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RENATA DE SOUZA COELHO AVALIAÇÃO DA CONDIÇÃO PERIODONTAL DE USUÁRIOS DO SERVIÇO PÚBLICO DA CIDADE DO RECIFE-PE Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação da Faculdade de Odontologia de Pernambuco (FOP-UPE) como requisito final à obtenção do título de Mestre em Odontologia (Área de Concentração: Saúde Coletiva). Orientadora: Profa. Dra. Estela Santos Gusmão Co-Orientadora: Profa. Dra. Renata Cimões Jovino Silveira CAMARAGIBE - PE 2006

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RENATA DE SOUZA COELHO

AVALIAÇÃO DA CONDIÇÃO PERIODONTAL DE USUÁRIOS DO

SERVIÇO PÚBLICO DA CIDADE DO RECIFE-PE

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação da Faculdade de Odontologia de Pernambuco (FOP-UPE) como requisito final à obtenção do título de Mestre em Odontologia (Área de Concentração: Saúde Coletiva).

Orientadora: Profa. Dra. Estela Santos Gusmão

Co-Orientadora: Profa. Dra. Renata Cimões Jovino

Silveira

CAMARAGIBE - PE

2006

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RENATA DE SOUZA COELHO

AVALIAÇÃO DA CONDIÇÃO PERIODONTAL DE USUÁRIOS DO

SERVIÇO PÚBLICO DA CIDADE DO RECIFE-PE

FOLHA DE APROVAÇÃO

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação da Faculdade de Odontologia de Pernambuco (FOP-UPE) como requisito final à obtenção do título de Mestre em Odontologia (Área de Concentração: Saúde Coletiva).

Defendida e aprovada em 22 de dezembro de 2006.

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________________ Profa. Dra. Ana Cláudia da Silva Araújo

___________________________________________________

Profa. Dra. Eliane Helena Alvim de Souza

___________________________________________________ Profa. Dra. Maria Eleonora de Araújo Burgos

CAMARAGIBE - PE

2006

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DEDICATÓRIA

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DEDICATÓRIA

A Ti Senhor... Com quem compartilhei todos os segundos desta caminhada... “São tantos planos que o meu coração tem para mim. Mas sei que a resposta certa sempre será... sempre virá de Ti.”

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AGRADECIMENTOS ESPECIAIS

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AGRADECIMENTOS ESPECIAIS

Passos... a cada instante mais um passo... a cada passo, uma nova etapa, novas experiências... a cada experiência, novas esperanças, novos sonhos, novos desejos, novas lutas... a cada luta ... Vitórias. E então, tudo começa novamente...

As pessoas costumam dizer que não há vitórias sem lutas. No entanto, para cada uma destas buscas, não é bom que estejamos sozinhos... ”Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor paga do seu trabalho. Pois se caírem, um levantará o seu companheiro; mas ai do que estiver só, pois, caindo, não haverá outro que o levante.” Ec. 4:9_10.

Esta é, para mim, a importância de cada um de vocês:

Meus pais, Roberto e Fatima, o que dizer de vocês? Agradeço pela vida, pelos exemplos, pelo carinho, amor e conselhos, que firmaram os meus pés, quando queria fraquejar.

Meus irmãos e cunhado, Jaime, Roberta e Uirá... Vocês são um dos meus maiores estímulos. Presentes valiosos que recebi da vida, sem dar nada em troca. Nossa união, apesar da distância, é a maior prova do Amor de Deus em nossas vidas...

Meu noivo, Raiff... Como posso retribuir cada minuto de amor, estímulo, encorajamento e força? Louvo ao Pai por esta etapa fazer parte dos nossos sonhos e não somente dos meus...que seja assim por toda a vida...

Minhas queridas, Belinha, Isinha e Gy. Eternas amigas, ou melhor, irmãs pela vida... Sorrisos, lágrimas, lutas, vitórias... com vocês aprendi o verdadeiro sentido da vida, do amor, das preciosidades que o Senhor põe em nossos caminhos para fazer-nos melhores...

Minhas amigas Renatinha, Carol e Rilvinha, pelos momentos ímpares que compartilhamos, pelo que aprendemos e ensinamos, umas as outras... pela amizade verdadeira que nos envolve.

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Aos pesquisadores e colegas Elvio, Mariângela e Juliana, pelas lutas e conquistas de que compartilhamos... o meu muito abrigada.

Professora e querida amiga Estela Gusmão... além de instrutora, amiga... completa. Sua determinação, cuidado e carinho me cativaram e estimularam a querer sempre seguir em frente, em busca da realização de mais um sonho... Muito, muito obrigada.

Professora Renata Cimões. Agradeço pelos ensinamentos e também pelo exemplo de coragem, de perseverança, de amor pelo que faz. Este exemplo perdurará por toda a minha vida. Também fico feliz por ter acompanhado tão importante etapa de sua vida: Ser mãe...

Professor Arnaldo Caldas. Sou bastante grata, pela constante disponibilidade, atenção e apoio recebidos durante todo o curso de Mestrado e realização desta dissertação, e ainda pelo amadurecimento pessoal, pelos conselhos, palavras...

Com pessoas assim, sentimos a obrigação de fazermos o nosso MELHOR...

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AGRADECIMENTOS

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AGRADECIMENTOS

À Faculdade de Odontologia de Pernambuco FOP/UPE, pela oportunidade que tive de poder, através desta instituição, ampliar meus conhecimentos e poder aplicá-los para a melhoria da qualidade de vida da nossa população.

A todos os Professores do curso de Mestrado em Odontologia FOP/UPE, por tão valiosos ensinamentos e amizade.

Em especial, aos Professores e Amigos da nossa área de concentração: Saúde Coletiva... pela paciência, carinho, por serem os responsáveis em aumentar, ainda mais em nós, o amor por ensinar e aprender uns dos outros.

Ao professor Edmilson Mazza, que transformou em números aquilo que apenas com nossos olhos não éramos capazes de mensurar.

À Secretaria Municipal do Recife, pos ter-nos possibilitado realizar este estudo nas dependências das Unidades de Saúde da Família da cidade do Recife.

A todos os profissionais das Unidades de Saúde da Família visitadas, pelo apoio dado para a concretização deste trabalho.

A todos os pacientes, por sua colaboração, sem os quais seria impossível a realização deste trabalho. À CAPES/MEC, pela concessão da bolsa, ajudando na construção desta pesquisa.

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EPÍGRAFE

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EPÍGRAFE “Mas se isso for mesmo impossível, eu diria: então está bem, persista, vá em frente, leia muito, todas essas coisas que são lugares-comuns. E principalmente: seja humilde, mas combine essa humildade com certa obstinação.” João Ubaldo Ribeiro

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RESUMO

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RESUMO

O presente estudo objetivou avaliar a condição periodontal de indivíduos adultos,

atendidos nas Unidades de Saúde da Família (USF) com Equipe de Saúde Bucal da

cidade do Recife, verificando possíveis associações com as variáveis sócio-econômicas

e demográficas. O tamanho da amostra foi calculado após a realização de um estudo

piloto, utilizando-se um erro de 5%, intervalo de confiança de 95% e uma prevalência

de 48,7% , correspondente a maior prevalência de condição periodontal encontrada no

estudo piloto. Uma amostra mínima de 461 pacientes foi calculada, sendo examinados,

ao final da pesquisa, um total de 505 indivíduos adultos. Os participantes responderam,

inicialmente, a um formulário e em seguida, foram submetidos ao exame periodontal. A

coleta dos dados consistiu no registro da condição periodontal, baseando-se no Índice

Periodontal Comunitário, através do registro de sangramento gengival, presença de

cálculo dentário e bolsas periodontais. Os resultados revelaram que o cálculo dentário

apresentou o maior percentual (61,8%) entre os examinados, seguido pela presença de

bolsas periodontais rasas (15,2%); o percentual de indivíduos saudáveis correspondeu

a 10,7% da amostra, enquanto que a presença de sangramento à sondagem e bolsas

periodontais profundas corresponderam, respectivamente, a 10,3% e 2,0%. Foi

realizada uma análise, a fim de se observar a distribuição da condição periodontal por

sextante. Esta análise indicou que, dos 3030 sextantes examinados, 31,9%

apresentavam-se sadios e 4,8% apresentavam bolsas periodontais. Os resultados da

pesquisa mostraram uma relação significante entre a condição periodontal e as

variáveis sócio-econômico-demográficas analisadas (p<0,05). Conclui-se que a saúde

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periodontal da maioria dos examinados encontrava-se alterada quando da aplicação do

CPI.

Palavras Chave: Índice Periodontal; Epidemiologia; Prevalência.

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ABSTRACT

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ABSTRACT

The aim of the present study was to evaluate the periodontal condition in adults, seeing

in the Family Health Unit (FHU) with Dental Service from the city of Recife, Brazil, and to

investigate whether periodontal condition is associated to socio-economic and

demographic variables of the subjects. The size of the sample was calculated using the

results of a pilot study carried out before, using a standard error of 5,0%, a confidence

interval of 95% and a 48,7% prevalence of the most present periodontal condition in the

pilot study. The minimum size of the sample was 461 patients, and a total of 505 adults

participated of this study. Firstly, each participant answered a form and underwent a

periodontal examination. Data collection comprised registration of periodontal condition

based on the Community Periodontal Index (CPI), which includes the recordings gingival

bleeding, calculus and periodontal pocket depths. Data indicate that calculus was found

as the highest condition in 61,8% of the sample, and shallow pockets were found as the

highest CPI score in 15,2% of the subjects. Healthy individuals corresponded to 10,7%

of the sample, while gingival bleeding and deep pockets corresponded, respectively, to

10,3% e 2,0% of the patients. An assessment was made to obtain the periodontal

condition by sextant, and showed that 31,9%, of all the 3030 examined sextants, were

considered healthy, and 4,8% presented periodontal pockets. The results showed a

significant relationship (p<0,05) between the periodontal condition and the socio-

economic and demographic variables analyzed. Data indicate that periodontal health of

most of the patients was altered, when using CPI.

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KEY WORDS: Periodontal Index; Epidemiology; Prevalence.

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LISTA DE FIGURAS

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Mapa da cidade do Recife e distribuição dos Distritos Sanitários

do Município ....................................................................................................................52

Figura 2: Sonda preconizada pela OMS para exame periodontal (CPI) .........................67

Figura 3: Divisão da arcada em sextantes e destaque dos dentes-índice

examinados pelo CPI .......................................................................................................68

Figura 4: Codificação para o Índice Periodontal Comunitário (CPI),

ilustrando a posição da sonda para o exame ..................................................................69

Figura 5: Modelo sócio-ecológico para a doença periodontal em uma

perspectiva dinâmica .......................................................................................................96

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LISTA DE QUADROS

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1. Variável dependente do estudo .....................................................................69

Quadro 2. Variáveis independentes do estudo ...............................................................70

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LISTA DE GRÁFICOS

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Distribuição dos indivíduos pesquisados segundo o sexo .............................74

Gráfico 2: Distribuição da amostra em relação aos Distritos Sanitários

da cidade do Recife .........................................................................................................77

Gráfico 3: Avaliação percentual da condição periodontal por sextante ..........................89

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LISTA DE TABELAS

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Distribuição dos indivíduos pesquisados segundo sexo, idade,

escolaridade, estado marital e classe social ....................................................................76

Tabela 2: Distribuição dos indivíduos pesquisados segundo a condição

periodontal .......................................................................................................................78

Tabela 3: Distribuição dos indivíduos segundo as variáveis sexo e faixa

etária em relação à condição periodontal, nas Unidades de Saúde da Família

com Equipe de Saúde Bucal na cidade do Recife ...........................................................79

Tabela 4: Distribuição dos indivíduos segundo as variáveis escolaridade,

estado marital e classe social em relação à condição periodontal, nas Unidades

de Saúde da Família com Equipe de Saúde Bucal na cidade do Recife .........................81

Tabela 5: Avaliação da condição periodontal, segundo o sexo e a faixa etária

dos pesquisados, considerando a condição periodontal em três categorias...................82

Tabela 6: Avaliação da condição periodontal segundo o estado marital,

escolaridade e classe social dos pesquisados, considerando a condição

periodontal em três categorias .........................................................................................84

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Tabela 7: Regressão logística segundo as variáveis independentes:

sexo, estado marital, faixa etária e escolaridade..............................................................86

Tabela 8: Regressão logística segundo as variáveis independentes:

sexo, estado marital, faixa etária e classe social ..............................................................87

Tabela 9: Avaliação da condição periodontal por sextante .............................................89

Tabela 10: Distribuição da condição periodontal em todos os sextantes ........................90

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SUMÁRIO

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SUMÁRIO

RESUMO

ABSTRACT

LISTA DE FIGURAS

LISTA DE QUADROS

LISTA DE GRÁFICOS

LISTA DE TABELAS

1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................30 2. REVISÃO DA LITERATURA .......................................................................................36 3. OBJETIVOS .................................................................................................................48 4. MATERIAIS E MÉTODO..............................................................................................50 4.1 Localização do Estudo................................................................................................51 4.2 População Alvo...........................................................................................................51 4.3 Tamanho da Amostra .................................................................................................52 4.3.1 Estudo Piloto..........................................................................................................54 4.4 Seleção da Amostra ...................................................................................................55 4.4.1 Seleção das Unidades de Saúde da Família .......................................................55 4.4.2 Seleção dos usuários............................................................................................56 4.5 Calibração ..................................................................................................................56 4.5.1 Calibração intra-examinador ................................................................................57 4.5.2 Calibração inter-examinador ................................................................................59 4.6 Desenho do Estudo ....................................................................................................59 4.7 Fluxograma do Estudo................................................................................................60 4.8 Coleta dos Dados .......................................................................................................61 4.8.1 Instrumento de pesquisa ......................................................................................61 4.8.1.1 Entrevista..............................................................................................................61 4.8.1.1.1 Classificação Social...........................................................................................62 4.8.1.2 Exame clínico .......................................................................................................66

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4.9 Elenco de Variáveis ....................................................................................................69 4.9.1 Variável Dependente .............................................................................................69 4.9.2 Variáveis Independentes.......................................................................................70 4.10 Considerações Éticas ...............................................................................................71 4.11 Análise dos Dados....................................................................................................72 4.11.1 Estatística Descritiva...........................................................................................72 4.11.2 Estatística Inferencial..........................................................................................72

5 RESULTADOS..............................................................................................................73 5.1 Categorização da Amostra .........................................................................................74 5.2 Condição Periodontal da Amostra ..............................................................................77 5.2.1 Análise Bivariada...................................................................................................78 5.2.2 Análise Multivariada ..............................................................................................84 5.3 Condição Periodontal por Sextante ............................................................................88 6 DISCUSSÃO .................................................................................................................91 7 CONCLUSÕES ...........................................................................................................104 REFERÊNCIAS...............................................................................................................107

APÊNDICE......................................................................................................................116

ANEXOS.........................................................................................................................118

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INTRODUÇÃO

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1 INTRODUÇÃO*

A epidemiologia, área do conhecimento humano que estuda os determinantes de

ocorrência de eventos ou condições relacionadas à saúde, apresenta dois objetivos

principais: o primeiro, busca identificar as causas das doenças, a fim de aplicar os seus

resultados no controle dos problemas de saúde, e o segundo, encontra-se voltado à

Saúde Pública, e considera a utilização deste conhecimento no sentido de prevenir ou

controlar as doenças (OPPERMANN, GOMES, 1999). Por esta razão, a Saúde Pública

necessita conhecer a prevalência, extensão e severidade das doenças bucais, para

poder atuar. A realização de estudos epidemiológicos de prevalência e severidade das

doenças e condições bucais é de grande importância, já que eles devem subsidiar tanto

o planejamento de políticas preventivas e assistenciais de saúde bucal, quanto à

execução dos serviços odontológicos (GESSER, PERES, MARCENES, 2001).

Geralmente, os trabalhos indexados ratificam ser a cárie e a doença periodontal os

principais problemas bucais (ARAÚJO, 2003; VERED SGAN-COHEN, 2003). De acordo

com Araújo (2003) a maior parte da população brasileira não tem acesso à informação

e a programas educacionais, muito menos a um tratamento odontológico. Ainda,

segundo o autor, para mudar esta realidade, é necessário conhecer as condições de

saúde da população a ser investigada.

A Periodontia vem procurando atingir rumos diferenciados, deixando de se

preocupar somente com situações em que o periodonto já esteja envolvido seriamente * A elaboração desta dissertação obedece ao disposto nas NBR 14724 (informação e documentação – Trabalhos

Acadêmicos – Apresentação, 2005); 10520 (Informação e documentação – Citações em documentos – Apresentação,

agosto/2002).

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com extensos processos inflamatórios e ou infecciosos. Nesta especialidade da

Odontologia, a epidemiologia descritiva tem sido absolutamente preponderante. Ela

requer a mensuração dos eventos relacionados à saúde e doença, através de índices

desenvolvidos especificamente para este fim (OPPERMANN, GOMES, 1999). Grande

parte dos estudos epidemiológicos em saúde bucal, realizados no Brasil, prioriza a

população infantil, em especial os escolares, abordando principalmente a cárie dentária.

Para Gesser; Peres; Marcenes (2001), “poucos são os estudos epidemiológicos de

saúde periodontal, voltados para os adolescentes, adultos jovens e idosos, o que

dificulta o planejamento mais adequado dos serviços de saúde”.

A doença periodontal envolve um conjunto de sinais e sintomas que afetam os

tecidos de proteção e suporte dos dentes, podendo levar à eventual perda do elemento

dentário (TOLEDO, FIGUEIREDO, ROSSA JUNIOR, 2002). O início e progressão das

infecções periodontais são claramente modificados por fatores locais e gerais,

conhecidos como fatores de risco, os quais devem ser identificados, a fim de reduzir a

probabilidade de ocorrência da doença periodontal em uma população (MACHION et

al., 2000). A etiologia das doenças periodontais tem sofrido algumas mudanças e o

reconhecimento da importância desses fatores tem levado à extensas pesquisas sobre

o assunto. A epidemiologia ajuda a elucidar quais são estes fatores de risco, e, a partir

de então, determinar a necessidade de tratamento para as populações estudadas.

Segundo a Academia Americana de Periodontologia - AAP, em 1996, “fator de risco

pode ser conceituado como um aspecto do comportamento humano, uma exposição do

meio em que ele vive ou ainda uma característica inerente que está associada à

doença”.

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De acordo com autores como Oppermann; Gomes (1999), Gesser; Peres;

Marcenes (2001), Brodeur et al. (2001), Hansen; Bjertness; Gronnesby (1993) existem

várias evidências mostrando que a progressão da doença periodontal pode variar intra

e inter-individualmente, sendo suscetível a fatores modificadores de ordem genética,

sistêmica, cultural, comportamental e sócio-econômica. Hansen; Bjertness; Gronnesby

(1993) ainda consideram o sistema de atenção à saúde, como fator que pode ajudar a

explicar a natureza multifatorial da destruição periodontal. Apesar da multiplicidade de

fatores relacionados à doença periodontal, é certo que o agente etiológico mais

importante para o seu desenvolvimento é o biofilme dental (placa bacteriana).

Em 1986, foi realizado o primeiro estudo epidemiológico de base nacional, no qual

foi possível dimensionar a prevalência das condições periodontais na população

brasileira com mais de 15 anos de idade (BRASIL, 1988). Já em 2003, ocorreu o mais

recente levantamento epidemiológico em saúde bucal, o SB Brasil 2003, estudo que

envolveu 12.117 indivíduos, desde os 18 meses até os 74 anos de idade. Seus

resultados mostraram uma pior condição periodontal em indivíduos com faixa etária de

35 a 44 anos e uma baixa prevalência de doença periodontal severa na faixa de 65 a 74

anos, fato justificado pela pesquisa, em razão da grande quantidade de sextantes

excluídos nesta faixa etária (BRASIL, 2004).

Para mensurar os eventos relacionados à saúde e doença, a epidemiologia utiliza

alguns índices desenvolvidos especificamente para este fim. Segundo Pizante;

Guimarães (1997), “os índices são proporções ou coeficientes que servem de

indicadores da freqüência com que certas doenças ocorrem numa população.”

Nas pesquisas periodontais, os índices capazes de avaliar as condições clínicas

do periodonto, dando inclusive um direcionamento para um possível tratamento, são

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bastante importantes, visto que muitos deles podem ser aplicados a grandes

populações, por serem de fácil execução, como é o caso do Índice Periodontal

Comunitário de Necessidade de Tratamento ou CPITN (PINTO, 2000). De acordo com

Brito, Silva, Gusmão (1998) a sigla em inglês é a mais utilizada (CPITN) em função da

melhor eufonia em relação a sua correspondente em português (ICNTP ou ainda

INTPC). Este índice foi proposto por Ainamo et al., em 1982. O mesmo já foi e vem

sendo aplicado em várias pesquisas epidemiológicas (BRASIL 1986; GESSER, PERES,

MARCENES, 2002; GJERMO et al., 2002; BRASIL, 2004), onde apresentou resultados

compatíveis aos objetivos propostos na metodologia dos vários estudos. Este índice foi

preconizado pela Organização Mundial de Saúde – OMS – em 1997, agora sem fazer

referência as necessidades de tratamento, por ser um índice simples e

internacionalmente uniforme, sendo chamado de Índice Periodontal Comunitário (CPI –

sigla em inglês). Sua denominação foi modificada para Índice Periodontal Comunitário,

em virtude do novo entendimento da doença periodontal nos dias atuais (PEREIRA et

al., 2003). O CPI avalia a condição periodontal em determinada população, baseando-

se no exame de 10 dentes-índice distribuídos em seis sextantes, que são classificados

através de indicadores específicos (PILOT et al., 1987; PINTO 2000).

Entende-se, desta forma, que a doença periodontal possui uma etiologia

multifatorial, e que os fatores causais estão em íntima relação com os indicadores de

risco. Vários indicadores de risco potenciais para a doença periodontal têm sido

analisados e confirmados pelos levantamentos epidemiológicos, tais como sexo, idade,

classe social e nível de escolaridade. Nesta perspectiva, o presente trabalho objetiva

conhecer a condição periodontal (sangramento gengival, cálculo dentário e bolsas

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periodontais) de indivíduos adultos atendidos nas Unidades de Saúde da Família com

Equipe de Saúde Bucal da cidade do Recife, através do Índice Periodontal Comunitário.

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REVISÃO DE LITERATURA

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2 REVISÃO DA LITERATURA

A importância da epidemiologia na Odontologia é comentada por vários autores,

destacando entre eles Oppermann; Gomes (1999), Pinto (2000), que consideram ser o

conhecimento da situação epidemiológica de uma população essencial, tanto para o

nível de planejamento, quanto para o de execução dos serviços odontológicos,

constituindo-se o caminho correto do equacionamento dos problemas de saúde e

doença de cada comunidade. Ragghianti et al. (2004) relatou que a epidemiologia além

de estudar o processo saúde-doença nas populações, avalia como estas condições

podem ser influenciadas por fatores como hereditariedade, biologia, ambiente físico e

comportamento pessoal.

Vários pesquisadores, ao estudarem o processo saúde-doença ao longo dos

anos, como por exemplo, Marcos (1998), consideram que os estados de saúde e

doença nas populações enquanto condições históricas, culturais e biologicamente

determinadas, em dado momento no meio social, apresentam diferentes abordagens.

Algumas abordagens referem-se a uma tipificação do estado patológico, baseando-se

em características intrínsecas. Outras se direcionam a definição do processo,

exprimindo sua identidade pela natureza coletiva, no ambiente social onde se insere o

ser humano.

Destacando estudos epidemiológicos voltados à distribuição, extensão e

severidade das condições periodontais nas populações, autores como Oppermann;

Gomes (1999) relataram que tais estudos contribuem tanto para consolidar modelos

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como face ao acúmulo de novas evidências, para colaborar na proposição de novos

modelos. Segundo os autores, para se intervir sobre uma doença, em nível

populacional, necessita-se de sua descrição, portanto, identificação e mensuração de

sua prevalência nos diferentes segmentos populacionais, além da identificação de sua

severidade e da morbidade. Com isto, as associações entre esta doença e outras

patologias permitem que se estabeleçam correlações, causais ou não, cujo significado

pode ser importante para a compreensão da doença na população.

Em relação à prevalência das doenças periodontais, Gjermo et al. (2002),

comentaram que a falta de critérios bem definidos para se conceituar saúde e doença,

presente nos estudos epidemiológicos, decorre, por exemplo, da extrema dificuldade

em diagnosticar a periodontite, como uma doença. Para estes autores, os métodos

aplicados são capazes de avaliar o estado da doença como uma condição causada por

processos históricos distantes ou recentes. Procura-se, então, solucionar este problema

através da descrição de características que, ao mesmo tempo refletem o grau de

inflamação que o indivíduo apresenta (sangramento à sondagem), as experiências

acumuladas (perda de inserção clínica, perda óssea radiográfica) ou ambos, por meio

da profundidade de sondagem.

Durante as últimas décadas a doença periodontal sofreu várias releituras, devido

aos avanços no campo da epidemiologia e mudanças dos enfoques conceituais e

metodológicos (COSTA, 2000). Como relatado por Ajwani (2003), as pesquisas clínicas

e epidemiológicas realizadas nos últimos 30 anos têm levado a mudanças tanto na

etiologia, quanto na distribuição e progressão da doença periodontal. Costa (2000),

Oppermann. Gomes (1999) enfatizam que o conjunto dos conhecimentos científicos

adquiridos ao longo dos anos, aponta para novos paradigmas, orientando pesquisas em

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busca da verdade. Assim sendo, as informações obtidas vêm contribuindo para a

compreensão dessa infecção e os determinantes de sua extensão social e individual,

como problema de saúde-doença bucal.

De acordo com as pesquisas realizadas por Sheiham (1991), ao se referir aos

países industrializados, como os europeus, a prevalência da doença periodontal

destrutiva é menor do que aquela estimada há alguns anos atrás. Segundo o autor,

esta prevalência tende a diminuir ainda mais. Para o mesmo, apesar de a gengivite ser

uma afecção comum, esta não necessariamente evolui para uma periodontite, não

havendo, portanto, a necessidade de considerá-la uma afecção grave. Brown; Oliver;

Löe (1990) têm mostrado em seus estudos, que a saúde periodontal e a higiene bucal

têm melhorado em países industrializados. Estudos nestas regiões revelam que muitas

pessoas com gengivite mantêm a dentição por toda a vida e que a perda dentária em

idosos não é um fato inevitável (BAELUM et al., 1993). Um estudo coorte realizado na

Espanha no período de 1993 a 2000, visando avaliar a condição de saúde bucal da

população espanhola, mostrou uma melhoria na condição periodontal, em especial nos

adultos jovens, na faixa etária de 35 a 44 anos, conforme relataram Martinicorena;

Calvo (2002).

Estudo realizado por Caldas Junior; Jovino-Silveira; Marcenes, em 2003,

objetivando avaliar a razão de perdas dentárias em indivíduos da cidade do Recife,

constatou que a segunda maior razão das perdas ocorreu por doença periodontal. Os

mesmos autores, ainda, citaram os dados do estudo epidemiológico realizado no Brasil

em 1986, onde foi constatado que na faixa etária de 35 a 44 anos de idade 15,9% dos

brasileiros já haviam perdido todos os dentes da boca (BRASIL, 1988). Um outro

estudo, realizado por Jovino-Silveira et al.(2004) comparando as razões das perdas

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dentárias entre as cidades de Maceió e Recife, revelou que, nestas cidades, a principal

razão das perdas foi a cárie dentária, seguida pela doença periodontal, sendo a

prevalência de perdas dentárias por doença periodontal maior na cidade do Recife.

Considera-se, atualmente, que a doença periodontal constitui-se em um

processo inflamatório infeccioso que acomete os tecidos de proteção e inserção do

periodonto. Sua gravidade está relacionada com a má higiene bucal, favorecendo a

presença de bactérias patogênicas no biofilme dental, susceptibilidade genética do

hospedeiro, e fatores de risco ambientais e adquiridos, tais como fumo, estresse, idade

avançada e outros. A doença leva à destruição irreversível dos tecidos de suporte dos

dentes, de forma aleatória e em sítios específicos, podendo até levar à perda do

elemento dentário se não controlada (OLIVER, BROWN, LÖE, 1991; BRODEUR et al.,

2001; CARRANZA, 2004). Fundamental neste contexto é conhecer o perfil do indivíduo

durante o processo de anamnese definindo o risco, para que ele não esteja enquadrado

numa multiplicidade de fatores de risco (GUSMÃO et al., 2005).

Os parâmetros clínicos indicadores da doença periodontal são características

não pertinentes ao quadro fisiológico de saúde, que isolados ou associados com outros

parâmetros, fornecem dados ao profissional para diagnosticar a presença ou ausência

de inflamação. São eles: sangramento gengival, cálculo supragengival, profundidade de

sondagem e perda de inserção (PAPAPANOU, LINDHE, 1999). Como principal método

de controle no tratamento desta afecção, Sheiham (1991), considerou como relevante à

importância da educação na saúde bucal. Para o autor, o controle do biofilme dental

realizado regularmente pelo indivíduo através da higiene bucal, é essencial para a

prevenção e controle da doença periodontal. No entanto, ainda, segundo o autor, os

programas de educação em saúde bucal são escassos e eles apresentam sérias

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limitações. Sheiham; Netuveli (2002) citaram que pesquisas direcionadas ao processo

da educação em saúde bucal individualizada, voltadas à mudança de hábitos de

higiene bucal, têm mostrado ineficácia quando da manutenção dos hábitos de

escovação. Isto se dá pela falta de conhecimento da importância do contexto social no

que se refere à saúde geral e bucal do indivíduo. É preciso, portanto, que o profissional

enfatize os aspectos sociais da doença periodontal.

Ao longo dos anos, para subsidiar estudos realizados em várias especialidades

da Odontologia, dentre elas a Periodontia, foram desenvolvidos vários índices. De

acordo com Barnes et al. (1986), Belan (2000), a utilização dos índices ocorre quando

há a necessidade de se estabelecer as diferenças de intensidade e distribuição de uma

doença ou problema numa população. Portanto, os índices podem ser conceituados

como valores numéricos que descrevem a situação relativa de uma determinada

população, através de uma escala graduada com limites superior e inferior definidos e

que permite comparações com outras populações, classificadas pelos mesmos

métodos e critérios. Os índices são ainda proporções ou coeficientes que servem de

indicadores da freqüência com que determinadas doenças ocorrem na comunidade

(PIZANTE, GUIMARÃES, 1997), além de serem capazes de indicar o dano que a

doença produz numa população (BRITO, SILVA, GUSMÃO, 1998).

Um índice que tem sido bastante utilizado em estudos epidemiológicos é o Índice

Comunitário de Necessidade de Tratamento Periodontal. Este foi originalmente

desenvolvido para descrever a condição periodontal e as necessidades de tratamento

nas populações. Neste índice são utilizados 10 dentes-índice como unidades básicas

do exame e registro da condição periodontal, distribuídos em seis sextantes. É

estabelecido que somente a pior condição por sextante seja registrada, sendo, por isso,

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um índice de avaliação hierarquizada (BAELUM et al., 1993). Em 1997, a Organização

Mundial de Saúde, preconizou o seu uso, não fazendo mais referência às necessidades

de tratamento, sendo conhecido como Community Periodontal Index (CPI) ou Índice

Periodontal Comunitário, em português.

Ao comentar sobre a utilização dos índices nos estudos epidemiológicos, Barnes

et al. (1986), Kingman; Albandar (2002) sugerem alguns requisitos que o pesquisador

ou clínico deve considerar quando da sua escolha. Para estes autores é importante

considerar critérios como a facilidade de utilização do índice, a duração de um tempo

mínimo para sua execução, a clareza e facilidade de entendimento dos critérios que

definem o índice, de forma que este possa promover reprodutibilidade intra e inter-

examinador. Para Brito; Silva; Gusmão (1998), um índice ideal é aquele que permite

comparações diretas entre os estudos epidemiológicos de diferentes populações com

diferentes investigadores e, principalmente, que possa ser utilizado pelo pesquisador

sem maiores dificuldades.

Em virtude da possível discrepância que possa ocorrer entre as avaliações que

adotam análises parciais e aquelas que envolvem toda a dentição, a utilização da

metodologia utilizando-se apenas os dentes-índice é questionada (GESSER, PERES,

MARCENES, 2001). A aplicabilidade de exames parciais em relação aos exames de

boca completa nos estudos epidemiológicos foi avaliada por Thomson; Williams (2002),

Dowsett; Eckert; Kowolik (2002), Bassani; Silva; Oppermann, em 2006.

Importa destacar a existência de críticas com relação às diferentes metodologias

empregadas nos estudos epidemiológicos. Tem-se como exemplo pesquisa realizada

nos Estados Unidos, quando Douglass; Fox (1993) realizaram uma revisão quanto à

prevalência da doença periodontal nesta população, baseados nos resultados de quatro

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estudos nacionais o “National Health Examination Survey” (NHES) de 1960-62 Fase I,

“National Health and Nutrition Examination Survey” (NHANES-I) de 1971-74, “Research

Triangle Institute” de 1981, e por último o “National Institute of Dental Research” (NIDR)

de 1985-86. Os autores verificaram que a proporção de indivíduos adultos com doença

periodontal havia diminuído, no período de 1962 a 1986. No entanto, devido às

amostras e metodologias utilizadas por estes estudos serem diferentes, não foi possível

saber se este declínio foi verdadeiro ou um simples resultado destas diferenças. Além

disso, os estudos mostraram, que a proporção de indivíduos com doença periodontal,

aumentou com a idade e apresentava-se maior no sexo masculino. Para Carranza

(2004), conclusões sobre as tendências da doença periodontal não estarão disponíveis

até que seja realizada uma série de levantamentos nacionais que meçam esta doença

de forma similar.

Como já comentado, o início e progressão das infecções periodontais são

claramente modificados por fatores locais e gerais, conhecidos como fatores de risco,

os quais devem ser identificados, a fim de reduzir a probabilidade de ocorrência da

doença periodontal em uma população (MACHION et al., 2000). Conceitualmente, são

denominados fatores de risco determinadas características ou condições que

aumentam a susceptibilidade do indivíduo em desenvolver a doença periodontal. Esses

fatores podem modificar a época de aparecimento da doença, sua velocidade de

progressão, seu padrão de destruição, sua severidade e, ainda, sua resposta à terapia

(GUSMÃO et al., 2005), daí a importância da investigação desta afecção de forma

individual e coletiva. Irfan; Dawson; Bissada (2001) pensam de forma semelhante e

acrescentam que os estudos epidemiológicos carecem de consistência metodológica e

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padronização nos desenhos de estudo, o que prejudica a comparação, que é essencial

para interpretação de risco e causalidade.

Estudos voltados à avaliação das condições periodontais de uma população,

procuram medir a doença periodontal através de vários indicadores, como:

profundidade de sondagem, presença de biofilme e cálculo, sangramento gengival à

sondagem e perda de inserção (PAPAPANOU, LINDHE, 1997). Como exemplo, tem-se

o recente estudo de Pallos et al. (2005), que avaliou a condição periodontal de uma

comunidade rural de Minas Gerais, utilizando os indicadores do Índice Periodontal

Comunitário, ou seja, sangramento gengival à sondagem, presença de cálculo dentário

e bolsas periodontais, observando ainda a perda de inserção presente na amostra,

indicador este não contemplado pelo CPI.

Baelum; Fejerskov; Manji (1988) avaliaram a saúde periodontal de 1.131

indivíduos com idade entre 15 a 65 anos, em uma comunidade rural do Kênia

(Machakos). Os resultados revelaram deficiência na higiene bucal e, na grande parte

das superfícies examinadas, foi registrada a presença do biofilme dental. Os autores

relataram que o aumento da idade era acompanhado pelo aumento no acúmulo de

cálculo. Comentaram ainda que, independentemente da idade, não foi observado

grandes profundidades de sondagem na população estudada. Pesquisa realizada por

Coelho, em 2006, mostrou ter sido o cálculo dentário o registro de maior proporção na

amostra investigada. Resultados de um estudo realizado em uma comunidade da

Colômbia em 2004, avaliando a condição periodontal em 116 indivíduos de 7 a 67 anos,

verificou uma piora nestas condições, proporcional ao aumento da idade (OROZCO;

FRANCO; RAMIREZ-YAÑEZ, 2004). Fato também observado por outros

pesquisadores, como Corbet; Wong; Lin (2001), Reis et al. (2005). Vale salientar que os

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estudos acima citados utilizaram em suas avaliações o Índice Periodontal Comunitário

de Necessidade de Tratamento, com exceção do trabalho de Coelho (2006), que não

incluiu as necessidades de tratamento da população estudada, avaliando a condição

periodontal através do Índice Periodontal Comunitário.

Os estudos epidemiológicos em saúde bucal também têm sido complementados

freqüentemente com dados sobre condições sócio-econômicas, levando em

consideração a importância da influência dessas condições nos casos de doenças e de

saúde. O fator sócio-econômico foi considerado fator de risco da doença periodontal,

por exemplo, nas pesquisas de Drake; Hunt; Kock (1995), Craig et al. (2003), Coelho

(2006). Autores como Checchi et al. (2002), Silva; Sousa; Wada (2005), ainda

consideram o acesso aos serviços de saúde como fator determinante, já que o acesso

limitado aos serviços, pode trazer graves conseqüências à saúde, podendo causar um

agravamento do quadro diagnosticado inicialmente em pacientes que não trataram a

doença periodontal.

O nível de escolaridade e o sexo também têm sido considerados fatores de risco

para as doenças bucais, dentre estas a doença periodontal (CALDAS JUNIOR,

JOVINO-SILVEIRA, MARCENES, 2003; COELHO, 2006). Inúmeros trabalhos vêm

confirmando que, tanto gengivites quanto periodontites são mais freqüentes em homens

do que em mulheres (MACHION et al., 2000; CORBET, WONG, LIN, 2001).

Para Sheiham (1991), a variação na severidade da doença periodontal entre os

sexos pode ocorrer, devido as suas diferenças fisiológicas e comportamentais. Em

relação ao fator escolaridade, a doença periodontal é menos severa em indivíduos com

maior nível de escolaridade. O autor considera que, a higiene bucal de um indivíduo

muda, de acordo com as variáveis sexo e escolaridade. No entanto, se indivíduos de

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sexos opostos, ou de diferente nível de escolaridade, apresentarem a mesma idade e o

mesmo padrão de higiene oral, nenhuma diferença no estabelecimento da doença

periodontal é registrada.

Roncalli et al. (2000), comentaram que a epidemiologia da saúde bucal na

população brasileira não apresenta dados expressivos e atuais, apesar de, nos últimos

anos, ter mostrado um leve crescimento, em especial do ponto de vista de produção de

dados a nível municipal. Este fato pode ser verificado nas pesquisas de Silva; Vasecki

Junior (2000), Meneghim; Pereira; Silva (2002), Caldas Junior; Jovino-Silveira;

Marcenes (2003), Segundo; Ferreira; Costa (2004), Reis et al. (2005). Para Araújo

(2003), os levantamentos epidemiológicos no Brasil, ao contrário de outros países, não

são realizados com freqüência, o que leva a uma escassez de dados indexados sobre a

saúde bucal, em especial em relação à condição periodontal, principalmente a nível

nacional.

O primeiro levantamento epidemiológico de saúde bucal realizado no país,

ocorreu em 1986 e objetivava estimar, nos grupos populacionais estudados, a

prevalência da cárie, doença periodontal e ainda a existência e necessidade do uso de

prótese total (BRASIL, 1988). Neste levantamento, foi possível dimensionar a

prevalência da doença periodontal na população brasileira com mais de 15 anos de

idade, residente em região urbana. Empregou-se na metodologia da pesquisa o Índice

Periodontal Comunitário de Necessidade de Tratamento – CPITN, utilizado pela

primeira vez em larga escala. Os problemas periodontais, mostraram uma elevada

prevalência no país, semelhante à maioria das nações do mundo desenvolvido. Os

dados levantados foram analisados considerando-se a renda familiar e a idade, e

constataram que a necessidade cirúrgica foi maior em indivíduos com menor renda

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familiar e ainda, que apenas 18,2% dos indivíduos com idade de 65 a 74 anos

apresentavam 20 ou mais dentes. Este estudo ainda revelou um aumento na proporção

do componente “excluído” do CPITN com o aumento da idade (BRASIL, 1988).

Um segundo levantamento epidemiológico de nível nacional foi realizado em

1996, pelo Ministério da Saúde, no entanto, não avaliou a condição periodontal da

população. Recentemente, realizou-se um outro levantamento epidemiológico em

saúde bucal no país, o SB BRASIL 2003, que avaliou a condição periodontal nas faixas

etárias de 15 a 19 anos, 35 a 44 anos e 65 a 74 anos de idade. As maiores

prevalências de indivíduos sem alterações periodontais foram encontradas na região

Centro-Oeste para as faixas etárias de 15 a 19 e de 35 a 44 anos, e na região Sul para

a faixa etária de 65 a 74 anos (BRASIL, 2004).

Como bem relatou Roncalli et al. (2000), “a epidemiologia em saúde bucal tem

mostrado, no Brasil, historicamente uma atuação inexpressiva”. Para o autor, o mais

rudimentar dos instrumentos de análise e monitoramento da saúde bucal das

populações, os levantamentos epidemiológicos, têm sido pouco experimentados. No

Brasil (2000), foi discutido que, em virtude do pequeno número de estudos

epidemiológicos realizados e indexados na literatura brasileira sobre as condições

periodontais reais da população ou de uma determinada camada populacional, há a

necessidade da realização de novos estudos, que permitam o verdadeiro conhecimento

do processo saúde-doença, analisando a distribuição e os fatores determinantes da

enfermidade periodontal, contribuindo com o estabelecimento de políticas de promoção,

prevenção, controle ou tratamento, fornecendo indicadores que sirvam de suporte ao

planejamento, execução e avaliação das ações de saúde bucal a nível local, municipal,

estadual e nacional.

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OBJETIVOS

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3 OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL:

Avaliar a condição periodontal de indivíduos adultos atendidos nas Unidades de

Saúde da Família com Equipe de Saúde Bucal da cidade do Recife, Pernambuco,

Brasil.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

• Determinar a prevalência das alterações periodontais da amostra estudada, de

acordo com os escores do Índice Periodontal Comunitário;

• Determinar os escores do Índice Periodontal Comunitário presentes na amostra e

qual o escore de maior prevalência;

• Determinar a distribuição dos escores por sextante;

• Verificar se existe associação entre a condição periodontal e as variáveis sócio-

econômico-demográficas;

• Determinar, através de análise multivariada, quais variáveis têm maior influência

sobre a condição periodontal, de acordo com o Índice Periodontal Comunitário;

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MATERIAIS E MÉTODO

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4 MATERIAIS E MÉTODO

4.1 LOCALIZAÇÃO DO ESTUDO

O estudo foi realizado na cidade de Recife, capital do estado de Pernambuco. A

cidade se localiza no Centro-leste da região nordeste do Brasil e litoral do Estado, e é

cortada pelos rios Capibaribe e Beberibe. Sua Região Metropolitana representa a

quarta maior aglomeração urbana do Brasil. Possui área de 220 km2, sendo 67,43%

morros, 23,26% planícies, 9,3% áreas aquáticas, 5,58% de área verde e com 8,6

quilômetros de extensão de praias. Apresenta uma população de 1.501.008 habitantes,

com uma densidade demográfica de 6,542hab/km2 (IBGE, 2003). Sua renda provém

principalmente da produção de mandioca, feijão, cana-de-açúcar e milho. Seus setores

de ponta são os pólos médico, gesseiro, de informática e turístico. A população está

localizada predominantemente na área urbana.

4.2 POPULAÇÃO ALVO

A população em estudo foi constituída de usuários, maiores de 18 anos de idade

atendidos nas Unidades de Saúde da Família com Equipe de Saúde Bucal, distribuídas

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nos seis Distritos Sanitários da cidade do Recife. O período de realização da pesquisa

foi de janeiro de 2006 a março de 2006.

Figura 1 - Mapa da cidade do Recife e distribuição dos

Distritos Sanitários do Município.

4.3 TAMANHO DA AMOSTRA

Para determinação do tamanho amostral foram considerados:

• O objetivo de determinação dos percentuais de cada uma das respostas;

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• A margem de erro de 5,0%;

• Confiabilidade de 95,0% de que a margem de erro não fosse ultrapassada;

• Prevalência esperada de 48,7% da condição periodontal mais presente, obtida no

estudo piloto;

A forma de cálculo utilizada para o tamanho da amostra para cada item foi:

n = 2

2 )1(

e

ppzee

onde:

n = Tamanho amostral;

z = valor da curva normal relativa à confiabilidade (1,96);

pe = Proporção ou prevalência esperada igual a 0,487 (48,7%);

e = erro de 5,0% (0,05);

O tamanho amostral necessário foi de 384 pesquisados. Para se evitar perdas, e

para que fosse obtida uma participação mínima de 80% da amostra total, foi usado um

fator de correção correspondente a 1,2 , o que acrescenta 20% no total da amostra.

Acrescido os 20%, o tamanho final da amostra foi de 461pessoas.

Importa salientar que a fórmula para o tamanho de amostra foi para populações

finitas.

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4.3.3 Estudo Piloto

Foi realizado um estudo piloto, no período de 12 de setembro de 2005 a 28 de

outubro de 2005, com a finalidade de poder se obter, a partir dos seus resultados, o

tamanho amostral da presente pesquisa e para a calibração da pesquisadora. Este

estudo envolveu a participação de 121 indivíduos, atendidos em seis Unidades de

Saúde da Família com Equipe de Saúde Bucal, distribuídas nos seis Distritos Sanitários

da cidade do Recife-PE, a escolha das Unidades nesta fase do estudo ocorreu por

conveniência.

O estudo piloto serviu para testar os métodos e para calibração intra-examinador,

onde, a cada dez pessoas examinadas, uma foi re-examinada, para um novo registro

do CPI. Durante o estudo piloto, para calibração inter-examinador, foi considerado

padrão ouro um professor especialista em Periodontia. O índice de Kappa foi igual a

0,82, o que indica uma ótima concordância.

Os resultados deste estudo mostraram, que a condição periodontal que mais

caracterizou a população estudada, foi a presença de bolsas periodontais rasas

(48,7%), seguida pela presença de cálculo dentário (39,7%).

É importante ressaltar que a amostra do estudo piloto (121 participantes) não foi

incluída entre os examinados na segunda fase da pesquisa.

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55

4.4 SELEÇÃO DA AMOSTRA

Para a realização deste estudo, obteve-se a lista das Unidades de Saúde da

Família pertencentes aos seis Distritos Sanitários do Recife na Secretaria Municipal de

Saúde do Município. A presente pesquisa foi autorizada pela Secretaria Municipal de

Saúde em 19 de agosto de 2005 (Anexo C).

4.4.1 Seleção das Unidades de Saúde da Família

As Unidades de Saúde da Família foram selecionadas dentre aquelas que

apresentavam Equipe de Saúde Bucal. No momento da pesquisa havia 68 Unidades de

Saúde da Família com Equipe de Saúde Bucal. Foram sorteadas 20% destas Unidades,

que equivale a aproximadamente 13 Unidades de Saúde da Família com Equipe de

Saúde Bucal. O sorteio dessas 13 Unidades pelos Distritos, foi proporcional ao número

de Unidades de Saúde da Família com Equipe de Saúde Bucal por cada Distrito

Sanitário, para que a participação de cada Distrito, na pesquisa, fosse a mesma.

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56

4.4.2 Seleção dos usuários

Participaram do estudo 505 indivíduos de ambos os sexos, com idade de 18 a 85

anos de idade, atendidos nas Unidades de Saúde da Família com Equipe de Saúde

Bucal. Foram examinados aproximadamente 40 indivíduos por Unidade sorteada.

Para participar do estudo o indivíduo deveria estar incluído nos seguintes

critérios:

• Apresentar pelo menos um sextante com 2 ou mais dentes, não indicados

para extração (de acordo com os critérios do CPI);

• Apresentar idade igual ou superior a 18 anos;

• Aceitar participar voluntariamente da pesquisa, tendo lido e assinado o Termo

de Consentimento Livre e Esclarecido que lhe foi apresentado (Anexo B).

4.5 CALIBRAÇÃO

Para a obtenção de dados confiáveis foi necessário realizar o processo de

calibração dos examinadores envolvidos no estudo epidemiológico. Calibração é o

processo pelo qual se busca treinar examinadores, a fim de assegurar uma

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57

uniformização de interpretação, de compreensão e de aplicação dos critérios de exame

e, desse modo, minimizar as variações inter e intra-examinadores (FRAZÃO, 2003).

4.5.1 Calibração intra-examinador

Para se verificar o grau de calibração da pesquisadora, foi obtido o escore de

coincidência de Kappa e utilizado um intervalo com 95% de confiança para este índice,

utilizando-se os resultados do exame e do re-exame da condição periodontal do

examinado por dente. Através do intervalo de confiança para este índice, é possível

verificar se o kappa populacional é ou não diferente de zero. Este teste equivale

verificar se as duas avaliações são independentes ou não.

O Escore de Kappa é uma medida que varia entre -1,00 e + 1,00 e quando igual

à unidade, indicaria perfeita concordância entre os exames; um índice igual a zero,

sugere concordância equivalente à classificação aleatória ou independência entre os

exames. Quanto mais próximo de um (1,00), mais coincidente são as avaliações e

quanto mais próximo de zero, menos coincidente, podendo o escore alcançar até valor

negativo. Se o escore for igual a –1,00 , nenhuma avaliação é coincidente.

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Uma escala sugerida para se interpretar os Escores de Kappa, de acordo com

Landis; Koch (1977), é a seguinte:

< 0,20 Pobre

0,21-0,40 Fraca

0,41-0,60 Moderada

0,61-0,80 Boa

0,81-0,99 Ótima

1,00 Perfeita

LANDIS, KOCH (1977)

A calibração intra-examinador foi realizada da seguinte forma: a cada dez (10)

indivíduos examinados, um foi re-examinado, a fim de se observar a concordância intra-

examinador. O índice de Kappa foi igual a 0,82, o que indicou uma ótima concordância.

O intervalo para a referida medida variou de 0,76 a 0,87, intervalo este que implica na

rejeição da hipótese de que o kappa populacional é nulo (p < 0,05).

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59

4.5.2 Calibração inter-examinador

Esta calibração foi realizada previamente ao estudo piloto. Foi considerado como

padrão-ouro um professor com especialização em Periodontia. O índice de Kappa foi

igual a 0,82, o que indicou uma ótima concordância.

4.6 DESENHO DO ESTUDO

Para se conhecer a melhor condição de saúde de uma população, os fatores que

a determinam, a evolução do processo de doença e o impacto das ações propostas

para alterar o seu curso, a ciência desenvolveu várias maneiras de investigação e

abordagem, entre eles os estudos epidemiológicos. A pesquisa enquadra-se na

modalidade de estudo observacional, já que a pesquisadora realizou o exame clínico

dos indivíduos sem intervir no curso da doença. Como neste caso a “causa” (exposição

ao risco) e o “efeito” (doença) foram observados em um mesmo momento, produzindo

um retrato instantâneo da situação de saúde da população estudada (PINTO, 2000), foi

realizado um estudo transversal ou de prevalência e ainda quantitativo e analítico.

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60

4.7 FLUXOGRAMA DO ESTUDO

...

Recebimento de Autorização para Realização da Pesquisa

Ida à Secretaria Municipal de Saúde em Busca da Lista das Unidades de Saúde da Família da cidade do Recife

Calibração Intra-Examinador – Estudo Piloto

Sorteio das Unidades de Saúde da Família com Equipe de Saúde Bucal

Envio da Carta de Anuência à Secretaria Municipal de Saúde da cidade do Recife

Realização do Estudo Piloto, Coleta dos Dados, Consolidação e Análise dos

Resultados

Cálculo da Amostra para o Estudo a Partir dos Dados do Estudo Piloto

Calibração Intra-Examinador

Coleta de Dados Através do Preenchimento do Formulário e Exame Clínico da Amostra

Consolidação Dos Dados

Descrição e Análise dos Resultados

Análise Estatística

Calibração Inter-Examinador

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61

4.8 COLETA DOS DADOS

4.8.1 Instrumento de pesquisa

Os instrumentos utilizados na presente pesquisa foram a entrevista e, em

seguida, a realização do exame clínico, para registro da condição periodontal do

examinado, através do Índice Periodontal Comunitário (CPI).

4.8.1.1 Entrevista

Todos os indivíduos participantes desta pesquisa responderam a um formulário

contendo dados de identificação e dados sócio-econômico-demográficos (Apêndice A)

previamente ao exame clínico. Inicialmente, os objetivos da pesquisa foram explicados

a cada paciente, procedendo a solicitação da autorização do paciente, através do

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo B), para a realização do

preenchimento do formulário, realização do exame clínico para registro das condições

periodontais e divulgação dos dados obtidos em trabalhos científicos.

Após preenchimento do formulário, foi possível determinar a classificação social

do examinado, através da utilização do Critério de Classificação Econômica Brasil

(ANEP, ABA, ABIPEME, 2000) (Anexo A).

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4.8.1.1.1 Classificação Social

No Brasil não havia, até 1970, um critério único, objetivo e geral de classificação

sócio-econômica dos consumidores. À medida que algumas empresas passaram a

adotar práticas de marketing, principalmente a segmentação de mercado, surgiu a

necessidade de se dispor de um critério de estratificação que facilitasse essas práticas.

Na ausência de critério único, cada empresa, agência de pesquisa, agência de

propaganda e cada veículo de comunicação acabavam estabelecendo o seu próprio

critério, o que se por um lado atendia de imediato às suas necessidades, por outro

criava grande problema, pois impedia o intercâmbio e até a comunicação entre eles.

Para a resolução desse problema, a Associação Brasileira de Anunciantes (ABA)

estabeleceu, em 1970, o primeiro critério padronizado de classificação sócio-econômica

no Brasil, chamado Critério ABA. Ao longo dos anos surgiram outros critérios, o Critério

ABA-Abipeme (1976) e Critério Abipeme (1991). Em 1996, a Associação Brasileira de

Institutos de Pesquisa de Mercados (ABIPEME) passou a utilizar uma outra forma de

dividir os indivíduos em classes, conhecido como Critério de Classificação Econômica

Brasil (CCBE), um critério de classificação social que se baseia no acúmulo de bens

materiais e no nível educacional apresentado pelo chefe da família e que enquadra as

pessoas nas classes A1, A2, B1, B2, C, D e E, a partir dos escores alcançados. Este

critério, atualizado pela última vez no ano 2000, procura enfatizar as experiências e

dados anteriores com as propostas de atualização, levando-se em consideração as

realidades do mercado contemporâneo.

A utilização da classificação social em estudos epidemiológicos vem sendo

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63

divulgada para se ter acesso a dados sobre as diferenças na magnitude do processo

saúde-doença entre as classes (SOLLA, 1996). Como se pode constatar, muitas

propostas têm sido elaboradas a fim de adotar uma classificação aceitável e confiável.

Neste estudo foi utilizado o critério de classificação social mais atual, conhecido

como Critério de Classificação Econômica Brasil (CCEB), adotado pela Associação

Nacional de Empresas de Pesquisa (ANEP, ABA, ABIPEME, 2000) (Anexo A). O

procedimento do pesquisador, na coleta dos dados, foi o descrito a seguir:

a) Procedimento na Coleta dos Itens:

É importante e necessário que o critério seja aplicado pelo pesquisador de forma

uniforme e precisa. Para tanto, é fundamental atender integralmente as definições e aos

procedimentos descritos a seguir:

Para aparelhos domésticos em geral deve-se considerar os seguintes casos:

• Bem alugado em caráter permanente;

• Bem emprestado de outro domicílio há mais de 6 meses;

• Bem quebrado há menos de 6 meses;

E não deve-se considerar os seguintes casos:

• Bem emprestado para outro domicílio há mais de 6 meses;

• Bem quebrado há mais de 6 meses;

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• Bem alugado em caráter eventual;

• Bem de propriedade de empregados ou pensionistas;

Televisores: Considerar apenas os televisores em cores. Televisores de uso de

empregados domésticos (declaração espontânea) só devem ser considerados caso

tenha(m) sido adquirido(s) pela família empregadora.

Rádio: Considerar qualquer tipo de rádio no domicílio, mesmo que esteja incorporado a

outro equipamento de som ou televisor. Rádios tipo walkman, conjunto 3 em 1 ou micro-

systems devem ser considerados, desde que possam sintonizar as emissoras de rádio

convencionais. Não pode ser considerado o rádio de automóvel.

Banheiro: O que define o banheiro é a existência de vaso sanitário. Considerar todos

os banheiros e lavabos com vaso sanitário, incluindo os de empregada, os localizados

fora de casa e os da(s) suíte(s). Para ser considerado, o banheiro tem que ser privativo

do domicílio. Banheiros coletivos (que servem a mais de uma habitação) não devem ser

considerados.

Automóvel: Não considerar táxis, vans ou pick-ups usados para fretes, ou qualquer

veículo usado para atividades profissionais. Veículos de uso misto (lazer e profissional)

não devem ser considerados.

Empregada doméstica: Considerar apenas os empregados mensalistas, isto é,

aqueles que trabalham pelo menos 5 dias por semana, durmam ou não no emprego.

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65

Não deve-se esquecer de incluir babás, motoristas, cozinheiras, copeiras, arrumadeiras,

considerando sempre os mensalistas.

Aspirador de Pó: Considerar mesmo que seja portátil e também máquina de limpar a

vapor.

Máquina de Lavar: Perguntar sobre máquina de lavar roupa, mas quando mencionado

espontaneamente, o tanquinho deve ser considerado.

Videocassete e/ou DVD: Verificar presença de qualquer tipo de vídeo cassete ou

aparelho de DVD.

Geladeira e Freezer: No quadro de pontuação há duas linhas independentes para

assinalar a posse de geladeira e freezer respectivamente. A pontuação, entretanto, não

é totalmente independente, pois uma geladeira duplex (de duas portas) vale tantos

pontos quanto uma geladeira simples (uma porta) mais um freezer.

As possibilidades são:

- Não possui geladeira nem freezer (0 ponto)

- Possui geladeira simples (não duplex) e não possui freezer (2 pontos)

- Possui geladeira de duas portas e não possui freezer (3 pontos)

- Possui geladeira de duas portas e freezer (3 pontos)

- Possui freezer, mas não geladeira (caso raro mas aceitável) (1 ponto)

É importante notar que o Critério de Classificação Econômica Brasil (2000) não

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66

estabelece diferenças ou classificações psicográficas ou culturais, pois tem

características exclusivamente econômicas. Usando-se técnicas e cálculos adequados,

é possível estabelecer um parâmetro confiável de renda familiar de cada classe, tanto

em termos de faixa de renda como de renda média.

4.8.1.2 Exame clínico

Realizadas as entrevistas, seguiu-se o exame clínico para avaliação da condição

periodontal de cada participante, realizado por um único examinador, utilizando o Índice

Periodontal Comunitário (CPI). Foi utilizada uma ficha para a coleta dos dados de cada

participante, onde foram anotados os dados clínicos.

O Índice Periodontal Comunitário permite avaliar a condição periodontal quanto à

saúde do periodonto, sangramento gengival à sondagem, presença de cálculo ou bolsa

periodontal. Os exames foram realizados sob a luz natural, utilizando como

instrumentos espelho clínico nº 5, sonda milimetrada com esfera na ponta (WHO 621),

conhecida como sonda CPI, preconizada pela OMS (Figura 2), além dos equipamentos

de proteção individual (gorro, máscara, luvas, óculos, jaleco).

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Figura 2 - Sonda preconizada pela OMS para exame periodontal (CPI)

(Ilustração adaptada de Brasil, 2004)

Para a realização do CPI, a boca é dividida em sextantes definidos pelos dentes:

17-14, 13-23, 24-27, 37-34, 33-43 e 44-47 (Figura 3). A presença de dois ou mais

dentes sem indicação de exodontia (por exemplo, comprometimento de furca,

mobilidade, etc.), é pré-requisito ao exame do sextante. Sem isso, o sextante é

excluído. O terceiro molar foi excluído, a não ser que ele estivesse ocupando o lugar do

segundo molar (AINAMO et al., 1982).

Foi realizada a mensuração da profundidade de sondagem dos seguintes

dentes-índice: 17, 16, 11, 26, 27, 37, 36, 31, 46 e 47 presentes da cavidade bucal do

paciente. No caso dos sextantes posteriores, embora dois dentes fossem analisados,

só foi dada uma nota, ou seja, a situação mais grave foi a codificada. Caso nenhum dos

dentes-índice estivesse presente num sextante, os demais dentes eram examinados.

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68

Os códigos utilizados no CPI foram os seguintes (Figura 4):

0 – Ausência de alteração periodontal (sextante saudável);

1 - sextante com sangramento (observado diretamente ou com espelho, após

sondagem);

2 - presença de cálculo (qualquer quantidade, mas com toda a área preta da sonda

visível);

3 - presença de bolsa periodontal de 4 mm a 5 mm (margem gengival na área preta da

sonda);

4 - presença de bolsa periodontal de 6 mm ou mais (área preta da sonda não está

visível);

X - sextante excluído (menos de 2 dentes presentes);

9 - sextante não examinado.

Figura 3 - Divisão da arcada em sextantes e destaque dos dentes-índice para CPI.

Adaptado de Brasil, 2004.

Sextante 1 Sextante 2 Sextante 3

Sextante 6 Sextante 5 Sextante 4

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69

Figura 4 - Codificação para o Índice Periodontal Comunitário (CPI), ilustrando a posição

da sonda para o exame. Adaptado Brasil, 2004.

4.9 ELENCO DE VARIÁVEIS

4.9.1 Variável dependente: Condição Periodontal

VARIÁVEL DEFINIÇÃO CATEGORIZAÇÃO

CONDIÇÃO PERIODONTAL

Representada pelos escores do Índice Periodontal Comunitário (CPI)

0 – Ausência de alteração periodontal 1 – Presença de sangramento 2 – Presença de cálculo 3 – Presença de bolsas superficiais (4 a 5 mm) 4 – Presença de bolsas profundas (6 mm ou mais)

Quadro 1. Variável dependente do estudo

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70

4.9.2 Variáveis independentes: sexo, idade, escolaridade, estado marital e classe

social.

VARIÁVEL DEFINIÇÃO CATEGORIZAÇÃO

SEXO Distinção dos seres vivos em relação à função reprodutora

Masculino (M) = 1 Feminino (F) = 2

IDADE Anos completos em 2005/2006

1 – 18 a 30 anos 2 – 31 a 59 anos 3 – 60 ou mais

ESCOLARIDADE Série que estudou

1 – até 1º grau incompleto 2 – 1º grau completo ou mais

ESTADO MARITAL

-------------

1 - solteiro (mora sozinho) 2 – casado (mora com algum companheiro)

CLASSE SOCIAL De acordo com os critérios adotados pelo CCEB (Critério de Classificação Econômica Brasil, 2000)

1 – A1 2 – A2 3 – B1 4 – B2 5 – C 6 – D 7 – E

Quadro 2. Variáveis independentes do estudo

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4.10 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS

Por envolver seres humanos, este estudo segue a resolução 196/96 do CNS

(Conselho Nacional de Saúde) que regulamenta a pesquisa em humanos. Para que

este estudo pudesse ser realizado, este projeto de pesquisa foi encaminhado ao Comitê

de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), já tendo

sido aprovado e liberado pelo mesmo sob ofício no 251/2005-CEP/CCS (Anexo D).

A população deste estudo compreendeu aqueles indivíduos que aceitaram

participar espontaneamente da pesquisa. Para tal, foi utilizado o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido, garantindo-lhe sigilo e privacidade, obedecendo aos

princípios éticos e que, depois de lido, foi assinado.

Quanto aos riscos da pesquisa, caso o indivíduo examinado apresentasse

inflamação no tecido gengival, poderia haver leve dor, desconforto e sangramento na

região examinada durante a sondagem periodontal.

Esta pesquisa procurou avaliar a condição periodontal de indivíduos adultos

atendidos nas Unidades de Saúde da Família com Equipe de Saúde Bucal da cidade do

Recife, a fim de que se possa, a partir de suas conclusões, realizar projetos que

venham beneficiar a saúde bucal e geral da população. Dentre os benefícios

alcançados pelos resultados da pesquisa, buscou-se a preservação dos elementos

dentários do indivíduo para a vida e manutenção de sua função, a prevenção e

eliminação de dor, levando, de forma mais ampla, a uma melhoria nas condições de

vida, não somente do grupo restrito de indivíduos examinados, mas da população como

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um todo. Após o exame clínico de cada participante, este foi orientado com relação à

melhoria da sua saúde bucal, como também a procurar o profissional responsável.

4.11 ANÁLISE DOS DADOS

4.11.1 Estatística Descritiva

Na avaliação descritiva, os dados foram consolidados e disponibilizados em

proporções, expressas em percentuais. A verificação de possíveis erros de digitação

dos dados brutos foi feita através da distribuição das freqüências no programa SPSS

11.0, durante todo o processo de coleta de dados da pesquisa.

4.11.2 Estatística Inferencial

As técnicas de estatística inferencial envolveram a utilização do Teste Qui-

quadrado ou Teste Exato de Fisher. Também foi utilizado o teste de Verossimilhança,

para se observar possíveis associações entre a condição periodontal e as variáveis

independentes sexo, idade, escolaridade, estado marital e classe social.

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73

RESULTADOS

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74

masculino

feminino

sexo

Pies show counts

19,80%

80,20%

5 RESULTADOS

5.1 CATEGORIZAÇÃO DA AMOSTRA

Fizeram parte deste estudo 505 indivíduos atendidos nas Unidades de Saúde da

Família com Equipe de Saúde Bucal distribuídos nos seis Distritos Sanitários da cidade

do Recife, dos quais 405 (80,2%) eram do sexo feminino e 100 (19,8%) eram do sexo

masculino (Gráfico 1).

Gráfico 1 – Distribuição dos indivíduos pesquisados segundo o sexo

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75

A faixa etária variou de 18 a 85 anos, com uma média de idade de 35,86 anos,

assim distribuídos: 42,3% apresentavam entre 18 a 30 anos, 50,5% entre 31 e 59 anos

e 6,9% apresentavam 60 anos ou mais.

Com relação à classe social, dos 505 participantes, a maioria, ou seja, 309

(61,2%) eram da classe social D, 142 (28,1%) da classe C, 51 (10,1%) da classe E e

apenas 3 (0,6%) pertenciam às classes B1 e B2, como pode-se verificar na tabela 1.

De todos os examinados, 56% apresentavam nível de escolaridade até o 1o grau

incompleto, enquanto 44% apresentavam 1o grau completo ou mais. Com relação ao

estado marital, a maior parte da amostra (58%) morava com algum(a) companheiro (a),

sendo considerado casado, e o restante (42%) morava sem nenhum(a) companheiro(a),

sendo considerado solteiro.

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Tabela 1 – Distribuição dos indivíduos segundo sexo, idade, escolaridade, estado marital e classe social Categorização da Amostra Recife

n % Sexo

Masculino 100 19,8 Feminino

405 80,2

Idade

De 18 a 30 anos 215 42,6 De 31 a 59 anos 255 50,5 60 anos ou mais

35 6,9

Escolaridade

Até 1o grau incompleto 283 56,0 1o grau completo ou mais

222 44,0

Estado Marital

Solteiro 212 42,0 Casado

293 58,0

Classe Social*

B1 2 0,4 B2 1 0,2 C 142 28,1 D 309 61,2 E 51 10,1 * Segundo o CCEB (2000)

A distribuição com relação aos Distritos Sanitários da cidade do Recife pode ser

verificada no gráfico 2, sendo realizada a distribuição proporcional ao número de

Unidades de Saúde da Família com Equipe de Saúde Bucal como já citado na

metodologia do estudo.

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8% 8%

22%

15%

23%24%

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

Distrito 1 Distrito 2 Distrito 3 Distrito 4 Distrito 5 Distrito 6

Gráfico 2 - Distribuição da amostra em relação aos Distritos Sanitários da cidade do Recife

5.2 CONDIÇÃO PERIODONTAL DA AMOSTRA

A distribuição percentual dos indivíduos de ambos os sexos, considerando-se o

escore mais alto do Índice Periodontal Comunitário, é mostrada na tabela 2. Nesta,

pode-se constatar que, de todos os sujeitos que se submeteram ao exame periodontal,

10,7% foram classificados como saudáveis, ou seja, com todos os sextantes

examinados sadios. O cálculo dentário apresentou-se como o escore mais alto, em

61,8% dos indivíduos, sendo a condição periodontal mais encontrada. A segunda

condição mais registrada foi a presença de bolsas periodontais rasas, caracterizando

15,2% dos examinados. Apenas 2% da amostra apresentavam como maior escore do

CPI, a presença de bolsas periodontais profundas e, por fim, a presença do

sangramento gengival à sondagem, apresentou uma prevalência de 10,3% (Tabela 2).

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78

Tabela 2 - Distribuição dos indivíduos pesquisados segundo a condição periodontal Condição Periodontal do Indivíduo* n %

Saudável

54

10,7

Com sangramento 52 10,3

Com calculo 313 61,8

Com bolsas rasas 76 15,2

Com bolsas profundas 10 2,0

Total 505 100

* valor de p para esta variável: p = 0,00

5.2.1 Análise Bivariada

Na tabela 3, ao observar a distribuição da condição periodontal pela variável

sexo, a condição mais freqüente, para ambos os sexos, foi a presença de cálculo,

sendo maior no sexo feminino (65,2%). Quanto à presença de bolsas periodontais, o

sexo masculino deteve maiores percentuais que o feminino, com um percentual de 25%

para as bolsas periodontais rasas e 3% para as bolsas profundas. Esta relação foi

estatisticamente significante (p < 0,00). A maior diferença entre os sexos foi registrada

entre os classificados como escore 2, cujo percentual foi mais elevado no sexo feminino

do que no sexo masculino (65,2% x 48,0%), seguido pelo percentual dos indivíduos

com bolsas periodontais rasas (escore 3), que apresentou percentual mais elevado

entre os pesquisados do sexo masculino (25,0% x 12,8%).

Quando da análise da condição periodontal com relação à faixa etária, ainda na

tabela anterior, constata-se que a presença de cálculo foi a condição mais prevalente

em todas as faixas etárias, sendo maior na faixa de 60 anos ou mais. A faixa etária de

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79

31 a 59 anos, foi a que apresentou os maiores percentuais de bolsas periodontais rasas

e profundas, de 20,4% e 2,7%, respectivamente. Para esta variável, também foi

observada relação estatisticamente significante (p< 0,00) (Tabela 3).

Tabela 3 – Distribuição dos indivíduos segundo as variáveis sexo e faixa etária em relação à condição periodontal, nas Unidades de Saúde da Família com Equipe de Saúde Bucal na cidade do Recife Condição Periodontal do Indivíduo*

Variável Escore 0 Escore 1 Escore 2 Escore 3 Escore 4 Valor de p

n (%) n (%) n (%) n (%) n (%)

Sexo p(2) < 0,000

Masculino 19 (19) 5 (5) 48 (48) 25 (25) 3 (3)

Feminino 35 (8,7) 47 (11,6) 264 (65,2) 52 (12,8) 7 (1,7)

Grupo Total 54 (10,7) 52 (10,3) 312 (61,8) 77 (15,2) 10 (2,0)

Faixa etária p(1) = 0,000**

De 18 a 30 anos 23 (10,7) 38 (17,7) 129 (60,0) 22 (10,2) 3 (1,4)

De 31 a 59 anos 26 (10,2) 14 (5,5) 156 (61,2) 52 (20,4) 7 (2,7)

60 anos ou mais 5 (14,3) - 27 (77,1) 3 (8,6) -

Grupo Total 54 (10,7) 52 (10,3) 312 (61,8) 77 (15,2) 10 (2,0)

( * ) Classificação segundo o maior escore apresentado pelo indivíduo: escore 0 – saudável; escore 1 – presença de sangramento; escore 2 - presença de cálculo; escore 3 - presença de bolsas rasas; escore 4 - presença de bolsas profundas. ( ** ) Significância ao nível de 5% (1)Através do teste Qui-quadrado (2)Através do teste da Razão de Verossimilhança

A tabela 4 mostra que indivíduos com menor nível de escolaridade, exibiram

maiores percentuais das condições cálculo dentário (67,1%) e bolsas periodontais

rasas (15,9%). Aqueles que apresentaram todos os sextantes saudáveis (escore 0)

constituíram 14% das pessoas com 1º grau completo ou mais, e apenas 8,1% dos

indivíduos com até o 1º grau incompleto. Entre os níveis de escolaridade, as duas

maiores diferenças percentuais foram registradas entre os classificados como escore 2

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do CPI, sendo mais elevada entre os indivíduos com até o 1º grau incompleto (67,1% X

55,0%), e os indivíduos classificados como escore 1, cujo percentual mais elevado

ocorreu entre os indivíduos com 1º grau completo ou mais (14,4% X 7,1%). A

associação entre esta variável e a condição periodontal se mostrou significante, ao

nível de 5,0%.

Quanto às variáveis estado marital e classe social, ambas apresentaram

associação estatisticamente significante com a condição periodontal (p < 0,05).

Verificou-se que o percentual de indivíduos com bolsas periodontais (escore 3 e 4) foi

mais elevado entre os casados do que entre os solteiros, e com relação à saúde

periodontal (escore 0), observou-se que os solteiros apresentaram percentual mais

elevado que os indivíduos casados, diferenças estas que revelam associação

significante entre o estado marital e a condição periodontal. A análise estatística

mostrou, em relação à classe social, que os indivíduos com a maior prevalência de

cálculo dentário pertencia à classe social E (76,5%), que também apresentou o maior

percentual de bolsas periodontais profundas (3,9%), enquanto que os examinados da

classe C apresentaram o maior percentual de indivíduos saudáveis (15,5%).

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Tabela 4 – Distribuição dos indivíduos segundo as variáveis escolaridade, estado marital e classe social em relação à condição periodontal, nas Unidades de Saúde da Família com Equipe de Saúde Bucal na cidade do Recife

Condição Periodontal do Indivíduo*

Variável Escore 0 Escore 1 Escore 2 Escore 3 Escore 4 Valor de p

n (%) n (%) n (%) n (%) n (%)

Escolaridade p(1) = 0,008**

Até 1o grau incompleto 23 (8,1) 20 (7,1) 190 (67,1) 45 (15,9) 5 (1,8)

1o grau completo ou mais 31 (14,0) 32 (14,4) 122 (54,9) 32 (14,4) 5 (2,3)

Grupo Total 54 (10,7) 52 (10,3) 312 (61,8) 77 (15,2) 10 (2,0)

Estado Marital p(1) = 0,024**

Solteiro 30 (14,2) 16 (7,5) 138 (65,1) 26 (12,3) 2 (0,9)

Casado 24 (8,2) 36 (12,3) 174 (59,4) 51 (17,4) 8 (2,7)

Grupo Total 54 (10,7) 52 (10,3) 312 (61,8) 77 (15,2) 10 (2,0)

Classe Social p(1) < 0,000**

B1 - - 1 (50,0) 1 (50,0) -

B2 - - 1 (100,0) - -

C 22 (15,5) 19 (13,4) 81 (57,0) 18 (12,7) 2 (1,4)

D 28 (9,1) 30 (9,7) 190 (61,5) 55 (17,8) 6 (1,9)

E 4 (7,8) 3 (5,9) 39 (76,5) 3 (5,9) 2 (3,9)

Grupo Total 54 (10,7) 52 (10,3) 312 (61,8) 77 (15,2) 10 (2,0)

*Classificação segundo o maior escore apresentado pelo indivíduo: escore 0 – saudável; escore 1 – presença de sangramento; escore 2 - presença de cálculo; escore 3 - presença de bolsas rasas; escore 4 - presença de bolsas profundas. ** Significância ao nível de 5% (1)Através do teste Qui-quadrado

Um outro estudo bivariado foi realizado, para que através dos seus resultados

fosse possível realizar-se a análise multivariada.

Este estudo bivariado também incluiu cada uma das variáveis independentes e a

variável dependente condição periodontal, agora agrupada em três categorias:

indivíduo com saúde periodontal (escore 0); com presença de sangramento gengival à

sondagem ou presença de cálculo (escores 1 e 2); e com bolsas periodontais (escores

3 e 4). A variável faixa etária foi categorizada em indivíduos de 18 a 30 anos e de 31

anos ou mais.

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Na Tabela 5 destaca-se que a maioria dos pesquisados (72,0%) apresentava

sangramento à sondagem ou cálculo dentário. Com relação à variável sexo, a maior

diferença entre os sexos foi registrada para os indivíduos com escore 1 ou 2, cujo

percentual foi mais elevado entre os indivíduos do sexo feminino do que os do

masculino (76,8% x 53,0%), seguido pelos indivíduos com bolsas periodontais, que

apresentaram percentual mais elevado entre os participantes do sexo masculino (28,0%

x 14,5%). Entre as faixas etárias, as duas maiores diferenças percentuais foram

registradas para os indivíduos com bolsas periodontais, que foi 9,7% mais elevada

entre os indivíduos com 31 anos ou mais (21,3% x 11,6%) e para os indivíduos com

sangramento à sondagem ou cálculo dentário, que mostrou um percentual 9,7% mais

elevado entre as pessoas com idade de 18 a 30 anos (77,7% x 68,0%). A associação

entre a condição periodontal se mostrou significante com as variáveis sexo e a faixa

etária (p<0,05).

Tabela 5 – Avaliação da condição periodontal, segundo o sexo e a faixa etária dos pesquisados, considerando a condição periodontal em três categorias. Condição Periodontal do Indivíduo

Variável Escores 3 e 4

Escores 1 e 2

Escore 0 TOTAL Valor p

n (%) n (%) n (%) n (%) Sexo

Feminino 59 (14,5) 311 (76,8) 35 (8,7) 405 (100,0) p(1) < 0,001*

Masculino 28 (28,0) 53 (53,0) 19 (19,0) 100 (100,0)

Grupo total 87 (17,2) 364 (72,1) 54 (10,7) 505 (100,0)

Faixa etária

De 31 ou mais 62 (21,3) 197 (68,0) 31 (10,7) 290 (100,0) p(1) = 0,019*

De 18 a 30 anos 25 (11,6) 167 (77,7) 23 (10,7) 215 (100,0)

Grupo total 87 (17,3) 364 (72,0) 54 (10,7) 505 (100,0)

(*) – Significância ao nível de 5%; (1) – Através do teste Qui-quadrado.

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83

Na Tabela 6 verifica-se que o percentual de indivíduos com bolsas periodontais

foi mais elevado entre os casados do que entre os solteiros (20,1% x 13,2%) e o

contrário ocorreu com indivíduos com saúde periodontal (escore 0) que apresentaram

uma prevalência mais elevada entre os solteiros (14,2% x 8,2%), diferenças estas que

revelam associação significante entre o estado marital e a condição periodontal (p <

0,05).

Em relação ao nível de escolaridade, a maior diferença percentual foi registrada

para os indivíduos com saúde periodontal, que foi 5,9% mais elevado entre os que

apresentavam 1º grau completo ou mais, entretanto não foi comprovada associação

significante.

Dentre os examinados, apenas três pertenciam às classes sociais B1 e B2 e por

esta razão, estas classes não foram consideradas na análise do teste. As classes C, D

e E foram categorizadas em duas classes C e D/E, já que os indivíduos da classe social

E apresentaram freqüências muito baixas. No estudo das classes sociais, verificou-se

que o percentual de indivíduos com bolsas periodontais foi maior na classe D/E com

relação à classe C (18,4% x 14,1%), enquanto que o percentual de indivíduos com

saúde periodontal, foi mais elevado na classe C (15,5% x 8,8%), entretanto, não foi

comprovada associação significante ao nível de 5,0% para esta variável.

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Tabela 6 – Avaliação da condição periodontal segundo o estado marital, escolaridade e classe social dos pesquisados, considerando a condição periodontal em três categorias.

Condição periodontal Variável Escores 3 e 4 Escores 1 e 2 Escore 0 TOTAL Valor p n (%) n (%) n (%) n (%) Estado marital Casado 59 (20,1) 210 (71,7) 24 (8,2) 292 (100,0) p(1) = 0,027* Solteiro 28 (13,2) 154 (72,6) 30 (14,2) 212 (100,0) Grupo total 87 (17,2) 364 (72,1) 54 (10,7) 505 (100,0) Escolaridade Até 1o grau incompleto 50 (17,7) 210 (74,2) 23 (8,1) 283 (100,0) p(1) = 0,108 1o grau completo ou mais 37 (16,7) 154 (69,3) 31 (14,0) 222 (100,0) Grupo total 87 (17,2) 364 (72,1) 54 (10,7) 505 (100,0) Classe Social (2) D e E 66 (18,4) 262 (72,8) 32 (8,8) 360 (100,0) p(1) = 0,075 C 20 (14,1) 100 (70,4) 22 (15,5) 142 (100,0) B1 e B2 1 (33,3) 2 (66,7) - 3 (100,0) Grupo total 87 (17,2) 364 (72,1) 54 (10,7) 505 (100,0) (*) – Significância ao nível de 5%. (1) – Através do teste Qui-quadrado. (2) – Para a obtenção do teste estatístico foram desconsiderados os três pacientes das classes B1 e B2.

5.2.1 Análise Multivariada

Com base nos resultados do segundo estudo bivariado, foi realizada a análise

multivariada. Como a variável dependente do estudo (condição periodontal)

apresentava mais de duas categorias, realizou-se uma regressão logística multinomial.

Esta análise incluiu dois modelos multivariados, sendo que num modelo foram incluídas

as variáveis sexo, faixa etária, estado marital e escolaridade e no outro, a escolaridade

foi substituída pela variável classe social. A justificativa para a não inclusão das duas

variáveis independentes no mesmo modelo é devido à correlação elevada entre

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escolaridade e classe social, e porque se fosse feito um único modelo, um elevado

percentual de caselas (cells) teria freqüências nulas.

Para a realização da regressão logística multinomial foram consideradas todas

as variáveis independentes. Destaca-se ainda que as classes sociais B1 e B2 também

foram desconsideradas no estudo multiviariado, porque apenas três participantes

pertenciam às referidas classes. Além disso, as classes D e E foram agrupadas numa

só, porque a classe E apresentava, em alguns casos, freqüências muito baixas.

No primeiro modelo multivariado, na Tabela 7, pode-se observar os resultados

da regressão logística multinominal, sendo considerado como base o sexo masculino, o

estado marital solteiro, a faixa etária de 18 a 30 anos, o nível de escolaridade 1º grau

completo ou mais e a condição saúde periodontal (escore 0). Nesta tabela, é possível

verificar que a probabilidade de um indivíduo apresentar como condição periodontal a

presença de bolsas periodontais é mais elevada quando o mesmo é do sexo feminino,

casado, com 31 anos ou mais e com nível de escolaridade até 1º grau incompleto,

quando comparado com indivíduo do sexo masculino, solteiro, com idade de 18 a 30

anos e com 1º grau completo ou mais. A probabilidade de um indivíduo apresentar

como condição periodontal a presença de sangramento ou presença de cálculo é mais

elevada quando o indivíduo é do sexo feminino, casado, com idade de 18 a 30 anos e

nível de escolaridade até o 1º grau incompleto. Ao nível de 5,0%, foi registrada

significância para presença de bolsa periodontal com relação ao estado marital.

Também foi registrada significância para a presença de sangramento ou cálculo

dentário com relação às variáveis sexo e escolaridade.

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Tabela 7 – Regressão logística segundo as variáveis independentes: sexo, estado marital, faixa etária e escolaridade. Variáveis OR1 IC Valor de p Sexo (Feminino) Presença de bolsas periodontais 1,06 0,51 a 2,20 0,883 Presença de sangramento e cálculo 3,14 1,65 a 5,96 < 0,001* Saúde periodontal 1,00 - Estado marital (casado) Presença de bolsas periodontais 2,41 1,19 a 4,89 0,015* Presença de sangramento e cálculo 1.64 0,91 a 2,96 0,099 Saúde periodontal 1,00 - Idade (31 anos ou mais) Presença de bolsas periodontais 1,50 0,72 a 3,15 0,297 Presença de sangramento e cálculo 0,69 0,38 a 1,28 0,243 Saúde periodontal 1,00 - Escolaridade (Até 1o grau incompleto) Presença de bolsas periodontais 1,56 0,77 a 3,17 0,219 Presença de sangramento e cálculo 1,84 1,01 a 3,35 0,047* Saúde periodontal 1,00 - (1) – Os OR’s de cada uma das duas primeiras linhas, foram determinados considerando-se como base a linha e a coluna da condição saúde periodontal. (*) – Significância ao nível de 5%.

Os dados do segundo modelo multivariado, que substitui a variável escolaridade

por classe social, podem ser observados na Tabela 8. Nesta tabela, analisam-se os

resultados da regressão logística, sendo considerado como base o sexo masculino, o

estado marital solteiro, a faixa etária de 18 a 30 anos, a classe social C e a condição

saúde periodontal (escore 0). Dos valores desta tabela, é possível verificar que a

probabilidade de um indivíduo apresentar como condição periodontal a presença de

bolsas periodontais é mais elevada quando o mesmo é casado, com faixa etária de 31

anos ou mais e quando o indivíduo pertence às classes D e E, quando comparado ao

solteiro, de 18 a 30 anos e pertencente à classe social C; a probabilidade de um

indivíduo apresentar sangramento à sondagem ou cálculo, é mais elevada quando o

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mesmo é do sexo feminino, casado, de 18 a 30 anos de idade e pertence às classes D

e E, comparado com indivíduo do sexo masculino, solteiro, com 31 anos ou mais, e

pertencente à classe social C. Ao nível de 5,0%, foram registradas significância para a

condição presença de bolsa periodontal, nas variáveis estado marital e classe social e

para a condição sangramento a sondagem e presença de cálculo dentário, na variável

sexo. O ajuste do modelo foi aceito (p < 0,001).

Tabela 8 – Regressão logística segundo as variáveis independentes: sexo, estado marital, faixa etária e classe social. Variáveis OR1 IC Valor de p Sexo (Feminino) Presença de bolsas periodontais 0,99 0,47 a 2,08 0,985 Presença de sangramento e cálculo 3,06 1,61 a 5,48 < 0,001* Saúde periodontal 1,00 - Estado marital (casado) Presença de bolsas periodontais 2,58 1,27 a 5,27 0,009* Presença de sangramento e cálculo 1.77 0,98 a 3,19 0,060 Saúde periodontal 1,00 - Idade (31 anos ou mais) Presença de bolsas periodontais 1,63 0,79 a 3,39 0,187 Presença de sangramento e cálculo 0,79 0,43 a 1,43 0,433 Saúde periodontal 1,00 - Classe social (Classe D/E) Presença de bolsas periodontais 2,40 1,13 a 5,10 0,023* Presença de sangramento e cálculo 1,72 0,93 a 3,15 0,081 Saúde periodontal 1,00 - (1) – Os OR’s de cada uma das duas primeiras linhas, foram determinados considerando-se como base a linha e a coluna da condição saúde periodontal. (*) – Significância ao nível de 5%.

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88

5.3 CONDIÇÃO PERIODONTAL POR SEXTANTE

Na tabela 9 verifica-se a avaliação da condição periodontal por sextante, onde o

escore 0 corresponde à ausência de alteração periodontal, ou seja, à saúde

periodontal; o escore 1, presença de sangramento gengival à sondagem; escore 2,

presença de cálculo; escore 3, bolsas periodontais rasas (4,0 a 5,0 mm) e escore 4,

bolsas periodontais profundas (6,0 mm ou mais). Esta tabela revela que no sextante 2,

o escore 0, ou seja, ausência de alteração periodontal, representou 47,1% dos

sextantes examinados, seguido pelo sextante 5 (42,8%). Com relação à presença de

cálculo, o sextante que mostrou o maior percentual foi o sextante 5 (49,3%). De todos

os sextantes examinados o que apresentou o maior percentual de bolsas rasas e

profundas foi o sextante 3. Por fim, aquele em que foi observado o maior percentual de

exclusão foi o sextante 1 e de sangramento à sondagem, o sextante 6. Estes

resultados também podem ser verificados, de forma mais didática, no gráfico 3.

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Tabela 9 – Avaliação da condição periodontal por sextante

Sextantes Condição Periodontal Sextante 1 Sextante 2 Sextante 3 Sextante 4 Sextante 5 Sextante 6 n % n % n % n % n % n % ESCORE 0 134 26,5 238 47,1 116 23,0 140 27,7 216 42,7 123 24,3 ESCORE 1 57 11,3 56 11,1 64 12,7 59 11,7 22 4,4 70 13,9 ESCORE 2 124 24,6 84 16,6 147 29,1 158 31,3 249 49,3 166 32,9 ESCORE 3 34 6,7 19 3,8 37 7,3 14 2,8 9 1,8 15 3,0 ESCORE 4 3 0,6 2 0,4 6 1,2 3 0,6 1 0,2 2 0,4 EXCLUÍDOS 153 30,3 106 21,0 135 26,7 131 25,9 8 1,6 129 25,5 TOTAL 505 100,0 505 100,0 505 100,0 505 100,0 505 100,0 505 100,0

0%

20%

40%

60%

80%

100%

sextante 1

sextante 2

sextante 3

sextante 4

Sextante 5

Sextante 6

Excluidos

Escore 4

Escore 3

Escore 2

Escore 1

Escore 0

Gráfico 3 – Avaliação percentual da condição periodontal por sextante

Na tabela 10, descrita a seguir, ao se analisarem todos os escores do Índice

Periodontal Comunitário nos 3.030 sextantes examinados, a condição periodontal mais

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freqüente foi o escore 0 (31,9%), seguida pelo escore 2 (30,6%). Observa-se também

que o escore X, que representa exclusão do sextante avaliado, apresentou percentual

de 21,9%.

Tabela 10 – Distribuição da condição periodontal em todos os sextantes

Sextantes Condição periodontal n %

Sadios 967 31,9 Sangramento 328 10,8 Cálculo 928 30,6 Bolsas rasas 128 4,2 Bolsas Profundas 17 0,6 Excluídos 662 21,9 TOTAL 3030 100

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91

DISCUSSÃO

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92

6 DISCUSSÃO

Em recente revisão sistemática sobre a prevalência das condições periodontais

nos países das Américas Central e do Sul, afirmou-se haver um pequeno número de

estudos epidemiológicos representativos disponíveis na América Latina (GJERMO et

al., 2002). O presente estudo oferece informações sobre a condição periodontal de

indivíduos adultos atendidos nas Unidades de Saúde da Família com Equipe de Saúde

Bucal da cidade do Recife, Brasil.

Neste estudo, as condições periodontais foram avaliadas utilizando-se o Índice

Periodontal Comunitário, já que este índice tem sido amplamente utilizado em estudos

deste nível, a fim de se estabelecer um diagnóstico epidemiológico das condições

periodontais da população estudada. Como será constatado, alguns dos resultados

obtidos mostraram similaridade àqueles observados em outras populações brasileiras

(MACHION et al., 2000; GESSER, PERES, MARCENES, 2001; PALLOS et al., 2005),

como também em pesquisas internacionais (FOX et al, 1994; CORBET, WONG, LIN,

2001; OROZCO, FRANCO, RAMIREZ-YAÑEZ, 2004).

Para Araújo (2003), para que um índice seja útil na identificação do estado de

saúde bucal de uma população em relação a uma doença, este deve apresentar

critérios como pertinência, confiança e significado. De acordo com Pizante; Guimarães

(1997), os índices são proporções ou coeficientes que servem de indicadores da

freqüência com que certos eventos ou doenças ocorrem em uma comunidade. Os

índices são ainda conceituados por Belan (2000), como valores numéricos que

descrevem a situação relativa de determinada população, por meio de uma escala

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graduada com limites superior e inferior definidos, que permite comparações com outras

populações classificadas pelos mesmos métodos e critérios. Este autor e também Brito;

Silva; Gusmão (1998) destacaram a importância da utilização de uma mesma

metodologia entre as pesquisas, para que possam ser estabelecidas comparações

entre elas.

Desde 1997, a Organização Mundial de Saúde vem utilizando o Índice

Periodontal Comunitário (CPI), conhecido anteriormente por Índice Periodontal

Comunitário de Necessidade de Tratamento (CPITN), para avaliar a condição

periodontal das populações em estudos epidemiológicos (WHO, 1997). Apesar de se

apresentar simples e uniforme e, em conseqüência, recomendado pela OMS para

pesquisa epidemiológica, o CPI não é um estimador das condições periodontais aceito

como unanimidade pelos pesquisadores. Eles citam a fragilidade do índice como

ferramenta epidemiológica, argumentando que, uma análise separada dos indicadores

utilizados, tende a subestimar a prevalência de sangramento, já que ao adotar o

indicador de maior complexidade para o registro da condição periodontal de cada

dente-índice, não permite conhecer a prevalência da condição de menor complexidade

(BAELUM et al., 1993). Para Papapanou (1994), este índice não é capaz de descrever,

de forma precisa, a condição periodontal de um indivíduo, pela hierarquia inerente ao

índice. A validade do método hierarquizado, deste índice, foi observada por

pesquisadores como Takahashi et al. (1988). Seus achados indicaram que o índice não

apresentou uma correta avaliação da prevalência da condição cálculo dentário (escore

2). Grytten; Holst; Gjermo (1989) também observando a validade deste método,

constataram uma sobrestimação da condição cálculo. Isto pode ter ocorrido no presente

estudo, visto que a condição cálculo foi a de maior prevalência. No entanto, não é uma

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certeza, pois no exame clínico só foi registrado o escore de maior complexidade

presente no dente, e não todas as condições presentes.

Há alguns anos atrás, acreditava-se que toda a população mundial era

susceptível à doença periodontal. No entanto, a partir dos estudos realizados tem-se

observado que apenas 5 a 15% da população apresentam alguma forma de destruição

periodontal severa, apesar de a forma moderada estar presente na maioria da

população adulta (AAP, 2005). No presente estudo foi observado que a maioria da

população estudada apresentava algum tipo de alteração periodontal.

Já foi estabelecido que a placa bacteriana (biofilme dental) é o principal fator

etiológico da doença periodontal, e que esta doença resulta da interação entre os

microorganismos da placa e a defesa do hospedeiro. No entanto, parece haver na

população grupos de risco em relação à prevalência e severidade da doença

periodontal. Pesquisas levam a crer que a resposta do hospedeiro aos agentes

infecciosos e à progressão da doença, também pode ser influenciada por fatores

psicossociais (HANSEN, BJERTNESS, GRONNESBY, 1993).

Alguns estudos internacionais têm mostrado que, tanto a gengivite, quanto a

periodontite, apresenta maiores prevalências em populações com piores indicadores

sócio-econômicos, como renda e escolaridade, situação esta, também confirmada em

países em desenvolvimento, como o Brasil (GESSER, PERES, MARCENES, 2001;

ALBANDAR, RAMS, 2002; REIS et al., 2005). Outras pesquisas ainda demonstram que,

a prevalência e severidade da doença periodontal se agrava com o aumento da idade.

Entretanto, as formas mais agressivas estão mais evidentes em adolescentes e adultos

jovens, do que em idosos (MACHION et al, 2000; SKUDUTYTÉ, ALEKSEJUNIENE,

ERIKSEN, 2001; PALLOS et al., 2005).

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Na presente pesquisa, todos os fatores sócio-econômicos e demográficos

relacionados, ou seja, idade, classe social, sexo, nível de escolaridade e estado marital

apresentaram associação com a condição periodontal do indivíduo. Observa-se,

portanto, que é essencial, como já discutido por vários autores (HANSEN,

BJERTNESS, GRONNESBY,1993; MACHION et al., 2000; GESSER, PERES,

MARCENES, 2001; SOOD, 2005), que se considere esta multiplicidade de fatores, que

podem influenciar no desenvolvimento de uma ou mais formas de destruição

periodontal.

Em 1993, um amplo estudo realizado por Hansen; Bjertness; Gronnesby, propôs

um modelo sócio-ecológico para a doença periodontal, que envolvia alguns fatores

psicossociais, como pode ser ilustrado na figura 6. Estas observações confirmam o que

disseram Ragghianti et al. (2004), ao conceituarem a Epidemiologia como o estudo da

saúde e da doença nas populações e de como esses estados podem ser influenciados

por fatores como hereditariedade, biologia, ambiente físico e social e comportamento

pessoal.

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Figura 5 - Modelo sócio-ecológico para a doença periodontal em uma

perspectiva dinâmica proposto por Hansen, Bjertness, Gronnesby (1993).

Quanto à condição periodontal presente na amostra, os resultados mostraram

uma pequena proporção de indivíduos saudáveis (10,7%), como também aqueles

classificados como escore 1, ou sangramento à sondagem (10,3%). Grande parte dos

indivíduos examinados apresentava como escore de maior complexidade, ou seja, o

maior escore do CPI, o cálculo dentário (61,8%), e a segunda maior prevalência foi de

bolsas periodontais rasas (15,2%). Esta prevalência relativamente alta de bolsas

periodontais rasas poderia ser justificada por vários fatores, que devem ser levados em

consideração para a avaliação da prevalência das bolsas periodontais: presença de

Sistema de atenção à saúde

Fatores comportamentais

Saúde

Resistência

Doença Periodontal

Meio ambiente Biologia Humana Micro- organismos

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falsas bolsas, sulcos profundos, e ainda dificuldade de sondagem nos sextantes

posteriores. A baixa prevalência de indivíduos saudáveis, também foi observada por

Skudutyté; Aleksejuniene; Eriksen (2001), num estudo que envolveu indivíduos adultos

na Lituânia, constatando que apenas 5% dos indivíduos de 35 a 44 anos e 0,4% dos

indivíduos de 65 a 74 anos apresentavam-se saudáveis. Os dados destes estudos

sustentam a tendência de uma precária condição periodontal em populações

brasileiras, como também observado por Abbeg (1997), ao avaliar a condição

periodontal de 471 indivíduos de 24 a 44 anos da cidade de Porto Alegre e na revisão

sistemática realizada por Gjermo et al. (2002) que reuniu mais de 10.000 brasileiros.

A alta prevalência da condição cálculo dentário corrobora com alguns estudos,

como a revisão sistemática realizada pela OMS, a qual reuniu 61 estudos em 39 países,

avaliando a condição periodontal dos indivíduos, de acordo com o maior escore do

Índice Periodontal Comunitário e a média do número de sextantes afetados por

alterações periodontais por cada indivíduo (PILOT et al., 1987). Este resultado é

apoiado por Reis et al. (2005), em pesquisa que envolveu 289 idosos de instituições

públicas e filantrópicas, de Goiânia, Brasil, onde a presença de cálculo, em presença ou

não de sangramento, foi observada em 55,06% dos idosos e 29,02% dos sextantes

examinados. A segunda condição mais freqüente, foi a presença de bolsas periodontais

rasas (4,0 a 5,0 mm), enquanto que a prevalência de sangramento e bolsa periodontal

profunda foi muito baixa, resultados similares à presente pesquisa. O predomínio das

condições cálculo dentário e bolsas periodontais rasas, também pôde ser verificado nas

pesquisas de Dini; Guimarães (1994), Orozco; Franco; Ramirez-Yañez (2004) e, mais

recentemente, nos estudos de Pallos et al. (2005) e Coelho (2006). Na pesquisa de

Coelho (2006), que envolveu 121 usuários atendidos nas Unidades de Saúde da

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Família (USF) com Equipe de Saúde Bucal da cidade do Recife, os resultados

mostraram que as bolsas periodontais rasas apresentaram maior percentual (59%) nos

examinados; o cálculo dentário apresentou maior prevalência do que o sangramento

gengival, enquanto que a condição bolsas periodontais profundas encontrava-se em

9,9% da amostra.

Há aproximadamente vinte anos, questiona-se o paradigma dominante da

epidemiologia, que conceitua a doença como um fenômeno biológico individual

(LOMBARDI et al., 1988). Este questionamento implicou em algumas modificações.

Entre estas modificações, destaca-se a utilização do conceito de classe social para

explicar os fenômenos de saúde-doença, em alguns os estudos, como ocorreu na

presente pesquisa.

Em 1984, Bronfman; Tuirán já destacavam a importância da inserção de classe

social em estudos epidemiológicos, sendo ela capaz de determinar, em última instância,

o acesso diferencial à infra-estrutura de saúde, à quantidade e qualidade de alimentos,

à habitação e ao vestuário.

Na determinação da condição periodontal, o fator sócio-econômico também tem

sido importante, já que o meio social, as condições de vida e de trabalho qualificam, de

forma diferenciada o agir, pensar e sentir dos indivíduos com relação a sua saúde

(AAP, 2005). Nesta pesquisa, observou-se que a maior prevalência de cálculo e bolsas

periodontais rasas encontrava-se nos indivíduos de classe social baixa, nas classes D e

E, respectivamente. Esta associação também foi confirmada por Gesser; Peres;

Marcenes (2001), ao avaliarem 300 jovens maiores de 18 anos, na cidade de

Florianópolis, Santa Catarina, Brasil e por Corbet; Wong; Lin (2001), avaliando a

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condição periodontal de 2858 indivíduos chineses divididos em 2 grupos etários, um de

35 a 44 anos e outro de 65 a 74 anos.

Os valores, as crenças e as práticas de saúde bucal são elementos culturais

determinantes do comportamento das pessoas em relação à saúde bucal, e, por isso,

Selikowitz (1994) afirmou que os profissionais de saúde precisam procurar entender

como a cultura influencia as idéias básicas dos pacientes quanto à saúde bucal, para

que possam tratá-los de maneira eficiente.

Através de revisão sistemática realizada nas América Central e do Sul, no

período de 1981 à 2001, Gjermo et al. (2002) constataram uma alta prevalência de

condição periodontal mais severa (presença de bolsa maior que 6mm) entre os

indivíduos de classe social mais baixa. Em 1986, o primeiro estudo epidemiológico

realizado no Brasil revelou, em especial na região Sul do país, que as maiores

prevalências das alterações periodontais concentravam-se nos estratos de menores

rendas; acima de cinco salários mínimos, 69,6% dos pesquisados apresentavam

alguma alteração periodontal, aumentando para 75,3% entre os indivíduos que

recebiam até dois salários mínimos (BRASIL, 1988). Vale salientar, que o estudo de

Pallos et al. (2005) não encontrou correlação entre a classe social e a condição

periodontal.

No presente estudo, a relação entre condição periodontal e nível de escolaridade

apresentou-se significante. Os indivíduos de menor nível de escolaridade (até 1º grau

incompleto) apresentavam-se menos saudáveis e mostravam uma maior prevalência de

cálculo e bolsas periodontais rasas, provavelmente, por possuírem necessidades

básicas não satisfeitas em várias áreas, fazendo com que não incluíssem a saúde bucal

como uma de suas prioridades. No Chile, em pesquisa que envolveu 1025 residentes

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de Santiago, a correlação entre condição periodontal e nível de escolaridade também

foi constatada (GAMONAL, LOPEZ, ARANDA, 1998). Este resultado ainda é apoiado

por outros estudos, tais como o de Oliver; Brown; Löe (1991), quando consideraram

que a baixa escolaridade é um fator modificador da condição periodontal de um

indivíduo, e não um fator de risco. No estudo de Gesser; Peres; Marcenes (2001), a

condição periodontal foi significantemente associada à escolaridade do indivíduo

examinado e dos seus pais. Observou-se que, quanto menor a escolaridade do

examinado, do pai e da mãe, maior a prevalência de cálculo dentário.

A amostra que compôs o presente estudo era formada por indivíduos maiores de

18 anos, estratificados em três faixas etárias: 18 a 30 anos, 31 a 59 anos e 60 anos ou

mais. Observou-se que as faixas etárias de 31 a 59 anos e de 60 anos ou mais foram

aquelas que apresentaram as maiores prevalências das condições cálculo dentário e

bolsas periodontais rasas, respectivamente, quando comparadas ao grupo mais jovem.

Estes resultados estão de acordo com Orozco; Franco; Ramirez-Yañez (2004) que

também observaram alta prevalência destas condições periodontais nas faixas etárias

mais avançadas. O mesmo pode ser verificado no estudo de Baelum; Fejerskov; Manji

(1988), no que se refere à presença de cálculo dentário. No entanto, foi observado

pelos autores que, independente da idade, não foram constatadas grandes

profundidades de sondagem na população estudada. Nos achados de Skudutyté;

Aleksejuniéne; Erikssen (2001), os maiores percentuais de bolsas periodontais

profundas, foram encontrados nos indivíduos de maior faixa etária. Esse resultado,

também está em concordância com dados do Estado de São Paulo – Brasil, que

mostram um quadro precário de saúde bucal na população idosa (SILVA, SOUSA,

WADA, 2005).

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Ainda com relação à variável idade, Silva; Fernandes (2001), ao examinarem

idosos de um Centro de Saúde, na cidade de Araraquara, constataram que os mesmos

apresentaram uma alta prevalência de bolsas periodontais profundas (34,7%). No

estudo de Reis et al. (2005), apenas 3 (3,37%) idosos apresentaram todos os sextantes

sadios, de acordo com o Índice Periodontal Comunitário. É importante relatar, que este

estudo, fez parte do mais recente levantamento epidemiológico realizado no Brasil, o

SB Brasil 2003. Estes resultados, na presente pesquisa e nos estudos acima citados,

evidenciam a falta de políticas destinadas à população adulta e idosa, que tem

caracterizado as ações de saúde bucal, levando ao entendimento de que esta realidade

precisa ser mudada. Pallos et al. (2005) consideraram o fato de que, apesar de vários

estudos mostrarem a relação idade e condição periodontal, ainda não está totalmente

esclarecido que a idade, por si só, seja um fator de risco da doença periodontal, ou se o

seu efeito está relacionado à exposição prolongada dos indivíduos mais velhos aos

conhecidos fatores de risco da desta doença.

Quanto à variável sexo, os resultados do presente estudo mostraram sua

associação significante com a condição periodontal, quando o sexo masculino

apresentou maior prevalência de bolsas periodontais, do que o sexo feminino. Esta

relação foi observada em vários estudos (DOUGLASS; MACHION et al., 2000;

BRODEUR et al., 2001; SKUDUTYTÉ, ALEKSEJUNIÉNE, ERIKSSEN, 2001; CORBET,

WONG, LIN, 2001). Contrariando estes resultados, Stoltemberg et al. (1993) mostraram

não haver diferença significante entre os sexos, ao avaliarem a condição periodontal,

apesar dos indivíduos do sexo masculino terem demonstrado maior profundidade de

sondagem. Estudos sugerem que a associação entre as variáveis sexo e condição

periodontal pode ser explicada, devido ao fato de os indivíduos do sexo masculino

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apresentarem uma higiene bucal deficiente e maiores depósitos de cálculo e placa

bacteriana (AAP, 2005). Sugere-se ainda, que esta relação estaria mais relacionada a

uma menor freqüência de visitas ao dentista e higiene bucal deficiente pelos homens,

do que a qualquer fator genético (AAP, 2005). Em 1982, Chen; Rubinson, numa

amostra de 1000 famílias americanas verificaram, no período de um ano, que homens e

mulheres apresentaram a mesma freqüência ao dentista, no entanto, 20% das

mulheres entrevistadas faziam uso do fio dental diariamente, enquanto apenas 11,5%

dos homens realizavam tal procedimento. Recentemente, a Academia Americana de

Periodontia (AAP, 2005) relatou que vários estudos realizados em países

industrializados têm demonstrado que mulheres adultas jovens ou com idade avançada

tendem a ter menos gengivite do que os homens.

A distribuição da condição periodontal pelos sextantes mostrou que 31,9%

apresentavam-se sadios, sendo o sextante 2 o que apresentou a maior prevalência

para esta condição, ou seja, sem nenhuma alteração periodontal, provavelmente devido

a fatores estéticos. A segunda condição mais prevalente foi o cálculo dentário, presente

em 30,6% dos sextantes analisados. Estes resultados estão em acordo com os

achados de Meneghim; Pereira; Silva (2002), ao avaliarem a condição periodontal de

idosos institucionalizados de 54 a 93 anos de idade. Em estudo realizado por Machion

et al. (2000), quanto à distribuição de bolsas periodontais por sextante, verificou-se uma

prevalência relativamente uniforme em todos eles, porém com ligeira diminuição da

prevalência de bolsas nos sextantes 4 e 6.

Ao realizar uma reflexão sobre os dados obtidos nesta pesquisa, os mesmos são

concordantes com o relato de Ferreira, Roncalli, Lima (2005), quando afirmaram a

importância da condição periodontal na vida do indivíduo. Verifica-se, portanto, que

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uma nova Epidemiologia se descortina e nos envia recados de que todos os seres

humanos, inseridos em um cotidiano de atribuições e desafios diversos, estão

susceptíveis a apresentar algum grau de desequilíbrio que pode se manifestar no

periodonto. No entanto, não se pode considerar que uma melhoria na qualidade de vida

implique apenas em melhorias nos serviços de saúde em si, é preciso ir mais adiante e

considerar uma citação de Oppermann; Gomes em 1999, ao dizerem que “melhores

hábitos de higiene oral são desejáveis. Porém, sua extensão à população depende,

além de esforços educacionais permanentes, da elevação na qualidade de vida e

ascensão sócio-econômica das camadas populacionais menos favorecidas”.

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CONCLUSÕES

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7 CONCLUSÕES

Após a avaliação dos resultados pode-se concluir que:

• A condição periodontal dos indivíduos adultos atendidos nas Unidades de Saúde

da Família com Equipe de Saúde Bucal da cidade do Recife é deficiente,

observando-se a alta prevalência de indivíduos com alterações periodontais;

• Na amostra estudada estavam presentes todos os escores do Índice Periodontal

Comunitário, sendo o maior percentual do escore 2 (presença de cálculo);

• Nos indivíduos examinados, o sextante 2 foi o que mostrou a maior prevalência

de saúde periodontal (escore 0), enquanto que o sextante que apresentou o

maior percentual de bolsas periodontais rasas e profundas (escores 3 e 4), foi o

sextante 3. O sangramento à sondagem (escore 1) e a presença de cálculo

(escore 2), acometeu mais os sextantes 5 e 6, respectivamente. E a maior parte

da amostra apresentava o sextante 1 como excluído;

• Houve associação significante entre a condição periodontal e todas as variáveis

avaliadas: sexo, idade, escolaridade, estado marital e classe social; quando as

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variáveis foram categorizadas, a escolaridade e classe social não apresentaram

relação significante com a condição periodontal;

• Na análise multivariada, no primeiro modelo da regressão logística multinomial, a

variável estado marital apresentou associação com a condição presença de

bolsas periodontais, e as variáveis sexo e escolaridade apresentaram associação

com a condição presença de sangramento à sondagem e presença de cálculo.

No segundo modelo, a variável estado marital também apresentou associação

com a condição presença de bolsas periodontais, e apenas a variável sexo

apresentou associação com a condição presença de sangramento à sondagem e

presença de cálculo.

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REFERÊNCIAS

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1 (A elaboração desta dissertação obedece ao disposto nas NBR 6023 (Informação e documentação – Referência-

Elaboração/2002)

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APÊNDICE

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Universidade de Pernambuco - UPE Faculdade de Odontologia de Pernambuco - FOP Mestrado em Odontologia Área de Concentração: Saúde Coletiva AVALIAÇÃO DA CONDIÇÃO PERIDONTAL DE USUÁRIOS

DO SERVIÇO PÚBLICO DA CIDADE DO RECIFE-PE

Nome:_______________________________________________________ Idade: __________ Sexo: M( ) F( ) Estado Marital: solteiro ( ) casado ( ) Profissão: __________________ Renda Mensal: Valor R$ ________________

Analfabeto ( ) 1º grau incompleto ( ) 1º grau completo ( ) 2º grau incompleto ( ) 2º grau completo ( ) Universidade incompleta ( ) Universidade completa ( )

ESCOLARIDADE

ÍNDICE PERIODONTAL COMUNITÁRIO

AVALIAÇÃO POR DENTE-ÍNDICE

INFORMAÇÕES GERAIS

APÊNDICE

FORMULÁRIO DA PESQUISA

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ANEXOS

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ANEXO A - CRITÉRIO DE CLASSIFICAÇÃO SOCIAL UTILIZADO NO ESTUDO CCEB (2000)

Posse de itens

TEM Não tem

1 2 3 4 ou +

Televisão em cores 0 2 3 4 5

Rádio 0 1 2 3 4

Banheiro 0 2 3 4 4

Automóvel 0 2 4 5 5

Empregada mensalista 0 2 4 4 4

Aspirador de pó 0 1 1 1 1

Máquina de lavar 0 1 1 1 1

Videocassete e/ou DVD 0 2 2 2 2

Geladeira 0 2 2 2 2

Freezer (aparelho independente ou parte da geladeira duplex)

0 1 1 1 1

Grau de instrução do chefe de família Analfabeto / Primário incompleto 0 Primário completo / Ginasial incompleto 1 Ginasial completo / Colegial incompleto 2 Colegial completo / Superior incompleto 3 Superior completo 5 Valor da soma: ______

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Classe social do usuário: A1 ( ) A2 ( ) B1 ( ) B2 ( ) C ( ) D ( ) E( )

Renda Familiar por Classes Classe Pontos Renda média

familiar (R$) A1 30 – 34 R$ 7.793 A2 25 – 29 R$ 4.648 B1 21 – 24 R$ 2.804 B2 17 – 20 R$ 1.669 C 11 – 16 R$ 927 D 6 – 10 R$ 424 E 0 – 5 R$ 207

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ANEXO B - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Título da Pesquisa: Avaliação da condição periodontal de usuários do serviço público da cidade do Recife-PE Pesquisadora: Renata de Souza Coelho Orientadora: Profa. Dra. Estela Santos Gusmão Co-orientadora: Profa. Dra. Renata Cimões Jovino-Silveira Objetivo: Avaliar a condição periodontal numa amostra de indivíduos adultos, na cidade de Recife, Brasil e relacionar às variáveis sexo, idade, estado marital, escolaridade e classe social. Metodologia: Estudo constituído por indivíduos adultos residentes na cidade do Recife. Benefícios: Esta pesquisa procura avaliar a condição periodontal de indivíduos adultos na cidade de Recife, para que se possa, a partir de suas conclusões, realizar projetos que melhorem as condições de saúde bucal e geral da população. Dentre os benefícios alcançados pelos resultados da pesquisa, será buscado, através de programas preventivos e curativos, a preservação dos dentes do indivíduo e manutenção de sua função, a prevenção e eliminação de dor e ainda o conforto do paciente durante a mastigação, levando, de forma mais ampla, a uma melhoria nas condições de vida não somente do grupo restrito de indivíduos examinados, mas da população como um todo. Assim como, após o exame clínico de cada paciente, ele será orientado com relação à melhoria da sua saúde bucal. Riscos: Caso o paciente apresente inflamação no tecido gengival, poderá haver leve dor, desconforto e sangramento na região examinada durante a sondagem periodontal. Eu,___________________________________________________________________ abaixo assinado, tendo sido esclarecido das informações acima, ciente e consciente dos meus direitos abaixo relacionados, inclusive que não receberei nenhum beneficio financeiro por minha participação e que poderei retirar esta declaração de participar do presente estudo a qualquer época da pesquisa para elaboração da dissertação do Curso de Mestrado em Odontologia com área de concentração em Saúde Coletiva FOP/UPE, assim como autorizo a publicação dos resultados em revistas cientificas. DIREITOS: 1. A garantia de receber resposta a qualquer pergunta ou esclarecimentos a qualquer dúvida a cerca dos procedimentos, riscos, benefícios e outros relacionados a pesquisa 2. A liberdade de retirar meu consentimento a qualquer momento e deixar, de participar no estudo sem que isso me traga prejuízo à continuação do meu tratamento. 3. A segurança de que não serei identificado e que será mantido caráter confidencial da informação relacionada com a minha privacidade.

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4. A disponibilidade de tratamento médico e a indenização que legalmente teria direito por parte da instituição, em caso de danos que justifiquem,. diretamente causados pela pesquisa 5. O compromisso de propiciar-me informação atualizada durante o estudo, ainda que este possa afetar a minha vontade de continuar participando. 6. Caso existirem gastos adicionais estes serão absorvidos pelo orçamento da pesquisa. 7. Poderei contatar o Comitê de Ética da UFPE para apresentar recursos ou reclamações em relação à pesquisa ou ensaio clínico através do telefone _____________________, o qual encaminhará o procedimento necessário.

Tendo ciência do exposto acima, desejo participar da pesquisa.

Recife,______de________________de___________.

_______________________________________________________________ Assinatura do Paciente

________________________________________________________________

Assinatura do Pesquisador

_________________________________________________________________ Assinatura do Orientador

_________________________ ______________________

Testemunha Testemunha

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ANEXO C - AUTORIZAÇÃO DA SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DO RECIFE

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ANEXO D – DOCUMENTO ENTREGUE PELO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA

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AVALIAÇÃO DA CONDIÇÃO PERIODONTAL DE USUÁRIOS DO

SERVIÇO PÚBLICO DA CIDADE DO RECIFE-PE

UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO - UPE

FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE PERNAMBUCO - FOP

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA

CAMARAGIBE - PE

2006

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