuso de poder. Segundo a lei 12016/09, equiparam-se às autoridades:

Os representantes ou órgãos de partidos políticos;

Os administradores de entidades autárquicas;

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Os dirigentes de pessoas jurídicas ou as pessoas naturais no exercício de atribuições do poder público, somente no que disser respeito a essas atribuições.

• Modos de MS:

Individual: impetrado em nome de uma única pessoa;

Coletivo: impetrado por:

a) Partido político com representação no CN;

b) Organização sindical;

c) Entidade de classe; ou

d) Associação, desde que esta esteja legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano.

Observação:

O requisito de "legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano" para impetrar MS coletivo, segundo o STF, deve ser aplicável apenas às "associações", não sendo um requisito essencial para a impetração por partes dos demais legitimados relacionados.

STF - Súmula nº 629 →A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe em favor dos associados independe da autorização destes (veja que diferentemente do que ocorre na representação processual, em se tratando de MS coletivo - substituição processual - basta autorização genérica, o que se dá com o simples ato de filiação, prescindindo-se que a entidade esteja expressamente autorizada para tal).

37. (FCC/Oficial - DPE-SP/2010) Dentre os requisitos constitucionalmente estabelecidos para o cabimento do mandado de segurança inclui-se:

Em defesa de direitos líquidos e certos da totalidade, ou de parte, dos seus membros ou associados, na forma dos seus estatutos e desde que pertinentes às suas finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial (lei 12016).

Na defesa de seus interesses legítimos relativos a seus integrantes ou à finalidade partidária (lei 12016).

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a) ameaça à liberdade de locomoção.

b) ausência de norma regulamentadora de direitos e liberdades constitucionais.

c) recusa de fornecimento de informações constantes de bancos de dados do governo relativas ao lesado.

d) ato lesivo, desde que, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural.

e) ofensa a direito líquido e certo do lesado, não amparado por habeas corpus ou habeas data.

Comentários:

No caso da letra A, o remédio seria o habeas corpus. No caso da letra B seria o mandado de injunção. Na letra C, seria um habeas data e na letra D seria uma ação popular.

A única que está correta é a letra E, já que o mandado de segurança será concedido para proteger direito líquido e certo, não amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data".

Gabarito: Letra E.

38. (FCC/TJAA-TRF 2ª/2007) mandado de segurança coletivo poderá ser impetrado por

a) organização sindical legalmente constituída e em funcionamento há no mínimo dez meses, em defesa dos interesses de seus membros.

b) partido político com ou sem representação no Congresso Nacional.

c) associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus associados.

d) entidade de classe legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos seis meses, em defesa dos interesses de seus membros.

e) um grupo de dez deputados federais e dez senadores, em nome do Congresso Nacional.

Comentários:

Letra A e D - Erradas. 2 erros. O requisito de estar legalmente constituída e em funcionamento é pelo prazo de pelo menos 1 ano, e tal requisito é aplicável somente às associações, e não à organização sindical, nem às entidades de classes.

Letra B - Errado. O partido tem que ter representação no CN.

Letra C - Correto.

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Letra E - Viajooooou.... não chegou nem perto de nenhuma disposição constitucional.

Gabarito: Letra C.

39. (CESPE/Escrivão - PC-ES/2011) São legitimados para a propositura do mandado de segurança coletivo os partidos políticos com representação no Congresso Nacional, as entidades de classe, as associações e as organizações sindicais em funcionamento há pelo menos um ano, na defesa dos interesses coletivos e dos interesses individuais homogêneos.

Comentários:

O requisito de "legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano" para impetrar MS coletivo, segundo o STF, deve ser aplicável apenas às "associações", não sendo um requisito essencial para a impetração por partes dos demais legitimados relacionados.

Gabarito: Errado.

Mandado de Injunção

LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;

Organizando:

• Motivo: Falta de norma regulamentadora tornando inviável o exercício:

dos direitos e liberdades constitucionais;

das prerrogativas inerentes à:

♦ nacionalidade;

♦ soberania; e

♦ cidadania.

• Quem pode usar: Qualquer pessoa.

• Quem pode sofrer a ação: A autoridade competente para editar a norma em questão.

• Modos de MI:

individual: impetrado em nome de uma única pessoa;

coletivo: não está previsto na Constituição. Mas é admitido, devendo cumprir os mesmos requisitos do MS Coletivo.

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40. (CESGRANRIO/Técnico-Jurídico - EPE/2007) O instrumento de controle jurisdicional da Administração que se caracteriza por ser a medida hábil contra a inércia do Poder Público em expedir regras necessárias e indispensáveis ao exercício de direitos e liberdades constitucionais é o:

a) mandado de injunção.

b) habeas corpus.

c) habeas data.

d) ação popular.

e) ação civil pública.

Comentários:

A questão fala literalmente de um remédio previsto na Constituição que será usado "contra a inércia do Poder Público em expedir regras necessárias e indispensáveis ao exercício de direitos e liberdades constitucionais". Que remédio seria esse? Mandado de Injunção.

Gabarito: Letra A.

Habeas data

LXXII - conceder-se-á "habeas-data":

a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;

b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo;

Organizando:

• Motivos:

a) conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante (após ter pedido administrativamente e ter sido negado);

b) retificar dados, caso não prefira fazer isto por meio sigiloso administrativamente ou judicialmente.

• Quem pode usar: qualquer pessoa.

• Quem pode sofrer a ação: qualquer entidade governamental ou ainda não-governamental, mas que possua registros ou bancos de dados de caráter público.

• Custas: (LXXVII) são gratuitas as ações de “habeas-data”;

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Obs. 1 - A lei 9507/97 que regulamenta o "habeas data" dispõe logo em seu art. 1º parágrafo único: Considera-se de caráter público todo registro ou banco de dados contendo informações que sejam ou que possam ser transmitidas a terceiros ou que não sejam de uso privativo do órgão ou entidade produtora ou depositária das informações.

Deve-se ter muita atenção, pois as bancas constantemente tentam confundir o candidato com este remédio constitucional. O habeas data é usado para se requerer informações sobre a pessoa do impetrante que constam em banco de dados públicos, são aquelas informações pessoais. Primeiro deve-se pedir administrativamente e, se negado, impetra-se o HD.

Não confunda com o caso de se negarem o direito líquido e certo de receber informações em órgãos públicos, assegurado pelo art. 5º, XXXIII, quando as informações não forem pessoais ao impetrante, nem com o indeferimento do direito de petição ou de obter certidões – art. 5º, XXXIV.

41. (FCC/AJEM - TRT 8º/2010) A empresa pública federal Y inscreveu os dados de Tício no órgão de proteção ao crédito governamental, sendo que ele, ao ter acesso às informações no banco de dados, notou que estavam incorretas. Para retificar as informações restritivas Tício terá que

a) impetrar mandado de injunção.

b) impetrar habeas data.

c) impetrar mandado de segurança repressivo.

d) impetrar mandado de segurança preventivo.

e) propor ação popular.

Comentários:

O correto seria impetrar o habeas data, já que este é o remédio constitucional que tem por objeto:

a) conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante (após ter pedido administrativamente e ter sido negado);

b) retificar dados, caso não prefira fazer isto por meio sigiloso administrativamente ou judicialmente.

Lembrando que a questão foi falha. Ele não "terá" que impetrar um HD, mas sim pedir que retifiquem administrativamente. Somente

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caso se neguem a retificar seus dados é que ele poderá ajuizar o referido remédio constitucional.

Gabarito: Letra B.

42. (CESPE/Analista - TRE-MT/2010) O habeas data destina-se a assegurar o conhecimento de informações pessoais constantes de registro de bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público, desde que geridas por servidores do Estado.

Comentários:

Estava correta até dizer: desde que geridas por servidores do Estado. A lei 9507/97 que regulamenta o "habeas data" dispõe logo em seu art. 1º parágrafo único: Considera-se de caráter público todo registro ou banco de dados contendo informações que sejam ou que possam ser transmitidas a terceiros ou que não sejam de uso privativo do órgão ou entidade produtora ou depositária das informações.

Gabarito: Errado.

43. (CESPE/Agente-Polícia Federal/2009) Conceder-se-á habeas data para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante ou à de terceiros, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público.

Comentários:

Não pode ser informações referentes a terceiros, somente relativas a própria pessoa.

Gabarito: Errado.

Ação popular

LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;

Organizando:

• Quem pode propor: qualquer cidadão, ou seja, somente aquele nacional que estiver em gozo de seus direitos políticos.

• Motivo: anular ato lesivo:

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ao patrimônio público ou de entidade a qual o Estado participe;

à moralidade administrativa;

ao meio ambiente;

ao patrimônio histórico e cultural.

• Custas judiciais: Fica o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência.

Não é qualquer pessoa que pode propor, mas, apenas o cidadão, ou seja, quem está em gozo de seus direitos civis e políticos.

44. (FCC/AJEM-TRT-23ª/2011) Cassio tomou conhecimento que a praça pública próxima à sua residência será fechada por interesses escusos, posto que no terreno, cuja propriedade foi transferida ilegalmente para o particular, será erguido um complexo de edifícios de alto padrão, que beneficiará o Prefeito Municipal com um apartamento. Segundo a Constituição Federal, visando anular o ato lesivo que teve notícia, Cassio poderá propor

a) ação de arguição de descumprimento de preceito fundamental.

b) mandado de injunção.

c) mandado de segurança.

d) habeas data.

e) ação popular.

Comentário:

Trata-se daquele remédio constitucional que serve para anular ato lesivo:

ao patrimônio público ou de entidade a qual o Estado participe;

à moralidade administrativa;

ao meio ambiente;

ao patrimônio histórico e cultural.

Qual é ele?

Isso aí... ação popular.

Gabarito: Letra E.

Assistência jurídica estatal

LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos;

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Indenização por erro judiciário

LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença;

Pela literalidade, veja que não precisa ser reconhecidamente pobre, basta comprovar não ter recursos suficientes para a demanda.

Demais isenções e gratuidades

LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei:

a) o registro civil de nascimento;

b) a certidão de óbito;

LXXVII - são gratuitas as ações de "habeas-corpus" e "habeas-data", e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania.

Organizando as gratuidades e imunidades do art. 5º

Direito de petição e de obter certidões → Isento do pagamento de taxas;

Ação Popular → Isenta de custas judiciais e ônus da sucumbência, salvo comprovada má-fé.

Habeas Corpus e Habeas Data → Gratuitos.

Atos necessários ao exercício da cidadania → Gratuitos, na forma da lei.

Registro de nascimento e certidão de óbito → Gratuitos aos reconhecidamente pobres

Assistência Jurídica integral pelo Estado → Gratuita a quem comprove insuficiência de recursos.

45. (FCC/Analista - TRT 15ª/2009 - Adaptada) Dentre outras, são gratuitas as ações de habeas data, e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania.

Comentários:

Gabarito: Correto.

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46. (CESPE/MPS/2010) Para aqueles que são, nos termos da lei, reconhecidamente pobres, o Estado deve prover gratuitamente a certidão do registro civil de nascimento, de casamento e de óbito.

Comentários:

A Constituição assegura em seu art. 5º, LXXVI a gratuidade, para os reconhecidamente pobres, na forma da lei, para o registro civil de nascimento e a certidão de óbito. Não há previsão para a certidão de casamento gratuita.

Vale lembrar que nos termos do art. 226 § 1º, o casamento é civil e gratuita a celebração. A gratuidade, nos termos da Constituição, se faz quanto à celebração mas não há previsão para a expedição gratuita da certidão.

Gabarito: Errado.

47. (CESPE/FINEP/2009) As ações de habeas corpus e habeas data são gratuitas.

Comentários:

A Constituição Federal dispõe em seu artigo 5º, LXXVII que são gratuitas:

As ações de "habeas-corpus" e "habeas-data"; e

Na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania.

Gabarito: Correto.

48. (ESAF/Auditor-Fiscal do Trabalho/2006) A Constituição Federal assegura que são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei, o registro civil de nascimento e casamento e a certidão de óbito.

Comentários:

Segundo o art. 5º, LXXVI da Constituição, não se inclui o casamento neste rol.

Gabarito: Errado.

Razoável duração do processo e celeridade

LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. (Incluído pela EC 45/04)

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Questões para revisão geral:

49. (FCC/Técnico - TRT 8º/2010) Sobre os direitos e deveres individuais e coletivos:

a) no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, sem que o proprietário tenha direito a indenização ulterior se houver dano.

b) todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, dependentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente.

c) a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas dependem de autorização, sendo permitida a interferência estatal em seu funcionamento.

d) as entidades associativas, independentemente de expressa autorização, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente.

e) ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei.

Comentários:

Letra A - Errado. Trata-se da requisição administrativa. No caso de dano pelo uso da propriedade pela autoridade, o proprietário terá direito a posterior indenização (CF, art. 5º, XXV).

Letra B - Errado. O correto seria "independentemente" e não "dependentemente".

Letra C - Errado. Nos termos do art. 5º, XVIII, a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento.

Letra D - Errado. Nos termos do art. 5º, XXI, - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente.

Letra E - Correto. Trata-se da perfeita transcrição do princípio do "imperativo de consciência" ou "escusa de consciência" previsto no art. 5º, VIII.

Gabarito: Letra E.

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50. (FCC/APOFP-SEFAZ-SP/2010) Tendo em vista os direitos e garantias fundamentais previstos da Constituição Federal vigente, é certo que o direito:

a) à informação dos órgãos públicos é absoluto em razão da transparência exigida pelo interesse coletivo.

b) de amplo acesso ao judiciário é excepcionado com o exaurimento da via administrativa, quando for matéria de lides esportivas e habeas data.

c) de petição, ainda que de natureza eminentemente democrática, necessita sempre de assistência advocatícia.

d) de certidão, para ser conferido, exige do administrado a demonstração da finalidade específica do pedido.

e) ao juízo natural, por sua natureza, alcança os juízes, Tribunais e o Tribunal de Contas, mas não os demais julgadores, como o Senado Federal.

Comentários:

Letra A - Errado. Pois a Constituição (CF, art. 5º, XXXIII) ressalva aquelas informações cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.

Letra B - Exato. São as duas exceções à inafastabilidade do judiciário.

Letra C - Errado. Não há necessidade de advogado para exercer a petição, já que é um direito individual exercível à qualquer dos Poderes Públicos.

Letra D - Errado. O pedido da certidão não precisa estar acompanhado do demonstrativo de finalidade.

Letra E - Errado. Juiz natural é aquele órgão elencado, constitucional ou legalmente, como competente para o julgamento de determinada pessoa. Assim, como não há juízo excepcional na justiça brasileira, todos os julgamentos são realizados por órgãos pré-determinados de acordo com a natureza do delito e com a prerrogativa (ou ausência de prerrogativa) de cada pessoa. O Senado é o juízo natural para julgar o Presidente da República e demais autoridades de cúpula (Ministros do STF, PGR...) nos crimes de responsabilidade.

Gabarito: Letra B.

Por hoje é só pessoal!

Grande abraço e excelentes estudos.

Vítor Cruz

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QUESTÕES DA AULA:

1. (CESGRANRIO/Advogado Jr - EPE/2007) Está INCORRETO afirmar, sobre o princípio constitucional do controle judiciário, também conhecido por princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional, que:

a) é fundamentado no princípio da separação de poderes.

b) possibilita o ingresso em juízo para assegurar direitos simplesmente ameaçados.

c) constitui princípio constitucional expresso.

d) garante o acesso ao Judiciário contra lesões a direitos coletivos.

e) não ampara direitos de pessoa jurídica.

2. (FCC/Auxiliar-TJ-PA/2010) Não haverá juízo ou tribunal de exceção.

3. (FCC/Auxiliar-TJ-PA/2010) A lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada.

4. (FCC/Analista - TRT 15ª/2009) Admitir-se-á, nos termos da lei, juízo ou tribunal de exceção.

5. (CESPE/TJAA-STM/2011) A imparcialidade do Poder Judiciário e a segurança do povo contra o arbítrio estatal são garantidas pelo princípio do juiz natural, que é assegurado a todo e qualquer indivíduo, brasileiro e estrangeiro, abrangendo, inclusive, pessoas jurídicas.

6. (FCC/Técnico-TJ-PI/2009) É reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, NÃO havendo

a) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida. b) a plenitude de defesa.

c) o sigilo das votações.

d) a soberania dos vereditos.

e) o juízo ou o tribunal de exceção.

7. (FCC/AJAA - Contabilidade - TRE-AM/2010) é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados a plenitude de defesa, o sigilo das votações, a soberania dos veredictos e a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida.

8. (FUNIVERSA/ADASA/2009) A Constituição Federal reconhece expressamente a instituição do júri popular, com a organização que lhe der a lei, não assegurando

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a) a plenitude de defesa.

b) o sigilo das votações.

c) a soberania dos veredictos.

d) a irrecorribilidade de suas decisões.

e) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida.

9. (CESPE/OAB-SP exame nº 137/2008) É correto afirmar que a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu.

10. (CESPE/ANAC/2009) É imprescritível a ação tendente a reparar violação dos direitos humanos ou dos direitos fundamentais da pessoa humana.

11. (FCC/Técnico - TRT 8º/2010) Segundo a Constituição Federal, constitui crime imprescritível a prática de:

a) tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins.

b) tortura.

c) racismo.

d) latrocínio.

e) terrorismo.

12. (CESPE/Advogado OAB–SP/2008) Segundo a Constituição de 1988, constitui crime inafiançável e imprescritível:

a) a prática da tortura

b) a prática do racismo

c) o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins

d) o definido em lei como hediondo

13. (FCC/MPE–RS/2008) Constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático.

14. (CESPE/Agente - ABIN/2008) Um romancista famoso publicou, no Brasil, um livro no qual defende a tese de que as pessoas que seguem determinada religião seriam menos evoluídas do que as que seguem outra religião. Nessa situação, tal afirmação poderia ser enquadrada como racismo, embora, tecnicamente, religião não constitua raça.

15. (FUNIVERSA/Delegado - PC-DF/2009 - Adaptada) O antissemitismo pode ser considerado como crime de racismo.

16. (ESAF/ATRFB/2009) Nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores

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e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido.

17. (FCC/TJAA - TRE-AM/2010) No tocante aos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos, é correto afirmar que:

a) a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as penas de privação ou restrição da liberdade, perda de bens, multa, prestação social alternativa e suspensão ou interdição de direitos.

b) a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de detenção, nos termos da lei.

c) a lei considerará crime inafiançável e suscetível de graça ou anistia a prática da tortura.

d) constitui crime inafiançável e prescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático. e) nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, independentemente do valor do patrimônio transferido.

18. (FCC/Técnico-TCE-GO/2009) Constituição proíbe a instituição de pena de:

a) morte, sem exceção

b) caráter perpétuo, salvo em caso de guerra declarada.

c) trabalhos forçados.

d) restrição de liberdade.

e) restrição de direitos.

19. (FCC/TJAA-TRT 7ª/2009) Nos termos da Constituição Federal, não haverá pena de

a) banimento.

b) perda de bens.

c) suspensão de direitos.

d) prestação social alternativa.

e) multa.

20. (FCC/AJEM - TRT 8º/2010) A espécie de extradição requerida por um Estado soberano estrangeiro ao Brasil é classificada de:

a) bilateral.

b) unilateral.

c) objetiva.

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d) fundamental.

e) passiva.

21. (FCC/Analista - TRT 15ª/2009 - Adaptada) Será, em qualquer hipótese, concedida a extradição de estrangeiro por crime político.

22. (FCC – Técnico Judiciário TRE/AC – 2003) Considere:

I. Modo de entregar o estrangeiro a outro Estado, a partir de requerimento deste, em razão de delito lá praticado.

II. Devolução de estrangeiro ao exterior, por meio de medida compulsória adotada pelo Brasil, quando o estrangeiro entra ou permanece irregularmente no nosso território.

Tais situações dizem respeito, respectivamente, a

a) extradição e deportação.

b) deportação e extradição.

c) expulsão e extradição.

d) deportação e repatriação.

e) repatriação e expulsão.

23. (FCC/AJEM-TRT-23ª/2011) Homero obteve a cidadania brasileira, após processo de naturalização, porém seu país de origem, Jamaica, requereu ao Brasil sua extradição por crime comum. Segundo a Constituição Federal, sua extradição só será concedida no caso

a) de crime de opinião praticado antes do processo de naturalização.

b) de crime político praticado antes do processo de naturalização.

c) do delito ter sido praticado antes da naturalização.

d) de crime político praticado depois do processo de naturalização.

e) de crime de opinião praticado depois do processo de naturalização.

24. (FCC/TJ Segurança - TRT 1ª/2011) A pessoa que tiver cometido um ato no exterior considerado como crime pelo Estado estrangeiro e como contravenção penal pelo ordenamento jurídico do Brasil

a) não será extraditada em respeito ao princípio da autodeterminação dos povos.

b) não será extraditada em respeito ao principio da presunção de inocência.

c) não será extraditada, porém permanecerá presa no Brasil, onde responderá pelo ato praticado no exterior em respeito ao princípio da cooperação mútua.

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d) será extraditada em respeito ao princípio da cooperação mútua.

e) não será extraditada, face ao não preenchimento do requisito da dupla tipicidade.

25. (CESPE/OAB/2009.1) O duplo grau de jurisdição, no âmbito da recorribilidade ordinária, não consubstancia garantia constitucional.

26. (ESAF/AFT/2006) Decorre da presunção de inocência, consagrada no art. 5º, da Constituição Federal, a impossibilidade de exigência de produção, por parte da defesa, de provas referentes a fatos negativos.

27. (FUNIVERSA/Analista-APEX/2006 - Adaptada) Jamais o civilmente identificado será submetido à identificação criminal.

28. (ESAF/ENAP/2006) Em razão da titularidade da ação penal, conferida pela Constituição Federal ao Ministério Público, não há possibilidade de ser proposta ação privada nos crimes de ação pública. 29. (CESPE/AJAJ-STF/2008) O preso tem direito à identificação dos responsáveis pelo seu interrogatório policial.

30. (FCC/MPE–RS/2008) Não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel.

31. (CESPE/ANAC/2009 - Adaptada) É vedada a prisão civil por dívida, salvo, conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), quando se tratar de obrigação alimentícia ou de depositário infiel.

32. (ESAF/AFRFB/2009) Segundo a Constituição de 1988, a prisão civil por dívida é cabível em se tratando de depositário infiel.

33. (FCC/Técnico-TCE-GO/2009) Sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder, será concedido

a) mandado de injunção.

b) habeas corpus.

c) habeas data.

d) ação popular.

e) mandado de segurança.

34. (CESPE/Analista - TRE-MT/2010) O habeas corpus pode ser impetrado tanto contra ato emanado do poder público como contra ato de particular, sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção.

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35. (CESPE/AGU/2010) O habeas corpus constitui, segundo o STF, medida idônea para impugnar decisão judicial que autoriza a quebra de sigilos fiscal e bancário em procedimento criminal.

36. (ESAF/ATRFB/2009) É cabível habeas corpus contra decisão condenatória a pena de multa.

37. (FCC/Oficial - DPE-SP/2010) Dentre os requisitos constitucionalmente estabelecidos para o cabimento do mandado de segurança inclui-se:

a) ameaça à liberdade de locomoção.

b) ausência de norma regulamentadora de direitos e liberdades constitucionais.

c) recusa de fornecimento de informações constantes de bancos de dados do governo relativas ao lesado.

d) ato lesivo, desde que, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural.

e) ofensa a direito líquido e certo do lesado, não amparado por habeas corpus ou habeas data.

38. (FCC/TJAA-TRF 2ª/2007) mandado de segurança coletivo poderá ser impetrado por

a) organização sindical legalmente constituída e em funcionamento há no mínimo dez meses, em defesa dos interesses de seus membros.

b) partido político com ou sem representação no Congresso Nacional.

c) associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus associados.

d) entidade de classe legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos seis meses, em defesa dos interesses de seus membros.

e) um grupo de dez deputados federais e dez senadores, em nome do Congresso Nacional.

39. (CESPE/Escrivão - PC-ES/2011) São legitimados para a propositura do mandado de segurança coletivo os partidos políticos com representação no Congresso Nacional, as entidades de classe, as associações e as organizações sindicais em funcionamento há pelo menos um ano, na defesa dos interesses coletivos e dos interesses individuais homogêneos.

40. (CESGRANRIO/Técnico-Jurídico - EPE/2007) O instrumento de controle jurisdicional da Administração que se caracteriza por ser a medida hábil contra a inércia do Poder Público em expedir regras necessárias e indispensáveis ao exercício de direitos e liberdades constitucionais é o:

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a) mandado de injunção.

b) habeas corpus.

c) habeas data.

d) ação popular.

e) ação civil pública.

41. (FCC/AJEM - TRT 8º/2010) A empresa pública federal Y inscreveu os dados de Tício no órgão de proteção ao crédito governamental, sendo que ele, ao ter acesso às informações no banco de dados, notou que estavam incorretas. Para retificar as informações restritivas Tício terá que

a) impetrar mandado de injunção.

b) impetrar habeas data.

c) impetrar mandado de segurança repressivo.

d) impetrar mandado de segurança preventivo.

e) propor ação popular.

42. (CESPE/Analista - TRE-MT/2010) O habeas data destina-se a assegurar o conhecimento de informações pessoais constantes de registro de bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público, desde que geridas por servidores do Estado.

43. (CESPE/Agente-Polícia Federal/2009) Conceder-se-á habeas data para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante ou à de terceiros, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público.

44. (FCC/AJEM-TRT-23ª/2011) Cassio tomou conhecimento que a praça pública próxima à sua residência será fechada por interesses escusos, posto que no terreno, cuja propriedade foi transferida ilegalmente para o particular, será erguido um complexo de edifícios de alto padrão, que beneficiará o Prefeito Municipal com um apartamento. Segundo a Constituição Federal, visando anular o ato lesivo que teve notícia, Cassio poderá propor

a) ação de arguição de descumprimento de preceito fundamental.

b) mandado de injunção.

c) mandado de segurança.

d) habeas data.

e) ação popular.

45. (FCC/Analista - TRT 15ª/2009 - Adaptada) Dentre outras, são gratuitas as ações de habeas data, e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania.

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46. (CESPE/MPS/2010) Para aqueles que são, nos termos da lei, reconhecidamente pobres, o Estado deve prover gratuitamente a certidão do registro civil de nascimento, de casamento e de óbito.

47. (CESPE/FINEP/2009) As ações de habeas corpus e habeas data são gratuitas.

48. (ESAF/Auditor-Fiscal do Trabalho/2006) A Constituição Federal assegura que são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei, o registro civil de nascimento e casamento e a certidão de óbito.

49. (FCC/Técnico - TRT 8º/2010) Sobre os direitos e deveres individuais e coletivos:

a) no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, sem que o proprietário tenha direito a indenização ulterior se houver dano.

b) todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, dependentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente.

c) a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas dependem de autorização, sendo permitida a interferência estatal em seu funcionamento.

d) as entidades associativas, independentemente de expressa autorização, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente.

e) ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei.

50. (FCC/APOFP-SEFAZ-SP/2010) Tendo em vista os direitos e garantias fundamentais previstos da Constituição Federal vigente, é certo que o direito:

a) à informação dos órgãos públicos é absoluto em razão da transparência exigida pelo interesse coletivo.

b) de amplo acesso ao judiciário é excepcionado com o exaurimento da via administrativa, quando for matéria de lides esportivas e habeas data.

c) de petição, ainda que de natureza eminentemente democrática, necessita sempre de assistência advocatícia.

d) de certidão, para ser conferido, exige do administrado a demonstração da finalidade específica do pedido.

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e) ao juízo natural, por sua natureza, alcança os juízes, Tribunais e o Tribunal de Contas, mas não os demais julgadores, como o Senado Federal.

GABARITO:

1 E 18 C 35 Correto 2 Correto 19 A 36 Errado 3 Correto 20 E 37 E 4 Errado 21 Errado 38 C 5 Correto 22 A 39 Errado 6 E 23 C 40 A 7 Correto 24 E 41 B 8 D 25 Correto 42 Errado 9 Correto 26 Correto 43 Errado

10 Correto 27 Errado 44 E 11 C 28 Errado 45 Correto 12 B 29 Correto 46 Errado 13 Correto 30 Errado 47 Correto 14 Correto 31 Errado 48 Errado 15 Correto 32 Correto 49 E 16 Correto 33 B 50 B 17 A 34 Correto