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1 21/Abr/2017 Aula 14 26/Abr/2017 Aula 15 Ondas de matéria; comprimento de onda de de Broglie. Quantificação do momento angular no modelo de Bohr. Difracção e interferência. Função de onda; representação matemática do pacote de ondas. Introdução à Física Quântica Radiação do corpo negro; níveis discretos de energia. Efeito foto-eléctrico: - descrições clássica e quântica - experimental. Efeito de Compton.

Aula 14 Introdução à Física Quântica discretos de energia ... · Em particular, foi a impossibilidade de se conseguir explicar classicamente as 3 experiências seguintes •

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21/Abr/2017 – Aula 14

26/Abr/2017 – Aula 15

Ondas de matéria; comprimento de

onda de de Broglie.

Quantificação do momento angular

no modelo de Bohr.

Difracção e interferência.

Função de onda; representação

matemática do pacote de ondas.

Introdução à Física Quântica

Radiação do corpo negro; níveis

discretos de energia.

Efeito foto-eléctrico:

- descrições clássica e quântica

- experimental.

Efeito de Compton.

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A incapacidade da Física clássica em explicar certos fenómenos

levou ao desenvolvimento de duas teorias que revolucionaram a

Física no início do século XX:

A Teoria da Relatividade de Einstein

A Física Quântica

Em particular, foi a impossibilidade de se conseguir explicar

classicamente as 3 experiências seguintes

• radiação do corpo negro

• efeito foto-eléctrico

• efeito de Compton

que levou ao desenvolvimento da Física Quântica .

Introdução à Física Quântica

Aula anterior

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Em 1900, Max Planck propôs a seguinte relação para a intensidade

da radiação do corpo negro:

em que c é a velocidade da luz , k a

constante de Boltzmann e h é a

constante de Planck ( h = 6,626.10-34 Js ).

Esta expressão já está de acordo com os

resultados experimentais para toda a

gama de comprimentos de onda.

Radiação do corpo negro (cont.)

2

hc kT5

2 hc,

e -1

Comprimento de onda

Inte

ns

idad

e

Aula anterior

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Considerações acerca das moléculas à superfície do corpo negro (Planck):

Representação pictórica dos

fotões (“pacotes” de luz).

Cada fotão possui uma

energia discreta dada por h .

As moléculas só podem radiar (emitir

radiação) em níveis discretos de

energia En, com

En = n h

sendo n um inteiro positivo (número

quântico) e a frequência de

vibração das moléculas.

As moléculas emitem (e absorvem)

energia em pacotes discretos

chamados fotões , cuja energia é

igual a h .

Radiação do corpo negro (cont.)

Fotão com

energia h

Aula anterior

5

A luz incidente propaga-se sob a forma de

fotões. Cada fotão, ao incidir no metal,

transmite toda a sua energia ( E = h ) a um

electrão do metal.

No entanto, o electrão necessita de ter uma

energia superior a um dado valor (a

função de trabalho) para escapar da

superfície do metal.

A energia cinética máxima ( E cin máx ) dos

electrões libertados será então igual a

Explicação do efeito foto-eléctrico (por Einstein) a partir do conceito de

quantização (de Planck):

é da ordem de alguns electrões Volt e é característica de cada metal.

Efeito foto-eléctrico e descrição quântica

cin máxE h -

Fotão com

energia h

Aula anterior

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Graficamente, o declive da E cin máx em

função da frequência da luz incidente é

igual à constante de Planck, h , e a

intersepção da curva com o eixo horizontal

é igual à frequência mínima, a partir da

qual se verifica o efeito foto-eléctrico:

Experimentalmente, a E cinmáx

varia linearmente com a

frequência da luz incidente

Observações

experimentais :

Fotões com frequência inferior a c não têm

energia suficiente para arrancar electrões ao metal.

Comprimentos de onda maiores do

que c incidindo num metal com

função de trabalho não conseguem

arrancar electrões ao metal.

Efeito foto-eléctrico - experimental

-cin máxE h

cc

c hc

ch

Aula anterior

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Efeito de Compton

Aula anterior

• A câmara de ionização permite medir a intensidade

dos raios X em função do ângulo.

A difracção de raios X por electrões (efeito de Compton) não é explicável classicamente.

Diagrama de um dispositivo para

estudar o efeito de Compton.

• Raios X (0 = 0,071nm) incidem

num alvo de grafite.

• Os raios X são difractados pela

grafite e são detectados por um

espectrómetro de comprimento de

onda que pode rodar em torno do

alvo ( os vários dos raios X

difractados podem ser medidos para

vários ângulos de difracção).

• O cristal mostrado na figura vai

separar angularmente os raios X

difractados, proporcionalmente ao

seu comprimento de onda.

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Aula anterior

Cada fotão é tratado como uma

partícula livre, de energia

E = h = h c/ , e massa nula, que

colide com um electrão

inicialmente em repouso.

Explicação do efeito de Compton a

partir do conceito de quantização:

em que Ee é a energia do electrão difractado.

Usando a conservação do momento (para ambas as componentes x e y ),

notando que a velocidade do electrão << c ( sem correcções relativistas)

e sabendo que p = E /c = h / para os fotões e p = m v para os

electrões, tem-se:

Aplicando a conservação da energia tem-se: e

0

h c h c E'

componente segundo x : h / 0 = h /’ cos + m v cos

componente segundo y : 0 = h/ ’ sen - m v sen

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Aula anterior

Efeito de Compton (cont.)

Eliminando v e das (3) equações anteriores, obtém-se uma

expressão que relaciona as 3 variáveis restantes (’, 0 e ) :

Esta equação (eq. de difracção de Compton) já prevê a variação

no comprimento de onda dos raios X difractados por electrões

livres observado experimentalmente.

em que me é a massa do electrão e h/ me c é o chamado

comprimento de onda de Compton do electrão.

0e

' h- 1- cosm c

10

Fotões (sem massa em repouso)

com energia E = h e momento P = E / c = h /c = h / .

Luz : onda ou partícula?

Ondas de matéria

Radiação do corpo negro

Efeito foto-eléctrico

Efeito de Compton

Explicações não-clássicas

baseadas no carácter

corpuscular da luz.

Postulado de Louis de Broglie:

Como os fotões têm características de onda, talvez todas as formas

de matéria tenham também propriedades de onda e partícula.

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Ondas de matéria (cont.)

Se um fotão, cuja massa em repouso é nula, tem um momento

linear p = h/ , então para qualquer partícula com momento p

também se verifica p = h / , ou seja, tem associada uma onda

com comprimento de onda igual a h / p .

O comprimento de onda

de de Broglie para uma

partícula é então:

h h

p mv

Ondas de

matéria

Sendo E = h , a

frequência das ondas

de matéria é dada por:

E

h

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Determine o comprimento de onda de de Broglie para:

a) um electrão que se move com velocidade 1.107 ms-1;

b) um protão à mesma velocidade.

31em 9,11.10 kg

3411

31 7 1e

h 6,63.10 J s7,28.10 m

m v 9,11.10 kg 1.10 ms

27pm 1,67.10 kg

a)

Este comprimento de onda corresponde ao dos raios-X

b)

3414

27 7 1p

h 6,63.10 J s3,97.10 m

m v 1,67.10 kg 1.10 ms

h h

p mv

13

Uma rocha de 50 g é atirada com uma velocidade de 40 ms-1.

Determine o seu comprimento de onda de de Broglie.

3434

3 1

h 6,63.10 J s3,32.10 m

mv 50.10 kg 40 ms

As propriedades ondulatórias dos objectos macroscópicos não

podem ser observadas .

h h

p mv

14

Quantificação do momento angular no modelo de Bohr

Modelo de Bohr

Electrões com órbitas específicas.

Podem ser vistos como ondas estacionárias nessas órbitas.

15

Quantização do momento angular no modelo de Bohr (cont.)

Ondas estacionárias

a) comprimentos de onda

associados a um electrão

numa órbita atómica estável

b) comprimentos de onda

numa corda esticada .

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Substituindo = h / m v na equação acima, teremos n h/ m v = 2 r .

Quantização do momento angular no modelo de Bohr (cont.)

Uma corda de guitarra (em regime estacionário) só vibra sob a forma

de ondas estacionárias com nodos em cada extremidade.

Pode-se aplicar o mesmo raciocínio às ondas de matéria electrónicas

formando uma circunferência em torno do núcleo: os electrões só

podem existir em órbitas que correspondam a um número inteiro de

comprimentos de onda em torno do núcleo.

Então, deve-se verificar a condição n = 2 r , em que r é o raio da

órbita, é o comp. de onda de de Broglie do electrão e n = 1, 2, 3…

Postulado de Bohr para a

quantização do momento angular.

nhmv r

2

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Se as ondas se comportam como partículas e as partículas como ondas, o

que acontecerá se um feixe de electrões passar por duas fendas paralelas ?

a) Difracção da luz (experiência

de Young)

b) Padrão de riscas obtido

a) Interferência construtiva em P

(em fase)

b) Interferência construtiva (em

fase)

c) Interferência destrutiva

(diferença de fase = 180º)

Difracção e interferência de ondas

18

Interferência construtiva

(as duas ondas em fase).

Difracção e interferência de ondas (cont.)

Interferência destrutiva

(diferença de fase = 180º).

19

Padrões de

interferência

obtidos com

electrões:

Difracção e interferência de partículas

A intensidade máxima obtém-se quando a diferença de caminhos é

igual a zero ou múltiplos de um comprimento de onda: D sin = n

Os mínimos de intensidade ocorrem quando a diferença de caminhos

é igual a múltiplos de metade mais um comprimento de onda:

D sin = /2, 3/2, 5/2…

Número de electrões detectados por minuto

Electrões

Detector de electrões

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(a), (b) e (c) são simulações por computador

de padrões de interferência para electrões.

(d) é uma fotografia dum padrão de

interferência obtido para uma fenda dupla .

Os electrões são detectados como

partículas num ponto localizado num

determinado instante. Mas a probabilidade

de um electrão chegar a esse ponto é

determinada pela intensidade (da

interferência) das duas ondas de matéria.

Difracção e interferência de partículas (cont.)

21

Se se fechar a fenda 1 ,

permitindo que os

electrões passem apenas

pela fenda 2, obtém-se a

curva de cima no alvo.

Se se fechar a fenda 2 ,

obtém-se a curva de baixo.

Padrão de interferência com cada uma das fendas (1) e (2) tapadas

alternadamente:

Difracção e interferência de partículas (cont.)

Contagem

por minuto

22

Difracção e interferência de ondas

23

Difracção e interferência de partículas

24

Contagem

por minuto Contagem

acumulada

por minuto

Com ambas as fendas

abertas, obtém-se o padrão

de interferências anterior:

A curva azul no lado direito

representa o nº acumulado

de contagens por unidade

de tempo quando cada uma

das fendas está fechada

metade do tempo.

A curva vermelha

representa o padrão de

interferência com ambas as

fendas abertas

simultaneamente.

Padrão de interferência com ambas as fendas abertas :

Difracção e interferência de partículas (cont.)

25

Se o número de electrões for suficientemente pequeno, obtém-se

também um padrão de interferências.

Esta descrição obriga a recorrer a uma interpretação ondulatória do

electrão.

Assim, admitamos que a partícula pode ser representada por uma

função de onda (que pode ser complexa).

Admitamos também que o perfil de intensidade do padrão de

interferências (o número de electrões detectados por unidade de

tempo) pode ser representado pelo quadrado do módulo desta

função de onda | | 2 .

Função de onda

26

Se a fenda 1 estiver aberta metade do

tempo (com 2 fechada) e a fenda 2 estiver

aberta também metade do tempo (com 1

fechada), então o perfil de intensidade será

dado por:

Se a fenda 1 estiver aberta (e 2 fechada),

então a função de onda dos electrões que

passam por 1 será 1 e, portanto, o seu

perfil de intensidade será | 1 | 2.

Se a fenda 2 estiver aberta (com 1 fechada),

2 representa a função de onda dos

electrões que passam por 2 e | 2 | 2

representa o seu perfil de intensidade.

Função de onda (cont.)

Contagem

por minuto

2 21 2

27

Se ambas as fendas estiverem abertas simultaneamente, as funções

de onda dos electrões sobrepõem-se. A função de onda combinada

será igual a 1 + 2 .

O perfil de intensidade é dado por

| 1 + 2 | 2 = | 1 |

2 + | 2 |2 + 2 (1 . 2)

Isto é diferente da situação em que cada fenda está aberta metade do

tempo (| 1 |2 + | 2 |2 ) .

O termo 2 ( 1 . 2 ) é o termo de interferência.

Se as funções de onda

forem complexas, então

| 1 |2 = 1 1* , em que

1* é o complexo

conjugado de 1 .

Função de onda (cont.)

Contagem

por minuto

Contagem acumulada

por minuto

ix( x ) Ae A(cos x i s en x )

* ix( x ) Ae

28

No entanto, o quadrado da função de onda já tem significado

físico: representa a probabilidade de uma partícula ser detectada

num dado ponto particular (por ex, a distribuição de intensidades

num alvo).

A função de onda de uma partícula não representa uma quantidade

física, com significado físico. Estas funções de onda são

interpretações matemáticas de fenómenos que se verificam até

experimentalmente.

Função de onda (cont.)

29

As partículas comportam-se como ondas e as ondas como partículas.

Para representar uma onda/partícula é

necessário uma representação matemática.

A função de onda de uma partícula tem de

ter propriedades de onda e,

simultaneamente, ser localizada no espaço.

Representação “pacote de

ondas” de uma partícula.

Representação matemática do pacote de ondas

Fotão com

energia h

30

Representação matemática do pacote de ondas (cont.)

A soma de duas ondas com

frequências ligeiramente

diferentes pode produzir

uma estrutura repetida em

pacotes de onda.

A soma de muitas destas

ondas pode produzir um

pacote de ondas isolado.

Pacotes de ondas (simulação)

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Representação matemática do pacote de ondas (cont.)

Um grupo de ondas isolado é o resultado da sobreposição de um

número infinito de ondas com comprimentos de onda diferentes.

Por exemplo, para um dado tempo fixo (ou seja, com o factor

tempo retirado), o grupo de ondas como função do espaço (x)

pode ser representado por

0 1 20 1 2

2 x 2 x 2 xa sen a sen a sen ...

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Em geral, o grupo de ondas pode ser expresso em termos

do integral de Fourier:

Representação matemática do pacote de ondas (cont.)

0 0 1 1 2 2a sen k x a sen k x a sen k x ... ou

em que k = 2 / é o número de onda e ai são constantes.

0

x a k sen k x dk

Pacote de ondas

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Representação matemática do pacote de ondas (cont.)

A representação matemática de uma partícula é dada por

uma função de onda .

Por exemplo, (x) = 0a(k) sen kx dk representa um

pacote de ondas.

A função de onda não tem um significado físico directo mas

o módulo ao quadrado da função de onda sim.

A probabilidade de, experimentalmente, encontrar uma

partícula descrita pela função no ponto de coordenadas

(x, y, z) é igual a | | 2 .

Por exemplo, se | | 2 for igual a zero para um certo valor de

(x , y , z) , então a probabilidade de encontar a partícula

nesse ponto é nula .

| | 2 é a densidade de probabilidade.

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Condição de normalização

Consideremos um sistema uni-dimensional que não varia

com o tempo (a partícula está localizada algures no eixo x );

a probabilidade total (a soma das probabilidades) de

encontrar a partícula no eixo x vai ser, obviamente, igual a 1.

Condição de

normalização

Representação matemática do pacote de ondas (cont.)

2

0

dx 1

Pacote de ondas