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CURSO DE DIREITO CIVIL (TEORIA E EXERCCIOS) PARA O
CARGO DE ANALISTA JUDICIRIO REA JUDICIRIA DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIA - CNJ
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Prof. Mrcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br
AULA 04: Ato Ilcito. Abuso de Direito. Responsabilidade Civil.
Ato Ilcito. Abuso de Direito.
Voc aprendeu que o ato jurdico em sentido estrito uma
declarao de vontade, vontade esta em consonncia com a lei.
A lei incide sobre a declarao de vontade produzindo efeitos
jurdicos.
Ao contrrio do ato lcito, o ilcito o ato praticado contrariamente a
lei, sem direito, causando, ainda dano (prejuzo) a outrem.
Em sentido restrito, ato ilcito todo fato praticado ao menos
culposamente que, no estando fundado na lei (em desacordo com
a norma jurdica, em desconformidade com a ordem jurdica), cause
prejuzo a outrem. O ato ilcito viola direito subjetivo individual de
outra pessoa.
Em outras palavras, a ao (ato comissivo) ou omisso (ato
omissivo ou absteno) culposa pela qual se infringe um preceito jurdico, causando dano material (patrimonial) e /ou moral a
outrem.
O ato ilcito est estampado nos arts. 186 e 187 do Cdigo Civil:
Art. 186. Aquele que, por ao ou omisso voluntria,
negligncia ou imprudncia, violar direito e causar dano a
outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilcito.
Art. 187. Tambm comete ato ilcito o titular de um direito
que, ao exerc-lo, excede manifestamente os limites
impostos pelo seu fim econmico ou social, pela boa-f ou
pelos bons costumes.
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O perfil do ato ilcito exatamente o carter antijurdico da conduta
e o seu resultado de prejuzo (dano).
A consequncia da prtica do ato ilcito a responsabilidade
civil (dentre outras): a obrigao de indenizar, indenizao
por perdas e danos.
Art. 927. Aquele que, por ato ilcito (arts. 186 e 187), causar
dano a outrem, fica obrigado a repar-lo.
O agente causador do ato ilcito responde com seus bens perante odano (prejuzo) causado:
Art. 942. Os bens do responsvel pela ofensa ou violao do
direito de outrem ficam sujeitos reparao do dano
causado. Se a ofensa tiver mais de um autor, todos respondero
solidariamente pela reparao.
O artigo decreta o efeito (reparao) sobre os bens do responsvel
por decorrer este quer da ofensa (dano material) quer da violao
do direito (dano imaterial) por ele promovido
Toda vtima de um ato ilcito tem o direito de buscar a protao
jurisdicional tendo como objetivo o ressarcimento de seu prejuzo.
O dever de indenizar surge da necessidade de se devolver vtima
as mesmas condies em que se encontrava antes de sofre o
prejuizo (dano), buscando restabelecer o status quo ante (estado
anterior), de modo a minimizar o resultado do dano causado sobre
a vtima.
ATO ILICITO RESPONSABILIDADE
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Novamente revemos os arts. 186 e 187:
Art. 186. Aquele que, por ao ou omisso voluntria,
negligncia ou imprudncia, violar direito e causar dano aoutrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilcito.
Art. 187. Tambm comete ato ilcito o titular de um direito
que, ao exerc-lo, excede manifestamente os limites
impostos pelo seu fim econmico ou social, pela boa-f ou
pelos bons costumes.
O ato ilcito pressupe sempre uma conduta por parte de uma
pessoa. Conduta todo e qualquer comportamento humano. Essa
conduta pode ser comissiva (ao) ou omissiva (omisso,
absteno).
O ato ilcito comissivo o praticado atravs de uma ao
humana (fora fsica e/ou intellectual) realizao de uma
conduta.
No se deve confundir prtica comissiva com prtica dolosa, pois a
configurao do dolo exige a caracterizao da inteno do agente.
Ocorre ato ilcito omissivo quando o agente, embora tendo o
dever legal de agir para evitar o resultado, deixa de pratic-
lo.
No ato ilcito omissivo ha uma omisso: a pessoa assume (porvontade) a responsabilidade de evitar um resultado, ou tem,
por lei, obrigao de cuidado ou vigilncia, ou com seu
comportamento anterior criou o risco da ocorrncia do
resultado.
Da dico do art. 186 do CC podemos extrair os elementos ourequisitos para a caracterizao do ato ilcito.
A responsabilidade civil decorrente de um ato ilcito depende, em
regra, da reunio de trs elementos:
ELEMENTOS DO ATO ILICITO
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(I) Conduta culposa do agente;
(II) Nexo causal entre a conduta do agente e o dano
causado; e
(III) Ocorrncia de dano (prejuzo).
PRIMEIRO ELEMENTO: CULPA
Para a caracterizao da responsabilidade civil, o Cdigo Civil exige
to somente a culpa. Como assim? O dolo, no popular, muito mais
do que a culpa, no sentido em que neste o agente age com a
inteno de produzir o dano.
Na culpa no h a inteno; o dano ou prejuzo causado por
simples culpa: algum no tendo a inteno de causar dano a
outrem vem a caus-lo em decorrncia de uma determinada ao que praticou.
Pois bem! O Cdigo Civil exige somente a culpa para caracterizar. O
ato ilcito pode ser causado pelo dolo? Sim, claro. Mas exige-se,
apenas, a culpa para sua ocorrncia.
O conceito de culpa aqui amplo abrangendo todo comportamento
contrrio ao Direito.
A culpa em sentido amplo, abrangendo tanto o dolo (conduta
intencional, voluntria), ou a culpa (conduta involuntria) em
sentido estrito (negligncia, imprudncia ou impercia).
O Direito Penal trata dos crimes (condutas) doloso e culposo no art.
18:
CULPA (sentido amplo)
CULPA (sentido
estrito):
Negligncia
Imprudncia
Impercia
DOLO (inteno)
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Art. 18. Diz-se crime:
I doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco deproduzi-lo; II culposo, quando o agente deu causa ao resultado porimprudncia, negligncia ou impercia.
A conduta culposa do agente que contribui para o ato ilcito poder
ser voluntria, o resultado ilcito (dano, prejuzo) do seu ato era
voluntrio, desejado (dolo), ou involuntria (culpa), resultado no
desejado, que culminou no prejuizo a alguem por ter agido com
imprudncia, negligncia ou impercia do agente.
NEGLIGNCIA: falta de cuidado; deixar de cumprir com o cuidado
razovel exigido para aquela ao atividade; erro no proposital.
a omisso da conduta esperada e recomendvel, omisso do dever de cautela. o desleixo em relao ao ato praticado. Algum dirige
em alta velocidade em rua movimentada, subindo a calada, vindo
a atropelar algum.
IMPRUDNCIA: prtica de ato perigoso; caracterizado por uma
conduta comissiva; ausncia do dever de cuidado, materializado na
realizao de uma ao, um ato, sem as providncias e cautelas
necessrias. Eletricista sobe no poste sem equipamento de
segurana necessrio vindo o fio eltrico a atingir outrem causando
dano.
IMPERCIA: falta de aptido tcnica, terica ou prtica; o atuar na
prtica profissional sem observar as normas existentes para o
desempenho da atividade. o despreparo ou o desconhecimento
tcnico da profisso. Algum aplica injeo em outrem sem ser
enfermeira, causando uma leso.
Em resumo: imprudente aquele que faz quando no deveria fazer,
negligente aquele que no faz quando tem que fazer e imperito
aquele que no sabe fazer.
So necessrias duas espcies de condies para que se d o ato
ilcito: objetivas e subjetivas.
As condies objetivas so: uma ao ou omisso do agente; ao
ou omisso essas que sejam causadoras diretas da violao do
direito alheio, ou de prejuzo a outrem; que sejam ofensivas ao
patrimnio alheio, isto , danosas a este patrimnio.
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As condies subjetivas so: que a ao ilcita seja determinada
pelo dolo, isto , pela inteno de ofender o direito, ou prejudicar a
algum; ou pela culpa, isto , pela imprudncia ou negligncia, de
que resulta o prejuzo.
A culpa, seguindo o raciocnio, divide-se em duas espcies: ou
contratual, se o dever violado funda-se em contrato; ou
extracontratual, tambm chamada aquiliana, se esse dever se
funda no princpio geral de ordem social que obriga a respeitar o
alheio.
Alm da distino entre culpa contratual e aquiliana, a doutrina
reconhece ainda outras modalidades de culpa, tais como:
a) Culpa in eligendo, aquela proveniente da m escolha de um
representante ou preposto, como por exemplo, a pessoa admitir ou
manter a seu servio um empregado sem as aptides necessrias ao trabalho que lhe confiado;
b) Culpa in vigilando, a oriunda de falta de fiscalizao por parte
do empregador, quer com respeito aos empregados, quer com
respeito prpria coisa, como, por exemplo, o proprietrio de uma
empresa de transporte que no fiscaliza convenientemente a
atuao de seus motoristas, ou permite o trfego de veculos
imprestveis e que, por isso, ocasiona acidentes. A culpa in
vigilando que justifica, tambm a responsabilidade dos pais por
danos causados por filhos menores;
c) Culpa in committendo caracteriza-se quando o agente pratica ato
positivo ( imprudncia );
d) In omittendo a culpa decorrente de absteno, como, por
exemplo, o agente deixa de praticar ato necessrio ( negligncia );
e) Culpa in custodiendo a falta de ateno ou de cuidados sobre
alguma pessoa, coisa ou animal que esteja sob a guarda ou
cuidados do agente;
f) Culpa in concreto d-se quando o agente deixa de atender a
certas diligncias necessrias s prprias coisas;
g) Culpa in abstrato quando o agente falta com a ateno quenatural e comumente deve dispensar na administrao de seus
negcios.
A consequncia jurdica do ato ilcito obrigar o seu autor a reparar
o dano causado.
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SEGUNDO ELEMENTO: O NEXO CAUSAL ENTRE A CONDUTA DO AGENTE E O RESULTADO (DOLO, PREJUIZO)
O nexo causal ou nexo de causalidade e a relacao de causa/efeito:
relao de causa e efeito existente entre a conduta do agente e o
resultado danoso (prejuizo) obtido.
Consequncia: RESPONSABILIDADE CIVIL
NEXO
AO DANO
O nexo de causalidade e a relao entre a ao do agente (autor do
ilcito) e o dano, prejuizo. Sem o nexo causal no se pode falar em
responsabilidade.
TERCEIRO ELEMENTO: DANO, PREJUIZO (MORAL E /OU
MATERIAL PATRIMONIAL)
A ocorrncia do dano ou prejuzo gera a responsabilidade do agente
do ato ilcito.
O dano material (patrimonial) o prejuzo passvel ou suscetivel de
mensurao econmica direta ao lesado.
ACAO ---------- NEXO ---------- DANO (PREJUIZO)
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O dano material pode atingir alm do patrimnio atual, o patrimnio
futuro da vtima, o que d ensejo reparao por danos
emergentes, no primeiro caso e lucros cessantes, no Segundo.
O dano moral a dor, a angstia, o sofrimento, a leso aos direitos
da personalidade, violao da dignidade da pessoa humana.
DO DANO E SUA REPARAO
dano: sem a prova do dano, ningum pode ser responsabilizado
civilmente. A inexistncia de dano torna sem objeto a pretenso
sua reparao.
s vezes a lei presume o dano, como acontece na Lei de Imprensa,
que presume haver dano moral em casos de calnia, injria e difamao praticados pela imprensa. Acontece o mesmo em ofensas
aos direitos da personalidade.
Pode ser lembrado, como exceo ao princpio de que nenhuma
indenizao ser devida se no tiver ocorrido prejuzo, a
regra que obriga a pagar em dobro ao devedor quem demanda
divida j paga, como uma espcie de pena privada pelo
comportamento ilcito do credor, mesmo sem prova de prejuzo.
O dano pode ser:
I) patrimonial, material os prejuzos econmicos sofridos peloofendido. A indenizao deve abranger no s o prejuzo imediato(danos emergentes), mas tambm o que o prejudicado deixou de
ganhar (lucros cessantes)
II) extrapatrimonial, moral o oposto de dano econmico, dano pessoal. A expresso tem duplo significado: (veja que a
expresso no adequada mas, assim consagrada)
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O abuso de direito est estampado no art. 187 do Cdigo Civil:
Art. 187. Tambm comete ato ilcito o titular de um direito
que, ao exerc-lo, excede manifestamente os limites
impostos pelo seu fim econmico ou social, pela boa-f ou
pelos bons costumes.
Vamos estudar em detalhes o abuso de direito. Seus requisitos:
Titular de um direito: algum possui um direito. Note que
no se trata de situao que algum no possui direito algum.
Ele realmente tem um direito e pode exerc-lo.
No momento em que vai seu exercer um direito que seu, ele
o extrapola. E extrapola manifestamente. Manifestamente
quer dizer: olhos vistos. Todas as pessoas podem livremente exercer seus direitos, desde que o faa dentro de
limites que no causem dano ou prejuzo a outrem.
Ao exercer seu direito, o sujeito causa prejuzo, dano a
outrem.
Note que a ilicitude do art. 187 consagra a RESPONSABILIDADE
OBJETIVA por no exigir a culpa ou dolo. Ainda vou detalhar as
espcies de responsabilidade civil, mas adianto que a aqui se trata
de responsabilidade objetiva por no necessitar da culpa na conduta
do agente para caracterizar o ilcito.
O abuso do direito ocorre quando uma pessoa possui o direito,
porm, ao exercer o seu direito, excede os limites.
ABUSO DE DIREITO
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Exemplo: A proprietrio de um terreno, ao cavar um poo no seuterreno, por cavar muito prximo do muro do vizinho B, vem aderrubar a parede desse vizinho.
O proprietrio do referido terreno est no seu direito ao cavar o
poo dentro dos limites do seu imvel; porm, ao exercer o seu
direito, excede-o causando dano, prejuzo a outrem.
Nesse caso a responsabilidade objetiva porque independe de
culpa. Gera o dever de indenizar.
Toda a problemtica do abuso de direito se passa no momento em
que algum vai exercer seu direito: extrapola os limites
impostos pelo seu fim econmico ou social, pela boa-f ou
pelos bons costumes.
O Cdigo Civil elenca determinadas situaes que excluem a
ilicitude. Se exclui a ilicitude, o ato no ilcito, no contrrio a
lei, ao Direito.
Veja que normalmente essas condutas causam dano, prejuzo, mas
por expressa disposio no so considerados ilcitos. o que
dispe o art. 188 do CC:
Art. 188. No constituem atos ilcitos:
I - os praticados em legtima defesa ou no exerccio regular de
um direito reconhecido;
II - a deteriorao ou destruio da coisa alheia, ou a leso a
pessoa, a fim de remover perigo iminente. Por exemplo: uma senhora quebra a janela de sua vizinha ao ver que o fogo est
pegando fogo. Evita, assim, que a casa inteira seja atingida.
EXCLUDENTES DA ILICITUDE
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Pargrafo nico. No caso do inciso II, o ato ser legtimo somente
quando as circunstncias o tornarem absolutamente necessrio,
no excedendo os limites do indispensvel para a remoo do
perigo.
As excludentes de ilicitude sao formas de defesa do autor do dano.
Em regra atuam no nexo de causalidade, interrompem o nexo
causal dirigido produo do dano.
Sao excludentes de responsabilidade:
a) Estado de necessidade e Legtima defesa;
b) Culpa exclusiva da vtima;
c) Fato exclusivo de terceiro;
d) Caso fortuito ou Fora maior; e
e) Clusula de no indenizar.
Estado de Necessidade e Legtima Defesa
A legtima defesa ocorre quando o agente, usando
moderadamente dos meios necessrios, repele injusta
agresso (de outrem), atual ou iminente, a direito seu ou de
outrem.
Trata-se de uma hiptese de autotutela. Nesse caso, a lei autoriza o
prprio individuo a se defender por si proprio.
O estado de necessidade ocorre quando algum deteriora ou
destri coisa alheia ou causa leso em pessoa, a fim de
remover perigo iminente.
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O exemplo o de uma pessoa quebra a janela da casa da vizinha e
entra para apagar um incndio (evita um mal maior).
Porm o ato s ser legtimo quando as circunstncias o tornarem
absolutamente necessrio, sendo vedado o excesso ao
indispensvel para a remoo do perigo.
Se a legtima defesa e o estado de necessidade so excludentes de
ilicitude, fica excluda, tambm, o dever de indenizar?
No! Embora a lei declare que o ato praticado em estado de
necessidade ou legtima defesa no ato ilcito, no fica excluda a
responsabilidade de reparar o prejuzo.
No caso de estado de necessidade, o autor do dano responde perante o lesado, se este no criou a situao de perigo.
Caso a situao de perigo tenha sido criada por um terceiro,
aquele que respondeu pelas perdas e danos ter ao
regressiva em face do terceiro. o que esta expresso nos arts.
929 e 930 do Cdigo Civil:
Art. 929. Se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, no caso do
inciso II do art. 188, no forem culpados do perigo, assistir-
lhes- direito indenizao do prejuzo que sofreram.
Ou seja, a dona da casa (caso no seja a causadora do incndio)
tem direito a indenizao pela janela quebrada.
Art. 930. No caso do inciso II do art. 188, se o perigo ocorrer
por culpa de terceiro, contra este ter o autor do dano ao
regressiva para haver a importncia que tiver ressarcido ao
lesado.
Nesse caso, se a empregada da casa (terceiro) causou o incndio,
aquele que quebrou a janela pagar indenizao a dona da casa,
mas ter direito de regresso contra a empregada (terceiro).
Na hiptese de legtima defesa, aplica-se o art. 930: Se o ato
foi praticado contra o prprio agressor, e em legtima defesa, entao no pode o agente ser civilmente responsabilizado
pelos danos causados.
Porm, se o dano foi causado terceiro, ento aquele que
atuou em legtima defesa ser obrigado ressarcir o lesado,
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cabendo, ao regressiva contra o agressor.
Art. 930. No caso do inciso II do art. 188, se o perigo ocorrer
por culpa de terceiro, contra este ter o autor do dano aoregressiva para haver a importncia que tiver ressarcido ao
lesado.
Pargrafo nico. A mesma ao competir contra aquele em defesa
de quem se causou o dano (art. 188, inciso I).
Culpa exclusiva da vtima e Culpa concorrente
Se s se responde perante o dano a que tenha dado causa, estclaro tambm que ningum pode ser obrigado a indenizar por um
resultado a que no tenha causado.
Culpa exclusiva da vtima: A conduta da vtima poder importar
ou na excluso da responsabilidade ou na atenuao no dever de
indenizar.
O problema aqui apresentado no se trata da culpa, mas do nexo
causal.
A responsabilidade ser excluda em razo da conduta danosa ser
originada da prpria vtima e no da sua culpa.
No o grau de culpa, mas a efetiva participao da vtima na
produo do evento danoso que deve determinar o dever de
indenizar.
Quando ocorrer fato exclusivo da vtima, fica eliminada a
responsabilidade do agente em razo da interrupo do nexo de
causalidade.
Nesse caso, deixa de existir a relao de causa e efeito entre o ato
do agente e o prejuzo experimentado pela vtima.
Culpa concorrente da vtima: Porm, o ato da vtima pode noser suficiente para a produo do dano, somente passando a ser
suficiente para causar o prejuzo, quando aliada conduta do
agente.
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Nesses casos, estar-se diante da culpa concorrente: a conduta do
agente e da vtima concorrem para o resultado em grau de
importncia e intensidade de modo que o agente no produziria oresultado sozinho, contando com o efetivo auxlio da vtima.
Autor e vtima contribuem para a produo de um mesmo fato
danoso.
Na culpa concorrente a consequncia jurdica no ser
excluda a responsabilidade, mas apenas tera sua
responsabilidade atenuada, nos termos do art. 945 do Cdigo
Civil:
Art. 945. Se a vtima tiver concorrido culposamente para o
evento danoso, a sua indenizao ser fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto com a do autor
do dano.
Fato exclusivo de terceiro
E possvel tambm que o dano seja produzido no em razo da
conduta do agente ou da vtima, mas da conduta de um terceiro.
Ou seja, o fato de terceiro tambm pode servir como fator de
iseno de responsabilidade.
Terceiro qualquer pessoa alm da vtima e o responsvel,
algum que no tem nenhuma ligao com o causador
aparente do dano e nem com o lesado.
Nem todo fato de terceiro suficiente para elidir (excluir) a
responsabilidade do agente.
A regra que predomina a do Princpio da obrigatoriedade do
causador direto em reparar o dano.
O fato de terceiro no exonera o dever de indenizar, mas
permite a ao de regresso em face do terceiro.
Porm o fato de terceiro ir exonerar o dever de indenizar
quando constitua causa estranha ao causador aparente do
dano, isto , quando elimine totalmente a relao de
causalidade entre o dano e o desempenho do agente.
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Se houver culpa concorrente do terceiro e do agente
causador direto do dano, ser solidria a responsabilidade, a
vtima poder acionar qualquer um deles pela totalidade doprejuzo.
Art. 942. Os bens do responsvel pela ofensa ou violao do
direito de outrem ficam sujeitos reparao do dano
causado; e, se a ofensa tiver mais de um autor, todos
respondero solidariamente pela reparao.
Pargrafo nico. So solidariamente responsveis com os
autores os coautores e as pessoas designadas no art. 932.
Caso Fortuito ou Fora Maior
O caso fortuito e a fora maior so causas de exonerao
(liberao) do agente, tendo, portanto igual efeito.
Os conceitos de caso fortuito e fora maior no so unnimes. Por
esse motivo, os conceitos no costumam ser cobrados em
concursos. A doutrina estabelece diferenas entre eles.
O caso fortuito (para alguns) o evento imprevisvel e inevitvel; a
fora maior, o evento inevitvel, porm previsvel, como por
exemplo, os decorrentes das foras da natureza.
Outros definem o caso fortuito como o acontecimento natural ou o
evento derivado da fora da natureza (terremotos, inundaes);
enquanto a fora maior seria o dano originado do fato de outrem
(guerra, greves).
Quando se trata do ato ilcito e da responsabilidade civil, essa
distino se torna totalmente irrelevante porque o Cdigo Civil no
art. 393, sem diferenci-las, estabelece a mesma consequncia
para ambas as excludentes: exonerao ou liberao do dever de
indenizar.
Art. 393. O devedor no responde pelos prejuzos resultantes
de caso fortuito ou fora maior, se expressamente no se
houver por eles responsabilizado.
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Pargrafo nico. O caso fortuito ou de fora maior verifica-se
no fato necessrio, cujos efeitos no era possvel evitar ou
impedir.
Assim, sempre que ocorra um fato necessrio, cujos efeitos no era
possvel evitar ou impedir, estaremos diante de uma hiptese de
caso fortuito ou fora maior apta a exonerar o agente.
No obstante o artigo se refira responsabilidade contratual, a
jurisprudncia j se firmou no sentido de que ele tem aplicao,
tambm, responsabilidade extracontratual.
A doutrina coloca, geralmente, dois requisitos para caracterizar a
fora maior e o caso fortuito:
a) necessariedade;
b) inevitabilidade; e
c) imprevisibilidade.
NECESSIDADE: diz respeito ao fato necessrio e causador do
dano, ou seja, o caso fortuito ou fora maior tem que ser
suficientes para gerar o dano por si s.
INEVITABILIDADE: preciso que o dano seja inevitvel, isto
, no existam meios hbeis de evitar ou impedir os seus
efeitos.
IMPREVISIBILIDADE: preciso que o dano seja imprevisvel.
Clusula de no indenizar
Apesar de no ser uma causa legal de excluso da
responsabilidade, a clusula de no indenizar consiste numa
estipulao prvia pela qual a parte que viria a obrigar-se
civilmente perante outra, afasta, de acordo com esta, a
aplicao da lei comum ao seu caso.
A clusula de no indenizar ou irresponsabilidade no exclui
o cumprimento da obrigao, mas apenas a sano pelo
descumprimento.
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A clusula de no indenizar consiste em afastar, previamente
e bilateralmente, a aplicao de uma obrigao ao seu caso.
clusula pela qual uma das partes contratantes declara que no
ser responsvel por danos emergentes do contrato, seu
inadimplemento total ou parcial. Trata-se da exonerao
convencional de reparar o dano.
A clusula de no indenizar um acordo de vontades pelo qual se
convenciona que determinada parte no ser responsvel por
eventuais danos decorrentes de inexecuo ou execuo
inadequada do contrato. No exclui a responsabilidade, mas apenas
o dever de indenizar.
A clusula de no indenizar s ser admitida quando no ferir aordem pblica, visto que essa matria no se encontra no mbito
de disposio das partes.
imprescindvel, tambm, a igualdade das partes e a bilateralidade
quanto ao consentimento de estipulao da clusula.
A clusula vista com extrema cautela no Direito brasileiro e
aplicada com bastante restrio. Para saber da validade da clusula
de irresponsabilidade, deve-se indagar qual a sua abrangncia. H
de se verificar quando ela no admissvel.
A clusula no aceita quando o seu contedo destinado a
exonerar o devedor da responsabilidade em que incorreria em casode dolo ou culpa grave.
preciso, ainda, que o agente no tenha a inteno de dispensar o
dolo ou a culpa e que no pretenda afastar obrigao atrelada
funo.
Nesse caso, a clusula no pode afastar obrigaes essenciais do
contratante, pois assim o prprio contrato perderia seu objeto.
o caso, por exemplo, dos estacionamentos que colocam avisos se
excluindo da responsabilidade por furtos no veculo; essa clusula
nula pelo motivo de que se o local dispe de estacionamento para os clientes, deve por consequncia, manter a segurana do veculo.
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Requisitos para a validade da clusula de irresponsabilidade:
a) bilateralidade do consentimento;
b) no-coliso com preceito de ordem pblica; c) igualdade de posio das partes;
d) inexistncia do escopo de eximir o dolo ou a culpa grave do
estipulante; e
e) ausncia da inteno de afastar obrigao inerente funo.
Responsabilidade Civil
CONCEITO: responsabilidade civil o conjunto de regras e
princpios que objetivam a reparao do dano patrimonial e/ou moral; visam a
compensao do dano extrapatrimonial causados diretamente por agente que
agiu de forma ilcita ou assumiu o risco da atividade causadora da leso.
Consiste na obrigao de reparar o dano quando injustamentecausado a outrem. Responsabilidade Civil a obrigao que uma pessoa tem
de reparar outra, a qual tenha causado algum dano.
Resulta da ofensa ou violao de direito, derivada de uma conduta
dolosa ou culposa.
Revisando o estudo do ato ilcito, a presena do dolo verifica-se
quando o indivduo tem pleno conhecimento do mal e direto
propsito de pratic-lo.
A culpa ocorre quando o indivduo no tem a inteno de causar o dano, porm
por age com imprudncia, negligncia ou impercia acaba por cometer o dano.
o caso do motorista que ao dirigir o veculo em alta velocidade atropela oindivduo que estava no ponto do nibus na calcada.
OBRIGAO DE INDENIZAR
Responsabilidade Civil: a obrigao de indenizar o dano
causado a outrem, tanto por dolo como por culpa, sendo que a
responsabilidade civil independe da responsabilidade criminal, pois
mesmo que o ato ilcito no seja um crime, no deixar de
existir a obrigao de indenizar as perdas e os danos.
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O interesse diretamente lesado o privado. O prejudicado
poder pleitear ou no de reparao. Esta responsabilidade
patrimonial, o patrimnio do devedor que responde por suasobrigaes.
ESPECIES DE RESPONSABILIDADE
RESPONSABILIDADE CONTRATUAL E EXTRA-CONTRATUAL
Responsabilidade Contratual: quando uma das partes contratantes descumpre o contrato (NEGOCIO JURIDICO) ou se
torna inadimplente. quando uma pessoa causa prejuzo a
outrem por descumprir uma obrigao contratual, um dever
contratual. Viola diretamente o contrato e indiretamente a lei. O
inadimplemento contratual acarreta a responsabilidade de
indenizar as perdas e danos.
Responsabilidade Extracontratual ou Aquiliana: quando a
responsabilidade no deriva de contrato, mas de infrao ao
dever de conduta, um dever legal, imposto genericamente do art.
186 do CC. quando o agente pratica ato ilcito, violando deveres e
lesando direitos. NO decorre de descumprimento de contrato. A
prpria norma jurdica diretamente violada (arts. 186,187 e 927).
DIFERENAS:
a) na responsabilidade contratual, o inadimplemento
presume-se culposo, o credor lesado encontra-se em posio
mais favorvel, pois s est obrigado a demonstrar que a prestao
foi descumprida sendo presumida a culpa do inadimplente. Na
extracontratual, ao lesado incumbe o nus de provar a culpa
ou dolo do causador do dano;
b) a contratual tem origem na conveno (acordo), enquanto a
extracontratual a tem na inobservncia de dever genrico de no lesar outrem (neminem laedere);
c) a capacidade sofre limitaes no terreno da
responsabilidade contratual, sendo mais ampla no campo
extracontratual.
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PRESSUPOSTOS DA RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL
a) ao ou omisso: a responsabilidade por derivar de ato prprio,de ato de terceiro que esteja sob a guarda do agente e, ainda, de
danos causados por coisas e animais que lhe pertenam.
Para que se configure a responsabilidade por omisso
necessrio que exista o dever jurdico de praticar
determinado dano (de no se omitir) e que demonstre que, com
a sua prtica, o dano poderia ter sido evitado.
O dever jurdico de no se omitir pode ser imposto por lei ou
resultar de conveno (dever de guarda, de vigilncia, de
custdia) e at da criao de alguma situao especial de risco.
b) culpa ou dolo do agente: para que a vtima obtenha a
reparao do dano, exige o referido dispositivo legal que prove
dolo ( a violao deliberada, intencional, do dever jurdico) ou
culpa stricto sensu (aquiliana) do agente (imprudncia,
negligncia ou impercia).
c) relao de causalidade: a relao de causalidade (nexo
causal ou etiolgico) entre a ao ou omisso do agente e o
dano verificado. Se houver o dano, mas sua causa no est
relacionada com o comportamento do agente, inexiste a relao de
causalidade e, tambm, a obrigao de indenizar.
As excludentes da responsabilidade civil, como a culpa da vtima e
o caso fortuito e a fora maior, rompem o nexo de causalidade,
afastando a responsabilidade do agente.
ELEMENTOS DA RESPONSABILIDADE CIVIL
1) Conduta humana;
2) Nexo de causalidade;
3) Dano ou prejuzo.
A culpa, no um elemento obrigatrio da responsabilidade civil,
uma vez que existe responsabilidade civil sem anlise da culpa.
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Existem situaes de responsabilidade civil sem culpa.
1 ELEMENTO: CONDUTA HUMANA:
A conduta humana, primeiro elemento da responsabilidade civil,
traduz o comportamento humano positivo ou negativo, voluntrio e
consciente, causador do resultado danoso.
2 ELEMENTO: NEXO DE CAUSALIDADE
H trs teorias explicativas do nexo de causalidade:
a) Teoria da equivalncia de condies ou conditios
si nequan on;
b) Teoria da causalidade adequada;
c) Teoria da Causalidade Direta e Imediata.
Teoria da equivalncia de condies ou condition sinequanon:
no h diferena entre os antecedentes de um resultado danoso:
tudo aquilo que concorresse para o resultado seria considerado
causa (todos os antecedente que concorram para o resultado so
considerados causa (nesse sentido haveria uma espiral infinita,
onde o marceneiro que fez a cama seria culpado pelo adultrio).
Teoria da causalidade adequada: Para esta segunda teoria,
causa apenas o antecedente que , segundo um juzo abstrato de
probabilidade, seja apto ou idneo a determinar o resultado danoso(para esta teoria causa no qualquer condio anterior, somente
aquela adequada a produo de um resultado apenas aquela
que for mais apropriada a determinar o resultado o intrprete
teria que abstratamente analisar qual seria aquela mais
adequada a determinar o evento danoso). o exemplo
Teoria da Causalidade Direta e Imediata: Para esta terceira
teoria, mais objetiva do que as anteriores, causa o antecedente
que determina o resultado danoso, como consequncia sua, direta e
imediata.
Art. 403. Ainda que a inexecuo resulte de dolo do devedor, asperdas e danos s incluem os prejuzos efetivos e os lucros
cessantes por efeito dela direto e imediato, sem prejuzo do
disposto na lei processual.
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3 ELEMENTO: O DANO
Nem todo dano indenizvel, ou seja, nem todo dano geraresponsabilidade civil.
CONCEITO: Dano traduz a leso a um interesse jurdico tutelado,
patrimonial ou moral.
Dano reflexo ou em ricochete: Dano reflexo aquele que atinge
a vtima indireta, ligada vtima direta da atuao ilcita (como se
fosse um dano que ricocheteia para vtima indireta). a indenizao
aos familiares da vtima de acidente de trnsito. Jos matou Pedro.
Mas Pedro tem um filho Matias que reflexamente sofreu um dano
Dano In re ipsa: Esta expresso remete-nos ideia do dano quepela sua gravidade ou reiterao, dispensa prova em juzo.
o exemplo da inscrio devida em cadastro de inadimplentes, que
no depende de prova; ningum precisa provar nada em juzo, no
precisa provar que existe uma dor.
RESPONSABILIDADE SUBJETIVA E OBJETIVA
Teoria sobre a reparao do dano (Direito Civil):
RESPONSABILIDADE SUBJETIVA: h obrigao de indenizar
sempre que se prova a culpa do agente.
A regra no direito Civil a responsabilidade subjetiva estampara no
art. 186 do CC. A regra no Direito Administrativo a
responsabilidade objetiva art. 37, pargrafo sexto da CF.
Art. 186. Aquele que, por ao ou omisso voluntria,
negligncia ou imprudncia, violar direito e causar dano a
outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilcito.
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Do art. 186 se estrai seus elementos ou requisitos:
CAUSA EFEITO
Teoria Subjetiva (Aquiliana):
Requisitos ou ELEMENTOS:
a) ao ou omisso (negligncia);
b) dano ou prejuzo;
c) Nexo de Causalidade; d) Dolo ou Culpa (necessria comprovao);
Dolo - comete o Dolo quem pratica um ato ou assume o risco de
praticar tal ato. realizado por vontade prpria e consciente de
praticar um ato ilcito;
Conduta Dolosa - Ex.: uma pessoa inabilitada p/ prtica de
medicina (estudante de medicina) realiza uma cirurgia sem Ter
condies para tal.
Culpa - ausncia do dever de cuidado objetivo, caracterizado pela
imprudncia, negligncia ou impercia. o desvio padro do Homem Mdio.
Ex.: O dito Homem Mdio procura, ao dirigir um automvel, no atropelar os pedestres e respeitar os sinais de trnsito.
AO/OMISSO NEXO DE
CAUSALIDADE DANO
RESPONSABILIDADE
CIVIL
CULPA ou DOLO
RESPONSABILIDADE
CIVIL: INDENIZAO
POR PERDAS E
DANOS
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Imprudncia: (conduta ativa) quando ele trafega em altavelocidade em uma via pblica;
Negligncia: (conduta passiva) quando ele no toma cuidadosde manuteno com seu veculo;
Impercia: Falta de habilidade tcnica.
A responsabilidade subjetiva est atrelada noo de conduta
culposa do agente causador do dano, no que se aplicam todas as
consideraes acima sobre os elementos que devem ser reunidos
para a configurao da responsabilidade. Assim, no regime da
responsabilidade subjetiva, a vtima dever provar que o agente do
dano agiu com culpa, o nexo causal existente entre a conduta do
agente e o dano causado, e, finalmente, o dano efetivamente ocorrido.
RESPONSABILIDADE OBJETIVA: h obrigao de indenizar,
independentemente da prova de culpa do responsvel. Na
responsabilidade objetiva NO SE EXIGE A PROVA DA CULPA
PORQUE A RESPONSABILIDADE, O DEVER DE INDENIZAR DECORRE
DE LEI.
Ex.: a responsabilidade da empresa pelos danos causados
clientela, em atos praticados por empregado no exerccio da funo
ou em razo do servio. Nesse caso, a empresa responsvel pelo
dano, mas poder ter direito de regresso contra o empregado seeste for culpado.
Tambm como exemplo clssico da responsabilidade objetiva o
abuso de direito art. 187. No abuso de direito a lei atribui a
responsabilidade e, portanto, o dever de indenizar, quele que ao
exercer seu direito, extrapola-o e causa dano a outrem. Aqui no se
exige que pratique a ao com culpa; ao contrrio, independe de
culpa.
Outro exemplo a responsabilidade da administrao pblica que
objetiva, independente de culpa: CF, art, 37, 6. As pessoas
jurdicas de direito pblico e as de direito privado prestadoras de servios pblicos respondero pelos danos que seus agentes, nessa
qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso
contra o responsvel nos casos de dolo ou culpa.
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REQUISITOS OU ELEMENTOS DA RESPONSABILIDADE OBJETIVA:
CAUSA EFEITO
Requisitos ou ELEMENTOS:
a) ao ou omisso;
b) dano ou prejuzo;
c) Nexo Causal;
Fundamento Jurdico: As pessoas jurdicas de direito pblico e as
de direito privado prestadoras de servios pblicos RESPONDERO
pelos DANOS que seus AGENTES (funcionrios), em trabalho,
causarem a terceiros, assegurado o DIREITO DE REGRESSO
contra o responsvel nos casos de dolo ou culpa.
A responsabilidade civil objetiva prescinde da prova da conduta
culposa do agente. Para gerar o direito indenizao, basta
vtima provar o nexo causal e o dano sofrido. Se fosse compelida a
vtima a provar a culpa do agente em numerosas situaes,
terminar-se-ia por gerar verdadeiras injustias, dada a dificuldade
que a produo dessa prova poderia acarretar.
AO/OMISSO NEXO DE
CAUSALIDADE DANO
RESPONSABILIDADE
CIVIL
Independe de CULPA
RESPONSABILIDADE
CIVIL: INDENIZAO
POR PERDAS E
DANOS
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Teoria do Risco Administrativo: quando presente os trs
requisitos (imprudncia, negligncia ou impercia), o Estado tem
que indenizar a vtima; contudo pode demonstrar caso fortuito (oufora maior) o culpa exclusiva da vtima.
Teoria do Risco Integral: quando presente os trs requisitos
(imprudncia, negligncia ou impercia), a vtima deve ser
indenizada pelo causador . Nesse caso, o risco o fator
preponderante da existncia do lucro. Ex.: as atividades
seguradoras.
Da Responsabilidade Civil
Da Obrigao de Indenizar
Art. 927. Aquele que, por ato ilcito (arts. 186 e 187), causar
dano a outrem, fica obrigado a repar-lo.
Responsabilidade Objetiva decorre de: Pargrafo nico.
Haver obrigao de reparar o dano, independentemente de
culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade
normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por
sua natureza, risco para os direitos de outrem.
Responsabilidade do INCAPAZ: Art. 928. O incapaz responde
pelos prejuzos que causar, (SOMENTE) se as pessoas por ele
responsveis no tiverem obrigao de faz-lo ou no
dispuserem de meios suficientes.
Responsabilidade
Objetiva Atividade normalmente
desenvolvida pelo autor
do dano implicar, por
sua natureza, risco para
os direitos de outrem.
Lei (dispe que no caso
X a responsabilidade objetiva).
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Pargrafo nico. A indenizao prevista neste artigo, que dever
ser equitativa, no ter lugar se privar do necessrio o incapaz
ou as pessoas que dele dependem.
Art. 929. Se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, no caso do inciso
II do art. 188, no forem culpados do perigo, assistir-lhes- direito
indenizao do prejuzo que sofreram.
Art. 930. No caso do inciso II do art. 188, se o perigo ocorrer por
culpa de terceiro, contra este ter o autor do dano ao regressiva
para haver a importncia que tiver ressarcido ao lesado.
Pargrafo nico. A mesma ao competir contra aquele em
defesa de quem se causou o dano (art. 188, inciso I).
Responsabilidade dos Empresrios e Empresas = OBJETIVA:
Art. 931. Ressalvados outros casos previstos em lei especial, os
empresrios individuais e as empresas respondem
independentemente de culpa pelos danos causados pelos
produtos postos em circulao.
Responsabilidade Objetiva e Solidria: Art. 932. So tambm
responsveis pela reparao civil:
I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e
em sua companhia;
II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharemnas mesmas condies;
III - o empregador ou comitente, por seus empregados,
serviais e prepostos, no exerccio do trabalho que lhes
competir, ou em razo dele;
IV - os donos de hotis, hospedarias, casas ou estabelecimentos
onde se albergue por dinheiro, mesmo para fins de educao, pelos
seus hspedes, moradores e educandos;
V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do
crime, at a concorrente quantia.
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RESPONSABILIDADE OBJETIVA: Art. 933. As pessoas
indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que
no haja culpa de sua parte, respondero pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos.
Art. 934. Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode
reaver o que houver pago daquele por quem pagou, salvo se o
causador do dano for descendente seu, absoluta ou relativamente
incapaz.
Art. 935. A responsabilidade civil independente da criminal,
no se podendo questionar mais sobre a existncia do fato,
ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questes se
acharem decididas no juzo criminal.
Responsabilidade do Dono de Animal: Art. 936. O dono, ou
detentor, do animal ressarcir o dano por este causado, se no
provar culpa da vtima ou fora maior.
Responsabilidade do dono de edifcio ou construo: Art.
937. O dono de edifcio ou construo responde pelos danos que
resultarem de sua runa, se esta provier de falta de reparos, cuja
necessidade fosse manifesta.
Responsabilidade por coisas lanadas: Art. 938. Aquele que
habitar prdio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das
coisas que dele carem ou forem lanadas em lugar indevido.
Responsabilidade do Credor: Art. 939. O credor que
demandar o devedor antes de vencida a dvida, fora dos casos
em que a lei o permita, ficar obrigado a esperar o tempo que
faltava para o vencimento, a descontar os juros
correspondentes, embora estipulados, e a pagar as custas
em dobro.
Art. 940. Aquele que demandar por dvida j paga, no todo ou
em parte, sem ressalvar as quantias recebidas ou pedir mais do
que for devido, ficar obrigado a pagar ao devedor, no
primeiro caso, o dobro do que houver cobrado e, no segundo,
o equivalente do que dele exigir, salvo se houver prescrio.
Art. 941. As penas previstas nos arts. 939 e 940 no se
aplicaro quando o autor desistir da ao antes de
contestada a lide, salvo ao ru o direito de haver indenizao por
algum prejuzo que prove ter sofrido.
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Art. 942. Os bens do responsvel pela ofensa ou violao do
direito de outrem ficam sujeitos reparao do dano
causado; e, se a ofensa tiver mais de um autor, todosrespondero solidariamente pela reparao.
Pargrafo nico. So solidariamente responsveis com os
autores os coautores e as pessoas designadas no art. 932.
Art. 943. O direito de exigir reparao e a obrigao de
prest-la transmitem-se com a herana.
DA INDENIZAO
Art. 944. A indenizao mede-se pela extenso do dano.
Pargrafo nico. Se houver excessiva desproporo entre a
gravidade da culpa e o dano, poder o juiz reduzir, equitativamente,
a indenizao.
Art. 945. Se a vtima tiver concorrido culposamente para o evento
danoso, a sua indenizao ser fixada tendo-se em conta a
gravidade de sua culpa em confronto com a do autor do dano.
Art. 946. Se a obrigao for indeterminada, e no houver na lei ou
no contrato disposio fixando a indenizao devida pelo
inadimplente, apurar-se- o valor das perdas e danos na forma que
a lei processual determinar.
Art. 947. Se o devedor no puder cumprir a prestao na espcie
ajustada, substituir-se- pelo seu valor, em moeda corrente.
Art. 948. No caso de homicdio, a indenizao consiste, sem excluir
outras reparaes:
I - no pagamento das despesas com o tratamento da vtima, seu
funeral e o luto da famlia;
II - na prestao de alimentos s pessoas a quem o morto os devia,
levando-se em conta a durao provvel da vida da vtima.
Art. 949. No caso de leso ou outra ofensa sade, o ofensor
indenizar o ofendido das despesas do tratamento e dos lucros
cessantes at ao fim da convalescena, alm de algum outro
prejuzo que o ofendido prove haver sofrido.
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Art. 950. Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido no
possa exercer o seu ofcio ou profisso, ou se lhe diminua a
capacidade de trabalho, a indenizao, alm das despesas dotratamento e lucros cessantes at ao fim da convalescena, incluir
penso correspondente importncia do trabalho para que se
inabilitou, ou da depreciao que ele sofreu.
Pargrafo nico. O prejudicado, se preferir, poder exigir que a
indenizao seja arbitrada e paga de uma s vez.
Art. 951. O disposto nos arts. 948, 949 e 950 aplica-se ainda no
caso de indenizao devida por aquele que, no exerccio de
atividade profissional, por negligncia, imprudncia ou impercia,
causar a morte do paciente, agravar-lhe o mal, causar-lhe leso, ou
inabilit-lo para o trabalho.
Art. 952. Havendo usurpao ou esbulho do alheio, alm da
restituio da coisa, a indenizao consistir em pagar o valor das
suas deterioraes e o devido a ttulo de lucros cessantes; faltando
a coisa, dever-se- reembolsar o seu equivalente ao prejudicado.
Pargrafo nico. Para se restituir o equivalente, quando no
exista a prpria coisa, estimar-se- ela pelo seu preo ordinrio e
pelo de afeio, contanto que este no se avantaje quele.
Art. 953. A indenizao por injria, difamao ou calnia consistir
na reparao do dano que delas resulte ao ofendido.
Pargrafo nico. Se o ofendido no puder provar prejuzo
material, caber ao juiz fixar, equitativamente, o valor da
indenizao, na conformidade das circunstncias do caso.
Art. 954. A indenizao por ofensa liberdade pessoal consistir
no pagamento das perdas e danos que sobrevierem ao ofendido, e
se este no puder provar prejuzo, tem aplicao o disposto no
pargrafo nico do artigo antecedente.
Pargrafo nico. Consideram-se ofensivos da liberdade pessoal:
I - o crcere privado;
II - a priso por queixa ou denncia falsa e de m-f; III - a priso ilegal.
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QUESTES
Questo 01. CESPE - 2012 - TC-DF - Auditor de Controle ExternoNo que se refere aos atos ilcitos e transmisso das obrigaes,
julgue os itens subsequentes de acordo com as disposies
constantes do Cdigo Civil brasileiro. Se violarem direito e
causarem dano a outrem, tanto a ao quanto a omisso
voluntria, ou mesmo involuntria, implicam prtica de ato ilcito.
Comentrios: Art. 186. Aquele que, por ao ou omisso voluntria,
negligncia ou imprudncia, violar direito e causar dano a outrem,
ainda que exclusivamente moral, comete ato ilcito.
FATO JURDICO: UM FATO QUE INTERESSA AO DIREITO.
ATO JURDICO "LATU SENSU": FATO JURDICO COM ELEMENTO VOLUTIVO (VONTADE) E CONTEDO LCITO.
NEGCIO JURDICO: UM ATO JURDICO EM QUE H
COMPOSIO DE INTERESSES DAS PARTES COM FINALIDADE
ESPECFICA.
ATO JURDICO "STRICTO SENSU": UM ATO JURDICO EM QUE
OS EFEITOS SO MERAMENTE LEGAIS.
Gabarito: errado
Questo 02. CESPE - 2011 - TRF - 5 REGIO - Juiz A respeito do
abuso de direito, assinale a opo correta.
a) O venire contra factum proprium no se configura ante
comportamento omissivo.
b) A supressio pode coexistir com os prazos legais da decadncia. c) Na surrectio, o exerccio continuado de uma situao jurdica
implica nova fonte de direito subjetivo, desde que no contrarie o
ordenamento.
d) A configurao do abuso de direito exige o elemento subjetivo.
e) De acordo com o STJ, a teoria dos atos prprios no se aplica ao
poder pblico.
Comentrios:
Alternativa a - Venire contra factum proprium a sequncia de
dois comportamentos que se mostram contraditrios entre si e que
so independentes um do outro, cada um deles podendo ser
omissivo ou comissivo e podendo repercutir na esfera jurdica alheia. O venire consectrio natural da represso ao abuso de
direito. Pois, aquele que desperta a confiana em outrem sobre um
determinado comportamento no pode agir de forma diversa da que
afirmou que faria. A alternativa A est errada porque o venire
contra factum proprium se configura perfeitamente perante um
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comportamento omissivo. um comportamento contraditrio,
incoerente.
Alternativa B - Correta. Antes de entender a questo preciso terem mente o conceito de decadncia. A decadncia a perda do
prprio direito (potestativo) pelo seu no exerccio em determinado
prazo, quando a lei estabelecer lapso temporal para tanto. A
supresssio nada mais do que uma supresso, uma perda, de
determinada faculdade jurdica pelo decurso do tempo. O exerccio
de determinadas situaes jurdicas por seu retardamento, omisso,
faz surgir para outra pessoa uma expectativa. Perfeitamente, por
isso, a supressio pode coexistir com os prazos legais de decadncia.
Um perde e o outro ganha.
Letra C errada: Diferente da supressio, a surrectio no considerada um ato ilcito. sim, uma fonte de direito subjetivo. Como bem conceitua Nelson Rosenvald, a surrectio se constitui
como o "exerccio continuado de uma situao jurdica ao arrepio do
convencionado, ou do ordenamento que implica em nova fonte de
direito subjetivo, estabilizando-se tal situao para o futuro.
Verifica-se, portanto, que a surrectio no vista pelo lado do titular
do direito que o exerce abusivamente, mas sim, pela parte que
atuou de boa-f e se beneficiou por uma situao continuada,
decorrente do ato ilcito de outrem.
Letra D errada: Enquanto o art. 186, ao regular o ato ilcito strictusensu, exige, para sua configurao, a presena de elemento
subjetivo(culpa) e mesmo do dano; o art. 187, ao dispor sobre oato ilcito na modalidade abuso de direito, pautou-se por critrios
objetivos, cumprindo ao operador do direito aferir, no caso
concreto, a presena de seuselementos.
Assim, o abuso de direito, previsto no art. 187, vem a ser espcie
do gnero ato ilcito (latu sensu), este ltimo previsto no art. 186,
ambos do CC/02, porm cada qual dotado de pressupostos e
elementos prprios.
Gabarito: b
Questo 03. CESPE - 2012 - TRE-RJ - Analista Judicirio - rea
Judiciria Com relao a direito civil, Estatuto do Idoso, Estatuto da
Criana e do Adolescente e Cdigo de Defesa do Consumidor, julgue os itens a seguir. A responsabilidade civil decorrente do abuso de
direito independe da culpa, sendo a indenizao medida pela
extenso do dano.
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Comentrios: Art. 187. Tambm comete ato ilcito o titular de um
direito que, ao exerc-lo, excede manifestamente os limites
impostos pelo seu fim econmico ou social, pela boa-f ou pelos
bons costumes. (Abuso de Direito).
Art. 944. A indenizao mede-se pela extenso do dano.
A responsabilidade civil decorrente do abuso do direito independe
de culpa e fundamenta-se somente no critrio objetivo-finalstico.
Gabarito: correto
Questo 04. CESPE - 2012 - TRE-RJ - Analista Judicirio - rea
Administrativa A responsabilidade civil no depende de apurao na
esfera criminal.
Comentrios: ART. 935, A responsabilidade civil
independente da criminal (NO DEPENDE DA ESFERA CRIMINAL), no se podendo questionar mais sobre a existncia do
fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questes se
acharem decididas no juzo criminal.
Gabarito: correto
Questo 05. CESPE - 2012 - TJ-AL - Analista Judicirio - rea
Judiciria A respeito de responsabilidade civil, assinale a opo
correta.
a) O menor de dezoito anos de idade responde pelo prejuzo a que
der causa, mesmo que, para isso, tenha de entregar a totalidade de
seus bens.
b) Considere que Pedro tenha sido emancipado por seus pais logo
aps ter atropelado Joana, que faleceu em decorrncia doatropelamento. Nessa situao, os pais de Pedro no respondem
solidariamente pelos atos por ele praticados.
c) A indenizao mede-se sempre pela extenso do dano causado.
d) Considere que Miguel, menor emancipado voluntariamente pelos
pais, dirigia o carro de Joo quando colidiu com o porto da casa de
Maria. Nessa situao, so solidariamente obrigados a reparar os
danos causados a Maria o menor, seus pais e o proprietrio do
veculo.
e) Para que aquele que praticou ato ilcito esteja obrigado a reparar
o dano, basta que seja demonstrado o dolo.
Comentrios: Art. 932. So tambm responsveis pela reparaocivil:
I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e
em sua companhia;
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Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo
antecedente, ainda que no haja culpa de sua parte, respondero
pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos.
Letra A Errada: Deve-se ter em vista o princpio da reparaoplena, antes analisado, de modo que os incapazes devem ser
solidariamente responsveis, como estabelece o art. 942, sem que
a responsabilidade patrimonial seja hierarquizada nestes casos. No
entanto, a preservao dos meios indispensveis subsistncia do
incapaz deve ocorrer, regra esta ser inserida no art. 942.
c) A indenizao mede-se sempre pela extenso do dano causado.
O erro da letra "c" est no "sempre" , pois o artigo 945 que trata da
culpa concorrente mitiga o princpio da reparao integral.
Item D - Muito embora a responsabilidade seja solidria, Joo s
responder civilmente se provado o dolo ou culpa, vez que sua
responsabilidade subjetiva. Gabarito: d
Questo 06. (CESPE/ 2011/TRF/5 REGIO/ Juiz) A respeito do
abuso de direito, assinale a opo correta.
a) O venire contra factum proprium no se configura ante
comportamento omissivo.
b) A supressio pode coexistir com os prazos legais da
decadncia.
c) Na surrectio, o exerccio continuado de uma situao jurdica
implica nova fonte de direito subjetivo, desde que no contrarie o
ordenamento.
d) A configurao do abuso de direito exige o elemento
subjetivo. e) De acordo com o STJ, a teoria dos atos prprios no se aplica ao
poder pblico.
Comentrios:
Nos contratos a boa-f se materializa nos institutos:
a) supressio (perda de um direito pelo seu no exerccio no
tempo);
b) surrectio (surgimento do direito pelo costume);
c) duty to mitigate the loss (credor no pode aumentar seu
prprio prejuzo);
d) venire contra factum proprium (ningum pode se benificiar de
sua prpria torpeza); e) exceptio non adimplente contractus (exceo de contrato no
cumprido).
A boa-f objetiva foi consagrada pelo CC de 2002, prevalecendo
modernamente sobre o carter objetivo do pacta sunt servanda.
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Analisando o art. 187, conclui-se no ser imprescindvel, pois para o
reconhecimento da teoria do abuso de direito, que o agente tenha a
inteno de causar prejudicar a terceiro, bastando que excedamanifestamente os limites impostos pela finalidade econmica ou
social, pela boa-f ou pelos bons costumes.
A teoria do abuso de direito ganhou inegvel importncia. Sua
relevncia, fez com que outros institutos correlatos tambm
chamassem a ateno dos juristas, a exemplo da supressio,
situao indicativa de abuso que se caracteriza quando o titular de
um direito, no o tendo exercido oportunamente, pretende faz-lo,
no mais podendo, por quebra da boa-f objetiva (no confundir
com a surrectio, hiptese em que o exerccio continuado de uma
dada situao ou a prtica de determinado comportamento
contrrio ordem jurdica culmina por constituir um direito em favor do agente - ex.: utilizao da rea comum em condomnio.
De fato, a funo social do contrato, afasta o venire contra factum
proprium, evitando a surpresa e valorizando a confiana entre os
contratantes.
Assim, enquanto a supressio vem de uma omisso reiterada, a
surrectio advm de uma ao usual no contraditada, que podem
gerar uma legtima expectativa na parte, no sentido de que o
contratante continuar agindo como "sempre agiu", embora o pacto
inicial no tenha sido aprioristicamente observado.
Requisitos para a consumao da prescrio e, no que couber dadecadncia:
1. existncia de direito exercitvel;
2. inrcia do titular pelo no-exerccio;
3. continuidade da inrcia por certo tempo;
4. ausncia de fato ou ato impeditivo, suspensivo ou interruptivo do
curso da prescrio - requisito aplicvel decadncia
excepcionalmente, somente por previso legal especfica.
Tanto a supressio, quanto a decadncia so excelentes alegaes
de defesa em face da omisso, j que o direito no socorre a quem
dorme.
A supressio refere-se ao fenmeno da supresso dedeterminadas relaes jurdicas pelo decurso do tempo.
surrectio o fenmeno inverso, ou seja, o surgimento de umaprtica de usos e costumes locais. Assim, tanto a supressio como
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a surrectio consagram formas perda e aquisio de direito pelo decurso do tempo.
Encontra-se exemplo de supressio e surrectio no art. 330 do Cdigo Civil, ao dispor que se o devedor efetuar, reiteradamente o
pagamento da prestao em lugar diverso do estipulado no negcio
jurdico, h presuno juris tantum de que o credor a ele renunciou, baseado no princpio da boa-f objetiva e nessas formas
de aquisio e perda de direito pelo decurso do tempo.
Consequentemente, se o devedor efetuar o pagamento em local
diverso do previsto no contrato, de forma reiterada, surge o direito
subjetivo de assim continuar fazendo-o surrectio e o credorno poder contrari-lo, pois houve a perda do direito supressio, desde que, com observncia do venire contra factum proprium no potest.
O venire contra factum proprium uma vedao decorrentedo princpio da confiana. Trata-se de um tipo de ato abusivo de
direito. Referida vedao assegura a manuteno da situao de
confiana legitimamente criada nas relaes jurdicas contratuais,
onde no se admite a adoo de condutas contraditrias.
Trata-se de por meio do qual se veda que se aja em determinado
momento de uma certa maneira e, ulteriormente, adote-se um
comportamento que frustra, vai contra aquela conduta tomada em
primeiro lugar.
O venire contra factum proprium no potest significa a proibio de ir contra fatos prprios j praticados.
Alternativa a - incorreta. O venire contra factum proprium
pode derivar de um comportamento comissivo ou omissivo.
Diferente da supressio, a surrectio no considerada um ato ilcito.
sim, uma fonte de direito subjetivo. Como bem conceitua Nelson
Rosenvald, a surrectio se constitui como o "exerccio continuado de
uma situao jurdica ao arrepio do convencionado, ou do
ordenamento que implica em nova fonte de direito subjetivo,
estabilizando-se tal situao para o futuro" (2007, p. 139). Verifica-
se, portanto, que a surrectio no vista pelo lado do titular do direito que o exerce abusivamente, mas sim, pela parte que atuou
de boa-f e se beneficiou por uma situao continuada, decorrente
do ato ilcito de outrem.
Letra D errada: Enquanto o art. 186, do CC/02, ao regular o ato
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ilcito strictu sensu, exige, para sua configurao, a presena de
elemento subjetivo(culpa) e mesmo do dano; o art. 187, ao dispor
sobre o ato ilcito na modalidade abuso de direito, pautou-se por
critrios objetivos, cumprindo ao operador do direito aferir, no casoconcreto, a presena de seuselementos.
Assim, o abuso de direito, previsto no art. 187, vem a ser espcie
do gnero ato ilcito (latu sensu), este ltimo previsto no art. 186,
ambos do CC/02, porm cada qual dotado de pressupostos e
elementos prprios.
Gabarito: b
Questo 07. (CESPE Analista MPU/2010) Comete ato ilcito omdico que, por negligncia, deixe de atender um paciente e este,
em razo desse fato, tenha de sofrer amputao de membro.
Comentrios: O art. 186 do Cdigo Civil estabelece que aquele que,
por ao ou omisso voluntria, negligncia ou imprudncia, violar
direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral,
comete ato ilcito.
Gabarito: correto
Questo 08. (CESPE EXAME DE ORDEM 137 OAB-SP/2008) Atoilcito oque se pratica de acordo com a ordem jurdica, mas que
viola direito subjetivo individual, apto a causar dano material ou
moral a outrem.
Comentrios: Ato ilcito o que se pratica contra a ordem jurdica,
violando direito (art. 186 do CC). Gabarito: errado
Questo 09. (CESPE Agente Administrativo AGU/2010) O titularde um direito que, ao exerc-lo, exceda manifestamente os limites
impostos pelo seu fim econmico ou social, pela boa-f ou pelos
bons costumes cometer um ato ilcito.
Comentrios: O art. 187 do Cdigo Civil dispe que comete ato
ilcito o titular de um direito que, ao exerc-lo, excede
manifestamente os limites impostos pelo seu fim econmico ou
social, pela boa-f ou pelos bons costumes.
Gabarito: correto
Questo 10. (CESPE Analista judicirio TRT-RN/2007) O abuso dedireito enseja responsabilidade civil, sendo suficiente, para que o
sujeito possa ser responsabilizado civilmente, que haja provas da
inteno de prejudicar terceiro.
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Comentrios: A doutrina majoritria considera o abuso de direito
com natureza objetiva, ou seja, sua responsabilidade independe de
culpa. Vale lembrar que o abuso de direito um ato ilcito (art.187).Gabarito: errado
Questo 11. (CESPE Juiz Federal TRF - 5 Regio/2011) Aconfigurao do abuso de direito exige o elemento subjetivo.
Comentrios: A doutrina majoritria considera o abuso de direito
com natureza objetiva, ou seja, sua responsabilidade independe de
culpa. Vale lembrar que o abuso de direito um ato ilcito (art.187
do CC).
Gabarito: errado
Questo 12. (CESPE Advogado FUNDAC-PB/2008) Segundodispe o Cdigo Civil vigente, comete ato ilcito o titular de um
direito que, ao exerc-lo, excede manifestamente os limites
impostos pelo seu fim econmico ou social, pela boa-f ou pelos
costumes. Assim, para tipificar o abuso de direito, ser
imprescindvel a prova de que o agente agiu culposamente.
Comentrios: A doutrina majoritria considera o abuso de direito
com natureza objetiva, ou seja, sua responsabilidade independe de
culpa. Vale lembrar que o abuso de direito um ato ilcito (art.187
do CC).
Gabarito: errado
Questo 13. (CESPE Procurador do estado PGE-PI/2008) O abusode direito, que uma das fontes de obrigaes, caracteriza-se no
pela incidncia da violao formal a direito, mas pela extrapolao
dos limites impostos pelo ordenamento jurdico para o seu
exerccio.
Comentrios: O abuso de direito est previsto no art. 187 do Cdigo
Civil, que prev que tambm comete ato ilcito o titular deum direito
que, ao exerc-lo, excede manifestamente os limites
impostos pelo seu fim econmico ou social, pela boa-f ou pelos
bons costumes.
Gabarito: correto
Questo 14. (CESPE servidor nvel IV Direito MC/2008)Suponha que, em circunstncia de perigo iminente, Pedro destruiu
coisa alheia. Sabe-se que as circunstncias tornaram absolutamente
necessria a destruio da coisa, e que Pedro no excedeu os
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limites do indispensvel para a remoo do perigo. A situao
apresentada no constitui ato ilcito.
Comentrios: Segundo o art. 188 do Cdigo Civil, no constituematos ilcitos a deteriorao ou destruio da coisa alheia a fim de
remover perigo iminente. Nesse caso, nos termos do pargrafo
nico desse artigo, o ato ser legtimo somente quando as
circunstncias o tornarem absolutamente necessrio, no
excedendo os limites do indispensvel para a remoo do perigo.
Gabarito: correto
Questo 15. (CESPE - Analista judicirio - TJ-ES/2011) Cometer ato
ilcito por abuso de direito o motorista de ambulncia que,
trafegando em situao de emergncia e, portanto, com a sirene
ligada, ultrapassar semforo fechado e abalroar veculo de
particular que, sem justificativa, deixe de lhe dar passagem.
Comentrios: Essa situao configura exerccio regular de um
direito reconhecido, que, segundo o art. 188, I do CC, no constitui
ato ilcito.
Gabarito: errado
Questo 16. (CESPE EXAME DE ORDEM 137 OAB-SP/2008) Todoato lesivo classificado como ato ilcito.
Comentrios: Existem atos lesivos que no so ilcitos, como os
praticados em legtima defesa ou no exerccio regular de um direito
reconhecido (art. 188, I) e a deteriorao ou destruio da coisa
alheia, ou a leso a pessoa, a fim de remover perigo iminente (art.188, II).
Gabarito: errado
Questo 17. (CESPE Especialista ANS/2005) Para livrar-se deperigo iminente, Pedro destruiu bem pertencente a Caio. Conforme
laudo pericial oficial, ficou comprovado que as circunstncias
haviam tomado absolutamente necessria a destruio do bem de
Caio. Sabe-se que Pedro no excedeu os limites do indispensvel
para a remoo do perigo, mas, ainda assim, causou dano ao bem
pertencente a Caio, comprovado por meio de percia. certo
tambm que Caio no foi culpado do perigo. Considerando a
situao hipottica acima, Pedro, apesar de ter destrudo coisa alheia, no praticou ato ilcito, uma vez que no foi alm do limite
indispensvel remoo do perigo.
Comentrios: Segundo o art. 188, no constituem atos ilcitos a
deteriorao ou destruio da coisa alheia a fim de remover perigo
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iminente. Nesse caso, nos termos do pargrafo nico desse artigo,
o ato ser legtimo somente quando as circunstncias o tornarem
absolutamente necessrio, no excedendo os limites do
indispensvel para a remoo do perigo. Gabarito: correto
Questo 18. (CESPE - Procurador Municpio de Boa Vista-RR/2010)A destruio de coisa alheia a fim de remover perigo iminente no
constitui ato ilcito civil, sobretudo se as circunstncias a tornarem
absolutamente necessria, e o agente no exceder os limites do
indispensvel para a remoo do perigo.
Comentrios: De acordo com o art. 188, II e pargrafo nico do
Cdigo Civil, no constitui ato ilcito a deteriorao ou destruio da
coisa alheia, a fim de remover perigo iminente quando as
circunstncias o tornarem absolutamente necessrio, no excedendo os limites do indispensvel para a remoo do perigo.
Gabarito: correto
Questo 19. (CESPE Tcnico Judicirio TRT-ES/2009) Poderhaver anulao do negcio jurdico se o devedor insolvente doar
imvel do seu patrimnio a um irmo seu.
Comentrios: De acordo com o art. 197, do Cdigo Civil, os
negcios de transmisso gratuita de bens ou remisso de dvida,
se os praticar o devedor j insolvente, ou por eles reduzido
insolvncia, ainda quando o ignore, podero ser anulados pelos
credores quirografrios, como lesivos dos seus direitos. Trata-se de
fraude contra credores. Alm disso, de acordo com o art. 171, II, anulvel o negcio jurdico por vcio resultante defraude contra
credores.
Gabarito: correto
Questo 20. (CESPE Analista MPU/2010) Considere que, em umacarreata, ocorra coliso entre trs veculos. Nessa situao,
estabelece-se, entre os proprietrios dos bens envolvidos, relao
jurdica extracontratual.
Comentrios: No caso em epgrafe, no h contrato entre as partes
envolvidas e sim uma relao jurdica extracontratual, que nada
mais do que a observncia de normas gerais de conduta, de preceitos legais.
Gabarito: correto
Questo 21. (CESPE Defensor DPU/2010) A proibio decomportamento contraditrio aplicvel ao direito brasileiro como
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modalidade do abuso de direito e pode derivar de comportamento
tanto omissivo quanto comissivo.
Comentrios: A proibio de comportamento contraditrio, ou venirecontra factum proprium, como uma das modalidades de abuso de
direito, segundo a doutrina, decorre tanto de um comportamento
comissivo quanto de um omissivo. Probe-se, dessa maneira, que
uma pessoa mude de ideia aps adotar alguma posio jurdica,
protegendo-se, assim, a confiana.
Gabarito: errado
Questo 22. (CESPE Defensor DPU/2010) A exemplo daresponsabilidade civil por ato ilcito em sentido estrito, o dever de
reparar decorrente do abuso de direito depende da comprovao de
ter o indivduo agido com culpa ou dolo.
Comentrios: De acordo com a doutrina majoritria, a
responsabilidade por abuso de direito objetiva, ou seja, independe
de culpa.
Gabarito: errado
Questo 23. (CESPE EXAME DE ORDEM 137 OAB-SP/2008) Ailicitude do ato praticado com abuso de direito possui sempre
natureza subjetiva, somente afervel a partir da comprovao da
existncia de culpa ou dolo.
Comentrios: De acordo com a doutrina majoritria, a
responsabilidade por abuso de direito objetiva, ou seja, independe
de culpa. Gabarito: errado
Questo 24. (CESPE Analista judicirio TRT-RN/2007) Podeocorrer abuso de direito mesmo que o agente atue dentro dos
limites da lei.
Comentrios: Se o agente atua dentro dos limites da lei, mas
excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econmico
ou social, pela boa-f ou pelos bons costumes, ele age com abuso
de direito. Para a doutrina, o abuso de direito seria lcito em relao
ao contedo, porm ilcito em relao s suas consequncias.
Gabarito: correto
Questo 25. (CESPE Juiz Federal TRF - 5 Regio/2011) Deacordo com o STJ, a teoria dos atos prprios no se aplica ao poder
pblico.
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Comentrios: Pela teoria dos atos prprios, no se pode adotar
comportamento contrrio a atos prprios (atos adotados
anteriormente pelo prprio rgo). Segundo o STJ, a teoria dos atos
prprios impede que a administrao pblica retorne sobre osprprios passos, prejudicando os terceiros que confiaram na
regularidade de seu procedimento (Resp 141879/SP, rel Min. Ruy
Rosado de Aguiar, 17.03.1998). Assim, percebe que essa teoria
aplicada sim ao poder pblico.
Gabarito: errado
Questo 26. (CESPE Advogado CEHAP-PB/2009) Considere aseguinte situao hipottica. Srgio, menor relativamente incapaz,
foi constitudo mandatrio de Mrcio. Por essa razo, Srgio
realizou negcio jurdico em nome de Mrcio, estando
desacompanhado de assistente. Nessa situao hipottica, o
negcio jurdico ser passvel de ser anulado em face da incapacidade relativa de Srgio.
Comentrios: De acordo com o art. 666 do Cdigo Civil, o maior de
dezesseis e menor de dezoito anos (relativamente incapaz) no
emancipado pode ser mandatrio, mas o mandante no tem ao
contra ele seno de conformidade com as regras gerais, aplicveis
s obrigaes contradas por menores.
Gabarito: errado
Questo 27. (CESPE Advogado FUNDAC-PB/2008) O ato negocialapenas produzir efeitos jurdicos se houver correspondncia entre
a vontade declarada e a que o agente quer exteriorizar. A esse
respeito, correto afirmar que a anulabilidade do negcio jurdicoproduz seus efeitos antes de essa declarao de vontade ser
julgada por sentena ou ser pronunciada de ofcio pelo juiz.
Comentrios: A anulabilidade produz seus efeitos aps a sentena.
A nulidade que produz efeitos anteriores sentena judicial.
Gabarito: errado
Questo 28. (CESPE Promotor MPE-RO/2008) No abuso dedireito, a aferio da ilicitude do ato independe da demonstrao da
existncia do dolo ou culpa do agente.
Comentrios: Segundo a maior parte da doutrina, a responsabilidade por abuso de direito objetiva, ou seja, no
depende de culpa.
Gabarito: correto
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Questo 29. (CESPE Procurador do estado PGE-PI/2008) Os atosilcitos praticados em legtima defesa ou no exerccio regular de um
direito, que provoquem deteriorao ou destruio da coisa alheia
ou leso a pessoa, no geram o dever de indenizar.
Comentrios: Aquele que, por ato ilcito, causar dano a outrem, fica
obrigado a repar-lo (art. 927 do CC). De acordo com o art.188, I
do CC, os atos praticados em legtima defesa ou no exerccio
regular de um direito no constituem ato ilcito. Porm, segundo o
art. 188, II, pargrafo nico do CC, no constitui ato ilcito a
deteriorao ou destruio da coisa alheia, ou a leso a pessoa, a
fim de remover perigo iminente somente quando as circunstncias
o tornarem absolutamente necessrio, no excedendo os limites do
indispensvel para a remoo do perigo.
Gabarito: errado
Questo 30. (CESPE Procurador do estado PGE-PI/2008) O abusode direito configura-se como ato ilcito e a responsabilidade dele
decorrente depende de dolo ou culpa, tendo, portanto, natureza
subjetiva. Assim, para o reconhecimento desse ato ilcito,
imprescindvel que o agente tenha a inteno de prejudicar um
terceiro, que, por sua vez, ao exercer determinado direito, tenha
excedido manifestamente os limites impostos pela finalidade
econmica ou social, pela boa-f ou pelos bons costumes.
Comentrios: Segundo a maior parte da doutrina, a
responsabilidade por abuso de direito objetiva, ou seja, no
depende de culpa.
Gabarito: errado
LISTA DAS QUESTES APRESENTADAS
Questo 01. CESPE - 2012 - TC-DF - Auditor de Controle Externo
No que se refere aos atos ilcitos e transmisso das obrigaes,
julgue os itens subsequentes de acordo com as disposies
constantes do Cdigo Civil brasileiro. Se violarem direito e
causarem dano a outrem, tanto a ao quanto a omisso
voluntria, ou mesmo involuntria, implicam prtica de ato ilcito.
Questo 02. CESPE - 2011 - TRF - 5 REGIO - Juiz A respeito do
abuso de direito, assinale a opo correta.
a) O venire contra factum proprium no se configura ante
comportamento omissivo.
b) A supressio pode coexistir com os prazos legais da decadncia.
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c) Na surrectio, o exerccio continuado de uma situao jurdica
implica nova fonte de direito subjetivo, desde que no contrarie o
ordenamento.
d) A configurao do abuso de direito exige o elemento subjetivo. e) De acordo com o STJ, a teoria dos atos prprios no se aplica ao
poder pblico.
Questo 03. CESPE - 2012 - TRE-RJ - Analista Judicirio - rea
Judiciria Com relao a direito civil, Estatuto do Idoso, Estatuto da
Criana e do Adolescente e Cdigo de Defesa do Consumidor, julgue
os itens a seguir. A responsabilidade civil decorrente do abuso de
direito independe da culpa, sendo a indenizao medida pela
extenso do dano.
Questo 04. CESPE - 2012 - TRE-RJ - Analista Judicirio - rea
Administrativa A responsabilidade civil no depende de apurao na esfera criminal.
Questo 05. CESPE - 2012 - TJ-AL - Analista Judicirio - rea
Judiciria A respeito de responsabilidade civil, assinale a opo
correta.
a) O menor de dezoito anos de idade responde pelo prejuzo a que
der causa, mesmo que, para isso, tenha de entregar a totalidade de
seus bens.
b) Considere que Pedro tenha sido emancipado por seus pais logo
aps ter atropelado Joana, que faleceu em decorrncia do
atropelamento. Nessa situao, os pais de Pedro no respondem
solidariamente pelos atos por ele praticados.
c) A indenizao mede-se sempre pela extenso do dano causado. d) Considere que Miguel, menor emancipado voluntariamente pelos
pais, dirigia o carro de Joo quando colidiu com o porto da casa de
Maria. Nessa situao, so solidariamente obrigados a reparar os
danos causados a Maria o menor, seus pais e o proprietrio do
veculo.
e) Para que aquele que praticou ato ilcito esteja obrigado a reparar
o dano, basta que seja demonstrado o dolo.
Questo 06. (CESPE/ 2011/TRF/5 REGIO/ Juiz) A respeito do
abuso de direito, assinale a opo correta.
a) O venire contra factum proprium no se configura ante
comportamento omissivo. b) A supressio pode coexistir com os prazos legais da
decadncia.
c) Na surrectio, o exerccio continuado de uma situao jurdica
implica nova fonte de direito subjetivo, desde que no contrarie o
ordenamento.
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