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  • NOES DE IDENTIFICAO PAPILOSCOPISTA PF 2012 PROFESSOR: ALEXANDRE BRAGA

    Prof. Alexandre Braga www.pontodosconcursos.com.br 1

    Ol, amigos!

    Como vo vocs? Espero que bem! E estudando muito!

    O que vocs acharam da aula 0? Meu... aquela aula foi chata... nossa senhora!! Ficar lendo leis e se esforando para decor-las realmente um saco.

    Fora que temos que praticamente decorar os detalhes para podermos nos sair bem nas provas. E na hora do estresse... vixe... complica mesmo.

    Por isso, o negcio ter calma. Montar um cronograma de estudos e segu-lo risca um dos segredos entre quem passa e quem no passa.

    Ento vamos l, pois no temos tempo a perder.

    Os assuntos de hoje so, de longe, muito mais interessantes que os da aula passada.

    Hoje estudaremos os seguintes tpicos:

    4 Caractersticas morfolgicas de identificao: gnero, raa, idade, estatura, malformaes, sinais profissionais, sinais individuais, tatuagens.

    5 Identidade policial e judiciria.

    5.1 Bertiolagem.

    5.2 Retrato falado.

    5.3 Fotografia sinaltica.

    Vamos por a mo na massa?

    AULA 1: CARACTERSTICAS MORFOLGICAS DE IDENTIFICAO. IDENTIDADE POLICIAL E JUDICIRIA.

    4 Caractersticas morfolgicas de identificao: gnero, raa, idade, estatura, malformaes, sinais profissionais, sinais individuais, tatuagens

    Caractersticas morfolgicas so todas as caractersticas que derivam da formao do indivduo.

    As caractersticas morfolgicas de identificao so aquelas que podem determinar a identidade de uma pessoa.

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    A identidade, por outro lado, o conjunto de atributos que individualiza algum. Individualizar algum dizer quem ele .

    Ou seja, vamos usar os aspectos morfolgicos da pessoa (exterior) para dizer quem ela .

    Percebam que esses conceitos de identidade, individualizao e identificao so cclicos. Um depende do outro.

    No cdigo penal brasileiro, temos outra definio de identidade: O conjunto de caracteres prprios e exclusivos de uma pessoa.

    Quando pretendemos identificar algum, usamos como referncia as caractersticas que essa pessoa exibe.

    Por exemplo, se eu chego para vocs e digo que temos um conhecido em comum. A vocs me perguntam: quem ele ?. Ou seja, querem que eu o identifique, querem que eu o individualize no meio do universo de pessoas que vocs conhecem.

    A eu comeo a descrio dizendo que uma mulher. Bom, vamos supor que cada um de ns conhea 50 mulheres e 50 homens. Ainda no resolveu... podem ser 50 pessoas ainda.

    A eu digo que negra. J restringiu um pouco. Suponham que vocs conheam 20 mulheres negras. Agora eu digo que devia ter entre 20 e 30 anos. Melhorou um pouco... suponham que vocs conhecem 15 mulheres negras que tenham entre 20 e 30 anos.

    A eu digo que uma moa bem baixinha, assim, com cerca de 1,40 de altura. Imaginem que vocs conheam 5 mulheres negras que tenham entre 20 e 30 anos e que sejam baixinha. Ainda assim, no individualizou...

    A para fechar, eu digo que ela loira. ... mas vocs conhecem 3 mulheres negras, de 20 a 30 anos, baixinha e loira.

    A eu digo que ela tem as mos bem speras porque ela trabalha com produtos de limpeza como detergente e sabo (moas, esses produtos acabam com a mo da pessoa...).

    A vocs lembram que conhecem 2 mulheres negras, de 20 a 30 anos, baixinha, loira e com a mo bem spera.

    Mas a trago outra caracterstica. Eu digo que ela tem uma verruga bem no meio do nariz.

    Agora matou! Vocs conhecem apenas 1 mulher negra, de 20 a 30 anos, baixinha, loira, com a mo bem spera e com uma verruga bem no meio do nariz. a dona Rigoleta! A moa que faz umas empadas maravilhosas e as serve aqui no meu condomnio! Muito bom! Percebam... eu poderia ter falado

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    todas essas caractersticas morfolgicas ou ter dito direto o nome da sra. Rigoleta.

    De qualquer maneira, eu a identifiquei. Na verdade verdadeira, eu no a identifiquei, mas reduzi a amostra da populao a cada definio de caracterstica. Nesse exemplo que eu dei, para esse universo inicial de 100 pessoas, houve uma identificao. No entanto, se aumentarmos o nosso universo de pesquisa para todo o planeta Terra, no terei identificado ningum, pois facilmente encontraramos pessoas com todas essas caractersticas listadas.

    De uma maneira mais simplificada: identificar dar nome aos bois. Alis, dar nome a um certo e nico boi.

    Percebam que as caractersticas necessrias para a identificao precisam ter certo grau de fixidez, ou seja, precisam ter a qualidade de se manterem permanentemente, ou num espao de tempo suficientemente longo.

    Quando eu falei do cabelo, poderia ter havido um erro de identificao pois as mulheres trocam de cabelo como trocam de roupa. Ou seja, no h fixidez nessa qualidade.

    Vocs poderiam me dizer: mas prfi a idade tambm muda.... Pois . Muda mesmo, mas temos condies de calcular e estimar a idade de uma pessoa sem muita dificuldade.

    Na realidade, so 5 os requisitos que se deseja que um mtodo de identificao apresente:

    Unicidade ou individualidade: a caracterstica tem que ser nica do indivduo, no pode estar presente em outro;

    Imutabilidade: a caracterstica deve se manter constante ao longo dos anos e no pode variar;

    Perenidade: a caracterstica deve resistir ao do tempo;

    Viabilidade ou praticabilidade: possibilidade de se aferir a caracterstica rotineiramente;

    Classificabilidade: trata-se de uma caracterstica do processo de identificao ligada ao arquivamento e recuperao da informao com rapidez.

    Na PF aqui de So Paulo j fui um dos responsveis pela elaborao dos Retratos Falados (nome incorreto, explicarei mais frente nessa aula). Certo dia, um senhor veio fazer um retrato comigo. Durante a entrevista, perguntei-lhe sobre a data do ltimo contato com a bandida. Ele me disse que fazia uns 10 anos que a tinha visto pela ltima vez. Quando ele disse isso, no tive dvidas. Era impossvel, ou quase impossvel, a identificao da

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    mulher. Mesmo que ele me falasse de todos os atributos que apresentavam certa fixidez, o tempo poderia ter modificado-a completamente. De modo que nossa equipe procuraria algum que nem mais se parece com o algum que seria desenhado. Por isso, alguns aspectos de identificao devem ser descritos e registrados rapidamente, para que se possa finalmente identificar a pessoa, ou seja, chegar nela.

    Agora que eu j dei esse exemplo suuuuuuper interessante sobre identificao e j passei o conceito de identidade, vamos nos ater aos conceitos morfolgicos de identificao cobrados no edital.

    Gnero: o sexo da pessoa. Esse sim, tem uma certa fixidez. Digo certa porque ela no absoluta. Um dia desses, eu estava trabalhando no setor de passaportes e veio uma moa linda, maravilhosa tirar o passaporte comigo. Quando eu peguei os seus papis e comecei a falar com ela, percebi que no se tratava de ela, mas sim de ex-ele, ou seja, um homem que se transformou em mulher. (Guardem suas piadas para vocs, por favor... no posso me manifestar sobre esse caso...rsrs). E se transformou mesmo! Fez a cirurgia de instalao, digo implante, de seios e cortou o pnis, fazendo uma vagina. Claro, tambm fez todos os ajustes no resto do corpo e todos os ajustes legais, inclusive averbou em seus papis a mudana de gnero e nome. O gnero da pessoa pode ser masculino ou feminino. No h segredo nisso. Mas interessante saber quais so os outros tipos de classificao de gnero ou de sexo. Como assim???? Calma... s existe masculino ou feminino, mas h formas de se constatar qual o gnero da pessoa:

    Gnero (sexo) cromossomial: determinao atravs dos cromossomos XX, XY

    Gnero (sexo) gonadal: determinao pela avaliao das gnadas, se h testculos ou ovrios

    Gnero (sexo) cromatnico: determinao pela presena do corpsculo de Barr (pedaos de material gentico)

    Gnero (sexo) da genitlia interna: presena de ductos de Wolff (no homem viram os canais deferentes) ou ductos de Mller (na mulher viram fimbrias, trompas, tero e tero proximal da vagina)

    Gnero (sexo) comportamental (psquico): sexo que o indivduo acha que tem

    Gnero (sexo) mdico legal: constatado por percia mdica nos indivduos de genitlia dbia ou sexo duvidoso

    Raa: uma classificao de ordem social, onde a cor da pele e certas caractersticas morfolgicas so usadas como parmetros.

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    O conceito de raas humanas foi usado pelos regimes colonialistas, para perpetuar a submisso dos colonizados, j que tais caractersticas se transferem de pais para filhos. Hoje em dia, somente nos Estados Unidos se classifica a populao em raas, supostamente para proteger os direitos das minorias.

    As caractersticas morfolgicas mais comuns referem-se cor de pele, tipo de cabelo, forma da face e do cranial, ancestralidade e gentica.

    Por ser um tema tratado como tabu, devido ao seu impacto na identidade social e poltica, o conceito de raa contestado por alguns estudiosos. Entre os biolgos, um conceito com certo descrdito por no se respeitar as normas taxonmicas atualmente aceitas.

    Algumas vezes utiliza-se o termo raa para identificar um grupo cultural ou tnico-lingstico, sem quaisquer relaes com um padro biolgico. Nesse caso pode-se preferir o uso de termos como populao, etnia, ou mesmo cultura.

    A obra "Nouvelle division de la terre par les diffrents espces ou races qui l'habitent" ("Nova diviso da terra pelas diferentes espcies ou raas que a habitam") de Franois Bernier, publicada em 1684, trouxe a primeira classificao do homem em raas. Os naturalistas do sculo XIX, publicaram estudos sobre as "raas humanas", como Georges Cuvier, James Cowles Pritchard, Louis Agassiz, Charles Pickering e Johann Friedrich Blumenbach. Nesse momento, as "raas humanas" diferenciavam-se pela cor da pele, tipo facial (principalmente as formas dos lbios, olhos e nariz), perfil craniano e caractersticas do cabelo, mas considerava-se tambm que essas caractersticas proporcionavam diferenas no conceito de moral e na inteligncia, pois uma caixa craniana maior ou mais alta representava um crebro maior, mais alto e por consequncia maior quantidade de clulas cerebrais.

    Como dissemos, identificar determinar algum por meio de descries. A necessidade de descrever as pessoas nasce do contato entre indivduos e entre grupos diferentes. No entanto, a classificao de grupos traz sempre consequncias negativas, principalmente pelos termos empregados, que podem ser considerados pejorativos pelos grupos visados. Mesmo num pas multicultural como o Brasil, chamar algum de japons bem diferente de chamar algum de negro ou de branco. Tradicionalmente, os seres humanos foram divididos em trs ou cinco grandes grupos de linhagem, que apresentam caractersticas que foram mudando ao longo do tempo:

    Mongoloide (raa amarela): povos do leste e sudeste asitico, Oceania (malaios e polinsios) e continente americano (esquims e amerndios).

    Caucasoide (raa branca): povos de todo o continente europeu, norte da frica e parte do continente asitico (Oriente Mdio e norte do Subcontinente Indiano).

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    Negride (raa negra): povos da frica Subsaariana.

    Os outros dois grupos de linhagem humana poderiam ser:

    Australoide: sul da ndia (drvidas), negritos das Ilhas Andaman (Oceano ndico), negritos das Filipinas, aborgenes de Papua-Nova Guin, aborgenes da Austrlia e povos melansios da Oceania.

    Capide: tribos Khoisan (extremo sul do continente africano).

    Apesar de poderem ser considerados como dois grupos distintos de linhagem humana, australides e capides tambm podem ser considerados como negrides, de acordo com essa mesma classificao tradicional.

    Como toda classificao, a classificao em raas no perfeita e, ao longo do tempo, foram sendo usados outros termos, principalmente para grupos de caractersticas que no se ajustavam aos grupos "definidos", como por exemplo os pardos (indgenas do sub-continente indiano) e outros. Alm das caractersticas fsicas, houve sempre outras, mais relacionadas com a cultura, principalmente a religio dos "outros", como os mouros ou "infiis", como os europeus denominavam os muulmanos, ou os judeus.

    No incio do sculo XX, Franz Boas ps em causa a noo de raa e foi seguido por outros antroplogos, como Ashley Montagu, Richard Lewontin e Stephen Jay Gould. Contudo, alguns poucos cientistas como J. Philippe Rushton, Arthur Jensen, Vincent Sarich e Frank Miele (autores de "Race: The Reality of Human Differences") proclamam que no s essa tese falsa, mas que foi politicamente motivada e no tem bases cientficas.

    O conceito de diviso em raas era (ainda ?) usado como mecanismo de dominao entre os povos, com finalidade poltica.

    H estudos mostram que a percepo social da cor como definidora de uma diviso humana em "raas" apenas uma construo scio-cultural. Assim, durante a montagem do sistema escravista moderno, no qual milhes de africanos foram transferidos compulsoriamente para as Amricas para o trabalho escravo, fortaleceu-se o conceito de uma "raa negra", superpondo-se a toda uma grande quantidade diferenas tnicas que existiam na frica, e que ainda existem hoje. Os africanos nas sociedades que precederam o moderno sistema escravista, no se viam como "negros", tal como sustenta Jos D'Assuno Barros em seu livro A Construo Social da Cor (2009). Na frica, os africanos se diferenciavam pelas identidades tnicas, e no se viam como pertencendo a uma nica "raa negra", um conceito que para eles no existia, j que todos eram negros. Os interesses do trfico levavam os comerciantes a motivar a diferena tnica entre os africanos de modo que os comerciantes conseguiam escravos das guerras intertribais, nas quais as tribos vencedoras vendiam os indivduos pertencentes s tribos vencidas. No foi o homem branco europeu que inventou a escravido. Anlises genticas recentes indicam que, como pensam os que defendem a teoria da origem nica, a frica

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    foi o bero da humanidade, outros defendem a teoria da origem multiregional. Verificou-se que os aborgenes australianos de um grupo isolado dos restantes por muito tempo e que os outros grupos, incluindo "europeus", "asiticos" e "nativos americanos" surgiram de um nico grupo resultado das migraes para fora do continente africano e que poderia dividir-se no equivalente aos oeste e leste "euro-asiticos", reconhecendo sempre haver muitos grupos intermdios.

    interessante notar que no Brasil, houve como resultado da miscigenao a formao de outros grupos decorrentes da mistura entre o branco, o negro e o ndio. Assim, temos o mulato (negro+branco), o caboclo ou mameluco (branco+ndio), o cafuzo (negro+ndio) e o pardo (diversos cruzamentos).

    No incio eram somente essas as raas que se poderia encontrar como resultado da miscigenao, mas com o tempo, mais imigrantes participaram desses cruzamentos de raas, tornando ainda mais complexo o agrupamento de semelhanas entre os indivduos.

    Idade: o nmero de anos a se contar desde o nascimento do indivduo. Vrios so os aspectos fsicos que podem indicar uma idade para fins de estimativa: aparncia, rugas na pele, presena de pelos pubianos, arco senil na regio do globo ocular, dentio, radiografia dos ossos com solduras ou pontos de ossificao, estatura, formato de coluna, ausncia de cabelos, colorao grisalha de cabelos. Uma coisa que chama bem a ateno quando voc conversa com uma mulher que fez plsticas. Ali, por fora, no rosto, d at para enganar, mas quando voc olha para as mos e para o pescoo da pessoa... a no tem jeito. H atrizes nas novelas que voc percebe que nunca envelhece. D uma reparada no pescoo delas... no tem milagre. O tempo inimigo da juventude.

    Estatura: o tamanho da pessoa. Simples. Com o tempo as pessoas vo aumentando. Chega-se a uma idade, prxima ao fim da adolescncia, que a estatura para de aumentar e comea a se estabilizar. Quando a 3 idade se aproxima (a melhor idade...), devido a perda de clcio nos ossos e nova conformao da coluna, a estatura vai diminuindo. Eu nunca vi uma av grande. Vocs j viram??

    Malformaes: so defeitos morfolgicos devido m formao do corpo humano.

    Sinais profissionais: so os reflexos que a atividade laboral, ou seja, que o trabalho imprime no corpo do trabalhador. Em outras palavras, so as marcas

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    que o trabalho causam no trabalhador. Normalmente so relacionadas a deformaes no corpo da pessoa, consequncia direta da prtica de certa atividade por muito tempo.

    Sinais individuais: so os sinais que s aquele indivduo possui, tais como as cicatrizes.

    Tatuagens: so desenhos ou pictogramas gravados na pele com a utilizao de substncias corantes, vegetais ou minerais. uma prtica muito antiga e era usada pelos povos primitivos como sinal de identificao. Na antiguidade, alguns povos prisioneiros eram marcados na fronte com tatuagem para indicarem suas condies. A tatuagem chegou a ser proposta como meio de identificao criminal e civil pelo jurisconsulto e filsofo ingls Jeremy Bentham, em 1832. Porm tal ideia no prosperou pois no alcanou aceitao social.

    5 Identidade policial e Judiciria

    Por uma questo didtica, os mtodos de identificao so classificados ou divididos em dois grandes grupos: identificao judiciria ou policial, quando no depende de conhecimentos mdicos para a identificao; e identificao mdico-legal, que se divide em psquica, funcional e fsica, quando o conhecimento mdico absolutamente necessrio. No falaremos da identificao mdico-legal, pois foge ao nosso escopo.

    Destaco que alguns dos mtodos que citarei adiante no tm mais aplicao, no entanto, cada um deles teve sua importncia em sua poca.

    Quando se pretende identificar algum, parte-se das caractersticas gerais para as caractersticas especficas; a identificao determinar o gnero, a raa, a idade, a estatura, a presena de malformaes, sinais individuais etc, com o objetivo de chegar-se a uma identidade e podermos dizer esse Fulano.

    A identidade policial ou judiciria envolve os seguintes mtodos de identificao, podendo ser usados em conjunto, alguns j esto em desuso, conforme eu disse acima, outros, no entanto, esto em pleno desenvolvimento:

    Nome ou Onomstico (dados alfanumricos);

    Ferrete (marcao com ferro quente em criminosos e escravos);

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    Assinalamento sucinto (resumo de descrio);

    Antropometria (baseado nas medidas de partes do corpo - Bertilonagem);

    Bertilonagem (ser estudado mais frente);

    Fotografia simples;

    Fotografia sinaltica (foto de frente e de perfil ser estudado mais frente);

    Assinalamento descritivo (descrio mais detalhada, produzindo Retrato Falado);

    Dactiloscopia/Papiloscopia (impresses digitais ser estudado na Aula 2)

    Poroscopia (forma e posio das impresses dos poros da pele);

    AFIS (Automated Fingerprint Identification System computador que compara impresses digitais).

    Pois bem, agora que j citamos alguns dos mtodos de identificao policial ou judiciria, vamos nos focar no que foi exigido no edital:

    5.1 Bertiolagem (Bertilonagem ou Bertilhonagem)

    No fim do sculo XIX, resolveu-se utilizar os avanos da cincia em processos de identificao.

    Em 1879, Alphonse Bertillon, um pesquisador francs, desenvolveu o primeiro laboratrio de identificao criminal com base nas dimenses do corpo humano, criando a Antropometria, tambm chamada de Sistema Bertillon, ou Bertiolagem.

    Bertillon, nascido em 1853, foi um jovem rebelde que tentou trabalhar em um monte de carreiras mas no tinha dado muito certo em nenhuma. Sua famlia era muito influente e por isso conseguiu um cargo para ele na polcia de Paris, em 1879.

    Como ele tinha muito interesse em antropologia, resolveu dar uma organizada no sistema de identificao de criminosos de Paris, que estava uma zona, tentando vrios mtodos de identificao, que permitisse identificar precisamente cada um dos criminosos presos da cidade.

    Ele tirou medidas de certas regies do corpo, entre elas a largura do crnio, o comprimento dos ps, tamanhos de dedos etc. Alm disso, associou essas

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    medidas s caractersticas como cor de cabelo e olhos e fotografias de frente e perfil.

    Dividindo cada uma das medidas em pequenos, mdios e grandes grupos, Bertillon conseguiu uma maneira eficiente de arquivamento e consulta das informaes, de modo que criou inicialmente 243 distintas categorias. Posteriormente, associando cores de olhos e cabelos, chegou a 1701 grupos.

    Toda vez que um criminoso era preso, ele era medido, descrito e fotografado. Suas informaes eram registradas em cartes, que eram posteriormente arquivados e possibilitavam consulta posterior. Para termos uma ideia, num arquivo com 5000 registros, por exemplo, cada uma das categorias primrias traria apenas cerca de 20 registros, permitindo uma consulta no muito difcil para comparar com novos suspeitos. Se houvesse identificao daquele preso, ele passaria a ser considerado reincidente e essa nova priso ficaria registrada em sua ficha.

    Bertillon enviou uma carta explicando seu sistema para a Prefeitura de Paris, que, acreditando que era piada, ignorou suas pesquisas.

    Em 1881, o Prefeito se aposentou e o novo Prefeito empossado concordou em aplicar o sistema Bertillon oficialmente, que se espalhou pela Frana, Europa e resto do mundo.

    A padronizao trazida pelo sistema Bertillon no mundo civilizado significou que pela primeira vez na histria qualquer pessoa uma vez identificada e devidamente classificada poderia ser novamente identificada no futuro.

    O sucesso do sistema Bertillon baseado em 3 princpios bsicos:

    A fixidez do esqueleto humano a partir dos 20 anos de idade;

    A variabilidade das dimenses dos esqueletos de uma pessoa para outra;

    A facilidade e preciso na aferio de medidas e caractersticas.

    O sistema (antropomtrico) de Bertillon consistia em 3 tipos de assinalamento:

    Assinalamento descritivo ou retrato falado;

    Assinalamento de marcas particulares;

    Assinalamento antropomtrico.

    O assinalamento descritivo ou retrato falado referia-se descrio do identificado, considerando as notaes cromticas, as notaes morfolgicas e os traos complementares.

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    Notaes cromticas

    Cores de cabelo, olhos, pele e barba/bigode

    Notaes morfolgicas

    Fronte: altura, largura, inclinao, proeminncia e particularidades

    Nariz: dorso, base, dimenses e particularidades

    Orelha: forma geral, orla, lbulo, anttragos, separao e particularidades

    Lbios: altura do espao naso-labial, proeminncia, largura, espessura e particularidades

    Boca: dimenses e inclinao das comissuras

    Mento: largura, proeminncia e particularidades

    Sobrancelhas: forma geral, implantao, comprimento, espessura e particularidades

    Plpebras: aberturas horizontal e vertical

    Contorno geral: formato e particularidades

    Traos complementares: detalhes no rosto

    O assinalamento de sinais particulares referia-se ao registro das marcas de cicatrizes, manchas da pele, tatuagens, aleijes, amputaes etc.

    O registro era feito conforme a regio do corpo, que era dividido em 6 reas:

    Extremidade inferior esquerda

    Extremidade superior direita

    Parte anterior do rosto e do pescoo

    Peito e ventre

    Parte posterior do pescoo e costas

    Outras partes do corpo

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    O assinalamento antropomtrico referia-se tomada de medidas de onze partes do corpo:

    Dimetro Antero-posterior da cabea

    Dimetro transversal da cabea

    Comprimento da orelha direita

    Dimetro bi-zigomtico

    Comprimento do p esquerdo

    Comprimento do dedo mdio esquerdo

    Comprimento do dedo mnimo esquerdo

    Comprimento do antebrao esquerdo (do cotovelo ponta do dedo mdio)

    Envergadura dos braos

    Estatura

    Largura do tronco (busto)

    Apesar do entusiasmo inicial com o Sistema Antropomtrico, alguns problemas comearam a surgir no mtodo ao longo dos anos:

    Aplicava-se somente aos adultos de 20 a 65 anos;

    Dificuldade em aplicar-se o mtodo s mulheres;

    As mesmas medidas apresentavam variedade nos resultados, mesmo se extradas da mesma pessoa por dois peritos diferentes ou duas vezes pelo mesmo perito;

    No havia correspondncia direta dos termos para classificao nos vrios pases (cada pas chamava uma caracterstica com um nome diferente);

    Dois indivduos diferentes poderiam apresentar valores antropomtricos iguais.

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    Um caso muito importante de erro de identificao baseado no sistema antropomtrico de Bertillon foi o caso de Will West, nos Estados Unidos. Quando foi preso em Leavenworth,em 1903, West negou qualquer priso anterior, no entanto, ao se comparar as medidas de West com as arquivadas na penitenciria, o agente descobriu um carto com as mesmas medidas com o nome de William West. Reparem como as fotografias de William West se parecem demais com as de Will West, alm da semelhana entre os nomes. As frmulas derivadas das medidas do sistema Berillon tambm eram quase idnticas, dentro da tolerncia admitida pelo sistema. Porm, quando as impresses digitais de ambos foram comparadas, no havia nenhuma semelhana. O caso ps em cheque trs mtodos usados na identificao humana, o nome pessoal, a fotografia, e as medidas de Bertillon, sendo todos derrotados pela preciso e confiabilidade das impresses digitais. Essa era uma falha inaceitvel para o sistema de identificao de Bertillon.

    Perceberam que bastou um ssia com nome parecido para queimar o filme do sistema de Bertillon?

    Logo mais, apresento uma ilustrao, a ttulo de exemplo, indicando parte das medies que eram feitas na aplicao do mtodo antropomtrico de Bertillon (no total, eram 11, mas na ilustrao no aparecem todas), abaixo da fotografia sinaltica de Galton (outro estudioso da identificao que estava em Paris visitando Bertillon e serviu de cobaia). Mais frente, explicarei o que a fotografia sinaltica.

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    Retrato Falado

    Como j foi dito aqui, o Retrato Falado, ou Assinalamento descritivo, era uma das dimenses da Bertilonagem (Mtodo Antropomtrico). No entanto, acredito que o edital do concurso no pediria duas vezes a mesma coisa. Assim, falarei aqui para voc o significado do Retrato Falado na atualidade.

    Assim, saibam que esse termo Retrato Falado tem 2 significados distintos: um relacionado Bertilonagem, outro relacionado uma tcnica de identificao, que descreverei brevemente agora.

    O termo Retrato Falado, enquanto ferramenta de identificao um termo inadequado. Primeiramente, porque o Retrato Falado feito por uma pessoa, o Papiloscopista (em breve ser voc que vai fazer os Retratos Falados...rsrs). No entanto, somente as mquinas fotogrficas fazem retratos, ou sejam, tiram fotos. Assim, o termo mais adequado para o que hoje seria o Retrato Falado Representao Facial Humana. Trata-se de uma representao, pois durante a entrevista de confeco, o entrevistado (a pessoa que descreve o suspeito) escolhe peas na tela de um computador, que sero unidas atravs de um programa de editorao de imagens e depois formar um rosto de uma pessoa. exatamente por isso, formar um rosto humano, que temos o termo Facial Humano.

    A Representao Facial Humana uma ferramenta necessria para se reduzir o universo dos suspeitos. Gravem isso. a coisa mais importante que vocs precisam saber sobre RFH. Ento, se perguntarem na prova para que ser a Representao Facial Humana, digam, sem vacilar: o objetivo da RFH reduzir o universo dos suspeitos.

    A RFH pode ser usada como meio subsidirio de prova. Entretanto, sua maior aplicao ocorre na investigao, pois procuramos uma pessoa parecida com aquela do desenho, constituindo assim, na falta de outros meios, a pea inicial do inqurito policial.

    A confeco da RFH considerada um processo cientfico, j que obedece a uma metodologia prpria e atinge sempre o mesmo resultado.

    No se trata na RFH de reproduzir uma identificao absoluta de uma pessoa, mas uma identificao parcial, que ser semelhante imagem que o entrevistado tem sobre uma pessoa.

    A semelhana do RFH com a imagem da pessoa representada depende de muitos fatores, tais como a memria de quem viu, quanto tempo e em que circunstncias o rosto foi visto, quando houve o contato pessoal, estado emocional e ateno do entrevistado na hora do fato, o empenho e interesse do entrevistado em passar essas informaes caractersticas para o Papiloscopista, a habilidade do Papiloscopista, o grau de desenvoltura do entrevistado etc. Como vocs puderam perceber elaborar um RFH depende de muitos fatores subjetivos, ou seja, impresses pessoais que cada um de ns

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    tm sobre algum. Por isso, ao final da confeco do RFH, o entrevistado d uma nota de 0 a 10 para o RFH. A nota 0 significa que o RFH no tem nada a ver com o rosto que a pessoa viu. Por outro lado, a nota 10 significa que est perfeito.

    Certa vez, minha esposa foi sequestrada aqui na porta da casa de sua av. Foi um sequestro relmpago em que o bandido depois de t-la rendido, ficou passeando por caixas eletrnicos e fazendo compras num shopping aqui da regio. Como minha esposa sabia que eu iria fazer o RFH, ficou bem calma e prestou bem ateno na cara do sujeito. O bandido at estranhou a sua calma. Quando ela voltou para casa, fomos PF e fizemos o RFH do safado, alm de periciarmos o carro e o celular em busca de impresses digitais. Acreditam que ela me deu nota 2??? Pois ... foi a pior nota que eu recebi num RFH!! Alguns dias depois, eu estava andando por acaso pela regio onde ela foi sequestrada e encontrei um cara parecidssimo com o suspeito, vestindo inclusive coisas que ele roubou do carro, tal como os culos da minha cunhada. Tirei um monte de fotos do cara, segui-o at um local onde trabalhava sua namorada e passei todas essas informaes, inclusive o RFH, para a Polcia Civil (afinal, sequestro relmpago no crime de competncia da PF). O pessoal da Polcia Civil olhou as fotos e o RFH. A me perguntaram: Nota 2? U... mas t igualzinho.... Cerca de 2 semanas depois, me ligaram e disseram que tinham encontrado o cara, que pararam-no na rua e que ele reagiu, trocando tiros com a Polcia. Infelizmente o bandido veio a bito.

    O que quero mostrar que esse negcio de dar uma nota pro RFH tambm algo muito subjetivo. Minha mulher extremamente perfeccionista. Por isso me deu nota baixa. J fiz outras RFH em que tive nota bem alta, mas que depois que pegaram o bandido, no se parecia muito.

    A Representao Facial Humana pode ser feita atravs de um dos trs mtodos (mtodo artstico, mtodo tcnico, mtodo misto).

    No mtodo artstico, o desenhista procura reproduzir artisticamente o que est sendo descrito pelo entrevistado, sem se basear em mtodos. As desvantagens desse mtodo so que o entrevistado desconhece a tcnica e usa termos prprios para descrever o rosto que viu, esbarrando em dificuldades de comunicao; a necessidade de um desenhista altamente talentoso e especializado e os toques pessoais e subjetivos de cada desenhista.

    No mtodo tcnico, o rosto formado com o uso de equipamentos tcnicos, que so na verdade Kits de montagem de peas (antes do advento dos computadores) ou programas de computadores. Tais kits e programas apresentam uma sria de peas, pedaos de rosto humano, catalogados conforme as caractersticas descritas pelo entrevistado. Aps o uso desses kits e dos programas de computador, passa-se elaborao final da Representao Facial Humana, em que o especialista finalmente mescla as partes, constituindo um rosto. A grande vantagem desse mtodo que o entrevistado v um monte de variaes de peas de rosto e escolhe dentre as apresentadas quais as mais compatveis com a imagem que ele tem na sua

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    memria. A maior desvantagem, por outro lado, que o nmero de imagens de peas de rosto limitado, no abrangendo todas as variaes possveis.

    No mtodo misto, temos a aplicao dos dois mtodos anteriormente descritos. Primeiramente usa-se o mtodo tcnico para a escolha das peas, depois disso, os ajustes so feitos no desenho, tais como a aplicao de tcnicas de luz e sombra para aumentar ou diminuir a profundidade, a aplicao de cicatrize e outros sinais individuais e a correo nas dimenses e formas do rosto. Tradicionalmente, a desvantagem desse mtodo que ainda precisamos de um profissional especializado. A grande verdade, que eu no vejo desvantagem nenhuma nesse mtodo, porque em toda atividade que vamos trabalhar devemos ter algum especializado.

    Fotografia sinaltica

    Quando se pretende identificar uma pessoa atravs da imagem de seu rosto, devemos efetuar a comparao dos traos fisionmicos aparentes (o que ns vemos) com imagens de rostos registradas como padres para confronto, conforme o mtodo de Bertillon. Nesse sentido, a Fotografia Sinaltica permite o estudo das variveis quantitativas relativas s medidas da face.

    como se as fotos dos rostos fossem parametrizadas, isto , tiveram algumas dimenses medidas para permitirem comparao, tais como o dimetro longitudinal do crnio, dimetro transversal e dimetro bizigomtico, altura da orelha direita, alm da anotao de caractersticas cromticas e morfolgicas, como a cor da ris esquerda, cicatrizes e outra deformidades apresentadas.

    A informtica proporcionou um extraordinrio reforo na identificao humana atravs da Biometria (do grego Bios = vida, metron = medida), que o uso de caractersticas biolgicas em mecanismos de identificao tais como a ris (parte colorida do olho), a retina (membrana interna do globo ocular), alm de outras formas absolutamente individuais.

    A no ser nos gmeos idnticos e nos ssias, a face humana indiscutivelmente uma caracterstica fsica nica em cada pessoa. Enquanto as pessoas possuem naturalmente a habilidade de identificar e reconhecer rostos, os computadores esto sendo aperfeioados cada vez mais para serem capazes de processar milhes de imagens por segundo para um sistema de reconhecimento facial. Quando voc se olha no espelho, voc pode ver que seu rosto possui certas marcas distinguveis individuais. Estas so os "Peaks" (picos) e os "Valleys" (vales) que criam as diferentes caractersticas faciais. O sistema define estes picos e vales como "nodal points" (pontos caractersticos), que sero tomados como referncia pelos computadores para poder comparar um rosto com outro.

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    A Fotografia Sinaltica, tal como proposta por Bertillon, a fotografia de frente e de perfil, que permite a visualizao das caractersticas mais significativas do rosto humano. Hoje em dia ela ainda utilizada associada com outras formas de identificao. Sabe aquela foto que a gente v nos filmes, de frente e de perfil, com o bandido segurando a plaquinha? Ento... assim mesmo que fazemos. A fotografia feita com uma rgua ou uma escala no fundo, de tal modo que permita que qualquer um que veja a fotografia consiga ter uma noo da estatura do indivduo, alm de conseguir determinar as dimenses das partes dos corpos. Sempre que possvel, batemos a foto englobando tambm a regio dos ombros, de modo que seja possvel ter uma noo da compleio da pessoa (porte fsico).

    Questes comentadas:1 A Imutabilidade a caracterstica que tem que ser nica do indivduo, no pode estar presente em outro. R: ERRADO. Unicidade ou individualidade: a caracterstica tem que ser nica do indivduo, no pode estar presente em outro.

    2 A Invariabilidade a caracterstica que deve se manter constante ao longo dos anos e no pode variar. R: ERRADO. Imutabilidade: a caracterstica deve se manter constante ao longo dos anos e no pode variar.

    3 A Perenidade a caracterstica que deve resistir ao do tempo; R: CERTO. Perenidade: a caracterstica deve resistir ao do tempo.

    4 A Viabilidade possibilidade de se aferir a caracterstica rotineiramente. R: CERTO. Viabilidade ou praticabilidade: possibilidade de se aferir a caracterstica rotineiramente.

    5 - A praticabilidade a caracterstica do processo de identificao ligada ao arquivamento e recuperao da informao com rapidez. R: ERRADO. Classificabilidade: trata-se de uma caracterstica do processo de identificao ligada ao arquivamento e recuperao da informao com rapidez.

    6 No Brasil, a mistura das raas negra e vermelha (ndios) deu origem raa pardo. R: ERRADO. A mistura do negro com os ndios deu origem ao Cafuzo.

    7 - O sucesso do sistema Bertillon baseado em 3 princpios bsicos: a fixidez do esqueleto humano a partir dos 20 anos de idade, a invariabilidade das dimenses dos esqueletos de uma pessoa para outra, a facilidade e preciso na aferio de medidas e caractersticas. R: ERRADO. Deve haver variabilidade das dimenses dos esqueletos de uma pessoa para outra. Se no houve variabilidade, todos tero as mesmas dimenses, ou seja, sero todos iguais (em tamanho de esqueleto).

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    8 O sistema de Bertillon consistia nos assinalamentos descritivo, de marcas particulares e antropomtrico. R: CERTO. isso mesmo.

    9 Uma das dificuldades na qual o sistema de Bertillon esbarrava era que ele s poderia ser aplicado em homens adultos de 20 a 65 anos. R: CERTO. O sistema s poderia ser aplicado em homens por uma questo de pudor em relao s mulheres. S poderia ser aplicado em adultos porque, de acordo com Bertillon, o esqueleto ainda estava se desenvolvendo antes dos 20 anos, e mudaria suas medidas.

    10 o sistema de Bertillon foi to eficiente que nunca houve erro de identificao quando ele foi aplicado. R: ERRADO. Lembram-se do caso West descrito nessa aula?

    11 So 11 as medidas em que o sistema antropomtrico se baseava:Dimetro Antero-posterior da cabea, dimetro transversal da cabea, comprimento da orelha esquerda, dimetro bi-zigomtico, comprimento do p esquerdo, comprimento do dedo mdio esquerdo, comprimento do dedo mnimo direito, comprimento do antebrao esquerdo (do cotovelo ponta do dedo mdio), envergadura dos braos, estatura, largura do tronco (busto). R: ERRADO. As medidas so 11, mas so essas: Dimetro Antero-posterior da cabea, dimetro transversal da cabea, comprimento da orelha direita, dimetro bi-zigomtico, comprimento do p esquerdo, comprimento do dedo mdio esquerdo, comprimento do dedo mnimo esquerdo, comprimento do antebrao esquerdo (do cotovelo ponta do dedo mdio), envergadura dos braos, estatura, largura do tronco (busto).

    12 A fotografia sinaltica, de acordo com Bertillon, a fotografia de frente do rosto da pessoa, onde se pode ver com detalhes as caractersticas morfolgicas do indivduo. R: ERRADO. A fotografia sinaltica envolve as imagens de frente e de perfil.

    isso a, pessoal! Chegamos ao fim dessa aula e j matamos quase toda a matria. Na prxima Aula, veremos o assunto mais legal de todo esse curso e que ser extremamente til para os que conseguirem ser aprovados no concurso de Papiloscopista Policial Federal.

    Espero ter contribudo com a evoluo de vocs rumo ao Departamento de Polcia Federal.

    Aguardo vocs na Aula 2. Boa noite. Bons estudos e continuem firme no propsito!

    Abraos,

    Professor Alexandre Braga.

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    Questes sem comentrios:

    1 A Imutabilidade a caracterstica que tem que ser nica do indivduo, no pode estar presente em outro.

    2 A Invariabilidade a caracterstica que deve se manter constante ao longo dos anos e no pode variar.

    3 A Perenidade a caracterstica que deve resistir ao do tempo;

    4 A Viabilidade possibilidade de se aferir a caracterstica rotineiramente.

    5 - A praticabilidade a caracterstica do processo de identificao ligada ao arquivamento e recuperao da informao com rapidez.

    6 No Brasil, a mistura das raas negra e vermelha (ndios) deu origem raa pardo.

    7 - O sucesso do sistema Bertillon baseado em 3 princpios bsicos: a fixidez do esqueleto humano a partir dos 20 anos de idade, a invariabilidade das dimenses dos esqueletos de uma pessoa para outra, a facilidade e preciso na aferio de medidas e caractersticas.

    8 O sistema de Bertillon consistia nos assinalamentos descritivo, de marcas particulares e antropomtrico.

    9 Uma das dificuldades na qual o sistema de Bertillon esbarrava era que ele s poderia ser aplicado em homens adultos de 20 a 65 anos.

    10 o sistema de Bertillon foi to eficiente que nunca houve erro de identificao quando ele foi aplicado.

    11 So 11 as medidas em que o sistema antropomtrico se baseava:Dimetro Antero-posterior da cabea, dimetro transversal da cabea, comprimento da orelha esquerda, dimetro bi-zigomtico, comprimento do p esquerdo, comprimento do dedo mdio esquerdo, comprimento do dedo mnimo direito, comprimento do antebrao esquerdo (do cotovelo ponta do dedo mdio), envergadura dos braos, estatura, largura do tronco (busto).

    12 A fotografia sinaltica, de acordo com Bertillon, a fotografia de frente do rosto da pessoa, onde se pode ver com detalhes as caractersticas morfolgicas do indivduo.

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    Gabarito:

    1 E 4 C 7 E 10 E 2 E 5 E 8 C 11 E 3 C 6 E 9 C 12 E