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7/17/2019 Aula
http://slidepdf.com/reader/full/aula563db889550346aa9a948ec0 1/1
Kant e o fim da metafísica clássica
– Quando falamos de metafísica clássica, estamos falando do tipo de pensar que surgiu desde os
primeiros filósofos da Antigüidade e chegou até o período moderno. Ela afirmava que a realidade ou
o er e!iste em si mesmo e que ele se oferece tal como é ao pensamento. A metafísica "aseava#se na
afirma$%o de que o intelecto humano &ou o pensamento' possui o poder para conhecer a realidade tal
como é em si mesma. Em resumo, a metafísica sustentava que(
a' e!iste a realidade em si e ela pode ser conhecida
"' nossas idéias ou conceitos tomam um conhecimento verdadeiro da realidade, uma ve) que a
verdade é a correspond*ncia entre o intelecto e a realidade.
– +s dois pressupostos metafísicos tinham um nico fundamento( a e!ist*ncia de um ser infinito que
nos garantiria a realidade e a inteligi"ilidade de todas as coisas.
– -asso definitivo que levou crise da metafísica foi dado por /ume, que postulou que idéias como
su"st0ncia e ess*ncia s%o, em ltima inst0ncia, resultados do há"ito que temos de associar as coisas.
/ume denunciou que a repeti$%o de determinados fen1menos nossa vista nos fa) crer que há uma
realidade causal e!terna e própria e independente de nós, o que n%o é verdade.
– Ao ler /ume, 2ant declara ter sido desperto do 3sono dogmático4. &+ dogmatismo está no ponto de
partida da metafísica, que afirma a e!ist*ncia de uma realidade em si'.
– Acordado do sono dogmático, ent%o, 2ant prop5e uma crítica da ra)%o teórica. Ele ela"ora um
cuidadoso e!ame so"re a estrutura e o poder de nossa ra)%o, para determinar o que ela pode e
principalmente o que ela n%o pode. Esta ltima tarefa é de su"stancial import0ncia, pois atingia
diretamente a discuss%o so"re a metafísica, colocando, de uma ve) por todas, limites s suas
afirma$5es que redundavam numa cren$a em poderes irreais por parte da ra)%o.
– 2ant distingue dois tipos de conhecimento( o empírico e o apriorístico. 6o primeiro caso, o
conhecimento "aseia#se na e!peri*ncia psicológica de cada um de nós, enquanto no segundo caso
"aseia#se na estrutura interna da própria ra)%o. – A 3realidade4 possui tam"ém 7 modalidades( e!iste a realidade que se oferece a nós pela e!peri*ncia
&o mundo dos fen1menos', e a realidade que n%o está na e!peri*ncia &o mundo dos n1umenos'. Este
ltimo n%o é dado nossa sensi"ilidade &isto é, nós n%o podemos perce"*#lo através de nossos
sentidos' nem ao nosso entendimento, mas curiosamente é afirmado pela ra)%o sem "ase na
e!peri*ncia ou no entendimento.
– 8alve) n%o fosse correto di)er que 2ant solucionou o em"ate entre racionalismo e empirismo, pois
os pro"lemas filosóficos, em sua maioria, n%o s%o resolvidos, mas recolocados de uma outra forma.
2ant recolocou o de"ate entre os racionalistas e empiristas, di)endo que e!istem coisas
imprescindíveis tanto em uma quanto em outra corrente. 9o lado do racionalismo, 2ant destacou
que nós possuímos uma estrutura, uma capacidade de conhecimento inata, universal e necessária,que realmente n%o depende da e!peri*ncia, mas – e aqui nós vemos a premissa empirista anunciada
por 2ant – em"ora nossa ra)%o funcione independentemente da e!peri*ncia, os contedos que a
ra)%o rece"e v*m todos da e!peri*ncia. Através das formas a priori da sensi"ilidade &o espa$o e o
tempo', nós possuímos intui$5es, organi)amos o contedo da e!peri*ncia, construímos conceitos
etc.
– 6outras palavras, o e!ame :antiano avalia a nature)a e a estrutura da ra)%o, mas reconhece que ela
de nada valeria se nós n%o tivéssemos a e!peri*ncia para preench*#la.
– Está aí o criticismo :antiano( ao analisar com rigor as potencialidades e os limites da ra)%o, ele
dei!a claro que determinadas idéias por nós conce"idas n%o podem – do ponto de vista
epistemológico – ser afirmadas com certe)a. %o as idéias de 9eus, de imortalidade da alma e deli"erdade. 6ovamente, vale ressaltar( esta discuss%o n%o envolve quest5es de fé, mas um e!ame do
que nós podemos conhecer através unicamente de nossa ra)%o.