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1 Profa. Mayara Pereira da Silva Manaus - 2013

AULA_01 - Assistencia Social e PNAS

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Profa. Mayara Pereira da Silva

Manaus - 2013

Sumário

1) A dimensão conceitual de Estado, Política Pública e Assistência Social;2) A trajetória da Assistência no Assistência Social no Brasil;3) A Política Nacional de Assistência Social (PNAS);4) O Sistema Único de Assistência Social (SUAS);5) Os desafios da implementação do SUAS no contexto amazônico: relato de pesquisa;6) O papel do Assistente social frente aos desafios vigentes.

1) A dimensão conceitual de Estado, Política Pública e Assistência Social

ESTADO

O Estado moderno surgiu a partir do século XVI, concomitante com o modo de produção capitalista. Mas foi, sobretudo, a partir da Revolução Francesa que o Estado foi legitimado e ligado às normas constitucionais. (COSTA, 2006).

O Estado através dos diversos entes da Federação O Estado através dos diversos entes da Federação (Administrativa, Legislativa, Jurisdicional) formula e implementa (Administrativa, Legislativa, Jurisdicional) formula e implementa as Políticas Públicas.as Políticas Públicas.

Autores: José Paulo NetoAutores: José Paulo Neto CostaCosta FaleirosFaleiros

1) A dimensão conceitual de Estado, Política Pública e Assistência Social

POLÍTICA PÚBLICA

•“[...] consiste no conjunto de procedimentos formais e informais que expressam relações de poder e que se destinam à resolução pacífica dos conflitos quanto a bens públicos”.

•A autora também considera o conceito no sentido das ações governamentais, que possuem institucionalidade, ou seja, amparadas legalmente por programas, projetos, planos, metas e orçamento. (RUA, 1998, p.232)

Para Offe (1984), as Políticas Públicas configuram-se como uma arena política de luta contraditória, posto que envolvem a disputa no interior das diferentes esferas de formulação e a viabilização das políticas.

• A origem vem das Ciências Sociais e Política;

• A expressão política pública é polissêmica. (“polity” para denominar instituições políticas, “politics” para os processos políticos e “policy” para os conteúdos da políticas).

• O tipo ou modelo de Estado determina, em parte, o conceito de políticas públicas

1) A dimensão conceitual de Estado, Política Pública e Assistência Social

Segundo Chaves (2001), as Políticas Públicas constituem-se como ferramentas de ação do Estado, a partir dos quais suas instituições modelam e ordenam as formas de controle e de intervenção no plano societal. As formas de viabilização das Políticas Públicas expressam o caráter multifacetado do Estado nas diferentes instâncias institucionais.

1) A dimensão conceitual de Estado, Política Pública e Assistência Social

ASSISTÊNCIA SOCIAL

A assistência configura, uma resposta à questão social, nascida das necessidades da produção e articuladas como estratégias de controle do Estado sobre as classes subalternizadas, a fim de configurar a face humanitária do capitalismo sob a aparência de assistência ou benefício. Todavia, as práticas de assistência social pública podem ser, também, espaços de conquista de direitos sociais e do desenvolvimento da cidadania das classes subalternizadas. (SPOSATI, 2007)

2) A trajetória da Assistência no Assistência Social no Brasil

Marco Normativo da Assistência Social

•1942- Criação da Legião Brasileira de Assistência - LBA;•1977- Criação do Ministério da Previdência Social;•1988- Constituição Federal (Seguridade Social);•1993- Redação Final da Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS•1997- Edição da NOB (descentralização e participação);•1998- Re-edição da NOB (Espaços de negociação e Pactuação); •2004- Aprovada a Política Nacional de Assistência Social – PNAS;•2005- Aprovada a NOB/SUAS;•2006- Aprovada a NOB-RH/SUAS.

Constituição Federal de 1988 (Artigos 203 e 204) – “A Assistência Social será prestada a quem dela necessitar, independente de contribuição à Seguridade Social”.

Lei Orgânica da Assistência Social – Lei n 8.742/93 - “A Assistência Social, como direito do cidadão e dever do Estado, é política de Seguridade Social não contributiva, que prevê os mínimos sociais, realizada através de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o atendimento das necessidades básicas” p. 196.

ASSISTÊNCIA

SOCIAL

2) A trajetória da Assistência no Assistência Social no Brasil

Constituição Federal / 1988

Seguridade SocialSeguridade Social

Previdência SocialPrevidência Social SaúdeSaúdeAssistênciaAssistência

SocialSocial

(Art. 194 da CF/88)

2) A trajetória da Assistência no Assistência Social no Brasil

3) A Política Nacional de Assistência Social (PNAS)

Reestruturação Orgânica Reestruturação Orgânica da Política de Assistência Socialda Política de Assistência Social

Estabelecidos em 4 Instrumentos Básicos:

Política Nacional de Assistência Social PNAS/ Outubro de 2004;

Sistema Único de Assistência Social - SUAS; Norma Operacional Básica da Assistência Social -

NOB/SUAS - Julho de 2005Norma Operacional Básica de RH.

POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL

Integração com as demais políticasIntegração com as demais políticas

Eixos Norteadores

Caráter Não

ContributivoGarantia

de Mínimos Sociais

Direito deCidadania

POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL – PNASSOCIAL – PNAS

Efetiva a assistência social como direito de cidadania e

responsabilidade do Estado

institui o SUAS

POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL

InserçãoInserção

ProteçãoProteção

PrevençãoPrevenção

PromoçãoPromoção

FUNÇÃO

POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL

• Instrumentos

Beneficio de Prestação Continuada – BPC;

Benefício Eventual

Auxílio Natalidade;

Auxílio Funeral;

Emergenciais.

Benefícios AssistenciaisBenefícios Assistenciais

Programas e Projetos Programas e Projetos AssistenciaisAssistenciais

Bolsa Família, PETI Renda, Moradia Social e outros de inclusão produtiva/geração de trabalho e renda.

Serviços Serviços AssistenciaisAssistenciais

PAC/ ASEF, PETI, API, PPD, AGENTE JOVEM, ABRIGO, Sentinela, PAIF.

POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL

• Gestão

Organizações GovernamentaisOrganizações Governamentais

ConselhosConselhos

Organizações Não-GovernamentaisOrganizações Não-Governamentais

POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL

• Destinatários

FamíliaFamília

CriançaCriança

AdolescenteAdolescente

IdosoIdoso

Pessoa Portadora de DeficiênciaPessoa Portadora de Deficiência

Pessoa Excluída do Mercado de Trabalho e do Pessoa Excluída do Mercado de Trabalho e do acesso aos bens e serviços sociais essenciaisacesso aos bens e serviços sociais essenciais

DESTINATÁRIOS

Órgãos Gestores

Ministério do Desenvolvimento

Social e Combate à Fome

Secretarias Estaduais

Secretarias Municipais

Instâncias de Negociação e

Pactuação

Comissão Intergestora

Tripartide

Comissão Intergestora

Bipartide

Instâncias de Deliberação e

Controle Social

Conselho Nacional

Conselhos Estaduais

Conselhos Municipais

Instâncias de Financiamento

Fundo Nacional

Fundos Estaduais

Fundos Municipais

Rede de Entidades e Organizações de Assistência Social

Destinatários / Usuários

Sistema Descentralizado e Sistema Descentralizado e Participativo da Assistência SocialParticipativo da Assistência Social

Art. 6Art. 6oo da LOAS da LOAS

4) O Sistema Único de Assistência Social (SUAS);

SUAS SUAS Fortalecimento da relação entre gestão, financiamento e controle

social

NOB/SUAS: disciplina e normatiza a operacionalização da

gestão da Política Nacional de Assistência Social – PNAS

4) O Sistema Único de Assistência Social (SUAS);

Um novo modelo de gestão: Supõe um pacto federativo, com definição de

competências dos entes das esferas de governo;

Nova lógica de organização das ações: por níveis de complexidade, por território, considerando regiões e portes de municípios;

Forma de operacionalização da LOAS, que viabiliza o sistema descentralizado e participativo e a regulação unificada, em todo o território nacional.

Propõe a articulação entre os três eixos balisadores dessa política pública: a gestão, o financiamento e o controle social.

SUASSUAS

4) O Sistema Único de Assistência Social (SUAS);

O QUE É O SUAS?

• O SUAS é um sistema constituído pelo conjunto de serviços, programas, projetos e benefícios no âmbito da assistência social prestados diretamente – ou através de convênios com organizações sem fins lucrativos – por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais da administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo poder público;

• Sistema regulador, articulador e provedor de ações de proteção social básica e especial junto a municípios e estados.

o Acolhida;o Convívio;o Autonomia;o Rendimento;o garantias de direitos, de medidas, de

equidade e de proteção social.

Afiançador de seguranças sociais próprias da política:

O QUE É O SUAS?

Estabelece três funções para a Política de Assistência Social:

• Proteção Social;• Vigilância Socioassistencial;• Defesa Social e Institucional.

SUASSUAS

BÁSICAESPECIAL

MÉDIACOMPLEXIDADE

ESPECIALALTA

COMPLEXIDADE

SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL -

SUAS

REDE DE PROTEÇÃO SOCIAL Sistema de proteção social para os

cidadãos

Rede de Proteção SocialRede de Proteção SocialM

ÉD

IA

CO

MPLE

XID

AD

E

Cuidado no domicílio

Liberdadeassistida Plantão Social

Orientação e apoioSócio-familiar

CENTROS ESPECIALIZADOS DE REFERÊNCIA DA FAMÍLIA

ALT

A

CO

MPLE

XID

AD

Eabrigos albergues

Casas de PassagemInst. Longa permanência

CENTRAIS DE ACOLHIMENTO

C.R.A.SAtende a Família;Articula a rede;

Desenvolve ações comunitárias

Território 1Ações de

socializaçãoUnidades de Geração de $

C.R.A.STerritório 3C.R.A.S Território 2

Ações de Transf. renda

SIC

O

ORGANIZAÇÃO DAS AÇÕES

PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICAPROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA

Prevenção de situações de risco pessoal e social;

Situação onde os laços familiares e comunitários ainda não se romperam;

Prevê benefícios, serviços, programas e projetos locais de: acolhimento, convivência e socialização de famílias e de indivíduos.

CRAS – Centro de Referência da Assistência SocialCRAS – Centro de Referência da Assistência Social

É uma unidade pública estatal de base territorial, localizado em áreas de vulnerabilidade social, que abrange a um total de até 1.000 famílias/ano. Executa serviços de proteção social básica, organiza e coordena a rede de serviços sócio-assistenciais locais da política de assistência social.

Programa de Atenção Integral às Famílias;

Programa de inclusão produtiva e projetos de enfrentamento da pobreza;

Centros de Convivência para Idosos;

Serviços para crianças de 0 a 6 anos, que visem o fortalecimento dos vínculos familiares, o direito de brincar, ações de socialização e de sensibilização para a defesa dos direitos das crianças;

Serviços sócio-educativos para crianças e adolescentes na faixa etária de 6 a 24 anos, visam a sua proteção, socialização e o fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários;

Programas de incentivo ao protagonismo juvenil, e de fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários;

Centros de informação e de educação para o trabalho, voltados para jovens e adultos.

PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIALPROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL

Proteção a famílias e indivíduos que se encontram em situação de risco pessoal e social, por ocorrência de abandono, maus tratos físicos e/ou psíquicos, abuso sexual, uso de substâncias psicoativas, cumprimento de medidas sócio-educativas, situação de rua, situação de trabalho infantil, dentre outras.Interface com o Sistema de garantia de direitos, exigindo gestão compartilhada com o Poder Judiciário, Ministério Público e outros órgãos e ações.

Proteção Social Especial de Proteção Social Especial de Média Complexidade Média Complexidade

(vínculos familiares e comunitários (vínculos familiares e comunitários não foram rompidos)não foram rompidos)

• Serviço de orientação e apoio sócio-familiar;

• Plantão Social;• Abordagem de rua;• Cuidado no Domicílio;• Serviço de Habilitação e Reabilitação

na comunidade das pessoas com deficiência;

• Medidas sócio-educativas em meio-aberto (Prestação de Serviços à Comunidade – PSC e Liberdade Assistida – LA).

Proteção Social Especial de Proteção Social Especial de Alta Complexidade Alta Complexidade

(vínculos familiares e comunitários (vínculos familiares e comunitários já foram rompidos)já foram rompidos)

• Atendimento Integral Institucional;• Casa Lar;• República;• Casa de Passagem;• Albergue;• Família substituta;• Família Acolhedora;• Medidas sócio-educativas restritivas e

privativas de liberdade (Semi Liberdade, Internação provisória e sentenciada);

• Trabalho protegido.

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Paradigma da Assistência social: Paradigma da Assistência social: CRAS e CREASCRAS e CREAS

•CRAS - Centro de Referência de Assistência Social:

Órgão Público Estatal, localizado em área de vulnerabilidade social, funcionando como porta de entrada da Proteção Social Básica. Atua na referência das famílias atendidas,

superando a dimensão quantitativa dos atendimentos para uma abordagem qualitativa e marcada pela territorialidade das questões sociais.

•CREAS - Centro de Referência Especializado de Assistência Social:

Polo de referência, coordenador e articulador da proteção social especial de média complexidade, responsável pela oferta de orientação e apoio especializados e

continuados a indivíduos e famílias com direitos violados, direcionando o foco das ações para a família, na perspectiva de potencializar e fortalecer sua função protetiva.

Descentralização político-administrativa para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios e comando único das ações em cada esfera de governo;

Participação da população, por meio de organizações representativas, na formulação das políticas e no controle das ações em todos os níveis;

Primazia da responsabilidade do Estado na condução da política de assistência social em cada esfera de governo;

Centralidade na família para concepção e implementação dos benefícios, serviços, programas e projetos.

Diretrizes do SUASDiretrizes do SUAS

Matricialidade sócio-familiar

Descentralização político-administrativa e Territorialização

Novas bases para relação entre Estado e Sociedade Civil

Financiamento pelas três esferas de governo, com divisão de responsabilidades

Controle Social

Política de Recursos Humanos

Informação, Monitoramento e Avaliação

Conceitos e bases de Conceitos e bases de organização do SUASorganização do SUAS

Resultados Esperados

Política de Assistência Social como política

pública garantidora de Direitos.

Evitar o rompimento dos vínculos familiares e

comunitários;

Desenvolver as competências

familiares;

Potencializar a Rede de Proteção Social Básica

local

Evitar a violação de direitos (encaminhando a família e indivíduos para a

rede de proteção social básica e especial e para as demais Políticas Sociais).

AVANÇOS

• Adesão dos 184 municípios ao SUAS;• Apoio técnico aos municípios;• Coordenar o processo de revisão do BPC;• CIB, CEAS e FEAS estruturados;• Alimentação da REDE SUAS;• Capacitação dos gestores, técnicos e

conselhos;• Redesenho da Secretaria Estadual.

Desafios à Implantação do SUASDesafios à Implantação do SUAS

• Reestruturação da Rede Socioassistencial;• Elaboração e execução do plano de capacitação permanente e sistemática;• Estruturação do Sistema de Informação, Monitoramento e Avaliação;• Mapeamento das vulnerabilidades e riscos com vistas a territorialização e regionalização;• Regulação e Padronização dos Benefícios,

Serviços, Programas e Projetos;• Elaboração e execução da política de Recursos Humanos;• Municipalização dos serviços da PSB;

Desafios à Implantação do SUASDesafios à Implantação do SUAS

• Co-Financiamento da PSB;• Co-financiamento dos benefícios eventuais;• Definição de parâmetros de custeio para as ações da PSB e PSE;• Implantação e co-financiamento de consórcios públicos e/ou ações regionalizadas de PSE de

média e alta complexidade;• Implantação dos Núcleos Regionais para

assessoria aos municípios;• Política de Enfrentamento às Desigualdades

Sociais

5) Os desafios da implementação do SUAS no contexto amazônico:

Análise das condições de acesso aos Programas de Assistência Social pelas comunidades de Mucajá e Ebenezer em Maués/AM.

Talita de Melo Lira

Orientadora: Dra. Maria do Perpétuo Socorro Rodrigues Chaves

Manaus – Amazonas – Brasil 2008

UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONASINSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E LETRAS

DEPARTAMENTO DE SERVIÇO SOCIAL

Analisar as condições de acesso aos Programas de Assistência Social pelas populações ribeirinhas de Maués/AM.

OBJETIVOS

Identificar a forma de viabilização dos programas de Assistência Social no município de Maués;

Analisar a implementação dos programas de Assistência Social junto às famílias das comunidades de Ebenezer e Mucajá.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

OBJETIVO GERAL

Fonte: Grupo Inter-Ação/2007.

CATEGORIAS ANALÍTICAS

POLÍTICA PÚBLICA

ASSISTÊNCIA SOCIAL

POPULAÇÃOTRADICIONAL

CIDADANIA

POPULAÇÕES TRADICIONAIS

Diegues (2004); Chaves (2001,1997); Simonian (2005); Cunha (1989); Roué (1997); Castro (1997).

Principais características:

• Conhecimento dos ciclos da natureza, habilidade no manejo dos recursos locais a partir dos quais eles constroem um "modo de vida";

• Socialização dos saberes do mundo trabalho faz-se de geração em geração por via da oralidade;

• Priorizam as atividades de subsistência de seus grupos, seus produtos embora entrem no circuito do capital (por meio de trocas), não possuem dependência do mercado;

• Constroem suas representações sobre a vida baseado em mito e símbolos da floresta associados à caça, à pesca e as atividades extrativistas;

• Atuam como produtores polivalentes (caçam, pescam, plantam, coletam, tecem).

CIDADANIA

Fonte: Grupo Inter-Ação/2007.

POLITICAS PÚBLICAS

Fonte: Grupo Inter-Ação/2007.

ASSISTÊNCIA SOCIAL

Fonte: Grupo Inter-Ação/2007.

Locus da pesquisa

Figura 04. Mapa do Estado do Amazonas com detalhe para o município de Maués.

Foto 01: Frente da cidade de MauésFonte: Grupo Inter-Ação/2007.

O município de Maués está localizado na 8ª sub-região do Médio Amazonas, possui uma área de 40.163,8 Km2 correspondentes a 2,5% do Estado. O tempo de deslocamento, via transporte fluvial de Manaus para a sede do município de Maués, é de aproximadamente 18 horas.

MAUÉS

Locus da pesquisa

Foto 04: Frente da comunidade EbenezerFonte: Grupo Inter-Ação/2007.

Localiza-se às margens do Lago do Juma – rio Parauari; encontra localizada na área da Floresta Estadual de Maués, UC de uso direto, possui rica biodiversidade.

EBENEZER

Locus da pesquisa

Foto 02: Frente da comunidade Santo Antônio de Mucajá.Fonte: Grupo Inter-Ação/2007.

Foto 03: Acrocomia aculeata (Árvore do Mucajá)Fonte: Banco de Dados Grupo Inter-Ação, 2007.

Está situada à margem direita do Rio Parauari, foi fundada em 1826. Encontra-se na área do entorno da Floresta Estadual de Maués.

MUCAJÁ

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Fases da Pesquisa

Fase IPreliminar

Fase IIPesquisa de Campo

Fase IIIArticulação

Teórico-Prática

Fonte: Grupo Inter-Ação/2007.

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

1) Tipo de estudo

natureza qualitativa e quantitativa

2) Fontes de informação

dados de origem primária

dados secundários

Estudo de Caso Analítico Crítico

Fonte: Grupo Inter-Ação/2007.

4) Tamanho da Amostra

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Comunidades Nº de Entrevistas Aplicadas

Sujeitos da Pesquisa

Santo Antônio de Mucajá 02 Entrevistas Informantes-chave

Ebenezer 03 Entrevistas Informantes-chave

Maués (sede do município) 01 Entrevistas Assistente Social/Coordenador

Manaus (capital do estado do Amazonas) 01 Entrevistas Gestoras institucionais

Total 07 Entrevistas

Realização de Entrevistas

Mucajá é formada por 120 famílias, num total de 515 habitantes, amostra da pesquisa foi de

36 famílias.

Ebenezer é formada por 6 famílias, a pesquisa foi censitária.

Totalizando a aplicação

de 42 Formulário

TECNICAS/ INSTRUMENTAIS PÚBLICO-ALVO

Entrevista semi-estruturada Visitas Institucionais; Informantes-chave na comunidades;Gestores e Técnicos que viabilizam os programas de Assistência e Previdência Social;

Visitas Domiciliares;

Roteiro de entrevista semi-estruturado;

Caderno de campo;

Registro fonográfico;

Registro fotográfico;

Levantamento sócio-econômico Formulário (questões abertas e fechadas); Representantes dos grupos domésticos

Técnicas de abordagem grupal Reuniões com dinâmicas de grupo: Sociometria e Memória Coletiva;

Comunitários;

Conversas semi-informais; Visitas Domiciliares; Informantes-chave;

Observação participante, sistemática e assistemática.

Acompanhamento de atividades produtivas, político-organizativas e culturais (festas, celebrações).

Ribeirinhos e família;

Registro fotográfico;

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Fonte: Grupo Inter-Ação/2007.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Dificuldades/desafios apontados pela gestora de AS para implementação dos programas:

1) a história recente da Assistência Social no Brasil, tendo em vista que a mesma encontra-se em processo de construção;

2) número reduzido de profissionais em relação à grande demanda;

3) a qualificação dos profissionais que estão implementando a PNAS;

4) o recurso financeiro; e,

5) o monitoramento e avaliação dos programas, que ocorre ainda de forma incipiente.

Os nossos programas na maioria deles são destinados a zona urbana do município, são poucos os que têm pra zona ribeirinha, por questão de deslocamento, uma comunidade é muito longe da outra (...). A gente pega carona com a saúde, com a Educação, e isto é uma dificuldade. (AS1, Maués)

A Secretaria gerencia 04 programas sociais no âmbito federal e 08 programas no âmbito municipal, os quais apenas 02 chegam às comunidades ribeirinhas.

A maioria desses programas atendem, exclusivamente, à população da sede do município, grande parcela às populações da zona rural são excluídos do acesso da Assistência Social

prestada pelo município.

Sede do município de Maués

Fonte: Grupo Inter-Ação/2007.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

9; 25%

18; 50%

9; 25% 2.É um direitosocial

3.Ajuda financeiradada pelo Estado

5. Não sabe

Gráfico 06: Concepção de Assistência em Mucajá

Somente 36% (n =13), que corresponde a 1/3 dos informantes, possuem acesso aos programas de AS. (Programa Bolsa Família)

As condições de acesso aos programas de AS em Mucajá

“A gente entra nos programas assim através de um esforço próprio nosso, a gente ouvia mais assim através de rádio, infelizmente nós aqui na comunidade temos pouca informação[...] eu sabia, porque a gente ia na cidade e outras pessoas passavam a informação”. (EC4, 37 anos)

RESULTADOS E DISCUSSÕES

As condições de acesso aos programas de AS em Ebenezer

Gráfico 07: Concepção de Assistência em Mucajá

4; 66%

1; 17%

1; 17%1. Ajuda financeiradada pelo Estado

2.É um direitosocial

3. Não souberesponder

Somente 33 % (n =2) dos informantes possuem acesso aos programas de AS (Programa Bolsa Família).

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Quanto as dificuldades se destacam:

• a falta de informação sobre os programas;

• o custo do deslocamento (instituições);

• A falta de documentação para participar dos programas (crianças sem registro);

• a burocracia nos processos.

“nós estamos sofrendo aqui, mas como gritar pra lá, como? Nós só esperamos por Deus num mato desse, por outro, nós não esperamos não” (ES1, 65 anos).

RESULTADOS E DISCUSSÕES

CONSIDERAÇÕES FINAIS

• A ausência ou precariedade de infra-estrutura de bens e serviços sociais locais;

• A dificuldades de deslocamento de transporte das populações ribeirinhas para chegarem até sede do município de Maués;

• A falta de informação sobre os programas de Assistência Social;

• A burocracia e morosidade nos processo para a acessibilidade aos programas sócio-assistenciais.

ASSISTÊNCIA

SOCIAL

• Números de profissionais reduzidos em relação a grande demanda;

• A verba reduzida no município para implementação dos programas sociais;

• O auto custo da logística para chegar até as comunidades e localidades ribeirinhas;

Dificuldades(RIBEIRINHOS)

Dificuldades(INSTITUIÇÃO)

CONSIDERAÇÕES FINAIS

As populações ribeirinhas desenvolvem estratégias de organização comunitária para superar as dificuldades decorrentes da carência de bens e serviços sociais.

Falta de uma Política Públicas que contemple o modus vivendi das populações ribeirinhas

Número reduzido de estudos no âmbito da AS voltado para a zona rural;

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Assim, através deste trabalho apontam-se algumas indicativos, que se entende serem ações importantes para se vislumbrar a Assistência Social lato sensu:

• Criar novos canais de participação permitindo o acesso das populações ribeirinhas à informação e controle social em relação aos planos e programas de Assistência Social.

• Elaborar estudos e análises na perspectiva de formular propostas para a política de Assistência Social na Amazônia, para a realidade das populações tradicionais.

• Incorporar novas tecnologias sociais aos trabalhos dos programas de Assistência Social, formando um banco de dados sobre a questão social na Amazônia;

• Fortalecer os Conselhos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao tomar por base os resultados desse trabalho, reafirma-se que o estudo e a práxis do Serviço Social na área sócio-ambiental junto

às populações ribeirinhas não deve ser apenas para produzir conhecimento sobre as mesmas, mas representa a afirmação, o

respeito e o compromisso ético-político pela garantia e concretização de direitos sociais destas populações.

Fonte: Grupo Inter-Ação/2007.

PERSPECTIVAS DESAFIADORAS PERSPECTIVAS DESAFIADORAS AO SERVIÇO SOCIALAO SERVIÇO SOCIAL

(IAMAMOTO, 2001).(IAMAMOTO, 2001).

6) O papel do Assistente social frente aos desafios vigentes.

 REDESCOBRIR ALTERNATIVAS E POSSIBILIDADES PARA O TRABALHO PROFISSIONAL NO CENÁRIO ATUAL,

 TRAÇAR HORIZONTES PARA A FORMULAÇÃO DE PROPOSTAS QUE FAÇAM FRENTE À QUESTÃO SOCIAL,

 MATERIALIZAR OS PRINCÍPIOS ÉTICOS POLÍTICOS DA PROFISSÃO,

 DEFENDER DE FORMA INTRANSIGENTE OS DIREITOS HUMANOS,

 AFIRMAR O COMPROMISSO COM A CIDADANIA E DEFESA DOS DIREITOS SOCIAIS,

 RELACIONAR TEORIA E PRÁTICA,

DECIFRAR A REALIDADE E CONSTRUIR PROPOSTAS CRIATIVAS E EFETIVADORAS DE DIREITOS,

ARTICULAR PRÁTICAS SINGULARES ÀS COLETIVAS,

EXERCER A FUNÇÃO DE EDUCADOR POLÍTICO,

REQUER UM PROFISSIONAL INFORMADO, CULTO E DINÂMICO,

SER CRÍTICO E COMPETENTE,

PREOCUPAR-SE COM A QUALIDADE DOS SERVIÇOS,

SER CAPAZ DE NEGOCIAR COM ARGUMENTAÇÃO,

SER PROPOSITIVO E CRIATIVO.

CONDIÇÕES BÁSICAS PARA O EXERCÍCIO DA PRÁTICA CONDIÇÕES BÁSICAS PARA O EXERCÍCIO DA PRÁTICA

Conhecer Compreender Intervir

QUERER SABER, ASSUMIR E RESPONSABILIZAR-SE POR AÇÕES QUE INTERPELAM A REALIDADE SOCIAL.

NECESSIDADES SINGULARES E COLETIVAS

TRANFORMAÇÕES SOCIAIS.

“ “ UM DOS MAIORES DESAFIOS QUE O UM DOS MAIORES DESAFIOS QUE O ASSISTENTE SOCIAL VIVE NO PRESENTE É ASSISTENTE SOCIAL VIVE NO PRESENTE É DESENVOLVER SUA CAPACIDADE DE DECIFRAR DESENVOLVER SUA CAPACIDADE DE DECIFRAR A REALIDADE E CONSTRUIR PROPOSTAS DE A REALIDADE E CONSTRUIR PROPOSTAS DE TRABALHO CRIATIVOS E CAPAZES DE TRABALHO CRIATIVOS E CAPAZES DE PRESERVAR E EFETIVAR DIREITOS, A PARTIR DE PRESERVAR E EFETIVAR DIREITOS, A PARTIR DE DEMANDAS EMERGENTES NO COTIDIANO. SER DEMANDAS EMERGENTES NO COTIDIANO. SER UM PROFISSIONAL PROPOSITIVO E NÃO SÓ UM PROFISSIONAL PROPOSITIVO E NÃO SÓ EXECUTIVO.” (IAMAMOTO, 2001)EXECUTIVO.” (IAMAMOTO, 2001)

Quem sabe possamos dar substância a uma Assistência Social lato sensu na Amazônia, onde o homem amazônida, a mulher amazônida, a criança, o idoso da Amazônia, mais do que garantia de qualidade de vida, tenham a certeza de ter assegurado um destino honrado, onde a existência se identifica com a dignidade, com o exercício da liberdade, com a mobilização de potencialidades criativas, com o direito ao diverso, ao diferente.

TEIXEIRA, 1998.

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BIBLIOGRAFIA

BRASIL, Lei n.º 8742 de 07/12/1993 - Lei Orgânica da Assistência Social.

BRASIL, Constituição Federal de 10/08/1988.

BRASIL, Política Nacional de Assistência Social. 2004.

BRASIL, NOB SUAS, 2005.

BOSCHETTI, I. Assistência social no Brasil: um direito entre originalidade e conservadorismo. Brasília, 2003.

PEREIRA, P.A.P. Necessidades humanas: subsídios à crítica dos mínimos sociais.

São Paulo: Cortes, 2007.

SPOSATI, Aldaíza. A menina LOAS. Cortez Editora. São Paulo, 2003.

YAZBEK, Carmelita. Classes Sociais e Assistência Social. 6ed. Cortez Editora. São Paulo, 2003.

OBRIGADA PELA ATENÇÃO!!!