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CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL PROFESSORES VICENTE PAULO E FREDERICO DIAS AULA 7: REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS Na aula de hoje, estudaremos o tópico "repartição de competências", que nos dará conhecimento sobre como a Constituição Federal de 1988 partilhou as competências do Estado brasileiro entre os diferentes entes que integram a nossa Federação. Para compreendermos bem o que estudaremos na aula de hoje, basta-nos pensar da seguinte maneira: em 1988, a Assembléia Nacional Constituinte possuía numa das mãos todas as competências do Estado brasileiro e, na outra, os quatro entes federados - União, estados, Distrito Federal e municípios - para receber essas competências. Como foi feita essa divisão de competências? Que princípios nortearam essa divisão? Quais competências foram outorgadas à União? Quais matérias foram atribuídas aos municípios? Partindo dessa ideia, detalharemos, nos itens seguintes, esses e muitos outros aspectos pertinentes à repartição constitucional de competências, sempre com foco no que tem sido cobrado pelas diferentes bancas examinadoras. 1) Noção: repartição de competências e Estado federal Vimos na aula pretérita que o Estado brasileiro é do tipo federado, porque integrado por diferentes entidades políticas - União, estados, Distrito Federal e municípios -, todas dotadas de autonomia política, nos termos da Constituição Federal (CF, art. 18). Pois bem, repartição de competências tem tudo a ver com Estado federado. Na verdade, podemos dizer que a repartição constitucional de competência é o núcleo, é a essência de um Estado federado. Por quê? Ora, simplesmente porque a autonomia dos entes federados está assegurada, precisamente, nas competências que lhes são atribuídas pela Constituição. Afinal, onde está a autonomia dos municípios? Nas competências que lhes são asseguradas pela Constituição. Onde está a autonomia do Distrito Federal? Nas competências que lhe são atribuídas pela Constituição. Onde está a autonomia dos estados? Nas competências que lhe são reservadas pela Constituição. Com efeito, ao enumerar as competências próprias de um ente federado, a Constituição Federal está, automaticamente, assegurando a esse ente a autonomia política para o exercício de tais competências, sem ingerência dos demais entes federados. Por isso é que se diz que "repartição de competências e autonomia política são dois lados de uma mesma moeda", isto é, ao indicar competências como próprias de determinado ente, a Constituição está, na verdade, assegurando-lhe autonomia política para atuar nessa esfera. Ou, ainda, por isso é que se diz que "estudar repartição de competências é, em essência, compreender a formação de um Estado federado". 2) Cláusula pétrea Questão muito debatida entre os constitucionalistas é saber se "repartição de competências" é, ou não, cláusula pétrea na Constituição Federal de 1988. Profs. Vicente Paulo e Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br 1

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AULA 7: REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS

Na aula de hoje, estudaremos o tópico "repartição de competências", que nos dará conhecimento sobre como a Constituição Federal de 1988 partilhou as competências do Estado brasileiro entre os diferentes entes que integram a nossa Federação.

Para compreendermos bem o que estudaremos na aula de hoje, basta-nos pensar da seguinte maneira: em 1988, a Assembléia Nacional Constituinte possuía numa das mãos todas as competências do Estado brasileiro e, na outra, os quatro entes federados - União, estados, Distrito Federal e municípios - para receber essas competências. Como foi feita essa divisão de competências? Que princípios nortearam essa divisão? Quais competências foram outorgadas à União? Quais matérias foram atribuídas aos municípios?

Partindo dessa ideia, detalharemos, nos itens seguintes, esses e muitos outros aspectos pertinentes à repartição constitucional de competências, sempre com foco no que tem sido cobrado pelas diferentes bancas examinadoras.

1) Noção: repartição de competências e Estado federal

Vimos na aula pretérita que o Estado brasileiro é do tipo federado, porque integrado por diferentes entidades políticas - União, estados, Distrito Federal e municípios -, todas dotadas de autonomia política, nos termos da Constituição Federal (CF, art. 18).

Pois bem, repartição de competências tem tudo a ver com Estado federado. Na verdade, podemos dizer que a repartição constitucional de competência é o núcleo, é a essência de um Estado federado. Por quê? Ora, simplesmente porque a autonomia dos entes federados está assegurada, precisamente, nas competências que lhes são atribuídas pela Constituição. Afinal, onde está a autonomia dos municípios? Nas competências que lhes são asseguradas pela Constituição. Onde está a autonomia do Distrito Federal? Nas competências que lhe são atribuídas pela Constituição. Onde está a autonomia dos estados? Nas competências que lhe são reservadas pela Constituição.

Com efeito, ao enumerar as competências próprias de um ente federado, a Constituição Federal está, automaticamente, assegurando a esse ente a autonomia política para o exercício de tais competências, sem ingerência dos demais entes federados. Por isso é que se diz que "repartição de competências e autonomia política são dois lados de uma mesma moeda", isto é, ao indicar competências como próprias de determinado ente, a Constituição está, na verdade, assegurando-lhe autonomia política para atuar nessa esfera. Ou, ainda, por isso é que se diz que "estudar repartição de competências é, em essência, compreender a formação de um Estado federado".

2) Cláusula pétrea

Questão muito debatida entre os constitucionalistas é saber se "repartição de competências" é, ou não, cláusula pétrea na Constituição Federal de 1988.

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Enfim, o modelo de repartição estabelecido pelo poder constituinte originário, em 1988, é inflexível, ou pode ser modificado por meio da aprovação de emenda constitucional? Uma competência que foi originalmente atribuída privativamente à União (art. 22), pode, hoje, ser transferida, por emenda constitucional, para o âmbito da legislação concorrente (art. 24)? Ou será que alterações dessa natureza são vedadas, por ter a Constituição Federal gravado a repartição de competências como cláusula pétrea?

A resposta a essas questões exige, antes de tudo, bom senso, diante do caso concreto, e pode assim ser resumida: repartição de competências não constitui cláusula pétrea, isto é, o modelo originariamente estabelecido pela Constituição Federal de 1988 pode sofrer alterações por meio de emenda constitucional; entretanto, tais alterações serão inconstitucionais caso tendam à abolição da forma federativa de Estado, pois esta, sim, foi expressamente gravada como cláusula pétrea (CF, art. 60, § 4°, I).

Vejamos uma situação hipotética, que certamente nos auxiliará na compreensão do que chamados, acima, de "bom senso". A princípio, não haveria inconstitucionalidade alguma na transferência, por emenda constitucional, de certa competência municipal para os estados-membros (afinal, como vimos, "repartição de competências" não é cláusula pétrea). Entretanto, seria flagrantemente inconstitucional uma emenda constitucional que suprimisse dos municípios a sua competência para instituir e arrecadar os tributos municipais, repassando tal atribuição para os estados-membros, pois essa medida implicaria grave ofensa à autonomia política municipal (haveria, neste caso, forte tendência à abolição da forma federativa de Estado, com ofensa à cláusula pétrea prevista no art. 60, § 4°, I).

Há uma ótima questão do Cespe sobre esse aspecto. Foi na prova de Técnico Judiciário do TRT 1a Região, elaborada pelo Cespe em 2008:

"Por constituírem a medida do modelo federativo brasileiro, os dispositivos constitucionais que disciplinam a competência legislativa, são considerados implicitamente pétreos, e por isso não podem ser modificados por emenda constitucional."

Como comentamos, os dispositivos que disciplinam a repartição de competências entre os entes federativos podem ser alterados por emenda constitucional. O que não seria admitida seria uma alteração na repartição de competências que tendesse à abolição da própria Federação. Esta sim (a Federação) constitui cláusula pétrea. Diante disso, incorreta a questão.

3) Espécies de competências

As competências são tradicionalmente classificadas em administrativas, legislativas e tributárias.

As competências administrativas (materiais) são aquelas que indicam o campo de atuação político-administrativa do ente federado. São, assim, competências para atuação efetiva, para executar tarefas, para a exploração

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da respectiva atividade - e assim por diante. Por exemplo: competência da União para emitir moeda (CF, art. 21, VII).

As competências legislativas estabelecem o poder de normatizar as matérias, isto é, para estabelecer normas sobre as respectivas matérias. Por exemplo: compete privativamente à União legislar sobre trânsito e transporte (CF, art. 22, XI).

Importante! Note-se que, aqui, na competência legislativa, não se está a dizer que somente a União prestará serviços de transportes. Não, não. Não é isso. Os demais entes federados também poderão explorar o serviço de transporte (eles dispõem de competência administrativa para tal, conforme veremos adiante), mas somente a União poderá legislar sobre essa matéria (pois só ela dispõe de competência legislativa para disciplinar essa matéria). Enfim, os demais entes dispõem da competência administrativa para a exploração do serviço de transporte, mas não dispõem da competência legislativa para baixar normas sobre trânsito e transporte.

As competências tributárias, como a própria denominação indica, estabelecem o poder para instituir tributos de que dispõem todos os entes federados, como umas das formas de manutenção da sua autonomia.

4) Modelos de repartição

A doutrina faz referência aos seguintes modelos de repartição de competências: modelo clássico e modelo moderno; modelo horizontal e vertical.

O modelo clássico é aquele em que a Constituição enumera as competências da União e reserva as demais (não enumeradas, portanto) aos estados-membros. Esse modelo é denominado "clássico" porque foi o primeiro a ser adotado, no surgimento da forma federativa de Estado, nos Estados Unidos da América.

O modelo moderno é aquele em que a Constituição, além de enumerar as competências da União, enumera também hipóteses de competência concorrente e de competência comum. Esse modelo passou a ser adotado por muitos Estados após a primeira guerra mundial.

E no Brasil, que modelo adotamos? A Constituição Federal de 1988 adota o modelo moderno de repartição, pois, além de enumerar expressamente as competências da União (CF, arts. 21 e 22), o texto constitucional também indica expressamente a competência comum (CF, art. 23) e a concorrente (CF, art. 24).

O modelo horizontal é aquele em que as competências são outorgadas aos diferentes entes sem a existência de subordinação na atuação do ente federado sobre a respectiva matéria.

O modelo vertical é aquele em que as competências são outorgadas a diferentes entes, mas é estabelecida uma relação de subordinação na atuação desses entes sobre a respectiva matéria.

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Novamente, a pergunta: e no Brasil, que modelo adotamos? A Constituição Federal de 1988 adotou os dois modelos de repartição - horizontal e vertical -, com predominância para a repartição horizontal.

Com efeito, temos repartição horizontal, por exemplo, nos arts. 21, 22, 23, 25, 30 e 32, § 1°. Já o modelo de repartição vertical que temos é a competência legislativa concorrente da União, dos estados e do Distrito Federal (CF, art. 24).

Veja que, nos casos de repartição horizontal - arts. 21, 22, 23, 25, 30 e 32, § 1° -, o ente federado exercerá sua competência com plena autonomia, sem subordinação aos demais entes federados. Ao contrário, no caso de repartição vertical - art. 24 -, há uma relação de subordinação entre os entes federados no trato das respectivas matérias (por exemplo: as leis específicas estaduais não poderão contrariar as normas gerais expedidas pela União; a União não poderá, sob o pretexto de editar normas gerais, invadir a competência dos estados para editar normas específicas para estes - e assim por diante).

Ah, neste momento, não se preocupe com a diferenciação entre as competências acima indicadas nesses vários artigos da Constituição Federal (21, 22, 23, 25, 25, 30 e 32, § 1°), pois todas essas competências serão, ainda, detalhadamente estudadas nesta aula. Neste momento, é importante, apenas, você diferenciar os modelos de repartição e saber quais deles foram adotados pela Constituição Federal de 1988. Certo?

5) Técnica adotada pela Constituição Federal de 1988

Ao definir o modelo brasileiro de repartição de competências, a Constituição Federal de 1988 adotou como princípio geral para a partilha das competências entre os entes federados o princípio da predominância do interesse.

Vamos entender bem esse princípio. Já vimos que, em 1988, o poder constituinte originário possuía numa das mãos todas as competências do Estado brasileiro, e, na outra, os quatro entes federativos para, entre eles, repartir tais competências. Que critério adotar? Como decidir que matérias seriam atribuídas à União, aos estados, ao Distrito Federal ou aos municípios? Decidiu-se, então, pela adoção do critério da predominância do interesse, isto é, a competência deveria ser atribuída ao ente federativo de acordo com o interesse nela predominante.

Assim, as matérias de interesse predominantemente local foram atribuídas ao município, pois este é o ente federado local; as matérias de interesse predominantemente regional foram reservadas ao Estado, pois este é o ente federado regional; e as matérias de interesse predominantemente nacional foram outorgadas à União, pois este é o ente federado nacional.

Ao Distrito Federal, em razão da vedação à sua divisão em municípios (CF, art. 32), foram atribuídas as competências de interesse predominantemente local (municipais) e regional (estaduais).

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Um bom exemplo para a compreensão da aplicação do princípio da predominância do interesse é a competência para a exploração do serviço de transporte terrestre de passageiros, em que temos o seguinte:

a) se o transporte é dentro do município (intramunicipal), há uma predominância do interesse local e, portanto, a competência para a exploração foi outorgada ao do município;

b) se o transporte é entre diferentes municípios que integram um mesmo Estado (intermunicipal, mas dentro do mesmo Estado), há uma predominância do interesse regional e, portanto, a competência para a exploração foi outorgada ao Estado;

c) se o transporte é entre diferentes estados ou entre o Brasil e outros países (interestadual ou internacional), há uma predominância do interesse nacional e, portanto, a competência para a sua exploração foi outorgada à União.

A predominância do interesse foi, portanto, o princípio adotado como regra para a repartição de competências pela Constituição Federal de 1988.

Norteado por esse princípio da predominância do interesse, o legislador constituinte originário partiu para a repartição das competências propriamente dita, entre os diferentes entes federados. E agora, que rumo tomar? Como fazer essa divisão no texto da Constituição? Será que ele enumerou expressamente as competências de todos os entes? Bem, guiado pelo princípio da predominância do interesse, o legislador constituinte originário optou pela seguinte técnica:

a) enumerou expressamente as competências da União - competência enumerada expressa (CF, artS. 21 e 22);

b) enumerou expressamente as competências dos municípios - competência enumerada expressa (CF, art. 30);

c) outorgou ao Distrito Federal as competências estaduais e municipais (CF, art. 32, § 1°);

d) não enumerou expressamente as competências dos estados-membros, reservando a eles as competências que não lhes são vedadas na Constituição -competência não-enumerada, remanescente ou residual (CF, art. 25, § 1°);

e) criou uma competência administrativa comum, outorgando-a a todos os entes federados - competência administrativa comum (CF, art. 23);

f) criou uma competência legislativa concorrente entre a União, os estados e o Distrito Federal - competência legislativa concorrente (CF, art. 24).

Cuidado! Observe que a Constituição Federal não enumerou taxativamente as competências dos estados-membros, reservando a eles a competência remanescente ou residual (CF, art. 25, § 1°). Ao contrário, as competências da União e dos municípios são definidas indicativamente, isto é, constam de uma enumeração expressamente indicada no texto Constitucional (ao contrário das competências dos estados, que são do tipo remanescente, não-enumerada ou residual).

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Neste ponto, cabem algumas considerações importantes, pequenas exceções ao modelo, que as bancas repetem e repetem em suas provas!

A primeira consideração diz respeito ao princípio da predominância do interesse. Vimos que esse princípio norteia o modelo geral de repartição de competências na Constituição Federal de 1988. Acontece, porém, que essa regra não é absoluta. Por que não? Porque há casos excepcionais que fogem desse critério, como, por exemplo, a competência para a exploração do gás canalizado - que, embora seja assunto de interesse predominantemente local (de interesse da comunidade local), foi outorgada aos estados, e não aos municípios (CF, art. 25, § 2°).

A segunda consideração diz respeito às competências do Distrito Federal. É certo que, como regra, podemos afirmar que a Constituição Federal outorgou ao Distrito Federal as competências estaduais e municipais (CF, art. 32, § 1°). Porém, não é correto dizer que todas as competências dos estados foram repassadas ao Distrito Federal. Há exceções a essa regra. As exceções estão estabelecidas nos incisos XIII e XIV do art. 21, segundo os quais compete à União organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público, a Defensoria Pública, a polícia civil, a polícia militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal.

A terceira consideração diz respeito à competência remanescente dos estados-membros. É verdade que, como regra, a Constituição não enumerou expressamente a competência dos estados, reservando a eles as competências que não lhes são vedadas em seu texto (CF, art. 25, § 1°). Porém, não é correto afirmar que os estados-membros não possuem nenhuma competência enumerada na Constituição. Novamente, há exceções a essa regra. Com efeito, a Constituição enumerou aos estados, dentre outras, a competência para exploração do gás canalizado (CF, art. 25, § 2°), para a criação de regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões (CF, art. 25, § 3°), para a modificação dos limites territoriais dos municípios (CF, art. 18, § 4°), bem assim para organizar sua própria Justiça (CF, art. 125). Portanto, guarde bem isto: embora seja a regra, nem todas as competências dos estados-membros são do tipo residual, remanescente ou não-enumerada; excepcionalmente, a Constituição Federal enumera expressamente algumas competências aos estados-membros, nos seguintes dispositivos: art. 18, § 4°; art. 25, §§ 2° e 3°; art. 125; art. 145; art. 149, § 1°; art. 155.

A quarta consideração também diz respeito à competência remanescente dos estados-membros. Embora no quadro geral de repartição de competências caiba aos estados a chamada competência residual, em se tratando de competência tributária (competência para instituir tributos), a União é que dispõe de competência residual. Com efeito, a União dispõe de competência residual para instituir novos impostos além daqueles discriminados na Constituição (CF, art. 154, I), bem assim para instituir novas contribuições de seguridade social (CF, art. 195, § 4°). Ademais, ainda em se tratando de competência tributária, os estados-membros dispõem de competência expressamente enumerada para instituir impostos, taxas e

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contribuições de melhoria (arts. 145 e 155) e contribuição previdenciária cobrada de seus próprios servidores (CF, art. 149, § 1°).

Muitos detalhes, muitas informações para memorizar, mas, a culpa não é nossa! E, pode acreditar, são esses detalhes que farão a diferença na prova! Você verá, na resolução dos exercícios desta aula, a importância desses pontos aqui por nós destacados.

Uma última dica de concursando! Na hora da prova, o princípio da predominância do interesse poderá ser muito útil para a resolução de questões "decorebas" que exijam conhecimento sobre a competência para a exploração de determinada matéria. Se você não souber a quem compete a matéria, tente pensar no seguinte: qual o interesse que predomina nessa matéria? Será que o interesse local, o interesse regional ou o interesse nacional? Na maioria das vezes, esse princípio dá uma ajudazinha! Dê uma olhada agora nos incisos do art. 21 (competência exclusiva da União) e do art. 30 (competência dos municípios) da Constituição. Você perceberá que praticamente nenhum deles precisará ser decorado para a prova, é só pensar na predominância do interesse (a maioria dos incisos do art. 21 traz matérias em que o interesse nacional salta aos olhos - logo, de competência da União; já os incisos do art. 30 trazem matérias em que o interesse local é facilmente identificado - logo, de competência dos municípios!).

São detalhes importantíssimos para sua prova. Vejamos algumas questões que os abordam.

Primeiramente, julgue esta assertiva do concurso de Auditor Fiscal do Trabalho, realizado pela Esaf em 2003:

"A repartição de competências é o ponto nuclear da noção de Estado Federal, tendo a CF/88 adotado como princípio geral de repartição de competência a predominância do interesse."

Na primeira parte, o enunciado afirma que repartição de competências é o ponto nuclear de um Estado Federado. De fato, a repartição de competências é a essência do Estado Federado, pois esse tipo de Estado está alicerçado na autonomia dos entes federados que o integram, e essa autonomia é assegurada, precisamente, na repartição de competências.

Já a parte final do enunciado afirma que a Constituição Federal de 1988 adotou como princípio geral para a repartição de competências o princípio da predominância do interesse, o que também está certo, como vimos.

Agora, julgue os dois itens a seguir, da prova Agente Técnico Legislativo Especializado da Assembleia Legislativa de São Paulo, aplicada pela FCC em 2010.

"São reservadas aos Municípios as competências que não lhes sejam vedadas pela Constituição, ditas competências remanescentes."

"Compete aos Estados legislar sobre assuntos de interesse local."

As duas assertivas estão erradas. A primeira porque as competências remanescentes foram atribuídas aos estados-membros. Significa dizer que são

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reservadas aos estados-membros as competências que não lhes sejam vedadas pela Constituição (CF, art. 25, § 1°).

A segunda porque, segundo o critério da predominância do interesse, compete aos municípios legislar sobre assuntos de interesse local (CF, art. 30, I); afinal, esse é o ente federado local.

6) Principais competências enumeradas na Constituição Federal

São quatro as competências mais cobradas em concursos públicos:

a) competência exclusiva da União;

b) competência privativa da União;

c) competência comum (ou paralela);

d) competência concorrente.

Nos subitens seguintes, abordaremos os aspectos relevantes sobre cada uma dessas competências, para que você, na prova, esteja pronto para os detalhes que caracterizam cada uma delas.

6.1) Competência exclusiva da União

A competência exclusiva da União está prevista no art. 21 da Constituição Federal. Trata-se de competência administrativa e de natureza indelegável, isto é, não há possibilidade de sua delegação aos estados, ao Distrito Federal ou aos municípios.

Ora, veja que é fácil perceber a indelegabilidade, senão vejamos este exemplo: é da competência exclusiva da União manter relações com Estados estrangeiros (CF, art. 21, I) e emitir moeda (CF, art. 21, VII). Ora, difícil imaginar a União delegando competência para o Estado da Bahia emitir moeda ou para o Município de Fortaleza celebrar um tratado internacional com os EUA.

Logo, nessas matérias da competência exclusiva da União não há espaço para atuação administração dos demais entes federados, tampouco para atuação legislativa (ou seja: não há espaço para os demais entes federados explorarem tais matérias, tampouco para sobre elas legislar).

6.2) Competência privativa da União

A competência privativa da União está prevista no art. 22 da Constituição Federal. Trata-se de competência legislativa (para edição de normas sobre as respectivas matérias), mas de natureza delegável (a União poderá delegar tal competência aos estados-membros, na forma disciplinada no parágrafo único do art. 22, a seguir estudada).

O mais aspecto mais importante sobre essa competência é, sem dúvida, a possibilidade de delegação, prevista no parágrafo único do art. 22, nestes termos: Profs. Vicente Paulo e Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br 8

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"Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo."

Já que esse é o aspecto mais cobrado em prova sobre essa competência, vamos aos detalhes importantes sobre essa possibilidade de delegação da competência legislativa privativa da União aos estados-membros:

a) essa delegação só poderá ser efetivada por lei complementar do Congresso Nacional, que é aprovada por maioria absoluta (CF, art. 69). Lei ordinária do Congresso Nacional não pode efetivar a delegação;

b) embora a Constituição não seja expressa, essa possibilidade de delegação alcança também o Distrito Federal. Quando a Constituição diz "autorizar os estados", entenda-se "autorizar os estados e o Distrito Federal", pois cabem ao Distrito Federal as competências legislativas outorgadas aos estados (CF, art. 32, § 1°);

c) essa delegação, se houver, deverá alcançar todos os estados e o Distrito Federal, sob pena de ofensa ao art. 19, III, da Constituição, que veda o estabelecimento de preferências entre si. Portanto, a União não poderá efetuar tal delegação em favor de somente alguns estados; se o fizer, deverá beneficiar a todos os estados-membros e o Distrito Federal;

d) essa possibilidade de delegação é somente para legislar sobre "questões específicas" no âmbito das respectivas matérias enumeradas no art. 22 da Constituição. Por exemplo: não poderá a União delegar competência para os estados legislar sobre "direito do trabalho", mas somente sobre "questões específicas no âmbito do Direito do Trabalho";

e) a possibilidade de delegação não alcança os municípios (isto é, a delegação por parte da União, se houver, só poderá alcançar os estados e o Distrito Federal).

Muitos detalhes, não? Pois é, mas valorize-os, pois eles são reiteradamente cobrados em provas de concursos, pelas mais diferentes bancas examinadoras!

Ainda sobre a competência privativa da União (CF, art. 22), há um aspecto importante para ser examinado com muita atenção.

Por se tratar de competência privativa da União, os estados e os municípios não podem suprir a omissão legislativa da União em relação às matérias apontadas nos incisos do art. 22 da Constituição Federal. Isto é, se a União não legislar sobre as matérias enumeradas nos incisos do art. 22 da Constituição, os estados, o Distrito Federal e os municípios não poderão sobre elas legislar.

Veja este exemplo: determina a Constituição que é da competência privativa da União legislar sobre direito penal (CF, art. 22, I); daí, indago-lhe o seguinte: se a União não tipificar determinada conduta como crime, os estados e os municípios poderão fazê-lo? Enfim, diante do silêncio da União, poderão os estados e municípios, no seu âmbito, tipificar condutas como crime? É evidente que não, pois compete privativamente à União legislar sobre direito penal. Como visto anteriormente, sobre as matérias do art. 22, os estados só

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poderão legislar sobre questões específicas, e somente se houver delegação da União por meio de lei complementar (CF, art. 22, parágrafo único).

Portanto, em se tratando das matérias enumeradas nos incisos do art. 22 da Constituição Federal (competência privativa da União), os estados-membros só poderão legislar sobre questões específicas pertinentes a tais matérias e, ainda assim, somente se houver delegação da União, por lei complementar (CF, art. 22, parágrafo único). Concorda com isso? Muito bem, é isso mesmo.

Entretanto, há, em alguns incisos do art. 22 da Constituição, matérias que fogem a essa regra, isto é, que fogem dessa necessidade de delegação da União por lei complementar. Vejamos um exemplo. O inciso XXVII do art. 22 determina que é da competência privativa da União legislar sobre normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, estados, Distrito Federal e municípios (CF, art. 22, XXVII).

Como se vê, nessa matéria (licitações e contratos administrativos), a competência privativa da União restringe-se à fixação de normas gerais. Significa dizer que, em se tratando de licitação e contratação pelos demais entes federados (estados, Distrito Federal e municípios), a União só dispõe de competência privativa para fixar normas gerais. Logo, nesse caso, os demais entes federados poderão fixar normas específicas, suplementares às normas gerais expedidas pela União, sem necessidade da delegação por lei complementar, prevista no parágrafo único do art. 22.

Aliás, pense bem: nesse caso, seria totalmente despropositada eventual delegação da União para que os estados pudessem legislar sobre questões específicas! Por quê? Ora, simplesmente porque a União estaria delegando uma competência de que não dispõe, haja vista que, em se tratando de licitações e contratos, a sua competência privativa restringe-se à fixação de normas gerais (afinal, se não é da sua competência privativa legislar sobre questões específicas acerca de licitações e contratos, estaria a União delegando aos estados uma competência que não lhe pertence!).

Então, em se tratando de licitações e contratações, os demais entes federados poderão legislar sobre questões específicas (já que essa competência não é privativa da União), independentemente da delegação por lei complementar prevista no parágrafo único do art. 22. Esse mesmo raciocínio é aplicável aos incisos do art. 22 que atribuem à União, apenas, competência para a fixação de normas gerais, tais como os incisos IX e XXIV.

Muito importante esse aspecto! Portanto, valorize essa informação. Não é qualquer um que conhece esses detalhes. E isso faz diferença na prova, como fez no seguinte enunciado elaborado em 2010 pelo Cespe:

"Ao legislar sobre normas gerais, a União, no que diz respeito à sua competência, não deixa margem de atuação legislativa para os estados-membros, caso o assunto tenha sido esgotado."

Depois da nossa explicação você já sabe que, nessa hipótese, desde que respeitadas as normas gerais da União, os estados-membros poderão editar normas específicas sobre o assunto. Logo, incorreta a questão. Profs. Vicente Paulo e Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br 10

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"A CF conferiu à União diversas competências administrativas, sendo a sua principal característica a delegabilidade a outros entes federativos."

As competências administrativas, materiais, atribuídas à União são as chamadas competências exclusivas, que têm como principal característica a indelegabilidade. Logo, incorreta a questão.

Pronto! Não confunda mais essas duas competências da União:

Competências da União

Exclusiva (CF, art. 21) Privativa (CF, art. 22)

Administrativa Legislativa

Indelegável Delegável

6.3) Competência comum

A competência comum (ou paralela) está prevista no art. 23 da Constituição Federal. Trata-se de competência administrativa outorgada a todos os entes federados.

Tal competência é também denominada "paralela" porque, nas matérias ali indicadas, os entes federados atuam em igualdade de condições, isto é, não há relação de subordinação entre eles. Logo, a omissão de um ente federado não impede a atuação de outro, tampouco a atuação de um prejudica a atuação dos demais.

Como se trata de atuação paralela, a fim de se evitar a superposição de esforços dos diferentes entes federados, estabelece a Constituição Federal que "leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional" (CF, art. 23, parágrafo único).

6.4) Competência concorrente

A competência concorrente está prevista no art. 24 da Constituição Federal. Trata-se de competência legislativa, em que a Constituição Federal estabelece uma concorrência legislativa entre a União, os estados e o Distrito Federal (os municípios não integram essa concorrência legislativa). Conforme vimos, é modelo de repartição vertical de competências, haja vista que diferentes entes federados atuarão sobre as mesmas matérias, mas não em condições de igualdade. Com efeito, os diferentes entes federados disporão sobre as mesmas matérias, mas haverá subordinação nessa atuação, na forma a seguir estudada.

Vamos, então, recordar como funciona essa "concorrência legislativa" entre a União, os Estados e o Distrito Federal.

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Na legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais (CF, art. 24, § 1°). Logo, no tocante aos demais entes federados, caberá à União, apenas, fixar as regras gerais sobre as respectivas matérias.

A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados (CF, art. 24, § 2°). Assim, o fato de a União estabelecer as normas gerais não impede que os estados suplementem a legislação federal, expedindo normas específicas, desde que, evidentemente, não haja desrespeito por parte dos estados a essas normas gerais expedidas pela União. Vale dizer: os estados poderão suplementar as normas gerais expedidas pela União, desde que não as contrariem.

Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades (CF, art. 24, § 3°). Significa dizer que a omissão da União quanto à expedição das normas gerais não impede a atuação dos estados. A atuação dos estados não depende da edição prévia de lei federal sobre normas gerais. Ao contrário: diante da inexistência de lei federal de normas gerais, poderão os estados legislar plenamente sobre a respectiva matéria. Vale dizer: a omissão da União quanto à expedição de normas gerais implica competência legislativa plena para os estados editarem suas próprias leis sobre a matéria, para o atendimento de suas peculiaridades.

Em razão dessas duas previsões - §§ 2° e 3° do art. 24 -, os estados podem atuar de duas maneiras distintas na legislação concorrente: suplementando a lei federal de normas gerais existentes ou, na ausência destas, legislando plenamente sobre a respectiva matéria.

Por isso, alguns constitucionalistas (Alexandre de Moraes, por exemplo) dividem a atuação suplementar dos estados em duas: complementar e supletiva.

A atuação suplementar do estado é "complementar" quando ele edita normas específicas em complementação à lei federal de normas gerais expedida pela União (CF, art. 24, § 2°).

A atuação suplementar do estado é "supletiva" quando ele legisla plenamente sobre a matéria, diante da inexistência de lei federal de normas gerais (CF, art. 24, § 3°).

A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário (CF, art. 24, § 4°). A relevância desse dispositivo é deixar claro que o fato de a União ser inicialmente omissa quanto à expedição da sua lei de normas gerais, dando azo à legislação plena dos Estados, não impede que ela (União) posteriormente saia da inércia e edite tal lei federal de normas gerais. E que, nesse caso, essa lei federal de normas gerais superveniente prevalecerá sobre a lei estadual, suspendendo a eficácia desta, no que lhe for contrário.

Vamos trabalhar melhor essa informação, abaixo.

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Momento 1: a União é omissa, isto é, não edita a lei federal de normas gerais sobre a matéria.

Momento 2: o estado, no uso da competência legislativa plena, adquirida diante da omissão da União, edita sua própria lei sobre a matéria.

Momento 3: a União resolve sair da sua inércia e edita, supervenientemente, a sua lei federal de normas gerais.

Momento 4: se houver conflito entre a lei federal superveniente e a lei estadual editada anteriormente (editada no uso da competência legislativa plena, enquanto a União estava omissa), prevalecerá a lei federal, que suspenderá a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrária.

Momento 5 (este momento não está expressamente previsto na Constituição, mas é decorrência lógica do sistema): se a União revogar a sua lei federal de normas gerais, a lei estadual que estava com a sua eficácia suspensa voltará automaticamente a produzir eficácia, salvo se já houver sido revogada por outra lei estadual.

Cuidado! Essas regras de funcionamento da legislação concorrente - previstas nos parágrafos do art. 24 - devem ser memorizadas e muito bem compreendidas por você, porque são muito cobradas em provas!

Temos, ainda, que examinar os seguintes aspectos importantes:

a) Atuação excepcional da União;

Embora na legislação concorrente a regra seja a expedição de normas gerais pela União, é possível que a União edite também normas específicas, desde que em relação aos seus próprios órgãos e entidades. Como assim?

Quando a Constituição determina que "a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais", entenda-se: "limitar-se-á a estabelecer normas gerais em relação aos estados e ao Distrito Federal". Ou seja: essa limitação não impede que a União edite normas específicas no seu âmbito, em relação aos órgãos e entidades federais. Entendeu?

Vamos para um exemplo, que a coisa fica mais fácil. O inciso IX do art. 24 determina que compete à União, aos estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre educação. Então, no tocante à prestação do serviço de educação pelos estados e Distrito Federal, a União só poderá estabelecer normas gerais (caberá aos estados e ao Distrito Federal fixar as normas específicas, nos respectivos âmbitos). Entretanto, no tocante ao serviço de educação prestado por instituições federais (da União), competirá à União estabelecer não só as normas gerais como também as normas específicas (afinal, se a União não estabelecesse essas normas específicas em relação aos seus próprios órgãos e entidades, quem o faria? Não faz o menor sentido pensar que os estados e o Distrito Federal editariam normas específicas para órgãos e entidades da União!).

b) Atuação excepcional dos estados-membros;

Em regra, cabe aos estados a edição de normas específicas suplementares às normas gerais editadas pela União. Entretanto, os estados podem também

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editar normas gerais, desde que diante da omissão da União, quando adquirem competência legislativa plena, para o atendimento de suas peculiaridades. Quando a Constituição determina que, diante da omissão da União, os estados adquirirão "competência legislativa plena", está permitindo que os estados legislem plenamente sobre a matéria, editando, no seu âmbito, tanto as normas gerais (inexistentes, devido à omissão da União), quanto as normas específicas necessárias para o atendimento de suas peculiaridades.

Em síntese: na legislação concorrente, a regra é a União editar normas gerais e os estados editarem normas específicas suplementares; porém, é bom lembrar que a União poderá também editar normas específicas (em relação aos seus próprios órgãos e entidades) e os estados poderão editar normas gerais (diante da inexistência de lei federal de normas gerais, em face da omissão da União).

c) Conflito entre lei federal e lei estadual;

O texto constitucional prevê a possibilidade de ocorrência de conflito entre a lei estadual (editada diante da omissão da União) e a lei federal superveniente de normas gerais (CF, art. 24, § 4°). Esse conflito, diz a Constituição, será resolvido em favor da lei federal superveniente, que suspenderá a eficácia da lei estadual no que lhe for contrário (a suspensão de eficácia não incide sobre toda a lei estadual, mas somente sobre os seus dispositivos que contrariarem a lei federal).

Cuidado! Não se trata de revogação (retirada da norma estadual do mundo jurídico), mas sim de mera suspensão de eficácia (a norma estadual permanecerá no ordenamento jurídico, mas sem produzir efeitos). Com isso, se amanhã a lei federal de normas gerais for revogada, a lei estadual voltará a produzir automaticamente seus efeitos, salvo se houver sido revogada por outra lei estadual.

Agora, uma pergunta: em regra, como são resolvidos os conflitos entre lei federal e lei estadual no âmbito da legislação concorrente? Podemos afirmar que, nesses conflitos, a lei federal sempre prevalecerá?

De jeito nenhum. Na verdade, no âmbito da legislação concorrente, o conflito entre lei federal e lei estadual é resolvido ora em favor da legislação federal, ora em favor da legislação estadual, a depender da natureza da matéria disciplinada por tais normas, da seguinte forma: se a matéria disciplinada for "norma geral", prevalecerá a legislação federal; se a matéria versada for "norma específica", prevalecerá a norma estadual.

Somente numa situação específica, relativa à expedição de normas gerais, determina a Constituição a prevalência da lei federal: a superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário (CF, art. 24, § 4°). Mas, lembre-se: mesmo nesta situação específica, a lei federal não revogará a lei estadual, mas somente suspenderá a eficácia desta.

Enfim, na legislação concorrente, a lei federal prevalecerá sobre a estadual quando o conflito entre tais espécies normativas envolver "normas gerais". Isso porque, na legislação concorrente, a competência para estabelecer Profs. Vicente Paulo e Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br 14

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normas gerais pertence à União. Tanto é assim que a própria Constituição estabelece expressamente essa primazia da lei federal de normas gerais sobre a legislação estadual, ao dispor que a lei federal de normas gerais superveniente suspenderá a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário (CF, art. 24, § 4°).

Portanto, cuidado na hora da prova! Não é sempre que na legislação concorrente haverá prevalência da lei federal sobre a estadual. Se o conflito entre tais espécies normativas envolver o tratamento de "normas específicas", prevalecerá a norma estadual, pois a União não dispõe de competência para fixar normas específicas no âmbito dos estados.

d) Situação dos municípios;

Sabe-se que os municípios não integram a competência legislativa concorrente, como não deixa dúvida a redação do art. 24 da Constituição (CF, art. 24: "Compete à União, aos estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre"). Significa dizer que os municípios não concorrem com a União e os estados no tocante a legislar sobre as matérias enumeradas nos incisos do art. 24 da Constituição. Os municípios concorreriam se existisse uma regra que estabelecesse o seguinte: "se a União e os estados forem omissos, os municípios exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades". Mas, como se sabe, essa regra não existe!

Entretanto, os municípios poderão editar normas suplementares às leis federais ou estaduais editadas no desempenho da legislação concorrente. Isso porque dispõe o art. 30, II, da Constituição que compete aos municípios suplementar a legislação federal e a estadual, no que couber.

Portanto, os municípios também podem suplementar uma lei federal ou uma lei estadual resultante da legislação concorrente, por força da autorização do art. 30, II, da Constituição.

Cuidado! Esse ponto é bastante sutil! Vamos lá: os municípios não integram a competência legislativa concorrente, isto é, os municípios não concorrem com a União e os estados no tocante a legislar sobre as matérias enumeradas nos incisos do art. 24 da Constituição; porém, os municípios podem suplementar uma lei federal ou uma lei estadual editada no uso da competência legislativa concorrente, com fundamento no art. 30, II, da Constituição.

e) Confusão com os casos de omissão da União.

Cuidado! Os candidatos têm a tendência de aplicar as regras de funcionamento da legislação concorrente a todas as outras espécies de competência, o que é um erro grave! Ora, os estados e o Distrito Federal podem legislar plenamente diante da omissão da União no âmbito da competência legislativa concorrente, prevista no art. 24 da Constituição. Essa regra não vale para as demais competências.

Para que não haja mais confusão, vamos examinar, competência a competência, o que os entes federados poderão fazer diante da omissão da União:

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a) competência exclusiva da União (CF, art. 21) - não há espaço para atuação dos demais entes federados no trato dessas matérias, nem por delegação; portanto, se a União for omissa, os demais entes não terão o que fazer;

b) competência privativa da União (CF, art. 22) - se a União for omissa, os demais entes não são livres para legislar sobre essas matérias (lembre-se do exemplo do direito penal, mencionado anteriormente); porém, há a possibilidade de a União autorizar os estados e o Distrito Federal a legislar sobre questões específicas no âmbito dessas matérias, desde que por lei complementar; essa possibilidade de delegação não alcança os municípios;

c) competência comum (CF, art. 23) - trata-se de atuação paralela, em que todos os entes federados atuam em condições de igualdade; portanto, a omissão de um ente federado não impede a atuação de outro, tampouco a atuação de um ente federado proíbe a atuação de outro; logo, se a União for omissa, os demais entes poderão atuar administrativamente sobre as matérias do art. 23 da Constituição, pois, como dito, todos os entes atuam em pé de igualdade;

d) competência legislativa concorrente (CF, art. 24) - trata-se de repartição vertical de competências, em que a União, os estados e o Distrito Federal concorrem entre si quanto a legislar sobre as respectivas matérias; logo, se a União for omissa, os estados e o Distrito Federal exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades; vale lembrar, ainda, que, se houver lei federal ou estadual, essa legislação poderá ser suplementada pelos municípios, no que couber, com fundamento no art. 30, II, da Constituição.

Então, por favor, na sua prova, não leve a regra aplicável à legislação concorrente para as demais espécies de competências disciplinadas na Constituição!

Haja informações sobre a legislação concorrente! Não é à toa que ela é a mais cobrada em concursos!

Explicadas as principais competências cobradas em concursos, passemos, agora, à indicação resumida das competências de cada ente federado, começando pelas competências da União.

Mas, antes, tente resolver agora a seguinte questão da FGV (Inspetor de polícia civil do RJ, aplicada em 2008):

"Estão em desacordo com o sistema de repartição de competências adotado pela Constituição Federal/88:

(A) poderes delegados para a União.

(B) poderes remanescentes para os Estados.

(C) poderes definidos indicativamente para os Municípios.

(D) áreas comuns de atuações paralelas da União, Estado, Distrito Federal e Municípios.

(E) setores concorrentes entre União e Estados."

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A questão pede que o candidato identifique, dentre as alternativas, aquela que está contrariando as diretrizes gerais da repartição de competências estabelecida pela Constituição Federal. Vejamos uma a uma, de acordo com o que vimos anteriormente.

A alternativa "a" está errada. Na verdade, é o contrário. A União poderá delegar determinadas competências (legislar sobre questões específicas das matérias listadas no art. 22 da CF/88) para estados-membros e DF.

A alternativa "b" está de acordo com a repartição de competências estabelecida pela CF/88. São reservadas aos estados-membros as competências que não lhes sejam vedadas pela Constituição (CF, art. 25, § 1°). Trata-se da chamada competência remanescente.

A alternativa "c" está de acordo com a nossa repartição de competências, uma vez que, ao contrário da competência estadual, as competências dos municípios são listadas de forma expressa.

A alternativa "d" está de acordo com a nossa repartição de competências, pois há uma área comum de atuação paralela para os entes da Federação. Trata-se da chamada competência comum, prevista no art. 23 da Constituição.

A alternativa "e" está de acordo com a repartição de competências prevista na Constituição, pois alude ao art. 24 (competência concorrente).

Então, o gabarito é letra "a".

7) Competências da União

A União dispõe das seguintes competências:

a) competência administrativa exclusiva (CF, art. 21);

b) competência legislativa privativa (CF, art. 22);

c) atua, em condições de igualdade, na competência administrativa comum ou paralela (CF, art. 23);

d) atua, com a competência de editar normas gerais, na competência legislativa concorrente (CF, art. 24).

e) competência tributária expressa - para instituir os diferentes tributos -impostos, taxas, contribuições de melhoria, contribuições e empréstimos compulsórios (arts. 145, 148, 149 e 153);

f) competência tributária residual - para instituir novos impostos e novas contribuições de seguridade social, além daqueles já discriminados no texto da Constituição Federal (arts. 154, I, e 195, § 4°);

g) competência tributária extraordinária - para, na iminência ou no caso de guerra externa, instituir impostos extraordinários (CF, art. 154, II).

7.1) Importantes Jurisprudências do STF sobre Repartição de Competências

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Selecionamos algumas jurisprudências relevantes do STF para que você possa conhecê-las e levá-las para sua prova. Mas, para tornar a aula mais dinâmica, optamos por mencioná-las a partir de questões de concurso.

Vamos começar pela jurisprudência mais relevante para fins de concurso: a quem compete a edição de normas concernentes às instituições bancárias?

O Cespe cobrou tal assunto no enunciado a seguir.

"( CESPE/ANALISTA ADMIN ISTRATIVO/STF/2008) Lei municipal que obrigue a instalação, em estabelecimento bancário, de equipamentos de segurança é considerada constitucional, pois aborda um assunto de interesse eminentemente local."

Essa é uma jurisprudência bastante batida do STF, reiteradamente cobrada em concursos.

I) Em primeiro lugar, lembre-se de que, se o assunto diz respeito a interesse local, a competência para legislar é dos municípios (CF, art. 30, I). Nessa linha, o STF entende que "é competente o Município para fixar o horário de funcionamento de estabelecimento comercial." (Súmula 645).

II) Ao contrário, cabe à União (e não ao município!) a competência para a fixação do horário de funcionamento de agências bancárias - tendo em vista que o tema extrapola o interesse meramente local.

III) Por sua vez, no que se refere à legislação sobre segurança e qualidade de atendimento aos clientes, inclusive de instituições bancárias, trata-se de competência municipal. Ou seja, compete aos municípios legislar sobre instalação de equipamentos de segurança, sanitários, bebedouros, tempo máximo de espera na fila etc.

Enfim, a assertiva está correta.

Agora, vejamos uma questão da Esaf sobre o assunto.

"(ESAF/PFN/2006) Não fere a Constituição Federal norma municipal que estipula tempo máximo para que as agências bancárias situadas no território do Município atendam clientes em fila de espera."

Como comentado, segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, cabe aos municípios legislar sobre qualidade de atendimento dos clientes de instituições bancárias. Logo, a assertiva está correta.

De qualquer forma, não se esqueça de que compete à União (e não ao município) a competência para a fixação do horário de funcionamento de

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agências bancárias.

Sigamos analisando outras jurisprudências do STF.

"(CESPE/PROCURADOR DO MUNICÍPIO/VITÓRIA/2007) A vinculação do reajuste de vencimentos de servidores estaduais ou municipais a índices federais de correção monetária é inconstitucional."

É inconstitucional, por ofensa à autonomia federativa, a vinculação do reajuste de vencimentos de servidores estaduais ou municipais a índices federais de correção monetária. Logo, a assertiva está correta.

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Segundo o STF, uma vinculação dessa natureza afetaria a autonomia do ente federativo, que passaria a estar obrigado a reajustar os vencimentos dos seus servidores de acordo com a variação de índice da União. Esse assunto foi sumulado pela nossa Corte:

"É inconstitucional a vinculação do reajuste de vencimentos de servidores estaduais ou municipais a índices federais de correção monetária" (Súmula 681).

A Esaf já cobrou o mesmo assunto.

(ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) É inconstitucional a lei municipal que concede reajuste automático de vencimentos aos servidores municipais pela variação de índices apurados por órgãos do Governo Federal.

De fato, "é inconstitucional a vinculação do reajuste de vencimentos de servidores estaduais ou municipais a índices federais de correção monetária". Portanto, correto o item.

Outra jurisprudência frequentemente cobrada diz respeito à competência para definir crimes de responsabilidade, vejamos:

"(ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) Cabe aos Estados-membros definir os crimes de responsabilidade do Governador e disciplinar o respectivo processo."

Segundo entendimento consolidado do STF, compete privativamente à União legislar sobre crime de responsabilidade (mesmo de autoridades estaduais e municipais); afinal, trata-se da competência para legislar sobre direito penal, competência da União (CF, art. 22, I):

"São da competência legislativa da União a definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas normas de processo e julgamento" (Súmula 722).

Questão incorreta.

É importante você conhecer também as jurisprudências relacionadas com a competência privativa da União para legislar sobre trânsito e transporte (CF, art. 22, XI). Deixe-nos utilizar uma questão para sintetizar isso:

"(ESAF/PFN/2006) Não fere a Constituição Federal Lei estadual que, versando sobre trânsito de automóveis no território do Estado, proíbe a instalação de barreiras eletrônicas e impõe a desativação das já existentes."

Os estados, o Distrito Federal e os municípios não podem legislar sobre trânsito e transporte, por se tratar de competência privativa da União (CF, art. 22, XI).

Com base nessa competência, o STF entende que é inconstitucional lei estadual que disponha sobre:

I) licenciamento de motocicletas destinadas ao transporte remunerado de passageiros, pois cria nova forma de transporte coletivo remunerado;

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II) colocação de barreiras eletrônicas e instalação de aparelhos de controle de velocidade de veículos automotores em vias locais.

Portanto, a questão está incorreta.

Por outro lado, o STF admite que lei estadual autorize o Poder Executivo a apreender e desemplacar veículos de transporte coletivo de passageiros encontrados em situação irregular; nesse caso, uma norma dessa natureza insere-se no poder de polícia do Estado e não na competência de legislar sobre trânsito e transporte de forma geral.

"(CESPE/PROCURADOR DO MUNICÍPIO/VITÓRIA/2007) Se determinado município Y editar lei que proíba a instalação de nova farmácia a menos de 500 metros de estabelecimento da mesma natureza, tal lei será considerada inconstitucional, pois a norma exorbita de sua competência para o zoneamento da cidade, afrontando princípios constitucionais como a livre concorrência, a defesa do consumidor e a liberdade do exercício das atividades econômicas, que informam a ordem econômica consagrada pela Constituição Federal brasileira."

Apesar de se tratar de tema de interesse local, tal lei municipal seria inconstitucional. Segundo o STF:

"Ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que impede a instalação de estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área" (Súmula 646 do STF).

Portanto, a assertiva está correta.

"(CESPE/ANALISTA ADMIN ISTRATIVO/STF/2008) O DF, por deter competência normativa relativa aos estados e municípios, poderá, legitimamente, editar ato normativo que disponha sobre sistemas de consórcios e sorteios."

O entendimento a que essa questão se refere você não pode errar. Afinal, há súmula vinculante sobre ele:

"Súmula Vinculante 2: É inconstitucional a lei ou ato normativo estadual ou distrital que disponha sobre sistemas de consórcios e sorteios, inclusive bingos e loterias."

A edição dessa súmula surgiu do fato de que muitos estados vinham editando leis próprias instituindo e disciplinando loterias estaduais, jogos de bingos e outros tipos de jogos e sorteios oficiais - contrariando o art. 22, XX, da CF/88, segundo o qual compete à União legislar sobre sistemas de consórcios e sorteios. Portanto, a questão está incorreta.

(CESPE/ANALISTA/DIREITO/2008) Os estados podem, por meio de lei, anistiar seus servidores de ilícitos penais praticados contra a administração pública estadual.

É competência exclusiva da União conceder anistia (CF, art. 22, XVII). Ademais, compete privativamente à União legislar sobre direito penal (CF, art. 22, I).

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Atenção! O Supremo Tribunal entende que a anistia de infrações disciplinares de servidores estaduais é competência do estado-membro. Só caracteriza competência da União quando se cuidar de anistia de crimes (ilícitos penais).

Segundo a Corte, conferir à União - e somente a ela - o poder de anistiar infrações administrativas de servidores locais constituiria exceção radical e inexplicável ao dogma fundamental do princípio federativo - qual seja, a autonomia administrativa de Estados e Municípios.

Portanto, podemos concluir que caso o ato se caracterize como infração administrativa disciplinar, a anistia seria de competência do ente a que o servidor estivesse vinculado (no caso em questão, competência do estado-membro). Caso se caracterize como ilícito penal, aí sim a competência seria da União. A questão está incorreta.

Por fim, vale a pena mencionar jurisprudência do STF no sentido de que os serviços funerários constituem serviços municipais, dado que dizem respeito a necessidades imediatas do Município.

7.2) Divisão da competência privativa da União (segundo José Afonso da Silva)

O art. 22 da Constituição apresenta, em 24 incisos, toda a competência privativa da União; ou seja, todos os assuntos sobre os quais compete à União legislar privativamente.

Pois bem, o prof. José Afonso da Silva propõe uma classificação para essas competências privativas, dividindo-as em três grupos de distintos:

(i) competência legislativa privativa sobre direito administrativo;

(ii) competência legislativa privativa sobre direito processual; e

(iii) competência legislativa privativa sobre direito material não administrativo.

Objetivamente, você vai perceber que José Afonso classifica a grande maioria das competências privativas como sendo sobre direito administrativo (abrangendo atividades administrativas e serviços prestados pela Administração Pública). Os direitos processuais são basicamente três (direito processual civil, direito processual penal e direito processual do trabalho); o que não pode ser classificado nem como direito administrativo e nem como direito processual é classificado na categoria de direito material não administrativo.

Então, para sua prova, não fica tão difícil assim:

a) o direito processual são somente aqueles três (processual civil, processual penal e processual do trabalho);

b) o direito material não administrativo vai abranger os demais assuntos (que não se enquadrem como direito administrativo), quais sejam: direito civil, direto comercial, direto penal, direto político-eleitoral, direto agrário, direto marítimo, direto aeronáutico, direto espacial e direto do trabalho.

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Dentro de direito comercial, ainda temos: comércio exterior e interestadual e propaganda comercial; dentro de direito político-eleitoral temos: nacionalidade, cidadania e naturalização.

Ainda se enquadram como direito material não administrativo: populações indígenas; condições para o exercício de profissões; e seguridade social.

c) o direito administrativo abrange diversas atividades administrativas e serviços prestados pela Administração Pública, a saber:

- desapropriação;

- requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e em tempo de guerra;

- águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão;

- serviço postal;

- sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos metais;

- política de crédito, câmbio, seguros e transferência de valores;

- diretrizes da política nacional de transportes;

- jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia;

- regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, aérea e aeroespacial;

- trânsito e transporte;

- emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão de estrangeiros;

- organização do sistema nacional de emprego;

- organização judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios, bem como organização administrativa destes;

- sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia nacionais;

- sistemas de poupança, captação e garantia da poupança popular;

- sistemas de consórcios e sorteios;

- competência da polícia federal e das polícias rodoviária e ferroviária federais;

- registros públicos;

- atividades nucleares de qualquer natureza;

- defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa marítima, defesa civil e mobilização nacional;

Ok, ok. Agora, você não precisa mais assustar se uma questão te perguntar, por exemplo, se "Em repartição de competências, o direito marítimo é classificado como direito administrativo" ou se "o direito agrário é classificado como direito administrativo". Nenhum deles pode ser classificado como direito administrativo. Na verdade, segundo José Afonso da Silva, constituem exemplos de direito material não administrativo.

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8) Competências dos estados-membros

Conforme vimos, as competências dos estados-membros não estão expressamente indicadas no texto da Constituição, cabendo a tais entes federados aquelas competências que não lhes são vedadas pela Constituição (CF, art. 25, § 1°). É a chamada competência não enumerada, residual ou remanescente.

Entretanto, lembre-se: não é correto afirmar que os estados-membros não possuem nenhuma competência enumerada na Constituição, pois há exceções a essa regra. Assim, a Constituição enumerou aos estados a competência para exploração do gás canalizado (CF, art. 25, § 2°), para a criação de regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões (CF, art. 25, § 3°), para a modificação dos limites territoriais dos municípios (CF, art. 18, § 4°), bem assim para organizar sua própria Justiça (CF, art. 125).

Portanto, guarde bem isto: embora seja a regra, nem todas as competências dos estados-membros são do tipo residual, remanescente ou não-enumerada; excepcionalmente, a Constituição Federal enumera expressamente algumas competências aos estados-membros, nos seguintes dispositivos: art. 18, § 4°; art. 25, §§ 2° e 3°; art. 125; art. 145; art. 149, § 1°; art. 155.

Em resumo, podemos afirmar que os estados-membros dispõem das seguintes competências:

a) competência remanescente, não enumerada (CF, art. 25, § 1°);

b) competência administrativa comum ou paralela (CF, art. 23);

c) competência legislativa concorrente (CF, art. 24);

d) competência legislativa delegada pela União, por lei complementar - se houver delegação da União, obviamente (CF, art. 22, parágrafo único)

e) competência tributária expressa - para a instituição de impostos, taxas, contribuições de melhoria e contribuições previdenciárias (arts. 145; 149, § 1°; e 155).

9) Competências do Distrito Federal

A Constituição determina que o Distrito Federal reger-se-á por lei orgânica aprovada por dois terços da Câmara Legislativa (CF, art. 32, caput) e que cabem a esse ente federado as competências reservadas aos estados e municípios (CF, art. 32, § 1°).

Desse modo, a lei orgânica do Distrito Federal é uma "norma híbrida", composta de competências - administrativas e legislativas - estaduais e municipais.

Entretanto, não é correto dizer que todas as competências dos estados foram repassadas ao Distrito Federal. Há exceções a essa regra. As exceções estão estabelecidas nos incisos XIII e XIV do art. 21, segundo os quais compete à União organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público, a Defensoria

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Pública, a polícia civil, a polícia militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal.

Logo, não se esqueça disto: embora equiparada hierarquicamente à Constituição Estadual, a lei orgânica do Distrito Federal não contém todas as matérias constantes da Constituição Estadual. Por que não? Porque, no Distrito Federal, cabe à União (e não ao próprio Distrito Federal) organizar e manter a Defensoria Pública, o Ministério Público, o Poder Judiciário, a Polícia Civil, a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiro Militar (CF, art. 21, XIII e XIV).

Em resumo, podemos afirmar que o Distrito Federal dispõe das seguintes competências:

a) competência remanescente dos estados-membros, não enumerada (CF, art. 25, § 1°);

b) competência enumerada dos municípios (CF, art. 30);

c) competência administrativa comum ou paralela (CF, art. 23);

d) competência legislativa concorrente (CF, art. 24);

e) competência legislativa delegada pela União, por lei complementar - se houver delegação da União, obviamente (CF, art. 22, parágrafo único)

f) competência tributária expressa - para a instituição de impostos, taxas, contribuições de melhoria e contribuições previdenciárias da competência dos estados e dos municípios (arts. 145; 149, § 1°; 149-A; 155 e 156).

10) Competências dos municípios

As competências dos municípios estão expressamente indicadas no art. 30 da Constituição Federal, podendo ser legislativa (incisos I e II) ou administrativa (incisos III a IX).

Além dessas competências expressamente enumeradas, os municípios ainda dispõem das seguintes competências:

a) competência administrativa comum ou paralela (CF, art. 23);

b) competência tributária expressa - para a instituição de impostos, taxas, contribuições de melhoria, contribuições previdenciárias e contribuição de iluminação pública (arts. 145; 149, § 1°; 149-A; e 156).

Acreditamos que, agora, você já está pronto para resolver quaisquer questões sobre esse assunto na sua prova! Você verá, nos exercícios seguintes, que as questões não têm como fugir dos aspectos que foram por nós examinados nesta extensa aula!

1. (CESPE/AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL SUBSTITUTOS/PCRN/2008) O princípio geral que norteia a repartição de competência entre as entidades componentes do Estado federal é o da predominância do interesse, segundo o qual à União caberão aquelas matérias e questões de predominante interesse geral, nacional, ao passo que aos estados tocarão as matérias e assuntos de predominante

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interesse regional, e aos municípios concernem os assuntos de interesse local. José Afonso da Silva. Curso de Direito Constitucional Positivo. São Paulo: Malheiros, 24.a ed., 2005, p. 478 (com adaptações). Com referência ao texto acima e com base na CF, assinale a opção correta.

a) A CF enumerou, expressamente, as competências administrativas dos estados-membros.

b) Ao DF são atribuídas apenas as competências legislativas reservadas aos estados.

c) A CF conferiu à União diversas competências administrativas, sendo a sua principal característica a delegabilidade a outros entes federativos.

d) Compete privativamente à União legislar sobre trânsito e transporte. Entretanto, diante de interesse local, a União pode delegar esta competência legislativa, por meio de lei complementar, a apenas um estado-membro da Federação.

e) A CF enumerou as competências administrativas e legislativas dos municípios.

A alternativa "a" está errada, pois aos estados foi atribuída a chamada competência remanescente (CF, art. 25, § 1°).

A alternativa "b" está errada porque ao Distrito Federal foram atribuídas as competências estaduais e municipais (CF, art. 32, § 1°). Lembre-se, de qualquer forma, que nem todas as competências dos estados foram atribuídas ao DF. Segundo os incisos XIII e XIV do art. 21, compete à União organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público, a Defensoria Pública, a polícia civil, a polícia militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal.

A alternativa "c" está errada. As competências atribuídas à União estão nos arts. 21 e 22 da CF/88. O art. 21 apresenta as diversas competências administrativas, materiais, atribuídas à União (a chamada competência exclusiva). Essas competências têm como principal característica a indelegabilidade.

A alternativa "d" está errada. O art. 22 apresenta as competências legislativas da União (a chamada competência privativa da União). Essas competências podem ser delegadas aos estados e ao DF por meio de lei complementar (ao contrário da competência exclusiva).

Portanto, realmente compete privativamente à União legislar sobre trânsito e transporte (CF, art. 22, XI), competência essa que pode, mediante lei complementar, ser delegada aos estados para o trato de questões específicas (art. 22, parágrafo único). Todavia, entende-se que a União não poderá realizar essa delegação a apenas um, ou apenas a alguns estados-membros. Ora, isso ofenderia a isonomia federativa, contrariando o dispositivo segundo o qual é vedado à União, aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios criar preferências entre si (CF, art. 19, III).

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A alternativa "e" está certa e é o gabarito, pois a Constituição Federal enumerou expressamente as competências dos municípios (tanto administrativas, como legislativas).

2. (CESPE/ADVOGADO/CORREIOS/2011) Compete à União, aos estados e ao Distrito Federal legislar sobre responsabilidade por dano ao meio ambiente e ao consumidor.

De fato, compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre responsabilidade por dano ao meio ambiente e ao consumidor (CF, art. 24, VIU). A assertiva está correta.

3. (CESPE/ADVOGADO/CORREIOS/2011) A CF atribuiu à União a competência privativa para legislar sobre serviço postal, admitindo, contudo, que os estados legislem sobre questões específicas a respeito do tema, desde que haja lei complementar autorizadora.

Compete privativamente à União legislar sobre serviço postal (CF, art. 22, V). Como se trata de matéria inserida no âmbito da sua competência privativa, a União poderá, por Lei complementar, autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas concernentes ao tema. (CF, art. 22, parágrafo único). O item está correto.

4. (CESPE/ADVOGADO/IPAJM/2010) Ao legislar sobre normas gerais, a União, no que diz respeito à sua competência, não deixa margem de atuação legislativa para os estados-membros, caso o assunto tenha sido esgotado.

Em certos assuntos (licitações, por exemplo), compete privativamente à União editar as normas gerais, válidas para todos os entes.

Nessa situação, as normas gerais da União deverão ser observadas pelos estados-membros; mas isso não significa que eles não possam editar suas próprias regras específicas. Ou seja, desde que respeitadas as normas gerais da União, os estados-membros poderão editar normas específicas visando a dar completa aplicabilidade àquele assunto, consideradas as suas peculiaridades.

Portanto, incorreta a questão.

5. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/SEGURANÇA JUDICIÁRIA/TRE/ BA /2010) Em caso de urgência, a exploração dos serviços de gás canalizado em determinado estado poderá ser regulamentada por medida provisória editada pelo governador.

A Constituição veda expressamente que a exploração dos serviços locais de gás canalizado (competência expressa dos estados-membros) seja regulamentada por medida provisória. A assertiva está errada.

6. (CESPE/ANALISTA DE INFRA ESTRUTURA/MPOG/2010) Se determinado estado-membro editar lei que estabeleça obrigações a serem observadas pelos empregadores em suas relações com os empregados, tal lei será inconstitucional, visto que é de competência privativa da União legislar a respeito de direito do trabalho.

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De fato, é o que se pode deduzir do art. 22, I, da CF/88.

Vale a pena memorizar que compete à União, estados-membros e DF legislar concorrentemente sobre direito penitenciário, econômico, tributário, urbanístico e financeiro - PETUF (CF, art. 24, I).

Observe que o direito do trabalho não está nesse rol. Portanto, encontra-se na competência privativa da União (CF, art. 22, I); e o item está correto. Simples de decorar assim, não é?

7. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/JUDICIÁRIA/TRE/BA/2010) A instituição de regiões metropolitanas pelos estados federados dispensa a edição prévia de lei complementar federal, diante da autonomia que lhes foi conferida pela CF.

A Constituição autoriza aos estados-membros instituir, mediante lei complementar, regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum.

Ou seja, trata-se de competência estadual, a ser exercida mediante a edição de lei complementar estadual. Com isso, correta a questão.

8. (CESPE/AGENTE ADMINISTRATIVO/AGU/2010) Segundo a CF, o serviço público de distribuição de gás canalizado é privativo da União.

Cabe aos estados-membros explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação (CF, art. 25, § 2°). Errada a assertiva.

Não deixe de memorizar essa competência - uma das poucas competências expressas dos estados-membros...

9. (CESPE/ANALISTA TÉCNICO ADMINISTRATIVO/DPU/2010) A elaboração de lei estadual que verse quanto à forma de como poderá ocorrer a desapropriação

A) é viável, caso sejam atendidas determinadas condições, por se tratar de competência exclusiva dos estados-membros.

B) é inviável, por se tratar de competência privativa dos estados-membros.

C) é inviável, por se tratar de competência exclusiva dos municípios.

D) é viável, se atendidas determinadas condições, por se tratar de competência privativa da União.

E) é viável, desde que atendidas determinadas condições, por se tratar de competência privativa dos estados-membros.

Questão inteligente, uma vez que vai além da mera literalidade.

Compete privativamente à União legislar sobre desapropriação (CF, art. 22, II). Mas os estados poderão legislar sobre questões específicas relativas a esse

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assunto, desde que tal competência seja delegada a eles pela União, mediante a edição de lei complementar federal (CF, art. 22, parágrafo único). O gabarito é letra "d".

10. (CESPE/PROCURADOR FEDERAL DE 2a CATEGORIA/AGU/2010) Estado da Federação tem competência privativa e plena para dispor sobre normas gerais de direito financeiro.

Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre Direito financeiro (CF, art. 24, I). Esse é um dos direitos incluídos no rol de memorização obrigatória por parte do candidato atento (PETUF - direito penitenciário, econômico, tributário, urbanístico e financeiro).

Com isso, o item está incorreto; afinal, se trata de competência concorrente, e não privativa dos estados.

11. (CESPE/ADVOGADO/IPAJM/2010) Os estados-membros têm competência comum, não legislativa, e residual ou reservada. Neste último caso, aos estados-membros estarão reservadas todas as competências que não sejam vedadas a eles, ou seja, as que não forem de competência expressa dos outros entes. Uma das competências expressamente reservadas aos estados-membros pela CF é a de explorar os serviços locais de gás canalizado, mediante concessão, na forma da lei, vedada a regulamentação da referida matéria por medida provisória.

Essa questão é praticamente uma aula sobre as competências estaduais.

Os estados exercem as competências comuns (CF, art. 23) e as remanescentes - nesse caso, aquelas que não lhes sejam vedadas. De qualquer forma, excepcionalmente, os estados apresentam competências expressas, como é o caso da exploração dos serviços locais de gás canalizado (CF, art. 25, § 2°). Correta a assertiva.

12. (CESPE/ADVOGADO/IPAJM/2010) É competência exclusiva da União legislar sobre direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho.

Fácil, fácil acertar essa questão... No que se refere à União, não há competência exclusiva e legislativa ao mesmo tempo. Portanto, o item está errado.

As competências legislativas são as privativas da União, dentre as quais se encontra a de legislar sobre direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho (CF, art. 22, I).

13. (CESPE/ADVOGADO/IPAJM/2010) Os estados, autônomos que são, têm competência legislativa própria, e a CF, assim como fez com os outros entes federados, dedicou artigo para enumerar, taxativamente, as matérias de sua competência.

A questão está incorreta, pois as competências dos estados-membros não são taxativas, mas remanescentes.

14. (CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MPE/SE/2010) É competência privativa da União legislar sobre orçamento, podendo lei

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complementar federal autorizar os estados e os municípios a legislar sobre questões específicas relacionadas com o tema.

Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre orçamento (CF, art. 24, II). Com isso, está incorreto o item (não se trata da competência privativa da União, mas de competência concorrente).

15. (CESPE/JUIZ/TRF 5.a Região/2009) Compete exclusivamente à União legislar acerca da responsabilidade por dano ao meio ambiente.

Amigo, não dava para errar essa questão!

As competências exclusivas são materiais (ou administrativas) e não legislativas, ok?

Em realidade, compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre responsabilidade por dano ao meio ambiente (CF, art. 24, VIII). Portanto, a questão está incorreta.

16. (CESPE/ANALISTA MINISTERIAL - ESPECIALIDADE CIÊNCIAS JURÍDICAS/MINISTÉRIO PÚBLICO - TO/2006) No âmbito da competência concorrente, a superveniência da lei geral pela União suspende e não revoga a lei estadual já editada, no que lhe for contrário, de forma que revogada a lei geral da União, a lei estadual suspensa volta a viger.

Na competência legislativa concorrente, inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.

A questão está correta, pois a superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual (e não revoga), no que lhe for contrário.

A diferença é que, se a União resolver revogar a sua lei federal de normas gerais, a lei estadual, que estava com a eficácia suspensa, volta a produzir efeitos. Logo, a assertiva está correta.

17. (CESPE/GESTOR DE POLÍTICAS PÚBLICAS - ACRE/2006) Somente por lei complementar a União poderá autorizar os estados a legislar a respeito de questões específicas da sua competência privativa.

De acordo com o parágrafo único do art. 22 da Constituição Federal, lei complementar poderá autorizar os estados a legislar sobre questões específicas das matérias da competência privativa da União. Portanto, correta a assertiva.

18. (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO/DPE/AL/2009) Segundo entendimento do STF, é constitucional lei estadual que estabelece o dever dos municípios de transportar, da zona rural para a sede do município, alunos carentes matriculados no ensino fundamental, tendo em vista a competência municipal para atuar prioritariamente no ensino fundamental.

O STF considerou inconstitucional, por afronta à autonomia municipal, artigo da Constituição do Ceará que impunha aos Municípios o encargo de transportar da zona rural para a sede do Município, ou Distrito mais próximo, alunos carentes matriculados a partir da 5° série do ensino fundamental. Profs. Vicente Paulo e Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br 29

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Entendeu-se que haveria ali indevida ingerência na prestação de serviço público municipal, com reflexos diretos nas finanças locais. Portanto, a questão está incorreta.

19. (CESPE/PROCURADOR/BACEN/2009) O estado-membro tem competência para estabelecer, desde que na constituição estadual, regras de imunidade formal e material aplicáveis a vereadores.

De acordo com o STF, o Estado-membro não tem competência para estabelecer regras de imunidade formal e material aplicáveis a Vereadores. Isso porque a Constituição Federal atribui à União a competência de legislar sobre Direito Penal e Processual Penal. Portanto, a questão está incorreta.

20. (CESPE/PROCURADOR/BACEN/2009) O STF considera inconstitucional, por invasão da competência da União para dispor sobre trânsito e transporte, lei estadual que autorize o Poder Executivo do estado a apreender e desemplacar veículo de transporte coletivo encontrado em situação irregular.

Compete privativamente à União legislar sobre trânsito e transporte (CF, art. 22, XI). Entretanto, o STF considerou constitucional lei estadual que autorizava o Poder Executivo a apreender e desemplacar veículos de transporte coletivo de passageiros encontrados em situação irregular. No caso, entendeu-se que essa natureza de norma insere-se no poder de polícia do Estado e não na competência de legislar sobre trânsito e transporte de forma geral. Portanto, a questão está incorreta.

21. (CESPE/ANALISTA EM CT/INCA/2010) Compete à União explorar diretamente, na forma da lei, ou mediante concessão, os serviços de gás canalizado.

Trata-se de uma das poucas competências enumeradas dos estados-membros. Segundo o art. 25, § 2°, compete aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação Portanto, a questão está incorreta.

22. (CESPE/PROCURADOR/AGU/2010) De acordo com entendimento do STF, é inconstitucional lei estadual que disponha sobre aspectos relativos ao contrato de prestação de serviços escolares ou educacionais, por se tratar de matéria inserida na esfera de competência privativa da União.

É inconstitucional norma do Estado ou do Distrito Federal sobre obrigações ou outros aspectos típicos de contratos de prestação de serviços escolares ou educacionais.

Segundo o STF, leis que versam sobre contraprestação de serviços educacionais têm natureza das normas que regem contratos. Ou seja, trata-se de tema próprio do âmbito de direito civil.

Assim, norma estadual que disponha sobre esse assunto está usurpando a competência privativa da União; ofendendo o art. 22, I, da CF/88 (competência privativa da União para legislar sobre direito civil). Logo, a assertiva está correta.

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23. (CESPE/PROCURADOR/BACEN/2009) Os estados-membros não possuem competência para explorar nem regulamentar a prestação de serviços de transporte intermunicipal, por se tratar de matéria de interesse local.

É de se observar que dentro da repartição de competências estabelecida pela Constituição coube aos Estados a denominada competência remanescente (CF, art. 25, § 1°).

A questão traz um ótimo exemplo para explicar melhor essa competência: o serviço de transporte rodoviário de passageiros.

De acordo com o art. 30, V, da CF/88, compete aos municípios organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial.

Já no art. 21, XII, "e", a CF/88 atribui à União a competência de explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros.

Observe que quanto ao transporte intermunicipal foi silente a nossa Carta Maior. Diante desses comandos constitucionais e a natureza remanescente da competência dos estados (art. 25, § 1°), concluiu o STF restar aos estados-membros explorar e regulamentar o serviço de transporte intermunicipal.

E o mais interessante! Veja como esse exemplo (transporte público de passageiros) demonstra bem o critério da predominância do interesse.

I) O transporte coletivo, dentro do município, tem interesse meramente local: competência dos municípios.

II) O transporte entre municípios (intermunicipal, mas dentro do Estado) extrapola o interesse local, e é de interesse regional: competência estadual.

III) O transporte entre estados (interestadual) ou internacional já apresenta um caráter de interesse nacional: competência da União.

A questão está incorreta.

24. (CESPE/ADVOGADO DA UNIÃO/AGU/2006) A definição dos crimes de responsabilidade é competência legislativa privativa da União, assim como o estabelecimento das respectivas normas de processo e julgamento destes.

Segundo entendimento consolidado do STF, compete privativamente à União legislar sobre crime de responsabilidade, pois se trata de legislar sobre direito penal (CF, art. 22, I):

"São da competência legislativa da União a definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas normas de processo e julgamento" (Súmula 722).

Logo, a assertiva está correta.

25. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRT 1a REGIÃO/2008) Os municípios detêm competência para legislar sobre a

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distribuição de gás canalizado, o que é conseqüência de sua atribuição para dispor acerca da concessão para exploração desse tipo de gás.

Compete aos estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação (CF, art. 25, § 2°). Portanto, a questão está incorreta.

26. (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO/DPE/PI/2009) A maior parte da competência legislativa dos estados membros está explicitamente enunciada no texto constitucional, cabendo aos municípios, como regra, os poderes ditos remanescentes ou residuais.

Compete aos estados a competência remanescente, na medida em que são reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas pela Constituição (CF, art. 25, § 1°). Portanto, a questão está incorreta.

27. (CESPE/PROMOTOR/MPE/ES/2010) Compete privativamente à União legislar sobre direito financeiro.

O direito financeiro está dentro do rol do art. 24, I, da CF/88, referente aos direitos que se encontram na competência concorrente (CF, art. 24, I). Para auxiliar a memorização, lembre-se do mnemônico PETUF. Portanto, a questão está incorreta.

28. (CESPE/PROMOTOR/MPE/ES/2010) O sistema federal adotado pelo Brasil confere autonomia administrativa e política aos estados, ao DF e aos municípios, mas não lhes confere competência para o exercício de sua atividade normativa, em razão dos diversos limites impostos pelas normas de observância obrigatória.

Concede-se autonomia não só administrativa e política aos estados, mas também a autonomia para o exercício da sua atividade normativa, embora haja de fato diversos limites para essa capacidade de auto-normatização. Portanto, a questão está incorreta.

29. (CESPE/PROMOTOR/MPE/ES/2010) É da competência exclusiva da União promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico.

Vale a pena comentar que as competências administrativas não são tão cobradas quanto as competências legislativas.

Segundo a Constituição, é competência comum promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico (CF, art. 23, IX). Portanto, a questão está incorreta.

30. (CESPE/PROMOTOR/MPE/ES/2010) Compete privativamente à União legislar a respeito da responsabilidade por dano ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico.

Segundo a Constituição é competência concorrente da União, dos estados e do DF legislar sobre responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico. Portanto, a questão está incorreta.

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31. (CESPE/PROMOTOR/MPE/ES/2010) É permitida a edição de medida provisória para regulamentação dos serviços de gás canalizado, cuja exploração, diretamente ou mediante concessão, pertence aos estados, conforme competência constitucionalmente prevista.

Segundo o art. 25, § 2°, da CF/88, compete aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação. Portanto, a questão está incorreta.

32. (CESPE/PROMOTOR/MPE/SE/2010) As matérias de competência privativa da União podem ser delegadas por meio de lei complementar que autorize os estados a legislar sobre temas específicos nela previstos.

De fato, as competências privativas da União poderão ser delegadas aos estados-membros por meio de lei complementar. Como comentado, trata-se de delegação para que os estados disponham sobre questões específicas. Logo, a assertiva está correta.

33. (CESPE/ANALISTA ADMINISTRATIVO/STF/2008) Compete à União legislar sobre direito processual, mas não sobre procedimentos em matéria processual, o que seria de competência concorrente entre a União, os estados e o DF.

Compete privativamente à União legislar sobre direito processual (CF, art. 22, I). Entretanto, nos termos do art. 24, XI, compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre procedimentos em matéria processual. Item certo.

34. (CESPE/ANALISTA/DIREITO/2008) É constitucional lei municipal que disponha sobre a fixação do tempo máximo que o público pode esperar por atendimento em agências bancárias localizadas em seu território.

Compete aos municípios a fixação de tempo máximo de espera na fila em agências bancárias, bem como em cartórios, pois se trata de qualidade de atendimento, assunto de interesse local. Questão correta.

35. (CESPE/GESTOR DE POLÍTICAS PÚBLICAS - ACRE/2006) É reservada aos municípios a chamada competência residual, assim compreendidas todas as competências que não lhes sejam vedadas pela Constituição Federal.

Essa competência foi atribuída aos estados-membros (e não aos municípios). Segundo o art. 25, § 1°, são reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas pela Constituição. A assertiva está errada.

36. (CESPE/PROCURADOR/BACEN/2009) Segundo o STF, é constitucional, e não se confunde com a atividade-fim das instituições bancárias, lei municipal que disponha sobre atendimento ao público e tempo de espera nas filas de atendimento das referidas instituições.

De fato, segundo o STF, dispor sobre atividades-fim das instituições bancárias relaciona-se com competência da União e não dos municípios. Não é o caso da norma que verse sobre tempo de espera nas filas de atendimento, pois se

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relaciona à qualidade de atendimento ao consumidor, assunto de interesse meramente local. Correto o item.

37. (CESPE/ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO DE SERVIÇOS DE TRANSPORTES AQUAVIÁRIOS/ANTAQ/2009) Compete concorrentemente à União, estados, Distrito Federal e municípios legislar sobre águas.

Compete privativamente à União legislar sobre águas (art. 22, IV). Item errado.

38. (ESAF/FISCAL DE TRIBUTOS/SMF-RJ/2010) Compete aos Estados legislar sobre assuntos de interesse local, incluindo a instituição e arrecadação dos tributos de sua competência e de competência municipal.

Compete aos municípios legislar sobre assuntos de interesse local (CF, art. 30, I). Ademais, evidentemente, compete aos municípios (e não aos estados-membros) instituir e arrecadar tributos de sua própria competência (CF, art. 30, III). Com isso, incorreta a assertiva.

39. (ESAF/APOFP/SEFAZ/SP/2009) Os Estados podem instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de Municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum.

A assertiva reproduz o teor do art. 25, § 3°, uma das poucas matérias de competência expressa dos estados-membros. Portanto, o item está correto.

"Art. 25 - § 3° - Os Estados poderão, mediante iei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum."

40. (ESAF/TFC/CGU/2008) Assinale a opção correta. Compete privativamente à União legislar sobre:

a) direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico.

b) produção e consumo.

c) orçamento.

d) floresta, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição.

e) trânsito e transporte.

Sabendo apenas o art. 24, você "mata" quase todas as questões "decoreba" sobre repartição de competências.

Veja o caso dessa questão em análise. Apenas a letra "e" apresenta uma competência legislativa privativa da União: compete à União legislar privativamente sobre trânsito e transporte (CF, art. 22, XI).

As demais assertivas estão erradas, pois apresentam competências legislativas concorrentes.

Com efeito, compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente, entre outras matérias, sobre:

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- direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico - letra "a" (CF, art. 24, I);

- produção e consumo - letra "b" (CF, art. 24, V);

- orçamento - letra "c" (CF, art. 24, II); e

- florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição - letra "d" (CF, art. 24, VI).

Em suma, gabarito letra "e".

41. (ESAF/FISCAL DE TRIBUTOS/SMF-RJ/2010) No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas especificamente para si.

A assertiva está incorreta. No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais, válidas para todos os entes (CF, art. 24, § 1°).

42. (ESAF/FISCAL DE TRIBUTOS/SMF-RJ/2010) Compete exclusivamente à União editar normas gerais nacionais que disponham sobre legislação tributária.

Nos termos do art. 24, I, da CF/88, compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre direito tributário. No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais (CF, art. 24, § 1°).

Assim, a assertiva está incorreta, pois se trata competência concorrente, e não competência exclusiva. O candidato não pode confundir a competência exclusiva (material) com a competência privativa, e nem com a competência concorrente (legislativas).

43. (ESAF/FISCAL DE TRIBUTOS/SMF-RJ/2010) É competência comum da União e dos demais entes da federação promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico.

A competência administrativa comum foi outorgada a todos os entes federados, que atuam em igualdade de condições, sem subordinação. Nos termos do inciso IX do art. 23 da CF/88, é competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico (CF, art. 23). Item correto.

44. (ESAF/FISCAL DE TRIBUTOS/SMF-RJ/2010) Compete exclusivamente à União emitir moeda.

De acordo com o art. 21, VII, da CF/88 a emissão de moeda é competência exclusiva da União. Assim, a assertiva está correta.

45. (ESAF/FISCAL DE TRIBUTOS/SMF-RJ/2010) É competência comum dos Estados e do Distrito Federal, mas não explicitamente dos Municípios, zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas.

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Nos termos do art. 23, I, da CF/88, é competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o patrimônio público. Assertiva incorreta.

46. (ESAF/FISCAL DE TRIBUTOS/SMF-RJ/2010) É competência concorrente da União, dos Estados e do Distrito Federal legislar sobre direito tributário.

Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre direito tributário (CF, art. 24, I). Item correto.

47. (ESAF/ANALISTA/SUSEP/2010) Quanto à competência legislativa privativa da União, é possível classificá-la em direito material substancial e direito material administrativo. Sobre o tema, é correto afirmar que

a) o direito marítimo é classificado como direito material administrativo.

b) a água, a energia, a informática, as telecomunicações e a radiodifusão são classificadas como direito material substancial.

c) as requisições civis e militares são classificadas como direito material substancial.

d) o direito agrário é classificado como direito material administrativo.

e) a desapropriação é classificada como um direito material administrativo.

Nessa questão, a Esaf saiu do padrão e resolveu cobrar a classificação das competências privativas da União, segundo a doutrina de José Afonso da Silva. De qualquer forma, devemos destacar que não se trata de assunto frequentemente cobrado em concursos. Vejamos as alternativas.

A alternativa "a" está errada, pois o direito marítimo é classificado como direito material não-administrativo.

A alternativa "b" está errada, pois a água, a energia, a informática, as telecomunicações e a radiodifusão são classificadas como direito administrativo. Observe que se trata de temas relacionados a serviços públicos prestados pela Administração Pública ou pelos seus concessionários.

A alternativa "c" está errada, pois as requisições civis e militares são classificadas como direito administrativo. Observe que também se trata de temas relacionados a serviços públicos prestados pela Administração Pública ou pelos seus concessionários.

A alternativa "d" está errada, pois o direito agrário é classificado como direito material não administrativo.

A alternativa "e" está correta, pois, de fato, a desapropriação é classificada como direito administrativo.

Logo, o gabarito é letra "e".

48. (ESAF/ADVOGADO/IRB RESSEGUROS/2006) Em razão do sistema de repartição de competências adotado na Constituição de 1988, regra geral,

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tem-se que as atribuições e competências dos municípios são definidas indicativamente.

Como visto, as competências dos municípios (e da União) são definidas indicativamente (enumeração expressa). De outro lado, as competências dos estados são remanescentes ou não-enumeradas. Logo, a assertiva está correta.

49. (ESAF/ATRFB/2009) Compete privativamente à União legislar sobre direito econômico.

Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre direito econômico (CF, art. 24, I). Ou seja, direito econômico não é assunto de competência privativa da União. Logo, a questão está incorreta.

50. (ESAF/ATRFB/2009) Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre trânsito e transporte.

Legislar sobre trânsito e transporte é competência privativa da União (CF, art. 22, XI). A questão está incorreta.

51. (ESAF/ATRFB/2009) Compete ao Município decretar o estado de sítio.

Decretar estado de sítio é competência exclusiva da União (CF, art. 21, V). A questão está incorreta.

52. (ESAF/ATRFB/2009) É constitucional a lei ou ato normativo estadual ou distrital que disponha sobre sistemas de consórcios e sorteios, inclusive bingos e loterias.

A assertiva contraria o teor da Súmula Vinculante n° 2:

"É inconstitucional a lei ou ato normativo estadual ou distrital que disponha sobre sistemas de consórcios e sorteios, inclusive bingos e loterias."

Item errado.

53. (ESAF/APOFP/SEFAZ/SP/2009) Compete aos Municípios explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás canalizado.

Compete aos estados, e não aos municípios, explorar os serviços de gás canalizados. Observe que, para regulamentar a exploração desse serviço, os estados não poderão editar medida provisória, por expressa vedação constitucional (art. 25, § 2°). Portanto, a questão está incorreta.

54. (ESAF/APOFP/SEFAZ/SP/2009) Cabe aos Estados planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades públicas, especialmente as secas e as inundações.

Por expressa disposição constitucional, compete à União planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades públicas, especialmente as secas e as inundações (art. 21, XVIII).

Observe que essa competência é de natureza material e exclusiva da União, portanto indelegável. Portanto, a questão está incorreta.

55. (ESAF/AFRE/MG/2005) Sobre a competência para legislar sobre Direito Tributário, assinale a opção correta.

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a) Somente a União pode legislar a respeito.

b) O Estado pode legislar a respeito, mas estará sujeito às regras gerais que a União expedir sobre a matéria em lei federal.

c) Nessa matéria, o Estado goza de competência legislativa exclusiva.

d) Tanto o Estado como a União podem legislar livremente a respeito, mas, em caso de conflito entre as disposições normativas, prevalecerá invariavelmente a legislação federal.

e) A competência para legislar, no caso, é concorrente, sendo que somente a União pode legislar sobre normas gerais, estando vedada a legislação suplementar por parte do Estado.

Trata-se de matéria que integra a competência concorrente entre a União, os Estados e o Distrito Federal (CF, art. 24, I).

A alternativa "a" está errada, pois a competência legislativa concorrente para legislar sobre Direito Tributário alcança a União, os estados e o Distrito Federal (CF, art. 24, I). Pelo mesmo motivo, está errada a letra "c".

A alternativa "b" está correta. De fato, o Estado pode legislar sobre Direito Tributário, mas deve obediência às regras gerais que a União expedir sobre a matéria em lei federal.

A alternativa "d" está errada, pois na competência concorrente nem a União nem os estados podem legislar livremente. A União pode estabelecer normas gerais e os estados, ao legislarem, devem observar as regras gerais fixadas pela União.

A alternativa "e" está errada. A competência da União para expedir normas gerais não impede a atuação suplementar dos estados (CF, art. 24, § 2°).

O gabarito é letra "b".

56. (ESAF/APOFP/SEFAZ/SP/2009) Cabe aos Estados organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial.

De acordo com o art. 30, V, da CF/88, compete aos municípios organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial. Logo, errada a questão.

Cabe destacar que a Constituição (art. 21, XII, "e") atribui à União a competência de explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros.

E quanto ao transporte intermunicipal?

Diante desses comandos constitucionais e considerando a natureza remanescente da competência dos estados (CF, art. 25, § 1°), concluiu o STF restar aos estados-membros explorar e regulamentar o serviço de transporte intermunicipal.

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57. (ESAF/ATRFB/2009) Compete privativamente à União legislar sobre vencimentos dos membros das polícias civil e militar do Distrito Federal.

A assertiva está de acordo com o teor da Súmula n° 647:

"Compete privativamente à União legislar sobre vencimentos dos membros das polícias civil e militar do Distrito Federal."

Logo, a assertiva está correta.

58. (ESAF/ACE/TCU/2006) A competência da União de legislar privativamente sobre normas gerais de licitação e contratação pela Administração Pública impede que Estados e Municípios possam legislar sobre licitações e contratos públicos.

Nos termos da Constituição Federal, é privativa a competência da União de legislar sobre normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, estados, Distrito Federal e municípios (CF, art. 22, XXVII).

Observe: essa competência restringe-se à fixação de normas gerais sobre licitação e contratação para os demais entes federados. Assim, eles poderão suplementar a legislação federal de normas gerais, mediante a expedição de normas específicas. A questão está incorreta.

59. (ESAF/APOFP/SEFAZ/SP/2009) Os Estados podem instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de Municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum.

A assertiva reproduz o teor do art. 25, § 3°, uma das poucas matérias de competência expressa dos estados-membros. Logo, a assertiva está correta.

60. (ESAF/ATA/MINISTÉRIO DA FAZENDA/2009) Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás canalizado, vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação.

Já vimos esse assunto. Segundo o art. 25, § 2°, compete aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação. Portanto, correto o item.

61. (ESAF/AFC/CGU/2008) Assinale a única opção que contempla competências materiais comuns da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

a) Combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, promovendo a integração social dos setores desfavorecidos, estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito.

b) Estabelecer princípios e diretrizes para o sistema nacional de viação e promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico.

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c) Elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e de desenvolvimento econômico e social e preservar as florestas, a fauna e a flora.

d) Instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e transportes urbanos e cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência.

e) Exercer a classificação, para efeito indicativo, de diversões públicas e de programas de rádio e televisão e planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades públicas, especialmente as secas e as inundações.

A questão pede a alternativa que apresenta exclusivamente competências materiais comuns, nos termos do art. 23 da CF/88.

A letra "a" corresponde à alternativa correta, pois apresenta as competências previstas nos incisos X e XII do art. 23. Fique atento apenas para o seguinte detalhe: enquanto "estabelecer políticas de educação para segurança no trânsito" é competência comum, "legislar sobre trânsito e transporte" é competência privativa da União (CF, art. 22, XI).

As demais alternativas apresentam pelo menos uma competência não constante no rol das competências comuns da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios (CF, art. 23).

A letra "b" está errada, pois apresenta a competência exclusiva da União de estabelecer princípios e diretrizes para o sistema nacional de viação (CF, art. 21, XXI).

A letra "c" está errada, pois é competência exclusiva da União elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e de desenvolvimento econômico e social, nos termos do art. 21, IX da CF/88.

A letra "d" está errada, já que instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e transportes urbanos é competência exclusiva da União (CF, art. 21, XX).

A letra "e" está completamente errada, pois apresenta duas competências exclusivas da União, previstas nos incisos XVI e XVIII do art. 21 da CF/88.

Gabarito letra "a".

62. (ESAF/AUDITOR/TCE-GO/2007) Compete aos Municípios suplementar a legislação federal e a estadual no que couber.

Nossa Federação tem a especificidade de ter dado tratamento de ente federado autônomo aos municípios. Destarte, a CF/88 conferiu a eles diversas competências administrativas e legislativas.

No que se refere às competências legislativas, a Constituição atribui aos municípios a competência para legislar sobre temas de interesse local (CF, art. 30, I) e para exercer a competência suplementar, segundo a qual podem os municípios suplementar a legislação federal e a estadual no que couber (CF, art. 30, II).

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De se perceber que a assertiva tratou da chamada competência suplementar dos municípios, expressa no art. 30, II, da CF/88. Item correto.

63. (ESAF/ATA/MINISTÉRIO DA FAZENDA/2009) Os Estados poderão, mediante lei complementar federal, instituir regiões metropolitanas, constituídas por regiões administrativas limítrofes.

Poderão os estados, mediante lei complementar estadual, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum (art. 25, § 3°). Portanto, a questão está incorreta.

64. (ESAF/AUDITOR/TCE-GO/2007) Compete aos Municípios organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial.

De acordo com o art. 30, V, da CF/88, compete aos municípios organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial. Logo, a assertiva está correta.

65. (ESAF/AUDITOR/TCE-GO/2007) Compete aos Municípios promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local e do meio ambiente, observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual.

A assertiva reproduz corretamente o teor do art. 30, IX, segundo o qual compete aos municípios promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual. Logo, a assertiva está correta.

66. (ESAF/AFRE/MG/2005) Cabe ao Estado-membro criar Distritos no âmbito dos Municípios.

Compete ao Município criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual (CF, art. 30, IV). Portanto, a questão está incorreta.

67. (ESAF/TRF/TRIBUTÁRIA E ADUANEIRA/2006) Em razão de sua autonomia administrativa, para criar, organizar e suprimir distritos, o município não é obrigado a observar a legislação estadual.

Determina a Constituição que compete aos Municípios criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual (CF, art. 30, IV). Portanto, a questão está incorreta.

68. (ESAF/TRF/TRIBUTÁRIA E ADUANEIRA/2006) Nos termos da Constituição Federal, é competência da União instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano.

Determina a Constituição que compete à União instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e transportes urbanos (art. 21, XX). Logo, a assertiva está correta.

69. (ESAF/PFN/2004) Os Estados-membros são livres para suplementar a legislação federal editada no exercício da competência exclusiva da União.

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Nas matérias de competência exclusiva da União, não há espaço para atuação legislativa suplementar dos estados-membros. Em verdade, a atuação legislativa suplementar dos estados refere-se à competência legislativa concorrente (CF, art. 24, § 2°). Portanto, a questão está incorreta.

70. (ESAF/GESTOR FAZENDÁRIO/MG/2005) A guarda da Constituição Federal é matéria da competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

Zelar pela guarda da Constituição é matéria da competência comum da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios (CF, art. 23, I). Logo, a assertiva está correta.

71. (ESAF/TRF/TRIBUTÁRIA E ADUANEIRA/2006) Disciplinar a propaganda comercial é competência comum da União, Estados, Distrito Federal e Municípios.

Compete privativamente à União legislar sobre propaganda comercial (CF, art. 22, XXIX). Portanto, a questão está incorreta.

72. (ESAF/AUDITOR/TCE-GO/2007) Compete aos Municípios manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, programas de educação infantil e de ensino fundamental, e prestar, com aquela mesma colaboração, serviços de atendimento à saúde da população.

A assertiva está de acordo com os incisos VI e VII do art. 30 da CF/88. Item correto.

73. (ESAF/PROCESSO SELETIVO INTERNO - MF/2008) É lícito a determinado órgão fazendário a recusa de fé em documento público sob sua responsabilidade, se verificar que de tal ato poderá resultar pleito de particulares em desfavor do próprio Ministério da Fazenda.

Nos termos do art. 19, II, não poderia o órgão fazendário recusar fé a documentos públicos. Portanto, a questão está incorreta.

74. (ESAF/ESPECIALISTA/MPOG/2005) Cabe à União organizar e manter o Poder Judiciário, a Defensoria Pública e o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.

É sabido que a CF/88 não equiparou, em tudo, o DF aos estados-membros, já que algumas competências legislativas estaduais não foram a ele estendidas.

É o que se depreende dos seguintes incisos dos arts. 21 e 22, que apresentam as competências da União:

"Art. 21 - Compete à União:

(...)

XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público e a Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios;

XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal, bem como prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a execução de serviços públicos, por meio de fundo próprio;"

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Essas competências administrativas da União são exclusivas, ou seja, indelegáveis. De se observar que a questão está de acordo com o art. 21, XIII e XIV da CF/88. Logo, a assertiva está correta.

Observe ainda o teor do art. 21, XVII:

"Art. 22 - Compete privativamente à União legislar sobre:

(...)

XVII - organização judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios, bem como organização administrativa destes;"

Cabe destacar, por fim, que, de acordo com o STF, "compete privativamente à União legislar sobre vencimentos dos membros das polícias civil e militar do Distrito Federal" (Súmula 647 do STF).

75. (ESAF/APOFP/SEFAZ/SP/2009) Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre desapropriação.

A questão está errada, pois compete à União legislar privativamente sobre desapropriação (CF, art. 22, II).

Aqui vai uma dica: são muitas as competências para você memorizar. Como concurseiros, sabemos que o difícil mesmo é saber diferenciar o campo da competência privativa da União com o da competência concorrente. Portanto, nossa sugestão é a de que você guarde apenas aquelas expressas no art. 24 (competências concorrentes). Faça uma lista e memorize essas competências. Assim, caso venha uma questão cobrando competência legislativa fora daquelas do art. 24 (competência concorrente), você já saberá que se trata da competência privativa da União (art. 22).

76. (ESAF/PROCURADOR DA FAZENDA/PGFN/2007) Assinale a única opção correta no âmbito da repartição de competência federativa.

a) Compete privativamente à União manter o serviço postal e o correio aéreo nacional.

b) É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios recusar fé aos documentos públicos, salvo nas hipóteses previstas em lei.

c) No caso da competência concorrente, a cooperação entre os entes federados deverá ser estabelecida em lei complementar federal.

d) Compete aos Estados-Membros, no âmbito de sua autonomia, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões.

e) Compete exclusivamente à União legislar sobre sistema monetário, mas a legislação sobre direito econômico é de natureza privativa.

A letra "a" está errada por trocar as competências administrativas e legislativas da União. Observe que, quando a Constituição determina que à União compete privativamente determinada competência, trata-se de uma competência legislativa (privativa da União - art. 22).

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Não é o caso da competência da União para manter o serviço postal e o correio aéreo nacional, pois esta é uma competência administrativa ou material, exclusiva, prevista no art. 21, X, da CF/88.

A letra "b" está errada, pois ao proibir que os entes recusem fé a documentos públicos, a Constituição não faz qualquer ressalva. Com efeito, veja a redação do art. 19 da CF/88:

"Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público;

II - recusar fé aos documentos públicos;

III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si."

A letra "c" está errada. Em realidade, é no âmbito da competência comum que leis complementares fixarão as normas para cooperação entre os entes federados, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional (CF, art. 23, parágrafo único). Observe que esse comando mostra o caráter cooperativo do nosso sistema federativo.

A letra "d" está correta, de acordo com o art. 25, § 3°.

A letra "e" está errada, pois legislar sobre sistema monetário é competência privativa da União (CF, art. 22, VI). Já legislar sobre direito econômico é competência concorrente entre a União, o DF e os estados-membros (art. 24, I).

Logo, o gabarito é letra "d".

77. (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) Incumbe à União legislar sobre a organização administrativa da Defensoria Pública do Distrito Federal e Territórios.

Essa questão deve ser respondida com base na leitura conjunta dos arts. 22, XVII; e 48, IX:

Segundo o art. 22, XVII, da CF/88, compete privativamente à União legislar sobre "organização judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios, bem como organização administrativa destes"; e

Já o art. 48 da CF/88 estabelece as competências do Congresso Nacional. Dentre elas, o inciso IX fixa: "organização administrativa, judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública da União e dos Territórios e organização judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública do Distrito Federal."

Em suma, legislar sobre a organização judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública do Distrito Federal é competência privativa da União. Todavia, quanto à competência para legislar sobre a organização

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administrativa do Distrito Federal é competência do próprio DF, como se depreende da leitura da Constituição.

Portanto, o item está incorreto.

78. (ESAF/GESTOR/MPOG/2002) Sobre a repartição de competências no Estado federal brasileiro, assinale a opção correta.

a) Quanto ao aspecto tributário, a competência legislativa dos Estados-membros é apenas residual.

b) No âmbito da competência legislativa concorrente, sempre que houver conflito entre legislação federal e legislação estadual, aquela deve prevalecer, em face da sua superioridade hierárquica.

c) É inconstitucional a lei estadual que, no âmbito da competência legislativa concorrente, dispõe sobre normas gerais que a União não editou.

d) A título de suplementação da legislação federal, o Município tem competência para legislar sobre horário de funcionamento das agências bancárias no seu território.

e) A União pode autorizar que os Estados-membros legislem sobre questões específicas, compreendidas no âmbito da sua competência legislativa privativa.

A alternativa "a" está errada, pois quanto ao aspecto tributário, é da União a competência residual.

A alternativa "b" está errada. Não é sempre que a norma federal prevalecerá no âmbito da competência legislativa concorrente; afinal, compete à União editar as normas gerais (nesse caso, havendo conflito a norma geral federal prevalece), mas as normas específicas serão editadas por cada ente, para contemplar suas peculiaridades. Com isso, eventual conflito entre legislação federal e legislação estadual que versem sobre normas específicas, poderá ser resolvido com a prevalência desta última (estadual). Ademais, vale ressaltar que não há hierarquia entre normas federais, estaduais e municipais.

A alternativa "c" está errada. No âmbito da competência legislativa concorrente, se a União não editou as normas gerais, os estados poderão legislar de forma plena.

A alternativa "d" está errada porque a competência para legislar sobre horário de funcionamento de agências bancárias é privativa da União - e não dos municípios.

A alternativa "e" está certa: a União pode autorizar os estados e o Distrito Federal a legislar sobre questões específicas das matérias que integram a sua competência legislativa privativa, desde que por lei complementar (art. 22, parágrafo único).

Logo, o gabarito é letra "e".

79. (ESAF/AFC/STN/2005) A Constituição Federal de 1988, ao estabelecer que compete à União legislar sobre diretrizes e bases da educação nacional

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(CF, art. 22, XXIV), combina a técnica de enumeração de poderes da União com a técnica de estabelecimentos de setores concorrentes, o que assegura uma competência legislativa suplementar para os Estados.

No art. 22, XXIV, a Constituição estabelece que compete à União legislar sobre diretrizes e bases da educação nacional. Ou seja, reserva-se à União uma enumeração de poderes (competência expressa para legislar sobre as diretrizes e bases da educação). Bem, se cabe à União legislar apenas sobre as "diretrizes e bases", competirá aos estados editar as normas específicas sobre o assunto. Significa dizer que as normas gerais da União serão complementadas pela legislação específica estadual (competência suplementar).

Daí se dizer que se adotou a técnica de estabelecimento de setores concorrentes: (i) a União edita normas gerais (diretrizes e bases); e (ii) os estados fixam normas específicas.

80. (FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRE/RN/2011) Cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência e proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos são competências

a) comuns da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

b) privativas da União.

c) concorrentes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

d) concorrentes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e privativa da União, respectivamente.

e) privativa da União e comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, respectivamente.

Em primeiro lugar, veja como são temas bastante amplos, passíveis de serem atribuídos a todos os entes: (i) cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência; e (ii) proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos.

Não tenha dúvidas! Esse tipo de competência (zelar pela guarda da Constituição, conservar o patrimônio público, preservar as florestas, proteger o meio ambiente, combater as causas da pobreza, proporcionar meios de acesso à cultura etc.) constituído por atividades bastante amplas e genéricas é o campo da competência comum a todos os entes (CF, art. 23).

Nesse sentido, a questão apresenta duas competências comuns previstas nos incisos II e III do art. 23. Gabarito letra "a".

81. (FCC/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TRE/TO/2011) É competência privativa da União

a) proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas.

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b) estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito.

c) legislar sobre direito eleitoral.

d) legislar sobre direito financeiro.

e) legislar sobre direito urbanístico.

Para acertar de vez qualquer tipo de questão decoreba em repartição de competências, você tem de memorizar as competências concorrentes (CF, art. 24).

Afinal, as competências comuns (CF, art. 23) são bem simples de serem reconhecidas (aqueles temas mais amplos e genéricos, programáticos, que devem ser conduzidos por todos os entes).

A competência exclusiva da União (CF, art. 21) fica bastante clara também na maioria das vezes; pois a quem mais caberia exercer competências como: manter relações com Estados estrangeiros, participar de organizações internacionais, declarar a guerra, assegurar a defesa nacional, decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a intervenção federal e emitir moeda?

Ademais, essas duas modalidades de competências (comum e exclusiva) são competências materiais, administrativas - portanto, fáceis de serem distinguidas das competências legislativas.

Então, o difícil é diferenciar o campo da competência privativa da União com o campo da competência concorrente (ambas legislativas). Se você memorizar a última (competência concorrente), estará resolvido o problema: uma competência legislativa que não esteja no rol das competências concorrentes será competência privativa da União!

Por fim, uma última dica: se você não quiser memorizar todas as competências concorrentes, guarde pelo menos o inciso I do art. 24, pois é o mais cobrado.

As alternativas "a" e "b" apresentam competências comuns (CF, art. 23, VI e XII).

As alternativas "d" e "e" apresentam temas sobre os quais compete à União, aos estados e ao DF legislar concorrentemente (CF, art. 24, I).

O gabarito é letra "c", pois, de fato, compete à União legislar privativamente sobre direito eleitoral (CF, art. 22, I).

82. (FCC/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TRT - 8a REGIÃO (PA e AP)/2010) Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre

a) propaganda comercial.

b) comércio interestadual.

c) trânsito.

d) transporte.

e) procedimentos em matéria processual.

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A única alternativa que traz uma competência concorrente é a letra "e" (que é o gabarito). Com efeito, compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre procedimentos em matéria processual.

A alternativa "a" está errada, pois legislar sobre propaganda comercial é competência privativa da União (CF, art. 22, XXIX).

A alternativa "b" está errada, pois legislar sobre comércio exterior e interestadual é competência privativa da União (CF, art. 22, VIII).

Também estão erradas as alternativas "c" e "d". Aliás, você não deve ter tido dificuldade para lembrar que compete à União legislar sobre trânsito e transporte (CF, art. 22, XI), devido às diversas jurisprudências do STF mencionadas anteriormente.

83. (FCC/PR0CURAD0R/TCE/AP/2010) Lei estadual que disponha sobre procedimento em matéria processual

a) poderá ser promulgada apenas após a edição de lei complementar federal que fixe normas para cooperação entre os entes da Federação para tratar da matéria.

b) será inconstitucional, por se tratar de competência legislativa privativa da União.

c) será compatível com a Constituição da República, desde que os Estados tenham sido autorizados por lei complementar federal a legislar sobre a matéria.

d) poderá contemplar normas gerais e específicas para atender a suas peculiaridades, desde que inexista lei federal sobre normas gerais da matéria.

e) será revogada por lei federal superveniente que disponha sobre a matéria, por se tratar de competência legislativa suplementar do Estado.

Para resolver essa questão você teria que saber que legislar sobre procedimentos em matéria processual é competência concorrente entre a União, os estados e o DF, expressamente prevista no art. 24, XI da CF/88.

Sendo assim, um estado pode editar lei estadual versando sobre esse assunto, seja para tratar de normas gerais (exclusivamente no caso de inexistência de norma federal), seja para editar regras específicas sobre o assunto, contemplando suas próprias peculiaridades. Portanto, correta a letra "d".

A alternativa "a" está incorreta, pois a edição dessa norma estadual não depende de leis complementares que fixem normas para cooperação entre os entes. Na realidade, existe previsão para essas leis complementares (CF, art. 23, parágrafo único), mas não há nenhuma relação condicional entre elas e o exercício da competência concorrente.

A alternativa "b" está incorreta, pois não se trata de competência privativa da União, mas de competência concorrente.

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A alternativa "c" está incorreta, pois a exigência de autorização por lei complementar federal ocorre apenas na competência privativa da União; e, no caso, trata-se de competência concorrente.

A alternativa "e" está incorreta, e é a mais interessante das alternativas. Se a competência é concorrente, havendo omissão da União em editar normas gerais, o estado poderá legislar de forma plena, contemplando inclusive normas gerais. Nesse caso, a superveniência da lei federal suspende a eficácia da norma estadual, no que esta lhe contrariar. Em suma, o conflito entre norma estadual e norma federal superveniente resolve-se pela suspensão de eficácia da primeira, e não pela sua revogação.

84. (FCC/AGENTE TÉCNICO LEGISLATIVO ESPECIALIZADO/AL/SP/2010) No âmbito da legislação concorrente, conforme a estrutura federativa brasileira, inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena para atender a suas peculiaridades.

De fato, no âmbito da competência concorrente, a omissão da União em editar normas gerais possibilita aos estados o exercício d a competência legislativa plena, com vistas a atender a suas peculiaridades (CF, art. 24, § 3°). Correta a assertiva.

85. (FCC/AGENTE TÉCNICO LEGISLATIVO ESPECIALIZADO/AL/SP/2010) Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho.

Compete privativamente à União legislar sobre direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho (CF, art. 22, I). Logo, incorreta a questão.

86. (FCC/AGENTE TÉCNICO LEGISLATIVO ESPECIALIZADO/AL/SP/2010) No âmbito da legislação concorrente, conforme a estrutura federativa brasileira, a competência da União para legislar sobre normas gerais exclui a competência suplementar dos Estados e dos Municípios.

No âmbito da competência concorrente, a competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados (CF, art. 24, § 2°). Afinal, eles poderão editar as suas normas específicas, atendidas as normas gerais editadas pela União.

Em adição, cabe comentar que inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades (CF, art. 24, § 3°). Portanto, a questão está incorreta.

87. (FCC/AGENTE LEGISLATIVO DE SERVIÇOS TÉCNICOS E ADMINISTRATIVOS/AL/SP/2010) É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios

a) autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material bélico.

b) exercer a classificação, para efeito indicativo, de diversões públicas e de programas de rádio e televisão.

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c) manter o serviço postal e o correio aéreo nacional.

d) executar os serviços de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras.

e) promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico.

A questão cobra do aluno a distinção entre competências administrativas comuns e competências administrativas exclusivas da União.

O gabarito é letra "e", pois é a única alternativa que apresenta competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios (CF, art. 23, IX). Todas as demais alternativas apresentam competências exclusivas da União (CF, art. 21).

88. (FCC/AGENTE LEGISLATIVO DE SERVIÇOS TÉCNICOS E ADMINISTRATIVOS/AL/SP/2010) Compete privativamente à União legislar sobre

a) previdência social, proteção e defesa da saúde.

b) produção e consumo.

c) custas dos serviços forenses.

d) sistemas de consórcios e sorteios.

e) assistência jurídica e defensoria pública.

Essa questão você "mata" se seguir qualquer uma de duas dicas que demos aqui durante a aula.

A primeira é memorizar as competências concorrentes (se você souber bem essas competências, vai ver que o item "d" é o único que não apresenta competências concorrentes).

Outra dica passada aqui é a de que você não pode deixar de saber que compete à União legislar sobre sistemas de consórcios e sorteios (CF, art. 22, XX). Afinal, há súmula vinculante sobre o assunto:

"Súmula Vinculante 2: É inconstitucional a lei ou ato normativo estadual ou distrital que disponha sobre sistemas de consórcios e sorteios, inclusive bingos e loterias."

O gabarito é letra "d".

89. (FCC/Analista de Processos Organizacionais - Direito/BAHIAGÁS/2010) Compete privativamente à União legislar, dentre outras, sobre

a) sistemas de consórcios.

b) juntas comerciais.

c) produção e consumo.

d) proteção ao patrimônio histórico.

e) proteção à infância e à juventude.

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De novo!?! Pois é, você também acerta essa questão aqui memorizando as competências concorrentes (se você souber bem essas competências, vai ver que o item "a" é o único que não apresenta competências concorrentes).

Também acerta se souber uma competência importantíssima da União (para concursos). Compete privativamente à União legislar sobre sistemas de consórcios e sorteios (CF, art. 22, XX).

O gabarito é letra "a".

90. (FCC/PROCURADOR DE CONTAS DE 2a CLASSE/AMAZONAS/ 2006) Cabe aos Estados-membros, no exercício de sua autonomia,

a) explorar os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para sua regulamentação.

b) suprir a inexistência de lei federal em matéria de desapropriação.

c) editar normas específicas sobre proteção ao meio ambiente, mediante autorização de lei complementar federal.

d) exercer somente as competências taxativamente enumeradas na Constituição Federal.

e) exercer as competências legislativas residuais, mas não por meio de medida provisória, segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal.

A alternativa "a" está certa, porque, de fato, compete aos estados explorar os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para sua regulamentação (CF, art. 25, § 2°).

A alternativa "b" está errada porque compete privativamente à União legislar sobre desapropriação (CF, art. 22, II). No âmbito da legislação privativa da União, a inexistência de lei federal não autoriza os estados a suprir tal omissão (o que acontece na legislação concorrente). No tocante às matérias da competência privativa da União, os estados e o Distrito Federal somente poderão legislar sobre questões específicas, e, ainda assim, somente se houver autorização formal da União, mediante lei complementar (CF, art. 22, parágrafo único).

A alternativa "c" está errada porque para que os estados editem normas específicas sobre meio ambiente não há necessidade de autorização por lei complementar federal, haja vista tratar-se de matéria compreendida na legislação concorrente (CF, art. 24, VI), em que os estados têm competência para editar normas específicas, suplementando a legislação federal de normas gerais, independentemente de autorização da União (CF, art. 24, § 2°). A necessidade de autorização da União, por lei complementar, é para que os estados e o Distrito Federal legislem sobre questões específicas das matérias compreendidas na competência privativa da União (CF, art. 22, parágrafo único).

A alternativa "d" está errada porque aos estados-membros, além das poucas competências que lhe foram expressamente indicadas na Constituição Federal, cabe exercer a competência remanescente ou residual, prevista no § 1° do art. 25 da Constituição.

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A alternativa "e" está errada porque a competência legislativa dos estados pode ser exercida mediante o uso de medida provisória, desde que o Estado preveja essa espécie normativa na Constituição Estadual. Ainda não estudamos o assunto "medida provisória", mas o fato é que o Supremo Tribunal Federal fixou entendimento de que os estados-membros podem adotar medida provisória, desde que prevejam essa espécie na Constituição Estadual e observem os limites impostos pela Constituição Federal no tocante à sua edição.

Aliás, tanto é verdade que os estados podem adotar medida provisória que a própria Constituição Federal veda a adoção desse ato normativo para regulamentar a exploração do gás canalizado (CF, art. 25, § 2°), ou seja, mesmo que o Estado adote a medida provisória no seu processo legislativo, ele não poderá regulamentar a exploração do gás canalizado mediante a expedição dessa espécie normativa.

Gabarito: "a"

91. (FCC/AUDITOR/TCE-MG/2005) Legislação estadual que verse sobre proteção à infância e à juventude

a) será incompatível com a Constituição, por se tratar de matéria de competência privativa da União.

b) estará submetida à regra constitucional que estabelece competência da União para editar normas gerais sobre a matéria.

c) dependerá da promulgação prévia de lei complementar federal para fixar-lhe os limites de competência.

d) terá sua eficácia integralmente suspensa, na hipótese de superveniência de lei federal que disponha sobre a matéria.

e) deverá ser precedida de legislação federal autorizativa para que disponha sobre questões específicas da matéria.

Muito boa essa questão da FCC! De altíssimo nível!

Sabendo-se que legislar sobre proteção à infância e à juventude é competência concorrente da União, dos Estados e do Distrito Federal (CF, art. 24, XV), passemos ao exame das assertivas.

A alternativa "a" está errada porque não se trata de matéria da competência legislativa privativa da União (CF, art. 22), mas sim competência concorrente da União, Estados e Distrito Federal (CF, art. 24, XV).

A alternativa "b" está certa porque, de fato, no âmbito da legislação concorrente, a legislação estadual deve obediência à legislação federal de normas gerais sobre a respectiva matéria (CF, art. 24, § 1°).

As alternativas "c" e "e" estão erradas porque, no âmbito da legislação concorrente, a atuação dos estados-membros não depende de autorização da União. Na legislação concorrente, os estados poderão legislar, independentemente de autorização federal, em duas situações distintas: suplementando a lei federal de normas gerais, quando existente (CF, art. 24, § 2°), ou, diante da inexistência de lei federal de normas gerais, hipótese em Profs. Vicente Paulo e Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br 52

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que exercerão a competência legislativa plena, para o atendimento de suas peculiaridades (CF, art. 24, § 3°).

A alternativa "d" está errada porque, na legislação concorrente, a lei federal superveniente não suspende a eficácia da lei estadual em sua integralidade, mas somente no que lhe for contrário, isto é, somente aqueles dispositivos da lei estadual que contrariarem a lei federal superveniente é que terão sua eficácia suspensa (CF, art. 24, § 4°).

Gabarito: "b"

92. (FCC/ANALISTA JUDICIÁRI0/TRE/RS/2010) Dentre outras NÃO é considerada competência privativa da União, de regra, legislar sobre

a) direito marítimo, comercial e processual.

b) direito eleitoral, agrário e espacial.

c) sistema estatístico, cartográfico e de geologia nacionais.

d) direito financeiro, econômico e tributário.

e) sistemas de consórcios e sorteios e de poupança.

Legislar sobre direito financeiro, econômico e tributário é competência concorrente da União, estados e DF (CF, art. 24, I). Todos os demais temas integram a competência privativa da União. Logo, o gabarito é letra "d".

93. (FGV/PR0CURAD0R/TCM/RJ/2008) Assinale a alternativa que apresente corretamente o princípio básico para distribuição de competência pelas Unidades da Federação.

(A) Princípio da isonomia.

(B) Princípio da autonomia das unidades da federação.

(C) Princípio da autogestão.

(D) Princípio da reserva da lei.

(E) Princípio da predominância do interesse.

Veja que questão simples da FGV! Ainda mais para Procurador do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro...

Como comentado, o princípio básico utilizado pela Constituição para a repartição das competências foi o princípio da predominância do interesse.

Gabarito: "e"

94. (FGV/JUIZ/TJ/MS/2008) No que tange à competência constitucional dos entes da Federação, é incorreto afirmar que:

(A) é competente o Município para fixar o horário de funcionamento de estabelecimento comercial.

(B) é inconstitucional a lei ou ato normativo estadual ou distrital que disponha sobre consórcios e sorteios, inclusive bingos e loterias.

(C) compete aos Estados e ao Distrito Federal legislar, concorrentemente com a União, sobre direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico,

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urbanístico, limitando-se à competência da União, nesses casos, estabelecer normas gerais.

(D) a lei federal é hierarquicamente superior à lei estadual, somente não prevalecendo se houver norma constitucional estadual no mesmo sentido. Igualmente, a lei estadual é hierarquicamente superior à lei municipal, e só não prevalece se houver norma na Lei Orgânica municipal no mesmo sentido.

(E) mediante lei complementar, pode a União Federal autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias de sua competência privativa.

A alternativa "a" está correta; afinal, compete aos municípios legislar sobre assuntos de interesse local (CF, art. 30, I). Então, o município é competente para fixar o horário de funcionamento de estabelecimento comercial.

Cabe destacar que, no que se refere ao horário de funcionamento de instituições bancárias, o tema extrapola o interesse meramente local. Nesse sentido, o Supremo Tribunal Federal já decidiu que é inconstitucional lei municipal que estabeleça horário de funcionamento das agências bancárias.

É só conhecer o teor das seguintes súmulas:

"É competente o Município para fixar o horário de funcionamento de estabelecimento comercial" (STF, súmula 645).

"A fixação do horário bancário, para atendimento ao público, é da competência da União" (STJ, súmula 19).

A alternativa "b" está correta. É pacífica a jurisprudência do STF no sentido da inconstitucionalidade da lei ou ato normativo estadual ou distrital que disponha sobre consórcios e sorteios, inclusive bingos e loterias.

Aliás, já temos uma súmula vinculante sobre isso: "é inconstitucional a lei ou ato normativo estadual ou distrital que disponha sobre sistemas de consórcios e sorteios, inclusive bingos e loterias."(Súmula Vinculante 2)

A alternativa "c" está correta. Olha, temos muita coisa para decorar no estudo para concursos. Numa aula como esta você já tem vários aspectos para memorizar. Mas há outras aulas; outras disciplinas; fora as incontáveis outras informações que você não pode deixar de guardar (não ouse esquecer, por exemplo, o seu aniversário de casamento!).

Sabemos bem como é, pois também passamos por isso (estudar para concursos)! Mas, relaxe, e tente memorizar pelo menos aquelas informações que são cobradas de forma mais recorrente em concursos. E fazendo diversos exercícios, você consegue ter a exata dimensão disso.

Por exemplo, vale a pena você tentar decorar quais são os direitos previstos no art. 24, I, da CF/88.

Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre direito penitenciário, econômico, tributário, urbanístico e financeiro (CF, art. 24, I).

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Se você souber bem esses direitos integrantes da competência concorrente (PETUF ou Peni - Eco - Trib - Ur - Fi) você vai para sua prova sabendo que, se cair qualquer outro direito, ele estará previsto como de competência privativa da União (CF, art. 22, I).

Então, se a questão disser que compete privativamente à União legislar sobre "direito civil", você acerta. É só lembrar que direito civil não está no rol do art. 24, I (já memorizado); então, trata-se de competência privativa da União, prevista no art. 22, I, da CF/88.

O enunciado está correto, pois, de fato, no âmbito da competência concorrente, a União limita-se a estabelecer as normas gerais.

A alternativa "d" está errada, pois não há hierarquia entre leis federais, e estaduais e municipais. O que há é a chamada repartição de competências. Ou seja, a lei que prevalece não é sempre a norma federal. Prevalecerá aquela norma do ente competente para legislar sobre aquele assunto.

Por exemplo, uma lei federal que trate de tema adstrito à competência estadual será considerada inconstitucional. O mesmo acontecerá com a lei estadual ou federal que versar sobre tema de interesse local, pois esse assunto está previsto como de competência dos municípios (CF, art. 30, I).

A alternativa "e" está correta, pois a competência privativa da União é delegável. Nesse sentido, por lei complementar, os estados-membros e o DF poderão ser autorizados a legislar sobre questões específicas das matérias de competência privativa da União (CF, art. 22, parágrafo único).

Portanto, o gabarito é letra "d".

95. (FGV/AUDITOR/TCM/RJ/2008) Na organização de distritos, o Município deve observar a legislação:

(A) estadual.

(B) local.

(C) complementar.

(D) nacional.

(E) federal.

Nos termos do art. 30, IV, da CF/88, compete aos Municípios criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual. Logo, o gabarito é letra "a".

96. (FGV/PROCURADOR/TCM/RJ/2008) É competência administrativa dos municípios:

(A) manter o serviço postal.

(B) conceder anistia.

(C) manter programa de educação pré-escolar, com colaboração das demais entidades da federação.

(D) organizar e manter os serviços oficiais de estatística.

(E) classificar, de forma indicativa, as diversões públicas.

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A alternativa "a" está errada, pois manter o serviço postal é competência exclusiva da União (CF, art. 21, X).

A alternativa "b" está errada, pois conceder anistia é competência exclusiva da União (CF, art. 21, XVII).

A alternativa "c" foi o gabarito da questão. Manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, programas de educação infantil e de ensino fundamental é competência expressa dos municípios (CF, art. 30, VI). A expressão "educação pré-escolar" foi alterada para "educação infantil" com a entrada em vigor da EC 53/2006.

A alternativa "d" está errada, pois se trata de competência exclusiva da União organizar e manter os serviços oficiais de estatística (CF, art. 21, XV).

A alternativa "e" está errada, pois classificar, de forma indicativa, as diversões públicas é competência da União (CF, art. 21, XVI).

97. (FGV/FISCAL DE RENDAS/SEFAZ/RJ/2010) No que concerne à competência legislativa concorrente da União, dos Estados e do Distrito Federal, conforme o art. 24 da Constituição Federal, ante a inexistência de Lei Federal, o Estado do Rio de Janeiro, no exercício de sua competência suplementar (CF, art. 24, § 2°), por meio de Lei Estadual "X", introduziu normas gerais de determinada matéria.

Supervenientemente, a União, por meio da Lei Federal "Y", introduziu normas gerais da mesma matéria da Lei Estadual "X", o que resultou em:

(A) inconstitucionalidade da Lei Federal "Y".

(B) suspensão da eficácia da Lei Estadual "X" no que for contrária à Lei Federal "Y".

(C) ab-rogação da Lei Estadual "X".

(D) derrogação da Lei Estadual "X" no que for contrária à Lei Federal "Y".

(E) inconstitucionalidade superveniente da Lei Estadual "X".

No âmbito da competência legislativa concorrente, é competência da União o estabelecimento de normas gerais.

No caso da questão, inexistia lei federal estabelecendo normas gerais sobre aquele assunto. Nesse caso, os estados podem exercer a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades (CF, art. 24, § 3°). Foi o que fez o Rio de Janeiro.

Entretanto, a superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário (CF, art. 24, § 4°).

Então, ocorreu a suspensão da eficácia da Lei Estadual "X" no que for contrária à Lei Federal "Y".

Logo, o gabarito é letra "b".

98. (FGV/FISCAL DE RENDAS/SEFAZ/RJ/2009) Na esfera das competências legislativas concorrentes, estabelecidas pelo artigo 24 da Constituição Federal, analise as afirmativas a seguir:

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I. A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados.

II. Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.

III. A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende integralmente a eficácia da lei estadual.

Assinale:

(A) se somente a afirmativa I estiver correta.

(B) se somente a afirmativa II estiver correta.

(C) se somente a afirmativa III estiver correta.

(D) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.

(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

A assertiva "I" está correta, pois, no âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais - o que não exclui a competência suplementar dos Estados (CF, art. 24, § 1° c/c § 2°).

A assertiva "II" está correta, pois, inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades (CF, art. 24, § 3°).

A assertiva "III" está errada, pois a superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual apenas no que lhe for contrário (CF, art. 24, § 4°).

O gabarito é letra "d".

99. (FUNIVERSA/CONSULTOR/APEX/2006) Assinale a alternativa correta.

(A) Compete privativamente à União legislar sobre desapropriação.

(B) É competência comum da União, Estados, Distrito Federal e Municípios legislar sobre as diretrizes e bases da educação.

(C) Incluem-se entre os bens dos Estados os recursos minerais, inclusive os do subsolo.

(D) Os Municípios poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões.

(E) São reservadas aos Municípios as competências que não lhe sejam vedadas pela Constituição.

A alternativa "a" está correta. Nos termos do art. 22, II, da CF, compete privativamente à União legislar sobre desapropriação. Cabe lembrar que se trata de competência privativa da União, portanto, competência legislativa e delegável, nos termos do art. 22, parágrafo único.

A alternativa "b" está incorreta, uma vez que, nos termos do art. 22, XXIV, da Constituição, compete privativamente à União legislar sobre diretrizes e bases da educação nacional.

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A alternativa "c" está incorreta. Os bens dos estados estão previstos no art. 26 da CF/88:

"I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União;

II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, excluídas aquelas sob domínio da União, Municípios ou terceiros;

III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União;

IV - as terras devolutas não compreendidas entre as da União."

Entretanto, os recursos minerais (inclusive os do subsolo) incluem-se entre os bens da União (CF, art. 20, IX).

A alternativa "d" está incorreta. Nos termos do § 3° do art. 25 da CF/88, os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum.

A alternativa "e" está incorreta, uma vez que as competências remanescentes são destinadas aos estados-membros, e não aos municípios. Com efeito, a Constituição assevera que "são reservadas aos estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta Constituição" (CF, art. 25, § 1°).

O gabarito é letra "a".

100. (FMP/AUDITOR PÚBLICO EXTERNO/TCE/RS/2011) Compete exclusivamente à União organizar e manter a Defensoria Pública, o Ministério Público e o Poder Judiciário do Distrito Federal, bem como legislar privativamente sobre eles.

De fato, a União é responsável por organizar e manter a Defensoria Pública, o Ministério Público e o Poder Judiciário do Distrito Federal (competência exclusiva, nos termos do art. 21, XIII, da CF/88); bem como por legislar privativamente sobre organização judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública do Distrito Federal (CF, art. 21, XVII). Portanto, correta a assertiva.

Até a nossa próxima aula, quando iniciaremos o estudo da Organização dos Poderes.

Um abraço,

Frederico Dias e Vicente Paulo

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LISTA DAS QUESTÕES COMENTADAS

1. (CESPE/AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL SUBSTITUTOS/PCRN/2008) O princípio geral que norteia a repartição de competência entre as entidades componentes do Estado federal é o da predominância do interesse, segundo o qual à União caberão aquelas matérias e questões de predominante interesse geral, nacional, ao passo que aos estados tocarão as matérias e assuntos de predominante interesse regional, e aos municípios concernem os assuntos de interesse local. José Afonso da Silva. Curso de Direito Constitucional Positivo. São Paulo: Malheiros, 24.a ed., 2005, p. 478 (com adaptações). Com referência ao texto acima e com base na CF, assinale a opção correta.

a) A CF enumerou, expressamente, as competências administrativas dos estados-membros.

b) Ao DF são atribuídas apenas as competências legislativas reservadas aos estados.

c) A CF conferiu à União diversas competências administrativas, sendo a sua principal característica a delegabilidade a outros entes federativos.

d) Compete privativamente à União legislar sobre trânsito e transporte. Entretanto, diante de interesse local, a União pode delegar esta competência legislativa, por meio de lei complementar, a apenas um estado-membro da Federação.

e) A CF enumerou as competências administrativas e legislativas dos municípios.

2. (CESPE/ADVOGADO/CORREIOS/2011) Compete à União, aos estados e ao Distrito Federal legislar sobre responsabilidade por dano ao meio ambiente e ao consumidor.

3. (CESPE/ADVOGADO/CORREIOS/2011) A CF atribuiu à União a competência privativa para legislar sobre serviço postal, admitindo, contudo, que os estados legislem sobre questões específicas a respeito do tema, desde que haja lei complementar autorizadora.

4. (CESPE/ADVOGADO/IPAJM/2010) Ao legislar sobre normas gerais, a União, no que diz respeito à sua competência, não deixa margem de atuação legislativa para os estados-membros, caso o assunto tenha sido esgotado.

5. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/SEGURANÇA JUDICIÁRIA/TRE/ BA /2010) Em caso de urgência, a exploração dos serviços de gás canalizado em determinado estado poderá ser regulamentada por medida provisória editada pelo governador.

6. (CESPE/ANALISTA DE INFRA ESTRUTURA/MPOG/2010) Se determinado estado-membro editar lei que estabeleça obrigações a serem observadas pelos empregadores em suas relações com os empregados, tal lei será inconstitucional, visto que é de competência privativa da União legislar a respeito de direito do trabalho.

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7. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/JUDICIÁRIA/TRE/BA/2010) A instituição de regiões metropolitanas pelos estados federados dispensa a edição prévia de lei complementar federal, diante da autonomia que lhes foi conferida pela CF.

8. (CESPE/AGENTE ADMINISTRATIVO/AGU/2010) Segundo a CF, o serviço público de distribuição de gás canalizado é privativo da União.

9. (CESPE/ANALISTA TÉCNICO ADMINISTRATIVO/DPU/2010) A elaboração de lei estadual que verse quanto à forma de como poderá ocorrer a desapropriação

A) é viável, caso sejam atendidas determinadas condições, por se tratar de competência exclusiva dos estados-membros.

B) é inviável, por se tratar de competência privativa dos estados-membros.

C) é inviável, por se tratar de competência exclusiva dos municípios.

D) é viável, se atendidas determinadas condições, por se tratar de competência privativa da União.

E) é viável, desde que atendidas determinadas condições, por se tratar de competência privativa dos estados-membros.

10. (CESPE/PROCURADOR FEDERAL DE 2a CATEGORIA/AGU/2010) Estado da Federação tem competência privativa e plena para dispor sobre normas gerais de direito financeiro.

11. (CESPE/ADVOGADO/IPAJM/2010) Os estados-membros têm competência comum, não legislativa, e residual ou reservada. Neste último caso, aos estados-membros estarão reservadas todas as competências que não sejam vedadas a eles, ou seja, as que não forem de competência expressa dos outros entes. Uma das competências expressamente reservadas aos estados-membros pela CF é a de explorar os serviços locais de gás canalizado, mediante concessão, na forma da lei, vedada a regulamentação da referida matéria por medida provisória.

12. (CESPE/ADVOGADO/IPAJM/2010) É competência exclusiva da União legislar sobre direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho.

13. (CESPE/ADVOGADO/IPAJM/2010) Os estados, autônomos que são, têm competência legislativa própria, e a CF, assim como fez com os outros entes federados, dedicou artigo para enumerar, taxativamente, as matérias de sua competência.

14. (CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MPE/SE/2010) É competência privativa da União legislar sobre orçamento, podendo lei complementar federal autorizar os estados e os municípios a legislar sobre questões específicas relacionadas com o tema.

15. (CESPE/JUIZ/TRF 5.a Região/2009) Compete exclusivamente à União legislar acerca da responsabilidade por dano ao meio ambiente.

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16. (CESPE/ANALISTA MINISTERIAL - ESPECIALIDADE CIÊNCIAS JURÍDICAS/MINISTÉRI0 PÚBLIC0 - T0/2006) No âmbito da competência concorrente, a superveniência da lei geral pela União suspende e não revoga a lei estadual já editada, no que lhe for contrário, de forma que revogada a lei geral da União, a lei estadual suspensa volta a viger.

17. (CESPE/GEST0R DE P0LÍTICAS PÚBLICAS - ACRE/2006) Somente por lei complementar a União poderá autorizar os estados a legislar a respeito de questões específicas da sua competência privativa.

18. (CESPE/DEFENS0R PÚBLIC0/DPE/AL/2009) Segundo entendimento do STF, é constitucional lei estadual que estabelece o dever dos municípios de transportar, da zona rural para a sede do município, alunos carentes matriculados no ensino fundamental, tendo em vista a competência municipal para atuar prioritariamente no ensino fundamental.

19. (CESPE/PR0CURAD0R/BACEN/2009) 0 estado-membro tem competência para estabelecer, desde que na constituição estadual, regras de imunidade formal e material aplicáveis a vereadores.

20. (CESPE/PR0CURAD0R/BACEN/2009) 0 STF considera inconstitucional, por invasão da competência da União para dispor sobre trânsito e transporte, lei estadual que autorize o Poder Executivo do estado a apreender e desemplacar veículo de transporte coletivo encontrado em situação irregular.

21. (CESPE/ANALISTA EM CT/INCA/2010) Compete à União explorar diretamente, na forma da lei, ou mediante concessão, os serviços de gás canalizado.

22. (CESPE/PR0CURAD0R/AGU/2010) De acordo com entendimento do STF, é inconstitucional lei estadual que disponha sobre aspectos relativos ao contrato de prestação de serviços escolares ou educacionais, por se tratar de matéria inserida na esfera de competência privativa da União.

23. (CESPE/PR0CURAD0R/BACEN/2009) 0s estados-membros não possuem competência para explorar nem regulamentar a prestação de serviços de transporte intermunicipal, por se tratar de matéria de interesse local.

24. (CESPE/ADV0GAD0 DA UNIÃ0/AGU/2006) A definição dos crimes de responsabilidade é competência legislativa privativa da União, assim como o estabelecimento das respectivas normas de processo e julgamento destes.

25. (CESPE/TÉCNIC0 JUDICIÁRI0/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRT 1a REGIÃ0/2008) 0s municípios detêm competência para legislar sobre a distribuição de gás canalizado, o que é conseqüência de sua atribuição para dispor acerca da concessão para exploração desse tipo de gás.

26. (CESPE/DEFENS0R PÚBLIC0/DPE/PI/2009) A maior parte da competência legislativa dos estados membros está explicitamente enunciada no texto constitucional, cabendo aos municípios, como regra, os poderes ditos remanescentes ou residuais.

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27. (CESPE/PROMOTOR/MPE/ES/2010) Compete privativamente à União legislar sobre direito financeiro.

28. (CESPE/PROMOTOR/MPE/ES/2010) O sistema federal adotado pelo Brasil confere autonomia administrativa e política aos estados, ao DF e aos municípios, mas não lhes confere competência para o exercício de sua atividade normativa, em razão dos diversos limites impostos pelas normas de observância obrigatória.

29. (CESPE/PROMOTOR/MPE/ES/2010) É da competência exclusiva da União promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico.

30. (CESPE/PROMOTOR/MPE/ES/2010) Compete privativamente à União legislar a respeito da responsabilidade por dano ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico.

31. (CESPE/PROMOTOR/MPE/ES/2010) É permitida a edição de medida provisória para regulamentação dos serviços de gás canalizado, cuja exploração, diretamente ou mediante concessão, pertence aos estados, conforme competência constitucionalmente prevista.

32. (CESPE/PROMOTOR/MPE/SE/2010) As matérias de competência privativa da União podem ser delegadas por meio de lei complementar que autorize os estados a legislar sobre temas específicos nela previstos.

33. (CESPE/ANALISTA ADMINISTRATIVO/STF/2008) Compete à União legislar sobre direito processual, mas não sobre procedimentos em matéria processual, o que seria de competência concorrente entre a União, os estados e o DF.

34. (CESPE/ANALISTA/DIREITO/2008) É constitucional lei municipal que disponha sobre a fixação do tempo máximo que o público pode esperar por atendimento em agências bancárias localizadas em seu território.

35. (CESPE/GESTOR DE POLÍTICAS PÚBLICAS - ACRE/2006) É reservada aos municípios a chamada competência residual, assim compreendidas todas as competências que não lhes sejam vedadas pela Constituição Federal.

36. (CESPE/PROCURADOR/BACEN/2009) Segundo o STF, é constitucional, e não se confunde com a atividade-fim das instituições bancárias, lei municipal que disponha sobre atendimento ao público e tempo de espera nas filas de atendimento das referidas instituições.

37. (CESPE/ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO DE SERVIÇOS DE TRANSPORTES AQUAVIÁRIOS/ANTAQ/2009) Compete concorrentemente à União, estados, Distrito Federal e municípios legislar sobre águas.

38. (ESAF/FISCAL DE TRIBUTOS/SMF-RJ/2010) Compete aos Estados legislar sobre assuntos de interesse local, incluindo a instituição e arrecadação dos tributos de sua competência e de competência municipal.

39. (ESAF/APOFP/SEFAZ/SP/2009) Os Estados podem instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por

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agrupamentos de Municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum.

40. (ESAF/TFC/CGU/2008) Assinale a opção correta. Compete privativamente à União legislar sobre:

a) direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico.

b) produção e consumo.

c) orçamento.

d) floresta, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição.

e) trânsito e transporte.

41. (ESAF/FISCAL DE TRIBUTOS/SMF-RJ/2010) No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas especificamente para si.

42. (ESAF/FISCAL DE TRIBUTOS/SMF-RJ/2010) Compete exclusivamente à União editar normas gerais nacionais que disponham sobre legislação tributária.

43. (ESAF/FISCAL DE TRIBUTOS/SMF-RJ/2010) É competência comum da União e dos demais entes da federação promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico.

44. (ESAF/FISCAL DE TRIBUTOS/SMF-RJ/2010) Compete exclusivamente à União emitir moeda.

45. (ESAF/FISCAL DE TRIBUTOS/SMF-RJ/2010) É competência comum dos Estados e do Distrito Federal, mas não explicitamente dos Municípios, zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas.

46. (ESAF/FISCAL DE TRIBUTOS/SMF-RJ/2010) É competência concorrente da União, dos Estados e do Distrito Federal legislar sobre direito tributário.

47. (ESAF/ANALISTA/SUSEP/2010) Quanto à competência legislativa privativa da União, é possível classificá-la em direito material substancial e direito material administrativo. Sobre o tema, é correto afirmar que

a) o direito marítimo é classificado como direito material administrativo.

b) a água, a energia, a informática, as telecomunicações e a radiodifusão são classificadas como direito material substancial.

c) as requisições civis e militares são classificadas como direito material substancial.

d) o direito agrário é classificado como direito material administrativo.

e) a desapropriação é classificada como um direito material administrativo.

48. (ESAF/ADVOGADO/IRB RESSEGUROS/2006) Em razão do sistema de repartição de competências adotado na Constituição de 1988, regra geral,

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tem-se que as atribuições e competências dos municípios são definidas indicativamente.

49. (ESAF/ATRFB/2009) Compete privativamente à União legislar sobre direito econômico.

50. (ESAF/ATRFB/2009) Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre trânsito e transporte.

51. (ESAF/ATRFB/2009) Compete ao Município decretar o estado de sítio.

52. (ESAF/ATRFB/2009) É constitucional a lei ou ato normativo estadual ou distrital que disponha sobre sistemas de consórcios e sorteios, inclusive bingos e loterias.

53. (ESAF/AP0FP/SEFAZ/SP/2009) Compete aos Municípios explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás canalizado.

54. (ESAF/AP0FP/SEFAZ/SP/2009) Cabe aos Estados planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades públicas, especialmente as secas e as inundações.

55. (ESAF/AFRE/MG/2005) Sobre a competência para legislar sobre Direito Tributário, assinale a opção correta.

a) Somente a União pode legislar a respeito.

b) 0 Estado pode legislar a respeito, mas estará sujeito às regras gerais que a União expedir sobre a matéria em lei federal.

c) Nessa matéria, o Estado goza de competência legislativa exclusiva.

d) Tanto o Estado como a União podem legislar livremente a respeito, mas, em caso de conflito entre as disposições normativas, prevalecerá invariavelmente a legislação federal.

e) A competência para legislar, no caso, é concorrente, sendo que somente a União pode legislar sobre normas gerais, estando vedada a legislação suplementar por parte do Estado.

56. (ESAF/AP0FP/SEFAZ/SP/2009) Cabe aos Estados organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial.

57. (ESAF/ATRFB/2009) Compete privativamente à União legislar sobre vencimentos dos membros das polícias civil e militar do Distrito Federal.

58. (ESAF/ACE/TCU/2006) A competência da União de legislar privativamente sobre normas gerais de licitação e contratação pela Administração Pública impede que Estados e Municípios possam legislar sobre licitações e contratos públicos.

59. (ESAF/AP0FP/SEFAZ/SP/2009) 0s Estados podem instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de Municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum.

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60. (ESAF/ATA/MINISTÉRIO DA FAZENDA/2009) Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás canalizado, vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação.

61. (ESAF/AFC/CGU/2008) Assinale a única opção que contempla competências materiais comuns da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

a) Combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, promovendo a integração social dos setores desfavorecidos, estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito.

b) Estabelecer princípios e diretrizes para o sistema nacional de viação e promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico.

c) Elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e de desenvolvimento econômico e social e preservar as florestas, a fauna e a flora.

d) Instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e transportes urbanos e cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência.

e) Exercer a classificação, para efeito indicativo, de diversões públicas e de programas de rádio e televisão e planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades públicas, especialmente as secas e as inundações.

62. (ESAF/AUDITOR/TCE-GO/2007) Compete aos Municípios suplementar a legislação federal e a estadual no que couber.

63. (ESAF/ATA/MINISTÉRIO DA FAZENDA/2009) Os Estados poderão, mediante lei complementar federal, instituir regiões metropolitanas, constituídas por regiões administrativas limítrofes.

64. (ESAF/AUDITOR/TCE-GO/2007) Compete aos Municípios organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial.

65. (ESAF/AUDITOR/TCE-GO/2007) Compete aos Municípios promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local e do meio ambiente, observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual.

66. (ESAF/AFRE/MG/2005) Cabe ao Estado-membro criar Distritos no âmbito dos Municípios.

67. (ESAF/TRF/TRIBUTÁRIA E ADUANEIRA/2006) Em razão de sua autonomia administrativa, para criar, organizar e suprimir distritos, o município não é obrigado a observar a legislação estadual.

68. (ESAF/TRF/TRIBUTÁRIA E ADUANEIRA/2006) Nos termos da Constituição Federal, é competência da União instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano.

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69. (ESAF/PFN/2004) Os Estados-membros são livres para suplementar a legislação federal editada no exercício da competência exclusiva da União.

70. (ESAF/GESTOR FAZENDÁRIO/MG/2005) A guarda da Constituição Federal é matéria da competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

71. (ESAF/TRF/TRIBUTÁRIA E ADUANEIRA/2006) Disciplinar a propaganda comercial é competência comum da União, Estados, Distrito Federal e Municípios.

72. (ESAF/AUDITOR/TCE-GO/2007) Compete aos Municípios manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, programas de educação infantil e de ensino fundamental, e prestar, com aquela mesma colaboração, serviços de atendimento à saúde da população.

73. (ESAF/PROCESSO SELETIVO INTERNO - MF/2008) É lícito a determinado órgão fazendário a recusa de fé em documento público sob sua responsabilidade, se verificar que de tal ato poderá resultar pleito de particulares em desfavor do próprio Ministério da Fazenda.

74. (ESAF/ESPECIALISTA/MPOG/2005) Cabe à União organizar e manter o Poder Judiciário, a Defensoria Pública e o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.

75. (ESAF/APOFP/SEFAZ/SP/2009) Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre desapropriação.

76. (ESAF/PROCURADOR DA FAZENDA/PGFN/2007) Assinale a única opção correta no âmbito da repartição de competência federativa.

a) Compete privativamente à União manter o serviço postal e o correio aéreo nacional.

b) É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios recusar fé aos documentos públicos, salvo nas hipóteses previstas em lei.

c) No caso da competência concorrente, a cooperação entre os entes federados deverá ser estabelecida em lei complementar federal.

d) Compete aos Estados-Membros, no âmbito de sua autonomia, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões.

e) Compete exclusivamente à União legislar sobre sistema monetário, mas a legislação sobre direito econômico é de natureza privativa.

77. (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) Incumbe à União legislar sobre a organização administrativa da Defensoria Pública do Distrito Federal e Territórios.

78. (ESAF/GESTOR/MPOG/2002) Sobre a repartição de competências no Estado federal brasileiro, assinale a opção correta.

a) Quanto ao aspecto tributário, a competência legislativa dos Estados-membros é apenas residual.

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b) No âmbito da competência legislativa concorrente, sempre que houver conflito entre legislação federal e legislação estadual, aquela deve prevalecer, em face da sua superioridade hierárquica.

c) É inconstitucional a lei estadual que, no âmbito da competência legislativa concorrente, dispõe sobre normas gerais que a União não editou.

d) A título de suplementação da legislação federal, o Município tem competência para legislar sobre horário de funcionamento das agências bancárias no seu território.

e) A União pode autorizar que os Estados-membros legislem sobre questões específicas, compreendidas no âmbito da sua competência legislativa privativa.

79. (ESAF/AFC/STN/2005) A Constituição Federal de 1988, ao estabelecer que compete à União legislar sobre diretrizes e bases da educação nacional (CF, art. 22, XXIV), combina a técnica de enumeração de poderes da União com a técnica de estabelecimentos de setores concorrentes, o que assegura uma competência legislativa suplementar para os Estados.

80. (FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRE/RN/2011) Cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência e proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos são competências

a) comuns da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

b) privativas da União.

c) concorrentes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

d) concorrentes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e privativa da União, respectivamente.

e) privativa da União e comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, respectivamente.

81. (FCC/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TRE/TO/2011) É competência privativa da União

a) proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas.

b) estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito.

c) legislar sobre direito eleitoral.

d) legislar sobre direito financeiro.

e) legislar sobre direito urbanístico.

82. (FCC/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TRT - 8a REGIÃO (PA e AP)/2010) Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre

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a) propaganda comercial.

b) comércio interestadual.

c) trânsito.

d) transporte.

e) procedimentos em matéria processual.

83. (FCC/PR0CURAD0R/TCE/AP/2010) Lei estadual que disponha sobre procedimento em matéria processual

a) poderá ser promulgada apenas após a edição de lei complementar federal que fixe normas para cooperação entre os entes da Federação para tratar da matéria.

b) será inconstitucional, por se tratar de competência legislativa privativa da União.

c) será compatível com a Constituição da República, desde que os Estados tenham sido autorizados por lei complementar federal a legislar sobre a matéria.

d) poderá contemplar normas gerais e específicas para atender a suas peculiaridades, desde que inexista lei federal sobre normas gerais da matéria.

e) será revogada por lei federal superveniente que disponha sobre a matéria, por se tratar de competência legislativa suplementar do Estado.

84. (FCC/AGENTE TÉCNIC0 LEGISLATIV0 ESPECIALIZAD0/AL/SP/2010) No âmbito da legislação concorrente, conforme a estrutura federativa brasileira, inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena para atender a suas peculiaridades.

85. (FCC/AGENTE TÉCNIC0 LEGISLATIV0 ESPECIALIZAD0/AL/SP/2010) Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho.

86. (FCC/AGENTE TÉCNIC0 LEGISLATIV0 ESPECIALIZAD0/AL/SP/2010) No âmbito da legislação concorrente, conforme a estrutura federativa brasileira, a competência da União para legislar sobre normas gerais exclui a competência suplementar dos Estados e dos Municípios.

87. (FCC/AGENTE LEGISLATIV0 DE SERVIÇ0S TÉCNIC0S E ADMINISTRATIV0S/AL/SP/2010) É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios

a) autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material bélico.

b) exercer a classificação, para efeito indicativo, de diversões públicas e de programas de rádio e televisão.

c) manter o serviço postal e o correio aéreo nacional.

d) executar os serviços de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras. Profs. Vicente Paulo e Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br 68

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e) promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico.

88. (FCC/AGENTE LEGISLATIVO DE SERVIÇOS TÉCNICOS E ADMINISTRATIVOS/AL/SP/2010) Compete privativamente à União legislar sobre

a) previdência social, proteção e defesa da saúde.

b) produção e consumo.

c) custas dos serviços forenses.

d) sistemas de consórcios e sorteios.

e) assistência jurídica e defensoria pública.

89. (FCC/Analista de Processos Organizacionais - Direito/BAHIAGÁS/2010) Compete privativamente à União legislar, dentre outras, sobre

a) sistemas de consórcios.

b) juntas comerciais.

c) produção e consumo.

d) proteção ao patrimônio histórico.

e) proteção à infância e à juventude.

90. (FCC/PROCURADOR DE CONTAS DE 2a CLASSE/AMAZONAS/ 2006) Cabe aos Estados-membros, no exercício de sua autonomia,

a) explorar os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para sua regulamentação.

b) suprir a inexistência de lei federal em matéria de desapropriação.

c) editar normas específicas sobre proteção ao meio ambiente, mediante autorização de lei complementar federal.

d) exercer somente as competências taxativamente enumeradas na Constituição Federal.

e) exercer as competências legislativas residuais, mas não por meio de medida provisória, segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal.

91. (FCC/AUDITOR/TCE-MG/2005) Legislação estadual que verse sobre proteção à infância e à juventude

a) será incompatível com a Constituição, por se tratar de matéria de competência privativa da União.

b) estará submetida à regra constitucional que estabelece competência da União para editar normas gerais sobre a matéria.

c) dependerá da promulgação prévia de lei complementar federal para fixar-lhe os limites de competência.

d) terá sua eficácia integralmente suspensa, na hipótese de superveniência de lei federal que disponha sobre a matéria.

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e) deverá ser precedida de legislação federal autorizativa para que disponha sobre questões específicas da matéria.

92. (FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRE/RS/2010) Dentre outras NÃO é considerada competência privativa da União, de regra, legislar sobre

a) direito marítimo, comercial e processual.

b) direito eleitoral, agrário e espacial.

c) sistema estatístico, cartográfico e de geologia nacionais.

d) direito financeiro, econômico e tributário.

e) sistemas de consórcios e sorteios e de poupança.

Legislar sobre direito financeiro, econômico e tributário é competência concorrente da União, estados e DF (CF, art. 24, I). Todos os demais temas integram a competência privativa da União. Logo, o gabarito é letra "d".

93. (FGV/PROCURADOR/TCM/RJ/2008) Assinale a alternativa que apresente corretamente o princípio básico para distribuição de competência pelas Unidades da Federação.

(A) Princípio da isonomia.

(B) Princípio da autonomia das unidades da federação.

(C) Princípio da autogestão.

(D) Princípio da reserva da lei.

(E) Princípio da predominância do interesse.

94. (FGV/JUIZ/TJ/MS/2008) No que tange à competência constitucional dos entes da Federação, é incorreto afirmar que:

(A) é competente o Município para fixar o horário de funcionamento de estabelecimento comercial.

(B) é inconstitucional a lei ou ato normativo estadual ou distrital que disponha sobre consórcios e sorteios, inclusive bingos e loterias.

(C) compete aos Estados e ao Distrito Federal legislar, concorrentemente com a União, sobre direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico, urbanístico, limitando-se à competência da União, nesses casos, estabelecer normas gerais.

(D) a lei federal é hierarquicamente superior à lei estadual, somente não prevalecendo se houver norma constitucional estadual no mesmo sentido. Igualmente, a lei estadual é hierarquicamente superior à lei municipal, e só não prevalece se houver norma na Lei Orgânica municipal no mesmo sentido.

(E) mediante lei complementar, pode a União Federal autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias de sua competência privativa.

95. (FGV/AUDITOR/TCM/RJ/2008) Na organização de distritos, o Município deve observar a legislação:

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(A) estadual.

(B) local.

(C) complementar.

(D) nacional.

(E) federal.

96. (FGV/PROCURADOR/TCM/RJ/2008) É competência administrativa dos municípios:

(A) manter o serviço postal.

(B) conceder anistia.

(C) manter programa de educação pré-escolar, com colaboração das demais entidades da federação.

(D) organizar e manter os serviços oficiais de estatística.

(E) classificar, de forma indicativa, as diversões públicas.

97. (FGV/FISCAL DE RENDAS/SEFAZ/RJ/2010) No que concerne à competência legislativa concorrente da União, dos Estados e do Distrito Federal, conforme o art. 24 da Constituição Federal, ante a inexistência de Lei Federal, o Estado do Rio de Janeiro, no exercício de sua competência suplementar (CF, art. 24, § 2°), por meio de Lei Estadual "X", introduziu normas gerais de determinada matéria.

Supervenientemente, a União, por meio da Lei Federal "Y", introduziu normas gerais da mesma matéria da Lei Estadual "X", o que resultou em:

(A) inconstitucionalidade da Lei Federal "Y".

(B) suspensão da eficácia da Lei Estadual "X" no que for contrária à Lei Federal "Y".

(C) ab-rogação da Lei Estadual "X".

(D) derrogação da Lei Estadual "X" no que for contrária à Lei Federal "Y".

(E) inconstitucionalidade superveniente da Lei Estadual "X".

98. (FGV/FISCAL DE RENDAS/SEFAZ/RJ/2009) Na esfera das competências legislativas concorrentes, estabelecidas pelo artigo 24 da Constituição Federal, analise as afirmativas a seguir:

I. A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados.

II. Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.

III. A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende integralmente a eficácia da lei estadual.

Assinale:

(A) se somente a afirmativa I estiver correta.

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(B) se somente a afirmativa II estiver correta.

(C) se somente a afirmativa III estiver correta.

(D) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.

(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

99. (FUNIVERSA/CONSULTOR/APEX/2006) Assinale a alternativa correta.

(A) Compete privativamente à União legislar sobre desapropriação.

(B) É competência comum da União, Estados, Distrito Federal e Municípios legislar sobre as diretrizes e bases da educação.

(C) Incluem-se entre os bens dos Estados os recursos minerais, inclusive os do subsolo.

(D) Os Municípios poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões.

(E) São reservadas aos Municípios as competências que não lhe sejam vedadas pela Constituição.

100. (FMP/AUDITOR PÚBLICO EXTERNO/TCE/RS/2011) Compete exclusivamente à União organizar e manter a Defensoria Pública, o Ministério Público e o Poder Judiciário do Distrito Federal, bem como legislar privativamente sobre eles.

GABARITOS OFICIAIS

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1. E

2. C

3. C

4. E

5. E

6. C

7. C

8. E

9. D

10. E

11. C

12. E

13. E

14. E

15. E

16. C

17. C

18. E

19. E

20. E

21. E

22. C

23. E

24. C

25. E

26. E

27. E

28. E

29. E

30. E

31. E

32. C

33. C

34. C

35. E

36. C

37. E

38. E

39. C

40. E

41. E

42. E

43. C

44. C

45. E

46. C

47. E

48. C

49. E

50. E

51. E

52. E

53. E

54. E

55. B

56. E

57. C

58. E

59. C

60. C

61. A

62. C

63. E

64. C

65. C

66. E

67. E

68. C

69. E

70. C

71. E

72. C

73. E

74. C

75. E

76. D

77. E

78. E

79. C

80. A

81. C

82. E

83. D

84. C

85. E

86. E

87. E

88. D

89. A

90. A

91. B

92. D

93. E

94. D

95. A

96. C

97. B

98. D

99. A

100. C