Aula 04 - regência e crase

Embed Size (px)

Citation preview

  • Turma de Exerccios ESAF Prof3 Claudia Kozlowski

    SINTAXE DE REGNCIA

    Nosso encontro de hoje dividido em duas partes - REGNCIA e CRASE.

    Comearemos por SINTAXE DE REGNCIA.

    H sempre nas oraes elementos regentes e elementos regidos. Chamamos de regentes aos termos que pedem complemento e de regidos aos que complementam o sentido dos primeiros.

    A sintaxe de regncia estudar, portanto, as relaes de subordinao ou dependncia entre os elementos da orao.

    Resumindo: "uso ou no preposio?" e "qual a preposio mais adequada para tal sentido?".

    REGNCIA NOMINAL - estuda a relao entre um substantivo, um adjetivo ou um advrbio com o termo que complementa o seu significado.

    REGNCIA VERBAL - analisa o emprego e o significado dos verbos de acordo com a preposio do seu complemento indireto (ou a ausncia da preposio no complemento direto).

    Nosso estudo ter por base as lies de Celso Pedro Luft presentes nas seguintes obras:

    - Dicionrio Prtico de Regncia Nominal - Editora tica - 4a

    edio - 2003;

    - Dicionrio Prtico de Regncia Verbal - Editora tica - 8a edio -2002.

    Prepare-se, pois a aula longa e importantssima!

    QUESTES DE PROVA DA ESAF - REGNCIA

    1 - (ESAF/AFC STN/2005)

    1. S mais tarde alcancei compreender que a inteligncia assinale

    pode trabalhar at ao fim inteiramente alheia aos

    graves problemas religiosos que confundem o pensador

    que os quer resolver segundo a razo, se

    5. nenhum choque exterior veio perturbar para ela

    soluo recebida na infncia. A dvida no sinal de

    que o esprito adquiriu maior perspicuidade, s

    vezes um simples mal-estar da vida.

    Prof Claudia Kozlowski WWW.p0nt0d0SC0nCUrS0S.C0m.br - 1

    salazarNotaperspicuidade |u-i| (latim perspicuitas, -atis, transparncia) s. f.1. Qualidade de perspcuo.2. Clareza; nitidez; lucidez.

  • Turma de Exerccios ESAF Prof3 Claudia Kozlowski

    (Joaquim Nabuco, Minha formao)

    A respeito de aspectos lingsticos do trecho acima, analise a proposio a seguir.

    - A preposio de, que antecede a conjuno que( .7), exigncia do verbo transitivo indireto da orao iniciada por essa conjuno.

    Comentrio.

    Mudana ortogrfica: no h trema em "lingsticos".

    Comeamos nosso estudo fazendo uma importante distino.

    Como saber se esse "que" uma conjuno integrante, como afirma o examinador, e no um pronome relativo? Qual a diferena entre um e outro?

    Supondo que o primeiro perodo do pargrafo fosse "S mais tarde alcancei compreender que a inteligncia pode trabalhar at ao fim", tudo o que se segue ao verbo COMPREENDER poderia ser substitudo pelo pronome substantivo ISSO:

    "S mais tarde alcancei compreender ISSO".

    Neste caso, como o pronome substantivo indefinido (ISSO) estaria exercendo a funo sinttica de objeto direto de COMPREENDER ("... compreender ISSO"), a orao classificada como orao subordinada substantiva objetiva direta. Traduzindo o "gramatiqus":

    - orao subordinada - porque exerce uma funo sinttica em outra orao;

    - substantiva - porque, como vimos, ela pode ocupar o lugar de um substantivo ("compreender o ensinamento") ou de um pronome substantivo ("compreender ISSO");

    - objetiva direta - porque ela exerce a funo sinttica de objeto direto em relao orao que complementa.

    No se assuste com essa nomenclatura toda - teremos uma aula todinha para o estudo das conjunes e formao de perodos.

    A conjuno integrante SEMPRE d incio a uma orao subordinada SUBSTANTIVA.

    O pronome relativo SEMPRE d incio a uma orao subordinada ADJETIVA.

    O PRONOME RELATIVO se refere a algum termo que j foi mencionado, substituindo-o na orao subordinada adjetiva.

    Prof Claudia Kozlowski www.pontodosconcursos.com.br - 2

  • Turma de Exerccios ESAF Prof3 Claudia Kozlowski

    Se este pronome, na orao adjetiva, exercer a funo sinttica de sujeito, deve o verbo concordar com o termo antecedente (vimos vrios exemplos na aula de concordncia).

    Se o termo regente (verbo, adjetivo, substantivo, advrbio) presente na orao adjetiva exigir uma preposio em relao a esse termo antecedente, esta preposio dever ser colocada antes do pronome relativo, substituto do antecedente.

    Para facilitar, vamos a um exemplo de emprego do pronome relativo, extrado do mesmo texto.

    "... a inteligncia pode trabalhar at ao fim inteiramente alheia aos graves problemas religiosos que confundem o pensador"

    Podemos verificar duas oraes distintas:

    (1) - "a inteligncia pode trabalhar at o fim inteiramente alheia aos graves problemas religiosos"

    (2) - "que confundem o pensador"

    A orao (1) possui um elemento que ser usado na orao (2) - sabe qual ?

    (1) "... alheia aos graves problemas..." ^ (2) - "graves problemas confundem o pensador"

    Para evitar sua repetio na segunda orao, foi usado, em seu lugar, um PRONOME RELATIVO. Como este pronome exerce a funo de sujeito do verbo CONFUNDIR, ele remete ao seu antecedente a concordncia do verbo (isso j vimos na aula sobre o assunto).

    Agora, imagine se, em vez do verbo CONFUNDIR, tivssemos o verbo LUTAR: algum luta CONTRA algum / algo. Tudo muda.

    (1) "... alheia aos graves problemas..." ^ (2) - "o pensador luta CONTRA graves problemas ..."

    Na "nova" orao (2), o termo no exerce mais a funo de sujeito (agora, o sujeito "o pensador"), mas a de objeto indireto, que deve ser antecedido de preposio obrigatria "contra".

    Como, no lugar do sintagma nominal, colocaremos um pronome relativo, essa preposio deve anteceder o pronome.

    (1) "a inteligncia pode trabalhar at o fim inteiramente alheia aos graves problemas religiosos"

    (2) "contra os quais luta o pensador" (invertemos a ordem dos termos).

    Prof Claudia Kozlowski www.pontodosconcursos.com.br - 3

  • Turma de Exerccios ESAF Prof3 Claudia Kozlowski

    Agora que esclarecemos a diferena entre CONJUNO INTEGRANTE e PRONOME RELATIVO, vamos voltar questo da prova.

    A passagem em anlise :

    A dvida no sinal de que o esprito adquiriu maior perspicuidade, s vezes um simples mal-estar da vida.

    Podemos substituir tudo o que sucede a preposio DE pelo pronome ISSO:

    A dvida no sinal dISSO.

    Ento, a orao mesmo iniciada por uma conjuno integrante.

    O erro est em indicar o termo regente da preposio, que o substantivo SINAL e no o verbo SER.

    ITEM ERRADO

    2 - (ESAF/SEFAZ CE/2007)

    Analise os itens a seguir em relao aos aspectos morfossintticos, de pontuao e/ou paralelismo em artigos do Estatuto dos Funcionrios Pblicos Civis do Estado do Cear.

    I - dever de o funcionrio levar, por escrito, ao conhecimento da autoridade superior irregularidades administrativas que tiver cincia em razo do cargo que ocupa, ou da funo que exera.

    II - Deve o funcionrio guardar sigilo sobre a documentao e os assuntos de natureza reservada que tem conhecimento em razo do cargo que ocupa, ou da funo que exerce.

    Comentrio.

    So poucas as questes que tratam de REGNCIA NOMINAL.

    Regncia, em sentido amplo, indica a subordinao sinttica de um elemento a outro.

    O complemento verbal est para o verbo assim como o complemento nominal est para o nome (adjetivo, substantivo, advrbio).

    Ao passo que o complemento verbal pode, ou no, ligar-se ao verbo por preposio, o complemento nominal sempre exige este conectivo:

    Amar algum (direto) Amor a algum (indireto) Amante de algum (indireto^

    Prof Claudia Kozlowski www.pontodosconcursos.com.br - 4

  • Turma de Exerccios ESAF Prof3 Claudia Kozlowski

    Sendo o complemento verbal indireto, comum o nome correspondente (substantivo, adjetivo) manter a regncia do verbo:

    duvidar de alguma coisa (verbo)

    duvidoso de alguma coisa (adjetivo)

    dvida de alguma coisa (substantivo)

    Assim, nos exemplos acima, a expresso "alguma coisa" liga-se a nomes e a verbos pela mesma preposio: "de".

    Essa questo j foi apresentada anteriormente (e voltaremos a analis-la em relao a outros aspectos), por isso, agora, iremos nos ater aos aspectos relativos sintaxe de regncia.

    I - Note que, na passagem "... levar, por escrito, ao conhecimento da autoridade superior irregularidades administrativas que tiver cincia...", o pronome relativo "que" retoma o antecedente "irregularidades administrativas". Assim, como "algum tem cincia DE alguma coisa", a preposio exigida pelo termo regente "cincia", essa preposio deve anteceder o pronome relativo que substitui o termo regido "irregularidades administrativas".

    Feita a correo, a estrutura seria: "... levar, por escrito, ao conhecimento da autoridade superior irregularidades administrativas DE QUE TIVER CINCIA... "

    II - Neste item, o raciocnio o mesmo. Algum tem conhecimento DE / SOBRE alguma coisa. Na passagem "Deve o funcionrio guardar sigilo sobre a documentao e os assuntos de natureza reservada que tem conhecimento...", o pronome relativo "que" retoma os antecedentes "a documentao e os assuntos de natureza reservada".

    Por isso, a preposio "de", exigida pelo termo regente "conhecimento", deve anteceder o pronome relativo: "Deve o funcionrio guardar sigilo sobre a documentao e os assuntos de natureza reservada DE QUE TEM CONHECIMENTO...".

    Se optssemos pela preposio SOBRE (o que no seria muito aconselhvel, haja vista sua ocorrncia no mesmo perodo), por no ser uma preposio monossilbica (calma, isso ser assunto da aula sobre PRONOMES - s estou adiantando...), seria necessrio trocar o relativo "que" pelo correspondente "os quais": "Deve o funcionrio guardar sigilo sobre a documentao e os assuntos de natureza reservada SOBRE OS QUAIS TEM CONHECIMENTO ".

    ITENS ERRADOS

    Prof Claudia Kozlowski www.pontodosconcursos.com.br - 5

  • Turma de Exerccios ESAF Prof3 Claudia Kozlowski

    3 - (ESAF/AFRF/2002.1)

    O homem moderno na medida das senhas de que ele escravo para ter acesso vida. No mais o senhor de seu direito constitucional de ir-e-vir. A senha a senhora absoluta. Sem senha, voc fica sem seu prprio dinheiro ou at sem a vida. No cofre do hotel, so quatro algarismos; no seu home bank, seis; mas para trabalhar no computador da empresa, voc tem que digitar oito vezes, letras e algarismos. A porta do meu carro tem senha; o alarme do seu, tambm. Cada um de nossos cartes tem senha. Se for sensato, voc percebe que sua memria no pode ser ocupada com tanta baboseira intil. Seus neurnios precisam ter finalidade nobre. Tm que guardar, sim, os bons momentos da vida. Ento, desesperado, voc descarrega tudo na sua agenda eletrnica, num lugar secreto que s senha abre. Agora s falta descobrir em que lugar secreto voc vai guardar a senha do lugar secreto que guarda as senhas.

    (Alexandre Garcia, Abre-te ssamo, com adaptaes)

    Julgue a assero abaixo, com relao ao emprego das palavras e expresses do texto.

    - Para que as regras da norma culta sejam respeitadas, obrigatrio o emprego da preposio de regendo a orao "que ele escravo"(l.1).

    Comentrio.

    O vocbulo escravo rege a preposio de ("Algum escravo DE outra pessoa / alguma coisa.").

    No segmento "O homem moderno na medida das senhas | de que ele escravo", h as seguintes oraes:

    1a orao - "O homem moderno na medida das senhas" -orao principal

    2a orao - "de que ele escravo" - orao subordinada adjetiva

    O que presente na 2a orao est substituindo o vocbulo "senhas", da 1a orao. Por isso, classificado como um pronome relativo. Um pronome relativo SEMPRE d incio a uma orao subordinada adjetiva. Uma orao adjetiva pode ser restritiva (limita o conceito do vocbulo a que se refere) ou explicativa (oferece apenas informaes adicionais, acessrias). Nesse caso, restritiva.

    Devemos observar se o elemento representado pelo pronome relativo deveria ser regido por alguma preposio exigida por outro elemento da

    Prof Claudia Kozlowski www.pontodosconcursos.com.br - 6

  • Turma de Exerccios ESAF Prof3 Claudia Kozlowski

    orao adjetiva. Para isso, devemos colocar a orao adjetiva na ordem direta, fazendo as substituies necessrias:

    "que ele escravo" - "ele escravo de senhas"

    Essa preposio obrigatria, exigida pelo substantivo escravo (termo regente), deve preceder o pronome relativo (termo regido) - "de que ele escravo". Portanto, a assertiva est correta.

    ITEM CERTO

    4 - (ESAF/SEFAZ SP/2009)

    Com base no texto, analise a proposio que se segue.

    1. O Hamas, com sua odiosa plataforma que prega o

    aniquilamento da nao vizinha, no um movimento

    adventcio, artificial, em Gaza.

    O grupo fundamentalista, com ramificaes assistenciais

    5. e religiosas, criou razes e tornou-se popular na faixa de

    Gaza - essa capilaridade, alis, torna difcil atingir alvos

    militares sem matar civis. O Hamas venceu as eleies

    parlamentares palestinas de 2006 e, mais tarde, expulsou

    de Gaza o Fatah, o partido secular de Mahmoud Abbas,

    10. presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP).

    Facilitaram a ascenso do extremismo em Gaza a

    incompetncia corrupta do governo do Fatah, o cruel

    bloqueio circulao de bens e pessoas imposto por

    Israel e a opo, tomada por EUA e Unio Europeia, de

    15. ignorar diplomaticamente o Hamas e fortalecer a ANP.

    (Folha de S. Paulo, Editorial, 5/1/2009)

    - O emprego da preposio em "de ignorar"(l.14 e 15) justifica-se pela regncia de "opo".

    Comentrio.

    Trata-se, pois, de um caso de REGNCIA NOMINAL. O termo que exige a preposio que antecede "ignorar" mesmo "opo". Este termo regente (opo) apresenta dois termos regidos, ambos apresentados

    Prof Claudia Kozlowski www.pontodosconcursos.com.br -7

  • Turma de Exerccios ESAF Prof3 Claudia Kozlowski

    sob forma oracional: (1) ignorar diplomaticamente o Hamas e (2) fortalecer a ANP.

    ITEM CERTO

    5 - (ESAF/ AUDITOR DO TESOURO MUNICIPAL NATAL / 2008)

    A linguagem da mdia uma das mais constantes

    formas de comunicao a que as pessoas tm acesso.

    Com os avanos da tecnologia, a produo de notcias

    escritas e faladas invade nosso cotidiano. O noticirio

    5. tem um papel social e poltico, assim como educacional:

    ao estarmos expostos a ele fazemos conexes e

    tentamos entender e explicar como acontecimentos

    relatados na mdia se relacionam com nossas vidas e

    com a sociedade como um todo. Entretanto, notcias

    10. so relatos de fatos e no o fato em si. O tratamento

    de qualquer tpico, portanto, sempre depender de

    quem o escolheu e de que ponto de vista ser relatado.

    Relatos, assim, no so uma representao de fatos,

    mas uma construo cultural que codifica valores fixos,

    15. j que os jornalistas obedecem a uma srie de critrios

    que determinam se um fato pode ser relatado ou no.

    (Carmen Rosa Caldas-Coulthard. A imprensa britnica e a representao da Amrica Latina: recontextualizao textual e prtica social)

    Analise o seguinte item a respeito do emprego das estruturas lingsticas no texto.

    - O uso da preposio a antes de "que"(l.2) exigncia das regras gramaticais que normatizam as relaes sintticas com o substantivo "acesso"(l .2).

    Comentrio.

    Mais uma questo que trata de regncia nominal. Algum tem acesso A alguma coisa. Na passagem, o objeto indireto est sob a forma

    Prof Claudia Kozlowski www.pontodosconcursos.com.br - 8

  • Turma de Exerccios ESAF Prof3 Claudia Kozlowski

    pronominal, ou seja, representado por um pronome relativo, que substitui o antecedente (expresso "formas de comunicao") na orao subordinada adjetiva: "A linguagem da mdia uma das mais constantes formas de comunicao a que as pessoas tm acesso."

    Desse modo, a preposio deve anteceder esse pronome relativo. Est correta a indicao das relaes de regncia.

    ITEM CERTO

    6 - (ESAF/AFC STN/2008)

    Com base no texto, analise a afirmativa abaixo.

    1. No caso do Brasil, o potencial de contaminao

    das expectativas de crescimento pela crise externa

    concentra-se em trs ameaas: a economia real ser

    atingida por forte conteno de liquidez, o que diminuir

    5. a oferta de capital para manter os investimentos, o

    consumo interno sofrer abalos com a perda acelerada

    do preo das commodities, o que tender a reduzir o

    lucro dos exportadores, e a volta do dficit em conta

    corrente, com presso sobre o cmbio e reflexos na

    10. inflao.

    O momento oportuno para o Brasil encontrar medidas

    que amenizem os efeitos de uma eventual tempestade

    internacional. As preocupaes no so infundadas. O

    risco de escassez de crdito externo para as empresas

    15. brasileiras um exemplo. Acertadamente, o governo j

    estuda meios para compensar uma eventual paralisia

    do crdito internacional, por meio de fontes internas,

    como emprstimos do BNDES.

    (Jornal do Brasil, 18 de setembro de 2008, Editorial)

    - O emprego da aglutinao da preposio com artigo definido feminino em "pela crise" justifica-se pela regncia de "crescimento"(l. 2).

    Prof Claudia Kozlowski www.pontodosconcursos.com.br - 9

  • Turma de Exerccios ESAF Prof3 Claudia Kozlowski

    Comentrio.

    O segmento iniciado pela preposio "por" (contrada com o artigo definido "o", formando "pelo") indica o agente da "contaminao" (em outras palavras, a crise externa contaminou as expectativas de crescimento => expectativas de crescimento contaminadas PELA CRISE EXTERNA).

    Portanto, est errada a afirmao de que o termo que estaria a exigir seu emprego seria o vocbulo "crescimento".

    ITEM ERRADO

    7 - (ESAF/ATA MF/2009)

    Em relao ao texto abaixo, analise a proposio.

    Os mercados financeiros entraram em maro

    2. assombrados pelo maior prejuzo trimestral da histria

    corporativa dos Estados Unidos - a perda de US$ 61,7

    4. bilhes contabilizada pela seguradora American

    International Group (AIG) no quarto trimestre de 2008.

    6. No ano, o prejuzo chegou a US$ 99,3 bilhes. O

    Tesouro americano anunciou a disposio de injetar

    8. mais US$ 30 bilhes na seguradora, j socorrida em

    setembro com dinheiro do contribuinte. Na Europa, a

    10. notcia ruim para as bolsas foi a reduo de 70% do

    lucro anual do Banco HSBC, de US$ 19,1 bilhes para

    12. US$ 5,7 bilhes. Enquanto suas aes caam 15%,

    o banco informava o fechamento das operaes de

    14. financiamento ao consumidor nos Estados Unidos,

    com dispensa de 6.100 funcionrios.

    16. Com demisses de milhares e perdas de bilhes

    dominando o noticirio de negcios no dia a dia, os

    18. sinais de reativao da economia mundial continuam

    fora do radar. E isso no o pior. No fim do ano

    20. passado, havia a esperana de se iniciar 2009 com

    a crise financeira contida. Se isso tivesse acontecido,

    Prof Claudia Kozlowski www.pontodosconcursos.com.br -10

  • Turma de Exerccios ESAF Prof3 Claudia Kozlowski

    22.os governos poderiam concentrar-se no combate

    retrao econmica e ao desemprego. Aquela

    24.esperana foi logo desfeita.

    (O Estado de S. Paulo, 3/3/2009)

    - A presena de preposio em "ao desemprego"(l.23) justifica-se pela regncia de "combate".

    Comentrio.

    So dois os termos regidos do substantivo "COMBATE": "... combate RETRAO ECONMICA e AO DESEMPREGO".

    Nessas poucas questes apresentadas, verificamos que as que exploram REGNCIA NOMINAl costumam ser simples, explorando os termos (regente e/ou regido) desta relao sinttica.

    Normalmente, a banca indica o termo regente e o candidato deve avaliar se esta indicao est certa ou errada. Sempre volte ao texto e releia a passagem em que o trecho em anlise se encontra.

    ITEM CERTO

    8 - (ESAF/AFC CGU/2004)

    1. Livro tem comeo, meio e fim. Como a

    vida. As grandes narrativas favorecem a nossa

    viso histrica e criam o caldo de cultura no

    qual brotam as utopias. Sem utopia no h

    5. ideal - sem ideal no h valores nem projetos.

    A vida reduz-se a um joguete nas oscilaes

    do mercado.

    A literatura a arte da palavra. E, como

    toda arte, recria a realidade, subvertendo-a,

    10. transfigurando-a, revelando o seu avesso. Por

    isso, todo artista um clone de Deus, j que

    imprime ao real um carter tico e um sabor

    esttico, superando a linguagem usual e refletindo,

    de modo surpreendente, a imaginao

    Prof Claudia Kozlowski www.pontodosconcursos.com.br -11

    salazarNotajoguete || s. m.1. Brinco, ludbrio.2. Faccia; zombaria.3. Coisa que movida sem opor resistncia.

  • Turma de Exerccios ESAF Prof3 Claudia Kozlowski

    15. criadora.

    (Adaptado de Frei Betto)

    Analise a seguinte proposio.

    - Em "a um joguete"(l.6), a presena da preposio exigida pela regncia da palavra "joguete".

    Comentrio.

    A preposio foi exigida pelo verbo REDUZIR-SE. Algo se reduz A alguma coisa.

    O substantivo "joguete" , na verdade, o termo regido, atuando como objeto indireto da construo.

    ITEM ERRADO

    9 - (ESAF/AFC CGU/2004)

    Julgue se o trecho abaixo foi transcrito de forma gramaticalmente correta.

    - A onda desenvolvimentista e a experincia keynesiana teve o seu apogeu nas trs dcadas que sucederam o fim da Segunda Guerra. O ambiente poltico e social estava saturado da idia que era possvel adotar estratgias nacionais e intencionais de crescimento, industrializao e avano social.

    Comentrio.

    Mudana ortogrfica: no h acento agudo em "ideia" (linha 4) .

    Para comear, um problema de concordncia. Como vimos, sujeito composto anteposto ao verbo exige que este realize a concordncia gramatical, ou seja, com todos os ncleos. Na construo, so dois os ncleos: onda e experincia. Assim, a forma verbal TER deveria ter se flexionado no plural: "... tiveram o seu apogeu...".

    O outro erro de regncia verbal, em relao ao verbo SUCEDER que, no sentido de "vir aps, acontecer sucessivamente", pode ser transitivo direto (pronominal) e indireto (algo suceder-se a), transitivo indireto (algo suceder a) ou intransitivo (algo suceder). Nota-se, portanto, um problema de regncia verbal: "... nas trs dcadas que sucederam ao fim da Segunda Guerra.".

    Prof Claudia Kozlowski www.pontodosconcursos.com.br -12

    salazarNota(jo.gue. te) []

    sm.

    1. Pessoa que manipulada por outra: Tornou-se um joguete nas mos dos poderosos.

    2. Pessoa, animal ou coisa submetida a foras que lhe so muito superiores e com as quais no consegue lidar: Era um joguete de seus prprios sonhos: A andorinha era um joguete do vento.

    3. O mesmo que brinquedo.

    [F.: Do cast. juguete]

  • Turma de Exerccios ESAF Prof3 Claudia Kozlowski

    Em seguida, outro problema de regncia, desta vez nominal. O termo regente "idia" (*) exige a preposio "de", que deve anteceder a conjuno integrante "que": "... estava saturado da idia (*) DE QUE era possvel adotar estratgias...".

    Cuidado com esse ltimo erro, pois muito comum, na linguagem cotidiana, abolirmos a preposio que vem aps substantivos quando o termo regido oracional:

    "Ele no tem conscincia DE QUE somos todos irmos."

    "No tenha dvidas DE QUE eu a amo."

    "Ela tinha medo DE QUE o marido soubesse a verdade."

    "Ele est temeroso DE QUE seja abandonado."

    "O deputado respondeu s acusaes DE QUE estaria envolvido no esquema."

    "A previso DE QUE ele morreria no se confirmou."

    ITEM ERRADO

    Celso Luft enumera apenas CINCO nomes (quatro adjetivos e um substantivo) que admitem a omisso da preposio antes de termos regidos oracionais. So eles:

    - ansioso: "Estava ansioso (de) que a aula terminasse.";

    - convencido: "Estava convencido (de) que ele no era sincero.";

    - crente: "Estou crente (de) que no prximo ano serei aprovado.";

    - esperana: "Tenho esperanas (de) que voc volte.";

    - esquecido:"Ele parecia esquecido (de) que eu era sua amiga.".

    Algumas bancas seguem esta lio - at o momento, no nos deparamos com nenhuma questo da ESAF que tenha aceitado a omisso da preposio, mas todo cuidado pouco em relao a essas cinco "excees".

    10 - (ESAF/Auditor-Fiscal do Trabalho/2006)

    Analise o trecho a seguir, adaptado de uma reportagem da Folha de S. Paulo, 30 de abril de 2006.

    Prof Claudia Kozlowski www.pontodosconcursos.com.br -13

  • Turma de Exerccios ESAF Prof3 Claudia Kozlowski

    - Um diploma universitrio ou o ingresso no ensino superior no so garantias que os salrios no se deteriorem de modo mais intenso nos perodos de crise, pois as maiores perdas entre 2002 e 2006, ocorreram nos trabalhadores com mais de 11 anos de estudo.

    Comentrio.

    O termo regente "garantias" exige a preposio "de" (garantia DE alguma coisa).

    Assim, percebe-se um erro de regncia, com a falta da preposio em "... no so garantias que os salrios no se deteriorem...".

    O correto seria: "... no so garantias DE QUE os salrios no se deteriorem...".

    H tambm um problema de pontuao, com a vrgula aps "2006" separando sujeito do verbo correspondente, mas isso assunto da nossa penltima aula.

    ITEM ERRADO

    11 - (ESAF/AFC STN/2005)

    Analise a correo gramatical do trecho abaixo.

    - A responsabilidade dos scios e administradores da sociedade limitada resultante da cesso de quotas no ser distinta de outras sociedades limitadas.

    Comentrio.

    Ainda que o termo regente esteja representado por um pronome demonstrativo, se faz necessrio o emprego da preposio que seria exigida por ele.

    o que acontece na passagem: "A responsabilidade (...) no ser distinta de outras sociedades limitadas".

    Vamos analisar o sentido do que est escrito: a responsabilidade no ser distinta DE OUTRAS SOCIEDADES? O que o autor quis dizer foi que "a responsabilidade dos scios e administradores da sociedade limitada resultante da cesso de quotas no ser distinta DA RESPONSABILIDADE DOS SCIOS E ADMINISTRADORES de outras sociedades limitadas" ou simplesmente "DA RESPONSABILIDADE de outras sociedades limitadas".

    Prof Claudia Kozlowski www.pontodosconcursos.com.br -14

  • Turma de Exerccios ESAF Prof3 Claudia Kozlowski

    Ficou faltando o elemento que exige a preposio "de" final, quer o substantivo ou um pronome que o represente:

    1 - "A responsabilidade (...) no ser distinta DA RESPONSABILIDADE de outras sociedades limitadas"; ou

    2 - "A responsabilidade (...) no ser distinta DA de outras sociedades limitadas" (preposio "de" + pronome demonstrativo "a", que substitui "responsabilidade").

    ITEM ERRADO

    12 - (ESAF/ATA MF/2009)

    Assinale a opo que preenche corretamente as lacunas do texto.

    A chegada da crise financeira mundial 1 pequenos municpios exibe mais uma face perversa do abalo global que j fez tremer os gigantes do crdito internacional. A populao mais pobre dessas comunidades comea a pagar preo alto ao 2 situar no lado mais fraco das contas pblicas brasileiras. A desacelerao da atividade econmica j seria suficiente 3 provocar uma expressiva perda de arrecadao em todos os nveis da administrao pblica. Mas 4 um complicador a mais para os municpios pequenos. Forado 5 conceder desoneraes tributrias para ajudar a manuteno de empregos, o governo federal abriu mo de parte do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), um dos principais formadores do Fundo de Participao dos Municpios (FPM). Por causa da excessiva proliferao de cidades, muitas vezes, emancipadas apenas para atender a interesses de grupos polticos locais, imensa a quantidade de oramentos dessas comunidades em todo o pas que dependem quase 6 exclusivamente desse fundo.

    (Estado de Minas, 3/3/2009)

    Comentrio.

    Prof Claudia Kozlowski WWW.p0nt0d0SC0nCUrS0S.C0m.br - 15

    de

  • Turma de Exerccios ESAF Prof3 Claudia Kozlowski

    Assim como o verbo CHEGAR (REGNCIA VERBAL), o substantivo CHEGADA rege a preposio "a". Essa uma caracterstica dos verbos que indicam DESLOCAMENTO (ir a algum lugar / dirigir-se a algum lugar / chegar a algum lugar). S com essa anlise, poderamos eliminar diversos itens e ficar somente com dois: B (em sentido determinado, com o artigo antes do substantivo "municpios") e C (em sentido genrico e, portanto, sem artigo).

    A segunda lacuna j resolve esta questo, que deveria ser preenchida com o pronome "se" (as comunidades SE SITUAM no lado mais fraco das contas pblicas brasileiras) e no com o oblquo "a".

    A lacuna 5 tambm explora conceitos de regncia. O adjetivo "forado" rege a preposio "a" (algum forado A alguma coisa), restando, novamente, como opo, a letra B.

    Gabarito: B

    13 - (ESAF/ANEEL ANALISTA/2006)

    A pichao uma das expresses mais visveis da invisibilidade humana. So mais do que rabiscos. So uma forma de estabelecer uma relao de pertencimento com a comunidade - mesmo que por meio da agresso - e, ao mesmo tempo, de dar ao autor um sentido de auto-identidade.

    (Gilberto Dimenstein, Folha de S. Paulo, 21/01/2006)

    Analise a declarao acerca desse trecho do texto.

    - O verbo "dar", na penltima linha, est empregado como bitransitivo, constando da frase seus dois objetos: o direto e o indireto.

    Comentrio.

    A partir de agora, falaremos bastante sobre a transitividade verbal.

    Isso porque o conceito de REGNCIA VERBAL passa necessariamente pela definio da TRANSITIVIDADE DO VERBO.

    H verbos que bastam por si mesmos - so os verbos INTRANSITIVOS.

    Outros h que necessitam de informaes suplementares, ou seja, do auxlio de uma expresso subsidiria, que se apresenta sob a forma de COMPLEMENTO. Esses so os verbos TRANSITIVOS (palavra da mesma origem que "trnsito", "transitar").

    Quando no h preposio necessria, o verbo TRANSITIVO DIRETO, ou seja, liga-se ao complemento diretamente (OBJETO DIRETO).

    Prof Claudia Kozlowski www.pontodosconcursos.com.br -16

  • Turma de Exerccios ESAF Prof3 Claudia Kozlowski

    No caso de a preposio ser obrigatria, o verbo classificado como TRANSITIVO INDIRETO e o complemento antecedido de preposio (OBJETO INDIRETO).

    Quando, simultaneamente, o verbo requer dois complementos, um direto e outro indireto, o chamamos de bitransitivo ou transitivo direto e indireto. Voc tambm pode encontrar em prova a denominao "transitivo-relativo".

    Por fim, h os que no se satisfazem apenas com a informao trazida pelo objeto, exigem mais alguma, esta trazida pelo predicativo do objeto. Esses so os verbos transobjetivos, estudados na aula de CONCORDNCIA (julgar, considerar etc.). pode ser que o examinador tire do ba a expresso "transitivo-predicativo", exatamente em funo de este verbo exigir um predicativo do objeto.

    A todo momento, mencionamos "preposio necessria" ou "obrigatria". Isso porque h casos em que a preposio utilizada como recurso estilstico, como, por exemplo, para evitar ambiguidade, ou obrigatoriamente quando o objeto direto vier sob a forma de um pronome oblquo tnico. Nesses casos, o complemento chamado de OBJETO DIRETO PREPOSICIONADO.

    Atente para o fato de que a transitividade de um verbo s pode ser definida na orao, de acordo com os elementos presentes na construo.

    Para animar nossa aula, vamos dar alguns exemplos extrados de canes (Oba!!!Solte a voz agora!!!), o verbo ANDAR pode ser:

    - um verbo de ligao: "Tenho andado distrado, impaciente e indeciso..." (Legio Urbana - Quase sem Querer) - O verbo principal da locuo de tempo composto denota o estado do sujeito;

    - um verbo intransitivo: "Andei, andei, andei at encontrar / Este amor to bonito que me fez parar..." (Chitozinho e Xoror - Corao Sertanejo) - o verbo basta por si, no precisa de nenhum complemento;

    Para os que detestam msica sertaneja, vai uma da MPB (Gilberto Gil -Andar com F): "Andar com f eu vou /Que a f no costuma falhar..." - Agora, o verbo est acompanhado de um adjunto adverbial;

    Outro exemplo (lindo!!!), tambm com complemento adverbial: "Ando devagar porque j tive pressa / E levo esse sorriso porque j chorei demais..." (Manhas e Manhs - Renato Teixeira);

    - um verbo transitivo direto: No consegui localizar uma letra de msica como exemplo. Se algum encontrar, escreva para mim. Na falta de msica, coloquei um poema: "Andei lguas de sombra / Dentro do meu pensamento..."(Fernando Pessoa - Andei Lguas de Sombra);

    Prof Claudia Kozlowski www.pontodosconcursos.com.br -17

  • Turma de Exerccios ESAF Prof3 Claudia Kozlowski

    - um verbo transitivo indireto: "Ando por a querendo te encontrar / Em cada esquina, paro em cada olhar / Deixo a tristeza e trago a esperana em seu lugar / Que o nosso amor para sempre viva / Quero poder jurar que essa paixo jamais ser / Palavras apenas / Palavras pequenas / Palavras".

    Essa cano chama-se Palavras ao Vento, de Moraes Moreira e Marisa Monte (voc sabia??? Eu no!), famosa na voz de Cssia Eller (duas das minhas cantoras prediletas).

    Alis, j que nosso assunto regncia, voc percebeu a passagem "...e trago a esperana em seu lugar / (esperana) que o nosso amor para sempre viva...".

    Pois esse um belo exemplo de regncia nominal (como substantivo esperana) em que a preposio foi omitida corretamente (olhe a lista do Luft l em cima...) por ter complemento oracional. Beleza pura!!!

    Agora, acabou o recreio - de volta questo da prova (rs...).

    O examinador afirma que, na passagem, o verbo DAR bitransitivo -vamos ver se ele est certo:

    "So uma forma de estabelecer uma relao (...) e, ao mesmo tempo, de dar ao autor um sentido de auto-identidade."

    Sim, est certo. O verbo DAR possui um objeto direto (um sentido de auto-identidade) e um objeto indireto (ao autor).

    ITEM CERTO

    14 - (ESAF/Analista IRB/2004) Identifique a letra em que uma das frases apresenta erro de regncia verbal.

    a) Atender uma explicao.

    Atender a um conselho.

    b) O diretor atendeu aos interessados.

    O diretor atendeu-os no que foi possvel.

    c) Atender s condies do mercado.

    Os requerentes foram atendidos pelo juiz.

    d) Atender o telefone.

    Atender ao telefone.

    e) Ningum atendeu para os primeiros sintomas da doena.

    Ningum se atendeu aos primeiros alarmes de incndio.

    Prof Claudia Kozlowski www.pontodosconcursos.com.br -18

  • Turma de Exerccios ESAF Prof3 Claudia Kozlowski

    Comentrio.

    Essa questo praticamente uma aula de regncia verbal do verbo atender, por isso sempre lembrada em nossas aulas.

    Todos os exemplos apresentados nas opes da questo foram retirados do livro de Celso Pedro Luft (obra citada no incio da aula).

    Sobre a regncia do verbo atender:

    1. o verbo ser facultativamente transitivo direto ou transitivo indireto (neste caso, regendo a preposio a) nas seguintes acepes:

    - no sentido de dar ou prestar ateno - "Atender a um conselho" (opo a),"Atender uma explicao" (opo a), "O diretor atendeu aos interessados" (opo b); Luft ressalta que, se o complemento for um pronome pessoal referente a PESSOA, s se empregam as formas objetivas diretas - "O diretor atendeu os interessados" ou "aos interessados", mas somente "O diretor atendeu-os.".

    - na acepo de tomar em considerao, considerar, levar em conta, ter em vista - "Atender s condies do mercado." (opo c);

    - com sentido de responder - "Atender ao / o telefone (opo d);

    2. na acepo de conceder uma audincia , transitivo direto e, por isso, possibilita a construo na voz passiva - "Os requerentes foram atendidos pelo juiz" (opo c);

    3. no sentido de acolher, deferir, tomar em considerao, transitivo direto - "O diretor atendeu-os no que foi possvel" (opo b) ;

    4. no sentido de atentar, reparar, transitivo indireto, podendo reger as preposies a, para, em - "Ningum atendeu para os primeiros sintomas da doena" (opo e).

    A nica forma incorreta "Ningum se atendeu aos primeiros alarmes de incndio.". O sentido o da letra e (atentar, reparar), que, por ser transitivo indireto, no admite construo de voz passiva ou um pronome reflexivo ("Ningum se atendeu...").

    Gabarito: E

    Prof Claudia Kozlowski www.pontodosconcursos.com.br -19

  • Turma de Exerccios ESAF Prof3 Claudia Kozlowski

    15 - (ESAF/ Auditor-Fiscal do Trabalho / 2006)

    No atual estgio da sociedade brasileira, se se deseja um regime democrtico, no basta abolir a necessidade de bens bsicos. necessrio que o processo produtivo seja capaz de continuar, com eficincia, a produo e a oferta de bens considerados suprfluos. Em se tratando de um compromisso democrtico, uma hierarquia de prioridades deve colocar o bsico sobre o suprfluo. O que deve servir como incentivo para a proposta de casar democracia, fim da apartao e eficincia econmica em geral o fato de que o potencial econmico do pas permite otimismo quanto possibilidade de atender todas essas necessidades, dentro de uma estratgia em que o tempo no ser muito longo.

    (Adaptado de Cristovam Buarque, Da modernidade tcnica modernidade tica, p.29)

    Analise a proposta de alterao para o texto.

    - Inserir a preposio a antes de "todas essas necessidades"(l.8).

    Comentrio.

    Vimos que, no sentido de "considerar", o verbo ATENDER pode ser transitivo direto ou indireto, indistintamente. Assim, estaria correta a incluso de uma preposio antes do termo regido "todas essas necessidades" ("... quanto possibilidade de atender a todas essas necessidades").

    Voc pode ter estranhado, logo no incio, aquela dupla ocorrncia do "se". O que acontece que houve a proximidade da conjuno adverbial condicional "se" com o pronome apassivador "se" ( voz passiva, sim, pois o verbo DESEJAR transitivo direto: "um regime democrtico desejado").

    Vamos trocar a conjuno para facilitar: "No atual estgio da sociedade brasileira, CASO SE DESEJE um regime democrtico, no basta abolir a necessidade de bens bsicos.". Tudo certinho!

    ITEM CERTO

    16 - (ESAF/AFC CGU/2006)

    O final do sculo XX assistiu a um processo sem precedentes de mudanas na histria do pensamento e da tcnica. Ao lado da acelerao avassaladora nas tecnologias da comunicao, de artes, de

    Prof Claudia Kozlowski www.pontodosconcursos.com.br -20

  • Turma de Exerccios ESAF Prof3 Claudia Kozlowski

    materiais e de gentica, ocorreram mudanas paradigmticas no modo de se pensar a sociedade e suas instituies. De modo geral, as crticas apontam para as razes da maioria dos atuais conceitos sobre o homem e seus aspectos, constitudos no momento histrico iniciado no sculo XV e consolidado no sculo XVIII. A modernidade que surgira nesse perodo agora criticada em seus pilares fundamentais, como a crena na verdade, alcanvel pela razo, e na linearidade histrica rumo ao progresso. Para substituir esses dogmas, so propostos novos valores, menos fechados e categorizantes.

    (http://pt.wikipdia.org (acessado em 14 de dezembro de 2005, com adaptaes))

    Julgue a assertiva abaixo:

    - A retirada da preposio a antes de "um processo" (l.1) preservaria a correo gramatical da orao, mas alteraria o sentido do verbo assistir e, conseqentemente, prejudicaria a coerncia textual.

    Comentrio.

    Mudana ortogrfica: no h trema em "consequentemente".

    O verbo assistir:

    (1) no sentido de auxiliar, ajudar, transitivo direto ou indireto (com a preposio a ou o pronome lhe), indiferentemente -"Eu assisti (a) teu pai na enfermidade."; "Eu sempre lhe assisto quando mais precisa de ajuda." - memorize da seguinte forma: na hora de prestar socorro, no fique pensando na transitividade - qualquer uma serve!!! (rs...);

    (2) no sentido de estar presente, presenciar, transitivo indireto (a ele - no admite o pronome "lhe") - "Voc vai assistir ao filme".;

    Diz Luft a esse respeito: "por presso semntica de ver, presenciar, observar, natural a inovao regencial "assistir algo" - "assisti-lo". ... Isso no impede que, para a linguagem culta formal, se aconselhe a regncia originria (assistir a algo) at porque mesmo 'os modernistas continuam preferindo o complemento preposicionado' (Lessa: 157)."

    [Lus Carlos Lessa, em O Modernismo Brasileiro e a Lngua Portuguesa]

    Prof Claudia Kozlowski www.pontodosconcursos.com.br -21

  • Turma de Exerccios ESAF Prof3 Claudia Kozlowski

    (3) na acepo de residir, transitivo indireto, com a preposio em (Assisto em Curitiba.) .

    No sentido de "ver, presenciar", transitivo indireto com a preposio "a".

    A retirada da preposio gramaticalmente possvel em funo da existncia da acepo (1), contudo prejudica a coerncia textual por alterar o sentido do verbo.

    A afirmao est CORRETA.

    ITEM CERTO

    17 - (ESAF/SEFAZ SP/2009)

    Com base no texto, analise a proposio.

    1. certo que houve expanso da frota, tanto de carros,

    como de caminhes e nibus. Mas isso muito pouco

    para explicar a verdadeira chacina na malha rodoviria

    a que o pas parece assistir de braos cruzados.

    5. Cabe boa parte da culpa aos motoristas. Quem

    viaja pelas estradas brasileiras no precisa ir longe

    para constatar verdadeiros descalabros. Motoristas

    dispostos a tudo mostram sua estupidez e total falta

    de responsabilidade: trafegam em alta velocidade,

    fazem ultrapassagens inconvenientes, andam pelo

    10. acostamento, usam faris altos e frequentemente

    dirigem alcoolizados.

    (Estado de Minas, Editorial, 6/1/2009.)

    - O emprego da preposio "a" em "a que o pas parece..."(l.4) justifica-se pela regncia de "assistir".

    Comentrio.

    Quando o complemento indireto do verbo ASSISTIR vier sob forma pronominal, ou seja, na forma de um pronome relativo que substitui o antecedente (objeto indireto semntico, o que possui significado), a preposio deve anteceder o pronome. Assim, est correta a indicao

    Prof Claudia Kozlowski www.pontodosconcursos.com.br -22

  • Turma de Exerccios ESAF Prof3 Claudia Kozlowski

    de que a preposio se deve exigncia do verbo ASSISTIR, que, na passagem, tem valor de "ver, presenciar".

    "O pas parece assistir de braos cruzados A uma chacina" => "...a verdadeira chacina na malha rodoviria a aue o pas parece assistir de braos cruzados"

    ITEM CERTO

    18 - (ESAF/AFRE MG/2005)

    1. Santo Agostinho (354-430), um dos grandes formuladores

    do catolicismo, uniu a teologia filosofia. Sua

    contribuio para o estudo das taxas de juros, ainda

    que involuntria, foi tremenda. Em suas Confisses, o

    5. bispo de Hipona, filho de Santa Mnica, conta que,

    ainda adolescente, clamou a Deus que lhe concedesse

    a castidade e a continncia e fez uma ressalva

    - ansiava por essa graa, mas no de imediato. Ele

    admitiu que receava perder a concupiscncia natural

    10. da puberdade. A atitude de Santo Agostinho traduz

    impecavelmente a urgncia do ser humano em viver

    o aqui e agora. Essa atitude alia-se ao desejo de

    adiar quanto puder a dor e arcar com as conseqncias

    do desfrute presente - sejam elas de ordem

    15. financeira ou de sade. justamente essa urgncia

    que explica a predisposio das pessoas, empresas

    e pases a pagar altas taxas de juros para usufruir o

    mais rpido possvel seu objeto de desejo.

    (Viver agora, pagar depois, (Fragmento). In: Economia e Negcios, Revista Veja, 30/03/2005, p.90)

    Julgue a afirmao a respeito do texto.

    - O complemento verbal "seu objeto de desejo" (l..18) poderia vir precedido da preposio "de", atendendo-se regncia do verbo "usufruir".

    Prof Claudia Kozlowski www.pontodosconcursos.com.br -23

  • Turma de Exerccios ESAF Prof3 Claudia Kozlowski

    Comentrio.

    Mudana ortogrfica: no h trema em "consequncias".

    A regncia do verbo "usufruir" admite as duas transitividades - direta ou indireta - sem alterao de sentido: "usufruir ... (de) seu objeto de desejo".

    Logo, seu complemento verbal tambm poderia ter sido precedido da preposio "de".

    ITEM CERTO

    19 - (ESAF/SUSEP - Analista Tcnico/2006)

    1. Por que alguns pases so ricos e tantos outros so

    pobres? Por que vem se provando to difcil para

    as naes estagnadas recuperar o terreno que as

    separa das mais prsperas? So as questes mais

    5. importantes no ramo da economia.

    Uma das revolues de que se precisa a intelectual.

    Os lderes nacionais precisam compreender que os

    objetivos da poltica no devem ser s promover o

    crescimento de produtores especficos, mas defender

    10. os interesses dos consumidores e, com eles, a

    competio. Mas nos pases em desenvolvimento que

    a competio sofre os obstculos mais sistemticos.

    (Adaptado de Martin Wolf, A tirania dos interesses escusos, Folha de So Paulo, 22 de janeiro de 2006)

    Analise a assertiva a respeito das relaes de dependncia entre as palavras e expresses do texto.

    - Emprega-se a preposio antes de "que"(l.6) por causa do verbo "precisa" (l.6).

    Comentrio.

    O verbo PRECISAR, no sentido de "ter necessidade, carecer", pode ser transitivo direto ou indireto, indistintamente (acredite!).

    Prof Claudia Kozlowski www.pontodosconcursos.com.br -24

  • Turma de Exerccios ESAF Prof3 Claudia Kozlowski

    mais comum em nossa lngua usarmos o verbo com a preposio "de" (Eu preciso de gua.), mas no estaria incorreto o emprego sem a preposio (Eu preciso gua.).

    Veja a observao de Luft, em seu dicionrio, citando novamente Lessa (autor de O Modernismo Brasileiro e a Lngua Portuguesa):

    "A pesquisa de Lessa mostra que no Brasil, 'pelo menos em nossos dias, o mais usual preposicionar-se o complemento, se este um substantivo, e, ao revs, omitir a preposio, se a precisar segue-se um infinitivo': 'preciso de viagens/preciso viajar'.".

    De qualquer forma, a banca no foi to a fundo nesse assunto, limitando-se a exigir do candidato a identificao correta do termo regente em "Uma das revolues de que se precisa a intelectual.".

    Considerando o emprego do pronome "se" em um verbo transitivo indireto ("Precisa-se de revolues." ^ "... revolues de que se precisa..."), temos, na orao adjetiva, um caso de sujeito indeterminado (estudado na aula sobre CONCORDNCIA).

    ITEM CERTO

    20 - (ESAF/SUSEP - Analista Tcnico/2006)

    1. Antenas, computadores e vontade poltica. Trs fatores

    que podem facilitar o acesso s modernas tecnologias

    de informao, internet e ajudar a reduzir a nossa

    enorme dvida social. Podem, com certeza, encurtar a

    5. distncia entre os que tm e os que no tm acesso

    rede mundial de computadores e s modernas

    tecnologias. A grande massa do povo encontra-se

    margem das informaes disponveis e contatos com

    o mundo global.

    (Adaptado de Euncio Oliveira, O acesso s novas tecnologias e a incluso social, Correio Braziliense, 14 de junho de 2004)

    Analise a assero a respeito do emprego das estruturas lingsticas no texto.

    - O termo "contatos com o mundo global" (l.8 e 9) complementa, sinttica e semanticamente a expresso " margem"(l.7 e 8); por isso preserva-se a correo gramatical ao se inserir dos antes desse termo.

    Prof Claudia Kozlowski www.pontodosconcursos.com.br -25

  • Turma de Exerccios ESAF Prof3 Claudia Kozlowski

    Comentrio.

    Mudana ortogrfica: no h trema em "lingusticas".

    Por clareza textual, permite-se a omisso da segunda ocorrncia de uma preposio se ambos os termos regidos se referem ao mesmo elemento regente.

    Esse um aspecto relacionado ao PARALELISMO SINTTICO, assunto que ser estudado mais adiante.

    Nas situaes de paralelismo, termos repetidos (preposies, conjunes) podem ser omitidos a partir da segunda ocorrncia.

    "Eu me dirijo aos estudantes e (aos) professores deste estabelecimento de ensino."

    A preposio rege dois objetos indiretos relativos ao mesmo verbo (DIRIGIR-SE). Assim, o segundo conectivo pode ser extrado do perodo.

    Mais um exemplo:

    "Espero que voc se case e (que) seja muito feliz."

    Como complemento do verbo ESPERAR temos dois objetos diretos oracionais:

    1) que voc se case;

    2) (que) voc seja feliz.

    Entre oraes equivalentes sintaticamente, a segunda ocorrncia da conjuno pode ser suprimida em nome da clareza textual.

    Nesse ltimo exemplo, note que, em relao orao principal ("Espero") as oraes 1 e 2 so subordinadas, ou seja, exercem funo sinttica de objeto direto da principal. Contudo, entre si, so coordenadas, ou seja, ligadas pela conjuno aditiva "e". Esse ser nosso assunto da aula 6 - Conjuno e Perodos.

    De volta questo, o termo regente " margem" possui dois termos regidos: (1) "das informaes disponveis" e (2) "(dos) contatos com o mundo global".

    O examinador acerta quando afirma que no acarretaria incorreo gramatical alguma a insero do conectivo antes do segundo termo, tampouco sua omisso.

    ITEM CERTO

    21- (ESAF/SEFAZ SP/2009)

    Analise a correo gramatical da opo a seguir.

    Prof Claudia Kozlowski www.pontodosconcursos.com.br -26

  • Turma de Exerccios ESAF Prof3 Claudia Kozlowski

    - Alm disso, visa gerar crditos aos consumidores, os cidados e as empresas do Estado. Para isso, basta o consumidor solicitar o documento fiscal no ato da compra e informar o seu CPF ou CNPJ. Os estabelecimentos comerciais enviaro periodicamente essas informaes para a Secretaria da Fazenda, que calcular o crdito do consumidor.

    Comentrio.

    Alguns candidatos, na poca de aplicao desta prova, encontraram neste item problema de paralelismo sinttico. Em primeiro lugar, veremos a alegao dos candidatos para, em seguida, elucidar essa questo.

    Na coordenao de palavras que se encontram em idntica funo sinttica, ligadas ao mesmo termo regente, desnecessria a repetio da preposio, salvo nos casos de nfase, clareza ou eufonia.

    No entanto, quando a preposio se encontra combinada com o artigo numa enumerao de elementos e se pretende utilizar o artigo em todos os elementos, ento, dever repetir-se a preposio (Estatuto DA Criana e DO Adolescente).

    possvel tambm omitir a preposio e o artigo dos demais elementos, j que esto todos associados ao mesmo termo regente (Estatuto DA Criana e Adolescente).

    O que no possvel a omisso da preposio e o emprego do artigo, somente, junto aos demais elementos, quando, no primeiro, ambos os termos estiverem presentes.

    Em outras palavras: se no se deve repetir o artigo se no tiver sido repetida a preposio. A esse fenmeno, d-se o nome de "galicismo" ou "castelhanismo".

    A rigor, a gramtica normativa no abona esse emprego, mas a banca considerou este item correto. Saiba por qu.

    O sintagma "os cidados e as empresas do Estado" atua como aposto explicativo do antecedente "aos consumidores", e no como complemento verbal de GERAR. Em resumo, quais seriam esses consumidores? Resposta: os cidados e as empresas do Estado.

    Melhor seria, para clareza textual, que o aposto tivesse sido apresentado aps um travesso ou entre parnteses: "...visa gerar crditos aos consumidores - os cidados e as empresas do Estado" ou "...visa gerar crditos aos consumidores (os cidados e as empresas do Estado)" .

    Prof Claudia Kozlowski www.pontodosconcursos.com.br -27

  • Turma de Exerccios ESAF Prof3 Claudia Kozlowski

    Dessa forma, ficaria claro o motivo de no ter sido empregada a preposio.

    ITEM CERTO

    22 - (ESAF/AFT/2010)

    1. A civilizao industrial leva concentrao de poder

    e ao declnio da liberdade individual, mas, ao mesmo

    tempo, liberta os homens das piores formas de servido,

    do peso do trabalho alienante, tornando possvel

    5. imaginar um mundo de homens livres que conseguiro

    a "liberdade do impulso criativo" - este o verdadeiro

    objetivo da reconstruo social. Por meio do aumento

    dos padres de conforto e acesso informao, essa

    civilizao cria condies favorveis para desafiar

    10. radicalmente os velhos laos de autoridade.

    Com base na norma gramatical da lngua escrita, analise a proposta de alterao do texto.

    - No trecho " concentrao de poder e ao declnio da liberdade individual" (1.1 e 2), substituir "" por "a" e suprimir "ao".

    Comentrio.

    O que o examinador sugeriu foi o emprego de "concentrao de poder" e "declnio da liberdade individual" de maneira genrica, vaga, sem os determinantes (artigos) que acompanhavam os substantivos. Com isso, passa a existir apenas um "A", que a preposio que antecede o primeiro complemento, exigida pelo verbo LEVAR: "... leva a CONCENTRAO DE PODER e DECLNIO DA LIBERDADE INDIVIDUAL...".

    Tal proposta est correta em relao ao paralelismo sinttico (o tratamento dispensado ao primeiro complemento verbal estendeu-se ao segundo). A opo por manter a preposio antes somente do primeiro elemento promove a ideia de formao de um conjunto: "concentrao de poder e declnio da liberdade individual". Tambm poderia individualizar os elementos, inserindo a preposio antes de "declnio", mas apenas a preposio, sem artigo, para manuteno do paralelismo: "... leva a CONCENTRAO DE PODER e a DECLNIO DA LIBERDADE

    Prof Claudia Kozlowski www.pontodosconcursos.com.br -28

  • Turma de Exerccios ESAF Prof3 Claudia Kozlowski

    INDIVIDUAL". Assim, apenas uma preposio d-se nfase ao conjunto e a sua repetio valoriza os elementos individualmente, mas as duas formas so gramaticalmente vlidas.

    Por isso, est correta a proposta do examinador.

    ITEM CERTO

    23 - (ESAF/Auditor-Fiscal do Trabalho/2006)

    1. Quando se ouve a palavra "preo", as primeiras

    imagens que invadem nossa mente so as de cartazes

    de liquidao, mquinas registradoras, cheques e

    cartes de crdito. Mesmo nas sociedades orientais,

    5. menos capitalistas que a nossa, a idia de preo

    sempre ligada noo de objeto de valor.

    Porm, diferentemente do que a mdia informa, nem

    tudo pode ser comprado e parcelado em trs vezes no

    carto. As coisas realmente importantes da vida tm

    10. seu preo, isso certo, mas a forma de pagamento

    bem diversa das praticadas nos shopping centers.

    Na infinita negociao que viver, se sair melhor

    aquele que possuir uma slida conta corrente de

    reservas emocionais e de bom senso do que aquele

    15. que confia apenas em sua coleo de cartes de

    plstico. Lucrar mais aquele que souber responder

    com sabedoria a pergunta: vale a pena pagar o

    preo?

    (Adaptado da Revista Planeta, maio de 2006)

    Avalie a afirmao abaixo, a respeito do emprego das estruturas lingsticas no texto.

    - Por ser expressa a comparao em estrutura oracional, o termo "do que"(l.7) pode ser escrito apenas como "que", sem prejuzo da correo gramatical do texto.

    Comentrio.

    Prof Claudia Kozlowski www.pontodosconcursos.com.br -29

  • Turma de Exerccios ESAF Prof3 Claudia Kozlowski

    Mudana ortogrfica: no h acento agudo em "ideia" (linha 5).

    Cuidado para no acreditar em tudo o que o examinador afirma!

    Se houvesse uma estrutura comparativa, a preposio poderia ser omitida, sim: "Ele mais bonito (do) que seu irmo.".

    S que no esse o caso da passagem do texto. Vamos reler:

    "Porm, diferentemente DO QUE a mdia informa...".

    A preposio DE foi exigida pelo advrbio "diferentemente" e no poderia ser suprimida, sob risco de haver um deslize de regncia nominal.

    Alm disso, esse "que" no uma conjuno comparativa, mas um pronome relativo, tendo por antecedente o pronome demonstrativo "o". Para uma melhor anlise, vamos trocar o "o" por outro demonstrativo - "aquilo":

    "Porm, diferentemente DAQUILO que a mdia informa...". (A mdia informa AQUILO).

    O que o examinador quer derrubar voc... espero que voc no deixe que isso acontea!

    ITEM ERRADO

    24 - (ESAF/MPOG - Especialista Polticas Pblicas/2005)

    Assinale a substituio necessria para tornar o texto gramaticalmente correto.

    A defesa do ambiente um daqueles temas que, no discurso, todos apiam. Mas basta colocar, de um lado, a chance de auferir lucros e, de outro, a preservao das florestas, para se verificar o quo frgil o compromisso com esta ltima. Esse fenmeno se d em praticamente todos os nveis, desde o mau fiscal do Ibama que fecha os olhos para crimes ambientais em troca de propina at o grande agricultor que no hesita em torcer as normas jurdicas para extrair delas a interpretao que o permita desflorestar a maior rea possvel.

    (Adaptado de EDITORIAL, Folha de S. Paulo,21/6/2005)

    a) apiam (l.1) > apoiam

    b) auferir (l.2) >obter

    c) quo (l.3) > quanto

    d) mau (l.4) > mal

    e) o (l. 6) > lhe

    Prof Claudia Kozlowski www.pontodosconcursos.com.br -30

  • Turma de Exerccios ESAF Prof3 Claudia Kozlowski

    Comentrio.

    Note que esta questo foi aplicada em uma prova de 2005, ou seja, se fosse hoje, haveria DUAS opes vlidas. Voc notou por qu? Com as alteraes ortogrficas, a conjugao do verbo APOIAR perdeu o acento agudo, pois o ditongo aberto "i" est presente em uma paroxtona. Assim, a sugesto da opo A, considerando o Acordo Ortogrfico, HOJE estaria CORRETA.

    Contudo, devemos lembrar que esta uma prova ainda na vigncia das regras "antigas" e, portanto, a nica opo em que a troca corrigiria um erro do original seria a da opo E.

    O verbo PERMITIR pode ser bitransitivo (permitir algo a algum).

    Na passagem, possui como objeto direto uma orao ("... desflorestar a maior rea possvel"). Assim, resta "pessoa" a funo de objeto indireto. Por isso, no lugar do pronome oblquo "o", devemos usar "lhe": ".... para extrair delas a interpretao que lhe permita desflorestar a maior rea possvel.").

    A opo B no alteraria a estrutura, que j se encontrava correta. As demais sugestes provocariam erros.

    O advrbio "quo", que possui o mesmo sentido de "quanto/como", usado quando o termo que acompanha for um adjetivo ("Voc no imagina quo nervosa eu estava!"). Assim, o uso no texto est correto ("... quo frgil o compromisso..."). Normalmente, como nos lembra Cegalla (Dicionrio de Dificuldades da Lngua Portuguesa), usado em oraes exclamativas ("Quo depressa passam os dias felizes!").

    A diferena entre "mau" e "mal" j foi objeto de comentrio em nossa primeira aula, assim como o "erro" da opo A (retirada do acento em "apoiam", hoje providncia necessria para atender s novas regras ortogrficas).

    Gabarito: E

    25 - (ESAF/MPOG - Especialista Polticas Pblicas/2005)

    Analise se ambas as propostas completam as lacunas do trecho abaixo com correo gramatical, coeso e coerncia textuais.

    Nessas fases da conjuntura, a competio pelos poucos empregos disponveis faz com que , o que s podem fazer trabalhando como "informais".

    (Paul Singer, Folha de S. Paulo, 30/04/2005)

    Prof Claudia Kozlowski www.pontodosconcursos.com.br -31

  • Turma de Exerccios ESAF Prof3 Claudia Kozlowski

    1. os trabalhadores sujeitem a renunciar aos direitos obtidos em lei

    2. os trabalhadores se disponham a abrir mo de seus direitos legais

    Comentrio.

    No sentido de "submeter", o verbo SUJEITAR pode ser transitivo direto e indireto (sujeitar algum a alguma coisa), aceitando tambm, como objeto direto, o pronome "se" (sujeitar-se a alguma coisa).

    Qualquer que seja a construo, sempre necessria se faz a presena do objeto direto. Assim, houve erro na proposio "1", por ausncia deste elemento.

    O correto seria "que os trabalhadores se sujeitem a renunciar aos direitos obtidos em lei".

    Cabe, ainda, um comentrio acerca da regncia do verbo RENUNCIAR.

    No sentido de "abdicar, desistir voluntariamente da posse ou exerccio de cargo ou funo", pode ser indiferentemente transitivo direto ou indireto: "renunciar ao / o trono"; "renunciar ao / o cargo".

    Como "rejeitar, recusar", era originalmente transitivo indireto, mas -nos ensina Luft, citando Antenor Nascentes - sem deixar de ser transitivo indireto, por influncia de verbos como "deixar, abandonar", passou a admitir tambm a transitividade direta.

    "A regncia atual", continua o linguista, " a transitividade indireta, como se v no deverbal 'renncia'." (renncia A alguma coisa).

    Assim, nesta acepo, "PREVALECE, ATUALMENTE, A REGNCIA COM OBJETO INDIRETO": "Renunciar ao luxo, s riquezas, ao conforto", exatamente como empregou o examinador.

    A segunda construo preencheria com correo a lacuna, mas o examinador buscava a opo em que ambas as proposies atendessem ao enunciado, o que no se observa nesse item.

    ITEM ERRADO

    26 - (ESAF/MPOG - Especialista Polticas Pblicas/2005)

    Assinale a opo que apresenta trecho do texto com erro gramatical.

    a) Mais do que nunca, a indstria do seguro precisa desenvolver produtos que busquem essencialmente a eficcia.

    b) preciso que os segurados tenham convico de que tomaram a medida certa ao decidirem pelo seguro e estejam permanentemente

    Prof Claudia Kozlowski www.pontodosconcursos.com.br -32

  • Turma de Exerccios ESAF Prof3 Claudia Kozlowski

    confiantes de que, quando precisarem, tero suas necessidades atendidas.

    c) Para isso, necessrio que a comunicao seja cada vez melhor, aprimorando constantemente a relao de confiana que deve existir entre as partes.

    d) Tambm os compradores de seguros, os segurados, precisam entender o seguro na sua essncia para fazer uso, de maneira correta e na medida certa, do servio que contratou, no esperando nem mais nem menos do que tm direito.

    e) Em sntese, as relaes entre segurados, seguradoras e todos os que operam o segmento precisam ser cada vez mais positivas, transparentes, ticas em todos os sentidos, voltadas para o aperfeioamento dessa extraordinria instituio chamada seguro.

    (Adaptado de Mauro Csar Batista, Gazeta Mercantil,22/6/2005)

    Comentrio.

    Em "Tambm os compradores de seguros, os segurados, precisam entender o seguro na sua essncia para fazer uso (...) do servio que CONTRATOU...".

    Quem, cara plida, contratou o seguro?

    Resposta: "os compradores de seguros, os segurados". Ora, se o sujeito da forma verbal est no plural, deve o verbo seguir essa flexo: "... do servio que CONTRATARAM...".

    S que os problemas dessa opo no param por a. Alis, se no fosse esse erro de concordncia, muita gente teria dificuldade de resolver essa questo.

    H outro, de sintaxe de regncia. Quer ver?

    "... no esperando nem mais nem menos do que tm direito".

    Algum tem direito A alguma coisa.

    S que, pergunto, onde est a preposio exigida pelo termo regente?

    Sumiu, desapareceu, escafedeu-se...

    Esse era o erro de regncia.

    A expresso "do que" faz dobradinha com o "nem mais nem menos". Ento, para resolver esse problema, teramos de incluir os elementos faltantes:

    "... no esperando nem mais nem menos do que aquilo a que tm direito" ou "nem mais nem menos do que ao que tm direito" (esse

    Prof Claudia Kozlowski www.pontodosconcursos.com.br -33

  • Turma de Exerccios ESAF Prof3 Claudia Kozlowski

    "ao" a contrao da preposio "a" - exigida pelo termo regente "ter direito" - com "o", pronome demonstrativo).

    Essa forma "ao" deveria ser, na verdade, "nem mais nem menos do que o [= aquilo] a que tm direito", s que encontramos abonao em gramticas diversas para a inverso dos termos e conseqente contrao, formando "ao".

    Vamos reproduzir as palavras de Bechara, em seu maravilhoso "Lies de Portugus pela Anlise Sinttica":

    "Com freqncia, a preposio que deveria acompanhar o relativo emigra para o antecedente deste relativo:

    No sei no que pensas (por "o em que")

    "Agora, j sabe a fidalga no que ele estraga o dinheiro"

    Estas emigraes de preposio para o antecedente do relativo tornam a construo mais harmoniosa e espontnea. Os seguintes exemplos de RUI BARBOSA, embora gramaticalmente corretos, trazem o selo do artificialismo:

    "Assim me perdoem, tambm, os a quem tenho gravado, os com quem houver sido injusto, violento, intolerante..."(Orao aos Moos, 23)

    "Os meus sero os a que me julgo obrigado..." (Ibid, 61)"

    Um aluno encaminhou-me noutro dia a seguinte mensagem:

    "Professora, poderia explicar letra por letra! A letra "a" est to mal feita (sic).

    65. H mau uso do pronome relativo em:

    A) Era eu o a quem vinham referindo-se como mau gestor da coisa pblica."

    Informaram-me que essa prova foi elaborada pela Fundao Jos Pelcio Ferreira (quem???), responsvel por alguns certames regionais, especialmente os do norte do pas, como Fiscal da Prefeitura de Porto Velho - RO.

    "Meu caro, ela no est malfeita, est PERFEITA!" (essa foi a minha resposta). Em seguida, expliquei tudo o que consta deste comentrio:

    "Era eu AQUELE a quem vinham referindo-se..." - o verbo REFERIR-SE rege a preposio "a" (algum se refere A alguma coisa). Como o pronome relativo "quem" sempre se refere a "pessoa" (lio da prxima aula) e vem sempre preposicionado, est certinha a construo, com um

    Prof Claudia Kozlowski www.pontodosconcursos.com.br -34

    salazarRealce

  • Turma de Exerccios ESAF Prof3 Claudia Kozlowski

    detalhe: em vez de "aquele" (que coloquei apenas para simplificar a anlise), consta outro demonstrativo - "o".

    Agora, j imaginou se isso cai em uma questo da sua prova? Certamente, se o examinador buscasse a opo INCORRETA, muita gente marcaria a letra A e passaria para a prxima questo, no mesmo?

    Ainda bem que voc j est "vacinado"...rs...

    Gabarito: D

    27 - (ESAF/SEFAZ SP/2009)

    Analise a opo abaixo, que transcreve informaes sobre a Nota Fiscal Paulista, em relao aos aspectos gramaticais.

    - A Nota Fiscal Paulista um projeto de estimulo cidadania fiscal no Estado de So Paulo, que tem por objetivo estimular aos consumidores a exigirem a entrega do documento fiscal na hora da compra.

    Comentrio.

    H dois erros neste item. O primeiro, muito sutil, de ortografia. Talvez muita gente no tenha percebido, mas faltava um acento agudo na vogal "i" da palavra "estmulo". No sei se foi proposital ou em funo de falha de digitao, mas a verdade que, se o erro tivesse sido apenas este, muita gente teria marcado este item como CORRETO, ou no ? Como a banca "muito boazinha" (rs...), assinalou outro erro, este de regncia verbal. O verbo "ESTIMULAR" , na construo, bitransitivo, ou seja, possui dois objetos, um direto e outro indireto (estimular algum a algo). O erro est em empregar a preposio antes do objeto direto ("aos consumidores"). O trecho aps a correo seria: "... estimular OS CONSUMIDORES a exigirem a entrega do documento fiscal na hora da compra.". Note a flexo (correta) do infinitivo. Sabemos que, se o sujeito do infinitivo j estiver presente na construo, a flexo desta forma nominal passa a ser facultativa. Portanto, tambm estaria correta a construo: "... estimular os consumidores a EXIGIR a entrega do documento fiscal...".

    ITEM ERRADO

    28 - (ESAF/SEFAZ SP/2009)

    Analise o trecho em relao sintaxe e pontuao.

    Prof Claudia Kozlowski www.pontodosconcursos.com.br -35

  • Turma de Exerccios ESAF Prof3 Claudia Kozlowski

    - Ao lado da especializao das bases tributrias, o fisco tem se posicionado quanto importncia de prover administrao tributria de autonomia oramentria, financeira, administrativa e funcional, assim como a previso de uma lei orgnica que, inclusive foi aceita como emenda, pelo relator da matria, na Cmara dos Deputados.

    Comentrio.

    A exemplo do verbo ESTIMULAR, o verbo PROVER tambm encontra-se na forma bitransitiva na passagem da questo. Contudo, foram apresentados DOIS objetos indiretos, incorrendo, assim, em erro de regncia.

    preciso eliminar a preposio que antecede o objeto direto: "... importncia de prover A ADMINISTRAO TRIBUTRIA de autonomia oramentria, financeira, administrativa e funcional".

    H outros dois problemas na construo. O segundo de paralelismo e estruturao sinttica. Note que a estrutura "assim como a previso de uma lei orgnica..." no encontra paralelo anteriormente. Talvez devesse atuar como segundo elemento regido pelo substantivo "importncia", ao lado da estrutura oracional "de prover...". Para isso, deveria ser apresentada tambm na forma oracional: "... quanto importncia de PROVER a administrao tributria de autonomia oramentria, financeira, administrativa e funcional, assim como PREVER uma lei orgnica que...".

    Por fim, nota-se problema na pontuao. O vocbulo "inclusive", que deveria vir isolado por vrgulas, apresentou apenas uma antes de si. Para correo, deve ser colocado outro sinal aps este vocbulo: "que, inclusive, foi aceita como emenda...".

    ITEM ERRADO

    29 - (ESAF/SUSEP - Agente Executivo/2006)

    1. Herdeiro de uma experincia extremamente rica, mas

    esgotada pelo autoritarismo, o socialismo dos nossos

    tempos j no pode utilizar os referenciais do passado

    e ainda no tem referenciais estratgicos para

    5. encaminhar seu futuro. Est condenado a sobreviver

    politicamente por meio de projetos e programas de

    administrao "humanizada" do capitalismo global,

    Prof Claudia Kozlowski www.pontodosconcursos.com.br -36

  • Turma de Exerccios ESAF Prof3 Claudia Kozlowski

    o que lhe infunde permanentes crises de identidade

    e traumticas experincias de poder conforme a

    lO.maior ou menor solidez ideolgica dos partidos que o

    representam.

    (Adaptado de Anivaldo de Miranda)

    Em relao ao texto abaixo, analise a assertiva abaixo.

    - Estaria gramaticalmente correta a redao j no pode se utilizar dos referenciais, linha 3.

    Comentrio.

    Ainda que haja uma pequena diferena semntica, possvel a substituio do verbo UTILIZAR (transitivo direto) por UTILIZAR-SE DE (transitivo direto e indireto), acompanhado do pronome "se".

    O primeiro significa "usar, aproveitar, empregar", enquanto que o outro quer dizer "valer-se de, servir-se de".

    De qualquer forma, o examinador no entrou no mrito da mudana de sentido, atendo-se aos aspectos gramaticais. Por isso, est CORRETA a proposio.

    Note que o examinador no mencionou "norma culta" ou algo parecido -e esse pronome "se" est "solto" no meio da locuo verbal, posio CONDENADA pelos puristas.

    Para eles, as opes de colocao pronominal seriam:

    (1) "j no se pode utilizar dos referenciais..." (prclise em relao ao verbo auxiliar);

    (2) "j no pode utilizar-se dos referenciais..." (nclise em relao ao verbo principal); ou

    (3) "j se no pode utilizar dos referenciais...", mas isso pegar pesado demais com o pobre do candidato (rs...). O nome dessa intercalao pronominal ser apresentado na prxima aula (tchan, tchan, tchan, tchaaaaan rs...suspense!).

    A ESAF nem ligou para o pronome "boiando" no meio da locuo -preocupou-se em verificar a sintaxe de regncia, e ponto. De qualquer forma, na prxima aula, falaremos MUUUUITO sobre colocao pronominal.

    ITEM CERTO

    Prof Claudia Kozlowski www.pontodosconcursos.com.br -37

  • Turma de Exerccios ESAF Prof3 Claudia Kozlowski

    30 - (ESAF/SUSEP - Agente Executivo/2006)

    Analise a correo gramatical do fragmento a seguir.

    - frentica mobilidade dos capitais, financeirizao e transnacionalizao das economias, segmentao e expanso da oferta de produtos correspondem, no interior das naes, a uma maior diferenciao social e uma forte fragmentao.

    (Adaptado de Marco Aurlio Nogueira)

    Comentrio.

    0 verbo CORRESPONDER, no sentido de "estar em correlao", transitivo indireto: algo corresponde A alguma coisa.

    No segmento em anlise, foram empregadas duas expresses iniciadas por preposio, o que impossibilita que uma delas seja o sujeito da construo.

    Para corrigi-lo, devemos eliminar a preposio "a" de um dos termos (todos compostos):

    1 - "A frentica mobilidade dos capitais, a financeirizao e transnacionalizao das economias, a segmentao e expanso da oferta de produtos [SUJEITO COMPOSTO ANTEPOSTO AO VERBO] correspondem (...) a uma maior diferenciao social e uma forte fragmentao [a preposio junto ao segundo objeto indireto omissvel, haja vista sua ocorrncia antes do primeiro - j falamos sobre isso]";

    2 - " frentica mobilidade dos capitais, financeirizao e transnacionalizao das economias, segmentao e expanso da oferta de produtos [OBJETOS INDIRETOS DESLOCADOS PARA O INCIO DO PERODO] correspondem, no interior das naes, uma maior diferenciao social e uma forte fragmentao [SUJEITO COMPOSTO POSPOSTO AO VERBO].".

    ITEM ERRADO

    31 - (ESAF/ANEEL- Tcnico/2006)

    De fato, os jovens tm motivos para se sentirem inseguros. Comeam a vida profissional assombrados pelos altos ndices de desemprego. Quase a metade dos desempregados nos grandes centros no Brasil jovem. Alm da falta de experincia, h o despreparo mesmo. Grande parte tem baixa escolaridade. O mercado de trabalho ajuda a perpetuar a desigualdade. Muitos jovens deixam de estudar para trabalhar. Mas a

    Prof Claudia Kozlowski www.pontodosconcursos.com.br -38

  • Turma de Exerccios ESAF Prof3 Claudia Kozlowski

    disputa acirrada tambm entre os mais bem-preparados. A grande oferta de mo-de-obra resulta em um processo cruel de avaliao, com testes de conhecimentos e de raciocnio lgico, redao, dinmicas de grupo, entrevistas. E no s. O jovem deve demonstrar habilidades que muitas vezes nem teve tempo de saber se possui ou de descobrir como adquiri-las. Como o conhecimento hoje fica obsoleto muito rpido, a qualificao e o potencial comportamental que definem um bom candidato, e no s o preparo tcnico.

    (Adaptado de ISTO 5/10/2005)

    Julgue a assertiva abaixo.

    - A regncia do verbo resultar permite a troca da preposio "em"(l.8) pela preposio de; mas, nesse caso, a relao semntica entre "oferta" (l.8) e "processo"(l.8) se inverte.

    Comentrio.

    Acordo Ortogrfico: registramos "mo de obra", sem hfen.

    A questo trata da regncia do verbo resultar. A depender da preposio empregada, o verbo apresenta um sentido diferente.

    Em "oferta de mo-de-obra resulta em um processo cruel de avaliao" - a origem "oferta" e o resultado (produto) "processo".

    Quando se modifica a preposio, altera-se a ordem dos elementos. Em "oferta de mo-de-obra resulta de um processo cruel de avaliao", a origem passa a ser o "processo" e o resultado (produto final), a "oferta".

    Por isso, est correta a afirmao de que a preposio poderia ser trocada, invertendo-se a relao semntica entre os dois elementos.

    Questo inteligente assim! D gosto de ver...rs...

    ITEM CERTO

    32 - (ESAF/AFC CGU/2006)

    Uma das condies principais da ps-modernidade o fato de ningum poder ou dever discuti-la como condio histrico-geogrfica. Com efeito, nunca fcil elaborar uma avaliao crtica de uma situao avassaladoramente presente. Os termos do debate, da descrio e da representao so, com freqncia, to circunscritos que parece no haver como escapar de interpretaes que no sejam auto-referenciais. convencional nestes dias, por exemplo, descartar toda sugesto de que a "economia" (como quer que se entenda essa palavra vaga) possa ser determinante da vida cultural, mesmo "em ltima instncia". O

    Prof Claudia Kozlowski www.pontodosconcursos.com.br -39

    salazarRealce

  • Turma de Exerccios ESAF Prof3 Claudia Kozlowski

    estranho na produo cultural ps-moderna o ponto at o qual a mera procura de lucros determinante em primeira instncia.

    (David Harvey, Condio ps-moderna, p. 301, com adaptaes)

    Julgue a assero abaixo.

    - O emprego da preposio de obrigatria antes do pronome relativo "que" (l.6), pois a se inicia uma orao subordinada que completa a idia de "sugesto"(l.6).

    Comentrio.

    Mudana ortogrfica: no h acento agudo em "ideia", e no h hfen na palavra "autorreferenciais". O prefixo "auto" liga-se com hfen a elementos iniciados por "h" ou "o" (vogal em que termina o prefixo). Sendo o segundo elemento iniciado por "r", deve esta consoante dobrar para que no haja prejuzo fontico.

    O termo regente sugesto exige a preposio de (Algum apresenta a sugesto DE algo). O complemento nominal, seja sob forma nominal (substantivo, pronome etc) ou oracional (como apresentado no texto), deve ser precedido de preposio.

    Contudo, esse "que" no um pronome relativo, mas uma conjuno integrante. Esse o erro da questo (puxa vida!!!).

    Vimos logo no incio da nossa aula a forma de diferenciar um pronome relativo de uma conjuno (Ah... no!!! De novo, Cludia?!?!.... De novo, sim!!!).

    O pronome relativo inicia uma orao subordinada adjetiva e substitui algum termo j mencionado (chamado de antecedente ou referente).

    J a conjuno inicia uma orao subordinada substantiva e toda a orao, regra geral, pode ser substituda pela palavra ISSO. Lembra?

    Ento, vamos analisar essa construo:

    " convencional (...) descartar toda sugesto de que a 'economia' (...) possa ser determinante da vida cultural, mesmo 'em ltima instncia'."

    Podemos afirmar que " convencional (...) descartar toda sugesto disso".

    No lugar da orao ou do "isso", poderamos empregar tambm um substantivo: " convencional (...) descartar toda sugesto de retirada".

    Assim, conclumos que essa orao mesmo uma orao subordinada substantiva, e no adjetiva. Por isso, esse "que" uma conjuno integrante, e no um pronome relativo.

    Prof Claudia Kozlowski www.pontodosconcursos.com.br -40

  • Turma de Exerccios ESAF Prof3 Claudia Kozlowski

    Veja que a banca tentou conduzir a anlise do candidato para o emprego da preposio "de", quando o erro da opo estava na indicao da classe gramatical de outra palavra, o "que". Pura maldade, hem?

    ITEM ERRADO

    33 - (ESAF/AFC STN / 2008)

    1. Ao lado de caractersticas inditas, a crise cevada

    no mercado imobilirio e financeiro americano, com

    reverberaes mundiais, apresenta aspectos tambm

    verificados em outras situaes de nervosismo global.

    5. No h medida mgica e salvadora que faa cotaes

    se estabilizarem e o investidor recuperar o sono. S

    uma sucesso de aes consegue mudar expectativas

    como as atuais. A Casa Branca, ao contrrio da postura

    que assumira no caso do Lehman Brothers - tragado,

    10. sem socorro, por um rombo de US$600 bilhes -,

    decidira estender a mo para a maior seguradora do

    pas, a AIG.

    Aos bilhes empenhados para permitir ao Morgan

    digerir o Bear Stearns, em maro; ao dinheiro sacado

    15. a fim de evitar a quebra das gigantes Fannie Mae e

    Freddie Mac, redescontadoras de hipotecas, o governo

    e o Fed, o BC dos EUA, decidiram somar US$85 bilhes

    para salvar a AIG. Decepcionou-se quem esperava

    tranquilidade. O emperramento do crdito - ningum

    20. empresta a ningum, por no se saber ao certo o risco

    do tomador - continua a travar o mercado global, e as

    aes novamente desceram a ladeira, empurradas por

    boatos sobre quais sero, ou seriam, os prximos a

    cair.

    (O Globo, 18 de setembro de 2008 , Editorial)

    Prof Claudia Kozlowski www.pontodosconcursos.com.br -41

    salazarRealce

  • Turma de Exerccios ESAF Prof3 Claudia Kozlowski

    Com base nos elementos do texto acima, analise a proposio a seguir.

    - O emprego de preposio em "Aos bilhes"(l.13) e em "ao dinheiro"(l.14) justifica-se pela regncia de "somar" (l. 17).

    Comentrio.

    Talvez o que tenha dificultado a anlise pelo candidato no tenha sido nem a inverso dos termos da orao, mas a pontuao empregada. Na aula devida, veremos que o sinal de ponto-e-vrgula se emprega na separao de elementos de uma enumerao quando, dentro desses elementos, j houver o emprego da vrgula. Assim, promove-se maior clareza ao texto.

    Em relao sintaxe de regncia, o verbo SOMAR apresenta bitransitividade na passagem (somar alguma coisa a outra). O objeto direto est representado pelo segmento "US$85 bilhes".

    Assim, os objetos indiretos, antepostos, so regidos pela preposio "a".

    ITEM CERTO

    34 - (ESAF/IRB - Advogado/2006)

    Os seres humanos diferem dos animais principalmente pela capacidade de acumular conhecimento. Mas no so capazes de controlar seu destino nem de utilizar a sabedoria acumulada para viver melhor. Nesses aspectos somos como os demais seres. Atravs dos sculos, o ser humano no foi capaz de evoluir em termos de tica ou de uma lgica poltica. No conseguiu eliminar seu instinto destruidor, predatrio. No sculo XVIII, o Iluminismo imaginou que seria possvel uma evoluo atravs do conhecimento e da razo. Mas a alternncia de perodos de avanos com declnios prosseguiu inalterada. Regimes tirnicos se sucederam. A histria humana como um ciclo que se repete, sem evoluir.

    (John Gray, Contagem regressiva, poca, 26 de dezembro de 2005, com adaptaes)

    Assinale a opo em que a retirada do termo sublinhado no texto resulta em erro gramatical ou em incoerncia textual.

    a) de

    b) uma lgica

    c) que seria

    d) perodos de

    Prof Claudia Kozlowski www.pontodosconcursos.com.br -42

    salazarRealce

    salazarRealce

    salazarRealce

    salazarRealce

    salazarRealce

    salazarRealce

  • Turma de Exerccios ESAF Prof3 Claudia Kozlowski

    e) se

    O verbo SUCEDER, na acepo de "substituir, ser sucessor", pode ser transitivo indireto (suceder a algum), bitransitivo (suceder algum em alguma coisa), transitivo direto, com o objeto direto representado pelo pronome recproco SE (suceder-se).

    Da forma original, indica-se uma continuidade de regimes tirnicos.

    Com a retirada do pronome, o verbo passa a ser INTRANSITIVO e o seu significado se altera: "Regimes tirnicos acontecem/ocorrem" (no sentido de "O que sucede?" ^"O que ocorre / acontece?"). O verbo passa a indicar a ocorrncia de algo.

    Por isso, sua retirada provoca incoerncia textual, em funo do restante do texto: " como um ciclo que se repete", indicando repetio e no ocorrncia.

    Em relao s demais alteraes propostas, cabe comentar que:

    a) a preposio j consta do primeiro termo regido ("... no so capazes de controlar seu destino nem [de] utilizar a sabedoria acumulada..."), por isso pode ser omitida sem problema algum;

    b) a retirada de "da poltica" altera o sentido mas no prejudica a coerncia textual: "... no foi capaz de evoluir em termos de tica ou de poltica";

    c) perfeitamente possvel a omisso da expresso "que seria", j que o adjetivo possvel continuaria a se referir a "uma evoluo atravs do conhecimento e da razo".

    d) no haveria prejuzo algum a retirada da expresso "perodos de": "Mas a alternncia de avanos com declnios...".

    Gabarito: E

    35 - (ESAF/TCU/2006)

    Assinale a opo que corresponde a erro gramatical.

    A precariedade dos servios pblicos responsvel por cerca de(1) 8% das barreiras ao crescimento do Pas. Esse impacto se deve aos(2) efeitos em cascata que as deficincias no setor pblico causam economia. No Brasil, esses problemas parecem to arraigados rotina nacional que aparentam ser imutveis. No so. O Reino Unido est implementando uma reforma que visa o(3) aumento de produtividade e melhoria da qualidade dos servios pblicos. O primeiro passo aconteceu com o estabelecimento de alguns princpios:

    Prof Claudia Kozlowski www.pontodosconcursos.com.br -43

  • Turma de Exerccios ESAF Prof3 Claudia Kozlowski

    metas nacionais de desempenho, mensurveis e disponveis para comparao pelo pblico;

    clara definio de responsabilidades entre as entidades pblicas;

    aumento de flexibilidade, por meio da(4) simplificao de processos e da reduo da burocracia;

    oportunidade de escolha por parte do pblico em relao aos provedores de servios.

    A estimativa que(5) essas reformas aumentem o PIB do Pas em 16 bilhes de libras.

    (Adaptado de Revista Veja, n. 49, p.154.)

    a) 1

    b) 2

    c) 3

    d) 4

    e) 5

    Comentrio.

    O verbo VISAR, no sentido de "ter como objetivo", originalmente transitivo indireto, regendo a preposio "a".

    Esse o posicionamento da banca, de acordo com o gabarito publicado.

    Contudo, Luft nos ensina que, em funo da proximidade semntica com "buscar, pretender", passou-se a aceitar tambm a transitividade direta, dispensando a preposio. "Isso se deu, de incio, principalmente com o infinitivo: 'Todas essas consideraes visam apenas glosar os debates.'. (...) Vide gramticos e dicionaristas que registram legitimando o fato [Nascentes, Rocha Lima, Celso Cunha, Cegalla, Bechara, Aurlio]. Uma pesquisa mostrou que em textos legais predomina (...) a regncia indireta."

    E agora, Jos?

    Sugiro que voc leve para a prova a regncia "tradicional" (o "feijo com arroz"): "visa ao aumento", mas que tenha em mente que, volta e meia, a ESAF cobra uma "novidade, uma inovao sinttica", e isso pode surgir em uma questo com o verbo VISAR neste sentido.

    Daqui a pouco, veremos uma questo de prova que derrubou muita gente por explorar uma "inovao sinttica". Aguarde.

    Prof Claudia Kozlowski www.pontodosconcursos.com.br -44

  • Turma de Exerccios ESAF Prof3 Claudia Kozlowski

    Por ora, aproveitamos o item 5 para tratar de outro assunto bastante recorrente nas provas da ESAF: a diferena entre oraes predicativas e completivas nominais. Ficou "boiando"??? Ento, veja prxima questo para entender.

    Gabarito: C

    36 - (ESAF/TFC SFC/2000) Assinale a opo que corresponde a erro gramatical

    Outro mito muito em voga(A) de que(B) a globalizao torna(C) a vida das pessoas muito mais instvel. Isso s parcialmente verdade. As economias esto muito mais competitivas hoje em boa parte do mundo, o que(D) pode passar uma sensao maior de instabilidade. Um recente estudo do Banco Mundial, no entanto, mostra que(E) no h nenhuma evidncia de aumento da instabilidade em termos de crescimento de PIB e de consumo privado na Amrica Latina.

    (Adaptado de Exame, 1/11/2000, p.141)

    a) A

    b) B

    c) C

    d) D

    e) E

    Comentrio.

    No perodo "Outro mito muito em voga | de que a globalizao torna a vida das pessoas muito mais instvel", h duas oraes, quais sejam:

    "Outro mito muito em voga de" - orao principal

    "que a globalizao torna a vida das pessoas muito mais instvel." - orao subordinada principal

    A preposio "de" que antecede a conjuno "que" exigida pelo substantivo "mito". Contudo, a ausncia da repetio desta palavra, ou da colocao de um pronome que a ela faa referncia, acarretou a falha de coeso textual, acabando por deixar a preposio sozinha, sem termo ao qual pudesse se ligar.

    H duas possibilidades de correo e, conseqentemente, de classificao da orao subordinada:

    Prof Claudia Kozlowski www.pontodosconcursos.com.br -45

  • Turma de Exerccios ESAF Prof3 Claudia Kozlowski

    1a possibilidade:

    - "Outro mito muito em voga o de que a globalizao torna a vida das pessoas muito mais instvel."

    1a orao - "Outro mito muito em voga o de" - orao principal (o pronome demonstrativo "o" representa o substantivo "mito" e passa a ser o termo regente da preposio de)

    2a orao - "que a globalizao torna a vida das pessoas muito mais instvel." - orao subordinada completiva nominal (complemento nominal do substantivo mito)

    2a possibilidade:

    - "Outro mito muito em voga que a globalizao torna a vida das pessoas muito mais instvel."

    1a orao - "Outro mito muito em voga " - orao principal (em relao ao exemplo anterior, foram retirados o pronome demonstrativo o e a preposio de)

    2a orao - "que a globalizao torna a vida das pessoas muito mais instvel." - orao subordinada predicativa do sujeito (com a retirada da preposio, essa orao passa a exercer a funo de predicativo do sujeito, em um predicado nominal)

    A expresso " de que", apresentada na questo, constitui um erro.

    Na questo anterior, no item 5, a conjuno integrante iniciava uma orao que exercia a funo de predicativo do sujeito ("A estimativa ISSO."). Por isso, estava correto.

    Gabarito: B

    37 - (ESAF/AFC STN / 2008)

    Analise o trecho quanto morfossintaxe e pontuao.

    - Entendo que a velocidade que as mudanas vm ocorrendo, tanto no campo econmico, poltico, social que se processa de maneira muito rpida, ou os novos gerentes acompanham todo esse mecanismo de desenvolvimento