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    AULA 04 PROVA PARTE II

    Futuro (a) Aprovado (a)

    Complementando, mas no finalizando o assunto PROVAS, nesta nossa aula trataremosde pontos que em 2004 no foram exigidos no concurso da Policia Federal e apareceramcomo novidade no ltimo edital.

    So assuntos interessantssimos, cujo conhecimento com certeza far diferena na horada sua prova.

    Dito isto, muita ateno!!!

    Bons estudos!

    *******************************************************************************************************

    4.1 INTERROGATRIO

    4.1.1 CONCEITO

    O professor Fernando Capez define o interrogatrio como o ato judicial no qual o J uizouve o acusado sobre a imputao contra ele formulada. Ainda segundo Capez, atoprivativo do Magistrado e personalssimo do acusado.

    Ampliando o conceito, o ilustrssimo Norberto Avena leciona que o interrogatrio corolrio da ampla defesa e do contraditrio e sua oportunidade est prevista em todos osprocedimentos criminais, embora possa existir variao quanto ao momento em que devaser aprazado. Por exemplo:

    No procedimento do J ri, ser realizado aps a produo de prova oral emaudincia;

    No rito para apurao dos crimes relacionados a drogas, este ato est previstopara a fase que antecede a instruo criminal, o mesmo ocorrendo na apurao docrime de abuso de autoridade.

    Caro aluno, aps a leitura atenta dos conceitos at aqui apresentados, surge umimportante questionamento: O interrogatrio meio de prova ou de defesa?

    A resposta para esta pergunta gera, at hoje, inmeros debates doutrinrios. Entretanto,para a sua prova, adote o entendimento que o interrogatrio concomitantemente meiode prova e meio de defesa, pois enquanto o acusado se defende, no deixa de ministrarao J uiz elementos teis apurao da verdade, seja pelo confronto com provas

    existentes, seja por circunstncias e particularidades das prprias declaraes que presta.Sobre o tema, j se pronunciou o STJ :

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    Ar t. 195. As respostas do acusado sero di tadas pelo ju iz ereduzidas a termo, que, depois de lido e rubricado pelo escrivoem todas as suas folhas, ser assinado pelo ju iz e pelo acusado.

    OBRIGATORIEDADE O interrogatrio do ru no curso de um processopenal imprescindvel, sob pena de nulidade processual.

    Mas esta nulidade absoluta ou relativa?

    Para responder a esta pergunta, precisamos entender que atualmente h umquestionamento quanto obrigatoriedade nos especficos casos em que oacusado, injustificadamente, no comparece na data marcada pelo juzo.Doutrinariamente h muita discusso, mas a jurisprudncia, que neste caso oque importa para sua PROVA, tem flexibilizado a exigncia e considerado aausncia de interrogatrio, NESTA HIPTESE APRESENTADA, um caso de

    nulidade relativa.

    DICIONRIO DO CONCURSEIRO

    NULIDADE ABSOLUTA X RELATIVA

    Quanto ao dano ou prejuzo, a nulidade absoluta tem o prejuzo presumido,

    ou seja, ocorrente, o ato est, por nascimento viciado, no havendo como

    ser consertado.

    No tocante as nulidades relativas, a demonstrao do prejuzo deve ser

    efetuada pela parte que argir. Assim, somente haver declarao do vciose no ocorrer outra possibilidade de se reparar o ato procedimental.

    J com relao ao momento para arguio, a nulidade absoluta pode ser

    reconhecida a qualquer tempo, mesmo aps o trnsito em julgado e em

    qualquer grau de jurisdio, assim, nunca preclui. A exceo dessa regra o acolhimento de nulidade absoluta em prejuzo do ru, se no arguda pela

    acusao.

    Quanto nulidade relativa, deve ser arguda no momento oportuno, sobpena de precluso. Assim, deve ser verificado, no sistema processual, qual

    o ato passvel de nulidade, pois cada procedimento possui um momento

    fatal para argio. O artigo 571 do CPP, nos mostra quando as nulidades

    devem ser argudas peremptoriamente.

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    Neste sentido, j se posicionou o STJ . Observe:

    ATO PERSONALSSIMO DO IMPUTADO O imputado que deve ser

    interrogado, no sendo cabvel qualquer substituio ou representao.Mas e se ele no possuir condies mentais?

    Neste caso, temos que diferenciar duas situaes:

    A incapacidade surgiu a part ir da prtica da infrao Aqui noh que se falar em interrogatrio, pois, necessariamente, serseguida a regra prevista no artigo 152 do CPP. Observe:

    Art. 152. Se se verificar que a doena mental sobreveio infrao o processo continuar suspenso at que o acusado serestabelea

    No momento da infrao o indivduo era incapaz O processocriminal transcorre normalmente com a presena de um curador,MAS o interrogatrio segue regra especial definida pelo STF,segundo o qual tratando-se de ru inimputvel, cuja situao pessoaltenha sido objeto de positiva constatao em pericia mdico-psiquiatrica realizada ainda na fase interrogatria do inqurito policial,

    no h como exigir do magistrado processante a realizao do ato deinterrogatrio, que se revela, por seu carter personalssimo, de todo

    "CRIMINAL. RECURSO ESPECIAL. TRFICO DE ENTORPECENTES.

    RU REVEL. FALTA DE INTERROGATRIO. NULIDADE.INOCORRNCIA. NO IMPUGNAO NO MOMENTOOPORTUNO. RECURSO DESPROVIDO.

    I. Hiptese em que, citado por edital, o ru no compareceu audinciade interrogatrio, tendo passado a comparecer aos atos processuais jna fase de oitiva das testemunhas de defesa.

    II. Ausncia de impugnao acerca da no realizao do interrogatrio.

    III. No se justifica a anulao da sentena, por ausncia de realizao

    do interrogatrio, se no suscitada no momento oportuno.

    IV. Recurso desprovido." (RESP-888.842/BA, Relator Ministro GilsonDipp, DJ 04.06.07)

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    incompatvel com a incapacidade de autodeterminao daquele que convocado a comparecer em juzo penal na condio de acusado.Em tal circunstancia, incumbir ao J uiz, se os peritos conclurem queo ru era penalmente inimputvel ao tempo da infrao, ordenar o

    prosseguimento da "persecutio criminis", com a presena de curador,que atuar, ressalvados os atos de carter personalssimo, como"representante" do imputado nos demais atos processuais. Pelaclareza e com fim de fazer uma reviso do que vimos aqui, apresentoa ntegra o julgado do STF. Observe:

    PUBLICIDADE Regra geral, o interrogatrio ser pblico e isto visagarantir que o procedimento ocorra dentro da lisura e dos preceitos legais.Entretanto, tal regra no absoluta, pois h a possibilidade, nos casos emque puder resultar em escndalo, perturbao da ordem pblica ouinconveniente grave, do Magistrado optar por realizar o interrogatrio com

    as portas fechadas.

    HABEAS CORPUS - PACIENTE INIMPUTAVEL - ABSOLVIO SUMARIA -IMPOSIO DE MEDIDA DE SEGURANA - PRETENDIDA ANULAO DOPROCESSO-CRIME POR AUSNCIA DO INTERROGATORIO JUDICIAL -NULIDADE RELATIVA - ATO PROCESSUAL NO REALIZADO EM FACE DAS

    CONDIES PESSOAIS DO ACUSADO - INOCORRENCIA DECONSTRANGIMENTO ILEGAL - ORDEM DENEGADA.

    O interrogatrio judicial, qualquer que seja a natureza jurdica que se lhereconhea - "meio de prova, meio de defesa ou meio de prova e de defesa" -constitui ato necessrio do processo penal condenatrio, impondo-se a suarealizao, quando possvel, mesmo depois da sentena de condenao, desdeque no se tenha consumado, ainda, o trnsito em julgado. - Consoanteorientao jurisprudencial firmada pelo Supremo Tribunal Federal, a falta do atode interrogatrio em juzo constitui nulidade meramente relativa, suscetvel deconvalidao, desde que no alegada na oportunidade indicada pela leiprocessual penal (RTJ 73/758). A ausncia da argio desse vcio formal, emtempo oportuno, opera insupervel situao de precluso temporal da faculdadeprocessual de suscit-lo. - Tratando-se de ru inimputvel, cuja situao pessoaltenha sido objeto de positiva constatao em pericia mdico-psiquiatrica,realizada ainda na fase interrogatria do inqurito policial, no h como exigir aomagistrado processante a realizao do ato de interrogatrio, que se revela, porseu carter personalssimo, de todo incompatvel com a incapacidade deautodeterminao daquele que e convocado a comparecer em juzo penal nacondio de acusado. Em tal circunstancia, incumbira ao Juiz, se os peritosconclurem que o ru era penalmente inimputvel ao tempo da infrao, ordenar oprosseguimento da "persecutio criminis", com a presena de curador, que atuara,ressalvados os atos de carter personalssimo, como "representante" doimputado nos demais atos processuais (STF, HC 68.131/DF)

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    INDIVIDUALIDADE Caracterstica presente no Cdigo de ProcessoPenal, que dispe sobre o caso em que existem dois indivduos para sereminterrogados. Ser que possvel o interrogatrio em conjunto? A resposta negativa, observe:

    Art. 191. Havendo mais de um acusado, sero interrogadosseparadamente

    4.1.3 OBRIGATORIEDADE DE ADVOGADO

    Caro aluno, procure no seu Cdigo de Processo Penal o Artigo 194... Achou? Como

    assim...Est faltando??? Ainda bem, isto quer dizer que seu cdigo est atualizadopelo menos at 2004.

    O antigo texto do CPP previa a necessidade de curador no interrogatrio, mas emnada tratava do advogado. Isto dava ensejo a diversos debates doutrinrios, fato estehoje completamente superado.

    Hoje em dia, com base no artigo 185 do CPP, h obrigatoriedade da presena doadvogado, sob pena de nulidade absoluta. Veja:

    Art. 185. O acusado que comparecer perante a autoridade judiciria,

    no curso do processo penal, ser qualificado e interrogado napresena de seu defensor, constitudo ou nomeado. (grifo nosso)

    4.1.4 DIREITO DE ENTREVISTA RESERVADA

    Sobre o tema, discorre o CPP:

    Art. 185

    [...]

    5o Em qualquer modalidade de interrogatrio, o juiz garantir aoru o direito de entrevista prvia e reservada com o seu defensor;

    Antes da realizao do interrogatrio, o juiz assegurar o direito de entrevistareservada do acusado com seu defensor.

    Veja-se que, o CPP traz uma regra impositiva, um imperativo, no uma faculdadeconferida ao Juiz.

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    Portanto, no tendo o acusado constitudo Advogado, dever este ser nomeado,sendo-lhe garantido o contado pessoal e reservado com o acusado, sob pena denulidade.

    Poder o acusado, ento, antes de exercer seu direito de autodefesa (neste momentoconsubstanciado no seu direito de audincia), receber orientaes de quem realizarsua defesa tcnica, ampliando-lhe as possibilidades defensivas.

    O Magistrado deve fazer constar em ata que foi assegurado ao ru o direito deentrevista.

    Mas e se o J uiz esquecer de consignar em ata, anula tudo?

    Esta pergunta foi feita ao STJ , que respondeu que: Mesmo no havendo estareferncia expressa, se evidenciado pela leitura do termo de interrogatrio que foiassegurada defesa a entrevista reservada entre o acusado e seu defensor, antes darealizao do ato, descabe reconhecer qualquer nulidade.

    Para finalizar, imaginemos uma situao em que o J uiz no pergunta se o ru querentrevista reservada e este tambm no se manifesta. Neste caso, o ru poderiasolicitar a nulidade do feito? Segundo o STF, a resposta negativa. Observe:

    4.1.5 DIREITO AO SILNCIO PRIVILGIO NEMO TENETUR SE DETEGERE

    O artigo 186 do CPP deixa claro o direito de permanecer calado do ru e atribui aoJ uiz o dever de informar o acusado desta possibilidade. O texto legal trata do tema daseguinte forma:

    Art. 186. Depois de devidamente qualificado e cientificado do inteiroteor da acusao, o acusado ser informado pelo juiz, antes de iniciar

    STJ - HABEAS CORPUS: HC 108135 MG 2008/0124970-9

    1. Em tema de nulidades processuais, o nosso Cdigo de ProcessoPenal acolheu o princpio pas de nullit sans grief, do qual sedessume que somente se h de declarar a nulidade do feito quando

    resultar prejuzo devidamente demonstrado pela parte interessada.2. Observa-se, na espcie, que no houve qualquer gravame ouconstrangimento ao exerccio de defesa do acusado, pois o pacientecompareceu em juzo sem representante legal e o juiz, ao tomarconhecimento dessa situao, nomeou-lhe defensor pblico. Este,por sua vez, no requereu a entrevista reservada e procedeu a suadefesa. Note-se que a ausncia de realizao de entrevistareservada em nada obstruiu a defesa do acusado, no tendo,inclusive, impedido o defensor pblico de formular perguntas duranteo interrogatrio.

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    o interrogatrio, do seu direito de permanecer calado e de noresponder perguntas que lhe forem formuladas.

    Agora imaginemos que Tcio vai ser julgado e o promotor pblico pergunta: VOCMATOU MVIA? Resposta: (Silncio). E o promotor: Responda, MATOU OU NO?Resposta: (Silncio). Aps trezentas perguntas e trezentos silncios, o J uiz poderpensar no velho ditado de que quem cala consente???

    claro que no, pois o pargrafo nico do artigo 186 veda esta possibilidade.

    Observe:

    Pargrafo nico. O silncio, que no importar em confisso, nopoder ser interpretado em prejuzo da defesa.

    Mas professooor...E o artigo 198 do CPP ?

    Art. 198. O silncio do acusado no importar confisso, mas poderconstituir elemento para a formao do convencimento do juiz.

    Segundo entendimento doutrinrio e jurisprudencial, este artigo conflita com aConstituio Federal e, embora no tenha sido expressamente revogado, no

    encontra mais aplicabilidade.Desta forma, para sua PROVA, leve o firme entendimento que:

    4.1.6 PROCEDIMENTO

    O CPP define uma srie de procedimentos a serem seguidos para a validade dointerrogatrio.

    A fim de facilitar os seus estudos, vamos esquematizar:

    OO SSIILLNNCCIIOO NNOO PPOODDEERR SSEERR

    IINNTTEERRPPRREETTAADDOO EEMM PPRREEJJUUZZOO DDAA DDEEFFEESSAA..

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    Finalizando, importante ressaltar que poder ser realizado novo interrogatrio aqualquer tempo.

    Para que tal fato ocorra, basta a determinao de ofcio do Magistrado ou umrequerimento devidamente fundamentado formulado pelas partes.

    Observe:

    Art. 196. A todo tempo o juiz poder proceder a novo interrogatrio deofcio ou a pedido fundamentado de qualquer das partes.

    QUALIFICAO DO

    ACUSADO

    (ART. 185 DO CPP)

    INFORMAO

    SOBRE O DIREITO

    AO SILNCIO

    (ART. 186 DO CPP)

    PERGUNTAS DO

    JUIZ AO RU

    (ART. 187 DO CPP)

    PERGUNTAS SUBJETIVAS

    (ART. 187, 1o DO CPP)

    Residncia, meios de vida ou profisso,oportunidades sociais, lugar onde exercea sua atividade, vida pregressa,

    notadamente se foi preso ou processadoalguma vez e, em caso afirmativo, qual ojuzo do processo, se houve suspensocondicional ou condenao, qual a penaimposta, se a cumpriu e outros dadosfamiliares e sociais

    PERGUNTAS OBJETIVAS

    (ART. 187, 2o DO CPP)

    I - ser verdadeira a acusao que lhe feita;II - no sendo verdadeira a acusao, se tem algum motivoparticular a que atribu-la, se conhece a pessoa ou pessoas a

    quem deva ser imputada a prtica do crime, e quais sejam, ese com elas esteve antes da prtica da infrao ou depoisdela;III - onde estava ao tempo em que foi cometida a infrao e seteve notcia desta;IV - as provas j apuradas;V - se conhece as vtimas e testemunhas j inquiridas ou porinquirir, e desde quando, e se tem o que alegar contra elas;VI - se conhece o instrumento com que foi praticada ainfrao, ou qualquer objeto que com esta se relacione etenha sido apreendido;VII - todos os demais fatos e pormenores que conduzam elucidao dos antecedentes e circunstncias da infrao;

    VIII - se tem algo mais a alegar em sua defesa.O JUIZ FACULTAR A

    REALIZAO DE PERGUNTAS S

    PARTES, PODENDO INDEFER-LAS

    SE NO FOREM RELEVANTES OU

    PERTINENTES

    (ART. 188 DO CPP)

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    4.1.7 O INTERROGATRIO POR MEIO DE VIDEOCONFERNCIA

    Caro aluno, agora trataremos de uma inovao no nosso ordenamento jurdico e como

    voc j sabe as bancas A D O R A M novidades. Sendo assim, muita ateno e calmana leitura deste tpico, pois bem possvel que apaream questes sobre esteassunto na sua prova.

    Com o advento da Lei n 11.900/2009, o artigo 185, pargrafo 2 do Cdigo deProcesso Penal passou a autorizar que o interrogatrio judicial do preso, em algumassituaes, seja realizado mediante o sistema de videoconferncia ou de outro recursode transmisso de sons e imagens em tempo real.

    Para comearmos a entender como o legislador introduziu esta nova forma deinterrogatrio, vamos analisar o artigo 185 do CPP:

    Ar t. 185.

    1 O interrogatrio do ru preso ser realizado, em sala prpria, noestabelecimento em que estiver recolhido, desde que estejamgarantidas a segurana do juiz, do membro do Ministrio Pblico edos auxiliares bem como a presena do defensor e a publicidade doato .

    H trs formas de se interrogar o ru preso:

    (a) pessoalmente, dentro do presdio onde se encontra;(b) pessoalmente, no frum e

    (c) por videoconferncia.

    O 1 do art. 185 cuida da primeira situao (interrogatrio pessoal dentro dopresdio). Deve o ato ser realizado em sala prpria e fundamental o fator segurana(que pode ser conseguida com a presena de agentes penitencirios ou policiais,separao da sala do restante do presdio etc.). A lei fala em segurana do juiz, domembro do Ministrio Pblico e dos auxiliares do juiz, mas, obviamente, a segurana

    tem que valer para todas as pessoas envolvidas no ato (advogados, o prprio ruetc.).

    Sem a presena de defensor, o ato nulo, mesmo porque pode o defensor fazerperguntas (no momento do interrogatrio). A publicidade do ato decorre do sistemaprocessual brasileiro (acusatrio), que possibilita amplo acesso de qualquer pessoaaos atos processuais. A exigncia de "sala prpria" (contida neste mesmo 1) incluitambm a possibilidade de acesso pblico a ela, por isso, essa "sala especial" deveser arquitetonicamente separada do local fsico onde se encontram os demais presosdo presdio.

    Em qualquer modalidade de interrogatrio (presencial no presdio, presencial no frum

    ou por videoconferncia), o juiz garantir ao ru o direito de entrevista prvia ereservada com o seu defensor ( 5, do art. 185).

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    2 Excepcionalmente, o juiz, por deciso fundamentada, de ofcio oua requerimento das partes, poder realizar o interrogatrio do rupreso por sistema de videoconferncia ou outro recurso tecnolgicode transmisso de sons e imagens em tempo real, desde que amedida seja necessria para atender a uma das seguintes f inalidades:

    I - prevenir risco segurana pblica, quando exista fundadasuspeita de que o preso integre organizao criminosa ou de que, poroutra razo, possa fugir durante o deslocamento;

    II - viabilizar a participao do ru no referido ato processual, quandohaja relevante dificuldade para seu comparecimento em juzo, porenfermidade ou outra circunstncia pessoal;

    III - impedir a influncia do ru no nimo de testemunha ou da vtima,

    desde que no seja possvel colher o depoimento destas porvideoconferncia, nos termos do art. 217 deste Cdigo;

    IV - responder gravssima questo de ordem pblica.

    A realizao de qualquer ato processual por videoconferncia EXXCCEEPCCIIOONAALL.Em regra, o ato deve ser realizado com a presena fsica do ru no local do prprio ato(ou no presdio ou no frum). ESSA A REGRA. Excepcionalmente, o ato pode serrealizado por videoconferncia. Quando? Quando o juiz fundamentar a suanecessidade. preciso explicar os motivos da deciso, alis, como veremos em

    seguida, a deciso tem motivao vinculada porque a lei elencou as hipteses decabimento do ato. O juiz (para a realizao da videoconferncia) pode agir de ofcio oua requerimento das partes.

    A lei elencou as possveis finalidades do uso da videoconferncia:

    1. PREVENIR RISCO SEGURANA PBLICA, QUANDO EXISTA FUNDADASUSPEITA DE QUE O PRESO INTEGRE ORGANIZAO CRIMINOSA OUDE QUE, POR OUTRA RAZO, POSSA FUGIR DURANTE ODESLOCAMENTO

    Todo transporte de preso gera risco para a segurana pblica. No ,entretanto, esse risco genrico que justifica o uso da videoconferncia. O riscodeve ser fundamentado em suspeita fundada (no se trata de uma suspeitavaga, infundada, genrica) de que o preso integra organizao criminosa (ru jacusado formalmente de pertencer ao PCC, por exemplo). O outro fundamento de que pode o ru fugir durante seu deslocamento. preciso que hajaindcios srios desse fato.

    2. VIABILIZAR A PARTICIPAO DO RU NO REFERIDO ATOPROCESSUAL, QUANDO HAJA RELEVANTE DIFICULDADE PARA SEU

    COMPARECIMENTO EM JUZO, POR ENFERMIDADE OU OUTRACIRCUNSTNCIA PESSOAL

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    Sbia orientao da lei no sentido de procurar assegurar a participao do runo ato processual (via videoconferncia) quando haja relevante dificuldade paraseu comparecimento em juzo. So mltiplas as dificuldades que existem paragarantir o comparecimento do ru em juzo. A lei elencou duas: enfermidade ou

    outra circunstncia pessoal (ru jurado de morte, por exemplo). Uma das maiscomuns razes (falta de escolta) no foi elencada, mas, segundo doutrinamajoritria, nada impede que o juiz, por analogia (in bonam partem), faa usoda videoconferncia em todas as hipteses de dificuldade de apresentao doru preso.

    3. IMPEDIR A INFLUNCIA DO RU NO NIMO DA TESTEMUNHA OU DAVTIMA, DESDE QUE NO SEJA POSSVEL COLHER O DEPOIMENTODESTAS POR VIDEOCONFERNCIA, NOS TERMOS DO ART. 217 DESTECDIGOO artigo 217 j fala no uso da videoconferncia, nestes termos: "Se o juizverificar que a presena do ru poder causar humilhao, temor, ou srioconstrangimento testemunha ou ao ofendido, de modo que prejudique averdade do depoimento, far a inquirio por videoconferncia e, somente naimpossibilidade dessa forma, determinar a retirada do ru, prosseguindo nainquirio com a presena do seu defensor. (Redao dada pela Lei n 11.690,de 2008).

    4. RESPONDER A GRAVSSIMA QUESTO DE ORDEM PBLICA Por razes de ordem pblica muito grave, o ato tambm pode ser realizado porvideoconferncia. Por exemplo: em razo de uma inundao, ficouimpossibilitado o deslocamento do presdio at o frum.

    3 Da deciso que determinar a realizao de interrogatrio porvideoconferncia, as partes sero intimadas com 10 (dez) dias deantecedncia.

    A intimao das partes de todos os atos processuais uma exigncia absolutamente

    necessria porque ela (intimao) que possibilita o contraditrio (e este quepossibilita a ampla defesa). Com no mnimo dez dias de antecedncia, as partesdevem ser intimadas, e a violao dessa regra gera nulidade relativa, ou seja,comprovado o prejuzo em momento oportuno, anula-se o ato.

    4 Antes do interrogatrio por videoconferncia, o preso poderacompanhar, pelo mesmo sistema tecnolgico, a realizao de todosos atos da audincia nica de instruo e julgamento de que tratamos arts. 400, 411 e 531 deste Cdigo.

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    O Cdigo de Processo Penal foi reformado recentemente (Lei 11.690/2008, Lei11.719/2008) para contemplar (nos seus procedimentos) a chamada "audincia nica"(onde todas as provas orais so colhidas). O interrogatrio, nesse caso, passou a sero ltimo ato processual. O 4 ora comentado garante a participao do ru nos atos

    anteriores ao interrogatrio (oitiva das testemunhas arroladas pela acusao,testemunhas arroladas pela defesa etc.). A lei fala em "o preso poder acompanhar",ou seja, querendo, tem o direito lquido e certo de acompanhar os atos precedentes aointerrogatrio. Nisso reside o direito de estar presente (remotamente) no ato.

    5 Em qualquer modalidade de interrogatrio, o juiz garantir ao ruo direito de entrevista prvia e reservada com o seu defensor; serealizado por videoconferncia, fica tambm garantido o acesso acanais telefnicos reservados para comunicao entre o defensorque esteja no presdio e o advogado presente na sala de audincia do

    Frum, e entre este e o preso.

    O Direito de entrevista com o defensor, que est devidamente assegurado na lei, jestava presente no art. 8 da Conveno Americana sobre Direitos Humanos. Estaentrevista deve ser prvia audincia nica (e ao interrogatrio) e deve ser reservada.Para se assegurar a comunicao entre o preso e seu advogado, assim como entre odefensor presente no ato e o advogado presente na sala de audincia, haver linhatelefnica exclusiva. Dessa comunicao ningum pode tomar parte. um atoreservado e sigiloso que faz parte das prerrogativas dos advogados. No momento dasperguntas, sobretudo, muito importante a comunicao entre o preso e seu

    advogado (ou entre o defensor e o advogado).ATENO Defensor e advogado so duas pessoas distintas. O defensor estpresente no presdio. O advogado (ou outro defensor) est no frum. Isso podeparecer exagero, mas no , pois so dois locais distintos e a lisura do ato no podeser maculada. Assim, quanto mais fiscalizao melhor. Caso o ru tenha doisadvogados contratados, nada impede que um deles esteja no presdio e o outro nofrum. As combinaes possveis ento so:

    1-DEEFENNSSORR EEADDVOOGGAADDO;

    2-DEEFENNSSORR EEDEEFENSOORR;

    3-ADDVVOGADDOO EE AADDVOOGGAADDO.

    6 A sala reservada no estabelecimento prisional para a realizaode atos processuais por sistema de videoconferncia ser fiscalizadapelos corregedores e pelo juiz de cada causa, como tambm peloMinistrio Pblico e pela Ordem dos Advogados do Brasil.

    Fiscalizao : a sala especial para a realizao da videoconferncia deve mesmo serfiscalizada para se garantir a lisura do ato processual. Deve ser segura, aberta ao

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    Confisso o reconhecimento feito pelo imputado a respeito da veracidade dos fatosque lhe so atribudos e capazes de lhe ocasionar conseqncias jurdicasdesfavorveis.

    Dada essa definio, imagine que Tcio chega a um Tribunal e, de frente para o J uiz,diz: EU MATEI!!!.

    Concordam comigo que houve uma confisso? SIIIIIMMMM!

    Ento, neste momento o Magistrado pode encerrar o caso e declarar o indivduoculpado?

    claro que no, e, particularmente neste exemplo que apresentei para vocs, Tcioestava assumindo o crime s para tentar livrar seu filho Mvio que era o verdadeiroassassino.

    Visto isto, podemos dizer que o valor da confisso absoluto ou relativo?

    Relativo, claro.A experincia tem demonstrado que confisso no se pode atribuir valor probatrioabsoluto. certo que, se um indivduo confessa haver praticado uma infrao penal,em princpio tal reconhecimento de culpa deve ser tido como verdadeiro, porqueningum melhor que o autor da infrao para dizer se ou no culpado da imputaoque lhe feita.

    Todavia, vrias circunstncias podem levar um indivduo a reconhecer-se culpado deuma infrao que realmente no praticou, como no caso apresentado em que Tcioconfessa um delito para tentar livrar seu filho, o verdadeiro culpado. Neste sentido,dispe o CPP:

    Art. 197. O valor da confisso se aferir pelos critrios adotados paraos outros elementos de prova, e para a sua apreciao o juiz deverconfront-la com as demais provas do processo, verificando se entreela e estas existe compatibilidade ou concordncia.

    4.2.2 CLASSIFICAES

    Existem diversas classificaes apresentadas pela doutrina. Dentre elas, seguem asmais relevantes para a sua PROVA:

    4.2.2.1 QUANTO AO MOMENTO

    Confisso Extrajudicial Quando se produz no inquritopolicial ou nos autos da ao penal. Veja:

    Art. 199. A confisso, quando feita fora dointerrogatrio, ser tomada por termo nos autos,observado o disposto no art. 195.

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    Confisso Judicial Quando ocorre em juzo, de acordo comas normas prescritas em lei.

    4.2.2.2 QUANTO AO CONTEDO

    Confisso Simples Quando o confitente se limita a atribuir a sia autoria da infrao penal.

    Confisso Qualificada Quando, embora reconhecendo aautoria do fato, alega tambm qualquer outro fato ou circunstnciaque exclua o crime ou isente o ru de pena Seria o caso, porexemplo, do indivduo que assume que atirou, mas diz que agiu

    em legtima defesa.

    4.2.2.3 QUANTO NATUREZA

    Confisso Real aquela surgida por manifestao da vontadedo confitente.

    Confisso Ficta No admitida como prova no direitoprocessual penal brasileiro. aquela que resulta como sanodevido recusa da parte, cujo depoimento foi requerido, a

    comparecer ou a depor. "Consiste numa consequncia jurdica denus processual no cumprido. Se a parte, regularmente intimadaao depoimento pessoal, deixa de comparecer ou se furta sperguntas, aplica-se-lhe a consequncia da presuno deconfisso, admitindo-se como verdadeiros os fatos, a respeito dosquais esta deveria depor.

    4.2.3 RETRATABILIDADE E DIVISIBILIDADE

    Art. 200. A confisso ser divisvel e retratvel, sem prejuzo do livreconvencimento do juiz, fundado no exame das provas em conjunto.

    A confisso, segundo o Cdigo de Processo Penal, divisvel ou cindvel, visto queo J uiz, ao julgar, pode levar em conta apenas uma parte da confisso, desprezandouma outra: pode, por exemplo, aceitar a confisso de um homicdio e no seconvencer quanto admisso da leso corporal tambm imputada, em concurso,ao ru.

    tambm retratvel, contanto que se justifique a negao da confisso

    anteriormente feita como, por exemplo, a possibilidade do ru mostrar que, ao

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    confessar inicialmente, incidiu em erro ou no se encontrava em plenas condiesde sade.

    importante ressaltar aqui que necessrio que haja uma justificativa para aretratao, ou seja, aquela histria de eu me confundi, na verdade eu sonhei quetinha matado e achei que era real, no vai adiantar.

    Veja-se a propsito a jurisprudncia:

    "A confisso pode ser retratada em juzo, mas para que seja aceita

    essa retratao mister que, alm de verossmil, encontre algum

    amparo ainda que em elementos indicirios ou circunstanciais dos

    autos". (RT, 393/345).

    4.3 DO OFENDIDO ART. 201 DO CPP

    4.3.1 CONCEITO

    O ofendido ou a vtima o sujeito passivo da infrao, aquele que sofreudiretamente a violao da norma penal ou, como diz Bettiol, a pessoa que efetivamente titular daquele interesse especfico e concreto que o crime nega.

    No se confunde ofendido com testemunha, pois enquanto esta um terceirodesinteressado, aquele um terceiro interessado que pode, inclusive, habilitar-secomo assistente da acusao e compor a relao jurdica processual.

    A oitiva do ofendido ou vtima obrigatria, nos termos do art. 201, do CPP:

    Art. 201. Sempre que possvel, o ofendido ser qualificado e perguntadosobre as circunstncias da infrao, quem seja ou presuma ser o seuautor, as provas que possa indicar, tomando-se por termo as suasdeclaraes.

    V-se que da prpria redao do artigo ressoa clara a obrigatoriedade em se ouvira vtima, tenham ou no as partes requerido.

    A sua inquirio um dever imposto ao J uiz, pois o ofendido no precisa serarrolado, devendo ser ouvido sempre que possvel, independentemente dainiciativa das partes.

    Mas e se o ofendido intimado e no comparece?

    Neste caso, devemos aplicar a regra presente no pargrafo 1, que deixa claro a

    possibilidade de conduo coercitiva da vtima. Observe:

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    1o Se, intimado para esse fim, deixar de comparecer sem motivo justo, oofendido poder ser conduzido presena da autoridade.

    O Cdigo de Processo Penal estabelece, exemplificativamente, trs perguntas aserem feitas ao ofendido, quais sejam: As circunstncias da infrao, quem seja oupresuma ser o seu autor e as provas que possa indicar.

    Evidentemente que o J uiz no est adstrito a estas perguntas, podendo formulartantas quantas lhe paream convenientes e cabveis.

    4.3.2 VALOR PROBATRIO

    Antes de qualquer coisa, caro aluno, me responda: O valor da palavra do ofendido

    relativo ou absoluto?Se voc imaginou que o J uiz no tem, obrigatoriamente, que aceitar o que foi dito,devendo analisar caso a caso, com certeza voc respondeu relativo, e voc estcorreto.

    O valor probatrio desse depoimento realmente relativo, devendo o J uiz avali-lo luz das demais provas produzidas, em conformidade com o sistema do livreconvencimento.

    A esse respeito, nota-se que a posio da vtima um tanto quanto paradoxal,pois ao lado de ter sido, muitas das vezes, um expectador privilegiado do fato

    objeto da ao penal, a posio de diretamente ofendido pela ao delituosa, noentanto, torna-o suspeito de parcialidade, ao contrrio do que acontece com atestemunha.

    Mas, por outro lado, h determinados delitos, como os crimes contra os costumes,em que, na maioria dos casos, apenas a vtima tem condies de depor sobre osfatos, dada a clandestinidade caracterstica dessas infraes penais. Tudo irdepender do prudente arbtrio do J uiz ao avaliar a prova colhida.

    4.3.3 ALTERAES INTRODUZIDAS PELA LEI 11.690/2008

    A lei n 11.690/2008 modificou praticamente todo o texto relativo ao ofendido etrouxe importantes alteraes inseridas no artigo 201. Vamos conhec-las eestud-las:

    1. OBRIGATORIEDADE DE COMUNICAO AO OFENDIDO QUANTO ADETERMINADOS ATOS PROCESSUAIS E SOBRE A PRISO OU LIBERDADEDO ACUSADO Este item refere-se obrigao de o Magistrado determinar acomunicao tanto de uma ordem de priso quanto da deciso pela liberdadeprovisria DURANTE O PROCESSO J UDICIAL. Imagine ento que Tcio confere

    leses corporais graves a Mvio. Durante o inqurito, Tcio preso. Neste caso,Mvio ter que ser comunicado, correto??? NOOOO!!! Est ERRADO, pois a

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    regra s vale para o decorrer do PROCESSO J UDICIAL. Observe abaixo que odispositivo legal utiliza o termo acusado e no indiciado.

    2o

    O ofendido ser comunicado dos atos processuais relativos aoingresso e sada do acusado da priso, designao de data paraaudincia e sentena e respectivos acrdos que a mantenham oumodifiquem.

    E como vai ocorrer esta comunicao, ser que pode ser por e-mail??? CLAROQUE.....SIM!!! Observe:

    3o As comunicaes ao ofendido devero ser feitas no endereo por ele

    indicado, admitindo-se, por opo do ofendido, o uso de meio eletrnico.

    2. RESERVA DE LUGAR EM SEPARADO PARA O OFENDIDO, ANTES EDURANTE A REALIZAO DA AUDINCIA Esta regra visa ao resguardo daintegridade fsica e moral da vtima.

    4o Antes do incio da audincia e durante a sua realizao, serreservado espao separado para o ofendido.

    3. ENCAMINHAMENTO DO OFENDIDO A ATENDIMENTO MULTIDISCIPLINAR Sabemos que cada indivduo responde de uma forma diferente ao passar por umasituao traumtica. Com isso, a lei conferiu ao J uiz a POSSIBILIDADE, de acordocom cada caso, de encaminhar o ofendido para atendimento por equipemultidisciplinar. E o que isso? o atendimento por um grupo de especialistas nasreas de assistncia jurdica, sade, psicossocial, dentre outras. Mas seria justoque o ofendido pagasse por esse tratamento? Claro que no, e, exatamente porisso que a lei facultou ao Magistrado atribuir as custas do tratamento ao Estado ouao ofensor.

    5o Se o juiz entender necessrio, poder encaminhar o ofendido paraatendimento multidisciplinar, especialmente nas reas psicossocial, deassistncia jurdica e de sade, a expensas do ofensor ou do Estado.

    4. APLICAO DE MEDIDAS NECESSRIAS PARA PRESERVAR A HONRA,IMAGEM E VIDA PRIVADA DO OFENDIDO Mais uma faculdade atribuda aoJ uiz que, analisando cada caso, poder atenuar sobremaneira o princpio dapublicidade dos atos processuais. Observe:

    6o O juiz tomar as providncias necessrias preservao daintimidade, vida privada, honra e imagem do ofendido, podendo, inclusive,

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    determinar o segredo de justia em relao aos dados, depoimentos eoutras informaes constantes dos autos a seu respeito para evitar suaexposio aos meios de comunicao.

    4.4 PROVA TESTEMUNHAL

    4.4.1 CONCEITO

    A testemunha, em sentido prprio, uma pessoa diversa dos sujeitos principais doprocesso (podemos dizer, um terceiro desinteressado) que chamada em juzopara declarar, positiva ou negativamente, e sob juramento, a respeito de fatos queestejam relacionados ao julgamento do mrito da ao penal, a partir da percepo

    que sobre eles (os fatos) obteve no passado.O Professor Mittermaier define a testemunha como sendo "o indivduo chamado adepor segundo sua experincia pessoal, sobre a existncia e a naturezade umfato".

    Para Malatesta, o fundamento da prova testemunhal reside "na presuno de queos homens percebam e narrem a verdade, presuno fundada, por sua vez, naexperincia geral da humanidade, a qual mostra que no maior nmero de casos, ohomem verdico.

    Finalizando, ensina Mirabete que a testemunha a pessoa que, perante o juiz,

    declara o que sabe acerca dos fatos sobre os quais se litiga no processo penal, ouas que so chamadas a depor, perante o juiz, sobre as suas percepes sensoriaisa respeito dos fatos imputados ao acusado

    4.4.2 CLASSIFICAES

    Voc encontrar diversas classificaes e denominaes para a testemunha.

    Apresento aqui o que realmente importa para a sua P R O V A !!!

    Dos trs conceitos apresentados, fique atento ao

    segundo, pois ele j foi cobrado em prova e pode

    confundir facilmente o candidato. Perceba que a definio

    diz que no maior nmero de casos o homem verdico e

    acreditar nisso acaba sendo complicado devido realidade. Entretanto para a PROVA a pura VERDADE!!!

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    a) TTEESSTTEEMMUUNNHHAA DDIIRREETTAA: a testemunha denominada de visu, ou seja, quesabe dos fatos porque os viu diretamente, os presenciou sensorialmente.Manzini s considerava verdadeiramente testemunha este tipo de declarante,pois, para ele, quem no presenciou os fatos seriam meros informantes.

    A lei brasileira, no entanto, no faz tal distino, sendo que pelo sistema do livreconvencimento evidente que o J uiz pode valorar a prova da forma comomelhor lhe aprouver, dando, por exemplo, valor maior palavra da testemunhaque viu do que quelas que tomaram conhecimento por outros meios.

    b) TTEESSTTEEMMUUNNHHAA IINNDDIIRREETTAA: Meus alunos, lembram quando o Silvio Santos (Issomesmo, aquele do SBT) comentava sobre os filmes e dizia: EU NO VI, MASMINHA MULHER VIU E DISSE QUE MUITO BOM!!! Nesse caso, podemosdizer que ele uma testemunha indireta do filme, pois, indiretamente, tomavaconhecimento do contedo. (OK, OK, foi horrvel esse exemplo, mas aposto quevoc no esquece mais!!!).

    Assim, trazendo para a esfera processual, testemunha indireta aquela quedeclara ao magistrado sobre o que no presenciou, mas soube ou ouviu dizer.

    Teoricamente, em que pese tenha o magistrado liberdade na formao de suaconvico, trata-se de testemunha mais frgil, impondo-se, portanto, certareserva ao magistrado na valorao de seu depoimento.

    c) TEESSTTEMUNNHA PPRRPPRRIAA: a testemunha chamada para ser ouvida sobre ofato objeto do litgio, seja porque os tenha presenciado, seja porque deles ouviudizer.

    d) TESTEMUNHA IMPRPRIA OU INSTRUMENTAL: A testemunha imprpria,instrumentria ou fedatria a que depe sobre a regularidade de um ato, ouseja, so as testemunhas que confirmam a autenticidade de um ato processualrealizado.

    Depem, portanto, sobre a regularidade de atos que presenciaram, no sobreos fatos que constituem o objeto principal do julgamento.

    o caso, por exemplo, da testemunha que presenciou a apresentao de umpreso em flagrante (art. 304, 2., do CPP); a testemunha que esteve presentena audincia em que o interrogado confessou o crime espontaneamente, semqualquer coao; a testemunha que presenciou a apreenso de objeto realizadapela autoridade policial em diligncia de busca (art. 245, 7., do CPP) etc.

    e) TEESSTTEMUNNHA RREFEERRIDDA: Imagine que Tcio, testemunha, durante seudepoimento diz: Eu no estava perto do local delito, mas o Mvio havia idopegar a bola perto do galpo e ouviu tudo.

    No caso de Mvio no estar arrolado como testemunha, interessante que ele

    seja ouvido pelo fato de ter sido REFERIDO por Tcio durante seu depoimento?

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    Claro que sim, e agora podemos definir que testemunha referida aquela que,embora no tenha sido arrolada nos momentos ordinrios (denncia ou queixa,para acusao; resposta acusao, para o ru), poder ser inquirida pelo juizex officio ou a requerimento das partes em razo de ter sido citada por uma

    outra testemunha, chamada de referente (art. 209, 1., do CPP).

    Art. 209. O juiz, quando julgar necessrio, poder ouvir outrastestemunhas, alm das indicadas pelas partes. 1o Se ao juiz parecer conveniente, sero ouvidas as pessoas a queas testemunhas se referirem.

    De acordo com o art. 401, 1., do CPP, esta categoria no considerada paraefeito de contagem do nmero mximo de testemunhas admitido em cadaprocedimento penal.

    f) TTEESSTTEEMMUUNNHHAA JJUUDDIICCIIAALL: Considera-se aquela inquirida pelo juizindependentemente de ter sido arrolada por qualquer das partes ou de ter sidorequerida a sua oitiva.

    Neste caso, a inquirio ex officio fundamenta-se no poder-dever que assiste aomagistrado de, buscando a verdade real, determinar as providnciasnecessrias para esclarecer as dvidas que porventura tiver.

    Tratando desta espcie de prova testemunhal, estabelece o art. 209 do CPP

    que o juiz, quando julgar necessrio, poder ouvir outras testemunhas, almdas indicadas pelas partes.

    Precitada disposio guarda simetria com o art. 156 do CPP que, ao tratar dasprovas em geral, viabiliza ao juiz, depois de iniciada a instruo ou antes deproferir sentena, determinar a produo de provas para dirimir dvidasrelevantes.

    g) TTEESSTTEEMMUUNNHHAA NNUUMMEERRRRIIAA: a testemunha que presta compromisso oujuramento, na forma do art. 203, primeira parte, do Cdigo de Processo Penal.

    Art. 203. A testemunha far, sob palavra de honra, a promessa de dizer averdade do que souber e Ihe for perguntado, devendo declarar seu nome,sua idade, seu estado e sua residncia, sua profisso, lugar onde exercesua atividade, se parente, e em que grau, de alguma das partes, ouquais suas relaes com qualquer delas, e relatar o que souber,explicando sempre as razes de sua cincia ou as circunstncias pelasquais possa avaliar-se de sua credibilidade.

    h) TTEESSTTEEMMUUNNHHAA NNOO CCOOMMPPRROOMMIISSSSAADDAA OOUU IINNFFOORRMMAANNTTEE: contempladasno art. 208 do CPP, so aquelas dispensadas do compromisso.

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    Art. 208. No se deferir o compromisso a que alude o art. 203 aosdoentes e deficientes mentais e aos menores de 14 (quatorze) anos, nems pessoas a que se refere o art. 206.

    So os menores de 14 anos, os doentes mentais e os parentes do imputadoelencados no art. 206 do CPP (cnjuge, ascendente, descendentes, irmo e afinsna linha reta). De acordo com o art. 401, 1., do CPP, esta categoria detestemunhas no ser computada para efeito de determinao do nmero mximode pessoas que podem ser arroladas pelas partes nos momentos ordinrios doprocesso criminal.

    Art. 206. A testemunha no poder eximir-se da obrigao de depor.Podero, entretanto, recusar-se a faz-lo o ascendente ou descendente, oafim em linha reta, o cnjuge, ainda que desquitado, o irmo e o pai, ame, ou o filho adotivo do acusado, salvo quando no for possvel, poroutro modo, obter-se ou integrar-se a prova do fato e de suascircunstncias.

    Resumindo:

    TESTEMUNHA DIRETA EU VI OS FATOS

    TESTEMUNHA INDIRETA EU OUVI FALAR

    TESTEMUNHA PRPRIA EU VOU FALAR SOBRE O FATO EM SIE NO SOBRE CIRCUSTNCIASALHEIAS.

    TESTEMUNHA INSTRUMENTAL

    (IMPRPRIA)

    FATO? QUE FATO? VIM S PARA

    FALAR QUE VI O ACUSADO CHEGAR

    NA DELEGACIA

    TESTEMUNHA REFERIDA POXA, QUE SACO...AQUELE CARATINHA QUE DAR COM A LNGUA NOSDENTES E REFERIR MEU NOME PARA

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    O JUIZ... AGORA VOU TER QUETESTEMUNHAR

    TESTEMUNHA JUDICIALSEU JUIZ, SE NENHUMA DAS PARTES

    ME CHAMOU, PARA QUE EU ESTOU

    AQUI?? SER QUE POR CAUSA DO

    TAL PRINCPIO DA VERDADE REAL

    QUE O PROFESSOR DO PONTOCOLOCOU NA AULA 01?

    TESTEMUNHA NUMERRIA PRESTAR COMPROMISSO? TOPO,PORQUE NO!

    TESTEMUNHA INFORMANTE (NO

    COMPROMISSADA)

    SEU JUIZ, POSSO AT INFORMAR

    ALGUMA COISA, MAS GARANTIR QUE VERDADE...AI NO

    4.4.3 CAPACIDADE PARA TESTEMUNHAR

    Caro aluno, quem pode testemunhar? Encontramos esta importante resposta noartigo 202 do Cdigo de Processo Penal, que dispe:

    Art. 202. Toda pessoa poder ser testemunha.

    O artigo. 202 do CPP deixa claro que toda pessoa capaz de ser testemunha. Issosignifica que pode testemunhar em juzo qualquer indivduo que tenha condiesde perceber os acontecimentos ao seu redor e narrar o resultado destas suaspercepes, independente de sua integridade mental, idade e condies fsicas.

    Assim, diferentemente do que ocorre no Processo Civil, pode ser arrolado ointerdito, o inimputvel, o surdo, o mudo etc.

    claro que o valor que ser dado a cada depoimento ser atribudo peloMagistrado com base no princpio da livre convico, devendo ser consideradocom reservas, por exemplo, o depoimento de uma criana de pouca idade ou deum portador de deficincia mental.

    4.4.4 COMPROMISSO DA TESTEMUNHA

    Por compromisso sugere o Cdigo de Processo Penal, no art. 203, o instituto queimporta em advertncia testemunha quanto sua obrigao de falar a verdade.Em nome deste pensamento que se construiu o entendimento no sentido de que

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    apenas a testemunha compromissada poderia responder pelo crime de falsotestemunho (art. 342 do Cdigo Penal).

    Art. 203. A testemunha far, sob palavra de honra, a promessa de dizera verdade do que souber e Ihe for perguntado, devendo declarar seunome, sua idade, seu estado e sua residncia, sua profisso, lugar ondeexerce sua atividade, se parente, e em que grau, de alguma daspartes, ou quais suas relaes com qualquer delas, e relatar o quesouber, explicando sempre as razes de sua cincia ou as circunstnciaspelas quais possa avaliar-se de sua credibilidade.

    Art. 342. Fazer afirmao falsa, ou negar ou calar a verdade comotestemunha, perito, contador, tradutor ou intrprete em processo judicial,

    ou administrativo, inqurito policial, ou em juzo arbitral.

    Entretanto, diante do exposto, podemos chegar em situaes absurdas.

    Imagine que Tcio, testemunha no compromissada, mente cada palavra de seudepoimento e, devido a isto, um inocente fica preso durante dez anos. Neste caso,frente aos atuais conceitos de tica e moralidade, tal situao aceitvel?

    Claro que a resposta negativa e, exatamente por isso, a jurisprudncia vemfirmando entendimento de que TODAS as testemunhas tem o dever de falar averdade, aproximando em muito a testemunha compromissada da no

    compromissada. Observe os julgados:

    Apelao criminal. Falso testemunho. Recurso defensivo.Atipicidade de conduta por ausncia de compromisso.Impossibilidade.

    Existem duas orientaes quanto necessidade docompromisso da testemunha: para uma, no comete ocrime a testemunha no compromissada, para outracorrente, a testemunha informante pode cometer o

    referido delito.

    Compartilho do segundo posicionamento e entendo que atestemunha informante (no compromissada) podeincorrer no crime de falso testemunho, pois, este surge dadesobedincia ao dever de afirmar a verdade, "que noderiva do compromisso" (TJ-RJ - RT ,392:116 - 2004).Des rovimento do recurso.

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    4.4.5 TESTEMUNHAS NO SUJEITAS A COMPROMISSO

    A regra dentro de nosso pas a obrigatoriedade de compromisso por parte das

    testemunhas.Entretanto, o artigo 208 do CPP dispe:

    Art. 208. No se deferir o compromisso a que alude o art. 203 aosdoentes e deficientes mentais e aos menores de 14 (quatorze) anos, nems pessoas a que se refere o art. 206.

    Art. 206. A testemunha no poder eximir-se da obrigao de depor.Podero, entretanto, recusar-se a faz-lo o ascendente ou descendente, o

    afim em linha reta, o cnjuge, ainda que desquitado, o irmo e o pai, ame, ou o filho adotivo do acusado, salvo quando no for possvel, poroutro modo, obter-se ou integrar-se a prova do fato e de suascircunstncias.

    Do exposto, podemos resumir que as seguintes pessoas no prestarocompromisso:

    1-DOOEENTTESSMEENTAIS;;

    2-MEENOREESDE14ANOS;

    HABEAS CORPUS. CRIME CONTRA A ADMINISTRAO DAJUSTIA: FALSO TESTEMUNHO, ART. 342 DO CDIGOPENAL.

    Testemunha que no prestou compromisso em processo por serprima da parte, mas que foi advertida de que suas declaraespoderiam caracterizar ilcito penal.

    A formalidade do compromisso no mais integra o tipo do crime defalso testemunho, diversamente do que ocorria no primeiro Cdigoda Repblica, Decreto 847, de 11-10-1890.

    Quem no a obrigado pela lei a depor como testemunha, masque se dispe a faz-lo e advertido pelo Juiz, mesmo sem terprestado compromisso pode ficar sujeito s penas do crime de

    falso testemunho. Precedente: HC 66.511-0, I Turma."Habeas Corpus" conhecido, mas indeferido. (STF, H.C. n69.358-0-RS, Rel. Min. Paulo Brossard).

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    33-- PPAARREENNTTEESS DDOO RRUU EENNUUMMEERRAADDOOSS NNOO AARRTT.. 220066 DDOO CCPPPP::AASSCCEENNDDEENNTTEESS,, DDEESSCCEENNDDEENNTTEESS,, IIRRMMOO EE CCNNJJUUGGEE,, AAIINNDDAA

    QQUUEE SSEEPPAARRAADDOO JJUUDDIICCIIAALLMMEENNTTEE,, EE,, PPOORR FFIIMM,, OOSS AAFFIINNSS EEMM

    LLIINNHHAA RREETTAA ((SSOOGGRROO,, SSOOGGRRAA EETTCC))..

    A doutrina majoritria defende ser taxativo o rol acima apresentado, ou seja, nocabem novas hipteses. Este entendimento tem sido seguido de maneira rgidapelos tribunais e isso acarreta a necessidade de alguns apontamentos importantes:

    1. Mvia ex-cnjuge do ru, agora dele divorciado. Ela est sujeita aocompromisso?

    A resposta positiva. Isso porque, dentre as pessoas citadas no art. 206 do Cdigo

    como dispensadas do compromisso est o desquitado. Ora, ao desquite sucedeua separao judicial e no o divrcio. Alm disso, esse ltimo instituto dissolvecompletamente o vnculo conjugal, ao contrrio do primeiro, no se justificando,pois, a dispensa do compromisso ao divorciado.

    2. O companheiro do(a) ru(r): Com a equiparao pela Constituio Federal, casocaracterizada a Unio Estvel, no h que se falar em obrigatoriedade docompromisso..

    3. Amigo nt imo e inimigo capital do ru: no esto dispensados do compromisso,pois a lei silente. Como j vimos a lista TAXATIVA.

    4. Parentes da vtima: Como no esto na lista do artigo 208, esto sujeitos acompromisso tambm. Mas professor, no cabe analogia regra do art. 206? No,pois a lista TAXATIVA (J guardou ou repito mais uma vez?)

    5. Depoimento que importa em auto-incriminao: embora nada disponha oCdigo de Processo Penal a respeito, a jurisprudncia tem entendido,

    majoritariamente, que, embora sujeito a compromisso, nos termos de recenteprecedente do STF, o crime de falso testemunho no se configura quando com adeclarao da verdade o depoente assume o risco de ser incriminado (HC73.035/DF, DJ 19.12.96, p. 51.766) (STJ , HC 20.924/SP, Rel. Min. Laurita Vaz, 5Turma, em 07.04.2003).

    6. Tios, primo, sobrinhos e cunhados do ru : sujeitos, normalmente, acompromisso. Todos, afinal, so parentes colaterais os dois primeiros legtimos,o terceiro por afinidade , no includos no mbito do art. 206, referido no art. 208do CPP.

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    Do exposto podemos resumir:

    DOENTES MENTAIS ********************************

    MENORES DE 14 ANOS ********************************

    ASCENDENTES ********************************

    DESCENDENTES ********************************

    AMIGO NTIMO ********************************

    CNJUGE ********************************

    SEPARADO

    JUDICIALMENTE

    ********************************

    DIVORCIADO ********************************

    AFINS EM LINHA RETA ********************************

    IRMO ********************************

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    INIMIGO CAPITAL ********************************

    PARENTES DA VTIMA ********************************

    TIOS / PRIMOS /

    SOBRINHO / CUNHADO

    ********************************

    DEPOIMENTO QUEIMPORTA EM AUTO-

    INCRIMINAO

    ********************************

    4.4.6 CARACTERSTICAS

    A prova testemunhal possui vrias caractersticas, dentre as quais destaco parasua PROVA:

    AA)) OORRAALLIIDDAADDEE: A prova testemunhal deve ser colhida mediante uma narrativaverbal prestada em contato direto com o juiz, as partes e seus representantes,apenas transportando-a por termo aos autos.

    O depoimento ser oral, nos termos do art. 204 do CPP.

    Art. 204. O depoimento ser prestado oralmente, no sendo permitido testemunha traz-lo por escrito.Pargrafo nico. No ser vedada testemunha, entretanto, breve

    consulta a apontamentos.

    H, porm, algumas regras, que excetuam ou mitigam a regra da oralidade estrita,as quais consistem:

    1 - Possibilidade de realizar a testemunha breve consulta a apontamentos(nome de uma rua ou de uma localidade, sobrenome de uma pessoa, marcade um carro, um itinerrio percorrido, etc.).

    2 Opo conferida ao Presidente da Repblica e seu vice, Presidente doSenado, da Cmara dos Deputados e do Supremo Tribunal Federal entre a

    prestao de depoimento oral ou escrito. Neste ltimo caso, conformedispe o art. 221, 1., do CPP, as perguntas formuladas pelas partes e

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    pelo magistrado sero enviadas por ofcio e, do mesmo modo, as respostasdevolvidas ao juzo. Por analogia, idntica possibilidade deve ser conferidaaos Presidentes dos demais Tribunais Superiores (Superior Tribunal deJ ustia, Tribunal Superior Eleitoral, Tribunal Superior do Trabalho e Superior

    Tribunal Militar).

    Art. 221. O Presidente e o Vice-Presidente da Repblica, ossenadores e deputados federais, os ministros de Estado, osgovernadores de Estados e Territrios, os secretrios de Estado,os prefeitos do Distrito Federal e dos Municpios, os deputadoss Assemblias Legislativas Estaduais, os membros do PoderJudicirio, os ministros e juzes dos Tribunais de Contas daUnio, dos Estados, do Distrito Federal, bem como os doTribunal Martimo sero inquiridos em local, dia e horapreviamente ajustados entre eles e o juiz.

    1o O Presidente e o Vice-Presidente da Repblica, ospresidentes do Senado Federal, da Cmara dos Deputados e doSupremo Tribunal Federal podero optar pela prestao dedepoimento por escrito, caso em que as perguntas,formuladas pelas partes e deferidas pelo juiz, Ihes serotransmitidas por ofcio. (grifo nosso)

    3 Testemunha surda, ou muda, ou surda-muda, qual as perguntas e/ou

    respostas sero feitas por escrito, perante o juiz, por razes bvias.

    Art. 223.

    [...]

    Pargrafo nico. Tratando-se de mudo, surdo ou surdo-mudo,proceder-se- na conformidade do art. 192.

    4 Testemunha em crime de abuso de autoridade, que poder optar pelaprestao de depoimento por escrito, conforme estabelece o art. 14, 1.,da Lei 4.898/1965.

    B)) OOBJJETIIVIDADDE: A testemunha fala apenas sobre os fatos percebidos por seussentidos e objeto da demanda, sem emitir sua opinio pessoal. A exceo admitida quando a reproduo exigir necessariamente um juzo de valor. Ex. atestemunha afirma que o causador do acidente automobilstico dirigia emvelocidade incompatvel com o local, comportando-se de forma perigosa. Talapreciao subjetiva indestacvel da narrativa, devendo, portanto, ser mantida

    pelo juiz.

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    C)) RETROSPECTIVVIIDAADE: A testemunha chamada para reproduzir fatospassados, acontecimentos pretritos conhecidos, e nunca para fazer previsespara o futuro. A testemunha depe sobre o que assistiu e por isso sempre

    retrospectivo. Exemplo: Tcio est sofrendo um processo e arrola comotestemunha Meviolino, cartomante renomado da regio. Durante seu depoimento,Meviolino, aps uma inquirio fecha os olhos e grita: MENTALIZEI QUE AOFENDIDA VAI FICAR COMPLETAMENTE CURADA!!!. Isso servir para algo?Claro que no.

    DD)) JJUUDDIICCIIAALLIIDDAADDEE: Tecnicamente, s prova testemunhal aquela produzida emjuzo.

    EE)) INNDIIVIDDUAALLIIDAADDE: Cada testemunha presta o seu depoimento isolada deoutra.

    Art. 210. As testemunhas sero inquiridas cada uma de per si, de modoque umas no saibam nem ouam os depoimentos das outras, devendo ojuiz adverti-las das penas cominadas ao falso testemunho.

    FF)) OOBBRRIIGGAATTOORRIIEEDDAADDEE DDEE CCOOMMPPAARREECCIIMMEENNTTOO: Uma vez regularmentenotificada para depor, a testemunha tem a obrigao de comparecer a juzo sobpena de conduo coercitiva, pagamento das despesas da conduo, multa e, atmesmo, processo criminal por desobedincia (arts. 218 e 219 do CPP).

    Art. 218. Se, regularmente intimada, a testemunha deixar de comparecersem motivo justificado, o juiz poder requisitar autoridade policial a suaapresentao ou determinar seja conduzida por oficial de justia, quepoder solicitar o auxlio da fora pblica.Art. 219. O juiz poder aplicar testemunha faltosa a multa prevista noart. 453, sem prejuzo do processo penal por crime de desobedincia, e

    conden-la ao pagamento das custas da diligncia.

    Esta regra, contudo, no absoluta, admitindo excees, as quais consistem:

    Pessoas que, em razo de doena ou idade, estiverem impossibilitadas decomparecer ao J uzo, caso em que deve o juiz deslocar-se e ouvi-las no lugaronde estiverem (art. 220 do CPP).

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    Art. 220. As pessoas impossibilitadas, por enfermidade ou por velhice, decomparecer para depor, sero inquiridas onde estiverem.

    Presidente e Vice-Presidente da Repblica, os senadores e deputados federais,os ministros de Estado, os governadores de Estado, os secretrios de Estado,os prefeitos do Distrito Federal e dos Municpios, os deputados estaduais, osmembros do Poder J udicirio, os ministros e juzes dos Tribunais de Contas daUnio, dos Estados, do Distrito Federal bem como os do Tribunal Martimo, aosquais confere a lei (art. 221, caput, do CPP), o direito de agendar, previamente,o dia, a hora e o local em que devero ser ouvidos.

    Observe-se que idntica prerrogativa possuem os membros do MinistrioPblico (art. 40, I, da Lei 8.625/1993).

    Ademais, quanto ao Presidente da Repblica e seu vice, bem como Presidentes

    do Senado, Cmara dos Deputados e Supremo Tribunal Federal (aqui seincluindo, por analogia, os Presidentes dos demais Tribunais Superiores),podero eles, ainda, optar pela prestao de depoimento escrito, nos termos doart. 221, 1., do CPP que j tratamos.

    GG)) OOBBRRIIGGAATTOORRIIEEDDAADDEE DDAA PPRREESSTTAAOO DDEE DDEEPPOOIIMMEENNTTOO: Caro aluno,TESTEMUNHA tem direito ao silncio?

    A resposta negativa, pois poder ser enquadrada esta conduta no crime de falsotestemunho, que se caracteriza quando o indivduo fizer afirmao falsa, calar ounegar a verdade sobre fatos de que tenha cincia.

    Assim, podemos dizer que comparecendo a juzo, tem a testemunha obrigao dedepor, no podendo se eximir deste dever que lhe imposto por lei. Observe:

    Art. 206. A testemunha no poder eximir-se da obrigao de depor.

    Entretanto, existem excees que retiram essa obrigao da testemunha em depor.

    So elas:

    Pessoas referidas no art. 206, 2. parte, do CPP:

    Art. 206. [...] Podero, entretanto, recusar-se a faz-lo o ascendente oudescendente, o afim em linha reta, o cnjuge, ainda que desquitado, oirmo e o pai, a me, ou o filho adotivo do acusado, salvo quando no forpossvel, por outro modo, obter-se ou integrar-se a prova do fato e de suascircunstncias.

    OBSERVAO: Esta exceo tem carter relativo, pois caso o J uiz entenda ser atestemunha a nica fonte de prova, poder no aceitar a recusa.

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    Pessoas do art. 207 do CPP:

    Art. 207. So proibidas de depor as pessoas que, em razo de funo,ministrio, ofcio ou profisso, devam guardar segredo, salvo se,desobrigadas pela parte interessada, quiserem dar o seu testemunho

    Exemplos: padre, psiclogo, psiquiatra, advogado etc., em relao, evidentemente,aos fatos que souberam em decorrncia da confiana inspirada pela atividade queexercem.

    Observe-se que o dever de depor sob pena de falso testemunho no existe para a

    vtima, visto que, regulamentada em captulo parte, no lhe aplicvel a regra doart.206, atinente, exclusivamente, prova testemunhal. Assim, caso venha asilenciar, estar a vtima colaborando para absolvio do ru, nada impedindo que,mais tarde, venha seu silncio a ser interpretado como retratao tcita a eventualdepoimento incriminador que tenha prestado anteriormente, podendo responder,ento, por denunciao caluniosa ou falsa comunicao de crime, se for o caso.

    Tambm no existe, como j vimos, dever de depor ao ru que tem,constitucionalmente, assegurado o direito ao silncio, corolrio do princpio nemotenetur se detegere.

    Do exposto, resumimos:

    ORALIDADE A prova testemunhal deve ser colhida

    mediante uma narrativa verbal

    OBJETIVIDADE A testemunha fala apenas sobre os fatospercebidos por seus sentidos e objeto da

    demanda, sem emitir sua opinio pessoal.

    RETROSPECTIVIDADE A testemunha no a ME DINAH, ouseja, deve falar de fatos pretritos.

    JUDICIALIDADE S prova testemunhal aquela produzida

    em juzo.

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    INDIVIDUALIDADE Cada testemunha presta o seudepoimento isolada de outra.

    OBRIGATORIEDADE DE

    COMPARECIMENTO

    Se notificada, a testemunha tem a

    obrigao de comparecer a juzo sob pena

    de conduo coercitiva.

    OBRIGATORIEDADE DE

    DEPOIMENTO

    Testemunha no tem direito ao silncio.

    Caro aluno,

    Aqui encerramos mais uma aula.

    No prximo encontro finalizaremos os aspectos pertinentes testemunha e trataremos denovos assuntos interessantes e importantes para a sua prova.

    Continue firme e forte em busca do seu sonho e adquira mais e mais conhecimento, poisa bateria de exerccios est chegando!

    Abraos e bons estudos,

    Pedro Ivo

    O mundo est nas mos daqueles que tma coragem de sonhar e de correr o

    risco de viver seus sonhos."

    Paulo Coelho

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    PRINCIPAIS ARTIGOS TRATADOS NA AULA

    DO INTERROGATRIO DO ACUSADO

    Art. 185. O acusado que comparecer perante a autoridade judiciria, no curso doprocesso penal, ser qualificado e interrogado na presena de seu defensor, constitudoou nomeado.

    1o O interrogatrio do ru preso ser realizado, em sala prpria, no estabelecimentoem que estiver recolhido, desde que estejam garantidas a segurana do juiz, do membrodo Ministrio Pblico e dos auxiliares bem como a presena do defensor e a publicidadedo ato.

    2o Excepcionalmente, o juiz, por deciso fundamentada, de ofcio ou a requerimentodas partes, poder realizar o interrogatrio do ru preso por sistema de videoconfernciaou outro recurso tecnolgico de transmisso de sons e imagens em tempo real, desdeque a medida seja necessria para atender a uma das seguintes finalidades:

    I - prevenir risco segurana pblica, quando exista fundada suspeita de que o presointegre organizao criminosa ou de que, por outra razo, possa fugir durante odeslocamento;

    II - viabilizar a participao do ru no referido ato processual, quando haja relevantedificuldade para seu comparecimento em juzo, por enfermidade ou outra circunstnciapessoal;

    III - impedir a influncia do ru no nimo de testemunha ou da vtima, desde que no sejapossvel colher o depoimento destas por videoconferncia, nos termos do art. 217 deste

    Cdigo;IV - responder gravssima questo de ordem pblica.

    3o Da deciso que determinar a realizao de interrogatrio por videoconferncia, aspartes sero intimadas com 10 (dez) dias de antecedncia.

    5o Em qualquer modalidade de interrogatrio, o juiz garantir ao ru o direito deentrevista prvia e reservada com o seu defensor; se realizado por videoconferncia, ficatambm garantido o acesso a canais telefnicos reservados para comunicao entre odefensor que esteja no presdio e o advogado presente na sala de audincia do Frum, eentre este e o preso.

    6o

    A sala reservada no estabelecimento prisional para a realizao de atosprocessuais por sistema de videoconferncia ser fiscalizada pelos corregedores e pelojuiz de cada causa, como tambm pelo Ministrio Pblico e pela Ordem dos Advogadosdo Brasil.

    7o Ser requisitada a apresentao do ru preso em juzo nas hipteses em que ointerrogatrio no se realizar na forma prevista nos 1o e 2o deste artigo.

    8o Aplica-se o disposto nos 2o, 3o, 4o e 5o deste artigo, no que couber, realizaode outros atos processuais que dependam da participao de pessoa que esteja presa,como acareao, reconhecimento de pessoas e coisas, e inquirio de testemunha outomada de declaraes do ofendido.

    9o Na hiptese do 8o deste artigo, fica garantido o acompanhamento do atoprocessual pelo acusado e seu defensor.

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    Art. 186. Depois de devidamente qualificado e cientificado do inteiro teor da acusao, oacusado ser informado pelo juiz, antes de iniciar o interrogatrio, do seu direito depermanecer calado e de no responder perguntas que lhe forem formuladas.

    Pargrafo nico. O silncio, que no importar em confisso, no poder ser interpretadoem prejuzo da defesa.

    Art. 188. Aps proceder ao interrogatrio, o juiz indagar das partes se restou algum fatopara ser esclarecido, formulando as perguntas correspondentes se o entender pertinentee relevante.

    Art. 189. Se o interrogando negar a acusao, no todo ou em parte, poder prestaresclarecimentos e indicar provas.

    Art. 190. Se confessar a autoria, ser perguntado sobre os motivos e circunstncias dofato e se outras pessoas concorreram para a infrao, e quais sejam.

    Art. 191. Havendo mais de um acusado, sero interrogados separadamente.

    Art. 192. O interrogatrio do mudo, do surdo ou do surdo-mudo ser feito pela formaseguinte:

    I - ao surdo sero apresentadas por escrito as perguntas, que ele responder oralmente;

    II - ao mudo as perguntas sero feitas oralmente, respondendo-as por escrito;

    III - ao surdo-mudo as perguntas sero formuladas por escrito e do mesmo modo dar asrespostas.

    Pargrafo nico. Caso o interrogando no saiba ler ou escrever, intervir no ato, comointrprete e sob compromisso, pessoa habilitada a entend-lo.

    Art. 193. Quando o interrogando no falar a lngua nacional, o interrogatrio ser feito pormeio de intrprete.

    Art. 195. Se o interrogado no souber escrever, no puder ou no quiser assinar, tal fatoser consignado no termo.

    CAPTULO IV

    DA CONFISSO

    Art. 197. O valor da confisso se aferir pelos critrios adotados para os outroselementos de prova, e para a sua apreciao o juiz dever confront-la com as demaisprovas do processo, verificando se entre ela e estas existe compatibilidade ou

    concordncia.Art. 200. A confisso ser divisvel e retratvel, sem prejuzo do livre convencimento dojuiz, fundado no exame das provas em conjunto.

    CAPTULO V

    DO OFENDIDO

    Art. 201. Sempre que possvel, o ofendido ser qualificado e perguntado sobre ascircunstncias da infrao, quem seja ou presuma ser o seu autor, as provas que possaindicar, tomando-se por termo as suas declaraes.

    1o Se, intimado para esse fim, deixar de comparecer sem motivo justo, o ofendidopoder ser conduzido presena da autoridade.

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    2o O ofendido ser comunicado dos atos processuais relativos ao ingresso e sada doacusado da priso, designao de data para audincia e sentena e respectivosacrdos que a mantenham ou modifiquem.

    3o As comunicaes ao ofendido devero ser feitas no endereo por ele indicado,admitindo-se, por opo do ofendido, o uso de meio eletrnico.

    4o Antes do incio da audincia e durante a sua realizao, ser reservado espaoseparado para o ofendido.

    6o O juiz tomar as providncias necessrias preservao da intimidade, vidaprivada, honra e imagem do ofendido, podendo, inclusive, determinar o segredo de justiaem relao aos dados, depoimentos e outras informaes constantes dos autos a seurespeito para evitar sua exposio aos meios de comunicao.

    CAPTULO VI

    DAS TESTEMUNHAS

    Art. 202. Toda pessoa poder ser testemunha.

    Art. 203. A testemunha far, sob palavra de honra, a promessa de dizer a verdade do quesouber e Ihe for perguntado, devendo declarar seu nome, sua idade, seu estado e suaresidncia, sua profisso, lugar onde exerce sua atividade, se parente, e em que grau,de alguma das partes, ou quais suas relaes com qualquer delas, e relatar o que souber,explicando sempre as razes de sua cincia ou as circunstncias pelas quais possaavaliar-se de sua credibilidade.

    Art. 204. O depoimento ser prestado oralmente, no sendo permitido testemunhatraz-lo por escrito.

    Pargrafo nico. No ser vedada testemunha, entretanto, breve consulta aapontamentos.

    Art. 206. A testemunha no poder eximir-se da obrigao de depor. Podero, entretanto,recusar-se a faz-lo o ascendente ou descendente, o afim em linha reta, o cnjuge, aindaque desquitado, o irmo e o pai, a me, ou o filho adotivo do acusado, salvo quando nofor possvel, por outro modo, obter-se ou integrar-se a prova do fato e de suascircunstncias.

    Art. 207. So proibidas de depor as pessoas que, em razo de funo, ministrio, ofcioou profisso, devam guardar segredo, salvo se, desobrigadas pela parte interessada,quiserem dar o seu testemunho.

    Art. 208. No se deferir o compromisso a que alude o art. 203 aos doentes e deficientesmentais e aos menores de 14 (quatorze) anos, nem s pessoas a que se refere o art. 206.

    Art. 209. O juiz, quando julgar necessrio, poder ouvir outras testemunhas, alm dasindicadas pelas partes.

    1o Se ao juiz parecer conveniente, sero ouvidas as pessoas a que as testemunhas sereferirem.

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    EXERCCIOS

    01. (CESPE - JUIZ SUBSTITUTO TJ-AL 2008) Ainda que devidamente int imado, se

    o ofendido deixa de comparecer audincia de instruo e julgamento, no pode oju iz determinar sua conduo coerc itiva, considerando que no se trata detestemunha compromissada.

    GABARITO: INCORRETA

    COMENTRIOS: O ofendido ser obrigado a comparecer, cabendo a conduocoercitiva.

    Art. 201. Sempre que possvel, o ofendido ser qualificado e perguntadosobre as circunstncias da infrao, quem seja ou presuma ser o seuautor, as provas que possa indicar, tomando-se por termo as suasdeclaraes.

    1o Se, intimado para esse fim, deixar de comparecer sem motivo justo, oofendido poder ser conduzido presena da autoridade. (grifo nosso)

    02. (CESPE - JUIZ SUBSTITUTO TJ-AL 2008) O ofendido ter de ser comunicadodos atos processuais relativos ao ingresso e sada do acusado da priso, designao de data para audincia e sentena, bem como a respectivos acrdos

    que a mantenham ou modifiquem.

    GABARITO: CORRETA

    COMENTRIOS: Questo que exige do candidato a simples leitura do cdigo. Reproduzo pargrafo 2 do artigo 201.

    2o O ofendido ser comunicado dos atos processuais relativos aoingresso e sada do acusado da priso, designao de data paraaudincia e sentena e respectivos acrdos que a mantenham oumodifiquem.

    03. (CESPE - DELEGADO - PC-ES 2008) A lei processual garante ao acusado apossibi lidade de confessar, negar ou si lenciar a respeito da imputao que lhe atribuda, sem que haja qualquer prejuzo sua defesa. Assim, no momento dointerrogatrio, permitido ao acusado o silncio em resposta s perguntas denatureza identificatrias ou de qualificao pessoal.

    GABARITO: INCORRETA

    COMENTRIOS: O direito ao silncio no abrange a fase de qualificao. Observe:

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    Art. 186. Depois de devidamente qualificado e cientificado do inteiro teorda acusao, o acusado ser informado pelo juiz, antes de iniciar ointerrogatrio, do seu direito de permanecer calado e de no responderperguntas que lhe forem formuladas.

    04. (CESPE - JUIZ SUBSTITUTO TJ-DF 2008) O juiz penal no est obrigado aadmitir como verdadeira a confisso do ru.

    GABARITO: CORRETA

    COMENTRIOS: Adotamos no pas o sistema da livre apreciao das provas por parte doMagistrado. Sendo assim, o prprio cdigo deixa claro o valor relativo da confisso.

    Art. 197. O valor da confisso se aferir pelos critrios adotados para osoutros elementos de prova, e para a sua apreciao o juiz deverconfront-la com as demais provas do processo, verificando se entre ela eestas existe compatibilidade ou concordncia.

    05. (CESPE - JUIZ SUBSTITUTO TJ-DF 2008) O juiz penal, quando julgarnecessrio, poder ouvir outras testemunhas, alm das indicadas pelas partes, bemcomo pessoas por elas referidas.

    GABARITO: CORRETACOMENTRIOS: O enunciado da questo trata da testemunha judicial e da referida e talpossibilidade encontra-se plasmada no CPP nos seguintes termos:

    Art. 209. O juiz, quando julgar necessrio, poder ouvir outrastestemunhas, alm das indicadas pelas partes.

    06. (CESPE - JUIZ SUBSTITUTO TJ-DF 2008) Aos menores de 18 (dezoito) anos

    quando testemunhas, no se defere o compromisso legal.

    GABARITO: INCORRETA

    COMENTRIOS: A lei fala em menores de quatorze anos e no 18. Muito cuidado comesse item na hora da prova.

    Art. 208. No se deferir o compromisso a que alude o art. 203 aosdoentes e deficientes mentais e aos menores de 14 (quatorze) anos, nems pessoas a que se refere o art. 206.

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    07. (CESPE - JUIZ SUBSTITUTO TJ-RS 2009) A previso do interrogatrio do rupor videoconferncia afastou a possibilidade de tomada do depoimento dastestemunhas por essa metodologia de busca da prova.

    GABARITO: INCORRETA

    COMENTRIOS: Verificamos durante nossos estudos que a videoconferncia cabvelpara qualquer ato processual conforme o pargrafo 8 do artigo 185 do CPP. Relembre:

    Art. 185

    [...]

    8o Aplica-se o disposto nos 2o, 3o, 4o e 5o deste artigo, no quecouber, realizao de outros atos processuais que dependam da

    participao de pessoa que esteja presa, como acareao,reconhecimento de pessoas e coisas, e inquirio de testemunha outomada de declaraes do ofendido.

    08. (CESPE - POLICIA CIVIL-2009) Considere que Anglica, imputvel, tenha sidoarrolada como testemunha de acusao nos autos de uma ao penal, tendo sidonotificada pessoalmente da audincia para a sua oitiva. Sem justificativa, Anglicafaltou audincia e, mesmo novamente notificada, no compareceu em juzo.Neste caso, poder o juiz determinar a conduo coercitiva de Anglica, semprejuzo do processo penal por crime de desobedincia.

    GABARITO: CORRETA

    COMENTRIOS: A questo est em total consonncia com o Cdigo de Processo Penal,deixando claro a obrigatoriedade da presena da testemunha, podendo esta, inclusive,responder por crime de desobedincia, no caso de falta injustificada.

    9. (CESPE TJ-AC-2007) O silncio do acusado, durante o processo, no pode serinterpretado em seu desfavor.

    GABARITO: CORRETA

    COMENTRIOS: Na poca do concurso, esta questo foi considerada incorreta, mas,conforme vimos em nossa aula, atualmente o entendimento outro, ou seja, exatamenteo dito no exerccio.

    Art. 186

    [...]

    Pargrafo nico. O silncio, que no importar em confisso, no poderser interpretado em prejuzo da defesa.

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    10. (CESPE TJ-AC-2007) O comportamento adotado pelo ru durante o processo,na tentativa de defender-se, no se presta a agravar-lhe a pena.

    GABARITO: INCORRETA

    COMENTRIOS: O Magistrado deve observar tudo em uma audincia, inclusive ocomportamento do ru em todos os momentos. Segundo a jurisprudncia majoritria, ocomportamento do ru tambm pode ser um meio de prova para o J uiz.

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    LISTA DAS QUESTES APRESENTADAS

    01. (CESPE - JUIZ SUBSTITUTO TJ-AL 2008) Ainda que devidamente int imado, se

    o ofendido deixa de comparecer audincia de instruo e julgamento, no pode oju iz determinar sua conduo coerc itiva, considerando que no se trata detestemunha compromissada.

    02. (CESPE - JUIZ SUBSTITUTO TJ-AL 2008) O ofendido ter de ser comunicadodos atos processuais relativos ao ingresso e sada do acusado da priso, designao de data para audincia e sentena, bem como a respectivos acrdosque a mantenham ou modifiquem.

    03. (CESPE - DELEGADO - PC-ES 2008) A lei processual garante ao acusado apossibi lidade de confessar, negar ou si lenciar a respeito da imputao que lhe atribuda, sem que haja qualquer prejuzo sua defesa. Assim, no momento dointerrogatrio, permitido ao acusado o silncio em resposta s perguntas denatureza identificatrias ou de qualificao pessoal.

    04. (CESPE - JUIZ SUBSTITUTO TJ-DF 2008) O juiz penal no est obrigado aadmitir como verdadeira a confisso do ru.

    05. (CESPE - JUIZ SUBSTITUTO TJ-DF 2008) O juiz penal, quando julgarnecessrio, poder ouvir outras testemunhas, alm das indicadas pelas partes, bemcomo pessoas por elas referidas.

    06. (CESPE - JUIZ SUBSTITUTO TJ-DF 2008) Aos menores de 18 (dezoito) anosquando testemunhas, no se defere o compromisso legal.

    07. (CESPE - JUIZ SUBSTITUTO TJ-RS 2009) A previso do interrogatrio do rupor videoconferncia afastou a possibilidade de tomada do depoimento das

    testemunhas por essa metodologia de busca da prova.

    08. (CESPE - POLICIA CIVIL-2009) Considere que Anglica, imputvel, tenha sidoarrolada como testemunha de acusao nos autos de uma ao penal, tendo sidonotificada pessoalmente da audincia para a sua oitiva. Sem justificativa, Anglicafaltou audincia e, mesmo novamente notificada, no compareceu em juzo.Neste caso, poder o juiz determinar a conduo coercitiva de Anglica, semprejuzo do processo penal por crime de desobedincia.

    09. (CESPE TJ-AC-2007) O silncio do acusado, durante o processo, no pode serinterpretado em seu desfavor.

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    10. (CESPE TJ-AC-2007) O comportamento adotado pelo ru durante o processo,na tentativa de defender-se, no se presta a agravar-lhe a pena.