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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS Programa de Pós-graduação em Odontologia AVALIAÇÃO DA INFILTRAÇÃO BACTERIANA EM DENTES COM BARREIRA APICAL DE MTA: ESTUDO EX-VIVO HÉCTOR MICHEL DE SOUSA RODRIGUES Belo Horizonte 2011

AVALIAÇÃO DA INFILTRAÇÃO BACTERIANA EM DENTES COM BARREIRA APICAL DE MTA: ESTUDO EX-VIVO · foram montados em um aparato de teste, e tiveram como indicador da infiltração o

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS

Programa de Pós-graduação em Odontologia

AVALIAÇÃO DA INFILTRAÇÃO BACTERIANA EM DENTES

COM BARREIRA APICAL DE MTA: ESTUDO EX-VIVO

HÉCTOR MICHEL DE SOUSA RODRIGUES

Belo Horizonte

2011

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Héctor Michel de Sousa Rodrigues

AVALIAÇÃO DA INFILTRAÇÃO BACTERIANA EM DENTES

COM BARREIRA APICAL DE MTA: ESTUDO EX–VIVO

Belo Horizonte

2011

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Odontologia da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Odontologia, área de concentração em Clínicas Odontológicas - Ênfase: Endodontia. Orientador: Prof. Dr. Eduardo Nunes

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FICHA CATALOGRÁFICA Elaborada pela Biblioteca da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

Rodrigues, Hector Michel de Sousa R696a Avaliação da infiltração bacteriana em dentes com barreira apical de MTA:

estudo ex-vivo / Hector Michel de Sousa Rodrigues. Belo Horizonte, 2011. 54f. : il. Orientador: Eduardo Nunes Dissertação (Mestrado) – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.

Programa de Pós-Graduação em Odontologia. 1. Endodontia. 2. Enterococcus faecalis. 3. Infiltração dentária. I. Nunes,

Eduardo. II. Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Programa de Pós-Graduação em Odontologia. III. Título.

CDU: 616.314.18

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FOLHA DE APROVAÇÃO

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus queridos pais Geraldo

e Maria Augusta pelas orações, carinho e apoio em tudo em minha vida.

AMO VOCÊS!

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AGRADECIMENTOS

“Agradecer é uma das coisas mais belas do Ser Humano.

É a forma de admitir que ele sempre precisa de alguém”

(autor desconhecido)

É muito bom concluir mais uma etapa de um sonho e saber que tantas pessoas

torceram para que tudo desse certo nesta caminhada e algumas em especial

merecem o meu agradecimento.

Primeiramente a DEUS pelo dom da vida, proteção, por ser minha fonte de

sabedoria maior e estar sempre ao meu lado em cada passo dado.

Agradeço aos MEUS PAIS pelo amor, carinho, dedicação, renúncia, força,

cumplicidade, confiança, apoio, incentivo e por terem feito de tudo e mais um pouco

para tornar meus sonhos realidade. Vocês conseguiram!!!! Muito obrigado por toda

a minha vida, vocês são os melhores e mais amados pais do mundo.

Ao professor e orientador DR. EDUARDO NUNES pelo conhecimento, dedicação,

estímulo, disponibilidade e pelas cobranças necessárias durante essa caminhada.

Essa foi uma oportunidade única de aprender a ser ponderado e de agregar muitos

conhecimentos endodônticos e da vida acadêmica.

Ao Professor Dr. FRANK FERREIRA SILVEIRA , pelos ensinamentos diários,

conselhos e pela maneira educada e sensata de sugerir as mudanças necessárias.

À minha amiga e companheira NILCE MENDES pela amizade, força, sinceridade,

estímulo e companherismo. Obrigado pelos momentos de convivência.

À professora Dra. MARIA EUGÊNIA ALVAREZ LEITE , pela disponibilidade e

valiosa ajuda na execução do projeto.

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Ao professor Dr. MARTINHO CAMPOLINA pela disponibilidade e atenção com a

estatística deste trabalho.

Ao professor ROBERVAL CRUZ pelo exemplo de profissional.

Aos professores da especialização de Diamantina DR. PAULO ROBERTO MOTA,

Dr. JANIR ALVES SOARES e Dr. CARLOS AUGUSTO SANTOS CÉSAR por

terem contribuido muito para minha formação profissional.

À minha irmã, sobrinhos, cunhado, afilhados pela amizade.

À querida TIA IONE pelas orações e amor dedicados a mim.

Aos AMIGOS que entenderam com carinho minha ausência em vários momentos.

À Dra. SÔNIA MENDES, Dra. GIANE BORGES , Dr GILBERTO RACHID e Dr.

GUILHERME BRAGA pelo carinho, amizade, confiança e pela oportunidade de

trabalharmos juntos. À vocês minha eterna gratidão.

Aos ALUNOS do aperfeiçoamento e especialização dos cursos que leciono pela

amizade e pela forma carinhosa que me incentivaram nesta etapa.

À minha irmã de coração MARIA CIBELE pelas orações, amizade e pelas energias

positivas.

As amigas Dra. EMÍLIA e Dra. ADRIANE BRÁZ pelo carinho, amizade e apoio

sempre.

À saudosa Dra. MÉRCIA que carinhosamente me apoiou no início de minha carreira

profissional e que de algum lugar muito especial está feliz com mais esta conquista

de minha vida.

Aos alunos de iniciação científica, LUCAS, RAFAELA e PAULO pela colaboração

para o desenvolvimento da pesquisa.

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À minha secretária CRISTIANE CÁSSIA pelo apoio, amizade e dedicação no seu

dia a dia.

Aos meus PACIENTES que tiveram entendimento com minha ausência durante o

período do curso.

À MARIA APARECIDA DO AMARAL por deixar meu dia a dia mais leve diante

das obrigações da vida.

Aos AMIGOS DE CURSO pela amizade e pela troca de experiências, o que

acrescentou em mim grandes valores como ser humano, em especial à Dra. Ana

Cristina Carvalho de Araújo, Dr. Adalberto Ramos e Dra Kênia Toubes, sempre

disponíveis aos meus pedidos de ajuda.

Às SECRETÁRIAS DO MESTRADO , Silvania e Angélica, pela competência,

carinho e amizade.

Ao CHESTER funcionário do laboratório de microbiologia, pela boa vontade,

disponibilidade e colaboração.

À professora Dra. MARIA ILMA DE SOUZA GRUPPIONI CÔRTES pelos

ensinamentos.

À todos o meu OBRIGADO !!!!

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“ É justamente a possibilidade de realizar

um sonho que torna a vida interessante”

(Paulo Coelho)

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RESUMO

Apicificação é um método de indução de barreira apical, através da formação de um

tecido mineralizado em dente não vital com formação radicular incompleta. Esse

procedimento é usualmente realizado utilizando uma pasta de hidróxido de cálcio,

sendo necessárias várias visitas ao consultório para sua troca. O MTA tem sido

utilizado em procedimentos de apicificação, trazendo benefícios em relação ao

tempo total do tratamento comparado ao uso do hidróxido de cálcio, embora

apresente dificuldades na sua adaptação e no controle de extrusão. O objetivo deste

estudo, ex-vivo, foi avaliar a influência de uma barreira apical com 3 mm e 5 mm de

espessura de MTA em dentes com ápices abertos, com e sem obturação

convencional do remanescente radicular, em impedir a infiltração bacteriana.

Quarenta e oito dentes unirradiculados extraídos de humanos foram divididos em 4

grupos experimentais (n=10) e 2 grupos controle (n=8). Os grupos experimentais

foram montados em um aparato de teste, e tiveram como indicador da infiltração o

Enterococcus faecalis. A inoculação foi renovada a cada 3 dias durante um período

experimental de 60 dias, sendo a avaliação da infiltração realizada diariamente pela

observação do meio de cultura quanto à turbidez. Os resultados foram tabulados e

analisados estatisticamente. O grupo-controle positivo infiltrou em 24 horas,

enquanto no grupo controle negativo, não houve infiltração. Os resultados

mostraram que nenhum dos materiais foi eficaz em impedir a infiltração, sendo que a

obturação total do segmento radicular associada à barreira apical com 5mm de MTA,

apresentou uma tendência a retardar a infiltração bacteriana. Os resultados foram

tabulados e analisados estatisticamente sendo dispostos em curvas de sobrevida,

sendo a existência de diferença entre os grupos analisada através do teste de Long-

Rank (Mantel-Cox).

Palavras chave: Endodontia. Enterococcus faecalis. Infiltração.

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ABSTRACT

Apexification is a method to induce apical barrier through the formation of

mineralised tissue in non-vital tooth with incomplete root formation. This procedure is

usually performed by using calcium hydroxide paste, which requires several visits to

be replaced. MTA has been indicated for apexification in order to reduce the

treatment time. The aim of the present ex-vivo study was to evaluate bacterial

leakage in open-rooted teeth receiving MTA apical barriers of 3-5 mm thickness with

and without conventional filling of the root remnant. Forty-eight extracted human

single-rooted teeth were divided into 4 experimental groups (n = 10) and 2 control

groups (n = 8). The experimental teeth were mounted onto a test apparatus, with

Enterococcus faecalis being used as leakage indicator. Inoculation was repeated

every 3 days throughout the 60-day experimental period and evaluation of bacterial

leakage was performed on a daily basis by observing the turbidity in the culture

medium. The results were tabulated and then statistically analysed. Bacterial leakage

was found in the positive control group after 24 hours, whereas the negative control

group had no leakage. The results have shown that none of the materials was found

to be effective in preventing leakage, although total filling of the root segment in

association with 5-cm MTA barrier had the tendency to delay bacterial leakage. The

results were statistically analyzed and reported in a survival curve. The difference

among groups was analyzed through the Long-Rank test (Mantel-Cox).

Key words: Endodontics. Enterococcus faecalis. Leakage.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Brocas GG (nº1 – na abertura apical) ..... ...............................................20

Figura 2: Lima profile 40/ 0.06 .................... ............................................................20

Figura 3: Preparo da divergência apical............ ....................................................21

Figura 4: Proporção de MTA conforme o fabricante... .........................................22

Figura 5: Inserção do MTA com porta MTA ............ ..............................................22

Figura 6: Inserção do MTA com porta MTA sob visão m icroscópica.................23

Figura 7: Compactação do MTA utilizando condensador es e visão

microscópica ....................................... ....................................................................23

Figura 8: Grupos de pesquisa (G1,G2,G3,G4) ......... .............................................23

Figura 9: Frasco de vidro.......................... ..............................................................24

Figura 10: Tampa de borracha ....................... ........................................................24

Figura 11: Tubo tipo Eppendorf .............................................................................24

Figura 12: Tampa de borracha perfurada............. .................................................25

Figura 13: Eppendorf seccionado........................................ ..................................25

Figura 14: Dente inserido no Eppendorf ...............................................................26

Figura 15: Cianoacrilato para impermeabilização dos espécimes .....................26

Figura 16: Execução da impermeabilização com cianoa crilato ..........................27

Figura 17: Impermeabilização com esmalte para unhas ......................................27

Figura 18: Resina epóxi na junção tubo dente ....... ..............................................28

Figura 19: Resultado final da impermeabilização dos espécimes......................28

Figura 20: Impermeabilização do grupo controle nega tivo .................................29

Figura 21: Capela de fluxo laminar ................. .......................................................30

Figura 22: Plataforma de fixação montada ........... ................................................31

Figura 23: Repique bacteriano em placas de Petri co m ágar (BHI) ....................31

Figura 24: Ajuste da suspensão microbiana à escala número 1 de MacFarland

..................................................................................................................................32

Figura 25: Ponteiras utilizadas para preparo da sus pensão e na inoculação

microbiana dos espécimes nos aparatos de teste..... ..........................................32

Figura 26: Verificação da viabilidade e carga micro biana...................................33

Figura 27: Diferença entre o meio de cultura (A) lí mpido e (B) turvo .................33

Figura 28: Esfregaço corado pelo método de Gram .... ........................................34

Figura 29: Visualização microscópica da coloração G ram ......................................34

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ATCC – American Type Culture Collection

BHI – Brain Heart Infusion

Ca(OH)2 – Hidróxido de cálcio

E. faecalis – Enterococcus faecalis

GG – Broca gates glidden

mL – Mililitro

mm – Milímetro

Mo – Micro-organismos

MTA – Agregado de trióxido mineral

NaOCl – Hipoclorito de sódio

n – Refere-se ao tamanho da amostra

pH – Potencial hidrogeniônico

SCR – Sistema de Canais Radiculares

º C – Graus Célsius

% – Porcentagem

# – número

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................14 2 OBJETIVOS DO ESTUDO.............................. .......................................................17 2.1 Objetivo Geral................................. ...................................................................17 2.2 Objetivos Específicos .......................... .............................................................17 3 MATERIAIS E MÉTODOS .............................. .......................................................19 3.1 Critérios de inclusão, padronização, instrument ação das raízes e procedimentos para abertura do ápice. .............. ..................................................19 3.2 Procedimentos para preenchimento da região apic al com ápice aberto.....21 3.3 Preparo do aparato de teste .................... .........................................................24 3.4 Micro-organismo indicador ...................... ........................................................29 3.5 Preparo da plataforma de fixação e distribuição do meio de cultura...........30 3.6 Inoculação microbiana dos espécimes e controle de contaminação...........31 ARTIGO ....................................................................................................................36 REFERÊNCIAS.........................................................................................................51 ANEXO .....................................................................................................................54

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INTRODUÇÃO

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1 INTRODUÇÃO

Apicificação é um método de indução do fechamento apical em dente não

vital com formação radicular incompleta, através da formação de uma barreira

mineralizada. A indução desse fechamento é usualmente realizada utilizando uma

pasta de Ca(OH)2 (hidróxido de cálcio) associado à um veículo, sendo necessárias

várias visitas ao consultório para trocas sucessivas (STEINER; CATHEY, 1968;

MORSE; O’LARNIC; YESILSOY, 1990). Dependendo do estágio de

desenvolvimento radicular a formação completa da barreira apical pode ser

prolongada (FRANK, 1966; HEITHERSAY, 1975).

O tratamento endodôntico em dentes com ápices abertos ou forames amplos

exige do profissional cuidados especiais, diferenciando-se do tratamento

convencional por esta particularidade anatômica. Esta anatomia apical é

caracterizada por apresentar maior largura na porção apical quando comparada à

porção cervical, ausência de constrição apical e dificuldade em se obter precisão na

determinação do comprimento de trabalho. A necessidade de várias sessões

aumenta a possibilidade de infiltração de Mo (micro-organismos) ou mesmo o risco

de fratura do dente (BORBA; FACHIN, 2001; HACHMEISTER et al., 2002;

RICKETTS; TAIT; HIGGINS, 2005; AL ANSARY et al., 2009).

O MTA (Agregado de Trióxido Mineral) foi desenvolvido na Universidade de

Loma Linda (Estados Unidos), sendo preconizado inicialmente para selar vias de

comunicação entre o SCR (Sistema de Canais Radiculares) e os tecidos

circunvizinhos (LEE; MONSEF; TORABINEJAD, 1993). Além de ser biocompatível,

caracteriza-se por apresentar estabilidade dimensional, insolubilidade aos fluidos

tissulares e ter um bom comportamento na presença de umidade. Na presença de

MTA a resposta tecidual induzida é caracterizada por neoformação de tecido

mineralizado (PITT FORD et al., 1995). Entretanto, dificuldades técnicas para

aplicação do material podem interferir na sua adaptação, bem como no controle de

sua extrusão (TAHAN et al., 2010).

A utilização do MTA na região apical para tratamento de apicificação,

possibilita a obturação em menor número de sessões, permitindo a complementação

do tratamento restaurador do dente, o que torna o prognóstico mais favorável a

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longo prazo (WITHERSPOON et al., 2008). Esta conduta promove a redução de

tempo e custo do tratamento, melhor cooperação motivacional do paciente e

possível eliminação de problemas que surgem ao longo de tratamentos extensos,

como a dificuldade na manutenção de um selamento provisório adequado e

integridade do remanescente dentário (MARTIN et al., 2007.; SIMON et al., 2007).

Kakehashi et al., 1965, em estudo clássico, deixaram bem estabelecido o

papel das bactérias na etiologia e manutenção das patologias pulpares e periapicais.

Portanto, é de fundamental importância que a terapia endodôntica seja executada

visando eliminar as bactérias e prevenir a reinfecção do SCR. As infecções de

origem endodôntica são produzidas por Mo que tem acesso aos tecidos pulpares e

periapicais apresentando caracteristicamente um caráter polimicrobiano, com

predomínio de anaeróbios. O E. Faecalis (Enterococcus faecalis) é uma bactéria

que está associada à maioria dos casos de insucesso do tratamento endodôntico,

sendo reconhecida sua grande resistência a terapias medicamentosas (RÔÇAS;

SIQUEIRA JÚNIOR; SANTOS, 2004).

Esse trabalho tem como objetivo avaliar a capacidade de diferentes

espessuras de MTA (3 e 5mm) associados ou não a obturação convencional em

impedir a infiltração bacteriana de E. faecalis em dentes extraídos, onde ápices

incompletamente formados foram criados artificialmente.

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OBJETIVOS DO ESTUDO

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2 OBJETIVOS DO ESTUDO

2.1 Objetivo Geral

Verificar a eficácia do MTA utilizado como barreira apical frente a inoculação

bacteriana.

2.2 Objetivos Específicos

a) avaliar a eficácia de barreira apical de MTA com 3 mm de espessura;

b) avaliar a eficácia de barreira apical de MTA de 3 mm de espessura, obturando

todo o restante do remanescente radicular;

c) avaliar a eficácia de barreira apical de MTA de 5 mm de espessura;

d) avaliar a eficácia de barreira apical de MTA com 5 mm de espessura,

obturando todo o restante do remanescente radicular.

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MATERIAIS E MÉTODOS

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3 MATERIAIS E MÉTODOS

Este trabalho foi encaminhado para análise e aprovação ao Comitê de Ética

em Pesquisa da PUC Minas conforme anexo. Foram utilizados 48 dentes

unirradiculados humanos, extraídos, procedentes do banco de dentes da PUC

Minas.

3.1 Critérios de inclusão, padronização, instrument ação das raízes e

procedimentos para abertura do ápice.

Por meio de avaliação radiográfica, foram descartados os dentes que

apresentavam mais de um canal, rizogênese incompleta, reabsorções internas e

externas, linhas de fratura, raízes curvas, canais obturados ou mesmo

instrumentados. Os critérios para inclusão: canais e raízes retas com rizogênese

completa e com 13 mm mensurados da margem cervical ao ápice radicular.

Seguindo o protocolo de Martin et al., 2007 as coroas foram removidas ao

nível da junção amelo-cemetária e as raízes cortadas na porção cervical de modo a

padronizar o comprimento total em 13mm com auxílio de um disco de carborundum

(SS White Artigos Dentários, Rio de Janeiro, Brasil). Foram removidos também 3mm

do terço apical para eliminar deltas apicais e padronizar a saída do canal no centro

da raiz, restando assim, raízes com 10mm de comprimento.

Após a localização da entrada do canal radicular, uma lima tipo K # 50

(Dentsply Maillefer, Balaigues, Swiss) foi introduzida no seu interior até a

visualização na abertura do forame apical, sendo determinando o comprimento de

trabalho nesta medida.

A instrumentação dos canais foi feita seguindo a metodologia utilizada por De

Deus et al., 2008, com brocas GG (gates glidden) (Maillefer, Ballaiguess, Suíça) de #

6 a 1 no sentido coroa-ápice, em níveis diferentes da raíz sendo a broca GG # 1

utilizada de maneira a ultrapassar o forame apical (Figura 1). Os canais foram

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irrigados a cada troca de instrumento com solução de NaOCl 5,25% (Lenza

Farmacêutica, Belo Horizonte, Brasil). A divergência do preparo apical foi realizada

atingindo o diâmetro de 1.36mm no forame através de instrumentação retrógrada

com lima Profile # 40 conicidade 0.06 (D16; 1,36 mm de diâmetro) (Figura 2)

inserida em todo o comprimento de sua parte ativa (Figura 3). Os canais foram

secos com pontas de papel # 80 (Tanari-Tanarimam Indústria Ltda. Manacapuru,

Brasil) pincelando todas as paredes e a forma e integridade dos forames apicais

avaliada microscopicamente (Alliance do Brasil, São Paulo, Brasil).

Figura 1: Brocas GG (nº1 – na abertura apical)

Fonte: Autor

Figura 2: Lima profile 40/ 0.06

Fonte: Autor

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Figura 3: Preparo da divergência apical

Fonte: Autor

3.2 Procedimentos para preenchimento da região apic al com ápice aberto

Os dentes foram fixados em um torno e a região apical apoiada em espuma

umedecida, para simular as características dos tecidos periapicais e oferecer leve

resistência à extrusão do material no momento do preenchimento. A proporção e

manipulação foram feitas conforme recomendação do fabricante, (Figura 4). O MTA

white (Angelus®, Londrina, Brasil) foi acomodado o mais próximo possível do ápice

utilizando um porta MTA (Angelus®, Londrina, Brasil) e microscópio operatório

(Alliance do Brasil, São Paulo, Brasil) (Figuras 5 e 6). Com suave pressão adaptou-

se o MTA com condensadores de Schilder (Odous de Deus, Belo Horizonte, Brasil) #

4, 5, 6 com limitadores de penetração, até atingir a espessura desejada (Figura 7).

Os dentes foram radiografados para verificar o nível do preenchimento apical (figura

8). Pontas de papel # 80 umedecidas com solução salina (Tanari-Tanarimam

Indústria Ltda. Manacapuru, Brasil) foram introduzidas no canal radicular por 30

minutos para assegurar a presa do cimento. Nos grupos com preenchimento de

guta-percha foi previamente pincelado com uma lima #70 as paredes do canal

cimento Pulp Canal Sealer (Kerr Sybon Endo, Glendora, USA) e utilizada a técnica

de injeção de guta percha termoplastificada com obtura II (Spartan, Fenton, USA).

Os dentes foram aleatoriamente divididos em 4 grupos experimentais de 10

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espécimes cada e 8 dentes como grupos controle positivo e negativo. Nos grupos 1

e 2 confeccionou-se barreiras de 3mm de MTA, sendo o restante do remanescente

radicular obturado apenas no grupo 2. Nos grupos 3 e 4 a barreira de MTA

confeccionada foi de 5 mm, sendo o restante do remanescente radicular obturado

apenas no grupo 4. Para cada grupo foram utilizados um dente como grupo controle

positivo (raiz sem nenhuma impermeabilização, nem barreira de MTA) e um dente

como grupo negativo (raiz totalmente impermeabilizada) contendo 4 dentes cada

grupo.

Figura 4: Proporção de MTA conforme o fabricante

Fonte: Autor

Figura 5: Inserção do MTA com porta MTA

Fonte: Autor

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Figura 6: Inserção do MTA com porta MTA sob visão microscópica

Fonte: Autor

Figura 7: Compactação do MTA utilizando condensadores e visão microscópica

Fonte: Autor

Figura 8: Grupos de pesquisa (G1,G2,G3,G4)

Fonte: Autor

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3.3 Preparo do aparato de teste

Seguindo o protocolo de Valadares et al., 2011, o aparato de teste para a

confecção do modelo experimental de câmara dupla constou de uma estrutura

composta por frascos de vidro de 10 mL (mililitros) (Wheaton do Brasil S.A, São

Bernardo do Campo, Brasil) (Figura 9), tampas de borracha com 20 mm de diâmetro

(Adnaloy Artefatos de Borracha Ltda, São Paulo, Brasil) (Figura 10) e tubos tipo

Eppendorf de 1,5 mL (Cral, Comércio de Artigos para Laboratório, São Paulo, Brasil)

(Figura11).

Figura 9: Frasco de vidro Figura 10: Tampa de borracha Figura 11: Tubo tipo Eppendorf Fonte: Autor Fonte: Autor Fonte: Autor

As tampas de borracha foram perfuradas no centro, com um perfurador de

aço, com 11mm de diâmetro (Indústria e Comércio Graziano, São Paulo, Brasil),

(Figura 12) e os tubos tipo Eppendorf tiveram suas extremidades seccionadas em

7mm, com o auxílio de um disco de carborundum montado em mandril e acionado

por micromotor em peça reta de mão (Figura13).

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Figura 12: Tampa de borracha perfurada

Fonte: Autor

Figura 13: Eppendorf seccionado Fonte: Autor

As raízes foram introduzidas nas estruturas dos Eppendorfs, após flambagem

da extremidade seccionada, para obtenção de melhor adaptação e ajuste do terço

cervical, (Figura14) e então, procedeu-se as impermeabilizações dos espécimes.

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Figura 14: Dente inserido no Eppendorf

Fonte: Autor

As impermeabilizações das amostras dos Grupos 01, 02, 03 e 04 e do grupo

controle positivo foram executadas, para tanto, foram aplicadas duas camadas de

cianoacrilato (Super Bonder®, Henkel Loctite Adesivos Ltda., Itapevi, Brasil), com

intervalo de 1 hora, entre uma aplicação e outra. Os espécimes foram mantidos à

temperatura ambiente, até se estabelecer a secagem (Figuras 15 e 16).

Figura 15: Cianoacrilato para impermeabilização dos espécimes

Fonte: Autor

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27

Figura 16: Execução da impermeabilização com cianoacrilato

Fonte: Autor

A seguir, uma camada de agente selador (esmalte para unhas) (Colorama

Cremoso, Procosa Produtos de Beleza Ltda, São Paulo, Brasil), foi aplicada, exceto

nos 3 mm apicais (Figura 17).

Figura 17: Impermeabilização com esmalte para unhas

Fonte: Autor

Após a secagem, a porção tubo eppendorf-dente foi selada com uma camada

de resina epóxi (Durepóxi, Alba Química Indústria e Comércio Ltda, Boituva, Brasil),

com o objetivo de garantir adequada impermeabilização na junção tubo-dente

(Figura 18).

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28

Figura 18: Resina epóxi na junção tubo dente

Fonte: Autor

Após esses procedimentos, uma camada de cianoacrilato foi aplicada tanto

sobre a superfície da resina epóxi quanto na superfície radicular impermeabilizada, e

uma nova camada de esmalte para unhas foi usada, para garantir o melhor

selamento possível da junção tubo-dente e a impermeabilização dos espécimes.

(Figura 19).

Figura 19: Resultado final da impermeabilização dos espécimes

Fonte: Autor

Nos grupos controle positivos foi feita impermeabilização semelhante a dos

grupos experimentais, e os grupos-controle negativos tiveram a impermeabilização

da estrutura radicular completa, incluindo os 3 mm apicais, além de toda a estrutura

dos terços médio e cervical das raízes, com os mesmos agentes seladores (Figura

20).

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29

Figura 20: Impermeabilização do grupo controle negativo Fonte: Autor

Depois da secagem dos agentes seladores, por um tempo mínimo de 24

horas, à temperatura ambiente, todo o aparato de teste, do qual constaram o tubo

eppendorf-dente, o frasco de vidro de 10 mL e a tampa de borracha perfurada, foram

devidamente identificado, e os conjuntos numerados individualmente e

encaminhados à esterilização em gás óxido de etileno (Curar Centro de Esterilização

Ltda, Belo Horizonte, Brasil), para assegurar a isenção de qualquer Mo. O processo

de esterilização foi executado por um tempo de 240 minutos de exposição ao

agente, a uma temperatura de 55°C e umidade relativ a de 60%, seguido por um

processo de aeração, de 180 minutos.

3.4 Micro-organismo indicador

Seguindo o protocolo preconizado por Valadares et al., 2011, foi utilizado um

micro-organismo indicador proveniente da (ATCC) American Type Culture Collection

- E. faecalis (ATCC 4083).

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3.5 Preparo da plataforma de fixação e distribuição do meio de cultura

O meio de cultura (BHI) Brain Heart infusion – (Difco Laboratories, Detroit, MI,

Estados Unidos), depois de preparado de acordo com instruções do fabricante, foi

esterilizado em autoclave. O recipiente contendo o meio estéril, juntamente com as

embalagens individuais dos aparatos de teste esterilizados em gás óxido de etileno,

foram abertos em Capela de Fluxo Laminar, (Figura 21) onde foi feita a montagem

da plataforma de fixação e a distribuição do meio de cultura nos frascos de vidro.

Foram colocados 6,5 mL de caldo BHI em cada frasco e, em seguida, adaptou-se a

esses frascos a tampa perfurada, juntamente com o conjunto tubo eppendorf-dente

até a imersão de, aproximadamente, 3 mm radiculares no meio de cultura (Figura

22).

Figura 21: Capela de fluxo laminar

Fonte: Autor

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31

Figura 22: Plataforma de fixação montada

Fonte: Autor

3.6 Inoculação microbiana dos espécimes e controle de contaminação

A propagação da cepa foi realizada a partir de um repique semanal em placas

de Petri com ágar (BHI) (Difco Laboratories, Detroit, Estados Unidos) (Figura 23). A

partir de uma cultura de 24 horas, foi preparada uma suspensão microbiana em 5

mL de água destilada estéril, com turbidade correspondente à escala n° 1 de

McFarland (3 x 108 células/mL) (Figura 24).

Figura 23: Repique bacteriano em placas de Petri com ágar (BHI)

Fonte: Autor

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Figura 24: Ajuste da suspensão microbiana à escala número 1 de MacFarland Fonte: Autor

Dessa suspensão microbiana, foi retirado com ponteira 1mL para preparo de

uma nova suspensão, em 5 mL de caldo BHI. Da nova suspensão microbiana,

0,1 mL foi utilizado para a inoculação dos espécimes, na câmara superior do modelo

experimental, ou seja, nos tubos eppendorfs-dente, que foram , então, incubados em

estufa bacteriológica a 37°C, em condições de aerob iose (Figura 25).

Figura 25: Ponteiras utilizadas para preparo da suspensão e na inoculação microbiana dos

espécimes nos aparatos de teste Fonte: Autor

Essa inoculação microbiana foi realizada a cada três dias, sempre com cultura

de 24 horas, durante um período de 60 dias. A viabilidade e a carga microbiana

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foram verificadas em cada inoculação, por meio de inoculação de 0,1 mL da

suspensão microbiana, em um tubo de ensaio com 10 mL de BHI caldo (Figura 26).

Figura 26: Verificação da viabilidade e carga microbiana

Fonte: Autor

A cada dia do período experimental, foi avaliada a presença ou ausência de

turbidez do meio de cultura contido no frasco de vidro, visto que a turbidez foi

indicativa da presença ou não de Mo, o que caracterizou a infiltração microbiana

através do SCR (Figura 27).

Figura 27: Diferença entre o meio de cultura (A) límpido e (B) turvo

Fonte: Autor

Com o objetivo de analisar as características morfotintoriais do Mo e sugerir

que a contaminação foi do mesmo indicador biológico empregado na inoculação, foi

feito um esfregaço, corado pelo Método de Gram. Esse procedimento foi realizado

em todas as amostras que apresentaram turbidez (Figuras 28 e 29).

A B

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Figura 28: Esfregaço corado pelo método de Gram

Fonte: Valadares, 2010

Figura 29: Visualização microscópica da coloração Gram

Fonte: Valadares, 2010

A presença ou ausência de turbidez do meio de cultura foi observada

diariamente, e as observações anotadas em planilhas de acordo com o grupo

experimental. Os dados foram tabulados e analisados estatisticamente.

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ARTIGO

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ARTIGO

AVALIAÇÃO DA INFILTRAÇÃO BACTERIANA EM DENTES COM B ARREIRA

APICAL DE MTA: ESTUDO EX-VIVO

Hector Michel de Sousa Rodrigues

Eduardo Nunes

RESUMO

Apicificação é um método de indução de barreira apical, através da formação de um

tecido mineralizado em dente não vital com formação radicular incompleta. Esse

procedimento é usualmente realizado utilizando uma pasta de hidróxido de cálcio,

sendo necessárias várias visitas ao consultório para sua troca. O MTA tem sido

preconizado em procedimentos de apicificação, possibilitando a conclusão do

tratamento em menor tempo. O objetivo deste estudo, ex-vivo, foi avaliar a infiltração

bacteriana em dentes com ápices abertos, onde foram criadas barreiras apicais com

3 e 5 mm de espessura de MTA com e sem obturação convencional do

remanescente radicular. Quarenta e oito dentes unirradiculados extraídos de

humanos foram divididos em 4 grupos experimentais (n=10) e 2 grupos controle

(n=8). Os grupos experimentais foram montados em um aparato de teste, e tiveram

como indicador da infiltração o Enterococcus faecalis. A inoculação foi renovada a

cada 3 dias durante um período experimental de 60 dias, sendo a avaliação da

infiltração realizada diariamente pela observação do meio de cultura quanto à

turbidez. Os resultados foram tabulados e analisados estatisticamente. O grupo-

controle positivo infiltrou em 24 horas, enquanto no grupo controle negativo, não

houve infiltração. Os resultados mostraram que nenhum dos materiais utilizados foi

eficaz em impedir a infiltração e que a obturação total do segmento radicular,

associada à barreira apical de 5 mm de MTA, apresentou uma tendência a retardar

a infiltração bacteriana.

Palavras chave: Endodontia. Enterococcus faecalis. Infiltração.

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1 INTRODUÇÃO

Apicificação é um método de indução do fechamento apical em dente não

vital com formação radicular incompleta, através da formação de uma barreira

mineralizada. A indução desse fechamento é usualmente realizada utilizando uma

pasta de hidróxido de cálcio associado a veículo, sendo necessárias várias visitas ao

consultório para trocas sucessivas (STEINER; CATHEY, 1968; MORSE; O’LARNIC;

YESILSOY, 1990). Dependendo do estágio de desenvolvimento radicular a

formação completa da barreira apical pode ser prolongada (FRANK, 1966;

HEITHERSAY, 1975).

O tratamento endodôntico em dentes com ápices abertos ou forames amplos,

exige do profissional cuidados especiais, diferenciando-se do tratamento

convencional por esta particularidade anatômica. Essa anatomia apical é

caracterizada por apresentar maior largura na porção apical quando comparada à

porção cervical, além da ausência de constrição apical e dificuldade em se obter

precisão na determinação do comprimento de trabalho. A necessidade de várias

sessões aumenta a possibilidade de infiltração de Mo (microrganismos) ou mesmo o

risco de fratura do dente (HACHMEISTER et al., 2002. RICKETTS; TAIT; HIGGINS,

2005; AL ANSARY et al., 2009).

O MTA (Agregado de Trióxido Mineral) foi desenvolvido na Universidade de

Loma Linda (Estados Unidos), sendo preconizado inicialmente para selar vias de

comunicação entre o SCR (Sistema de Canais Radiculares) e os tecidos

circunvizinhos (LEE; MONSEF; TORABINEJAD, 1993). Além de ser biocompatível,

caracteriza-se por apresentar estabilidade dimensional, insolubilidade aos fluidos

tissulares e ter um bom comportamento na presença de umidade. Na presença de

MTA a resposta tecidual induzida é caracterizada por neoformação de tecido

mineralizado (PITT FORD et al., 1995). Entretanto, dificuldades técnicas para

aplicação do material podem interferir na sua adaptação, bem como no controle de

sua extrusão (TAHAN et al., 2010).

A utilização do MTA na região apical permite a obturação mais rápida,

possibilitando a rápida complementação do tratamento restaurador do dente, o que

torna o prognóstico mais favorável a longo prazo (WITHERSPOON et al., 2008).

Esta conduta promove redução de tempo e custo do tratamento, melhor cooperação

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motivacional do paciente e possível eliminação de problemas que surgem ao longo

de tratamentos extensos, como a dificuldade na manutenção de um selamento

provisório adequado e integridade do remanescente dentário (MARTIN et al., 2007.;

SIMON et al., 2007).

Kakehashi et al., 1965, em estudo clássico, deixaram bem estabelecido o

papel das bactérias na etiologia e manutenção das patologias pulpares e periapicais.

Portanto, é de fundamental importância que a terapia endodôntica seja executada

visando eliminar as bactérias e prevenir a reinfecção do SCR. As infecções de

origem endodôntica são produzidas por Mo que tem acesso aos tecidos pulpares e

periapicais, apresentando caracteristicamente um caráter polimicrobiano, com

predomínio de anaeróbios. O Enterococcus faecalis é uma bactéria que está

associada à maioria dos casos de insucesso do tratamento endodôntico, sendo

reconhecida sua grande resistência a terapias medicamentosas (RÔÇAS;

SIQUEIRA JÚNIOR; SANTOS, 2004).

Esse trabalho tem como objetivo avaliar a capacidade de diferentes

espessuras de MTA (3 e 5mm) associados ou não à obturação convencional em

impedir a infiltração bacteriana de Enterococcus faecalis em dentes com ápices

incompletamente formados.

2 MATERIAL E MÉTODO

2.1 Seleção dos dentes e preparação dos espécimes

Após a aprovação do comitê de Ética em pesquisa da PUC Minas, foram

utilizados 48 dentes unirradiculados humanos, procedentes do banco de dentes. Por

meio de avaliação radiográfica foram descartados os dentes que apresentavam mais

de um canal, rizogênese incompleta, reabsorções internas e externas, linhas de

fratura, raízes curvas, canais obturados ou mesmo instrumentados. Os critérios para

inclusão foram: raízes e canais retos com rizogênese completa e com 13 mm

mensurados da margem cervical ao ápice radicular. As coroas e os 3 mm apicais

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foram removidos com disco de carborundum de modo que todas as raízes ficassem

com um comprimento padronizado de 10 mm.

2.2 Instrumentação e preparo da divergência apical de dente

Após a localização da entrada do canal radicular, uma lima tipo K # 50

(Dentsply Maillefer, Balaigues, Swiss) foi introduzida no seu interior até a

visualização na abertura do forame apical, sendo determinando o comprimento de

trabalho nesta medida. A instrumentação dos canais foi feita com brocas gates

glidden (Maillefer, Ballaiguess, Suíça) de # 6 a 1, inseridas progressivamente, no

sentido coroa-ápice, sendo a broca de # 1 utilizada de maneira a ultrapassar o

forame apical como no protocolo utilizado por De Deus et al., 2008. A divergência

do preparo apical foi realizada atingindo o diâmetro de 1.36 mm no forame através

de instrumentação retrógrada com lima Profile # 40, conicidade 0.06 inserida em

todo o comprimento de sua parte ativa, como no estudo de De Deus et al., 2008.

Após cada etapa operatória os dentes foram irrigados com 1 mL de NaOCl 5,25%

(Lenza Farmacêutica, Belo Horizonte, Brasil). Os canais foram secos com pontas de

papel absorvente # 80 (Tanari – Tanarimam indústria Ltda, Manacapuru, Brasil),

sendo a integridadade e a forma do forame apical verificada com auxílio de

microscópio operatório (Alliance do Brasil, São Paulo, Brasil).

2.3 Procedimentos para preenchimento da região apic al com MTA

Os dentes foram fixados em um torno e a região apical apoiada em espuma

umedecida, para simular as características dos tecidos periapicais e oferecer leve

resistência à extrusão do material no momento do preenchimento. A proporção e

manipulação foram feitas conforme recomendação do fabricante, sendo o mesmo

acomodado o mais próximo possível do ápice utilizando um porta MTA (Angelus®,

Londrina, Brasil) e microscópio operatório (Alliance do Brasil , São Paulo, Brasil).

Com suave pressão adaptou-se o MTA white (Angelus®, Londrina, Brasil), com

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condensadores de Shilder (Odous de Deus, Belo Horizonte, Brasil) # 4, 5, 6 com

limitadores de penetração, até atingir a espessura desejada. Os dentes foram

radiografados para verificar o nível do preenchimento apical (figura 1). Pontas de

papel # 80 umedecidas com solução salina (Tanari – Tanarimam indústria Ltda.

Manacapuru, Brasil), foram introduzidas no canal radicular por 30 min para acelerar

a presa do cimento. Nos grupos com preenchimento de guta-percha foi previamente

pincelado com uma lima #70 as paredes do canal o cimento Pulp Canal Sealer

(Kerr Sybon Endo, Glendora, USA) e utilizada a técnica de injeção de guta percha

termoplastificada com obtura II (Spartan, Fenton, USA). Nos grupos 1 e 2 (n=10)

confeccionou-se barreiras de 3mm de MTA, sendo o restante do remanescente

radicular obturado apenas no grupo 2. Nos grupos 3 e 4 (n=10) a barreira de MTA

confeccionada foi de 5 mm, sendo o restante do remanescente radicular obturado

apenas no grupo 4. Para cada grupo foram utilizados um grupo controle positivo

(n=1) (raiz sem nenhuma impermeabilização, nem barreira de MTA) e um negativo

(n=1) (raiz totalmente impermeabilizada), contendo 4 dentes cada grupo.

Figura 1: Grupos de pesquisa (G1,G2,G3,G4) Fonte: Autor

2.4 Preparo do aparato de teste

Seguindo a metodologia utilizada por Valadares et al., 2011, um modelo

experimental de câmara dupla foi confeccionado para a construção do aparato de

teste, utilizando-se frascos de vidro de 10,0 mL (wheaton do Brasil S.A., São

Bernardo do Campo, Brasil), tampas de borracha com 20,0 mm de diâmetro

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(Adnaloy Artefatos de Borracha Ltda, São Paulo, Brasil), e tubos tipo eppendorf de

1,5 mL (Cral, Comércio de Artigos para Laboratório, São Paulo, Brasil). Nas tampas

foram feitas perfurações de 11,0 mm de diâmetro na parte central e 7,0 mm das

extremidades dos tubos eppendorfs foram cortadas, sendo os dentes inseridos

nestes sobre pressão.

Visando a impermeabilização das amostras, foram usadas duas camadas de

cianocrilato (Super Bonder, Henkel Loctite Adesivos Ltda., Itapevi, Brasil) e uma

camada de esmalte para unhas (Colorama Cremoso, Procosa Produtos de Beleza,

São Paulo, Brasil), exceto nos 3 mm apicais. Posteriormente a junção tubo

eppendorf-dente foi selada com resina epóxi (Durepóxi, Alba química, Boituva,

Brasil) seguido de mais uma camada de cianocrilato e uma de esmalte para unhas.

O grupo-controle positivo recebeu impermeabilização semelhante aos grupos

experimentais, enquanto o grupo-controle negativo foi totalmente impermeabilizado,

inclusive nos 3 mm apicais. Passadas 24 horas, o aparato de teste, foi esterilizado

em gás óxido de etileno (Curar Centro de Esterilização, Belo Horizonte, Brasil). Em

capela de fluxo laminar adicionou-se 6,5 mL do meio de cultura Brain Heart Infusion

– BHI (Difco Laboratories, Detroit, USA) em cada frasco de vidro e, em seguida

adaptou-se através da tampa o conjunto tubo eppendorf-dente até que 3 mm apicais

ficassem imersos neste. Uma cultura fresca E. faecalis ATCC 4083 foi inoculada em

5,0 mL de água destilada estéril até se obter uma turbidade correspondente a escala

no1 de McFarland, contendo aproximadamente 3 x 108 células/mL. Deste conteúdo

microbiano foi retirado 1,0 mL para o preparo de uma nova suspensão em 5,0 mL de

BHI caldo. Dessa suspensão foi retirado 0,1 mL para inoculação dos espécimes na

câmara superior do aparato de teste. Em estufa bacteriológica a 37°C esse conjunto

foi incubado em condições de aerobiose, sendo feitas reinoculações de suspensão

microbiana fresca de 3 em 3 dias, durante 60 dias. Avaliação diária da presença ou

ausência de turbidez foi realizada visto que a sua presença indicava a passagem

dos micro-organismos através da cavidade pulpar.

Para verificação da viabilidade do E. faecalis, a cada inoculação, 0,1 mL da

suspensão a ser inoculada nos espécimes e 0,1 mL do conteúdo já inoculado nos

tubos eppendorf-dentes eram retirados e colocados em tubos de 10,0 mL de caldo

BHI (Difco Laboratories, Detroit, MI, USA) e levados para estufa bacteriológica.t

Com o objetivo de verificar se a contaminação foi proveniente do mesmo

marcador biológico empregado na inoculação, foram feitos esfregaços corados pelo

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Método de Gram de todas as amostras que apresentaram turbidez do meio de

cultura.

Os resultados foram tabulados e analisados estatisticamente sendo dispostos

em curvas de sobrevida, sendo a existência de diferença entre os grupos analisada

através do teste de Long-Rank (Mantel-Cox). O nível de significância foi

estabelecido em 5%.

Os testes foram realizados utilizando-se o software GraphPad Prism 5.00

(GraphPad Software, San Diego, California, USA).

3 RESULTADOS

O teste de Long-Rank não demonstrou a existência de diferença entre os

grupos (p=0,06). Entretanto, o teste de Long-Rank para tendências demonstrou a

existência de uma tendência de diferença entre os grupos (p=0,01). Este teste,

associado à avaliação das curvas de sobrevida e da tabela, nos permite indicar uma

tendência de retardo na infiltração no G4.

Tabela 1: Mediana da sobrevida em cada grupo (em dias)

G1 G2 G3 G4

5 6.5 12 22.5

Fonte: Autor

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Gráfico 1 : Curvas de sobrevida (infiltração) em dias

4 DISCUSSÃO

O hidróxido de cálcio é tradicionalmente utilizado para induzir o selamento

biológico em dentes com ápice incompletamente formado (FRANK, 1966; STEINER;

CATHEY, 1968; MORSE; O’LARNIC; YESILSOY, 1990). Apresenta como principais

desvantagens o curso imprevisível e prolongado para o término do tratamento,

sendo necessário um elevado comprometimento do paciente (SIMON et al., 2007).

Além do mais apresenta risco de reinfecção através do material selador provisório

(EL-MELIGY; AVERY, 2006) e mesmo possibilidade de fratura do elemento dental

(RICKETTS; TAIT; HIGGINS, 2005; AL ANSARY et al., 2009).

O MTA, inicialmente preconizado como material retro-obturador

(TORABINEJAD et al., 1995) apresenta-se como uma excelente alternativa para

indução de selamento biológico em casos de apicificação (PITT FORD et al.,1995).

Além do mais, possibilita uma rápida conclusão do tratamento, uma vez que o

procedimento é concluido muito rapidamente com um alto índice de sucesso clínico

(TORABINEJAD; CHIVIAN, 1999; WITHERSPOON et al., 2008).

Diversas metodologias foram utilizadas para avaliação, in vitro, da eficácia da

barreira de MTA. Nessa pesquisa foi utilizada a infiltração de Mo (E. faecalis), similar

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à utilizada por Hachmeister et al., 2002, Al-Kahtani et al., 2005 e diferente de Valois;

Costa Jr., 2004 que utilizaram a infiltração de proteínas associadas a corante.

A padronização das raízes foi feita removendo a coroa e os 3mm apicais, com

o objetivo de centralizar o forame e eliminar possíveis deltas apicais, como

preconizado por Hachmeister et al., 2002; Al-Kahtani et al., 2005; Martin et al.,

2007.

A simulação de dentes com ápice incompletamente formado foi feita seguindo

o estudo de Martin et al., 2007, De Deus et al., 2008, que utilizaram brocas de gates

glidden # 6 a 1 no sentido coroa-ápice, sendo que a broca # 1 foi utilizada

ultrapassando o forame. A divergência do preparo apical foi realizada com a

instrumentação retrógada do canal radicular por uma lima profile # 40 de conicidade

0.06 inserida no comprimento total de sua parte ativa, similar ao estudo de De Deus

et al., 2008.

Em relação à barreira apical de MTA, constata-se na literatura que foram

empregadas diversas espessuras. Hachmeister et al., 2002 e Valois; Costa Jr., 2004

testaram 1 mm, sendo que na maioria das pesquisas e em relatos de casos clínicos

são utilizadas barreiras de 3 a 5 mm (TORABINEJAD; CHIVIAN, 1999;

HACHMEISTER et al., 2002; GIULIANI et al., 2002; VALOIS; COSTA JÚNIOR.,

2004; PACE et al., 2007; MARTIN et al., 2007; GHAZIANI; AGHASIZADEH;

NEZAMI, 2007; SIMON et al., 2007; HOLDEN et al., 2008). Neste trabalho, optou-se

por barreiras apicais de 3 e 5mm de MTA, levando-se em consideração que em dois

grupos o remanescente radicular seria preenchido por material obturador

convencional. Nenhuma das barreiras utilizadas foi capaz em impedir a infiltração de

E. faecalis. Nos dentes preenchidos com 5mm de MTA observou-se uma tendência

em ser necessário maior tempo para ocorrer infiltração em relação aos dentes

preenchidos com apenas 3mm, resultados similares aos encontrados por Al-Kahtani

et al., 2005 e Bogen; Kuttler, 2009. Ao completar o preenchimento do canal

radicular com material obturador convencional, em dentes com barreiras de 5 mm de

MTA, constatou-se uma maior eficácia no retardo da infiltração. Esse fato apresenta-

se muito relevante clinicamente, pois a demora na realização da restauração

definitiva do elemento dental é uma ocorrência corriqueira, o que pode comprometer

a eficácia do selamento da cavidade pulpar.

A inserção do MTA por via ortógrada é considerada uma técnica sensível,

pois além da dificuldade em levar o material nesta região, a condensação é limitada,

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devido a ausência de resistência na região apical. Diversas maneiras são

preconizadas, sendo a sua eficácia influenciada pelo modus operandi. Nessa

pesquisa esse procedimento foi realizado com auxílio de um microscópio operatório.

Vale a pena enfatizar que a utilização desse equipamento no procedimento clínico,

facilita o controle da inserção do material à região apical, minimizando a extrusão do

mesmo, conforme observado por Giuliani et al., 2002; Aminoshariae et al., 2003 e

Pace et al., 2007.

Um porta MTA específico e condensadores manuais foi o método de escolha

deste trabalho, como utilizados por Hachmeister et al., 2002; Giuliani et al., 2002;

Aminoshariae et al., 2003; Al-Kahtani et al., 2005 e Pace et al., 2007. Outra maneira

seria o uso concomitante de pontas apropriadas acopladas ao aparelho de ultra-som

vibrando diretamente no calcador, como mostrado nos estudo de Lawley et al.,

2004; Yeung; Liewehr; Moon, 2006 e Holden et al., 2008. Para minimizar a extrusão

do MTA foi utilizada uma esponja umidecida de encontro à região apical, como

proposto por Hachmeister et al., 2002 e Al-Kahtani et al., 2005.

As irregularidades e a natureza divergente da anatomia apical podem limitar a

adaptação as paredes dentinárias, criando lacunas na interface marginal da dentina.

Assim sendo, apesar das limitações da avaliação radiográfica periapical

convencional, esse procedimento foi realizado para avaliar a adaptação do MTA,

manobra também preconizada por Al-Kahtani et al., 2005; Ghaziani; Aghasizadeh;

Nezami, 2007 e Pace et al., 2007.

Vários benefícios têm sido associados à utilização do MTA como barreira

apical em dentes com rizogênese incompleta especialmente com relação à redução

do tempo despendido na realização do tratamento, o que minimiza o risco de fratura

dentária. Torna-se necessário enfatizar que este método de estudo in vitro simula

uma situação muito parecida com as condições clínicas encontradas na região

perirradicular. Novas pesquisas verificando os procedimentos clínicos que

aumentem a eficiência do MTA devem ser encorajadas.

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5 CONCLUSÕES

Dentro das condições experimentais deste trabalho, considerando-se os

resultados obtidos, concluímos que:

a) nenhum dos materiais utilizados foi eficaz em impedir a infiltração

bacteriana;

b) a obturação total do segmento radicular , associada à barreira apical de 5

mm de MTA apresentou uma tendência em retardar a infiltração

bacteriana.

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ANEXO

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ANEXO

Belo Horizonte, 13 de dezembro de 2010. De: Profa. Maria Beatriz Rios Ricci Coordenadora do Comitê de Ética em Pesquisa Para: Héctor Michel de Sousa Rodrigues Programa de Pós-graduação em Odontologia Prezado (a) pesquisador (a), O Projeto de Pesquisa CAAE – 0293.0.213.000-10 “Eficácia da barreira apical de MTA

em impedir infiltração bacteriana: estudo ex-vivo” foi aprovado pelo Comitê de Ética

em Pesquisa da PUC Minas.

Atenciosamente,

Profa. Maria Beatriz Rios Ricci

Coordenadora do Comitê de Ética em Pesquisa – PUC Minas