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  • CURSO DE DIREITO CIVIL (TEORIA E EXERCCIOS) PARA O

    CARGO DE ANALISTA JUDICIRIO REA JUDICIRIA DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIA - CNJ

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    AULA 04: Ato Ilcito. Abuso de Direito. Responsabilidade Civil.

    Ato Ilcito. Abuso de Direito.

    Voc aprendeu que o ato jurdico em sentido estrito uma

    declarao de vontade, vontade esta em consonncia com a lei.

    A lei incide sobre a declarao de vontade produzindo efeitos

    jurdicos.

    Ao contrrio do ato lcito, o ilcito o ato praticado contrariamente a

    lei, sem direito, causando, ainda dano (prejuzo) a outrem.

    Em sentido restrito, ato ilcito todo fato praticado ao menos

    culposamente que, no estando fundado na lei (em desacordo com

    a norma jurdica, em desconformidade com a ordem jurdica), cause

    prejuzo a outrem. O ato ilcito viola direito subjetivo individual de

    outra pessoa.

    Em outras palavras, a ao (ato comissivo) ou omisso (ato

    omissivo ou absteno) culposa pela qual se infringe um preceito jurdico, causando dano material (patrimonial) e /ou moral a

    outrem.

    O ato ilcito est estampado nos arts. 186 e 187 do Cdigo Civil:

    Art. 186. Aquele que, por ao ou omisso voluntria,

    negligncia ou imprudncia, violar direito e causar dano a

    outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilcito.

    Art. 187. Tambm comete ato ilcito o titular de um direito

    que, ao exerc-lo, excede manifestamente os limites

    impostos pelo seu fim econmico ou social, pela boa-f ou

    pelos bons costumes.

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    O perfil do ato ilcito exatamente o carter antijurdico da conduta

    e o seu resultado de prejuzo (dano).

    A consequncia da prtica do ato ilcito a responsabilidade

    civil (dentre outras): a obrigao de indenizar, indenizao

    por perdas e danos.

    Art. 927. Aquele que, por ato ilcito (arts. 186 e 187), causar

    dano a outrem, fica obrigado a repar-lo.

    O agente causador do ato ilcito responde com seus bens perante odano (prejuzo) causado:

    Art. 942. Os bens do responsvel pela ofensa ou violao do

    direito de outrem ficam sujeitos reparao do dano

    causado. Se a ofensa tiver mais de um autor, todos respondero

    solidariamente pela reparao.

    O artigo decreta o efeito (reparao) sobre os bens do responsvel

    por decorrer este quer da ofensa (dano material) quer da violao

    do direito (dano imaterial) por ele promovido

    Toda vtima de um ato ilcito tem o direito de buscar a protao

    jurisdicional tendo como objetivo o ressarcimento de seu prejuzo.

    O dever de indenizar surge da necessidade de se devolver vtima

    as mesmas condies em que se encontrava antes de sofre o

    prejuizo (dano), buscando restabelecer o status quo ante (estado

    anterior), de modo a minimizar o resultado do dano causado sobre

    a vtima.

    ATO ILICITO RESPONSABILIDADE

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    Novamente revemos os arts. 186 e 187:

    Art. 186. Aquele que, por ao ou omisso voluntria,

    negligncia ou imprudncia, violar direito e causar dano aoutrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilcito.

    Art. 187. Tambm comete ato ilcito o titular de um direito

    que, ao exerc-lo, excede manifestamente os limites

    impostos pelo seu fim econmico ou social, pela boa-f ou

    pelos bons costumes.

    O ato ilcito pressupe sempre uma conduta por parte de uma

    pessoa. Conduta todo e qualquer comportamento humano. Essa

    conduta pode ser comissiva (ao) ou omissiva (omisso,

    absteno).

    O ato ilcito comissivo o praticado atravs de uma ao

    humana (fora fsica e/ou intellectual) realizao de uma

    conduta.

    No se deve confundir prtica comissiva com prtica dolosa, pois a

    configurao do dolo exige a caracterizao da inteno do agente.

    Ocorre ato ilcito omissivo quando o agente, embora tendo o

    dever legal de agir para evitar o resultado, deixa de pratic-

    lo.

    No ato ilcito omissivo ha uma omisso: a pessoa assume (porvontade) a responsabilidade de evitar um resultado, ou tem,

    por lei, obrigao de cuidado ou vigilncia, ou com seu

    comportamento anterior criou o risco da ocorrncia do

    resultado.

    Da dico do art. 186 do CC podemos extrair os elementos ourequisitos para a caracterizao do ato ilcito.

    A responsabilidade civil decorrente de um ato ilcito depende, em

    regra, da reunio de trs elementos:

    ELEMENTOS DO ATO ILICITO

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    (I) Conduta culposa do agente;

    (II) Nexo causal entre a conduta do agente e o dano

    causado; e

    (III) Ocorrncia de dano (prejuzo).

    PRIMEIRO ELEMENTO: CULPA

    Para a caracterizao da responsabilidade civil, o Cdigo Civil exige

    to somente a culpa. Como assim? O dolo, no popular, muito mais

    do que a culpa, no sentido em que neste o agente age com a

    inteno de produzir o dano.

    Na culpa no h a inteno; o dano ou prejuzo causado por

    simples culpa: algum no tendo a inteno de causar dano a

    outrem vem a caus-lo em decorrncia de uma determinada ao que praticou.

    Pois bem! O Cdigo Civil exige somente a culpa para caracterizar. O

    ato ilcito pode ser causado pelo dolo? Sim, claro. Mas exige-se,

    apenas, a culpa para sua ocorrncia.

    O conceito de culpa aqui amplo abrangendo todo comportamento

    contrrio ao Direito.

    A culpa em sentido amplo, abrangendo tanto o dolo (conduta

    intencional, voluntria), ou a culpa (conduta involuntria) em

    sentido estrito (negligncia, imprudncia ou impercia).

    O Direito Penal trata dos crimes (condutas) doloso e culposo no art.

    18:

    CULPA (sentido amplo)

    CULPA (sentido

    estrito):

    Negligncia

    Imprudncia

    Impercia

    DOLO (inteno)

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    Art. 18. Diz-se crime:

    I doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco deproduzi-lo; II culposo, quando o agente deu causa ao resultado porimprudncia, negligncia ou impercia.

    A conduta culposa do agente que contribui para o ato ilcito poder

    ser voluntria, o resultado ilcito (dano, prejuzo) do seu ato era

    voluntrio, desejado (dolo), ou involuntria (culpa), resultado no

    desejado, que culminou no prejuizo a alguem por ter agido com

    imprudncia, negligncia ou impercia do agente.

    NEGLIGNCIA: falta de cuidado; deixar de cumprir com o cuidado

    razovel exigido para aquela ao atividade; erro no proposital.

    a omisso da conduta esperada e recomendvel, omisso do dever de cautela. o desleixo em relao ao ato praticado. Algum dirige

    em alta velocidade em rua movimentada, subindo a calada, vindo

    a atropelar algum.

    IMPRUDNCIA: prtica de ato perigoso; caracterizado por uma

    conduta comissiva; ausncia do dever de cuidado, materializado na

    realizao de uma ao, um ato, sem as providncias e cautelas

    necessrias. Eletricista sobe no poste sem equipamento de

    segurana necessrio vindo o fio eltrico a atingir outrem causando

    dano.

    IMPERCIA: falta de aptido tcnica, terica ou prtica; o atuar na

    prtica profissional sem observar as normas existentes para o

    desempenho da atividade. o despreparo ou o desconhecimento

    tcnico da profisso. Algum aplica injeo em outrem sem ser

    enfermeira, causando uma leso.

    Em resumo: imprudente aquele que faz quando no deveria fazer,

    negligente aquele que no faz quando tem que fazer e imperito

    aquele que no sabe fazer.

    So necessrias duas espcies de condies para que se d o ato

    ilcito: objetivas e subjetivas.

    As condies objetivas so: uma ao ou omisso do agente; ao

    ou omisso essas que sejam causadoras diretas da violao do

    direito alheio, ou de prejuzo a outrem; que sejam ofensivas ao

    patrimnio alheio, isto , danosas a este patrimnio.

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    As condies subjetivas so: que a ao ilcita seja determinada

    pelo dolo, isto , pela inteno de ofender o direito, ou prejudicar a

    algum; ou pela culpa, isto , pela imprudncia ou negligncia, de

    que resulta o prejuzo.

    A culpa, seguindo o raciocnio, divide-se em duas espcies: ou

    contratual, se o dever violado funda-se em contrato; ou

    extracontratual, tambm chamada aquiliana, se esse dever se

    funda no princpio geral de ordem social que obriga a respeitar o

    alheio.

    Alm da distino entre culpa contratual e aquiliana, a doutrina

    reconhece ainda outras modalidades de culpa, tais como:

    a) Culpa in eligendo, aquela proveniente da m escolha de um

    representante ou preposto, como por exemplo, a pessoa admitir ou

    manter a seu servio um empregado sem as aptides necessrias ao trabalho que lhe confiado;

    b) Culpa in vigilando, a oriunda de falta de fiscalizao por parte

    do empregador, quer com respeito aos empregados, quer com

    respeito prpria coisa, como, por exemplo, o proprietrio de uma

    empresa de transporte que no fiscaliza convenientemente a

    atuao de seus motoristas, ou permite o trfego de veculos

    imprestveis e que, por isso, ocasiona acidentes. A culpa in

    vigilando que justifica, tambm a responsabilidade dos pais por

    danos causados por filhos menores;

    c) Culpa in committendo caracteriza-se quando o agente pratica ato

    positivo ( imprudncia );

    d) In omittendo a culpa decorrente de absteno, como, por

    exemplo, o agente deixa de praticar ato necessrio ( negligncia );

    e) Culpa in custodiendo a falta de ateno ou de cuidados sobre

    alguma pessoa, coisa ou animal que esteja sob a guarda ou

    cuidados do agente;

    f) Culpa in concreto d-se quando o agente deixa de atender a

    certas diligncias necessrias s prprias coisas;

    g) Culpa in abstrato quando o agente falta com a ateno quenatural e comumente deve dispensar na administrao de seus

    negcios.

    A consequncia jurdica do ato ilcito obrigar o seu autor a reparar

    o dano causado.

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    SEGUNDO ELEMENTO: O NEXO CAUSAL ENTRE A CONDUTA DO AGENTE E O RESULTADO (DOLO, PREJUIZO)

    O nexo causal ou nexo de causalidade e a relacao de causa/efeito:

    relao de causa e efeito existente entre a conduta do agente e o

    resultado danoso (prejuizo) obtido.

    Consequncia: RESPONSABILIDADE CIVIL

    NEXO

    AO DANO

    O nexo de causalidade e a relao entre a ao do agente (autor do

    ilcito) e o dano, prejuizo. Sem o nexo causal no se pode falar em

    responsabilidade.

    TERCEIRO ELEMENTO: DANO, PREJUIZO (MORAL E /OU

    MATERIAL PATRIMONIAL)

    A ocorrncia do dano ou prejuzo gera a responsabilidade do agente

    do ato ilcito.

    O dano material (patrimonial) o prejuzo passvel ou suscetivel de

    mensurao econmica direta ao lesado.

    ACAO ---------- NEXO ---------- DANO (PREJUIZO)

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    O dano material pode atingir alm do patrimnio atual, o patrimnio

    futuro da vtima, o que d ensejo reparao por danos

    emergentes, no primeiro caso e lucros cessantes, no Segundo.

    O dano moral a dor, a angstia, o sofrimento, a leso aos direitos

    da personalidade, violao da dignidade da pessoa humana.

    DO DANO E SUA REPARAO

    dano: sem a prova do dano, ningum pode ser responsabilizado

    civilmente. A inexistncia de dano torna sem objeto a pretenso

    sua reparao.

    s vezes a lei presume o dano, como acontece na Lei de Imprensa,

    que presume haver dano moral em casos de calnia, injria e difamao praticados pela imprensa. Acontece o mesmo em ofensas

    aos direitos da personalidade.

    Pode ser lembrado, como exceo ao princpio de que nenhuma

    indenizao ser devida se no tiver ocorrido prejuzo, a

    regra que obriga a pagar em dobro ao devedor quem demanda

    divida j paga, como uma espcie de pena privada pelo

    comportamento ilcito do credor, mesmo sem prova de prejuzo.

    O dano pode ser:

    I) patrimonial, material os prejuzos econmicos sofridos peloofendido. A indenizao deve abranger no s o prejuzo imediato(danos emergentes), mas tambm o que o prejudicado deixou de

    ganhar (lucros cessantes)

    II) extrapatrimonial, moral o oposto de dano econmico, dano pessoal. A expresso tem duplo significado: (veja que a

    expresso no adequada mas, assim consagrada)

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    O abuso de direito est estampado no art. 187 do Cdigo Civil:

    Art. 187. Tambm comete ato ilcito o titular de um direito

    que, ao exerc-lo, excede manifestamente os limites

    impostos pelo seu fim econmico ou social, pela boa-f ou

    pelos bons costumes.

    Vamos estudar em detalhes o abuso de direito. Seus requisitos:

    Titular de um direito: algum possui um direito. Note que

    no se trata de situao que algum no possui direito algum.

    Ele realmente tem um direito e pode exerc-lo.

    No momento em que vai seu exercer um direito que seu, ele

    o extrapola. E extrapola manifestamente. Manifestamente

    quer dizer: olhos vistos. Todas as pessoas podem livremente exercer seus direitos, desde que o faa dentro de

    limites que no causem dano ou prejuzo a outrem.

    Ao exercer seu direito, o sujeito causa prejuzo, dano a

    outrem.

    Note que a ilicitude do art. 187 consagra a RESPONSABILIDADE

    OBJETIVA por no exigir a culpa ou dolo. Ainda vou detalhar as

    espcies de responsabilidade civil, mas adianto que a aqui se trata

    de responsabilidade objetiva por no necessitar da culpa na conduta

    do agente para caracterizar o ilcito.

    O abuso do direito ocorre quando uma pessoa possui o direito,

    porm, ao exercer o seu direito, excede os limites.

    ABUSO DE DIREITO

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    Exemplo: A proprietrio de um terreno, ao cavar um poo no seuterreno, por cavar muito prximo do muro do vizinho B, vem aderrubar a parede desse vizinho.

    O proprietrio do referido terreno est no seu direito ao cavar o

    poo dentro dos limites do seu imvel; porm, ao exercer o seu

    direito, excede-o causando dano, prejuzo a outrem.

    Nesse caso a responsabilidade objetiva porque independe de

    culpa. Gera o dever de indenizar.

    Toda a problemtica do abuso de direito se passa no momento em

    que algum vai exercer seu direito: extrapola os limites

    impostos pelo seu fim econmico ou social, pela boa-f ou

    pelos bons costumes.

    O Cdigo Civil elenca determinadas situaes que excluem a

    ilicitude. Se exclui a ilicitude, o ato no ilcito, no contrrio a

    lei, ao Direito.

    Veja que normalmente essas condutas causam dano, prejuzo, mas

    por expressa disposio no so considerados ilcitos. o que

    dispe o art. 188 do CC:

    Art. 188. No constituem atos ilcitos:

    I - os praticados em legtima defesa ou no exerccio regular de

    um direito reconhecido;

    II - a deteriorao ou destruio da coisa alheia, ou a leso a

    pessoa, a fim de remover perigo iminente. Por exemplo: uma senhora quebra a janela de sua vizinha ao ver que o fogo est

    pegando fogo. Evita, assim, que a casa inteira seja atingida.

    EXCLUDENTES DA ILICITUDE

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    Pargrafo nico. No caso do inciso II, o ato ser legtimo somente

    quando as circunstncias o tornarem absolutamente necessrio,

    no excedendo os limites do indispensvel para a remoo do

    perigo.

    As excludentes de ilicitude sao formas de defesa do autor do dano.

    Em regra atuam no nexo de causalidade, interrompem o nexo

    causal dirigido produo do dano.

    Sao excludentes de responsabilidade:

    a) Estado de necessidade e Legtima defesa;

    b) Culpa exclusiva da vtima;

    c) Fato exclusivo de terceiro;

    d) Caso fortuito ou Fora maior; e

    e) Clusula de no indenizar.

    Estado de Necessidade e Legtima Defesa

    A legtima defesa ocorre quando o agente, usando

    moderadamente dos meios necessrios, repele injusta

    agresso (de outrem), atual ou iminente, a direito seu ou de

    outrem.

    Trata-se de uma hiptese de autotutela. Nesse caso, a lei autoriza o

    prprio individuo a se defender por si proprio.

    O estado de necessidade ocorre quando algum deteriora ou

    destri coisa alheia ou causa leso em pessoa, a fim de

    remover perigo iminente.

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    O exemplo o de uma pessoa quebra a janela da casa da vizinha e

    entra para apagar um incndio (evita um mal maior).

    Porm o ato s ser legtimo quando as circunstncias o tornarem

    absolutamente necessrio, sendo vedado o excesso ao

    indispensvel para a remoo do perigo.

    Se a legtima defesa e o estado de necessidade so excludentes de

    ilicitude, fica excluda, tambm, o dever de indenizar?

    No! Embora a lei declare que o ato praticado em estado de

    necessidade ou legtima defesa no ato ilcito, no fica excluda a

    responsabilidade de reparar o prejuzo.

    No caso de estado de necessidade, o autor do dano responde perante o lesado, se este no criou a situao de perigo.

    Caso a situao de perigo tenha sido criada por um terceiro,

    aquele que respondeu pelas perdas e danos ter ao

    regressiva em face do terceiro. o que esta expresso nos arts.

    929 e 930 do Cdigo Civil:

    Art. 929. Se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, no caso do

    inciso II do art. 188, no forem culpados do perigo, assistir-

    lhes- direito indenizao do prejuzo que sofreram.

    Ou seja, a dona da casa (caso no seja a causadora do incndio)

    tem direito a indenizao pela janela quebrada.

    Art. 930. No caso do inciso II do art. 188, se o perigo ocorrer

    por culpa de terceiro, contra este ter o autor do dano ao

    regressiva para haver a importncia que tiver ressarcido ao

    lesado.

    Nesse caso, se a empregada da casa (terceiro) causou o incndio,

    aquele que quebrou a janela pagar indenizao a dona da casa,

    mas ter direito de regresso contra a empregada (terceiro).

    Na hiptese de legtima defesa, aplica-se o art. 930: Se o ato

    foi praticado contra o prprio agressor, e em legtima defesa, entao no pode o agente ser civilmente responsabilizado

    pelos danos causados.

    Porm, se o dano foi causado terceiro, ento aquele que

    atuou em legtima defesa ser obrigado ressarcir o lesado,

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    cabendo, ao regressiva contra o agressor.

    Art. 930. No caso do inciso II do art. 188, se o perigo ocorrer

    por culpa de terceiro, contra este ter o autor do dano aoregressiva para haver a importncia que tiver ressarcido ao

    lesado.

    Pargrafo nico. A mesma ao competir contra aquele em defesa

    de quem se causou o dano (art. 188, inciso I).

    Culpa exclusiva da vtima e Culpa concorrente

    Se s se responde perante o dano a que tenha dado causa, estclaro tambm que ningum pode ser obrigado a indenizar por um

    resultado a que no tenha causado.

    Culpa exclusiva da vtima: A conduta da vtima poder importar

    ou na excluso da responsabilidade ou na atenuao no dever de

    indenizar.

    O problema aqui apresentado no se trata da culpa, mas do nexo

    causal.

    A responsabilidade ser excluda em razo da conduta danosa ser

    originada da prpria vtima e no da sua culpa.

    No o grau de culpa, mas a efetiva participao da vtima na

    produo do evento danoso que deve determinar o dever de

    indenizar.

    Quando ocorrer fato exclusivo da vtima, fica eliminada a

    responsabilidade do agente em razo da interrupo do nexo de

    causalidade.

    Nesse caso, deixa de existir a relao de causa e efeito entre o ato

    do agente e o prejuzo experimentado pela vtima.

    Culpa concorrente da vtima: Porm, o ato da vtima pode noser suficiente para a produo do dano, somente passando a ser

    suficiente para causar o prejuzo, quando aliada conduta do

    agente.

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    Nesses casos, estar-se diante da culpa concorrente: a conduta do

    agente e da vtima concorrem para o resultado em grau de

    importncia e intensidade de modo que o agente no produziria oresultado sozinho, contando com o efetivo auxlio da vtima.

    Autor e vtima contribuem para a produo de um mesmo fato

    danoso.

    Na culpa concorrente a consequncia jurdica no ser

    excluda a responsabilidade, mas apenas tera sua

    responsabilidade atenuada, nos termos do art. 945 do Cdigo

    Civil:

    Art. 945. Se a vtima tiver concorrido culposamente para o

    evento danoso, a sua indenizao ser fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto com a do autor

    do dano.

    Fato exclusivo de terceiro

    E possvel tambm que o dano seja produzido no em razo da

    conduta do agente ou da vtima, mas da conduta de um terceiro.

    Ou seja, o fato de terceiro tambm pode servir como fator de

    iseno de responsabilidade.

    Terceiro qualquer pessoa alm da vtima e o responsvel,

    algum que no tem nenhuma ligao com o causador

    aparente do dano e nem com o lesado.

    Nem todo fato de terceiro suficiente para elidir (excluir) a

    responsabilidade do agente.

    A regra que predomina a do Princpio da obrigatoriedade do

    causador direto em reparar o dano.

    O fato de terceiro no exonera o dever de indenizar, mas

    permite a ao de regresso em face do terceiro.

    Porm o fato de terceiro ir exonerar o dever de indenizar

    quando constitua causa estranha ao causador aparente do

    dano, isto , quando elimine totalmente a relao de

    causalidade entre o dano e o desempenho do agente.

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    Se houver culpa concorrente do terceiro e do agente

    causador direto do dano, ser solidria a responsabilidade, a

    vtima poder acionar qualquer um deles pela totalidade doprejuzo.

    Art. 942. Os bens do responsvel pela ofensa ou violao do

    direito de outrem ficam sujeitos reparao do dano

    causado; e, se a ofensa tiver mais de um autor, todos

    respondero solidariamente pela reparao.

    Pargrafo nico. So solidariamente responsveis com os

    autores os coautores e as pessoas designadas no art. 932.

    Caso Fortuito ou Fora Maior

    O caso fortuito e a fora maior so causas de exonerao

    (liberao) do agente, tendo, portanto igual efeito.

    Os conceitos de caso fortuito e fora maior no so unnimes. Por

    esse motivo, os conceitos no costumam ser cobrados em

    concursos. A doutrina estabelece diferenas entre eles.

    O caso fortuito (para alguns) o evento imprevisvel e inevitvel; a

    fora maior, o evento inevitvel, porm previsvel, como por

    exemplo, os decorrentes das foras da natureza.

    Outros definem o caso fortuito como o acontecimento natural ou o

    evento derivado da fora da natureza (terremotos, inundaes);

    enquanto a fora maior seria o dano originado do fato de outrem

    (guerra, greves).

    Quando se trata do ato ilcito e da responsabilidade civil, essa

    distino se torna totalmente irrelevante porque o Cdigo Civil no

    art. 393, sem diferenci-las, estabelece a mesma consequncia

    para ambas as excludentes: exonerao ou liberao do dever de

    indenizar.

    Art. 393. O devedor no responde pelos prejuzos resultantes

    de caso fortuito ou fora maior, se expressamente no se

    houver por eles responsabilizado.

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    Pargrafo nico. O caso fortuito ou de fora maior verifica-se

    no fato necessrio, cujos efeitos no era possvel evitar ou

    impedir.

    Assim, sempre que ocorra um fato necessrio, cujos efeitos no era

    possvel evitar ou impedir, estaremos diante de uma hiptese de

    caso fortuito ou fora maior apta a exonerar o agente.

    No obstante o artigo se refira responsabilidade contratual, a

    jurisprudncia j se firmou no sentido de que ele tem aplicao,

    tambm, responsabilidade extracontratual.

    A doutrina coloca, geralmente, dois requisitos para caracterizar a

    fora maior e o caso fortuito:

    a) necessariedade;

    b) inevitabilidade; e

    c) imprevisibilidade.

    NECESSIDADE: diz respeito ao fato necessrio e causador do

    dano, ou seja, o caso fortuito ou fora maior tem que ser

    suficientes para gerar o dano por si s.

    INEVITABILIDADE: preciso que o dano seja inevitvel, isto

    , no existam meios hbeis de evitar ou impedir os seus

    efeitos.

    IMPREVISIBILIDADE: preciso que o dano seja imprevisvel.

    Clusula de no indenizar

    Apesar de no ser uma causa legal de excluso da

    responsabilidade, a clusula de no indenizar consiste numa

    estipulao prvia pela qual a parte que viria a obrigar-se

    civilmente perante outra, afasta, de acordo com esta, a

    aplicao da lei comum ao seu caso.

    A clusula de no indenizar ou irresponsabilidade no exclui

    o cumprimento da obrigao, mas apenas a sano pelo

    descumprimento.

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    A clusula de no indenizar consiste em afastar, previamente

    e bilateralmente, a aplicao de uma obrigao ao seu caso.

    clusula pela qual uma das partes contratantes declara que no

    ser responsvel por danos emergentes do contrato, seu

    inadimplemento total ou parcial. Trata-se da exonerao

    convencional de reparar o dano.

    A clusula de no indenizar um acordo de vontades pelo qual se

    convenciona que determinada parte no ser responsvel por

    eventuais danos decorrentes de inexecuo ou execuo

    inadequada do contrato. No exclui a responsabilidade, mas apenas

    o dever de indenizar.

    A clusula de no indenizar s ser admitida quando no ferir aordem pblica, visto que essa matria no se encontra no mbito

    de disposio das partes.

    imprescindvel, tambm, a igualdade das partes e a bilateralidade

    quanto ao consentimento de estipulao da clusula.

    A clusula vista com extrema cautela no Direito brasileiro e

    aplicada com bastante restrio. Para saber da validade da clusula

    de irresponsabilidade, deve-se indagar qual a sua abrangncia. H

    de se verificar quando ela no admissvel.

    A clusula no aceita quando o seu contedo destinado a

    exonerar o devedor da responsabilidade em que incorreria em casode dolo ou culpa grave.

    preciso, ainda, que o agente no tenha a inteno de dispensar o

    dolo ou a culpa e que no pretenda afastar obrigao atrelada

    funo.

    Nesse caso, a clusula no pode afastar obrigaes essenciais do

    contratante, pois assim o prprio contrato perderia seu objeto.

    o caso, por exemplo, dos estacionamentos que colocam avisos se

    excluindo da responsabilidade por furtos no veculo; essa clusula

    nula pelo motivo de que se o local dispe de estacionamento para os clientes, deve por consequncia, manter a segurana do veculo.

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    Requisitos para a validade da clusula de irresponsabilidade:

    a) bilateralidade do consentimento;

    b) no-coliso com preceito de ordem pblica; c) igualdade de posio das partes;

    d) inexistncia do escopo de eximir o dolo ou a culpa grave do

    estipulante; e

    e) ausncia da inteno de afastar obrigao inerente funo.

    Responsabilidade Civil

    CONCEITO: responsabilidade civil o conjunto de regras e

    princpios que objetivam a reparao do dano patrimonial e/ou moral; visam a

    compensao do dano extrapatrimonial causados diretamente por agente que

    agiu de forma ilcita ou assumiu o risco da atividade causadora da leso.

    Consiste na obrigao de reparar o dano quando injustamentecausado a outrem. Responsabilidade Civil a obrigao que uma pessoa tem

    de reparar outra, a qual tenha causado algum dano.

    Resulta da ofensa ou violao de direito, derivada de uma conduta

    dolosa ou culposa.

    Revisando o estudo do ato ilcito, a presena do dolo verifica-se

    quando o indivduo tem pleno conhecimento do mal e direto

    propsito de pratic-lo.

    A culpa ocorre quando o indivduo no tem a inteno de causar o dano, porm

    por age com imprudncia, negligncia ou impercia acaba por cometer o dano.

    o caso do motorista que ao dirigir o veculo em alta velocidade atropela oindivduo que estava no ponto do nibus na calcada.

    OBRIGAO DE INDENIZAR

    Responsabilidade Civil: a obrigao de indenizar o dano

    causado a outrem, tanto por dolo como por culpa, sendo que a

    responsabilidade civil independe da responsabilidade criminal, pois

    mesmo que o ato ilcito no seja um crime, no deixar de

    existir a obrigao de indenizar as perdas e os danos.

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    O interesse diretamente lesado o privado. O prejudicado

    poder pleitear ou no de reparao. Esta responsabilidade

    patrimonial, o patrimnio do devedor que responde por suasobrigaes.

    ESPECIES DE RESPONSABILIDADE

    RESPONSABILIDADE CONTRATUAL E EXTRA-CONTRATUAL

    Responsabilidade Contratual: quando uma das partes contratantes descumpre o contrato (NEGOCIO JURIDICO) ou se

    torna inadimplente. quando uma pessoa causa prejuzo a

    outrem por descumprir uma obrigao contratual, um dever

    contratual. Viola diretamente o contrato e indiretamente a lei. O

    inadimplemento contratual acarreta a responsabilidade de

    indenizar as perdas e danos.

    Responsabilidade Extracontratual ou Aquiliana: quando a

    responsabilidade no deriva de contrato, mas de infrao ao

    dever de conduta, um dever legal, imposto genericamente do art.

    186 do CC. quando o agente pratica ato ilcito, violando deveres e

    lesando direitos. NO decorre de descumprimento de contrato. A

    prpria norma jurdica diretamente violada (arts. 186,187 e 927).

    DIFERENAS:

    a) na responsabilidade contratual, o inadimplemento

    presume-se culposo, o credor lesado encontra-se em posio

    mais favorvel, pois s est obrigado a demonstrar que a prestao

    foi descumprida sendo presumida a culpa do inadimplente. Na

    extracontratual, ao lesado incumbe o nus de provar a culpa

    ou dolo do causador do dano;

    b) a contratual tem origem na conveno (acordo), enquanto a

    extracontratual a tem na inobservncia de dever genrico de no lesar outrem (neminem laedere);

    c) a capacidade sofre limitaes no terreno da

    responsabilidade contratual, sendo mais ampla no campo

    extracontratual.

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    PRESSUPOSTOS DA RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL

    a) ao ou omisso: a responsabilidade por derivar de ato prprio,de ato de terceiro que esteja sob a guarda do agente e, ainda, de

    danos causados por coisas e animais que lhe pertenam.

    Para que se configure a responsabilidade por omisso

    necessrio que exista o dever jurdico de praticar

    determinado dano (de no se omitir) e que demonstre que, com

    a sua prtica, o dano poderia ter sido evitado.

    O dever jurdico de no se omitir pode ser imposto por lei ou

    resultar de conveno (dever de guarda, de vigilncia, de

    custdia) e at da criao de alguma situao especial de risco.

    b) culpa ou dolo do agente: para que a vtima obtenha a

    reparao do dano, exige o referido dispositivo legal que prove

    dolo ( a violao deliberada, intencional, do dever jurdico) ou

    culpa stricto sensu (aquiliana) do agente (imprudncia,

    negligncia ou impercia).

    c) relao de causalidade: a relao de causalidade (nexo

    causal ou etiolgico) entre a ao ou omisso do agente e o

    dano verificado. Se houver o dano, mas sua causa no est

    relacionada com o comportamento do agente, inexiste a relao de

    causalidade e, tambm, a obrigao de indenizar.

    As excludentes da responsabilidade civil, como a culpa da vtima e

    o caso fortuito e a fora maior, rompem o nexo de causalidade,

    afastando a responsabilidade do agente.

    ELEMENTOS DA RESPONSABILIDADE CIVIL

    1) Conduta humana;

    2) Nexo de causalidade;

    3) Dano ou prejuzo.

    A culpa, no um elemento obrigatrio da responsabilidade civil,

    uma vez que existe responsabilidade civil sem anlise da culpa.

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    Existem situaes de responsabilidade civil sem culpa.

    1 ELEMENTO: CONDUTA HUMANA:

    A conduta humana, primeiro elemento da responsabilidade civil,

    traduz o comportamento humano positivo ou negativo, voluntrio e

    consciente, causador do resultado danoso.

    2 ELEMENTO: NEXO DE CAUSALIDADE

    H trs teorias explicativas do nexo de causalidade:

    a) Teoria da equivalncia de condies ou conditios

    si nequan on;

    b) Teoria da causalidade adequada;

    c) Teoria da Causalidade Direta e Imediata.

    Teoria da equivalncia de condies ou condition sinequanon:

    no h diferena entre os antecedentes de um resultado danoso:

    tudo aquilo que concorresse para o resultado seria considerado

    causa (todos os antecedente que concorram para o resultado so

    considerados causa (nesse sentido haveria uma espiral infinita,

    onde o marceneiro que fez a cama seria culpado pelo adultrio).

    Teoria da causalidade adequada: Para esta segunda teoria,

    causa apenas o antecedente que , segundo um juzo abstrato de

    probabilidade, seja apto ou idneo a determinar o resultado danoso(para esta teoria causa no qualquer condio anterior, somente

    aquela adequada a produo de um resultado apenas aquela

    que for mais apropriada a determinar o resultado o intrprete

    teria que abstratamente analisar qual seria aquela mais

    adequada a determinar o evento danoso). o exemplo

    Teoria da Causalidade Direta e Imediata: Para esta terceira

    teoria, mais objetiva do que as anteriores, causa o antecedente

    que determina o resultado danoso, como consequncia sua, direta e

    imediata.

    Art. 403. Ainda que a inexecuo resulte de dolo do devedor, asperdas e danos s incluem os prejuzos efetivos e os lucros

    cessantes por efeito dela direto e imediato, sem prejuzo do

    disposto na lei processual.

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    3 ELEMENTO: O DANO

    Nem todo dano indenizvel, ou seja, nem todo dano geraresponsabilidade civil.

    CONCEITO: Dano traduz a leso a um interesse jurdico tutelado,

    patrimonial ou moral.

    Dano reflexo ou em ricochete: Dano reflexo aquele que atinge

    a vtima indireta, ligada vtima direta da atuao ilcita (como se

    fosse um dano que ricocheteia para vtima indireta). a indenizao

    aos familiares da vtima de acidente de trnsito. Jos matou Pedro.

    Mas Pedro tem um filho Matias que reflexamente sofreu um dano

    Dano In re ipsa: Esta expresso remete-nos ideia do dano quepela sua gravidade ou reiterao, dispensa prova em juzo.

    o exemplo da inscrio devida em cadastro de inadimplentes, que

    no depende de prova; ningum precisa provar nada em juzo, no

    precisa provar que existe uma dor.

    RESPONSABILIDADE SUBJETIVA E OBJETIVA

    Teoria sobre a reparao do dano (Direito Civil):

    RESPONSABILIDADE SUBJETIVA: h obrigao de indenizar

    sempre que se prova a culpa do agente.

    A regra no direito Civil a responsabilidade subjetiva estampara no

    art. 186 do CC. A regra no Direito Administrativo a

    responsabilidade objetiva art. 37, pargrafo sexto da CF.

    Art. 186. Aquele que, por ao ou omisso voluntria,

    negligncia ou imprudncia, violar direito e causar dano a

    outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilcito.

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    Do art. 186 se estrai seus elementos ou requisitos:

    CAUSA EFEITO

    Teoria Subjetiva (Aquiliana):

    Requisitos ou ELEMENTOS:

    a) ao ou omisso (negligncia);

    b) dano ou prejuzo;

    c) Nexo de Causalidade; d) Dolo ou Culpa (necessria comprovao);

    Dolo - comete o Dolo quem pratica um ato ou assume o risco de

    praticar tal ato. realizado por vontade prpria e consciente de

    praticar um ato ilcito;

    Conduta Dolosa - Ex.: uma pessoa inabilitada p/ prtica de

    medicina (estudante de medicina) realiza uma cirurgia sem Ter

    condies para tal.

    Culpa - ausncia do dever de cuidado objetivo, caracterizado pela

    imprudncia, negligncia ou impercia. o desvio padro do Homem Mdio.

    Ex.: O dito Homem Mdio procura, ao dirigir um automvel, no atropelar os pedestres e respeitar os sinais de trnsito.

    AO/OMISSO NEXO DE

    CAUSALIDADE DANO

    RESPONSABILIDADE

    CIVIL

    CULPA ou DOLO

    RESPONSABILIDADE

    CIVIL: INDENIZAO

    POR PERDAS E

    DANOS

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    Imprudncia: (conduta ativa) quando ele trafega em altavelocidade em uma via pblica;

    Negligncia: (conduta passiva) quando ele no toma cuidadosde manuteno com seu veculo;

    Impercia: Falta de habilidade tcnica.

    A responsabilidade subjetiva est atrelada noo de conduta

    culposa do agente causador do dano, no que se aplicam todas as

    consideraes acima sobre os elementos que devem ser reunidos

    para a configurao da responsabilidade. Assim, no regime da

    responsabilidade subjetiva, a vtima dever provar que o agente do

    dano agiu com culpa, o nexo causal existente entre a conduta do

    agente e o dano causado, e, finalmente, o dano efetivamente ocorrido.

    RESPONSABILIDADE OBJETIVA: h obrigao de indenizar,

    independentemente da prova de culpa do responsvel. Na

    responsabilidade objetiva NO SE EXIGE A PROVA DA CULPA

    PORQUE A RESPONSABILIDADE, O DEVER DE INDENIZAR DECORRE

    DE LEI.

    Ex.: a responsabilidade da empresa pelos danos causados

    clientela, em atos praticados por empregado no exerccio da funo

    ou em razo do servio. Nesse caso, a empresa responsvel pelo

    dano, mas poder ter direito de regresso contra o empregado seeste for culpado.

    Tambm como exemplo clssico da responsabilidade objetiva o

    abuso de direito art. 187. No abuso de direito a lei atribui a

    responsabilidade e, portanto, o dever de indenizar, quele que ao

    exercer seu direito, extrapola-o e causa dano a outrem. Aqui no se

    exige que pratique a ao com culpa; ao contrrio, independe de

    culpa.

    Outro exemplo a responsabilidade da administrao pblica que

    objetiva, independente de culpa: CF, art, 37, 6. As pessoas

    jurdicas de direito pblico e as de direito privado prestadoras de servios pblicos respondero pelos danos que seus agentes, nessa

    qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso

    contra o responsvel nos casos de dolo ou culpa.

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    REQUISITOS OU ELEMENTOS DA RESPONSABILIDADE OBJETIVA:

    CAUSA EFEITO

    Requisitos ou ELEMENTOS:

    a) ao ou omisso;

    b) dano ou prejuzo;

    c) Nexo Causal;

    Fundamento Jurdico: As pessoas jurdicas de direito pblico e as

    de direito privado prestadoras de servios pblicos RESPONDERO

    pelos DANOS que seus AGENTES (funcionrios), em trabalho,

    causarem a terceiros, assegurado o DIREITO DE REGRESSO

    contra o responsvel nos casos de dolo ou culpa.

    A responsabilidade civil objetiva prescinde da prova da conduta

    culposa do agente. Para gerar o direito indenizao, basta

    vtima provar o nexo causal e o dano sofrido. Se fosse compelida a

    vtima a provar a culpa do agente em numerosas situaes,

    terminar-se-ia por gerar verdadeiras injustias, dada a dificuldade

    que a produo dessa prova poderia acarretar.

    AO/OMISSO NEXO DE

    CAUSALIDADE DANO

    RESPONSABILIDADE

    CIVIL

    Independe de CULPA

    RESPONSABILIDADE

    CIVIL: INDENIZAO

    POR PERDAS E

    DANOS

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    Teoria do Risco Administrativo: quando presente os trs

    requisitos (imprudncia, negligncia ou impercia), o Estado tem

    que indenizar a vtima; contudo pode demonstrar caso fortuito (oufora maior) o culpa exclusiva da vtima.

    Teoria do Risco Integral: quando presente os trs requisitos

    (imprudncia, negligncia ou impercia), a vtima deve ser

    indenizada pelo causador . Nesse caso, o risco o fator

    preponderante da existncia do lucro. Ex.: as atividades

    seguradoras.

    Da Responsabilidade Civil

    Da Obrigao de Indenizar

    Art. 927. Aquele que, por ato ilcito (arts. 186 e 187), causar

    dano a outrem, fica obrigado a repar-lo.

    Responsabilidade Objetiva decorre de: Pargrafo nico.

    Haver obrigao de reparar o dano, independentemente de

    culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade

    normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por

    sua natureza, risco para os direitos de outrem.

    Responsabilidade do INCAPAZ: Art. 928. O incapaz responde

    pelos prejuzos que causar, (SOMENTE) se as pessoas por ele

    responsveis no tiverem obrigao de faz-lo ou no

    dispuserem de meios suficientes.

    Responsabilidade

    Objetiva Atividade normalmente

    desenvolvida pelo autor

    do dano implicar, por

    sua natureza, risco para

    os direitos de outrem.

    Lei (dispe que no caso

    X a responsabilidade objetiva).

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    Pargrafo nico. A indenizao prevista neste artigo, que dever

    ser equitativa, no ter lugar se privar do necessrio o incapaz

    ou as pessoas que dele dependem.

    Art. 929. Se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, no caso do inciso

    II do art. 188, no forem culpados do perigo, assistir-lhes- direito

    indenizao do prejuzo que sofreram.

    Art. 930. No caso do inciso II do art. 188, se o perigo ocorrer por

    culpa de terceiro, contra este ter o autor do dano ao regressiva

    para haver a importncia que tiver ressarcido ao lesado.

    Pargrafo nico. A mesma ao competir contra aquele em

    defesa de quem se causou o dano (art. 188, inciso I).

    Responsabilidade dos Empresrios e Empresas = OBJETIVA:

    Art. 931. Ressalvados outros casos previstos em lei especial, os

    empresrios individuais e as empresas respondem

    independentemente de culpa pelos danos causados pelos

    produtos postos em circulao.

    Responsabilidade Objetiva e Solidria: Art. 932. So tambm

    responsveis pela reparao civil:

    I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e

    em sua companhia;

    II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharemnas mesmas condies;

    III - o empregador ou comitente, por seus empregados,

    serviais e prepostos, no exerccio do trabalho que lhes

    competir, ou em razo dele;

    IV - os donos de hotis, hospedarias, casas ou estabelecimentos

    onde se albergue por dinheiro, mesmo para fins de educao, pelos

    seus hspedes, moradores e educandos;

    V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do

    crime, at a concorrente quantia.

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    RESPONSABILIDADE OBJETIVA: Art. 933. As pessoas

    indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que

    no haja culpa de sua parte, respondero pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos.

    Art. 934. Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode

    reaver o que houver pago daquele por quem pagou, salvo se o

    causador do dano for descendente seu, absoluta ou relativamente

    incapaz.

    Art. 935. A responsabilidade civil independente da criminal,

    no se podendo questionar mais sobre a existncia do fato,

    ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questes se

    acharem decididas no juzo criminal.

    Responsabilidade do Dono de Animal: Art. 936. O dono, ou

    detentor, do animal ressarcir o dano por este causado, se no

    provar culpa da vtima ou fora maior.

    Responsabilidade do dono de edifcio ou construo: Art.

    937. O dono de edifcio ou construo responde pelos danos que

    resultarem de sua runa, se esta provier de falta de reparos, cuja

    necessidade fosse manifesta.

    Responsabilidade por coisas lanadas: Art. 938. Aquele que

    habitar prdio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das

    coisas que dele carem ou forem lanadas em lugar indevido.

    Responsabilidade do Credor: Art. 939. O credor que

    demandar o devedor antes de vencida a dvida, fora dos casos

    em que a lei o permita, ficar obrigado a esperar o tempo que

    faltava para o vencimento, a descontar os juros

    correspondentes, embora estipulados, e a pagar as custas

    em dobro.

    Art. 940. Aquele que demandar por dvida j paga, no todo ou

    em parte, sem ressalvar as quantias recebidas ou pedir mais do

    que for devido, ficar obrigado a pagar ao devedor, no

    primeiro caso, o dobro do que houver cobrado e, no segundo,

    o equivalente do que dele exigir, salvo se houver prescrio.

    Art. 941. As penas previstas nos arts. 939 e 940 no se

    aplicaro quando o autor desistir da ao antes de

    contestada a lide, salvo ao ru o direito de haver indenizao por

    algum prejuzo que prove ter sofrido.

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    Art. 942. Os bens do responsvel pela ofensa ou violao do

    direito de outrem ficam sujeitos reparao do dano

    causado; e, se a ofensa tiver mais de um autor, todosrespondero solidariamente pela reparao.

    Pargrafo nico. So solidariamente responsveis com os

    autores os coautores e as pessoas designadas no art. 932.

    Art. 943. O direito de exigir reparao e a obrigao de

    prest-la transmitem-se com a herana.

    DA INDENIZAO

    Art. 944. A indenizao mede-se pela extenso do dano.

    Pargrafo nico. Se houver excessiva desproporo entre a

    gravidade da culpa e o dano, poder o juiz reduzir, equitativamente,

    a indenizao.

    Art. 945. Se a vtima tiver concorrido culposamente para o evento

    danoso, a sua indenizao ser fixada tendo-se em conta a

    gravidade de sua culpa em confronto com a do autor do dano.

    Art. 946. Se a obrigao for indeterminada, e no houver na lei ou

    no contrato disposio fixando a indenizao devida pelo

    inadimplente, apurar-se- o valor das perdas e danos na forma que

    a lei processual determinar.

    Art. 947. Se o devedor no puder cumprir a prestao na espcie

    ajustada, substituir-se- pelo seu valor, em moeda corrente.

    Art. 948. No caso de homicdio, a indenizao consiste, sem excluir

    outras reparaes:

    I - no pagamento das despesas com o tratamento da vtima, seu

    funeral e o luto da famlia;

    II - na prestao de alimentos s pessoas a quem o morto os devia,

    levando-se em conta a durao provvel da vida da vtima.

    Art. 949. No caso de leso ou outra ofensa sade, o ofensor

    indenizar o ofendido das despesas do tratamento e dos lucros

    cessantes at ao fim da convalescena, alm de algum outro

    prejuzo que o ofendido prove haver sofrido.

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    Art. 950. Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido no

    possa exercer o seu ofcio ou profisso, ou se lhe diminua a

    capacidade de trabalho, a indenizao, alm das despesas dotratamento e lucros cessantes at ao fim da convalescena, incluir

    penso correspondente importncia do trabalho para que se

    inabilitou, ou da depreciao que ele sofreu.

    Pargrafo nico. O prejudicado, se preferir, poder exigir que a

    indenizao seja arbitrada e paga de uma s vez.

    Art. 951. O disposto nos arts. 948, 949 e 950 aplica-se ainda no

    caso de indenizao devida por aquele que, no exerccio de

    atividade profissional, por negligncia, imprudncia ou impercia,

    causar a morte do paciente, agravar-lhe o mal, causar-lhe leso, ou

    inabilit-lo para o trabalho.

    Art. 952. Havendo usurpao ou esbulho do alheio, alm da

    restituio da coisa, a indenizao consistir em pagar o valor das

    suas deterioraes e o devido a ttulo de lucros cessantes; faltando

    a coisa, dever-se- reembolsar o seu equivalente ao prejudicado.

    Pargrafo nico. Para se restituir o equivalente, quando no

    exista a prpria coisa, estimar-se- ela pelo seu preo ordinrio e

    pelo de afeio, contanto que este no se avantaje quele.

    Art. 953. A indenizao por injria, difamao ou calnia consistir

    na reparao do dano que delas resulte ao ofendido.

    Pargrafo nico. Se o ofendido no puder provar prejuzo

    material, caber ao juiz fixar, equitativamente, o valor da

    indenizao, na conformidade das circunstncias do caso.

    Art. 954. A indenizao por ofensa liberdade pessoal consistir

    no pagamento das perdas e danos que sobrevierem ao ofendido, e

    se este no puder provar prejuzo, tem aplicao o disposto no

    pargrafo nico do artigo antecedente.

    Pargrafo nico. Consideram-se ofensivos da liberdade pessoal:

    I - o crcere privado;

    II - a priso por queixa ou denncia falsa e de m-f; III - a priso ilegal.

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    QUESTES

    Questo 01. CESPE - 2012 - TC-DF - Auditor de Controle ExternoNo que se refere aos atos ilcitos e transmisso das obrigaes,

    julgue os itens subsequentes de acordo com as disposies

    constantes do Cdigo Civil brasileiro. Se violarem direito e

    causarem dano a outrem, tanto a ao quanto a omisso

    voluntria, ou mesmo involuntria, implicam prtica de ato ilcito.

    Comentrios: Art. 186. Aquele que, por ao ou omisso voluntria,

    negligncia ou imprudncia, violar direito e causar dano a outrem,

    ainda que exclusivamente moral, comete ato ilcito.

    FATO JURDICO: UM FATO QUE INTERESSA AO DIREITO.

    ATO JURDICO "LATU SENSU": FATO JURDICO COM ELEMENTO VOLUTIVO (VONTADE) E CONTEDO LCITO.

    NEGCIO JURDICO: UM ATO JURDICO EM QUE H

    COMPOSIO DE INTERESSES DAS PARTES COM FINALIDADE

    ESPECFICA.

    ATO JURDICO "STRICTO SENSU": UM ATO JURDICO EM QUE

    OS EFEITOS SO MERAMENTE LEGAIS.

    Gabarito: errado

    Questo 02. CESPE - 2011 - TRF - 5 REGIO - Juiz A respeito do

    abuso de direito, assinale a opo correta.

    a) O venire contra factum proprium no se configura ante

    comportamento omissivo.

    b) A supressio pode coexistir com os prazos legais da decadncia. c) Na surrectio, o exerccio continuado de uma situao jurdica

    implica nova fonte de direito subjetivo, desde que no contrarie o

    ordenamento.

    d) A configurao do abuso de direito exige o elemento subjetivo.

    e) De acordo com o STJ, a teoria dos atos prprios no se aplica ao

    poder pblico.

    Comentrios:

    Alternativa a - Venire contra factum proprium a sequncia de

    dois comportamentos que se mostram contraditrios entre si e que

    so independentes um do outro, cada um deles podendo ser

    omissivo ou comissivo e podendo repercutir na esfera jurdica alheia. O venire consectrio natural da represso ao abuso de

    direito. Pois, aquele que desperta a confiana em outrem sobre um

    determinado comportamento no pode agir de forma diversa da que

    afirmou que faria. A alternativa A est errada porque o venire

    contra factum proprium se configura perfeitamente perante um

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    comportamento omissivo. um comportamento contraditrio,

    incoerente.

    Alternativa B - Correta. Antes de entender a questo preciso terem mente o conceito de decadncia. A decadncia a perda do

    prprio direito (potestativo) pelo seu no exerccio em determinado

    prazo, quando a lei estabelecer lapso temporal para tanto. A

    supresssio nada mais do que uma supresso, uma perda, de

    determinada faculdade jurdica pelo decurso do tempo. O exerccio

    de determinadas situaes jurdicas por seu retardamento, omisso,

    faz surgir para outra pessoa uma expectativa. Perfeitamente, por

    isso, a supressio pode coexistir com os prazos legais de decadncia.

    Um perde e o outro ganha.

    Letra C errada: Diferente da supressio, a surrectio no considerada um ato ilcito. sim, uma fonte de direito subjetivo. Como bem conceitua Nelson Rosenvald, a surrectio se constitui

    como o "exerccio continuado de uma situao jurdica ao arrepio do

    convencionado, ou do ordenamento que implica em nova fonte de

    direito subjetivo, estabilizando-se tal situao para o futuro.

    Verifica-se, portanto, que a surrectio no vista pelo lado do titular

    do direito que o exerce abusivamente, mas sim, pela parte que

    atuou de boa-f e se beneficiou por uma situao continuada,

    decorrente do ato ilcito de outrem.

    Letra D errada: Enquanto o art. 186, ao regular o ato ilcito strictusensu, exige, para sua configurao, a presena de elemento

    subjetivo(culpa) e mesmo do dano; o art. 187, ao dispor sobre oato ilcito na modalidade abuso de direito, pautou-se por critrios

    objetivos, cumprindo ao operador do direito aferir, no caso

    concreto, a presena de seuselementos.

    Assim, o abuso de direito, previsto no art. 187, vem a ser espcie

    do gnero ato ilcito (latu sensu), este ltimo previsto no art. 186,

    ambos do CC/02, porm cada qual dotado de pressupostos e

    elementos prprios.

    Gabarito: b

    Questo 03. CESPE - 2012 - TRE-RJ - Analista Judicirio - rea

    Judiciria Com relao a direito civil, Estatuto do Idoso, Estatuto da

    Criana e do Adolescente e Cdigo de Defesa do Consumidor, julgue os itens a seguir. A responsabilidade civil decorrente do abuso de

    direito independe da culpa, sendo a indenizao medida pela

    extenso do dano.

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    Comentrios: Art. 187. Tambm comete ato ilcito o titular de um

    direito que, ao exerc-lo, excede manifestamente os limites

    impostos pelo seu fim econmico ou social, pela boa-f ou pelos

    bons costumes. (Abuso de Direito).

    Art. 944. A indenizao mede-se pela extenso do dano.

    A responsabilidade civil decorrente do abuso do direito independe

    de culpa e fundamenta-se somente no critrio objetivo-finalstico.

    Gabarito: correto

    Questo 04. CESPE - 2012 - TRE-RJ - Analista Judicirio - rea

    Administrativa A responsabilidade civil no depende de apurao na

    esfera criminal.

    Comentrios: ART. 935, A responsabilidade civil

    independente da criminal (NO DEPENDE DA ESFERA CRIMINAL), no se podendo questionar mais sobre a existncia do

    fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questes se

    acharem decididas no juzo criminal.

    Gabarito: correto

    Questo 05. CESPE - 2012 - TJ-AL - Analista Judicirio - rea

    Judiciria A respeito de responsabilidade civil, assinale a opo

    correta.

    a) O menor de dezoito anos de idade responde pelo prejuzo a que

    der causa, mesmo que, para isso, tenha de entregar a totalidade de

    seus bens.

    b) Considere que Pedro tenha sido emancipado por seus pais logo

    aps ter atropelado Joana, que faleceu em decorrncia doatropelamento. Nessa situao, os pais de Pedro no respondem

    solidariamente pelos atos por ele praticados.

    c) A indenizao mede-se sempre pela extenso do dano causado.

    d) Considere que Miguel, menor emancipado voluntariamente pelos

    pais, dirigia o carro de Joo quando colidiu com o porto da casa de

    Maria. Nessa situao, so solidariamente obrigados a reparar os

    danos causados a Maria o menor, seus pais e o proprietrio do

    veculo.

    e) Para que aquele que praticou ato ilcito esteja obrigado a reparar

    o dano, basta que seja demonstrado o dolo.

    Comentrios: Art. 932. So tambm responsveis pela reparaocivil:

    I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e

    em sua companhia;

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    Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo

    antecedente, ainda que no haja culpa de sua parte, respondero

    pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos.

    Letra A Errada: Deve-se ter em vista o princpio da reparaoplena, antes analisado, de modo que os incapazes devem ser

    solidariamente responsveis, como estabelece o art. 942, sem que

    a responsabilidade patrimonial seja hierarquizada nestes casos. No

    entanto, a preservao dos meios indispensveis subsistncia do

    incapaz deve ocorrer, regra esta ser inserida no art. 942.

    c) A indenizao mede-se sempre pela extenso do dano causado.

    O erro da letra "c" est no "sempre" , pois o artigo 945 que trata da

    culpa concorrente mitiga o princpio da reparao integral.

    Item D - Muito embora a responsabilidade seja solidria, Joo s

    responder civilmente se provado o dolo ou culpa, vez que sua

    responsabilidade subjetiva. Gabarito: d

    Questo 06. (CESPE/ 2011/TRF/5 REGIO/ Juiz) A respeito do

    abuso de direito, assinale a opo correta.

    a) O venire contra factum proprium no se configura ante

    comportamento omissivo.

    b) A supressio pode coexistir com os prazos legais da

    decadncia.

    c) Na surrectio, o exerccio continuado de uma situao jurdica

    implica nova fonte de direito subjetivo, desde que no contrarie o

    ordenamento.

    d) A configurao do abuso de direito exige o elemento

    subjetivo. e) De acordo com o STJ, a teoria dos atos prprios no se aplica ao

    poder pblico.

    Comentrios:

    Nos contratos a boa-f se materializa nos institutos:

    a) supressio (perda de um direito pelo seu no exerccio no

    tempo);

    b) surrectio (surgimento do direito pelo costume);

    c) duty to mitigate the loss (credor no pode aumentar seu

    prprio prejuzo);

    d) venire contra factum proprium (ningum pode se benificiar de

    sua prpria torpeza); e) exceptio non adimplente contractus (exceo de contrato no

    cumprido).

    A boa-f objetiva foi consagrada pelo CC de 2002, prevalecendo

    modernamente sobre o carter objetivo do pacta sunt servanda.

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    Analisando o art. 187, conclui-se no ser imprescindvel, pois para o

    reconhecimento da teoria do abuso de direito, que o agente tenha a

    inteno de causar prejudicar a terceiro, bastando que excedamanifestamente os limites impostos pela finalidade econmica ou

    social, pela boa-f ou pelos bons costumes.

    A teoria do abuso de direito ganhou inegvel importncia. Sua

    relevncia, fez com que outros institutos correlatos tambm

    chamassem a ateno dos juristas, a exemplo da supressio,

    situao indicativa de abuso que se caracteriza quando o titular de

    um direito, no o tendo exercido oportunamente, pretende faz-lo,

    no mais podendo, por quebra da boa-f objetiva (no confundir

    com a surrectio, hiptese em que o exerccio continuado de uma

    dada situao ou a prtica de determinado comportamento

    contrrio ordem jurdica culmina por constituir um direito em favor do agente - ex.: utilizao da rea comum em condomnio.

    De fato, a funo social do contrato, afasta o venire contra factum

    proprium, evitando a surpresa e valorizando a confiana entre os

    contratantes.

    Assim, enquanto a supressio vem de uma omisso reiterada, a

    surrectio advm de uma ao usual no contraditada, que podem

    gerar uma legtima expectativa na parte, no sentido de que o

    contratante continuar agindo como "sempre agiu", embora o pacto

    inicial no tenha sido aprioristicamente observado.

    Requisitos para a consumao da prescrio e, no que couber dadecadncia:

    1. existncia de direito exercitvel;

    2. inrcia do titular pelo no-exerccio;

    3. continuidade da inrcia por certo tempo;

    4. ausncia de fato ou ato impeditivo, suspensivo ou interruptivo do

    curso da prescrio - requisito aplicvel decadncia

    excepcionalmente, somente por previso legal especfica.

    Tanto a supressio, quanto a decadncia so excelentes alegaes

    de defesa em face da omisso, j que o direito no socorre a quem

    dorme.

    A supressio refere-se ao fenmeno da supresso dedeterminadas relaes jurdicas pelo decurso do tempo.

    surrectio o fenmeno inverso, ou seja, o surgimento de umaprtica de usos e costumes locais. Assim, tanto a supressio como

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    a surrectio consagram formas perda e aquisio de direito pelo decurso do tempo.

    Encontra-se exemplo de supressio e surrectio no art. 330 do Cdigo Civil, ao dispor que se o devedor efetuar, reiteradamente o

    pagamento da prestao em lugar diverso do estipulado no negcio

    jurdico, h presuno juris tantum de que o credor a ele renunciou, baseado no princpio da boa-f objetiva e nessas formas

    de aquisio e perda de direito pelo decurso do tempo.

    Consequentemente, se o devedor efetuar o pagamento em local

    diverso do previsto no contrato, de forma reiterada, surge o direito

    subjetivo de assim continuar fazendo-o surrectio e o credorno poder contrari-lo, pois houve a perda do direito supressio, desde que, com observncia do venire contra factum proprium no potest.

    O venire contra factum proprium uma vedao decorrentedo princpio da confiana. Trata-se de um tipo de ato abusivo de

    direito. Referida vedao assegura a manuteno da situao de

    confiana legitimamente criada nas relaes jurdicas contratuais,

    onde no se admite a adoo de condutas contraditrias.

    Trata-se de por meio do qual se veda que se aja em determinado

    momento de uma certa maneira e, ulteriormente, adote-se um

    comportamento que frustra, vai contra aquela conduta tomada em

    primeiro lugar.

    O venire contra factum proprium no potest significa a proibio de ir contra fatos prprios j praticados.

    Alternativa a - incorreta. O venire contra factum proprium

    pode derivar de um comportamento comissivo ou omissivo.

    Diferente da supressio, a surrectio no considerada um ato ilcito.

    sim, uma fonte de direito subjetivo. Como bem conceitua Nelson

    Rosenvald, a surrectio se constitui como o "exerccio continuado de

    uma situao jurdica ao arrepio do convencionado, ou do

    ordenamento que implica em nova fonte de direito subjetivo,

    estabilizando-se tal situao para o futuro" (2007, p. 139). Verifica-

    se, portanto, que a surrectio no vista pelo lado do titular do direito que o exerce abusivamente, mas sim, pela parte que atuou

    de boa-f e se beneficiou por uma situao continuada, decorrente

    do ato ilcito de outrem.

    Letra D errada: Enquanto o art. 186, do CC/02, ao regular o ato

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    ilcito strictu sensu, exige, para sua configurao, a presena de

    elemento subjetivo(culpa) e mesmo do dano; o art. 187, ao dispor

    sobre o ato ilcito na modalidade abuso de direito, pautou-se por

    critrios objetivos, cumprindo ao operador do direito aferir, no casoconcreto, a presena de seuselementos.

    Assim, o abuso de direito, previsto no art. 187, vem a ser espcie

    do gnero ato ilcito (latu sensu), este ltimo previsto no art. 186,

    ambos do CC/02, porm cada qual dotado de pressupostos e

    elementos prprios.

    Gabarito: b

    Questo 07. (CESPE Analista MPU/2010) Comete ato ilcito omdico que, por negligncia, deixe de atender um paciente e este,

    em razo desse fato, tenha de sofrer amputao de membro.

    Comentrios: O art. 186 do Cdigo Civil estabelece que aquele que,

    por ao ou omisso voluntria, negligncia ou imprudncia, violar

    direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral,

    comete ato ilcito.

    Gabarito: correto

    Questo 08. (CESPE EXAME DE ORDEM 137 OAB-SP/2008) Atoilcito oque se pratica de acordo com a ordem jurdica, mas que

    viola direito subjetivo individual, apto a causar dano material ou

    moral a outrem.

    Comentrios: Ato ilcito o que se pratica contra a ordem jurdica,

    violando direito (art. 186 do CC). Gabarito: errado

    Questo 09. (CESPE Agente Administrativo AGU/2010) O titularde um direito que, ao exerc-lo, exceda manifestamente os limites

    impostos pelo seu fim econmico ou social, pela boa-f ou pelos

    bons costumes cometer um ato ilcito.

    Comentrios: O art. 187 do Cdigo Civil dispe que comete ato

    ilcito o titular de um direito que, ao exerc-lo, excede

    manifestamente os limites impostos pelo seu fim econmico ou

    social, pela boa-f ou pelos bons costumes.

    Gabarito: correto

    Questo 10. (CESPE Analista judicirio TRT-RN/2007) O abuso dedireito enseja responsabilidade civil, sendo suficiente, para que o

    sujeito possa ser responsabilizado civilmente, que haja provas da

    inteno de prejudicar terceiro.

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    Comentrios: A doutrina majoritria considera o abuso de direito

    com natureza objetiva, ou seja, sua responsabilidade independe de

    culpa. Vale lembrar que o abuso de direito um ato ilcito (art.187).Gabarito: errado

    Questo 11. (CESPE Juiz Federal TRF - 5 Regio/2011) Aconfigurao do abuso de direito exige o elemento subjetivo.

    Comentrios: A doutrina majoritria considera o abuso de direito

    com natureza objetiva, ou seja, sua responsabilidade independe de

    culpa. Vale lembrar que o abuso de direito um ato ilcito (art.187

    do CC).

    Gabarito: errado

    Questo 12. (CESPE Advogado FUNDAC-PB/2008) Segundodispe o Cdigo Civil vigente, comete ato ilcito o titular de um

    direito que, ao exerc-lo, excede manifestamente os limites

    impostos pelo seu fim econmico ou social, pela boa-f ou pelos

    costumes. Assim, para tipificar o abuso de direito, ser

    imprescindvel a prova de que o agente agiu culposamente.

    Comentrios: A doutrina majoritria considera o abuso de direito

    com natureza objetiva, ou seja, sua responsabilidade independe de

    culpa. Vale lembrar que o abuso de direito um ato ilcito (art.187

    do CC).

    Gabarito: errado

    Questo 13. (CESPE Procurador do estado PGE-PI/2008) O abusode direito, que uma das fontes de obrigaes, caracteriza-se no

    pela incidncia da violao formal a direito, mas pela extrapolao

    dos limites impostos pelo ordenamento jurdico para o seu

    exerccio.

    Comentrios: O abuso de direito est previsto no art. 187 do Cdigo

    Civil, que prev que tambm comete ato ilcito o titular deum direito

    que, ao exerc-lo, excede manifestamente os limites

    impostos pelo seu fim econmico ou social, pela boa-f ou pelos

    bons costumes.

    Gabarito: correto

    Questo 14. (CESPE servidor nvel IV Direito MC/2008)Suponha que, em circunstncia de perigo iminente, Pedro destruiu

    coisa alheia. Sabe-se que as circunstncias tornaram absolutamente

    necessria a destruio da coisa, e que Pedro no excedeu os

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    limites do indispensvel para a remoo do perigo. A situao

    apresentada no constitui ato ilcito.

    Comentrios: Segundo o art. 188 do Cdigo Civil, no constituematos ilcitos a deteriorao ou destruio da coisa alheia a fim de

    remover perigo iminente. Nesse caso, nos termos do pargrafo

    nico desse artigo, o ato ser legtimo somente quando as

    circunstncias o tornarem absolutamente necessrio, no

    excedendo os limites do indispensvel para a remoo do perigo.

    Gabarito: correto

    Questo 15. (CESPE - Analista judicirio - TJ-ES/2011) Cometer ato

    ilcito por abuso de direito o motorista de ambulncia que,

    trafegando em situao de emergncia e, portanto, com a sirene

    ligada, ultrapassar semforo fechado e abalroar veculo de

    particular que, sem justificativa, deixe de lhe dar passagem.

    Comentrios: Essa situao configura exerccio regular de um

    direito reconhecido, que, segundo o art. 188, I do CC, no constitui

    ato ilcito.

    Gabarito: errado

    Questo 16. (CESPE EXAME DE ORDEM 137 OAB-SP/2008) Todoato lesivo classificado como ato ilcito.

    Comentrios: Existem atos lesivos que no so ilcitos, como os

    praticados em legtima defesa ou no exerccio regular de um direito

    reconhecido (art. 188, I) e a deteriorao ou destruio da coisa

    alheia, ou a leso a pessoa, a fim de remover perigo iminente (art.188, II).

    Gabarito: errado

    Questo 17. (CESPE Especialista ANS/2005) Para livrar-se deperigo iminente, Pedro destruiu bem pertencente a Caio. Conforme

    laudo pericial oficial, ficou comprovado que as circunstncias

    haviam tomado absolutamente necessria a destruio do bem de

    Caio. Sabe-se que Pedro no excedeu os limites do indispensvel

    para a remoo do perigo, mas, ainda assim, causou dano ao bem

    pertencente a Caio, comprovado por meio de percia. certo

    tambm que Caio no foi culpado do perigo. Considerando a

    situao hipottica acima, Pedro, apesar de ter destrudo coisa alheia, no praticou ato ilcito, uma vez que no foi alm do limite

    indispensvel remoo do perigo.

    Comentrios: Segundo o art. 188, no constituem atos ilcitos a

    deteriorao ou destruio da coisa alheia a fim de remover perigo

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    iminente. Nesse caso, nos termos do pargrafo nico desse artigo,

    o ato ser legtimo somente quando as circunstncias o tornarem

    absolutamente necessrio, no excedendo os limites do

    indispensvel para a remoo do perigo. Gabarito: correto

    Questo 18. (CESPE - Procurador Municpio de Boa Vista-RR/2010)A destruio de coisa alheia a fim de remover perigo iminente no

    constitui ato ilcito civil, sobretudo se as circunstncias a tornarem

    absolutamente necessria, e o agente no exceder os limites do

    indispensvel para a remoo do perigo.

    Comentrios: De acordo com o art. 188, II e pargrafo nico do

    Cdigo Civil, no constitui ato ilcito a deteriorao ou destruio da

    coisa alheia, a fim de remover perigo iminente quando as

    circunstncias o tornarem absolutamente necessrio, no excedendo os limites do indispensvel para a remoo do perigo.

    Gabarito: correto

    Questo 19. (CESPE Tcnico Judicirio TRT-ES/2009) Poderhaver anulao do negcio jurdico se o devedor insolvente doar

    imvel do seu patrimnio a um irmo seu.

    Comentrios: De acordo com o art. 197, do Cdigo Civil, os

    negcios de transmisso gratuita de bens ou remisso de dvida,

    se os praticar o devedor j insolvente, ou por eles reduzido

    insolvncia, ainda quando o ignore, podero ser anulados pelos

    credores quirografrios, como lesivos dos seus direitos. Trata-se de

    fraude contra credores. Alm disso, de acordo com o art. 171, II, anulvel o negcio jurdico por vcio resultante defraude contra

    credores.

    Gabarito: correto

    Questo 20. (CESPE Analista MPU/2010) Considere que, em umacarreata, ocorra coliso entre trs veculos. Nessa situao,

    estabelece-se, entre os proprietrios dos bens envolvidos, relao

    jurdica extracontratual.

    Comentrios: No caso em epgrafe, no h contrato entre as partes

    envolvidas e sim uma relao jurdica extracontratual, que nada

    mais do que a observncia de normas gerais de conduta, de preceitos legais.

    Gabarito: correto

    Questo 21. (CESPE Defensor DPU/2010) A proibio decomportamento contraditrio aplicvel ao direito brasileiro como

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    modalidade do abuso de direito e pode derivar de comportamento

    tanto omissivo quanto comissivo.

    Comentrios: A proibio de comportamento contraditrio, ou venirecontra factum proprium, como uma das modalidades de abuso de

    direito, segundo a doutrina, decorre tanto de um comportamento

    comissivo quanto de um omissivo. Probe-se, dessa maneira, que

    uma pessoa mude de ideia aps adotar alguma posio jurdica,

    protegendo-se, assim, a confiana.

    Gabarito: errado

    Questo 22. (CESPE Defensor DPU/2010) A exemplo daresponsabilidade civil por ato ilcito em sentido estrito, o dever de

    reparar decorrente do abuso de direito depende da comprovao de

    ter o indivduo agido com culpa ou dolo.

    Comentrios: De acordo com a doutrina majoritria, a

    responsabilidade por abuso de direito objetiva, ou seja, independe

    de culpa.

    Gabarito: errado

    Questo 23. (CESPE EXAME DE ORDEM 137 OAB-SP/2008) Ailicitude do ato praticado com abuso de direito possui sempre

    natureza subjetiva, somente afervel a partir da comprovao da

    existncia de culpa ou dolo.

    Comentrios: De acordo com a doutrina majoritria, a

    responsabilidade por abuso de direito objetiva, ou seja, independe

    de culpa. Gabarito: errado

    Questo 24. (CESPE Analista judicirio TRT-RN/2007) Podeocorrer abuso de direito mesmo que o agente atue dentro dos

    limites da lei.

    Comentrios: Se o agente atua dentro dos limites da lei, mas

    excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econmico

    ou social, pela boa-f ou pelos bons costumes, ele age com abuso

    de direito. Para a doutrina, o abuso de direito seria lcito em relao

    ao contedo, porm ilcito em relao s suas consequncias.

    Gabarito: correto

    Questo 25. (CESPE Juiz Federal TRF - 5 Regio/2011) Deacordo com o STJ, a teoria dos atos prprios no se aplica ao poder

    pblico.

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    Comentrios: Pela teoria dos atos prprios, no se pode adotar

    comportamento contrrio a atos prprios (atos adotados

    anteriormente pelo prprio rgo). Segundo o STJ, a teoria dos atos

    prprios impede que a administrao pblica retorne sobre osprprios passos, prejudicando os terceiros que confiaram na

    regularidade de seu procedimento (Resp 141879/SP, rel Min. Ruy

    Rosado de Aguiar, 17.03.1998). Assim, percebe que essa teoria

    aplicada sim ao poder pblico.

    Gabarito: errado

    Questo 26. (CESPE Advogado CEHAP-PB/2009) Considere aseguinte situao hipottica. Srgio, menor relativamente incapaz,

    foi constitudo mandatrio de Mrcio. Por essa razo, Srgio

    realizou negcio jurdico em nome de Mrcio, estando

    desacompanhado de assistente. Nessa situao hipottica, o

    negcio jurdico ser passvel de ser anulado em face da incapacidade relativa de Srgio.

    Comentrios: De acordo com o art. 666 do Cdigo Civil, o maior de

    dezesseis e menor de dezoito anos (relativamente incapaz) no

    emancipado pode ser mandatrio, mas o mandante no tem ao

    contra ele seno de conformidade com as regras gerais, aplicveis

    s obrigaes contradas por menores.

    Gabarito: errado

    Questo 27. (CESPE Advogado FUNDAC-PB/2008) O ato negocialapenas produzir efeitos jurdicos se houver correspondncia entre

    a vontade declarada e a que o agente quer exteriorizar. A esse

    respeito, correto afirmar que a anulabilidade do negcio jurdicoproduz seus efeitos antes de essa declarao de vontade ser

    julgada por sentena ou ser pronunciada de ofcio pelo juiz.

    Comentrios: A anulabilidade produz seus efeitos aps a sentena.

    A nulidade que produz efeitos anteriores sentena judicial.

    Gabarito: errado

    Questo 28. (CESPE Promotor MPE-RO/2008) No abuso dedireito, a aferio da ilicitude do ato independe da demonstrao da

    existncia do dolo ou culpa do agente.

    Comentrios: Segundo a maior parte da doutrina, a responsabilidade por abuso de direito objetiva, ou seja, no

    depende de culpa.

    Gabarito: correto

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    Questo 29. (CESPE Procurador do estado PGE-PI/2008) Os atosilcitos praticados em legtima defesa ou no exerccio regular de um

    direito, que provoquem deteriorao ou destruio da coisa alheia

    ou leso a pessoa, no geram o dever de indenizar.

    Comentrios: Aquele que, por ato ilcito, causar dano a outrem, fica

    obrigado a repar-lo (art. 927 do CC). De acordo com o art.188, I

    do CC, os atos praticados em legtima defesa ou no exerccio

    regular de um direito no constituem ato ilcito. Porm, segundo o

    art. 188, II, pargrafo nico do CC, no constitui ato ilcito a

    deteriorao ou destruio da coisa alheia, ou a leso a pessoa, a

    fim de remover perigo iminente somente quando as circunstncias

    o tornarem absolutamente necessrio, no excedendo os limites do

    indispensvel para a remoo do perigo.

    Gabarito: errado

    Questo 30. (CESPE Procurador do estado PGE-PI/2008) O abusode direito configura-se como ato ilcito e a responsabilidade dele

    decorrente depende de dolo ou culpa, tendo, portanto, natureza

    subjetiva. Assim, para o reconhecimento desse ato ilcito,

    imprescindvel que o agente tenha a inteno de prejudicar um

    terceiro, que, por sua vez, ao exercer determinado direito, tenha

    excedido manifestamente os limites impostos pela finalidade

    econmica ou social, pela boa-f ou pelos bons costumes.

    Comentrios: Segundo a maior parte da doutrina, a

    responsabilidade por abuso de direito objetiva, ou seja, no

    depende de culpa.

    Gabarito: errado

    LISTA DAS QUESTES APRESENTADAS

    Questo 01. CESPE - 2012 - TC-DF - Auditor de Controle Externo

    No que se refere aos atos ilcitos e transmisso das obrigaes,

    julgue os itens subsequentes de acordo com as disposies

    constantes do Cdigo Civil brasileiro. Se violarem direito e

    causarem dano a outrem, tanto a ao quanto a omisso

    voluntria, ou mesmo involuntria, implicam prtica de ato ilcito.

    Questo 02. CESPE - 2011 - TRF - 5 REGIO - Juiz A respeito do

    abuso de direito, assinale a opo correta.

    a) O venire contra factum proprium no se configura ante

    comportamento omissivo.

    b) A supressio pode coexistir com os prazos legais da decadncia.

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    c) Na surrectio, o exerccio continuado de uma situao jurdica

    implica nova fonte de direito subjetivo, desde que no contrarie o

    ordenamento.

    d) A configurao do abuso de direito exige o elemento subjetivo. e) De acordo com o STJ, a teoria dos atos prprios no se aplica ao

    poder pblico.

    Questo 03. CESPE - 2012 - TRE-RJ - Analista Judicirio - rea

    Judiciria Com relao a direito civil, Estatuto do Idoso, Estatuto da

    Criana e do Adolescente e Cdigo de Defesa do Consumidor, julgue

    os itens a seguir. A responsabilidade civil decorrente do abuso de

    direito independe da culpa, sendo a indenizao medida pela

    extenso do dano.

    Questo 04. CESPE - 2012 - TRE-RJ - Analista Judicirio - rea

    Administrativa A responsabilidade civil no depende de apurao na esfera criminal.

    Questo 05. CESPE - 2012 - TJ-AL - Analista Judicirio - rea

    Judiciria A respeito de responsabilidade civil, assinale a opo

    correta.

    a) O menor de dezoito anos de idade responde pelo prejuzo a que

    der causa, mesmo que, para isso, tenha de entregar a totalidade de

    seus bens.

    b) Considere que Pedro tenha sido emancipado por seus pais logo

    aps ter atropelado Joana, que faleceu em decorrncia do

    atropelamento. Nessa situao, os pais de Pedro no respondem

    solidariamente pelos atos por ele praticados.

    c) A indenizao mede-se sempre pela extenso do dano causado. d) Considere que Miguel, menor emancipado voluntariamente pelos

    pais, dirigia o carro de Joo quando colidiu com o porto da casa de

    Maria. Nessa situao, so solidariamente obrigados a reparar os

    danos causados a Maria o menor, seus pais e o proprietrio do

    veculo.

    e) Para que aquele que praticou ato ilcito esteja obrigado a reparar

    o dano, basta que seja demonstrado o dolo.

    Questo 06. (CESPE/ 2011/TRF/5 REGIO/ Juiz) A respeito do

    abuso de direito, assinale a opo correta.

    a) O venire contra factum proprium no se configura ante

    comportamento omissivo. b) A supressio pode coexistir com os prazos legais da

    decadncia.

    c) Na surrectio, o exerccio continuado de uma situao jurdica

    implica nova fonte de direito subjetivo, desde que no contrarie o

    ordenamento.

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