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LEISHMANIOSE

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LEISHMANIOSE

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Sistemática

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• Doença de caráter zoonótico

• Distribuição geográfica (África, países

mediterrâneos, Américas central e do sul e

algumas áreas EUA)

• Parasita primariamente marsupiais, roedores,

carnívoros, edentados e insetívoros

• Parasita secundariamente cães e humanos

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• Doença se desenvolve nos cães e humanos

(tegumentar e visceral)

• Cão (reservatório América do Sul e mediterrâneo)

• Transmissão flebotomíneos hematófagos (Gênero

Lutzomyia , Esp. L. longipalpis)

• Doença causada por várias espécies de

protozoários do gênero Leishmania

• Forma visceral ( L. chagasi),principal agente no

Brasil

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ETIOLOGIA

• As Leishmanioses são um grupo de doenças causadas por

protozoários do gênero Leishmania, manifestando-se sob

várias formas clínicas

• Na natureza todas as espécies de Leishmania existentes

são transmitidas ao homem e a outros mamíferos por meio

da picada de fêmeas de insetos hospedeiros infectados

• Os hospedeiros invertebrados estão restritos a espécies

de flebotomíneos hematófagos (Ordem Díptera, Família

Psychodidae, Sub-família Phlebotominae), especialmente à

subspécie Lutzomya longipalpis no Novo Mundo e ao gênero

Phlebotomus, no Velho Mundo ( visceral)

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ETIOLOGIA

• Nas Américas, a leishmaniose no homem pode ser divididaem duas amplas categorias: a leishmaniose tegumentaramericana e a leishmaniose visceral

• A leishmaniose tegumentar americana possui grandevariedade de formas:

- Leishmaniose cutânea (caracterizada por lesõeslocalizadas na pele que podem curar espontaneamente ouevoluir para lesões crônicas com cicatrizes desfigurantes);

- Leishmaniose mucocutânea (caracterizada porlesões ulcerativas e destrutivas das mucosas);

- Leishmaniose cutânea difusa (caracterizada porlesões nodulares não ulcerativas e disseminadas).

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• A forma visceral da doença é crônica e progressiva e

afeta vários órgãos, incluindo o baço, o fígado, a medula

óssea, os linfonodos e a pele.

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BIOLOGIA

• O ciclo da Leishmania envolve o hospedeiro vertebrado e o

vetor flebotomíneo

• Nos hospedeiros mamíferos, a Leishmania é obrigatoriamente

um parasito intracelular e existe na forma amastigota no

interior de células do sistema mononuclear-fagocitário.

• As formas amastigotas caracterizam-se por serem circulares,

com diâmetro de 5 mm, possuindo núcleo, cinetoplasto e

rudimento de flagelo. Sua multiplicação se dá por divisão

binária, ocorrendo repetidamente até a destruição das células

hospedeiras

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• No trato alimentar dos flebotomíneos, as forma amastigotas

se transformam em paramastigotas e promastigotas, formas

flageladas e móveis, alongadas, que apresentam núcleo central

e cinetoplasto terminal

• A transmissão da doença para os hospedeiros vertebrados é

feita predominantemente por meio da inoculação das formas

promastigotas infectantes durante a picada do inseto vetor

• Entretanto outras possibilidades já foram descritas tais como

a via cutânea, placentária, venérea e a transfusão de sangue

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BIOLOGIA

• Após a inoculação nos hospedeiros mamíferos, as promastigotas

infectantes ligam-se aos macrófagos por meio de diversos

receptores celulares, sendo subseqüentemente fagaocitadas e se

localizam em um vacúolo que se funde com lisossomas,

denominado vacúolo parasitóforo

• Os parasitos sobrevivem à fagocitose e sofrem diversas

transformações metabólicas, sendo convertidos em formas

amastigotas, que se multiplicam e rompem as células hospedeiras

para então infectarem outras células mononucleares e órgãos,

através das vias hematogênica e linfática.

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Hospedeiro invertebrado

(Amastigota – paramastigota- promastigota)

Homem (hospedeiro acidental)

Cães (reservatórios)

(promastigotas – macrófagos (vacúolo) –amastigotas – outras células mononucleares)

BIOLOGIA

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BIOLOGIA

• A Leishmaniose visceral humana também é conhecida por

calazar, palavra de origem indiana "KALA-AZAR", que em

indiano significa doença mortífera.

• No Velho Mundo os agentes etiológicos são as espécies

Leishmania donovani e Leishmania infantum e no Novo Mundo,

Leishmania chagasi.

•A Leishmania braziliensis é responsável pela Leishmaniose

cutânea em cães transmitidas por várias espécies de

flebotomíneos ( cão e cavalo - reservatórios urbanos)

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Ciclo Biológico

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Mosquito Palha

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EPIDEMIOLOGIA

• A Leishmaniose visceral é considerada atualmente uma doença

emergente e reemergente, tanto em áreas rurais como urbanas

• Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), em 1990

existiam 12 milhões de casos, sendo que surgem 400 mil novos

casos por ano

• O Brasil está entre os países da América Latina que

apresentam aproximadamente 90% de novos casos anuais

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Amastigotas

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• No homem a leishmaniose visceral acomete principalmente

crianças e indivíduos imunossuprimidos, sendo caracterizada

clinicamente por febre oscilante de longa duração, debilidade

geral, emagrecimento, pancitopenia, hepato-esplenomegalia,

hipergamaglobulinemia e hipoalbuminemia, podendo progredir

para um quadro crônico ou para a morte, caso não haja

tratamento adequado

• Numerosas espécies de canídeos (cães, raposas e chacais), de

marsupiais (gambás) e roedores foram incriminadas como

reservatórios em regiões endêmicas.

EPIDEMIOLOGIA

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• Os cães possuem um papel fundamental para a manutenção da

doença nas áreas endêmicas, atuando como principal reservatório

doméstico e fonte de infecção para os flebotomíneos, com

posterior transmissão para o homem

EPIDEMIOLOGIA

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SINAIS CLÍNICOS

• Leishmaniose clínica pode ter manifestações variáveis,

sendo que a reação imunológica do hospedeiro determina o

tipo de síndrome resultante da infecção

• Os sinais clínicos são de uma doença de progressão lenta

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• As síndromes variam desde lesões cutâneas autolimitantes até

doença sistêmica fatal

• A leishmaniose visceral se inicia como uma lesão cutânea e,

posteriormente, a infecção dissemina-se sistemicamente

• Os órgãos mais afetados são o baço, o fígado e a medula

óssea

SINAIS CLÍNICOS

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• Os principais sinais dermatológicos da leishmaniose visceral

consistem de descamação, seborréia, onicogrifose, ulceração e

alopecia, que geralmente é simétrica

• Alguns cães com alta carga parasitária não apresentam sinais

clínicos. Freqüentemente também ocorre discrepância entre a

intensidade da infecção e a condição clínica do animal

SINAIS CLÍNICOS

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SINAIS CLÍNICOS

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• Na forma visceral, a doença pode ser severa, causando sinais

clínicos que envolvem vários órgãos

• Ocorrem: fraqueza extrema, emaciação, diarréia, epistaxe,

claudicação, anemia, insuficiência renal, edema das patas,

ulceração cutânea, inflamação ocular que pode levar a cegueira,

linfadenopatia e hepato-esplenomegalia

• A temperatura corporal pode oscilar, mas geralmente é normal

ou sub-normal

• Imunossupressão pode favorecer a ocorrência de infecções

concomitantes, de forma que o quadro clínico pode ser complicado

com demodicose, piodermite ou pneumonia

SINAIS CLÍNICOS

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• PARASITOLÓGICO

• É o método de diagnóstico mais simples e mais comumente

utilizado

• É baseado na observação das formas amastigotas pela

histopatologia ou citologia utilizando-se esfregaços de medula

óssea ou aspirados de linfonodos corados pelo Giemsa

• Este método é altamente específico e de baixo custo, mas

possui pouca sensibilidade

• A utilização da técnica de imunoperoxidase possibilita detecção

mais eficiente das formas amastigotas nos tecidos infectados

DIAGNÓSTICO

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Citologia de medula óssea canina - formas amastigotas de Leishmania localizadas no citoplasma de macrófagos

DIAGNÓSTICO

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• IMUNOLÓGICO

• É baseado na detecção de anticorpos (principalmente IgG e

especialmente IgG1) anti-Leishmania ou respostas celulares

específicas

• Os quatro principais testes sorológicos aplicados são IFAT,

ELISA, DAT e Western Blot

• O IFAT é considerado o melhor dos testes, devido à alta

especificidade e sensibilidade e apresenta maior repetibilidade e

resultados mais confiáveis em relação àqueles que usam antígenos

solúveis, como a fixação de complemento

• O ELISA é mais sensível, porém menos preciso que o IFAT,

pois apresenta reação cruzada com Trypanosoma cruzi e Babesia.

DIAGNÓSTICO

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• Apresentação clínica da leishmaniose pode apresentar

grande variação desde casos assintomáticos até casos de

doença crônica caquetizante

• O diagnóstico diferencial deve ser formulado para cada caso

individualmente

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL

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Tratamento

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• A leishmaniose é uma doença complexa, amplamente distribuída,que afeta o homem e que tem sido historicamente reconhecida hámuito tempo

• Possui alta prevalência com 12 milhões de casos em todo o mundoe 1,5 a 2 milhões de novos casos surgindo a cada ano.

• Embora o homem seja freqüentemente portador assintomático, adoença pode assumir duas formas clinicas: cutânea, que podeocorrer na forma mucocutânea, e a forma visceral.

Distribuição mundial da leishmaniose humana

A DOENÇA NO HOMEM

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• A leishmaniose cutânea é a forma mais comum, sendo

responsável por 50 a 75% dos casos novos a cada ano

• Geralmente causada por L. major e L. tropica no Velho Mundo e

por L. mexicana e L. braziliensis no Novo Mundo

• A forma cutânea se apresenta como lesões nodulares não-

ulcerativas, localizadas ou disseminadas, encontradas

principalmente na face, braços e pernas

• As lesões podem resultar em deficiência física e cicatrizes

permanentes

• 90% dos casos ocorrem na África e América do Sul

A DOENÇA NO HOMEM

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• Somente os casos mais severos da doença cutânea requerem

tratamento

• A forma mucocutânea ocorre freqüentemente como uma

doença metastática em meses ou anos após a ocorrência da

forma cutânea e resulta em cicatrizes desfigurantes na face,

afetando as membranas mucosas do nariz, boca e garganta

• A forma mucocutânea ocorre predominantemente

na América do Sul e requer tratamento

A DOENÇA NO HOMEM

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• A Leishmaniose visceral, também conhecida como "Febre

Negra" ou Kala-Azar, é a forma mais grave e pode ser fatal se

não tratada

• Os agentes etiológicos mais comuns são a L. donovani,

primariamente encontrada na Índia, Bangladesh e Sudão; L.

chagasi e L. infantum, encontradas no Brasil e países

mediterrâneos

• A leishmaniose visceral ocorre predominantemente em crianças

e também como infecção oportunista em pacientes

imunossuprimidos como aqueles infectados por HIV

A DOENÇA NO HOMEM

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• Os sinais clínicos são inespecíficos e incluem anorexia, febre,

emagrecimento, hepatoesplenomegalia, epistaxe, diarréia e

tosse

• Os achados laboratoriais incluem anemia, hiperglobulinemia,

hipoalbuminemia, leucopenia e trombocitopenia

A DOENÇA NO HOMEM

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• Um diagnóstico preciso é essencial para a determinação do

tratamento

• Para isso são necessárias análises parasitológicas e

imunológicas

• Historicamente os antimoniais pentavalentes têm sido

utilizados como primeira opção de tratamento

• A anfotericina B e pentamidina também são reconhecidos como

agentes terapêuticos eficazes

• Devido à natureza complexa da doença cada caso deve ser

avaliado e tratado levando-se em consideração características

individuais.

A DOENÇA NO HOMEM

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• A maioria dos casos de leishmaniose cutânea não requerem

tratamento uma vez que são auto-limitantes

• A leishmaniose visceral canina (Kala-azar) tem sido tratada já

há muitos anos por veterinários europeus

• No Brasil, protocolos terapêuticos para cães têm sido

avaliados durante os últimos 4 anos, mas o tratamento de cães

infectados não é recomendado devido ao risco potencial para a

saúde pública

• Política de controle adotada pelo Ministério da Saúde inclui o

tratamento precoce das infecções humanas, uso estratégico de

inseticidas e eliminação de cães soropositivos

TRATAMENTO, CONTROLE E PREVENÇÃO

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Page 43: Aula leishmaniose

• Todas estas drogas requerem um regime de dosagens

múltiplas, o que depende da condição clínica do cão e

cooperação do proprietário

• Sugere-se que o tratamento de manutenção deve ser mantido

com alopurinol, porque é impossível assegurar que os cão não

sofrerão recorrência da infecção caso o tratamento seja

interrompido

TRATAMENTO, CONTROLE E PREVENÇÃO

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• O uso de colares contendo inseticidas, shampoos ou inseticidas

aerosóis que são efetivos para proteger o cão contra a picada

do mosquito, têm que ser utilizados continuamente em todos os

pacientes sob tratamento

• O controle do vetor é um dos aspectos mais importantes para

o controle da doença

• O mosquito é susceptível aos mesmos inseticidas que o

mosquito da malária

• A pulverização de casas e abrigos dos animais com inseticidas

só terá impacto na transmissão se o vetor for restrito às áreas

intra- ou peri-domiciliar

TRATAMENTO, CONTROLE E PREVENÇÃO

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CONTROLE

• Manter higiene da área de 150 m

• Proteção das casas

• Usar repelentes

• “Vacinas”

• Evitar sair nos horários do mosquito : de 5

às 8h e de 16 às 29h

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