Aula 16 - Direito Do Trabalho - Aula 02

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  • 7/28/2019 Aula 16 - Direito Do Trabalho - Aula 02

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    PACOTE Direito do Trabalho TRT RIOAnalista Judicirio e Execuo

    Teoria e Questes FCCPROFESSORA: Dborah Paiva

    Profa. Dborah Paiva www.pontodosconcursos.com.br 1

    Queridos alunos!

    com muita satisfao que estou aqui para apresentar a segunda aulade nosso curso de teoria e exerccios FCC comentados.

    Com o objetivo de preparar vocs para questes mais complexas, ireiapresentar questes da banca ESAF, alm das questes da FCC. Assim,a gente poder aumentar o nmero de questes a serem resolvidas.

    Vamos ao estudo!

    Aula 02:(14/11) Relao de trabalho e relao de emprego: requisitose distino; relaes de trabalho lato sensu: trabalho autnomo,trabalho eventual, trabalho temporrio e trabalho avulso. Sujeitos docontrato de trabalho stricto sensu: empregado e empregador: conceito ecaracterizao; poderes do empregador no contrato de trabalho. Grupoeconmico; da sucesso de empregadores; da responsabilidadesolidria; terceirizao.

    2.1. Da relao de emprego e da relao de trabalho:

    A relao de emprego uma dasmodalidades especficas da relao detrabalho juridicamente configuradas.

    (Maurcio Godinho Delgado)

    Relao de trabalho toda relao jurdica na qual o objetocontratado ser a prestao de um trabalho humano,independentemente de existir subordinao ou contraprestao salarialentre as partes contratantes.

    Assim, ela engloba no s a relao de emprego, mas tambm ade trabalho autnomo, eventual, avulso, estagirio, e outrasmodalidades de contratao de prestao de trabalho sem aconfigurao dos elementos caracterizadores da relao de emprego.

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    No estgio regular, por exemplo, no h relao de emprego,uma vez que est ausente a onerosidade, ou seja, o estagirio norecebe um salrio pelos servios prestados. O mesmo ocorre notrabalho voluntrio, pois os servios so prestados gratuitamente.

    No trabalho autnomo, estaro ausentes a subordinao jurdicae a alteridade. J no eventual, inexistir a no-eventualidade.

    importante lembrar que caso o estgio, seja executado emdesconformidade com os requisitos legais, ser considerado um

    estgio fraudulento e a o vnculo de emprego ir formar-se com otomador dos servios do estagirio.

    Na relao de emprego, o trabalho dever ser prestadopessoalmente (pessoalidade) por uma pessoa fsica a uma pessoa fsicaou jurdica, de maneira subordinada (subordinao jurdica), sendo osriscos do negcio inteiramente assumidos pelo empregador(ajenidad/alteridade).

    ATENO: A relao de emprego o vnculo existente entre oempregado (pessoa fsica) e o seu empregador (pessoa fsica oujurdica), atravs da qual o primeiro subordina-se juridicamente sordens do segundo, recebendo uma contraprestao salarial e nopodendo fazer-se substituir, ou seja, os servios devero ser prestadospessoalmente.

    A CLT, no art. 442, ao conceituar contrato de trabalho, vinculou-seaos elementos caracterizadores da relao de emprego. Assim, podemosafirmar que todos os empregados so trabalhadores (relao detrabalho), mas nem todos os trabalhadores so empregados (relao deemprego).

    Para ser considerado empregado, necessria a caracterizao darelao de emprego, atravs da presena de seus cinco elementosconstitutivos, pois a ausncia de algum deles acarreta a no existnciada relao de emprego e, portanto, a inexistncia de vnculoempregatcio e de contrato de trabalho.

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    Para conceituar a relao de emprego, necessrio caracteriz-laatravs da presena de forma concomitante dos cinco elementos ftico-jurdicos, estabelecidos nos artigos 2 e 3 da CLT, que definem asfiguras do empregado e do empregador, so eles:

    Trabalho prestado por pessoa natural ou fsica: Oempregado ser sempre pessoa fsica ou natural, mas oempregador poder ser pessoa jurdica ou pessoa fsica ounatural. Logo, para ser considerado empregado necessrio

    que o trabalho seja prestado por pessoa fsica ou natural.

    Pessoalidade: O empregado no poder fazer-se substituirpor outra pessoa na prestao de seus servios, devendoprestar as suas obrigaes de forma intuitu personae, ouseja, de forma pessoal. A pessoalidade um elemento queincide apenas sobre a figura do empregado, pois em relao aoempregador prevalece a despersonalizao, fato que nsestudaremos mais adiante quando falarmos de sucesso.

    Subordinao jurdica: A subordinao um elemento quediferencia o empregado (relao de emprego) do trabalhadorautnomo (relao de trabalho), uma vez que o empregadoest subordinado juridicamente ao seu empregador, devendoobedecer as suas ordens e o trabalhador autnomo presta osseus servios de forma autnoma.

    Onerosidade: Na prestao de servios deve-se haver umacontraprestao salarial, ou seja, o empregado coloca a suafora de trabalho disposio de seu empregador e deverreceber um salrio por isto. Assim, o trabalho voluntrio noqual o empregado nada recebe considerado relao detrabalho porque est ausente o requisito da onerosidade.

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    No-eventualidade: O princpio da continuidade da relao deemprego um princpio peculiar do direito do trabalho. Atravsdeste princpio, objetiva-se a permanncia do empregado noemprego e o requisito da no-eventualidade caracteriza-se,exatamente, pelo modo permanente, no-eventual, no-espordico, habitual com que o trabalho deva ser prestado.

    Quadro esquemtico:

    Relao de emprego

    Empregado domsticoEmpregado ruralEmpregado

    Relao de TrabalhoRelao de trabalho

    Trabalhador avulsoTrabalhador eventualTrabalhador autnomo

    Trabalho voluntrioEstagirio Regular

    Sobre a relao de emprego temos duas Smulas do TST que sempre

    so cobradas nas provas de concurso pblico.

    A Smula 386 que fala da possibilidade de reconhecimento da relaode emprego entre o policial militar e a empresa privada e a Smula 363que fala da impossibilidade de reconhecimento da relao de empregocom rgos da administrao direta, indireta, autrquica e fundacional.

    BIZU DE PROVA

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    Smula 386 do TST Preenchidos os requisitos do art. 3 da CLT, legtimo o reconhecimento de relao de emprego entre policial militar eempresa privada, independentemente do eventual cabimento depenalidade disciplinar prevista no Estatuto do Policial Militar.

    Smula 363 do TST A contratao de servidor pblico, aps aCF/1988, sem prvia aprovao em concurso pblico, encontra bice norespectivo art. 37, II e 2, somente lhe conferindo direito aopagamento da contraprestao pactuada, em relao ao nmero dehoras trabalhadas, respeitado o valor da hora do salrio mnimo, e dosvalores referentes aos depsitos do FGTS.

    A Smula 363 do TST estabelece as verbas que sero devidasquando reconhecida a nulidade de um contrato de trabalho com aAdministrao sem a prvia existncia de um concurso pblico. Soelas: os depsitos do FGTS e os salrios referentes s horastrabalhadas.

    importante lembrar da smula 430 do TST que foi recentementepublicada.

    SMULA 430 do TST ADMINISTRAO PBLICA INDIRETA.CONTRATAO. AUSNCIA DE CONCURSO PBLICO. NULIDADE.ULTERIOR PRIVATIZAO. CONVALIDAO. INSUBSISTNCIA DOVCIO. Convalidam-se os efeitos do contrato de trabalho que,considerado nulo por ausncia de concurso pblico, quando celebradooriginalmente com ente da Administrao Pblica Indireta, continua aexistir aps a sua privatizao.

    Distino dos demais trabalhadores (eventual, autnomo, deempreitada):

    Adotarei a distino do jurista Maurcio Godinho Delgado, uma vezque ele o jurista que vem sendo adotado pelas bancas.

    a)Trabalho Eventual: aquele em que a pessoa fsica prestaservios ocasionalmente, sem relao de emprego, a uma pessoafsica ou jurdica, com subordinao de curta durao. Portanto, asnormas da CLT no se aplicam a ele.

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    Como exemplo, temos os chapas, trabalhadores que ficam nas

    estradas para descarregarem os caminhes e que, em geral, prestamservios de forma espordica a vrios tomadores, no sendo por isso,considerados empregados. Ainda temos como exemplos, o bia-fria e odiarista domstico (aquele que presta servios de faxina, em regra deduas a trs vezes por semana, conforme entendimento jurisprudencial).

    H quatro teorias para explicar o que trabalho eventual. Soelas: a) Teoria do evento; b) Teoria da Descontinuidade; c) Teoriada Fixao Jurdica; d) Teoria dos Fins da Empresa.

    a) Teoria do Evento: Esta teoria leva em considerao o tipo deservio para o qual o trabalhador foi contratado, se ele ou no decurta durao para a empresa. Caso ele seja de curta durao para aempresa o trabalhador ser considerado eventual e no empregado.Esta teoria no foi aceita pela doutrina brasileira.

    b) Teoria da Descontinuidade: Esta teoria leva em considerao oconceito temporal da prestao de servios, ou seja, eventual seria otrabalho que no se repete para um mesmo trabalhador. Exemplo: umprofessor que ministre uma aula, apenas, em determinada Universidade.

    c) Teoria da Fixao Jurdica: por esta teoria eventual seria aqueletrabalhador que presta servios para diversos tomadores de formasimultnea sem se fixar a nenhum deles. Ex: Faxineira que cada dia dasemana est em uma residncia diferente.

    d) Teoria dos Fins da Empresa: Esta teoria destaca a natureza doservio em relao atividade empresarial. Assim, trabalho eventualser aquele que no estiver inserido na atividade normal da empresa.Por esta teoria a bilheteira do cinema que s funciona nos finais desemana considerada empregada, porque a venda de ingressos est

    inserida na atividade normal da empresa.Ateno:A distino entre o empregado e o trabalhador eventual

    o elemento de permanncia, ou seja, a no-eventualidade. Assim,caso esta esteja presente, de forma concomitante com os outroselementos ftico-jurdicos da relao de emprego, caracterizar-se- arelao de emprego.

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    b) Trabalho Autnomo: A diferenciao central entre o trabalhoautnomo e o empregado est na subordinao.

    O trabalho autnomo aquele que se realiza sem a subordinaodo trabalhador ao tomador de servios. AUTONOMIA o que rege otrabalho autnomo, como o prprio nome j reflete.

    O prprio prestador de servios que ir estabelecer a forma derealizao dos servios.

    C) Empreitada: A pessoalidade no inerente ao contrato deempreitada.

    A empreitada distingue-se da locao de servios por ser umcontrato de resultado, ou seja, objetiva-se uma obra especfica. J nalocao de servios h um contrato de atividade, independentemente doresultado a ser alcanado.

    Em relao ao contrato de trabalho a empreitada diferencia-sepelo fato de que o empreiteiro no subordinado ao tomador de seusservios, h autonomia na prestao de seus servios. O tomador dos

    servios no detm o poder de direo, nsito ao contrato de trabalho,em relao ao empreiteiro.

    Na subempreitada, quem se comprometeu a efetuar certa obra arepassa a algum para que este a execute parcial ou totalmente(Valentim Carrion).

    A CLT trata da subempreitada no art. 455 e a doutrina majoritriaentende que h responsabilidade subsidiria entre o empreiteiroprincipal e o subempreiteiro.

    Art. 455 da CLT- Nos contratos de subempreitada respondero subempreiteiro pelas obrigaes derivadas do contrato detrabalho que celebrar, cabendo, todavia, aos empregados, odireito de reclamao contra o empreiteiro principal peloinadimplemento daquelas obrigaes por parte do primeiro.

    Pargrafo nico - Ao empreiteiro principal fica ressalvada, nostermos da lei civil, ao regressiva contra o subempreiteiro e areteno de importncias a este devidas, para a garantia dasobrigaes previstas neste artigo.

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    Em complementao ao nosso estudo, observem as decisesabaixo:

    TRT15: CMARA NEGA VNCULO EMPREGATCIO DEMOTORISTA DE CAMINHO COM EMPRESA PRESTADORADE SERVIOS Data:11/01/2012Alm de dono do veculo, o reclamante, quando nopodia trabalhar, mandava outra pessoa para substitu-lo

    Por Ademar Lopes Junior

    Na ao na Justia do Trabalho, o motorista de caminho afirmouque trabalhou de 10 de julho de 2006 a 10 de julho de 2008 emprol de uma empresa do ramo de servios, mas prestava serviospara o Municpio da estncia turstica de Barra Bonita, recebendosalrio de R$ 2.400. No teve contrato de emprego anotado emsua CTPS, nem frias, 13 ou pagamento de verbas quando desua dispensa. Tambm se disse vtima de dano moral.

    A empresa foi revel nos autos, e o Municpio se defendeu,dizendo que o reclamante atuava como verdadeiroempreendedor e que at comprou um caminho, custeandosuas despesas e dirigindo ele mesmo o prprio caminho,prestando servios empresa. Segundo depoimento datestemunha da reclamada, quando [o reclamante] no podiacomparecer, outra pessoa dirigia seu caminho, j que, disse atestemunha, o caminho no podia parar. O juzo da 2 Vara doTrabalho de Ja entendeu que no havia pessoalidade dotrabalhador, e por isso julgou improcedentes os seus pedidos.

    Inconformado, ele recorreu, pedindo a reforma da sentena einsistindo na declarao do vnculo empregatcio. O relator do

    acrdo da 3 Cmara do TRT, desembargador Jos Pitas,entendeu que o trabalhador no tinha razo em seuinconformismo e manteve a sentena integralmente.

    O acrdo salientou que o trabalhador empresrio, autnomoe nunca foi empregado das rs e lembrou que, para oreconhecimento do liame empregatcio, necessrio que oselementos que caracterizam o emprego estejam todos presentes(pessoa fsica, pessoalidade, no eventualidade, onerosidade esubordinao).

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    A deciso colegiada tambm considerou o depoimento pessoal do

    autor, que admitiu o fato de outros motoristas dirigirem ocaminho, quando ele, reclamante, no podia comparecer.

    Bem que o autor tentou provar a pessoalidade do vnculo,dizendo que esta era contnua e que outra pessoa colocada emseu lugar foi por ordem do Municpio, porm o acrdo salientouque, quanto a isso, no h prova a respeito, pois enquanto atestemunha pelo trabalhador diz que em uma nica oportunidadeo reclamante ficou doente, e a primeira reclamada colocou outropara dirigir o caminho do autor, a outra testemunha, esta peloMunicpio, afirmou que: quando o reclamante no podia ir outinha algum problema de sade, o reclamante colocava outromotorista para dirigir o caminho.

    Por isso, o acrdo concluiu que o motorista trabalhou nacondio de autnomo, pois era responsvel pela manutenodo veculo que lhe pertencia e ainda se fazia substituir sempreque necessrio. O fato de o autor receber R$ 2.400 e oempregado da r (testemunha nos autos) receber de salrioapenas R$ 370 tambm foi decisivo para comprovar a falta devnculo empregatcio entre o motorista e a empresa.

    (Processo 0121000-42.2009.5.15.0055).Fonte: www.trt15.jus.br

    Data: 09/01/2012 Publicada originalmente em 24/03/2011

    Na 5 Vara do Trabalho de Belo Horizonte, a juza substitutaDaniela Torres Conceio analisou o caso de uma trabalhadoraque, durante 13 anos, exerceu a funo de auxiliar de serviosgerais numa instituio de assistncia criana e ao adolescente.

    Depois desse perodo, a empregada foi dispensada erecontratada, por prazo determinado, para trabalhar como mesocial. Porm, ficou comprovado que ela continuou adesempenhar as mesmas atividades do contrato anterior, como,por exemplo, cozinhar e cuidar das crianas. Examinando asevidncias e o conjunto de provas, a magistrada concluiu que onico intuito da instituio ao registrar a empregada como mesocial foi burlar a legislao trabalhista.

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    Isso porque a Lei 7.644/87, que regulamenta a atividade de me

    social, reduz bastante o rol de direitos dessa categoria especfica,evidenciando, assim, segundo a juza, a ntida inteno patronalde "economizar" na hora de pagar os crditos trabalhistas.

    As testemunhas confirmaram que a trabalhadora sempre exerceuas funes tpicas de auxiliar de servios gerais, tanto naprimeira como na segunda contratao. Como se isso nobastasse, observa a julgadora que a contratao por prazodeterminado no obedeceu aos casos restritos permitidos pelo

    artigo 443, pargrafo 2, da CLT. De acordo com esse dispositivolegal, o contrato por prazo determinado s ser vlido em casode contrato de experincia, ou para contratao de servios cujanatureza ou transitoriedade justifique a predeterminao, ou,ainda, quando as atividades empresariais tenham cartertransitrio.

    Ao examinar o estatuto social da instituio, a magistradaconstatou que suas atividades no so transitrias, nem do pontode vista da empregadora, nem do ponto de vista da empregada.

    De acordo com o estatuto, a instituio tem como finalidade aassistncia criana e ao adolescente, de modo a proporcionar-lhes formao fsica, psicolgica, espiritual e social.

    Portanto, no entender da juza, os servios prestados pelatrabalhadora so permanentes, tendo em vista que soessenciais existncia e ao desenvolvimento da atividadeempresarial. Se fossem servios transitrios, a instituio noteria mantido a empregada na funo por 13 anos ininterruptos.

    Conforme enfatizou a julgadora, o simples fato de a instituioter celebrado um convnio com o Municpio de Belo Horizontepara desenvolvimento de um projeto de assistncia social, comvigncia no perodo de abril de 2008 a dezembro de 2009, notorna transitria a atividade da empregadora, mas apenas limitano tempo um dos seus contratos firmados com terceiros. Mesmoaps o fim do convnio, a instituio reclamada continuar adesenvolver a assistncia a menores, necessitando deempregados que prestem servios gerais, como a autora,completou.

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    Por essas razes, a juza sentenciante decidiu anular os atos de

    registro da funo de me social e de contratao por prazodeterminado, entendendo que eles tiveram o intuito de impedir,desvirtuar e fraudar os direitos trabalhistas da ex-empregada.Assim, a magistrada acolheu o pedido de retificao da CTPSpara que conste a funo de auxiliar de servios gerais, peloperodo de maro a dezembro de 2009, e condenou a instituioao pagamento das verbas rescisrias tpicas da dispensa semjusta causa. (0001483-95.2010.5.03.0005 RO). Fonte:www.trt3.jus.br

    Passaremos a analisar, de forma mais detalhada, asmodalidades de relao de trabalho:

    1. Trabalho autnomo: aquele em que a pessoa fsica prestaservios habitualmente por conta prpria a uma ou mais de uma pessoa,assumindo os riscos de sua atividade econmica. No h subordinao,h autonomia na prestao de servios. Como exemplo, podemos citar opintor, o pedreiro, o corretor de imveis, o representante de imveis,advogados, mdicos, etc.

    Portanto, o trabalhador autnomo aquele que correr o risco donegcio, uma vez que desenvolver as suas atividades, por contaprpria com habitualidade.

    importante analisar a presena ou no dos requisitos da relaode emprego, pois caso estejam presentes na prestao de serviostodos os requisitos, estes trabalhadores podero ser consideradosempregados.

    2. Trabalho eventual: aquele em que a pessoa fsica presta serviosocasionalmente, sem relao de emprego, a uma pessoa fsica oujurdica, com subordinao de curta durao. Portanto, as normas daCLT no se aplicam a ele.

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    Como exemplo, temos os chapas, trabalhadores que ficam nasestradas para descarregarem os caminhes e que, em geral, prestamservios de forma espordica a vrios tomadores, no sendo por isso,considerados empregados.

    Ainda temos como exemplos, o bia-fria e o diarista domstico(aquele que presta servios de faxina, em regra de duas a trs vezespor semana, conforme entendimento jurisprudencial).

    3. Trabalho avulso: aquele prestado por uma pessoa fsica semvnculo empregatcio, de natureza urbana ou rural, a diversas empresas,sendo sindicalizado ou no, com interferncia obrigatria do sindicatoprofissional ou do rgo gestor de mo-de-obra.

    Portanto, considera-se trabalhador avulso aquele que presta osseus servios a tomadores diversos, sem pessoalidade, em sistema derodzio, intermediado por um Sindicato ou por um rgo Gestor de Mo-de-obra. Estes trabalhadores no so considerados empregados, maspossuem os mesmos direitos dos trabalhadores com vnculoempregatcio permanente, pois a CF/88 estabelece igualdade entre os

    trabalhadores avulsos e os trabalhadores com vnculo empregatciopermanente (art. 7, XXXIV da CRFB/88).

    Como exemplo, citamos o trabalhador porturio, que prestaservios nos portos para carregamento e descarregamento, limpeza econservao dos navios, conferencista de carga, servio de bloco,vigilncia e limpeza, capatazia, estiva e bloco, dentre outros.

    Vejamos os conceitos:

    A capatazia distingue-se da estiva. Esta a atividade demovimentao de mercadorias nos pores das embarcaes ou noconvs. Aquela a atividade de movimentao de mercadoriasnas instalaes de uso pblico dos portos.Bloco consiste na atividade de limpeza e conservao deembarcaes mercantes e de seus tanques, incluindo batimentode ferrugem, pintura, reparos de pequena monta e servioscorrelatos.

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    importante frisar que o trabalhador avulso poder ser porturioou no-porturio. O trabalhador avulso porturio aquele que prestaservios sem vnculo empregatcio, intermediado por um rgo Gestorde Mo-de-obra, a inmeros tomadores de servios.

    A lei 8630/93 regulamentou de forma definitiva os portosorganizados, prevendo que caber Unio a explorao direta ouindireta dos portos organizados.

    Por porto organizado devemos entender aquele que constitudo eaparelhado para atender as necessidades da navegao, damovimentao de passageiros ou da movimentao e armazenagem demercadorias, concedido ou explorado pela Unio, cujo trfego eoperaes porturias estejam sob a jurisdio de uma autoridadeporturia.

    O operador porturio a pessoa jurdica que exerce a operaoporturia na rea do porto por concesso pblica. Cada operadorporturio constituir um rgo gestor de mo-de-obra para gerir etreinar os porturios e tambm para administrar o fornecimento de

    mo-de-obra avulsa, em sistema de rodzio.

    H o trabalhador porturio avulso e o trabalhador porturioempregado. oportuno fazer a distino entre eles: o primeiro no tervnculo de emprego nem com o rgo gestor de mo-de-obra e nemcom o operador porturio (art. 20 da Lei 8.630/93). Ao passo que osegundo ter vnculo de emprego com o operador porturio (art. 26 dLei 8630/93).

    No caso do trabalhador porturio avulso, o rgo gestor de mo-de-

    obra arrecada, repassa e providencia o recolhimento dos encargostrabalhistas fiscais e previdencirios, j com os percentuais referentess frias, 13 salrio e ao FGTS. Quanto ao empregado/trabalhadorporturio o pagamento ser feito diretamente pelo empregador.

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    4. Estgio: No se deve confundir o estagirio com o trabalhador

    aprendiz.

    O aprendiz sempre ser empregado e est regido pelos artigos428 e seguintes da CLT.

    O estagirio est regido pela Lei 11.788/08 e somente serconsiderado empregado quando o estgio for fraudulento, ou seja,no se desenvolver de acordo com os requisitos da lei.

    As principais caractersticas do estgio so: Durao no poder passar de dois anos, salvo quando o

    estagirio for portador de deficincia. A jornada ser de 4 horas dirias e 20 horas semanais no

    caso de estudantes de educao especial e dos anos finaisdo ensino fundamental.

    A jornada ser de 6 horas dirias e 30 horas semanais nocaso de estudantes do ensino superior, da educaoprofissional de nvel mdio.

    O estgio poder ser obrigatrio ou no-obrigatrio. Quandoele for obrigatrio o estagirio poder receber uma bolsa e

    quando ele for no-obrigatrio o estagirio dever receber abolsa. O estagirio receber os seguintes direitos: auxlio-

    transporte, seguro contra acidentes pessoais, recesso de 30dias.

    Celebrao de termo de compromisso de realizao doestgio com o resumo das atividades desenvolvidas, dosperodos e da avaliao de desempenho a ser fornecida pelaparte concedente do estgio quando do desligamento doestagirio.

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    O estagirio no ser considerado empregado, desde que

    cumpridas as exigncias da Lei n 11.788/08, a saber:

    exerccio de tarefas que proporcionemaprendizado ligado rea de formao;celebrao de termo de compromisso

    entre o estudante e a parteconcedente;

    interveno obrigatria da instituiode ensino.

    Passaremos, agora a analisar as hipteses de Relao deemprego:

    1. Empregado celetista: aquele que presta servios com todos oselementos definidores da relao de emprego. Como exemplo, citamos asecretria que trabalhe subordinada juridicamente ao patro, recebendoum salrio pelo servio prestado, que ser realizado pessoalmente desegunda a sbado, das oito s dezoito horas.

    Outro exemplo o piloto particular de helicptero que trabalha parao presidente de uma empresa, transportando no s o presidente, mastambm os diretores, todo dia, de suas residncias para o local detrabalho. oportuno ressaltar que, neste caso, ele ser empregadoceletista da empresa, pois trabalha para o presidente e diretores.

    Caso este mesmo piloto trabalhe apenas para o presidente daempresa e para a famlia dele, ser empregado domstico, regido pelaLei n 5.859/72, conforme explicado no tpico seguinte.

    2. Empregado domstico: Segundo o art. 1 da Lei n 5.859/72,empregado domstico aquele que presta servios de naturezacontnua a pessoa ou a famlia no mbito residencial desta.

    Como exemplos, temos a cozinheira, jardineiro, copeira,governanta, motorista particular, piloto particular de avio, bab,enfermeira, dentre outros.

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    O principal requisito para que o empregado seja consideradodomstico a ausncia de lucro de seu empregador, bem como aprestao de servios apenas para pessoa ou famlia no mbitoresidencial destas.

    Alm destes, tambm ser necessria a presena dos requisitos darelao de emprego, com exceo da alteridade.

    A enfermeira ser considerada empregada domstica caso presteservios pessoa ou a famlia, de forma no-eventual, com

    subordinao, horrios fixos, pagamento de salrio mensal, nopodendo fazer-se substituir. Portanto, importante dizer quedeterminado empregado poder ser domstico ou no, devendo seraveriguados os requisitos da relao de emprego, juntamente com aausncia de finalidade lucrativa e a prestao de servios a pessoa ou afamlia no mbito residencial desta.

    3. Empregado rural: O art.2 da Lei 5.889/73 conceitua o empregadorural como sendo a pessoa fsica que em propriedade rural ou prdiorstico, presta servios no eventuais, ao empregador rural, mediante

    dependncia e salrio.

    Art. 2 da Lei 5.889/73 Empregado rural toda pessoa fsicaque, em propriedade rural ou prdio rstico, presta servios denatureza no eventual a empregador rural, sob a dependnciadeste e mediante salrio.

    Por prdio rstico devemos entender o estabelecimento rudimentarque disponha de poucas mquinas, ou at mesmo de nenhuma.

    Exemplificando, podemos citar um terreno no qual o agricultor plantade forma rudimentar, alfaces para vender na feira da cidade. Neste casoos empregados deste agricultor sero considerados empregados rurais.

    Assim, num stio em que haja plantao de alface pelo empregadoe esta seja comercializada (finalidade lucrativa), ainda que em pequenaquantidade, o empregado ser caracterizado rural. Porm, caso no sejacomercializada, mas apenas produzida para consumo do dono do stio eseus familiares, o empregado ser considerado domstico.

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    Art. 3 da Lei 5.889/73 Considera-se empregador, rural, para

    os efeitos desta Lei, a pessoa fsica ou jurdica, proprietrio ouno, que explore atividade agro-econmica, em carterpermanente ou temporrio, diretamente ou atravs de prepostose com auxlio de empregados.

    1 Inclui-se na atividade econmica, referida no "caput" desteartigo, a explorao industrial em estabelecimento agrrio nocompreendido na Consolidao das Leis do Trabalho.

    Art. 4 da Lei 5.889/73 Equipara-se ao empregador rural, apessoa fsica ou jurdica que, habitualmente, em carterprofissional, e por conta de terceiros, execute servios de naturezaagrria, mediante utilizao do trabalho de outrem.

    Equipara-se ao empregador rural pessoa fsica o consrciosimplificado de produtores rurais para utilizarem-se de um mesmoempregado, sendo a responsabilidade de todos solidria.

    Segundo o art. 2 da Lei n 5.889/73, a pessoa fsica que, empropriedade rural ou prdio rstico, presta servios com continuidade aempregador rural, mediante dependncia e salrio. Verificamos que h

    finalidade lucrativa.

    H atividades rurais como a parceria, o meao e o arrendamentonas quais o trabalhador correr os riscos do negcio, no possuindovnculo com o empregador rural.

    Observem os conceitos abaixo:

    Parceria o contrato pelo qual um indivduo cede a outrodeterminado imvel rural com o objetivo de nele desenvolveratividade de explorao agropecuria mediante participaonos lucros.

    Arrendamento o contrato segundo o qual uma pessoa cede aoutra o uso e gozo da propriedade rural por prazo determinadomediante o pagamento de um aluguel.

    Meao um contrato segundo o qual o proprietrio da terrater direito a metade do que o parceiro produz.

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    importante ressaltar que caso as modalidades de contrato acima

    descritas, sejam falsas (falsa parceria, falso arrendamento e falsameao) dado o princpio da primazia da realidade o vnculo ir formar-se com o empregador rural.

    DICA: Os empregados rurais podero ser classificados em dois tipos:empregado rural e safrista. O pargrafo nico do art. 14 da Lei 5.889/73conceitua contrato de safra como o que tenha a sua duraodependente de variaes estacionais da atividade agrria, sendo umcontratado por prazo determinado.

    Expirado normalmente o contrato, a empresa pagar ao safrista, attulo de indenizao do tempo de servio, importncia correspondente a1/12 (um doze avos) do salrio mensal, por ms de servio ou fraosuperior a 14 (quatorze) dias.

    DICA: O motorista de empresa cuja atividade seja preponderantemente

    rural considerado empregado rural, porque no enfrenta o trnsito dascidades, sendo esta a orientao jurisprudencial do TST.

    OJ 315 da SDI- 1 do TST considerado trabalhador rural o motoristaque trabalha no mbito de empresa cuja atividade preponderantemente rural, considerando que, de modo geral, noenfrenta o trnsito das estradas e cidades.

    DICA: Empregado que trabalha em empresa de reflorestamento rurcola, pois de acordo com a OJ 38 da SDI-1 do TST podemos concluirque a empresa de reflorestamento caracterizada como empregadorarural.

    OJ 38 da SDI 1 do TST EMPREGADO QUE EXERCE ATIVIDADERURAL. EMPRESA DE REFLORESTAMENTO. PRESCRIO PRPRIA DORURCOLA. (LEI 5.889/73, ART. 10 E DECRETO 73.626/74, ART. 2, 4).

    BIZU DE

    PROVA

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    DICA: BIZU DE PROVA

    OJ 419. SDI-1. ENQUADRAMENTO. EMPREGADO QUE EXERCEATIVIDADE EM EMPRESA AGROINDUSTRIAL. DEFINIO PELAATIVIDADE PREPONDERANTE DA EMPRESA. (DEJT divulgado em 28 e29.06.2012 e 02.07.2012). Considera-se rurcola empregado que, adespeito da atividade exercida, presta servios a empregadoragroindustrial (art. 3, 1, da Lei 5.889, de 08.06.1973), visto que,neste caso, a atividade preponderante da empresa que determina oenquadramento.

    4. Trabalho temporrio:

    o trabalho realizado por uma pessoa fsica contratada por umaempresa de trabalho temporrio, que prestar servios noestabelecimento do tomador ou cliente, destinada a atender anecessidade transitria de substituio de pessoal regular e permanenteou a acrscimo extraordinrio de servios.

    O trabalho temporrio regido pela Lei n 6.019/74, e no pelaCLT. O vnculo trabalhista do trabalhador temporrio, ou seja, a relaode emprego, no se forma entre o cliente tomador dos servios e otrabalhador, mas sim entre este e a empresa de trabalho temporrio,que arcar com todos os direitos trabalhistas.

    O art. 2 da Lei 6019/74 conceitua o trabalho temporrio comoaquele prestado por uma pessoa fsica a uma empresa, para atender anecessidade transitria de substituio de seu pessoal regular epermanente ou a acrscimo extraordinrio de servio.

    Art. 2 da Lei 6019/74 - Trabalho temporrio aqueleprestado por pessoa fsica a uma empresa, para atender necessidade transitria de substituio de seu pessoal regular epermanente ou acrscimo extraordinrio de servios.

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    5. Empregado em domiclio: aquele que executa seus servios emsua prpria residncia ou em oficina de famlia (artigos 6 e 83 da CLT),desde que subordinado ao empregador, de quem recebe ordens einstrues, obrigando-se, por exemplo, a uma produo determinada. considerado empregado para todos os efeitos, pois a lei no exige que aprestao de servios realize-se no estabelecimento do empregador.

    Este tipo de trabalho realizado fora do mbito de fiscalizaodireta e imediata do empregador, porm, para a caracterizao dovnculo empregatcio, necessrio que o empregado tenha subordinaojurdica, a qual poder ser aferida pelo controle sobre ele doempregador.

    Como exemplo, citamos a costureira que trabalha em suaresidncia e busca peas na empresa ou as recebe em sua casa, tendometas a cumprir e recebendo instrues sobre o que costurar, sem terautonomia em relao aos servios realizados. Configura-se asubordinao e, conseqentemente, a relao de emprego e o contratode trabalho.

    Art. 6 No se distingue entre o trabalho realizado noestabelecimento do empregador e o executado no domiclio doempregado, desde que esteja caracterizada a relao deemprego.

    Pargrafo nico. Os meios telemticos e informatizados decomando, controle e superviso se equiparam, para fins desubordinao jurdica, aos meios pessoais e diretos de comando,

    controle e superviso do trabalho alheio.

    Art. 83 devido o salrio-mnimo ao trabalhador em domiclio,considerado este como o executado na habitao do empregadoou em oficina de famlia, por conta de empregador que oremunere.

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    importante frisar que considerado trabalho em domiclio no saquele realizado no domiclio do empregado ou em oficina de famlia,mas tambm em qualquer outro lugar escolhido pelo empregado fora doalcance da fiscalizao do empregador.

    Segundo Valentin Carrion, o teletrabalho caracterizado comotrabalho em domiclio, pois prestado pelo empregado em sua prpriaresidncia e o resultado remetido para a empresa atravs de meiosinformatizados. Neste tipo de trabalho h subordinao, embora

    manifestada de forma tnue.

    Quero apresentar para vocs um tema que considero importante:

    (Tema questo discursiva estudo de caso)Discorra sobre o teletrabalho e o trabalho a domiclio, apontando asvantagens e desvantagens deste tipo de trabalho.

    Com a revoluo tecnolgica, surgiram novas formas de trabalhoque no so como as relaes de trabalho clssicas em que o trabalhoera desenvolvido dentro da empresa.

    A inovao tecnolgica trouxe novos tipos de atividadedescentralizada que renem comunicao e informao. Esta novaforma de trabalhar transcende os limites territoriais, podendo serexecutada em mbito nacional e internacional.

    A distino bsica entre o teletrabalho e o trabalho a domicliotradicional que o primeiro abrange a realizao de atividades maiscomplexas do que as atividades manuais.

    E, tambm, porque o teletrabalho abrange setores diversoscomo, por exemplo, a transmisso e a acumulao de informao,atividades de consultoria, jornalismo, auditoria, vendas, digitao,edio, dentre outros.

    De origem etimolgica grega o termo tele significadistncia. Assim, o teletrabalho modalidade especial detrabalho distncia.

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    Trabalho em domiclio, de acordo com o art. 83 e 6 daCLT, o trabalho em domicilio deve ser entendido hoje, ouseja, este artigo dever ser interpretado da seguinte forma:englobando o domiclio do empregado ou o trabalho emoficina de famlia ou qualquer outro lugar por ele livrementeescolhido fora do alcance da fiscalizao do empregador.

    Presentes os requisitos da relao de emprego no far diferenase o trabalho realizado no domiclio do empregado ou emestabelecimento do empregador. O trabalho em domiclio no se limita

    ao trabalho que prestado na residncia do empregado.Em regra a prestao de servios do empregado efetiva-se no

    mbito do estabelecimento da empresa. Mas, o trabalho executado naresidncia do empregado no desnatura a relao de emprego desdeque presentes os seus elementos caracterizadores.

    Distines entre Teletrabalho e Empregado em Domiclio:

    1. Empregado em domiclio: O trabalho a domiclio poder serexecutado tanto de forma subordinada quanto autnoma.

    Quando ele for executado de forma autnoma o objeto da prestao deservios o resultado que o trabalhador ir fornecer, executando comuma organizao prpria e assumindo os riscos da atividade econmica.

    J no trabalho a domiclio subordinado o objeto da prestao aenergia que o trabalhador coloca a disposio do empregador queassumir os riscos do processo produtivo.

    No Brasil no h legislao especial que regulamente o trabalho a

    domiclio como ocorre em outros pases. H os artigos 6 e 83 da CLT.Quando ficarem configurados os requisitos da relao de emprego, osdireitos trabalhistas estabelecidos na CLT sero aplicados.

    Recentemente, foi acrescentado um pargrafo ao art. 6 da CLT,considerando haver subordinao, configurada atravs dos meiostelemticos e informatizados de comando.

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    LEI 12.551, DE 15 DE DEZEMBRO DE 2011

    Art. 6o No se distingue entre o trabalho realizado no estabelecimentodo empregador, o executado no domiclio do empregado e o realizado adistncia, desde que estejam caracterizados os pressupostos da relaode emprego.

    Pargrafo nico. Os meios telemticos e informatizados de comando,controle e superviso se equiparam, para fins de subordinao jurdica,aos meios pessoais e diretos de comando, controle e superviso dotrabalho alheio. (NR)

    A subordinao jurdica do trabalhador a domiclio no diferenteda do empregado, que exerce a suas atividades dentro da empresa.Porm, h doutrinadores que mencionam que a subordinao atenuada no empregado a domicilio porque o trabalho se desenvolvelonge dos olhos do empregador.

    O vnculo de subordinao caracteriza-se pela insero daatividade do prestador no ciclo produtivo empresarial e na observnciaa ordens preventivas e sucessivas, mesmo que trabalhandoexternamente e com os seus prprios meios de trabalho, o trabalhador

    torna-se elemento integrativo.

    Por outro lado no trabalho autnomo desenvolvido no domiclio, osujeito a quem o empregador entrega a realizao de um determinadoservio, visa o resultado e ele arca com os riscos do negcio, podendorecusar trabalhos. O fato de o empregado executar as suas atividadesem seu domiclio, no significa que o empregador tenha renunciado aoseu poder diretivo. O controle exercido sobre a atividade desenvolvidae sobre o resultado final do servio.

    2. Teletrabalho: No trabalho a distncia do qual o teletrabalho modalidade o controle advindo do poder de direo, poder ocorrerdurante a execuo do trabalho ou em funo de seu resultado.

    Exemplificando: trabalhador que se encontra em conexodiretamente e permanentemente pelo computador com o centro dedados da empresa o empregador poder fornecer as instrues econtrolar o trabalho como se o empregado estivesse noestabelecimento.

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    A internet permite aferir o tempo de conexo do empregado e

    quando ele acessou a ltima vez. Assim dever ser avaliado emconjunto os elementos caracterizadores da subordinao jurdica parasaber se o teletrabalhador autnomo ou empregado subordinado.Como exemplo, podemos citar a subordinao do empregado a umprograma de informtica controlado pela empresa que lhe permitedirigir e controlar a atividade do empregado, disponibilidade de tempo adisposio do empregador com obrigaes de assistir a reunies oucursos de treinamento sob pena de sano disciplinar.

    A distino que a doutrina faz ao conceituar o teletrabalho de

    que ele realizado atravs de tecnologia pesada, que permite aexecuo do trabalho em locais diferentes, mediante sistemas decomunicao e de informtica sem concentrao dos meios produtivos.

    O teletrabalho distingue-se do trabalho a domiclio no porimplicar realizao de tarefas mais complexas do que as tarefasmanuais, mas por abranger setores de diversos segmentos comoconsultoria, informao, edio, contabilidade, telecomunicaes,vendas e operaes mercantis, dentre outros.

    O Teletrabalhador poder ser tanto empregado (relao de

    emprego) quanto autnomo (relao de trabalho) tudo ir depender daforma como o servio for prestado. No o local da prestao deservios que ir definir, mas o fato de o trabalho ser realizado comautonomia pelo trabalhador com poderes para gerir a sua prpriaatividade.

    Vantagens e Desvantagens para a empresa:

    A utilizao do teletrabalho representa as seguintes vantagenspara o empregador: reduo do espao imobilirio, diminuio de

    custos referentes a alugueis, transporte, manuteno, gera maiorprodutividade pelo empregado. H maior ateno aos clientes mediantea conexo informtica/telemtica e etc.

    Elimina-se o tempo perdido no trnsito com a locomooresidncia- trabalho- trabalho residncia. E em contrapartida h maiormotivao e satisfao no exerccio da atividade e tambm diminui oabsentesmo gerado, por exemplo, com a greve de nibus ou comfenmenos metereolgicos.

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    Desvantagens para a empresa so: O teletrabalho gera a

    necessidade de investimentos em equipamentos de um modo geral,uma vez que com os avanos tecnolgicos eles se tornam obsoletosmuito rapidamente. Outra desvantagem a dificuldade de direo econtrole dos trabalhadores, dependendo da forma de teletrabalho aperda da coeso na organizao empresarial ameaa aconfidencialidade da informao.

    Vantagens e Desvantagens para o empregado: A maior vantagem parao trabalhador a flexibilidade de horrio que possibilitar que eleconcilie os encargos familiares com as atividades profissionais. H

    melhoria na qualidade de vida.H um segmento de trabalhadores (donas de casa, presidirios,

    portadores de deficincia, ou idade avanada) que teriam dificuldadesde obter o emprego formal, sendo uma das vantagens do teletrabalho,assim ele poder contribuir como meio propcio para diminuir asdesigualdades de oportunidades.

    A desvantagem desta modalidade de trabalho a distncia oisolamento advindo da falta de contato com outros trabalhadores, osurgimento de conflitos familiares, caso o empregador no consiga

    separar o tempo de trabalho e o tempo livre, o exerccio do direito degreve ser dificultado pelo fato do trabalhador trabalhar a distncia.

    EM RESUMO: Vamos relembrar os elementos da relao deemprego!

    a) trabalho prestado por pessoa natural oufsica;b) pessoalidade;

    c) trabalho prestado em situao desubordinao jurdica;d) onerosidade;e) no-eventualidade.

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    Trabalho prestado por pessoa natural ou fsica

    A prestao de servios que o direito do trabalho toma emconsiderao aquela pactuada por uma pessoa fsica ou natural.Apenas o empregador poder ser pessoa fsica ou jurdica, jamais oempregado (obrigao de fazer/prestar o trabalho).

    Pessoalidade

    O trabalho prestado por pessoa fsica, no significa que seja

    prestado com pessoalidade. A pessoalidade trata-se de elementovinculado ao anterior, mas que se distingue pelo fato de a prestao dotrabalho ter carter de infungibilidade, ou seja, o empregado no podeser substitudo por outra pessoa.

    Significa dizer que a relao jurdica pactuada deve ser cumpridaintuitu personae, em relao ao empregado, que no pode fazer-sesubstituir intermitentemente por outro trabalhador, sob pena dedescaracterizar-se a relao de emprego por ausncia de seu elementoconstitutivo.

    Excees:h situaes que ensejam a substituio do trabalhador, semsuprimir a pessoalidade inerente relao de emprego. So elas:

    Substituio com o consentimento dotomador de servios, por curto tempo eeventualmente.

    Substituio autorizada por lei ou normaautnoma, como, por exemplo, frias,

    licena-gestante, afastamento paracumprir mandato sindical etc. Nestescasos, haver interrupo ou suspensodo contrato de trabalho, no acarretandoa descaracterizao da pessoalidadeinerente relao de emprego.

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    Trabalho prestado em situao de subordinao jurdica

    O empregado exerce suas atividades com dependncia ao seuempregador, por quem dirigido. Ele exerce, ento, um trabalhosubordinado juridicamente, e no econmica ou tecnicamente.

    importante frisar que a subordinao no econmica e nemtcnica, porque quando o empregado detiver a tcnica em que otrabalho for prestado e o seu empregador a desconhecer, ainda assimpoder haver a subordinao caso ele execute os seus servios seguindoas ordens e determinaes de seu empregador.

    Exemplificando:A empresa Alfa contrata Jos para ser tcnico deinformtica, gerenciando os programas de computador, o gerente e oempregador no conhecem nada de informtica, mas Jos prestaservios em horrios determinados por seu empregador, tendo metasde produtividade traadas, sendo subordinado juridicamente a seuempregador apesar de no ser subordinado tecnicamente ao mesmo.

    DICA: importante ressaltar que algumas bancas examinadoras deconcursos utilizam o termo dependncia jurdica para significarsubordinao jurdica.

    A subordinao jurdica poder ser objetiva ou subjetiva.Considera-se subjetiva a subordinao quando recai sobre a pessoa doempregado e objetiva quando recai sobre os servios executados pelotrabalhador.

    O correto dizer que o ordenamento ptrio adotou a teseobjetiva.

    No direito do trabalho a subordinao encarada sob o prismaobjetivo. Acontece que Maurcio Godinho Delgado afirma a conceposubjetiva do fenmeno da subordinao hoje inteiramente superada expressa-se com maior proximidade com a palavra dependncia (art. 3da CLT). Ressalta que qualquer matiz subjetivista no mais possvel eque o tema dever ser interpretado sob a tica essencialmenteobjetivista.

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    Onerosidade

    A onerosidade manifesta-se atravs do pagamento pelo empregadorde parcelas destinadas a remunerar o empregado em funo do contratoempregatcio pactuado. Ela presumida, cabendo ao empregadordemonstrar a sua inexistncia.

    O empregado tem o dever de prestar servios e o empregador tema obrigao de pagar salrios (contraprestao). Exemplo de trabalhosem onerosidade o servio voluntrio, que no gera vnculoempregatcio, pois prestado gratuitamente (Lei n 9.608/98).

    No-eventualidade

    Para que haja relao empregatcia, necessrio que o trabalhoprestado tenha carter de permanncia, no podendo ser espordico.

    Na definio de empregado domstico, temos a expresso serviosde natureza contnua, prestados a pessoa ou famlia no mbitoresidencial destas. Aos empregados domsticos aplica-se a Lei5.859/72.

    Entretanto, a teoria mais aceita pela doutrina para qualificar o queseja ou no eventual a teoria dos fins do empreendimento, pela quala aferio da natureza eventual dos servios prestados h de ser feitatendo em vista os fins normais da empresa.

    Exemplos: garom que trabalha em um restaurante que s abrenos finais de semana e bilheteira de cinema que s funciona aossbados, domingos e feriados. Em ambos os casos o servio prestadono eventual.

    Ressalta-se que so considerados trabalhadores eventuais o chapa,

    aquele que descarrega caminhes nas estradas, o bia-fria e, aprincpio, a diarista domstica.

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    2.2.Empregado e empregador (Sujeitos do Contrato deTrabalho):

    Os sujeitos do contrato de trabalho so: o empregado (semprepessoa fsica ou natural) e o empregador (pessoa fsica - natural oujurdica).

    O empregado tem uma obrigao de fazer, que prestar otrabalho, e o empregador tem uma obrigao de dar, que pagar osalrio.

    Em um contrato de trabalho, o empregado ter a obrigao deprestar trabalho (obrigao de fazer) e os deveres de obedincia ecolaborao a seu empregador. J o empregador ter o dever de pagaro salrio do empregado, tendo, portanto uma obrigao de pagar/dar.

    Empregado toda pessoa natural que contrate tcita ouexpressamente a prestao de seus servios a um tomador, a esteefetuada, com pessoalidade, onerosidade, no-eventualidade esubordinao (Maurcio Godinho Delgado).

    Nos conceitos legais de empregado e empregador (arts. 2 e 3 daCLT, respectivamente), encontram-se presentes cinco elementos ftico-jurdicos que caracterizam a relao de emprego.

    So eles:

    1. Pessoalidade: prestar pessoalmente os servios, no podendofazer-se substituir.

    2. Onerosidade: pagamento de salrio.3. No-eventualidade (vrias teorias/prevalece a dos fins do

    empreendimento).4. Subordinao jurdica ou dependncia jurdica.5. Ser o empregado pessoa fsica.

    Passaremos, agora, ao estudo dos sujeitos da relao de emprego.

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    TTULO I: INTRODUO

    Art. 1- Esta Consolidao estatui as normas que regulam asrelaes individuais e coletivas de trabalho, nela previstas.

    Art. 2- Considera-se empregador a empresa, individual oucoletiva, que, assumindo os riscos da atividade econmica,admite, assalaria e dirige a prestao pessoal de servio.

    1- Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivosda relao de emprego, os profissionais liberais, as instituiesde beneficncia, as associaes recreativas ou outras instituiessem fins lucrativos, que admitirem trabalhadores comoempregados.

    2- Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cadauma delas, personalidade jurdica prpria, estiverem sob adireo, controle ou administrao de outra, constituindo grupoindustrial, comercial ou de qualquer outra atividade econmica,sero, para os efeitos da relao de emprego, solidariamente

    responsveis a empresa principal e cada uma das subordinadas.

    Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que,assumindo os riscos da atividade econmica, admite, assalaria e dirige aprestao pessoal de servio.

    importante lembrar, dos empregadores por equiparao (art. 2,pargrafo 1 da CLT), uma vez que o empregador necessariamente noprecisar ter finalidade lucrativa.

    Art. 3- Considera-se empregado toda pessoa fsica que prestarservios de natureza no eventual a empregador, sob adependncia deste e mediante salrio.

    Pargrafo nico- No haver distines relativas espcie deemprego e condio de trabalhador, nem entre o trabalhointelectual, tcnico e manual.

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    Art. 4- Considera-se como de servio efetivo o perodo em queo empregado esteja disposio do empregador, aguardando ouexecutando ordens, salvo disposio especial expressamenteconsignada.

    Pargrafo nico- Computar-se-o, na contagem de tempo deservio, para efeito de indenizao e estabilidade, os perodos emque o empregado estiver afastado do trabalho prestando serviomilitar e por motivo de acidente do trabalho.

    2.3. Grupo econmico: O tipo legal de grupo econmico para finstrabalhistas est descrito na CLT e na lei do trabalho rural. (art. 2pargrafo segundo)

    2 - Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora,cada uma delas, personalidade jurdica prpria, estiverem sob adireo, controle ou administrao de outra, constituindo grupoindustrial, comercial ou de qualquer outra atividade econmica,sero, para os efeitos da relao de emprego, solidariamenteresponsveis a empresa principal e cada uma das subordinadas.

    O direito do trabalho objetivou com o instituto do Grupo

    Econmico garantir o crdito trabalhista do empregado impondo aresponsabilidade a todas as empresas do grupo econmico. Pode oempregado exigir o seu crdito de todos os componentes do grupo oude qualquer deles.

    Caracterizao do grupo econmico:

    a) Abrangncia objetiva: O Grupo Econmico para finstrabalhistas no precisa se revestir das modalidades tpicasdo direito empresarial ou comercial.

    No se exige prova de sua formal institucionalizao cartorial. Pode-seacolher a existncia do grupo desde que emerjam evidncias probatriasde que esto presentes os elementos de integrao interempresarial deque fala a CLT e lei do trabalho rural.

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    b)Abrangncia subjetiva: O grupo no pode ser qualquerpessoa fsica ou jurdica ou ente despersonalizado ouempregador que no exera atividade econmica.

    No se consubstanciam empresa por no desenvolverem atividadeeconmica o Estado, o empregador domstico, empregador porequiparao, os profissionais liberais, instituies de beneficnciaassociaes recreativas.

    c)Nexo causal entre as empresas: Maurcio Godinho apresentaduas vertentes

    a) restringe a configurao do grupo ocorrncia de nexo deefetiva direo hierrquica entre suas empresas componentes.

    b) exige-se uma relao de simples coordenao entre asempresas do grupo.

    A conseqncia jurdica do reconhecimento do grupo econmico a existncia da responsabilidade solidria entre as empresas. Se umadelas no quitar o dbito as demais so responsveis integralmente peladivida (responsabilidade solidria passiva).

    O grupo deve exercer atividade econmica assim, entre umHospital Universitrio e a Faculdade de Medicina, no haver grupoeconmico para fins trabalhistas.

    H discusso se h necessidade de ter uma empresa controlandoas demais para a configurao do grupo econmico. Prevalece oentendimento de que h possibilidade de formao de grupo econmicohorizontal ou por coordenao sem a presena de uma pessoa jurdicaque administre e dirija as demais empresas.

    A formao de grupo econmico depende de pelo menos duasempresas que estejam sob direo nica, existindo sempre umaprincipal controladora das demais. Exemplo: holding. Todas as empresasdo grupo devem exercer atividade econmica, mas no necessariamentea mesma atividade.

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    Para a corrente majoritria, a solidariedade decorrente do grupo

    econmico a solidariedade passiva.

    Vamos fazer a distino entre solidariedade ativa e solidariedadepassiva: A solidariedade ativa aparece quando o grupo apresentar a figura

    do empregador nico, ou seja, apresenta-se como se fosse umas empresa, havendo promiscuidade nas relaes trabalhistas,comerciais, fiscais. Portanto, ativa a solidariedade que no sedistingue o devedor do responsvel pela dvida.

    A solidariedade passiva aquela em que as pessoas jurdicas sodistintas e independentes, pertencentes a um mesmo grupoeconmico, cada empresa possui atividade econmica distinta epersonalidade jurdica prpria.

    A solidariedade passiva separa o devedor dos responsveis peladvida, assim as empresas integrantes do mesmo grupo econmicoso co-responsveis pela dvida. H quem entenda que a smula 129

    reflete a solidariedade dual, ou seja, ativa e passiva, do grupoeconmico.

    Qual a teoria do empregador nico, e qual a passiva e a ativa?

    No h divergncia quanto absoro do direito brasileiro emrelao solidariedade passiva dos entes integrantes do grupoeconmico. importante ressaltar que h outra corrente interpretativaque sustenta acoplar-se solidariedade passiva tambm a ativa dasentidades componentes do grupo econmico, em face do mesmocontrato de trabalho. Solidariedade dual. Para esta vertente,configurado o grupo econmico os seus componentes consubstanciariamempregado nico.

    A favor da tese da solidariedade dual citamos Otvio BuenoMagano. Diz Maurcio Godinho Delgado que a jurisprudncia do TSTperfilou-se em direo solidariedade dual (empregador nico).

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    O entendimento sumulado do TST considera apenas a existnciade um contrato de trabalho, quando as empresas forem do mesmogrupo econmico e os servios forem prestados durante a mesmajornada de trabalho.

    Ela foi cobrada pela ESAF no ltimo concurso AFT (a questo estno final desta aula).

    Smula 129 do TST A prestao de servios a mais de uma empresa

    do mesmo grupo econmico, durante a mesma jornada de trabalho, nocaracteriza a coexistncia de mais de um contrato de trabalho, salvoajuste em contrrio.

    Importante trazer esta questo da ESAF:

    (ESAF - Juiz do Trabalho Substituto - TRT 7 Regio 2005) Asolidariedade proporcionada pela existncia do grupo econmico podeser conceituada como dual, ou seja, ao tempo em que consagra asolidariedade passiva das empresas, permite o reconhecimento daexistncia de empregador nico. Assim, consoante jurisprudncia

    prevalente no Tribunal Superior do Trabalho, a prestao de servios amais de uma empresa do mesmo grupo, durante a mesma jornada detrabalho, no caracteriza a coexistncia de mais de um contrato detrabalho, salvo ajuste em contrrio.

    Est correta.

    ----------------------------------------------------------------------------

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    2.4. Poderes do empregador no contrato de trabalho:Os poderes

    que o empregador possui no contrato de trabalho, segundo o juristaMaurcio Godinho Delgado, so os seguintes:

    Poder Diretivo: Conjunto de prerrogativas concentradas nasmos do empregador para dirigir a prestao de seus servios.Exemplificando: o empregador quem escolhe a poca deconcesso das frias do seu empregado. Outro exemplo: oempregador quem escolhe os uniformes que sero utilizados porseus empregados.

    Poder Regulamentar: Conjunto de prerrogativas concentradasnas mos do empregador para fixar regras gerais, abstratas eimpessoais a serem observadas no mbito das empresas ouestabelecimentos.

    Poder Fiscalizatrio: Conjunto de medidas para acompanhar aprestao de trabalho.

    Poder Disciplinar: Conjunto de medidas que o empregadorpoder adotar, para propiciar a imposio de sanes para osempregados que descumprirem as obrigaes contratuais.

    O Poder fiscalizatrio recebe o nome de poder de controle, observemquesto de prova:

    (Juiz do Trabalho TRT 8 Regio 2011) O Poder de controle,tambm chamado de poder fiscalizatrio, como uma das divises dopoder empregatcio, tem como manifestaes habituais em umestabelecimento empresarial, a adoo de medidas como o controle deportaria, as revistas dos empregados, o controle de horrio e defrequncia, bem como a utilizao de circuito interno de televiso.(CERTA) (Doutrina pura)

    Poder fiscalizatrio ou poder de controle seria o conjunto deprerrogativas dirigidas a propiciar o acompanhamento contnuoda prestao de trabalho e a prpira vigilncia efetivada ao longodo espao empresarial interno. Medidas como o controle deportaria, revistas, circuito interno de televiso, controle dehorrio e frequencia, a prestao de contas (em certas funese profisses) e outras providencias correlatas so manifestaesdo poder de controle.

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    A Constituio Federal de 1988 tratou da dignidade da pessoa

    humana, protegendo a privacidade, a imagem, a intimidade, etc. Enfim,envolvendo todos os temas imateriais que despontem da personalidadedo ser humano.

    O Poder empregatcio o conjunto de prerrogativas com respeito direo, regulamentao, fiscalizao e disciplinamento da economiainterna empresa e correspondente prestao de servios (MaurcioGodinho Delgado).

    As normas constitucionais possuem status de direitos humanos.

    Assim, os princpios, regras e institutos que regulam o exerccio dodireito de personalidade, aplicveis s relaes de emprego, conferem-lhes nova fora normativa. Assim, h diversas situaes fticas que iroconfigurar violao dignidade do trabalhador.

    a) Dano Moral Individual: O dano moral atinge o patrimnioindividual da pessoa humana, atentando contra o direito dapersonalidade, produzindo repercusses jurdicas, podendo gerarindenizaes.

    Discriminaes, ofensas morais e imagem, utilizao de meios

    abusivos de seleo (testes psicolgicos abusivos ou at mesmo testesde polgrafo), assdio sexual, revistas ntimas realizadas por homens emmulheres (art. 373-A da CLT)etc. so exemplos.

    importante ressaltar que a revista em bolsas e sacolas doempregado tema muito controvertido. Alguns entendem que vlidapor no ser considerada uma resista ntima.

    A corrente majoritria entende que ela possvel, desde querespeitem alguns requisitos, tais como: que haja efetiva necessidade da

    revista, que no seja utilizado procedimentos invasivos (o empregado quem dever abrir a bolsa ou a sacola, no poder ocorrer toque napessoa do empregado).

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    Outros fatos que ensejam a indenizao por dano moral so: alimitao do uso de banheiros no ambiente laborativo, a divulgao dedados contratuais de empregados, especialmente de salrios (soconsiderados violao tutela da privacidade), a instalao de cmerastelevisivas de segurana em banheiros, as dinmicas de metas dedesempenho abusivas e cobranas excessivas, o uso de tcnicasmotivacionais abusivas ou desrespeitosas, a violao de emailsparticulares dos empregados, as condies degradantes no ambiente detrabalho, dentre outras.

    b)

    Dano Moral Coletivo: H casos em que a conduta que leva sleses de ordem moral ao ser humano, ter carter massivo e atingir umncleo coletivo, seja o estabelecimento ou a empresa.

    2.5. Sucesso de empregadores: Sucesso de empresas ou sucessotrabalhista ou alterao subjetiva do contrato de trabalho a figuraregulada nos artigos 10 e 448 da CLT.

    Consiste a sucesso no instituto, atravs do qual se opera umacompleta transmisso de crdito e assuno de dvidas trabalhistasentre alienante e adquirente envolvidos, na transferncia da titularidade

    da empresa ou do estabelecimento.

    Regulada pelos artigos 10 e 448, a sucesso a alteraosubjetiva do contrato de trabalho que ocorre a transferncia datitularidade da empresa ou estabelecimento com completa transmissode crdito e assuno de dvidas trabalhistas entre alienante eadquirente envolvidos.

    Art. 10- Qualquer alterao na estrutura jurdica da empresano afetar os direitos adquiridos por seus empregados.

    Art. 448 da CLT - A mudana na propriedade ou naestrutura jurdica da empresa no afetar os contratos detrabalho dos respectivos empregados.

    Requisitos:

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    a) Transferncia de uma unidade econmico-jurdica, possibilitando queo sucessor continue explorando atividade do sucedido.

    A transferncia de partes separadas sem que proporcione acontinuidade das atividades no configura a sucesso. Exemplos:Equipamentos eletrnicos e maquinas.

    b) Continuidade na prestao de servios: aps a sucesso o sucessordever dar continuidade ao empreendimento.

    O Princpio da continuidade da relao de emprego um princpioembasa a sucesso, por esta razo que eu falei de princpios, embora oedital do concurso passado no o tenha contemplado.

    Observe questo de prova de Juiz do Trabalho:

    (Juiz do Trabalho- TRT - 14 Regio/2005) A sucesso deempregadores, regulada pelos artigos 10 e 448 da CLT, em suadefinio clssica, tem como suporte o princpio da continuidade darelao de emprego, o mesmo se podendo dizer da regra jurisprudencialque confere ao empregador o nus da prova do despedimento do

    empregado.

    CERTA. A assertiva acima est correta pelo princpio dacontinuidade da relao de emprego ser de fato o fundamento dasucesso trabalhista descrita nos artigos 10 e 448 da CLT, uma vez quea sucesso configura-se quando haja transferncia da titularidade daempresa e que no haja soluo de continuidade na prestao deservios.

    J a Smula 212 do TST refere-se a este princpio como presuno

    favorvel ao empregado. Observem abaixo:Smula 212 do TST - DESPEDIMENTO. NUS DA PROVA O nus deprovar o trmino do contrato de trabalho, quando negados a prestaode servio e o despedimento, do empregador, pois o princpio dacontinuidade da relao de emprego constitui presuno favorvel aoempregado.

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    As Clusulas de no responsabilizao no so admitidas na

    sucesso. Assim, mesmo que o sucessor e o sucedido assinem umcontrato no qual a responsabilidade ser exclusivamente do sucedido.Esta clusula no ter valor por estar fulminada de nulidade.

    H importantes Orientaes Jurisprudenciais sobre o tema:

    OJ 225 da SDI-1 do TST Celebrado contrato de concesso de serviopblico em que uma empresa (primeira concessionria) outorga a outra(segunda concessionria), no todo ou em parte, mediantearrendamento, ou qualquer outra forma contratual, a ttulo transitrio,

    bens de sua propriedade: I - em caso de resciso do contrato detrabalho aps a entrada em vigor da concesso, a segundaconcessionria, na condio de sucessora, responde pelos direitosdecorrentes do contrato de trabalho, sem prejuzo da responsabilidadesubsidiria da primeira concessionria pelos dbitos trabalhistascontrados at a concesso;II - no tocante ao contrato de trabalhoextinto antes da vigncia da concesso, a responsabilidade pelos direitosdos trabalhadores ser exclusivamente da antecessora.

    OJ 92 da SDI-1 do TST Em caso de criao de novo municpio, pordesmembramento, cada uma das novas entidades responsabiliza-se

    pelos direitos trabalhistas do empregado no perodo em que figuraremcomo real empregador.

    OJ 261 da SDI-1 do TST As obrigaes trabalhistas, inclusive ascontradas poca em que os empregados trabalhavam para o bancosucedido, so de responsabilidade do sucessor, uma vez que a esteforam transferidos os ativos, as agncias, os direitos e deverescontratuais, caracterizando tpica sucesso trabalhista.

    OJ 411. Sucesso trabalhista. Aquisio de empresa pertencente a

    grupo econmico. Responsabilidade solidria do sucessor por dbitostrabalhistas de empresa no adquirida. Inexistncia.(Divulgada no DeJT22/10/2010) O sucessor no responde solidariamente por dbitostrabalhistas de empresa no adquirida, integrante do mesmo grupoeconmico da empresa sucedida, quando, poca, a empresa devedoradireta era solvente ou idnea economicamente, ressalvada a hiptese dem f ou fraude.

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    Devemos tecer algumas observaes importantes a respeito da

    sucesso:

    1. A sucesso a transferncia de titularidade da empresa sejaprovisoriamente (Exs. arrendamento, usufruto) ou definitivamente(Exs. compra e venda, fuso, doao, etc.);

    2. Poder ocorrer a ttulo pblico ou privado;

    3. Poder ocorrer seja a ttulo gratuito ou no, desde que o sucessorcontinue explorando a mesma atividade econmica que explorava osucedido;

    4. O sucedido no responde pelas dvidas trabalhistas aps asucesso, pois a responsabilidade das obrigaes trabalhistasanteriores sucesso, bem como as posteriores sucesso ser dosucessor.

    OBSERVEM A JURISPRUDNCIA SOBRE O TEMA:

    TST: Tabelio condenado por crditos trabalhistas de titular

    anterior do cartrioData: 04/11/2011A transferncia de titularidade de cartrio, junto com a unidadeeconmico-jurdica que o integra, alm da continuidade na prestaodos servios, caracteriza a sucesso de empregadores, respondendo otabelio sucessor pelos crditos trabalhistas. Com esse entendimento, aPrimeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho no conheceu derecurso do 14 Cartrio de Registro de Imveis de So Paulo, quepretendia reformar deciso que o responsabilizou pelo pagamento deparcelas salariais anteriores ao seu ingresso no tabelionato.

    Essas parcelas salariais resultaram de ao ajuizada por um auxiliar decartrio admitido em agosto de 1971 por meio de contrato de locao deservios. Promovido em maio de 1984 a escrevente, foi demitidoimotivadamente em dezembro de 2002. Embora poca da admisso jvigorasse a CLT, cujo artigo 1 estabelece as normas reguladoras dasrelaes individuais e coletivas de trabalho, o Cartrio entendeu que arelao era estatutria, e no assinou a carteira de trabalho do auxiliarnem lhe concedeu a opo pelo FGTS.

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    Com o advento, em novembro de 1994, da Lei n 8935/1994 (Lei dos

    Cartrios), que prev, no artigo 48 e pargrafos, a possibilidade de osfuncionrios optarem pelo regime celetista, o escrevente fez a opo.Embora o pargrafo 1 do mesmo artigo diga que os efeitos da oposo retroativos, o cartrio no efetuou a anotao da mudana nacarteira de trabalho do empregado.

    Na reclamao trabalhista, o escrevente requereu o reconhecimento doregime jurdico havido entre as partes, considerando-se o efeito legalretroativo opo para todo o perodo contratual, com a retificao daadmisso na carteira de trabalho e indenizao e estabilidade decenalfixadas pelas CLT. A 18 Vara do Trabalho de So Paulo reconheceu aexistncia de vnculo empregatcio desde outubro de 1971 e condenou ocartrio ao pagamento do FGTS sobre salrios, acrescido da multa de40%. O Tribunal Regional do Trabalho da 2 Regio (SP) manteve asentena com base na jurisprudncia do TST, que considera haversucesso na troca da titularidade da serventia.

    No julgamento do recurso de revista pela Primeira Turma, o relator,ministro Vieira de Mello Filho, afirmou que a deciso do Regional semostrou correta. O ministro observou que, segundo os artigos 10 e 448da CLTCLT, o tabelio sucessor responsvel pelos crditos trabalhistas

    relativos tanto aos contratos vigentes quanto aos j extintos.(Lourdes Crtes/CF) Processo: RR-267500-64.2003.5.02.0018 Fonte:www.tst.jus.br

    2.6. Desconsiderao da personalidade jurdica:

    A pessoa jurdica no se confunde com a pessoa do scio,conforme estabelece o art. 20 do Cdigo Civil. O mesmo diploma legalem seu artigo 50 prev a desconsiderao da personalidade jurdica emcaso de abuso da personalidade jurdica caracterizado pelo desvio definalidade ou pela confuso patrimonial.

    Segundo Mauro Schiavo a doutrina trabalhista encampa achamada teoria objetiva da desconsiderao da personalidade jurdica,que permite a possibilidade de execuo dos bens do scio,independentemente de os atos deste terem ou no violado o contrato oude haver abuso de poder.

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    Assim, bastar que a pessoa jurdica no possua bens para darincio execuo dos bens do scio. Este entendimento justifica-se noprocesso do trabalho devido hipossuficincia do empregado emrelao ao empregador.

    A desconsiderao da personalidade jurdica no processo dotrabalho, na fase executria pode ser determinada de ofcio pelo Juiz doTrabalho (art. 878 da CLT).

    A TTULO DE COMPLEMENTAO DO TEMA:STJ: Desconsiderao da personalidade jurdica: proteo com cautela

    Data:31/10/2011

    A distino entre pessoa jurdica e fsica surgiu para resguardar benspessoais de empresrios e scios em caso da falncia da empresa. Issopermitiu mais segurana em investimentos de grande envergadura e essencial para a atividade econmica. Porm, em muitos casos, abusa-se dessa proteo para lesar credores. A resposta judicial a esse fato a

    desconsiderao da personalidade jurdica, que permite superar aseparao entre os bens da empresa e dos seus scios para efeito dedeterminar obrigaes.

    A ministra Nancy Andrighi, do Superior Tribunal de Justia (STJ), contaque a tcnica jurdica surgiu na Inglaterra e chegou ao Brasil no finaldos anos 60, especialmente com os trabalhos do jurista e professorRubens Requio. Hoje ela incorporada ao nosso ordenamentojurdico, inicialmente pelo Cdigo de Defesa do Consumidor (CDC) e nonovo Cdigo Civil (CC), e tambm nas Leis de Infraes OrdemEconmica (8.884/94) e do Meio Ambiente (9.605/98), informou. A

    ministra adicionou que o STJ pioneiro na consolidao dajurisprudncia sobre o tema.

    Um exemplo o recurso especial (REsp) 693.235, relatado pelo ministroLuis Felipe Salomo, no qual a desconsiderao foi negada. No processo,foi pedida a arrecadao dos bens da massa falida de uma empresa etambm dos bens dos scios da empresa controladora.

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    Entretanto, o ministro Salomo considerou que no houve indcios defraude, abuso de direito ou confuso patrimonial, requisitos essenciaispara superar a personalidade jurdica, segundo o artigo 50 do CC, quesegue a chamada teoria maior.

    Segundo Ana de Oliveira Frazo, advogada, professora da Universidadede Braslia (UnB) e especialista no tema , hoje h duas teorias paraaplicao da desconsiderao. A maior se baseia no antigo Cdigo Civil etem exigncias maiores. J na teoria menor, com base na legislaoambiental e da ordem econmica, o dano a ser reparado pode ter sido

    apenas culposo e se aplica, por exemplo, quando h desvio de finalidadeda empresa.

    Acho a teoria menor muito drstica, pois implica a completa negaoda personalidade jurdica. Todavia, entendo que pequenos credores,como consumidores, e credores involuntrios, como os afetados pordanos ambientais, merecem tutela diferenciada, opina a professora.

    Teoria menor

    Um exemplo da aplicao da teoria menor em questes ambientais foi ovoto do ministro Herman Benjamin no REsp 1.071.741. No caso, houve

    construo irregular no Parque Estadual de Jacupiranga, no estado deSo Paulo. A Segunda Turma do STJ considerou haver responsabilidadesolidria do Estado pela falha em fiscalizar.

    Entretanto, a execuo contra entes estatais seria subsidiria, ou seja, oestado s arcaria com os danos se o responsvel pela degradaoecolgica no quitasse a obrigao. O ministro relator ponderou queseria legal ao de regresso que usasse a desconsiderao caso oresponsvel pela edificao no apresentasse patrimnio suficiente parareparar o dano ao parque.

    Outro julgado exemplar da aplicao da teoria menor foi o REsp279.273, julgado pela Terceira Turma do STJ. Houve pedido deindenizao para as vtimas da exploso do Shopping Osasco Plaza,ocorrida em 1996. Com a alegao de no poder arcar com asreparaes e no ter responsabilidade direta, a administradora do centrocomercial se negava a pagar.

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    O relator do recurso, ministro Ari Pargendler, asseverou que, pelo artigo28 do CDC, a personalidade jurdica pode ser desconsiderada se habuso de direito e ato ilcito. No caso no houve ilcito, mas o relatorafirmou que o mesmo artigo estabelece que a personalidade jurdicatambm pode ser desconsiderada se esta um obstculo aoressarcimento de prejuzos causados aos consumidores.

    Cota social

    Entre as teses consolidadas na jurisprudncia do STJ est a aplicada no

    REsp 1.169.175, no qual a Terceira Turma, seguindo voto do ministroMassami Uyeda, decidiu que a execuo contra scio de empresa queteve sua personalidade jurdica desconsiderada no pode ser limitada sua cota social. No caso, um professor sofreu queimaduras de segundograu nos braos e pernas aps exploso em parque aqutico.

    A empresa foi condenada a pagar indenizao de R$ 20 mil, mas avtima no recebeu. A personalidade da empresa foi desconsiderada e aexecuo foi redirecionada a um dos scios. O ministro Uyeda afirmouque, aps a desconsiderao, no h restrio legal para o montante daexecuo.

    Desconsiderao inversa

    Pessoas fsicas tambm tentam usar pessoas jurdicas para escapar desuas obrigaes. No REsp 948.117, um devedor se valeu de empresa desua propriedade para evitar execuo. Para a relatora, ministra NancyAndrighi, seria evidente a confuso patrimonial e aplicvel adesconsiderao inversa. A ministra ressalvou que esse tipo de medida excepcional, exigindo que se atendam os requisitos do artigo 50 doCC.

    Empresa controladora

    Outro exemplo de aplicao da desconsiderao da personalidade foidado no REsp 1.141.447, relatado pelo ministro Sidnei Beneti, daTerceira Turma do STJ. No caso, desconsiderou-se a personalidadejurdica da empresa controladora para poder penhorar bens de forma aquitar dbitos da sua controlada.

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    O credor no conseguiu encontrar bens penhorveis da devedora (aempresa controlada), entretanto a empresa controladora teria bens paraquitar o dbito. Para o ministro Beneti, o fato de os bens da empresaexecutada terem sido postos em nome de outra, por si s, indicariamalcia, pois estariam sendo desenvolvidas atividades de monta porintermdio de uma empresa com parco patrimnio.

    Entretanto, na opinio de vrios juristas e magistrados, adesconsiderao no pode ser vista como panaceia e pode se tornaruma faca de dois gumes. A professora Ana Frazo opina que, se, por umlado, aumenta a proteo de consumidores, por outro, h o risco dedesestimular grandes investimentos. Esse posicionamento compartilhado por juristas como Alfredo de Assis Gonalves, advogado eprofessor aposentado da Universidade Federal do Paran, que teme jhaver uso indiscriminado da desconsiderao pelos Tribunais.

    A ministra Nancy Andrighi, entretanto, acredita que, no geral, ostribunais tm aplicado bem essa tcnica. Ela alertou que criminososbuscam constantemente novos artifcios para burlar a legislao. O quede incio pode parecer exagero ou abuso de tribunais na interpretao

    da lei, logo se mostra uma inovao necessria, declarou.Fraudes e limites

    A ministra do STJ d como exemplo um recente processo relatado porela, o REsp 1.259.018. A principal questo no julgado a possibilidadeda extenso dos efeitos da falncia a empresas coligadas para repararcredores. A ministra Nancy apontou que haveria claros sinais de fraude,com transferncia de bens entre as pessoas jurdicas coligadas eencerramento das empresas com dvidas. Para a ministra, os clarossinais de conluio para prejudicar os credores autorizaria a

    desconsiderao da personalidade das empresas coligadas e a extensodos efeitos da falncia.

    Impor limites ao uso da desconsiderao tambm preocupaoconstante de outros magistrados do STJ, como manifestado peloministro Massami Uyeda em outro processo. No REsp 1.080.682, aCaixa Econmica Federal, por meio da desconsiderao, tentou cancelara transferncia de imvel para pessoa jurdica em processo de falncia.

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    O bem pertencia ao ex-administrador da empresa falimentar e, segundoa Caixa, seria uma tentativa de mascarar sua verdadeira propriedade.Contudo, o ministro Uyeda apontou que a transferncia do imvelocorreu mais de um ano antes da tentativa de penhora. Alm disso,naquele momento, o proprietrio do imvel no administrava mais aempresa.

    Fonte: www.stj.jus.br

    2.7. Terceirizao:

    Terceirizao: (Relao Trilateral)Intermediador de mo-de-obra

    Trabalhador

    (Terceirizado) Tomador de Servios

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    Conceito: O termo terceirizao compreende as palavras: intermedirioou interveniente. O conceito de terceirizao para o Direito do Trabalhoque considero mais abrangente o do jurista Maurcio Godinho Delgado.

    Terceirizao o fenmeno pelo qual sedissocia a relao econmica de trabalhoda relao justrabalhista que lhe seriacorrespondente.

    Por tal fenmeno insere-se otrabalhador no processo produtivo dotomador de servios sem que seestendam a este os laos justrabalhistas,que se preservam fixados com umaentidade interveniente.

    TerceirizaoRelao

    Trilateral

    OBREIRO EMPRESA

    TERCEIRIZANTE

    EMPRESA

    TOMADORA DOSSERVIOS

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    A terceirizao provoca uma relao trilateral em face dacontratao da fora de trabalho no mercado capitalista:

    a) O obreiro: o prestador de servios que ir realizar as suasatividades junto empresa tomadora de servios.