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Práticas e Preparos com Ervas Desenvolvido e Ministrado por Adriano Camargo Aula Digitada 01 Parte 02 Obs.: este documento é a transcrição fiel do discurso das vídeo-aulas, portanto poderá conter erros gramaticais mantendo a originalidade da origem. Olá estamos aqui na nossa primeira aula, segundo bloco da primeira aula de “Práticas e Preparos com Ervas”. Eu sou Adriano Camargo, estamos falando de ervas, eu sou o “Erveiro da Jurema” e a nossa “praia” é essa, a nossa diversão é falar com ervas. A gente se sente, eu me sinto muito alegre, muito feliz de poder estar em contato com esse meu trabalho, esse nosso trabalho que é meu, é da espiritualidade, eu sou o veículo desse conhecimento apenas, nós somos abençoados com esse conhecimento. Como falamos no bloco anterior é importantíssimo que a gente tenha uma noção de como funciona cada erva. Dentro das culturas, dentro das religiões, as ervas elas ocupam, sempre ocuparam lugar destaque. Como eu falei nós recebemos tudo cercado, guardado, protegido por mitos, por dogmas. Muitas tentativas houve de classificar ervas, essa classificação de ervas, ela segue conceitos, critérios, formas dentro dessas culturas, religiões, dentro dos seus contextos, assim como algumas regras que são específicas de um contexto. É muito comum alguém me perguntar: “Adriano, eu sou de determinado Orixá, eu sou de Oxalá, eu posso tomar banho com pitanga que é uma erva de Iansã? Porque de acordo com – Ah “de acordo” não - a pessoa fala dizem que não pode. E aí eu falo: “Quem dizem? Dizem por quê?”. Ou então eu pergunto: “Você está inserido num contexto religioso? Você pertence a um Culto de Nação, a um Candomblé, a um meio religioso que tenha esse impedimento?”. A pessoa fala: “Não”. Então, por que você precisa seguir um preceito de um contexto religioso que não é seu? É muito comum a gente ver pessoas falando em rádios televisão, enfim, pessoas públicas falando isso “Olha, banho você tem que do pescoço para baixo”, eu falo: “Por quê?”. Se a pessoa não pertence a um contexto religioso, se você está falando isso de forma genérica, explique por que a pessoa não pode tomar banho, explique quais as ervas a gente pode sim tomar banho das cabeças aos pés, quais os cuidados que nós devemos ter e todo o esse conjunto mítico ele vai dando lugar a um conjunto de coerência, um conjunto de bom senso. Nós classificamos as ervas em três categorias, essas categorias elas têm uma nomenclatura que serve de parâmetro de trabalho, é um parâmetro, é uma forma lúdica, uma forma lúdica e simples de você entender onde está cada erva. Nós chamamos de “ervas quentes”, “ervas mornas” e “ervas frias”, onde ervas quentes são as ervas que nós chamamos também de “agressivas”, ou seja, primeira categoria “ervas quentes ou agressivas”, segunda categoria “ervas mornas ou equilibradoras (equilibradoras)”, terceira categoria “ervas frias ou específicas” É só a gente imaginar um processo simples como a limpeza de um espaço, a limpeza física mesma, limpeza com produto de limpeza de um espaço físico pra abrigar – sei lá uma loja - você alugou lá um salão e quer fazer uma loja. Ao alugar o salão, você pegou aquele salão sujo, ficou parado um tempão, você vai limpar aquilo lá, o que vai acontecer se você pegar uma flanela com álcool? Você vai contaminar a flanela e não vai contaminar aquele lugar. O que acontece se você colocar os seus produtos para venda sem limpar? Não acontece nada, ninguém vai entrar numa loja suja. Então, olha como as categorias elas nos remetem, remetem o nosso mental a um processo também, um processo de três etapas. Onde eu necessariamente não preciso das três etapas, eu posso fazer a primeira e a segunda isso já vai atender as minhas expectativas, eu posso fazer

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Práticas e Preparos com Ervas Desenvolvido e Ministrado por Adriano Camargo

Aula Digitada 01 Parte 02

Obs.: este documento é a transcrição fiel do discurso das vídeo-aulas, portanto poderá conter erros gramaticais mantendo a originalidade da origem.

Olá estamos aqui na nossa primeira aula, segundo bloco da primeira aula de “Práticas e Preparos com Ervas”. Eu sou Adriano Camargo, estamos falando de ervas, eu sou o “Erveiro da Jurema” e a nossa “praia” é essa, a nossa diversão é falar com ervas. A gente se sente, eu me sinto muito alegre, muito feliz de poder estar em contato com esse meu trabalho, esse nosso trabalho que é meu, é da espiritualidade, eu sou o veículo desse conhecimento apenas, nós somos abençoados com esse conhecimento.

Como falamos no bloco anterior é importantíssimo que a gente tenha uma noção de como funciona cada erva. Dentro das culturas, dentro das religiões, as ervas elas ocupam, sempre ocuparam lugar destaque. Como eu falei nós recebemos tudo cercado, guardado, protegido por mitos, por dogmas. Muitas tentativas houve de classificar ervas, essa classificação de ervas, ela segue conceitos, critérios, formas dentro dessas culturas, religiões, dentro dos seus contextos, assim como algumas regras que são específicas de um contexto. É muito comum alguém me perguntar: “Adriano, eu sou de determinado Orixá, eu sou de Oxalá, eu posso tomar banho com pitanga que é uma erva de Iansã? Porque de acordo com – Ah “de acordo” não - a pessoa fala dizem que não pode. E aí eu falo: “Quem dizem? Dizem por quê?”. Ou então eu pergunto: “Você está inserido num contexto religioso? Você pertence a um Culto de Nação, a um Candomblé, a um meio religioso que tenha esse impedimento?”. A pessoa fala: “Não”. Então, por que você precisa seguir um preceito de um contexto religioso que não é seu? É muito comum a gente ver pessoas falando em rádios televisão, enfim, pessoas públicas falando isso “Olha, banho você tem que do pescoço para baixo”, eu falo: “Por quê?”. Se a pessoa não pertence a um contexto religioso, se você está falando isso de forma genérica, explique por que a pessoa não pode tomar banho, explique quais as ervas a gente pode sim tomar banho das cabeças aos pés, quais os cuidados que nós devemos ter e todo o esse conjunto mítico ele vai dando lugar a um conjunto de coerência, um conjunto de bom senso.

Nós classificamos as ervas em três categorias, essas categorias elas têm uma nomenclatura que serve de parâmetro de trabalho, é um parâmetro, é uma forma lúdica, uma forma lúdica e simples de você entender onde está cada erva. Nós chamamos de “ervas quentes”, “ervas mornas” e “ervas frias”, onde ervas quentes são as ervas que nós chamamos também de “agressivas”, ou seja, primeira categoria “ervas quentes ou agressivas”, segunda categoria “ervas mornas ou equilibradoras (equilibradoras)”, terceira categoria “ervas frias ou específicas” É só a gente imaginar um processo simples como a limpeza de um espaço, a limpeza física mesma, limpeza com produto de limpeza de um espaço físico pra abrigar – sei lá uma loja - você alugou lá um salão e quer fazer uma loja. Ao alugar o salão, você pegou aquele salão sujo, ficou parado um tempão, você vai limpar aquilo lá, o que vai acontecer se você pegar uma flanela com álcool? Você vai contaminar a flanela e não vai contaminar aquele lugar. O que acontece se você colocar os seus produtos para venda sem limpar? Não acontece nada, ninguém vai entrar numa loja suja. Então, olha como as categorias elas nos remetem, remetem o nosso mental a um processo também, um processo de três etapas. Onde eu necessariamente não preciso das três etapas, eu posso fazer a primeira e a segunda isso já vai atender as minhas expectativas, eu posso fazer

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somente a segunda como manutenção, eu passei a primeira e segunda, vou para a terceira que é o meu objetivo. Tem uma máxima que diz: “Pra quem não sabe o que quer qualquer coisa está bom”, antes de começar um objetivo: o que eu quero? Qual é o meu objetivo com banho? O que eu quero com uma defumação? No primeiro bloco eu fiz uma defumação, a nossa defumação aqui na conchinha de abalone, eu usei sálvia e arruda aonde a arruda é uma erva quente, ela é um limpador – estou falando agora de forma bem genérica, daqui a pouco eu falo um pouquinho mais – eu usei a sálvia que é uma erva morna, é uma equilibradora, é uma erva regeneradora, uma erva de sabedoria, uma erva que ativa o nosso mental. Eu usei essas duas ervas uma para proporcionar para nós um pouquinho de limpeza, uma estrutura bacana de purificação e a outra pra abrir o nosso mental, abrir os nossos horizontes, pra melhor absorção das bênçãos de conhecimento. Então, eu sei o que eu quero quando eu faço essa defumação, eu desenhei dessa forma, eu não estou usando exatamente isso porque eu tenho essas ervas, eu tenho várias outras ervas aqui que eu poderia adicionar, mas eu optei em começar somente com essas duas aqui pra gente começar o nosso trabalho quebrando um mito, um dogma de que eu não posso fazer defumação com uma erva só, com duas ervas, fiz defumação com ervas eu tenho certeza – tenha certeza – que essa defumação tem uma potência, uma potência realizadora. É assim que funciona, são assim que funcionam as categorias das ervas: “quentes”, “mornas”, “frias”, onde as “ervas frias” elas atendem o benefício específico, as “ervas quentes” elas são as limpadoras, elas começam o processo. É como a gente pegar esse salão, esse espaço que eu aluguei pra montar uma loja e eu começo a limpeza, eu olho para aquilo e falo: “Legal. Como é que eu vou limpar isso daqui?” Eu tenho que usar um ácido, eu tenho que usar alguma coisa com alto poder de limpeza, alguma coisa que limpe em profundidade que me dê àquela primeira estrutura pra eu poder olhar e falar “Legal. Agora, eu tenho como pensar”. Isso acontece com o nosso campo astral humano, acontece com o astral de um ambiente energeticamente falando, falando no mundo dos rituais, no mundo das práticas de preparo com ervas. Então, desta forma nós temos ervas quentes que vão num primeiro impacto, num primeiro momento, são elas que vão limpar, esgotar, anular, ações negativas, acúmulos energéticos negativos, cargas negativas de toda natureza, ações práticas negativas – ações práticas sim, aquela ação negativa, aquele processo negativo que foi projetado contra você, contra sua casa, contra sua família – são essas as ervas que nós usamos nas nossas, nos nossos choques – “choques” com forças trevosas, choques com ações do baixo astral – ervas de limpeza mesmo, são poderosas “armas de guerra” pra nós, essas são as ervas quentes ou agressivas. Em seguida, nós temos as ervas mornas ou equilibradoras – quando eu falo em seguida, “em seguida” na sequência do entendimento das ervas, não é em seguida nos preparos – muita gente fala: “Não, depois de você tomar um banho” e eu vou dar um exemplo agora “Depois de você tomar um banho com arruda e guiné, você tem que tomar um banho com uma outra erva pra reestruturar”, tome junto. Nós vamos ver na prática como é que é isso, eu posso misturar porque essas ervas não se anulam e cada uma tem o seu tempo de ação, primeiro as ervas quentes agem, estruturando, limpando, purificando, esgotando de todos os males da matéria e do espírito e em seguida as ervas mornas atuam regenerando, reconstruindo, energizando, equilibrando, tornando o ambiente apto para o específico. Isso é muito simples de entender, é só imaginar dessa forma paramétrica um lugar: eu tenho que cuidar do meu jardim, nós estamos num jardim aqui, eu tenho de tempo em tempo eu tenho, eu cuido de um canteiro aqui. Então, a terra, ela já esgotou todas as proteínas, tudo o que ela tinha de alimento ali. Então, o que eu tenho que fazer? Eu tenho que preparar essa terra. Então, eu vou chegar, eu vou limpar essa terra: eu vou dar uma preparada, eu vou tirar eventualmente algum cascalho, eu vou dar uma limpada nessa terra, tirar resíduo de outras ervas que estiveram ali, tirei, limpei, eu olho pra terra falo “Legal, agora eu

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poso preparar a terra”. Então, essa minha primeira fase de limpeza é a fase quente. A segundo fase, a fase morna é a fase do preparo, eu vou colocar o meu adubo, eu vou deixar essa terra fofinha, eu vou mexer na acidez da terra, essa é a minha parte morna, a parte do equilíbrio, a parte do preparo. Ok. Passei pela limpeza, passei pelo equilíbrio, eu vou olhar pra terra e falar “Agora sim, eu posso plantar alguma coisa”, agora eu posso fazer sementeira, agora eu posso colocar uma muda, por quê? O ambiente está pronto, essa é a minha fase fria, a fase do plantio. Então, quente, morna, fria, são categorias aonde as ervas se encontram para seu trabalho específico, para o trabalho aqui se destinam.

Ervas quentes, essas ervas de limpeza – vou falar um pouquinho sobre elas – eu trouxe aqui algumas pra gente dar uma olhada no primeiro bloco eu mostrei aqui o meu maço de arrudas – “arruda”: poderosíssima erva quente, poderosa mesmo, erva de bate folhas, erva de banho, erva de defumação, erva de benzimentos, fazer um benzimentos com arruda (vou fazer um benzimentos em mim mesmo: “ Em nome de Deus Pai Criador, eu peço que essa arruda me purifique de todos os males da matéria e do espírito, me guardando e protegendo, me guiando, me ajudando, me auxiliando no meu dia”, vou colocar o meu galho de arruda aqui atrás da orelha, coloquei aqui na orelha direita, poderia ser na orelha esquerda, eu preciso ficar um tempo em contato com a arruda), esse é um exemplo que eu estou dando de “erva quente” - erva quente: arruda. Existe algo que a gente fala sobre erva quente de um cuidado que devemos ter com ela que é: o cuidado com o excesso. Vamos de novo imaginar aquele lugar que eu estou limpando, se eu uso ácido em excesso eu acabo destruindo aquela estrutura, então eu não posso exceder no uso da arruda – perdão, no uso da arruda não, no uso das ervas quentes – no máximo eu tomo na sequência no intervalo de um dia, com intervalo de 24 horas no máximo três banhos, banhos da cabeça aos pés - eu posso tomar banho da cabeça aos pés de erva quente porque a cabeça faz parte do meu corpo, fazendo parte do meu corpo eu tenho acúmulos energéticos negativos, eu tenho atuações negativas, cordões energéticos, formas que se ligam a minha estrutura espiritual, aos meus corpos espirituais que alcançam o meu chakra coronal, formas pensamento, eu tenho larvas, miasmas que se alojam no meu campo mediúnico, no meu campo, nos meus corpos espirituais. Hoje não é dia de a gente dar detalhe de corpos espirituais, então para o nosso entendimento eu tenho um corpo físico, um campo astral, corpos espirituais então vamos tratar assim - Então, formas que se alojam nesses corpos em todos, em todas as partes não só do pescoço para baixo. Há mitos em relação a isso que nós herdamos desde a escravidão, os escravos vindos para cá, muita gente fala: “O escravo trouxe determinada erva”. Não. Eles não trouxeram nada além do sofrimento e conhecimento. E o conhecimento aliado a sua religiosidade, religiosidade é algo que está no ser, no íntimo do ser “De onde eu venho?”, “Quem eu sou?”, “Para onde vou?”, esse senso de religiosidade deu a eles também uma necessidade de buscar sobrevivência e buscar sobrevivência através das suas práticas, através daquilo que estava em si, estava no “religare”, na religião ou na prática mesmo da religiosidade: “Onde está Deus minha vida”. O “cara” encontra uma folha que é parecida com a folha que ele tem lá na África, mas não é a mesma. Ele foi lá, ele encontrou uma folha parecida – parecida só – a aí ele olha e fala: “Poxa, parece àquela folha que eu tenho lá na África: o formato, o aroma”, vai pegar essa folha um pedacinho, vai por na ponta da língua, vai ver se ácida, vai amassar uma dessas folhas vai esfregar na pele, ele vai começar a fazer esses banhos com uma folha que ele não conhece, vai banhar a perna, vai banhar o tórax, vai banhar do pescoço para baixo, ele não vai jogar na cabeça. Por que não na cabeça? Porque, sim, o chakra coronal é ponto mais sensível do nosso espírito. Mas, tem também o chakra frontal, laríngeo que está aqui na estrutura da minha cabeça: cabeça/ pescoço. No entanto, eu tenho também na parte física: globo ocular, ouvido; tenho mucosa bucal. Imagina

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eu pegar uma erva tóxica, uma erva que vai me dar uma alergia, uma erva que pode queimar a minha retina. O negro, o escravo vindo para cá, ele estava escravizado, estava no sofrimento, mas é um ser inteligente, é um ser humano dotado de inteligência, capacidade de raciocínio e principalmente bom senso. Então, essa é uma herança que nós temos em relação a isso. Voltando então, as ervas quentes, a arruda uma das ervas quentes, uma das poderosas ervas quentes que nós temos no nosso conjunto, uma outra erva quente muito poderosa que eu estava mostrando agora o: “guiné” – o guiné é uma erva fantástica além de pegar bem em todas regiões, qualquer lugar que seja, se eu pegar esse galhinho de guiné, espetar, daqui um mês eu tenho uma touceira. O guiné é muito legal também, é uma erva quente, uma erva de limpeza. Vamos pegar uma outra aqui - vamos ver o que eu trouxe – Ah legal, essa aqui é bacana: “aroeira”, um tipo de aroeira, tem outros tipos de aroeira – essa aqui não aquela aroeira brava que todo mundo fala “Ah tem que tomar cuidado porque senão da alergia”. Não, aquela é uma aroeira muito específica que eu não conseguiria pegar nenhum raminho dela – essa aroeira está aqui no nosso jardim, plantada na frente da nossa casa – “Schinus Terebinthifolius”, de vez em quando eu não resisto eu falo o nome científico, muito legal. Na documentação de vocês virão, eu vou pedir para colocar algumas fotos dessas ervas com os respectivos nome científico. E volto a dizer, todo esse conjunto de erva que eu uso está onde? No nosso livro “Rituais com Ervas – Banhos, Defumações e Benzimentos”, aproveite essa ferramenta. Então, a “aroeira” também uma erva quente, poderosíssima, tem um conjunto aqui de três ervas quentes: arruda, aroeira e guiné – vou deixar essas ervas aqui que daqui a pouco eu vou fazer um banho com elas, vou mostrar como que é o preparo desse banho, três ervas quentes é mais do que suficiente pra gente fazer o nosso preparo, tem arruda fresca e seca – daqui a pouco eu vou falar a diferença das duas. E trouxe algumas ervas equilibradoras também – por “erva equilibradora” volto a dizer é a erva do preparo, é a erva da estrutura. Essas ervas, elas ajudam as ervas quentes no processo de limpeza e ajudam não deixando que você se desvitalize. Quem já tomou um banho de descarrego, quem já tomou um banho somente com ervas quentes, se você pegar essas três eras aqui, você terá um banho completo, um banho de descarrego somente com essas três ervas, que você pode tomar no máximo durante três dias seguidos sempre antes de dormir porque o banho de ervas quentes te dá uma sonolência, te descarrega também um pouco de vitalidade. Então, é bacana você tomar esse banho e “cama, vamos dormir”, no dia seguinte passando esses três dias de preparo, aí eu tomo o meu banho com as equilibradoras, se eu quiser fazer assim. Se não, eu posso misturar tudo, daqui a pouco a gente vê isso.

Aqui como erva morna eu trouxe três também, eu trouxe manjericão – erva morna – manjericão que é uma erva bastante completa – completa mesmo – na estrutura do manjericão, é uma estrutura aquática poderosíssima, ligado, associado às mães Orixás – eu acabei não falando dos Orixás dessas ervas quentes, depois quando eu falar de novo aqui do preparo do banho eu falo dos Orixás associados – manjericão às mães aquáticas e a todos os Orixás – todos orixás – aqui nessa estrutura eu posso usar o manjericão pra fazer todo e qualquer amaci, todo e qualquer banho, todo e qualquer defumação, a estrutura do manjericão permite isso, é uma erva regeneradora completíssima, muito bacana mesmo, eu gosto muito do manjericão e recomendo manjericão a todos. Se alguém falar para você “Ah que banho que eu posso tomar?”, fala “Toma manjericão”, “Que banho eu posso tomar, não sei direito o que eu quero”, não sei direito o que eu quero, toma manjericão e faça uma evocação: “Pai Criador, mãe natureza, força vida das ervas, sagrado pais e mães Orixás peço que me abençoe com aquilo que é necessário para mim”, olha que bacana. Eu estou dando uma determinação. Não é uma determinação conclusiva, assertiva? No entanto, é uma determinação que vai me beneficiar. “Manjericão” erva

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equilibradora. Trouxe aqui também o “alecrim”, poderoso alecrim, uma erva entre outros Orixás associado a Oxalá também, a gente chama “alecrim a erva da alegria”, é uma das equilibradoras mais usadas em todos os rituais. Dificilmente você vai num Terreiro de Umbanda, num Centro, vai passar por um Caboclo, Preto Velho, ele vai te recomendar um banho que não tenha alecrim ou que não tenha alfazema que é essa outra erva morna, outra equilibradora que nós trouxemos. Alfazema ou lavanda que é a mesma erva, são nomes diferentes, “lavanda” o nome científico dela “Lavandula Officinalis” que é aquela outra, essa daqui é a Lavanda Brasileira – Lavanda Dentata/ Lavandula Dentata - e é muito comum, essa erva pega bem aqui no Brasil, florzinha roxa, a gente está acostumado comprar ela seca, aquelas sementinhas delas, bastante usadas para banho e defumação. Muito legal, também uma erva de mamãe, erva de mãe Iemanjá, de mãe Oxum, de pai Oxalá, uma estrutura fantástica, uma estrutura energética fantástica dessa erva e como eu falei mais um equilibradora, mais uma erva morna. Falei de três quentes, falei de três mornas Tem uma coisa interessante em relação às ervas frias, as ervas frias nós só chamamos de “frias” junto e um preparo onde ela é “estruturalmente fria”, por exemplo, eu vou fazer um preparo de prosperidade, uma erva de prosperidade nesse caso será fria. Eu posso colocar manjericão lá? Sim. E como é que o manjericão vai agir? Dentro do contexto de prosperidade. Nós temos algumas ervas que são específicas – frias ou específicas – dentro de seu campo de ação, um exemplo: uma erva especificamente medicinal, é, o “ginkgo biloba”, ginkgo biloba é uma erva medicinal, dentro lá do seu contexto medicinal, do seu uso terapêutico, ele tem a sua função. Ginkgo biloba nós damos uso ritualístico, eu poderia fazer banho, defumação, até poderia. Mas, tem uma infinidade de outras ervas que se aplicam muito melhor do que o ginkgo biloba. O ginkgo biloba, ele é, ela é uma erva específica para o uso medicinal, terapêutico, então essa eu posso dizer que é uma erva fria. Existem ervas com estrutura energética fria como: eu peguei aqui o “café”, folha do café – muita gente fala “Ah a folha do café é para limpeza porque o café é preto”. Não, não, não, energeticamente falando a vibração da folha do café, o café é associado ao magnetismo masculino, é uma erva que proporciona energia masculina. O que seria energia masculina, só energia para o homem? Não. É uma energia de “pé no chão”, uma energia racional, uma energia de realização. Por isso que a folha do café é associada também a “prosperidade”, ninguém prospera sem estar organizado, ninguém prospera sem racionalidade, ninguém prospera gastando mais do que tem. Muita gente associa prosperidade com dinheiro e não é verdade, prosperidade é multiplicação daquilo que você já traz em si, tem gente que prospera com pouco e como é que a pessoa consegue fazer isso? Sendo racional. Racional ao extremo? Não. Racional dentro do bom senso, racional dentro do aceitável. E a folha do café traz esse racionalismo, essa forma da gente poder colocar o pé no chão e entender as oportunidades e aproveitar essas oportunidades, essa é a folha do café pra nós uma erva específica. Se eu colocar a folha do café dentro de um preparo falar “Não, eu só quero fazer um banho equilibrador, um banho de manutenção no dia-a-dia, como é que o café vai funcionar?”, vai trazer essa energia, mas dentro do contexto de erva equilibradora, dentro do contexto de ervas quentes – perdão, perdão – de ervas mornas dentro desse contexto o café vai funcionar. Ele não vai matar as outras ervas e fazer prevalecer a sua potência, não vai acontecer isso. Nós vamos para o nosso intervalo agora, entendemos o que é “erva quente”, “erva morna”, “erva fria”.

No próximo bloco vamos falar da diferença de ervas “secas” e “frescas” e como é que nós podemos usar isso e já vamos começar a mostrar os nossos preparos aqui, nosso encontro “Práticas e Preparos com Ervas”, “práticas” se é um encontro prático vamos para nossa parte prática, está bom? É rapidinho já, já a gente volta para o próximo bloco. Muito obrigado, até já.

DIGITAÇÃO – Equipe Umbanda EAD