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RACHEL HORTA FREIRE AVALIAÇÃO DE PACIENTES SUBMETIDOS À DERIVAÇÃO GÁSTRICA EM Y DE ROUX AO LONGO DE 10 ANOS: ASPECTOS DIETÉTICOS, ANTROPOMÉTRICOS, CLÍNICOS E DE QUALIDADE DE VIDA Faculdade de Farmácia da UFMG Belo Horizonte, MG 2009

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RACHEL HORTA FREIRE

AVALIAÇÃO DE PACIENTES SUBMETIDOS À DERIVAÇÃO

GÁSTRICA EM Y DE ROUX AO LONGO DE 10 ANOS:

ASPECTOS DIETÉTICOS, ANTROPOMÉTRICOS, CLÍNICOS

E DE QUALIDADE DE VIDA

Faculdade de Farmácia da UFMG

Belo Horizonte, MG

2009

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RACHEL HORTA FREIRE

AVALIAÇÃO DE PACIENTES SUBMETIDOS À DERIVAÇÃO

GÁSTRICA EM Y DE ROUX AO LONGO DE 10 ANOS:

ASPECTOS DIETÉTICOS, ANTROPOMÉTRICOS, CLÍNICOS

E DE QUALIDADE DE VIDA

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciência de Alimentos da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal de Minas Gerais, como requisito parcial à obtenção do grau de Mestre em Ciência de Alimentos. Orientador: Profa. Dra. Maria Isabel T. D. Correia

Faculdade de Farmácia da UFMG

Belo Horizonte, MG

2009

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FOLHA DE APROVAÇÃO

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Dedico este trabalho a minha família, almas

especiais a quem devo toda a possibilidade de

estudar e ir em direção aos meus sonhos.

Obrigada por todo o amor!

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AGRADECIMENTOS

A Deus, primeiramente, agradeço por toda força e por iluminar os caminhos

escolhidos.

Ao meu pai Gilson, à minha mãe Sonia, e à minha querida irmã Marina pelo

infinito amor. Sem vocês, eu não seria a pessoa que sou. Sem vocês, as ambiciosas

vitórias não teriam sido alcançadas. Agradeço especialmente, pela valiosa leitura e

correções deste trabalho. Amo muito vocês!

Ao Rafael pelo companheirismo e pela incondicional paciência. Sinto-me

completa ao seu lado.

À minha orientadora Dra. Maria Isabel Correia, por acreditar no meu trabalho.

Obrigada pelos preciosos ensinamentos, pela dedicação e pela competência. Grandes

profissionais, como você, tornam-se eternos exemplos.

Aos meus queridos amigos e à minha família pela compreensão e amizade.

Infelizmente, não é possível mencionar todos, mas agradeço a cada um de coração.

À Jacqueline Alvarez-Leite, Maria Carmem, Daniela Corrêa e Eliane Soares,

integrantes do ETNO, que me acolheram carinhosamente no ambulatório e

contribuíram imensamente para a realização deste trabalho. Assim como todos da

equipe coordenada pelo Dr. Marco Túlio Costa Diniz.

À Dra. Maria de Fátima Sander Diniz pelas correções do pré-projeto e pela

cooperação com a lista dos pacientes operados no Hospital das Clínicas.

À nutricionista e amiga Mariane Curado pela colaboração na coleta dos dados e

pelas valiosas discussões.

Às alunas do curso de Nutrição da UFMG que estagiaram no ambulatório de

obesidade e deixaram singelas, mas grandiosas, contribuições.

A todas as amigas do Programa de Pós-Graduação em Ciências de Alimentos.

À nutricionista Mariana Ramos pelo auxílio na coleta dos dados.

À direção do Hospital das Clínicas da UFMG e do Ambulatório Borges da Costa

por permitir a realização deste projeto.

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A cada um dos professores que contribuíram com minha formação acadêmica.

À coordenação e aos funcionários do Programa de Pós-Graduação em Ciências

de Alimentos da Faculdade de Farmácia/UFMG.

A CAPES pelo auxílio da bolsa.

E, por último, mas não menos importante, agradeço aos pacientes pela

disponibilidade. Obrigada por se tornarem principal objeto deste estudo.

A todos aqueles que de alguma forma colaboraram para a realização deste

trabalho, meu eterno muito obrigada!

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“Andei por caminhos difíceis, eu sei. Mas olhando

o chão sob meus pés, vejo a vida correr. E, assim,

a cada passo que der, tentarei fazer o melhor que

puder. Aprendi. Não tanto quanto quis, mas vi

que, conhecendo o universo ao meu redor,

aprendo a me conhecer melhor, e assim escutarei

o tempo, que ensinará a tomar a decisão certa em

cada momento.”

Fernando Sabino

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SUMÁRIO

LISTA DE TABELAS .................................................................................................... 10

LISTA DE FIGURAS ..................................................................................................... 12

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ....................................................................... 14

RESUMO ....................................................................................................................... 15

ABSTRACT ................................................................................................................... 16

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 17

1.1 Objetivo geral ....................................................................................................... 18

1.2 Objetivos específicos ........................................................................................... 18

2 REVISÃO DA LITERATURA ..................................................................................... 20

2.1 Obesidade: definição, epidemiologia e classificação ........................................... 20

2.2 Morbidade associada à obesidade ....................................................................... 22

2.2.1 Hipertensão arterial sistêmica .................................................................................. 23

2.2.2. Diabetes melito tipo II .............................................................................................. 24

2.2.3 Dislipidemias ............................................................................................................ 26

2.2.4 Apneia obstrutiva do sono ........................................................................................ 26

2.2.5 Outras doenças comuns ........................................................................................... 27

2.3 Tratamento da obesidade .................................................................................... 27

2.3.1 Tipos de tratamento: mudanças do estilo de vida, farmacologia e operação ............ 27

2.3.2 Tipos de cirurgia bariátrica ....................................................................................... 30

2.4 Consequências da derivação gástrica em Y de Roux .......................................... 32

2.4.1 Mudanças no padrão alimentar e intolerâncias ......................................................... 32

2.4.2 Deficiências nutricionais ........................................................................................... 33

2.4.3 Perda ponderal no pós-operatório ............................................................................ 35

2.4.4 Mudanças no quadro clínico ..................................................................................... 37

2.4.5 Mudanças na qualidade de vida ............................................................................... 38

2.4.6 Mortalidade e complicações no pós-operatório ......................................................... 39

2.5 Recomendações dietéticas no pós-operatório ..................................................... 40

2.6 Acompanhamento nutricional ............................................................................... 41

2.7 Avaliação dos pacientes no pós-operatório .......................................................... 42

2.7.1 Avaliação dietética.................................................................................................... 42

2.7.2 Avaliação antropométrica ......................................................................................... 45

3 PACIENTES E MÉTODOS ......................................................................................... 48

3.1 Delineamento do estudo e seleção dos pacientes ............................................... 48

3.1.1 Coleta dos dados ..................................................................................................... 48

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3.2 Métodos ............................................................................................................... 49

3.2.1 Avaliação dietética.................................................................................................... 49

3.2.2 Avaliação antropométrica ......................................................................................... 52

3.2.3 Avaliação clínica ....................................................................................................... 55

3.2.4 Avaliação das deficiências nutricionais ..................................................................... 56

3.2.5 Dados socioeconômicos ........................................................................................... 57

3.2.6 Avaliação da qualidade de vida ................................................................................ 57

3.3 Análise estatística ................................................................................................ 58

4 RESULTADOS ........................................................................................................... 59

4.1 Coleta dos dados ................................................................................................. 59

4.2 Divisão dos grupos ............................................................................................... 59

4.3 Dados demográficos ............................................................................................ 60

4.4 Avaliação dietética ............................................................................................... 61

4.4.1 Avaliação qualitativa ................................................................................................. 61

4.4.2 Avaliação quantitativa ............................................................................................... 63

4.5 Avaliação antropométrica ..................................................................................... 66

4.5.1 Perda do excesso de peso ....................................................................................... 69

4.5.2 Reaquisição de peso ................................................................................................ 70

4.6 Avaliação clínica ................................................................................................... 73

4.6.1 Evolução das comorbidades ..................................................................................... 73

4.6.2 Uso de medicamentos e suplementos ...................................................................... 75

4.6.3 Deficiências nutricionais ........................................................................................... 76

4.6.4 Presença de distúrbios gastrointestinais ................................................................... 77

4.6.5 Atividade física ......................................................................................................... 78

4.7 Acompanhamento nutricional ............................................................................... 79

4.8 Questionário de qualidade de vida ....................................................................... 80

5 DISCUSSÃO .............................................................................................................. 82

5.1 Da coleta dos dados ............................................................................................. 82

5.2 Dos resultados ..................................................................................................... 83

5.2.1 Da avaliação dietética .............................................................................................. 83

5.2.2 Da avaliação antropométrica .................................................................................... 87

5.2.3 Da avaliação clínica .................................................................................................. 90

5.2.4 Do nível socioeconômico .......................................................................................... 92

5.2.5 Do acompanhamento nutricional .............................................................................. 92

5.2.6 Do questionário de qualidade de vida ....................................................................... 93

5.3 Dos métodos de avaliação dietética ..................................................................... 94

6 CONCLUSÕES .......................................................................................................... 96

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7 COROLÁRIO .............................................................................................................. 98

8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 99

APÊNDICE A – Termo de consentimento livre e esclarecido ..................................... 111

APÊNDICE B – Ficha de avaliação do pacientes ....................................................... 113

APÊNDICE C – Questionário de frequência de consumo alimentar ........................... 119

APÊNDICE D – Valor da porção dos alimentos do QFCA em medidas caseiras ........ 121

APÊNDICE E – Questionário Moorehead-Ardelt ......................................................... 124

APÊNDICE F – Pontuação do questionário Moorehead-Ardelt ................................... 126

APÊNDICE G – Avaliação dietética: gráficos de Box-plot e tabelas ........................... 128

APÊNDICE H - Avaliação antropométrica: gráficos de Box-plot e tabelas ................. 134

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Classificação da obesidade segundo o Índice de Massa Corporal ........................... 21

Tabela 2: Classificação da pressão arterial para adultos ......................................................... 24

Tabela 3: Valores de glicose plasmática (mg/dL) para diagnóstico do diabetes melito ............ 25

Tabela 4: Transformação dos dados do QFCA para valores de frequência semanal ............... 51

Tabela 5: DRIs - Dietary Reference Intakes ............................................................................. 52

Tabela 6: Distribuição da idade entre os quatro grupos distribuídos de acordo com o tempo de

pós-operatório, Belo Horizonte, 2008. ...................................................................................... 60

Tabela 7: Consumo semanal de bebida alcoólica em doses, dividido em grupos de acordo com

a frequência do consumo (nunca, eventual, semanal, diário), Belo Horizonte, 2008. ............... 61

Tabela 8: Consumo semanal, em porções, obtido pelo questionário de frequência de consumo

alimentar, Belo Horizonte, 2008. .............................................................................................. 63

Tabela 9: Consumo diário de caloria, carboidrato (%), lipídio (%), proteína (%), proteína (g),

cálcio (mg), ferro (mg), tiamina (mg), vitamina B12 (mcg), folato (mcg) e zinco (mg) segundo o

recordatório alimentar de 24h, Belo Horizonte, 2008. ............................................................... 65

Tabela 10: Características antropométricas avaliadas: peso (kg), circunferência da cintura (cm),

massa gorda (%), massa gorda (kg), massa magra (%) e massa magra (kg) apresentadas

pelos grupos de acordo com o tempo de pós-operatório, Belo Horizonte, 2008. ...................... 68

Tabela 11: Associação entre o acompanhamento nutricional pós-operatório e a reaquisição de

peso, Belo Horizonte, 2008. ..................................................................................................... 72

Tabela 12: Associação entre a prática de atividade física no pré-operatório e a reaquisição de

peso, Belo Horizonte, 2008. ..................................................................................................... 73

Tabela 13: Associação entre a prática de atividade física no pós-operatório e a reaquisição de

peso, Belo Horizonte, 2008. ..................................................................................................... 73

Tabela 14: Incidência das deficiências nutricionais no pós-operatório nos homens e nas

mulheres e o parâmetro bioquímico utilizado para avaliação, Belo Horizonte, 2008. ................ 76

Tabela 15: Consumo semanal, em porções, segundo o questionário de frequência de consumo

alimentar, apresentado pelos grupos de acordo com o tempo de pós-operatório, Belo

Horizonte, 2008. ..................................................................................................................... 131

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Tabela 16: Consumo diário de calorias, carboidratos (%), lipídios (%), proteínas (%) e

proteínas (g) segundo o recordatório alimentar de 24 horas apresentado pelos grupos de

acordo com o tempo de pós-operatório, Belo Horizonte, 2008. .............................................. 132

Tabela 17: Consumo diário de micronutrientes: cálcio, ferro, tiamina, vitamina B12, folato e

zinco segundo o recordatório alimentar de 24 horas apresentado pelos grupos de acordo com o

tempo de pós-operatório, Belo Horizonte, 2008. .................................................................... 133

Tabela 18: Fatores avaliados quanto à influência sobre a reaquisição de peso após a

operação, Belo Horizonte, 2008. ............................................................................................ 136

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Estado inflamatório crônico da obesidade ................................................................ 23

Figura 2: Derivação gástrica em Y de Roux ............................................................................ 32

Figura 3: Local de aferição da circunferência da cintura, conforme estabelecido pela equipe . 53

Figura 4: Local de aplicação dos eletrodos para realização da BIA ......................................... 55

Figura 5: Fluxograma dos pacientes operados, Belo Horizonte, 2008. .................................... 59

Figura 6: Distribuição percentual dos quatro grupos estabelecidos de acordo com o tempo de

pós-operatório, Belo Horizonte, 2008. ...................................................................................... 59

Figura 7: Incidência da intolerância alimentar no pós-operatório de acordo com os alimentos

relatados, Belo Horizonte, 2008. .............................................................................................. 62

Figura 8: Ingestão de calorias (kcal/dia) segundo o recordatório de 24 horas, separado pelos

grupos de acordo com o tempo de pós-operatório, Belo Horizonte, 2008. ............................... 64

Figura 9: Percentual de adequação do consumo de micronutrientes segundo o recomendado

pelas DRIs, separado por sexo, Belo Horizonte, 2008.............................................................. 65

Figura 10: Média dos valores do IMC no pré-operatório e pós-operatório, separados pelos

grupos de acordo com o tempo de pós-operatório, Belo Horizonte, 2008. ............................... 66

Figura 11: Frequência da classificação do IMC após a operação em cada grupo de acordo com

o tempo de pós-operatório, Belo Horizonte, 2008. .................................................................... 67

Figura 12: Frequência da porcentagem da perda do excesso de peso, Belo Horizonte, 2008. 69

Figura 13: Média da perda do excesso de peso (%) após a operação, separado por grupos de

acordo com o tempo de pós-operatório, Belo Horizonte, 2008. ................................................ 69

Figura 14: Percentual de pacientes que apresentaram reaquisição de peso após a operação

separado por grupos de acordo com o tempo de pós-operatório, Belo Horizonte, 2008. .......... 70

Figura 15: Diferença na ingestão de calorias e de macronutrientes, segundo recordatório de 24

horas, entre pacientes que readquiriram ou não peso, Belo Horizonte, 2008. .......................... 71

Figura 16: Diferença no consumo semanal, em porções, segundo questionário de frequência

de consumo alimentar (QFCA), entre pacientes que apresentaram readquiriram ou não peso,

Belo Horizonte, 2008. ............................................................................................................... 72

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Figura 17: Percentual de pacientes com presença de comorbidades no pré-operatório e pós-

operatório, Belo Horizonte, 2008. ............................................................................................. 74

Figura 18: Percentual de pacientes com presença de pelo menos uma comorbidade após a

operação em cada grupo de acordo com o tempo de pós-operatório, Belo Horizonte, 2008. ... 74

Figura 19: Percentual de pacientes que fizeram uso de medicamentos no pré-operatório e no

pós-operatório, Belo Horizonte, 2008. ...................................................................................... 75

Figura 20: Presença de distúrbios gastrointestinais separados por grupos de acordo com o

tempo de pós-operatório, Belo Horizonte, 2008. ...................................................................... 77

Figura 21: Percentual de pacientes que realizaram acompanhamento nutricional após a

operação em cada grupo de acordo com o tempo de pós-operatório, Belo Horizonte, 2008. ... 79

Figura 22: Diferença no consumo semanal, em porções, segundo questionário de frequência

de consumo alimentar (QFCA), entre pacientes que realizaram ou não o acompanhamento

nutricional no pós-operatório, Belo Horizonte, 2008. ................................................................ 80

Figura 23: Respostas dos pacientes ao questionário Moorehead-Ardelt para cada assunto

abordado (autoestima, capacidade para realizar atividade física, convivência social, capacidade

para trabalhar e atividade sexual), Belo Horizonte, 2008. ......................................................... 81

Figura 24: Gráficos de Box-plot para diferença do consumo semanal em porções segundo

questionário de frequência de consumo alimentar (QFCA) para o grupo dos carboidratos, grupo

dos salgadinhos, doces e guloseimas e grupo dos óleos e gorduras, entre os quatro grupos de

acordo com o tempo de pós-operatório, Belo Horizonte, 2008. .............................................. 129

Figura 25: Gráficos de Box-plot para diferença do consumo semanal em porções segundo

questionário de frequência de consumo alimentar (QFCA) para o grupo dos carboidratos, e

grupo dos óleos e gorduras entre os sexos, Belo Horizonte, 2008. ........................................ 129

Figura 26: Gráfico de Box-plot para diferença da ingestão calórica (kcal/dia), segundo o

recordatório de 24 horas, entre os quatro grupos de acordo com o tempo de pós-operatório,

Belo Horizonte, 2008. ............................................................................................................. 130

Figura 27: Gráficos de Box-plot para diferença das características antropométricas: IMC pós-

operatório, peso atual (kg), circunferência da cintura (cm), massa gorda (%), massa gorda (kg)

e massa magra (%) entre os quatro grupos de acordo com o tempo de pós-operatório, Belo

Horizonte, 2008. ..................................................................................................................... 135

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AOS Apneia obstrutiva do sono

BAROS Bariatric Analysis and Reporting Outcome System

BIA Bioelectrial Impedance Analysis

DGYR Derivação gástrica em Y de Roux

DMII Diabetes melito tipo II

DP Desvio padrão

DRI Dietary Reference Intakes

ETNO Equipe de Terapia Nutricional na Obesidade

HA Hipertensão arterial sistêmica

HC Hospital das Clínicas

HDL Lipoproteína de alta densidade

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IC Intervalo de confiança

IMC Índice de massa corporal

LDL Lipoproteína de baixa densidade

NS Não significativo

OMS Organização Mundial de Saúde PEP Perda do excesso de peso

POF Pesquisa de Orçamentos Familiares

PTH Paratormônio

QFCA Questionário de frequência de consumo alimentar

R24 Recordatório de 24 horas

RDA Recommended Dietary Allowance

TMB Taxa metabólica basal

UFMG Universidade Federal de Minas Gerais

WHO World Health Organization

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RESUMO

A cirurgia bariátrica tem se mostrado efetiva no tratamento da obesidade grave,

provendo adequada perda de peso, melhora de comorbidades e de qualidade de vida.

Entretanto, a operação suscita drásticas mudanças nos hábitos alimentares e pode ser

causa de deficiências nutricionais e outras complicações. Pouco se sabe sobre o

impacto desse tratamento em longo prazo e dados sobre o comportamento alimentar

no pós-operatório são escassos, sendo este o objetivo do presente estudo. Foram

avaliados 100 pacientes, entre um mês e dez anos de pós-operatório. Os pacientes

foram distribuídos em quatro grupos, de acordo com o tempo decorrido da operação

(Grupo 1: até um ano; Grupo 2: de um até dois anos; Grupo 3: de dois até cinco anos e

Grupo 4: mais de cinco anos). Houve significativa perda do excesso de peso (59,15 ±

20,35%), melhora das comorbidades e da qualidade de vida. A qualidade da

alimentação não foi satisfatória. A ingestão de proteínas e de micronutrientes esteve

aquém do recomendado. A incidência de reaquisição de peso foi considerável,

principalmente no grupo 4 (84,8%), e os principais fatores que influenciaram foram: o

sedentarismo (p<0,05), a ausência do acompanhamento nutricional (p<0,01) e a baixa

qualidade da alimentação, representada pelo consumo excessivo de calorias (p<0,01),

de salgadinhos, doces e guloseimas (p<0,05) e de óleos e gorduras (p<0,01). O nível

socioeconômico não influenciou na qualidade da alimentação, nem nos resultados da

operação (p=NS). Em relação ao tempo de pós-operatório, de modo geral, melhores

resultados foram observados no grupo 3.

Palavras-chave: obesidade; cirurgia bariátrica; consumo alimentar; perda de peso;

reaquisição de peso; qualidade de vida.

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16

ABSTRACT

Bariatric surgery has been proven effective in the treatment of severe obese

patients. It has provided significant improvement in weight loss, comorbid conditions

and quality of life. However, the operation causes drastic changes in eating behavior

and can lead to nutritional deficiencies and other complications. However, little is known

about the long-term impact of such treatment and data on post surgical dietary eating

habits are insufficient. Therefore this has been the object of the current study. Hundred

patients were assessed at different time periods after the operation (from one month to

10 years). Patients were divided into four groups according to post surgical time (group

1: up to one year; group 2: from one to two years; group 3: from two to five years; and

group 4: over five years). Significant excess weight loss (50,15 ± 20,35%), improvement

of comorbid conditions and quality of life were observed. On the other hand, overall diet

quality was not satisfactory. Protein and micronutrient intake was below

recommendations. Weight regain incidence was considerable, mainly in group 4

(84,8%). Major factors that influenced weight regain were: sedentary lifestyle, (p<0,05),

lack of nutritional follow-up (p<0,01) and poor diet quality attested by excessive intake

of calories (p<0,01), snacks and sweets (p<0,05), oils and fatty foods (p<0,01). Lower

socioeconomic status influenced neither the diet quality nor the operation results

(p>0,05). Concerning post surgical outcome, the best results were observed in group 3.

Key words: obesity; bariatric surgery; food intake; weight loss; weight regain; quality of

life.

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1 INTRODUÇÃO

A prevalência do sobrepeso e da obesidade tem aumentado vertiginosamente

em todo o mundo nos dois últimos decênios. A Organização Mundial de Saúde estima

que cerca de 1,7 milhões de pessoas sofram de excesso de peso, não havendo

distinção entre países desenvolvidos e em desenvolvimento. Tanto crianças e

adolescentes quanto adultos são afetados por essa moléstia (DEITEL, 2003).

Diabetes melito tipo II, dislipidemia, doenças cardiovasculares, doenças

articulares degenerativas e apneia obstrutiva do sono estão frequentemente

associadas à obesidade, exercendo grande impacto sobre a morbimortalidade desses

indivíduos (MALNICK & KNOBLER, 2006; LAU et al., 2007). Além disso, o convívio

social e a qualidade de vida dos obesos são drasticamente reduzidos (BANCHERI et

al., 2006).

O tratamento do sobrepeso e da obesidade envolve diversas linhas. A primeira a

ser considerada deve priorizar mudanças no estilo de vida, que incluem planejamento

dietético e atividade física. Entretanto, em muitos casos, apenas essas mudanças são

ineficientes, havendo indicações para o tratamento farmacológico e/ou cirúrgico

(WADDEN et al., 2007).

A cirurgia bariátrica tem sido considerada ferramenta efetiva para promoção da

perda de peso e sua manutenção em longo prazo (SEBASTIAN, 2008). Há três tipos de

técnicas operatórias: restritiva, disabsortiva e mista. A técnica mista conhecida por

derivação gástrica em Y de Roux (DGYR), ou operação de Fobi-Capella, é tida como

padrão-ouro e corresponde à maior parte das operações realizadas no mundo

(MARTINS-FILHO et al., 2008). Os resultados da perda do excesso de peso, da

melhora das comorbidades e da qualidade de vida vêm se mostrando bastante

satisfatórios (BUCHWALD et al., 2004). Todavia a operação não deve ser considerada

isoladamente como solução definitiva e, sim, ferramenta auxiliar para a mudança de

hábitos alimentares e comportamentais (WELCH et al., 2008). Após a operação, a

ingestão de alimentos é drasticamente reduzida e os hábitos alimentares serão

alterados por toda a vida. Não é incomum o surgimento de intolerâncias, vômitos,

síndrome de dumping, entre outras adversidades (PARKES, 2006; QUADROS et al.,

2007; RUBIO & MORENO, 2007). Ademais, o aparecimento de diversas complicações

e deficiências nutricionais de vitaminas, de minerais e, até mesmo, de proteínas são

comuns (ALVAREZ-LEITE, 2004; DAVIES et al., 2007).

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Nesse sentido, o acompanhamento nutricional após a operação faz-se

indispensável para corrigir erros alimentares, prevenir deficiências e promover perda e

manutenção adequadas do peso (PARKES, 2006; QUADROS et al., 2007).

A literatura é escassa quando se trata da descrição dos hábitos alimentares

desse grupo específico de pacientes e sabe-se muito pouco sobre os resultados da

DGYR em longo prazo.

Diante desse contexto, o presente trabalho tem como objetivo avaliar o

comportamento dietético de pacientes submetidos à DGYR em distintos momentos do

pós-operatório. Dessa forma, poder-se-á estabelecer o perfil das alterações nutricionais

no decorrer dos anos, avaliando concomitantemente os fatores associados a essas

mudanças, no intuito de instituir diretrizes para o acompanhamento nutricional ao longo

do tempo.

1.1 Objetivo geral

Realizar estudo retrospectivo observacional de pacientes submetidos à

derivação gástrica em Y de Roux no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de

Minas Gerais, em distintos momentos do pós-operatório, considerando aspectos

dietéticos, antropométricos, clínicos e de qualidade de vida.

1.2 Objetivos específicos

− Avaliar os hábitos alimentares dos pacientes no pós-operatório, por meio de:

questionário sobre qualidade da alimentação e intolerâncias, questionário de

frequência de consumo alimentar e recordatório de 24 horas;

− Realizar avaliação antropométrica por meio do IMC, circunferência da cintura e

composição corporal por impedância bioelétrica, e comparar com dados pré-

operatórios disponíveis, determinando as mudanças ocorridas;

− Avaliar alterações no quadro clínico após a operação, tais como: evolução das

morbidades associadas à obesidade, uso de medicamentos e suplementos,

incidência de deficiências nutricionais e presença de distúrbios gastrointestinais;

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− Observar a prática de atividade física antes e após a operação e a influência

sobre a perda do excesso de peso e a reaquisição de peso;

− Identificar a influência dos hábitos alimentares no pós-operatório sobre a perda

do excesso de peso, a reaquisição de peso e a incidência de deficiências

nutricionais;

− Identificar a influência do nível socioeconômico sobre os aspectos avaliados;

− Identificar a influência do acompanhamento nutricional sobre o comportamento

alimentar e as mudanças na composição corporal;

− Avaliar as mudanças na qualidade de vida dos pacientes após a operação por

meio do Questionário Moorehead-Ardelt;

− Estabelecer perfil das alterações decorrentes da operação (dietéticas,

antropométricas, clínicas e de qualidade de vida) em cada período estabelecido:

• Até um ano de pós-operatório;

• De um até dois anos de pós-operatório;

• De dois até cinco anos de pós-operatório;

• Mais de cinco anos de pós-operatório.

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2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Obesidade: definição, epidemiologia e classificação

A obesidade é definida como doença crônica, complexa e multifatorial,

caracterizada por acúmulo de tecido adiposo, com impacto físico e psicossocial na

saúde do indivíduo (JAMES, 2004; OGDEN, 2007). São várias as complicações

metabólicas e fisiológicas incluindo diabetes melito tipo II (DMII), dislipidemias, doenças

cardiovasculares, doenças articulares degenerativas, problemas respiratórios,

síndrome obstrutiva do sono, entre outras (MALNICK & KNOBLER, 2006; LAU et al.,

2007).

A obesidade causa significativo aumento na mortalidade, substancial redução na

qualidade de vida e aumento na demanda de cuidados de saúde (O’BRIEN et al.,

2005). Segundo FONTAINE et al. (2003), adolescentes obesos (IMC acima de 40)

podem ter sua expectativa de vida reduzida em 13 anos (homens) e oito anos

(mulheres).

Atualmente, o sobrepeso e a obesidade atingem proporções epidêmicas não só

nos países desenvolvidos como nos em desenvolvimento. Nos dois últimos decênios,

houve dramático aumento da prevalência em todo o mundo, atingindo tanto crianças

como adultos (POIRIER et al., 2006; LAU et al., 2007; OGDEN, 2007; SEBASTIAN,

2008).

Estima-se que 66% dos americanos adultos tenham sobrepeso ou obesidade,

dos quais cinco milhões podem ser classificados como obesos graves (SEBASTIAN,

2008). No Canadá, a prevalência de sobrepeso atinge 59% da população e, na

Inglaterra, mais da metade dos adultos apresenta sobrepeso ou obesidade. (CANOY &

BUCHAN, 2007; LAU et al., 2007).

No Brasil, os dados não são diferentes. O último estudo realizado pelo IBGE, o

POF 2002-2003, estimou que cerca de 40% da população adulta brasileira apresenta

sobrepeso, não havendo diferenças significativas entre homens e mulheres. Essas

taxas são em média 11 vezes maiores que a prevalência de déficit de peso. Em relação

à obesidade, 8,9% dos homens adultos são afetados e 13,1% das mulheres (IBGE,

2004).

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A preocupação com o aumento da prevalência da obesidade acaba por refletir

questões econômicas. Nos EUA, o custo do tratamento da obesidade e de suas

complicações é estimado em aproximadamente 117 bilhões de dólares anualmente

(SEBASTIAN, 2008). Segundo JAMES (2004) esses valores chegam a atingir 5% a 7%

do total do gasto com a saúde no país.

O diagnóstico e o tratamento da obesidade são baseados no Índice de Massa

Corporal (IMC), parâmetro clínico recomendado pela Organização Mundial de Saúde

(OMS) e mais utilizado tanto em estudos epidemiológicos quanto na prática clínica.

Calcula-se o IMC dividindo o peso pela altura ao quadrado, sendo que valores maiores

que 25kg/m2 caracterizam sobrepeso e maiores que 30kg/m2 são característicos de

obesidade. A Tabela 1 apresenta os pontos de corte preconizados pela OMS (2002),

classificando os diferentes graus de obesidade e sua associação com comorbidades.

Tabela 1: Classificação da obesidade segundo o Índice de Massa Corporal

IMC (kg/m 2) Risco de comorbidade

Eutrofia 18,5 – 24,9 Médio

Sobrepeso 25,0 – 29,9 Aumentado

Obesidade grau I 30,0 – 34,9 Moderado

Obesidade grau II 35,0 – 39,9 Grave

Obesidade grau III > 40,0 Muito grave

Fonte: WHO Obesity: Preventing and managing the global epidemic, 2000

O desenvolvimento da obesidade está associado a uma série de fatores

etiológicos sendo, portanto, doença de alta complexidade (MINISTÉRIO DA SAÚDE,

2006). Segundo COUTINHO (1998), a obesidade pode ter sua causa associada a

alterações endócrinas, uso de medicamentos e fatores genéticos. Porém, apesar de

importantes na gênese dessa doença, é consenso que o desequilíbrio no balanço

energético pela ingestão calórica superior ao dispêndio aliado ao sedentarismo

constitui a principal causa (FRANCISCHI, 2000; JAMES, 2004; MINISTÉRIO DA

SAÚDE, 2006).

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2.2 Morbidade associada à obesidade

O tecido adiposo é considerado órgão ativo, endócrino e parácrino, produtor de

grande número de citocinas e mediadores bioativos como leptina, adiponectina,

interleucina 6 (IL-6), fator de necrose tumoral (TNF-α), entre outros. Estes influenciam

não apenas a homeostase do peso corporal, mas também a resistência à insulina

(GAAL et al., 2006).

Quando o tecido adiposo está aumentado, macrófagos infiltram-se no tecido

levando à hipersecreção de adipocitocinas pró-aterogênicas, pró-inflamatórias e pró-

diabéticas e ao declínio na produção de adiponectina. Essas alterações são

consideradas disfunções do tecido adiposo e conduzem ao estado crônico inflamatório

presente na obesidade (HAJER et al., 2008).

O conceito da disfunção dos adipócitos permite compreender a forte correlação

entre obesidade, principalmente a abdominal, e a resistência à insulina, fator

fundamental para o desenvolvimento de diversas comorbidades, entre elas o diabetes

melito tipo II, dislipidemias e doenças cardiovasculares (HAJER et al., 2008).

Apesar da relação entre obesidade e desenvolvimento de diversas doenças

ainda não estar totalmente elucidada, é consenso que valores mais altos de IMC

aumentam os riscos de aparecimento das comorbidades (HASLAM & JAMES, 2005;

MALNICK & KNOBLER, 2006; MARTINS-FILHO et al., 2008; SULLIVAN et al., 2008).

A Figura 1 resume a estreita relação entre a produção de citocinas pró-

inflamatórias e de hormônios pelo tecido adiposo e as complicações metabólicas da

obesidade. A perda de peso promove resolução ou melhora do estado inflamatório,

resistência à insulina e, consequentemente, das doenças associadas.

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Abreviaturas: TNF-α (Fator de necrose tumoral), IL-6 (Interleucina-6), IL-1 (Interleucina-1), TGF-β (Fator de crescimento e transformação β),

MCP-1 (proteína quimioatraente de monócitos 1), (FFA (ácidos graxos livres), CRP (proteína C reativa), VEGF (fator de crescimento do

endotélio vascular), PAI-1 (inibidor do ativador de plasminogênio), NAFLD (doença não alcoólica do fígado gorduroso)

Figura 1: Estado inflamatório crônico da obesidade

Fonte: modificado de ANGULO, 2006

2.2.1 Hipertensão arterial sistêmica

A hipertensão arterial parece ser a doença mais presente nos pacientes obesos.

Mais de dois terços dos casos de hipertensão estão ligados ao excesso de peso e o

risco de acometimento por essa enfermidade é cinco vezes maior entre indivíduos

obesos quando comparados a indivíduos eutróficos (HASLAM & JAMES, 2005). De

acordo com o estudo de Framingham (Framingham Health Study), o risco foi 26%

superior em homens e 28% superior em mulheres, considerando-se IMC > 25kg/m2

(WILSON et al., 2002). Segundo MARTINS-FILHO et al. (2008), 67,1% dos pacientes

no pré-operatório de cirurgia bariátrica apresentaram hipertensão.

A relação entre aumento da pressão arterial e ganho de peso apresenta várias

causas, entre elas a liberação de angiotensinogênio (precursor de angiotensina que

possui efeitos conhecidos sobre a pressão arterial) pelos adipócitos, o aumento do

volume sanguíneo associado à maior massa corporal e ao aumento da viscosidade do

sangue (HASLAM & JAMES, 2005).

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A perda de peso em pacientes obesos resulta em declínios na pressão arterial.

De acordo com estudo de meta-análise, redução de 5,1kg decorrente da restrição

alimentar e/ou exercícios físicos é capaz de diminuir a pressão sistólica em 4,4mmHg e

a diastólica em 3,7mmHg (NETER et al., 2003).

O diagnóstico de hipertensão é estabelecido pelas medidas de pressão

realizadas por aparelho de coluna de mercúrio e os valores para classificação estão

dispostos na Tabela 2. Quando as pressões sistólica e diastólica do paciente

encontram-se em diferentes categorias, deve-se considerar o maior valor para

classificação (V DIRETRIZES BRASILEIRAS DE HIPERTENSÃO ARTERIAL, 2006).

Tabela 2: Classificação da pressão arterial para adultos

Classificação Sistólica (mmHg) Diastólica (mmHg)

Ótima < 120 < 80

Normal < 130 < 85

Limítrofe 130 – 139 85 – 89

Hipertensão e stágio 1 140 – 159 90 – 99

Hipertensão e stágio 2 160 – 179 100 – 109

Hipertensão e stágio 3 ≥ 180 ≥ 110

Hipertensão sistólica isolada ≥ 140 < 90

Fonte: V DIRETRIZES BRASILEIRAS DE HIPERTENSÃO ARTERIAL, 2006

2.2.2. Diabetes melito tipo II

O diabetes melito define grupo heterogêneo de distúrbios metabólicos que

apresenta em comum a hiperglicemia, decorrente de defeitos na ação da insulina, na

secreção ou em ambos. A classificação atual do diabetes é baseada na etiologia e não

no tipo de tratamento. Segundo proposto pela Organização Mundial de Saúde e pela

Associação Americana de Diabetes , o diabetes inclui quatro classes clínicas: diabetes

melito tipo I, diabetes melito tipo II, outros tipos específicos de diabetes melito e

diabetes gestacional (DIRETRIZES SBD, 2007).

O diagnóstico correto e precoce do diabetes melito é fundamental, pois permite

adotar medidas terapêuticas que podem evitar o aparecimento de complicações nos

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indivíduos com tolerância diminuída à glicose, desconhecedores do diagnóstico e sem

sintomas (GROSS et al., 2002). Valores de glicose plasmática para o diagnóstico do

diabetes melito encontram-se disponíveis na Tabela 3.

Tabela 3: Valores de glicose plasmática (mg/dL) para diagnóstico do diabetes melito

Jejum 2h após 75g de glicose

Glicemia adequada < 100 < 140

Tolerância à glicose diminuída 100 – 126 140 – 200

Diabetes melito ≥ 126 ≥ 200

Fonte: DIRETRIZES SBD, 2007

A forte associação entre obesidade e diabetes melito tipo II (DMII) parece ser,

entre as várias comorbidades, a mais grave (KAHN et al., 2006). Comparados a

indivíduos com IMC de 22kg/m2, aqueles com IMC maior que 25kg/m2 e 30kg/m2

apresentaram risco de desenvolvimento de DMII entre 10 e 30 vezes superiores,

respectivamente. Cada 5kg a mais no peso corporal associa-se a 40% de aumento na

incidência de diabetes (BLOOMGARDEN, 2008).

Segundo MARTINS-FILHO et al. (2008) o diabetes melito tipo II esteve presente

em 25,2% dos pacientes submetidos a tratamento cirúrgico para perda de peso, e

conforme PERRY et al. (2008) em 45% dos pacientes.

A perda de peso é capaz de promover significativa melhora do diabetes melito.

O Diabetes Prevention Program demonstrou claramente que moderada perda de peso

(5,6kg) em indivíduos com IMC acima de 24kg/m2, reduziu a incidência de diabetes em

58% (KNOWLER et al., 2002). DINIZ et al. (2004a) encontraram resultados

semelhantes, observando que redução média de 16,8% do peso foi suficiente para

melhorar o controle metabólico de pacientes diabéticos submetidos à DGYR.

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2.2.3 Dislipidemias

As dislipidemias são classificadas bioquimicamente considerando-se os valores

do colesterol total, lipoproteína de baixa densidade (LDL), lipoproteína de alta

densidade (HDL) e triacilgliceróis. Há quatro tipos principais bem definidos:

hipercolesterolemia isolada (elevação isolada do LDL), hipertrigliceridemia isolada

(elevação isolada dos triacilgliceróis), hiperlipidemia mista (valores aumentados de LDL

e triacilgliceróis) e HDL baixo (IV DIRETRIZ BRASILEIRA SOBRE DISLIPIDEMIA E

PREVENÇÃO DA ATEROSCLEROSE, 2007).

A dislipidemia é extremamente comum na obesidade e é, provavelmente, o

principal fator que leva a aumento do risco de doenças cardiovasculares em indivíduos

obesos (BAMBA & RADER, 2007).

Os mecanismos que explicam as dislipidemias e sua associação com a

obesidade são complexos e não estão completamente entendidos (BAMBA & RADER,

2007). PERRY et al. (2008) encontraram hiperlipidemia em 38% dos pacientes no pré-

operatório de cirurgia bariátrica.

2.2.4 Apneia obstrutiva do sono

A apneia obstrutiva do sono é caracterizada por colapso repetitivo (apneia) ou

parcial (hipopneia) das vias aéreas superiores durante o sono, resultando em pausa na

respiração e, consequente, hipóxia. Esses eventos culminam em excitação durante a

noite, fragmentação do sono e sonolência diurna excessiva (YOUNG et al., 2005).

A apneia obstrutiva do sono, com ou sem sintomas, está independentemente

associada com o aumento da probabilidade de hipertensão, doença cardiovascular,

derrame, sonolência diurna importante, diminuição da qualidade de vida, acidentes de

carro, e aumento da probabilidade de morte (YOUNG et al., 2002).

A fisiopatologia da doença é complexa e não está completamente esclarecida. A

deposição de gordura no pescoço e o consequente estreitamento dessas vias podem

estar envolvidos no desenvolvimento da doença. Contudo o excesso de peso e a

obesidade são os fatores de risco mais importantes. Estima-se que pelo menos 60% a

70% dos portadores da doença sejam obesos (CENEVIVA et al., 2006).

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PEPPARD et al. (2000) estudaram 690 indivíduos por 11 anos e concluíram que

10% de ganho de peso foi relacionado com 32% de aumento no índice de apneia e

hipopneia, e 10% de redução no peso correlacionou-se com 26% de redução no

mesmo índice.

2.2.5 Outras doenças comuns

Osteoartrites e outros problemas articulares também são comuns na obesidade.

O excesso de peso causa desgaste e trauma principalmente nos joelhos e tornozelos

(MALNICK & KNOBLER, 2006). Segundo REIJMAN et al. (2007), indivíduos com IMC

superior a 27kg/m2 apresentaram probabilidade 3,3 vezes maior de ser acometidos por

osteoatrites nos joelhos. Esses resultados foram semelhantes aos encontrados por

GROTLE et al. (2008).

O sobrepeso e a inatividade física também contribuem com um quarto a um

terço de todos os tipos de cânceres de mama, cólon, endométrio, rim e esôfago, além

de aumentarem a probabilidade de morte pela doença (MALNICK & KNOBLER, 2006).

Doenças cardíacas, problemas respiratórios, complicações gastrointestinais,

doença não-alcoólica do fígado gorduroso, alterações ginecológicas, entre outras são

igualmente comuns na obesidade, sendo responsáveis pelo aumento da mortalidade

nesse grupo de pacientes (MALNICK & KNOBLER, 2006).

2.3 Tratamento da obesidade

2.3.1 Tipos de tratamento: mudanças do estilo de vida, farmacologia e

operação

A obesidade é enfermidade grave que afeta o indivíduo no âmbito físico,

psicossocial e reduz a sua qualidade de vida (COUTINHO, 1998). Logo, há sólida

indicação para a perda de peso com o objetivo de alcançar equilíbrio metabólico e,

consequente, melhora do quadro clínico (SERDULA et al., 2003; WADDEN et al.,

2007).

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Moderada redução do peso inicial, de 5% a 10%, deve ser recomendada em seis

meses de tratamento, e a manutenção do peso, priorizada após esse período

(COUTINHO, 1998; LAU et al., 2007; WADDEN et al., 2007).

Essa redução mostra-se capaz de prevenir e de amenizar as comorbidades

como dislipidemias, hipertensão e diabetes, atuando também na melhora da qualidade

de vida (PAPAPIETRO et al., 2005).

De acordo com estudo realizado por CASE et al. (2002), moderada perda de

peso (6,5%) em pacientes diagnosticados com síndrome metabólica reduziu

significantemente os valores de pressão arterial sistólica (7,9%), pressão arterial

diastólica (6,8%), glicose (15,0%), triacilglicerol (40,4%) e colesterol total (17,7%) em

quatro semanas de acompanhamento. A perda de peso foi considerada ferramenta

efetiva na melhora dos fatores de risco cardiovasculares.

Grande número de estratégias para promoção da perda de peso foram

propostas, evidenciando a complexidade do tratamento (FISHER & SCHAUER, 2002).

A primeira linha de tratamento a ser adotada deve priorizar as mudanças no

estilo de vida, como dieta e atividade física. Essas mudanças são simples de ser

prescritas e permeiam menores riscos para o paciente, porém quase sempre difíceis de

ser seguidas (FISHER & SCHAUER, 2002). Segundo SEBASTIAN (2008) a

reeducação alimentar é o mais importante componente no tratamento da obesidade.

É indicada redução calórica de 500 a 1000 kcal/dia (COUTINHO, 1998;

SERDULA et al., 2003). Não são aconselháveis dietas de muito baixo valor calórico

(<800 kcal/dia) e nem dietas que excluam algum nutriente específico, devido ao maior

risco de deficiências nutricionais (FISHER & SCHAUER, 2002).

A atividade física contribui para a perda de peso e é essencial para a sua

manutenção em longo prazo, sendo capaz de reduzir as doenças associadas à

obesidade e melhorar a capacidade cardiovascular (LEHNHOFF et al., 2007).

A prática regular de atividade física é responsável por aumento do HDL e

diminuição do LDL e dos triacilgliceróis. Essas modificações são consequências do

aumento da atividade da lipase lipoproteica muscular, da diminuição da insulina e da

redução na atividade da lipase hepática. Melhora da autoestima, autoimagem,

ansiedade e depressão são outros benefícios (COUTINHO, 1998).

É recomendada que a atividade física seja realizada pelo menos três vezes por

semana, com duração de 30 a 60 minutos, e é importante que seja implantada

gradualmente (WADDEN et al., 2007).

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A segunda linha de tratamento a ser indicada é a farmacológica. A prescrição

medicamentosa deve ser considerada em pacientes com IMC ≥ 30 kg/m2 ou IMC ≥ 27

kg/m2 associado a outras doenças (hipertensão, diabetes, dislipidemia etc) e que não

obtiveram êxito com o tratamento convencional (PADWAL & MAJUMDAR, 2007). Os

medicamentos mais utilizados são os catecolarminérgicos, serotoninérgicos,

termogênicos e inibidores da absorção de gordura (COUTINHO, 1998).

A EMEA (European Agency for the Evaluation of Medicinal Products) sugere que

as drogas devam promover mínimo de 10% de perda de peso em relação ao placebo.

Entretanto o tratamento medicamentoso consegue atingir esse objetivo apenas quando

o seu uso está associado a mudanças no estilo de vida (PADWAL & MAJUMDAR,

2007). Contudo, tratando-se de pacientes portadores de obesidade grave (IMC acima

de 40kg/m2), a prática de atividade física torna-se difícil devido a problemas

respiratórios, músculoesqueléticos e o próprio excesso de peso (BUCHWALD et al.,

2004). Embora pequena redução no peso possa ser alcançada com dieta, exercício

físico e tratamento medicamentoso, evidências sugerem que a incidência de

reaquisição de peso seja maior que 90% (SEBASTIAN, 2008). SEGAL & FANDIÑO

(2002) confirmam esse insucesso, citando que 95% desses pacientes acabam

recuperando seu peso inicial em até dois anos.

ANDERSON et al. (2007) estudaram pacientes que perderam mais de 45,5kg

(média de 38,2%) por um período médio de 44 semanas, por meio de programas de

dieta e atividade física. Dentre os 118 indivíduos avaliados 66% tiveram a medicação

descontinuada, observando-se redução significativa do LDL (20%), triacilglicerol (36%)

e glicemia (17%). Entretanto, apesar da melhora nos parâmetros clínicos, após cinco

anos de acompanhamento os pacientes tiveram em média 50% de reaquisição de

peso.

Portanto, devido à alta incidência de insucesso no tratamento e à grave condição

clínica desses pacientes, é necessária intervenção eficaz e com menor probabilidade

de recidiva. Nesse contexto, a cirurgia bariátrica constitui método efetivo e duradouro

para o tratamento da obesidade grave (ELDER & WOLFE, 2007).

O Consenso Brasileiro Multissocietário em Cirurgia da Obesidade (2006)

estabelece que a cirurgia bariátrica seja indicada para pacientes com IMC ≥ 40kg/m2 ou

IMC ≥ 35kg/m2 na presença de doenças associadas que tenham obrigatoriamente a

classificação de serem graves, diagnosticadas por médico especialista. O paciente

deve apresentar essas alterações há pelo menos dois anos e ter realizado tratamentos

convencionais prévios com insucesso ou recidiva de peso.

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As contraindicações envolvem risco anestésico classificado como ASA IV,

hipertensão portal com varizes esofagogástricas, limitação intelectual significativa em

pacientes sem suporte familiar adequado e quadro de transtorno psiquiátrico não

controlado, incluindo-se uso de álcool ou drogas ilícitas (CONSENSO BRASILEIRO

MULTISSOCIETÁRIO EM CIRURGIA DA OBESIDADE, 2006).

2.3.2 Tipos de cirurgia bariátrica

Em busca do tratamento cirúrgico ideal, desde 1950, têm sido propostas e

experimentadas várias técnicas operatórias, utilizando-se diferentes conceitos

fisiopatológicos. As modificações ocorreram em resposta às deficiências, às

complicações e aos resultados insatisfatórios que surgiram ao longo do tempo

(SEBASTIAN, 2008).

Há três técnicas cirúrgicas definidas de acordo com o componente principal:

restritivas, disabsortivas e mistas (FISHER & SCHAUER, 2002). Os procedimentos

podem ser realizados por via aberta ou por laparoscopia. Os benefícios da

laparoscopia envolvem menor tempo de hospitalização, retorno precoce às atividades,

menor dor no pós-operatório e menor incidência de hérnia e outras complicações pós-

operatórias (SEBASTIAN, 2008).

A técnica restritiva objetiva reduzir a capacidade gástrica, pela criação de

pequena bolsa, que provoca drástica redução da ingestão alimentar. A gastroplastia

vertical com bandagem, a banda gástrica ajustável e o balão intragástrico são

exemplos desse tipo de procedimento (FISHER & SCHAUER, 2002; SEGAL &

FANDIÑO, 2002; ELDER & WOLFE, 2007). As vantagens incluem o uso de técnicas

mais simples, baixos índices de complicações e mortalidade e menor incidência de

deficiências nutricionais. Entretanto, os resultados para a perda do excesso de peso

(PEP) não são muito satisfatórios e o procedimento pode ser facilmente burlado pelo

paciente com ingestão de alimentos de alta densidade calórica. Segundo descrito por

BUCHWALD et al. (2004), a perda do excesso de peso com a banda gástrica ajustável

variou entre 40,7% e 54,2%.

A primeira operação disabsortiva foi a derivação jejunoileal. Nessa técnica, a

superfície absortiva é drasticamente reduzida: 90% a 95% do intestino é excluído do

trânsito alimentar. As complicações e a alta mortalidade no pós-operatório desse

procedimento ocasionaram o seu abandono (ELDER & WOLF, 2007). Atualmente, essa

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operação foi substituída pela técnica de Scopinaro e pelo duodenal switch. Esses

procedimentos envolvem derivação biliopancreática com anastomoses em vários locais

do intestino delgado, causando má-absorção (SEGAL & FANDIÑO, 2002). A grande

vantagem é a perda significativa do excesso de peso, que, segundo BUCHWALD et al.

(2004), varia entre 66,3% e 73,9%. Entretanto há risco de desnutrição proteica e

deficiências vitamínicas. Intermitente diarreia e esteatorreia são ainda bastante comuns

(FISHER & SCHAUER, 2002).

As técnicas mistas envolvem elementos restritivos e disabsortivos. Existem

diversas variações desses procedimentos, entretanto o princípio é similar em todos

(PONSKY et al., 2005). Atualmente, a técnica mais utilizada é a derivação gástrica em

Y de Roux (DGYR), desenvolvida por Fobi e Capella. Essa técnica consiste em reduzir

o volume gástrico em 90% a 95%, criando uma bolsa com capacidade de 15mL a 50mL

para restringir a ingestão alimentar. Esta bolsa pode ser envolvida, a 3cm de sua

extremidade distal, por anel de silicone e é anastomosada com o jejuno distal,

formando o canal de Roux ou canal alimentar. O restante do estômago, o duodeno e

parte do jejuno são excluídos do novo trato alimentar e têm como função drenar a bile,

as enzimas digestivas e as secreções gástricas (CAPELLA & CAPELLA, 2002; FISHER

& SCHAUER, 2002).

A DGYR é considerada o padrão-ouro da cirurgia bariátrica, correspondendo a

80% do total de procedimentos cirúrgicos realizados atualmente (MARTINS-FILHO et

al., 2008). A prevalência de complicações e as taxas de mortalidade são baixas

(OBEID et al., 2005). Há significativa melhora do quadro clínico (SJOSTROM et al.,

2007; PERRY et al., 2008). Pacientes submetidos à cirurgia bariátrica tiveram sua

sobrevida aumentada em dois anos, quando comparados a obesos graves, que não

foram submetidos à operação (PERRY et al., 2008).

A perda do excesso de peso pode variar de 56,7% a 66,5% (BUCHWALD et al.

2004). Entretanto apesar dos resultados satisfatórios para redução do peso e da efetiva

melhora da morbidade e da mortalidade, deve-se considerar as consequências

adversas da operação. As mais frequentes são alterações no padrão alimentar,

deficiências nutricionais e algumas complicações médicas e cirúrgicas como infecção,

hérnia, fístula, alopécia, vômitos, síndrome de dumping, entre outras (SEBASTIAN,

2008).

A Figura 2 ilustra as alterações anatômicas ocasionadas pela derivação gástrica

em Y de Roux.

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Figura 2: Derivação gástrica em Y de Roux

Fonte: Modificado de Overcoming Obesity Surgical Center.

Disponível em: <www.overcomingobesity.net/gastric-bypass.cfm>

2.4 Consequências da derivação gástrica em Y de Roux

2.4.1 Mudanças no padrão alimentar e intolerâncias

As alterações anatômicas provenientes da DGYR provocam drástica redução do

consumo alimentar desses pacientes, entretanto nem sempre a qualidade da

alimentação é melhorada (O’BRIEN et al., 2005; PONSKY et al., 2005).

BORTOLUZZO (2005) corrobora a necessidade de melhora da qualidade da

alimentação. Ao avaliar o padrão alimentar de pacientes antes e seis meses após a

cirurgia bariátrica concluiu que houve redução do valor calórico total ingerido, porém

não houve alteração na distribuição de macronutrientes, nas preferências e aversões

alimentares.

KRIWANEK et al. (2000) avaliaram o consumo alimentar de 70 pacientes

submetidos a tratamento cirúrgico para perda de peso e concluíram que o insucesso na

redução do peso esteve relacionado à ingestão de doces. Dos pacientes que

consumiram doces, 67% apresentaram insuficiente redução no peso.

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A piora na qualidade da alimentação dos pacientes pode ser exacerbada pelo

surgimento de complicações como vômitos, desconfortos, e intolerâncias a

determinados alimentos cuja ingestão se torna limitada (DIAS et al., 2006; SUTER et

al., 2007).

Intolerância alimentar é definida como reação adversa à ingestão de

determinado alimento e diferencia-se da alergia alimentar por não estar ligada a

mecanismos imunológicos. As causas dessa intolerância podem estar relacionadas a

defeitos enzimáticos do trato gastrointestinal, presença de determinadas substâncias

com atividade farmacológica ou mecanismos ainda desconhecidos (ORTOLANI &

PASTORELLO, 2006). Alguns estudos apontam, ainda, a presença do anel de silicone

como outra causa da intolerância alimentar. Esse fato foi relatado por CRAMPTON et

al. (1997) e FOBI (2005) que observaram melhora da intolerância a alimentos sólidos

após a remoção do anel.

A intolerância a alimentos específicos possui forte componente individual e,

conforme estudo realizado por KRIWANEK et al. (2000), ocorreu em 76% dos

pacientes, sendo que o mais relatado foi a carne. De acordo com QUADROS et al.

(2007), 46,7% dos indivíduos relataram alguma intolerância, e os alimentos menos

aceitos foram a carne (40,8%), o arroz (12,5%) e os doces (5,8%).

De modo geral, essa intolerância está presente no primeiro ano de pós-

operatório, principalmente nos seis primeiros meses, tendendo a desaparecer após

cinco anos (SUTER et al., 2007).

Frequentemente, o consumo de alimentos que causam intolerância resulta em

dor epigástrica, náuseas e vômitos (RUBIO & MORENO, 2007). Além disso, a exclusão

e a substituição desses alimentos podem ser causas de deficiências (DAVIES et al.,

2007).

2.4.2 Deficiências nutricionais

A deficiência proteica é pouco comum em pacientes submetidos à DGYR, sendo

identificada em 4,7% dos pacientes (FAINTUCH et al., 2004). Os principais sinais

envolvem a hipoalbuminemia (albumina < 3,5g/dL), o edema e a alopécia (DAVIES et

al., 2007). Outras consequências como declínio da função imunológica, fraqueza

muscular, apatia e perda excessiva de massa magra também podem estar presentes

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(PONSKY et al., 2005). Essa deficiência tem como principais causas o

comprometimento da absorção proteica após a DGYR e a intolerância a alimentos

fontes de proteínas (carnes e laticínios), que leva à diminuição do consumo desse

macronutriente (DAVIES et al., 2007).

A redução de ferro e a consequente anemia estão entre as deficiências mais

comuns após a derivação gástrica, sendo prevalente em 16% dos pacientes (BROLIN

& LEUNG, 1999). As principais causas envolvem: a redução na produção do ácido

clorídrico pelo remanescente gástrico, o que diminui a conversão do ferro férrico em

ferroso, que é mais bem absorvido; a exclusão do duodeno e do jejuno proximal, sítio

de absorção primário desse micronutriente (DAVIES et al., 2007); e a ingestão

deficiente de alimentos ricos em ferro, como as carnes (RUBIO & MORENO, 2007).

A manifestação da anemia ferropriva ocorre em três estágios. No primeiro, há

depleção dos estoques do mineral. No segundo estágio, a deficiência de ferro é

referida com eritropoiese-ferro-deficiente. Caracteriza-se por alterações bioquímicas

que refletem a insuficiência de ferro para produção normal de hemoglobina e de outros

compostos férricos, ainda que a concentração de hemoglobina não esteja reduzida. O

terceiro estágio caracteriza-se pela diminuição dos níveis de hemoglobina, acarretando

prejuízos funcionais ao organismo. Podem aparecer sintomas como fraqueza,

diminuição da capacidade respiratória e tontura (PAIVA et al., 2000). A suplementação

é capaz de prevenir essa deficiência. Em alguns casos, quando esta persiste, faz-se

necessária suplementação adicional de sulfato ferroso, associado ao ácido ascórbico

(ALVAREZ-LEITE, 2004).

A deficiência de vitamina B12 é causada pela diminuição da absorção

consequente à redução do fator intrínseco e à baixa ingestão de alimentos fonte dessa

vitamina (RUBIO & MORENO, 2007). Embora exista considerável estoque de B12 no

organismo, cerca de 2000mcg, a deficiência é comum em pacientes após um ano de

operação (ALVAREZ-LEITE, 2004). A deficiência assintomática pode ocorrer por

longos períodos antes do aparecimento de sintomas ou sinais clínicos. As principais

manifestações envolvem anemia megaloblástica e sintomas neurológicos (PANIZ et al.,

2005). BROLIN & LEUNG (1999) estimaram que 12% dos pacientes submetidos à

DGYR apresentam esse tipo de deficiência. Recomenda-se a administração parenteral

ou suplementação oral da vitamina e a constante monitoração dos níveis séricos

(RUBIO & MORENO, 2007).

A deficiência de folato é menos prevalente que a de vitamina B12, sendo

decorrente da redução na ingestão alimentar. Pode ser facilmente prevenida e tratada

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com suplementação multivitamínica (ALVAREZ-LEITE, 2004; DAVIES et al., 2007;

RUBIO & MORENO, 2007).

A deficiência de tiamina (vitamina B1) está ligada principalmente aos frequentes

episódios de vômitos, à redução da ingestão alimentar ou à redução da produção de

ácido pelo remanescente gástrico (ALVAREZ-LEITE, 2004). As manifestações

envolvem principalmente quadros de polineuropatia, ataxia, confusão e sonolência

(PARKES, 2006). A incidência é pequena e a administração de suplemento é capaz de

corrigir os sintomas (DAVIES et al., 2007).

Pacientes submetidos à DGYR estão propensos a sofrer redução da massa

óssea. Isso se deve à menor absorção da vitamina D e menor consumo e absorção do

cálcio (PEREIRA et al., 2007). A deficiência do cálcio estimula a produção do

paratormônio (PTH) que causa aumento da produção do 1,25-dihidroxivitamina D,

aumentando a reabsorção de cálcio dos ossos. Em longo prazo, esse processo pode

aumentar o risco de osteoporose (ALVAREZ-LEITE, 2004). Doenças osteometabólicas

encontradas em pacientes operados incluem hiperparatireoidismo secundário,

osteoporose e osteomalácia (DINIZ et al., 2004c)

É recomendável a monitoração sérica periódica de cálcio, fósforo, fosfatase

alcalina, PTH e 25-hidroxivitamina D. Incentivar o consumo de cálcio e prescrever sua

suplementação (1,2 a 1,5g/dia), assim como, a de vitamina D (400 a 800UI/dia) são

condutas que também devem ser adotadas (ALVAREZ-LEITE, 2004; RUBIO &

MORENO, 2007).

Juntamente com a vitamina D, outras vitaminas lipossolúveis (vitamina A, E e K)

podem também ter suas absorções diminuídas. Porém, pacientes que fazem uso de

suplementação vitamínica, raramente apresentam deficiências dessas vitaminas

(DAVIES et al., 2007).

2.4.3 Perda ponderal no pós-operatório

A perda mínima de 50% do excesso de peso define o sucesso da cirurgia

bariátrica (MECHANICK et al., 2008).

A redução de peso acontece em maior intensidade no primeiro ano após a

operação. Entre dois e três anos, ainda ocorre perda de peso em alguns pacientes,

porém em menor quantidade, e outros já entram em fase de manutenção do peso

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perdido. Após três anos de operação, os pacientes praticamente não perdem mais

peso, muitos mantêm e alguns podem, até mesmo, voltar a engordar (FUJIOKA, 2005;

GUIMARÃES et al., 2006).

De acordo com estudo de meta-análise, a perda do excesso de peso (PEP) dos

pacientes submetidos à DGYR variou entre 56,7% e 66,5% em dois anos de pós-

operatório (BUCHWALD et al., 2004).

Vários estudos confirmam essas afirmações. Pesquisa realizada por

PAPAPIETRO et al. (2005) acompanhou por três anos os pacientes submetidos à

DGYR e observou que a perda do excesso de peso foi de 68,3% no primeiro ano e

depois desse período não houve mais redução significativa. CHRISTOU et al. (2006)

acompanharam pacientes por mais de 10 anos e encontraram que a maior perda do

excesso de peso foi de 89%, observada dois anos e meio após a DGYR. Essa taxa

declinou significantemente para 68,1%, 12 anos após o procedimento cirúrgico.

QUADROS et al. (2007) encontraram redução de 60,9%, notoriamente maior no

primeiro semestre e, CARRASCO et al. (2007) demonstraram redução de 59,7% do

excesso de peso nos primeiros seis meses de pós-operatório.

Apesar da substancial perda de peso, a reaquisição de peso ao longo do tempo

é significativa (CHRISTOU et al., 2006; SHAH et al., 2006; FARIA et al., 2008).

MAGRO et al. (2008) observaram essa reaquisição em aproximadamente 50% dos

pacientes em dois anos após a operação.

Os mecanismos dessa recidiva de peso estão associados a várias questões.

Uma delas é o aumento da ingestão que ocorre paulatinamente ao longo do tempo e

pode ser atribuído à melhora da intolerância e ao abuso de alimentos com alta

densidade calórica e bebidas alcoólicas. A dilatação do reservatório gástrico, embora

pouco comum, o sedentarismo, a redução da taxa metabólica basal e as alterações nos

níveis de hormônios como grelina e peptídio YY, que atuam no controle da saciedade,

também podem contribuir para a reaquisição de peso (SHAH et al., 2006; DECKER et

al., 2007; MECHANICK et al., 2008).

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2.4.4 Mudanças no quadro clínico

O tratamento cirúrgico para a obesidade tem-se mostrado bastante eficiente na

melhora e cura das doenças associadas à obesidade, fato que tem sido comprovado

por vários estudos (WARDÉ-KAMAR et al., 2004; BUCHWALD et al., 2004; SUTER et

al., 2006; PAJECKI et al., 2007)

DINIZ et al. (2004c) mostraram significativa melhora do controle glicêmico após

a DGYR, observando redução nos níveis de glicohemoglobina e descontinuação no

uso de anti-diabéticos e de insulina.

Segundo estudo realizado por PAPAPIETRO et al. (2005), dos pacientes

avaliados no pré-operatório, 66% apresentou alguma morbidade associada. Após a

DGYR, 97% dos indivíduos mostraram melhora no quadro de diabetes, 88% na

dislipidemia e 56,2% na hipertensão.

PERRY et al. (2008) encontraram resultados semelhantes. Após dois anos de

pós-operatório a incidência do diabetes foi reduzida em 14,1%, da apneia obstrutiva do

sono em 5,3%, da hipertensão em 17,7%, e da hiperlipidemia em 14,8%. Esses

resultados foram comparados com aqueles advindos do grupo controle, formado por

pacientes obesos graves não submetidos ao tratamento cirúrgico.

Outro estudo, realizado na Santa Casa de Belo Horizonte/MG, encontrou

resolução da dislipidemia em 73,9% dos casos após a DGYR (SILVA & SANCHES,

2005).

Essas melhoras são atribuídas principalmente à redução da adiposidade e à

melhora na resistência à insulina, que estão ligadas ao decréscimo de mediadores

inflamatórios e às alterações nos níveis séricos de alguns hormônios como grelina,

adiponectina e leptina (BUCHWALD et al., 2004; PAPAPIETRO et al., 2005;

CARRASCO et al., 2007).

Esse fato foi confirmado por GELONEZE & PAREJA (2006) que encontraram

correlação positiva entre a resistência à insulina e o impacto metabólico da operação.

LIOU et al. (2008) encontraram significativa redução após um ano de operação (82,5%)

do índice HOMA (Homeostasis Model of Assessment) capaz de estimar a resistência à

insulina.

A cura e a melhora dessas doenças associadas à obesidade podem ser

observadas em curto prazo. Mais estudos em longo prazo fazem-se necessários para

avaliar suas reincidências (GELONEZE & PAREJA, 2006).

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2.4.5 Mudanças na qualidade de vida

O sucesso do tratamento cirúrgico para a obesidade grave não deve basear-se

apenas na perda de peso e na melhora das doenças associadas, mas também em

mudanças na qualidade de vida (ORIA & MOOREHEAD, 1998).

Em decorrência da falta de padrões para comparação e o uso de diferentes

parâmetros, é grande a dificuldade em avaliar essas mudanças. Com o objetivo de

padronizar a avaliação de funções e de qualidade de vida desses pacientes, ORIA &

MOOREHEAD, em 1998, desenvolveram sistema de análise conhecido por BAROS

(Bariatric Analysis and Reporting Outcome System).

O BAROS inclui perguntas sobre perda do excesso de peso, melhora das

comorbidades e qualidade de vida. As mudanças na qualidade de vida são avaliadas

por meio do questionário Moorehead-Ardelt que inclui questionamentos sobre

autoestima, capacidade para realizar atividade física, envolvimento social, capacidade

para trabalhar e interesse por sexo. A análise dos resultados é feita atribuindo pontos

aos três principais aspectos: perda do excesso de peso, melhora das comorbidades e

qualidade de vida (Questionário Moorehead-Ardelt). De acordo com a pontuação final,

os pacientes são classificados quanto ao resultado da operação em ruim, regular, bom,

muito bom e excelente.

O BAROS foi aplicado por SUTER et al. (2006) em 466 pacientes que foram

acompanhados por quatro anos após tratamento cirúrgico. O estudo demonstrou

drástica melhora na qualidade de vida. No terceiro ano de acompanhamento pós-

operatório, 77,1% dos pacientes foram classificados nas categorias excelente ou muito

bom. Entretanto maiores valores foram encontrados no primeiro ano.

Esse sistema foi também utilizado por SANCHEZ-SANTOS et al. (2006) para

avaliar pacientes com mais de cinco anos da DGYR. Os resultados obtidos foram: 22%

excelente, 56% muito bom, 18% bom, 2% regular e 2% ruim.

Embora não tenham utilizado esse questionário, VILLELA et al. (2004) também

avaliaram as mudanças na qualidade de vida desses pacientes. Estes autores

encontraram, um ano após a operação, melhora em todos os itens avaliados:

habilidades funcionais, aspectos físicos, psicológicos e sociais.

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2.4.6 Mortalidade e complicações no pós-operatório

Apesar do alto risco cirúrgico, as taxas de mortalidade e de complicações no

pós-operatório são baixas (MECHANICK et al., 2008). A média de internação hospitalar

após a operação é de quatro a oito dias e a mortalidade é menor que 1% (FISHER &

SCHAUER, 2002).

Complicações cirúrgicas mais graves ocorrem, geralmente, nos primeiros trinta

dias após a operação e as taxas variam entre 3% e 20% (FISHER & SCHAUER, 2002).

As principais complicações precoces incluem seroma, infecção da ferida incisional,

atelectasia, peritonite, embolia pulmonar, hérnia, fístulas, entre outras (SUTER et al.,

2006; MARTINS-FILHO et al.,2008).

Complicações médicas e nutricionais, em médio e longo prazo, envolvem

alopécia, vômitos, desidratação, constipação e síndrome de dumping. Distúrbios

psiquiátricos como depressão, psicose, anorexia nervosa e bulimia são também

comuns (ORIA & MOOREHEAD, 1998).

Alopécia é frequentemente vista no primeiro semestre de pós-operatório,

podendo estar relacionada à deficiência de zinco e ao estresse causado pela rápida

perda de peso, que afeta o ciclo de crescimento do cabelo. De modo geral, após um

ano, o crescimento é normalizado sem intervenção (FUJIOKA, 2005).

Vômitos e náuseas são, geralmente, causados pela mastigação inadequada e

pela ingestão superior à capacidade gástrica. Podem, também, ser desencadeados

pelo consumo de alimentos não tolerados (RUBIO & MORENO, 2007). Quando

persistentes após meses de operação deve-se considerar possibilidade de estenose e

obstrução (FUJIOKA, 2005; PARKES, 2006). Esse distúrbio foi relatado por 7,88% dos

pacientes até um ano após a operação (QUADROS et al., 2007).

A síndrome de dumping é caracterizada por resposta do organismo à rápida

chegada de líquido hiperosmolar ao intestino, causada pela ingestão de alimentos com

alta concentração de açúcar simples. A entrada dessa solução hipertônica no intestino

provoca alterações no volume plasmático e na secreção hormonal. Os sintomas

abrangem taquicardia, sudorese, diarreia, náuseas, tontura (dumping precoce – 10 a 30

minutos) e hipoglicemia (dumping tardio – 90 a 180 minutos) (SCHÖLMERICH, 2004).

De certa maneira, considera-se os sintomas do dumping eficazes para o tratamento,

pois, uma vez acometido pelos sintomas, o paciente não mais ingere alimentos que

contêm açúcar, doces, balas etc (PARKES, 2006). De acordo com QUADROS et al.

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(2007), essa síndrome esteve presente em 4,85% dos pacientes no primeiro ano pós-

operatório.

A baixa ingestão de alimentos ricos em fibras, gordura e líquidos pode ser causa

do aparecimento de constipação intestinal, relatada por 2,42% dos pacientes após um

ano de operação. Essa condição pode ser agravada pelo uso de sulfato ferroso e

carbonato de cálcio (QUADROS et al., 2007; RUBIO & MORENO, 2007).

2.5 Recomendações dietéticas no pós-operatório

Durante as quatro primeiras semanas após o procedimento cirúrgico, a

consistência da dieta deve estar alterada. Nas duas primeiras semanas, o paciente

deve seguir dieta líquida e em pequenos volumes (50mL), tendo como principal objetivo

o repouso gástrico, a adaptação e a hidratação. Não é permitido o uso do açúcar para

se evitar a síndrome de dumping (McMAHON et al., 2006)

Na terceira semana, já se pode evoluir para dieta pastosa, incluindo preparações

liquidificadas, cremes e papas. Essa fase deve ser acompanhada cuidadosamente para

evitar desconfortos digestivos como náuseas, dor e vômitos (PARKES, 2006; RUBIO &

MORENO, 2007;)

A partir de um mês de operação, a consistência da dieta passa a ser normal. Os

pacientes devem ser orientados a escolher alimentos nutritivos, com boas fontes de

cálcio, de ferro e de vitaminas. É importante estar atento àqueles alimentos que

causam algum desconforto (PARKES, 2006).

É imprescindível também orientar sobre a importância da mastigação dos

alimentos, pois a deglutição de grandes pedaços ou de alimentos inadequados como

carnes dura, bagaços e vegetais fibrosos pode ocasionar obstrução gastrointestinal

(BULT et al., 2008)

Adequado consumo de proteína e de energia é necessário para a manutenção

da massa muscular. Quando as necessidades não são atingidas, os pacientes podem

sentir fraqueza e desenvolver deficiências nutricionais (PONSKY et al., 2005). A

recomendação proteica é de, no mínimo, 60g a 70g por dia (PONSKY et al., 2005;

PARKES, 2006). Em relação ao conteúdo energético, é recomendada ingestão máxima

de 800 kcal/dia nos três primeiros meses e entre 1000 kcal/dia e 1500 kcal/dia a partir

dos seis meses (RUBIO & MORENO, 2007).

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É importante estar atento ao consumo de líquidos para prevenção de

desidratação, constipação, infecção urinária, nefrolitíase e hiperuricemia. A ingestão

deve ser feita ao longo do dia, em pequenas quantidades e em horários diferentes das

refeições (PONSKY et al., 2005; PARKES, 2006). Deve-se evitar o consumo de

líquidos de alto valor calórico, ricos em açúcar e gordura (PARKES, 2006).

Para prevenção da síndrome de dumping, os pacientes devem ser encorajados

a consumir refeições em menor quantidade e com maior frequência, assim como evitar

doces e líquidos adoçados com açúcar (HIRSCHFEID & STOERNELL, 2004). Para se

prevenir vômitos e náuseas, deve-se orientar a mastigação adequada, a ingestão

fracionada das refeições e faz-se necessário evitar os alimentos que causam algum

tipo de intolerância (PARKES, 2006).

Em relação aos micronutrientes, segundo PARKES (2006), é indicado que se

siga o preconizado pelas DRIs (Dietary Reference Intakes). Entretanto, em geral,

apenas o consumo de alimentos não é capaz de suprir todas as necessidades, devido

à restrição alimentar e à má-absorção. Recomenda-se suplementação multivitamínica e

multimineral para todos os pacientes (COLOSSI et al., 2008).

2.6 Acompanhamento nutricional

O acompanhamento regular nos períodos pré e pós-operatório por equipe

multidisciplinar, incluindo, pelo menos, médicos, cirurgiões, psicólogos e nutricionistas,

tem o intuito de amenizar as complicações e os riscos nutricionais inerentes à

operação, além de propiciar adequada perda de peso e melhora das comorbidades

(McMAHON et al., 2006)

A reeducação alimentar auxilia na perda de peso e resulta em menores taxas de

complicações, tendo os nutricionistas importante papel para o efetivo tratamento desse

grupo de pacientes (BUKOFF & CARLSON, 1981). É importante ressaltar que esse

seguimento deve ser feito ao longo da vida (PARKES, 2006). Segundo estudo

realizado por QUADROS et al. (2007), somente 67,8% dos pacientes fizeram

acompanhamento nutricional nos dois primeiros anos do pós-operatório.

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2.7 Avaliação dos pacientes no pós-operatório

2.7.1 Avaliação dietética

Avaliação qualitativa e quantitativa

A fim de promover melhor evolução no pós-operatório é necessário avaliar a

ingestão alimentar dos pacientes, considerando aspectos quantitativos e qualitativos do

consumo e dos hábitos alimentares (QUADROS et al., 2007). Diferentes métodos,

técnicas e instrumentos têm sido utilizados para a obtenção dessas informações e o

conjunto de procedimentos metodológicos utilizado é denominado inquérito dietético.

Os inquéritos podem ser quantitativos ou qualitativos (VASCONCELOS, 2007).

Os inquéritos quantitativos como o recordatório de 24h (R24) e o registro

alimentar objetivam conhecer a quantidade calórica, os macronutrientes e os

micronutrientes consumidos pelo entrevistado (FONTANIVE et al., 2007;

VASCONCELOS, 2007).

No recordatório de 24 horas são coletados dados de toda a ingestão alimentar

do indivíduo nas últimas 24 horas. É simples e fácil de ser aplicado e suas limitações

incluem a dependência da memória do paciente, a tendência em super-relatar baixa

ingestão e sub-relatar alta ingestão e, também, a difícil caracterização do tamanho das

porções. Outro problema é a estimação de apenas um dia, o que pode não caracterizar

a ingestão habitual (FONTANIVE et al., 2007).

O registro alimentar consiste no registro de todos os alimentos e bebidas

consumidos em determinado período de tempo. Os dados são anotados em casa pelo

paciente ou acompanhante, como um diário alimentar. O número de dias varia, sendo

comum a realização de três, cinco ou sete dias. É importante que seja incluído pelo

menos um dia do final de semana, por ser dia geralmente atípico (FONTANIVE et al.,

2007).

As vantagens apresentadas por esse método incluem a facilidade da realização

do registro em casa, não necessitando da memória do paciente, além de poder

abranger vários dias e, com isso, caracterizar melhor os hábitos alimentares. Porém é

preciso que o paciente esteja bem instruído sobre a forma exata de preencher os

registros, sendo necessário que ele seja alfabetizado (FONTANIVE et al., 2007).

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43

Os inquéritos qualitativos como a anamnese alimentar e o questionário de

frequência de consumo alimentar (QFCA) têm como objetivo obter informações sobre a

qualidade da dieta e dos alimentos consumidos, o que possibilita a identificação de

padrões e hábitos alimentares do paciente (SLATER et al., 2003).

Atualmente, os questionários de frequência de consumo alimentar são

importantes ferramentas em estudos epidemiológicos nutricionais (CADE et al., 2004).

O QFCA consiste em lista de itens alimentares para os quais os indivíduos devem

indicar a frequência do consumo em período de tempo pré-determinado. São

estabelecidas categorias com o objetivo de caracterizar a ingestão (PEREIRA &

KOIFMAN, 1999). Várias categorias podem ser definidas e de modo geral incluem:

frequência diária, semanal, mensal, raramente e nunca (CADE et al., 2004). Podem-se,

também, incluir as porções médias de consumo informadas, por exemplo: cinco

unidades de biscoito, meio copo de leite desnatado, uma unidade de pão francês.

Nesse caso, o questionário desenvolvido é considerado semiquantitativo (FURLAN-

VIEBIG & PASTOR-VALERO, 2004).

Não há QFCA padrão, a lista de alimentos deve ser elaborada a partir da

identificação dos alimentos capazes de prover informações específicas para a situação

que se deseja estudar (SLATER et al., 2003; CADE et al., 2004).

Esse inquérito apresenta diversas vantagens como simplicidade, praticidade e

baixo custo. Entretanto é necessário que o seu desenvolvimento seja cuidadoso para

garantir a confiabilidade e a precisão dos dados. Os erros de medição próprios dos

métodos constituem a principal fonte de viés (SLATER et al., 2003). A dependência da

memória e o tempo gasto com a aplicação são outras limitações (FONTANIVE et al.,

2007).

Em relação à precisão no relato do consumo alimentar, percebe-se que há maior

facilidade em relatar os alimentos usados com maior e menor frequência, enquanto

aqueles consumidos com frequência intermediária são recordados com maior

dificuldade (PEREIRA & KOIFMAN, 1999).

Cada método apresenta vantagens e desvantagens, não existindo um capaz de

mensurar o consumo alimentar sem erros. É importante que se leve em consideração

as fontes errôneas, o propósito da situação, os recursos disponíveis e a população alvo

ao definir qual o inquérito a ser utilizado e ao avaliar os resultados (DUARTE &

CASTELLANI, 2002; CADE et al., 2004). O uso simultâneo do questionário de

frequência de consumo alimentar e do recordatório de 24 horas possibilita cruzar as

informações e obter resultados mais precisos (HAMMOND, 2002).

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Com o intuito de avaliar a sub e super estimação pelo recordatório de 24 horas e

pelo questionário de frequência de consumo alimentar, TOOZE et al. (2004) avaliaram

os relatos de 484 homens e mulheres, comparando os resultados com o gasto

energético desses indivíduos. Os pesquisadores concluíram que o consumo energético

foi subestimado em 11% no R24 e em 30% no QFCA pelos homens, em 17% no R24 e

em 34% no QFCA pelas mulheres. Aproximadamente 20% dos indivíduos

subestimaram os relatos no recordatório de 24 horas, enquanto 1,6% dos homens e

1,0% das mulheres superestimaram.

Vários estudos compararam o QFCA e o recordatório de 24 horas com a

intenção de estabelecer diferenças entre os métodos. BRUNNER et al. (2001)

concluíram que os dois métodos mostraram concordância satisfatória, embora o QFCA

tenha superestimado o consumo energético das mulheres em 10% e o consumo de

alguns micronutrientes nos dois grupos. TOMITA & CARDOSO (2002) não observaram

diferenças significativas no consumo alimentar inferido pelos dois inquéritos, resultados

semelhantes aos encontrados por RITTER-GOODER et al. (2006).

Avaliação de micronutrientes

A avaliação da prevalência de inadequação de micronutrientes é realizada

calculando-se a ingestão e comparando-a com padrões de referência. Essas

referências abrangem as Ingestões Dietéticas de Referência (Dietary Reference

Intakes - DRIs), que compreendem estimativas quantitativas para o planejamento e a

avaliação de dietas de populações saudáveis (SLATER et al., 2004).

As DRIs englobam quatro valores de referência de ingestão de nutrientes, com

maior abrangência do que as antigas RDAs (Recommended Dietary Allowances). Isto

porque, para a construção dos limites das DRIs, foram considerados, além da ausência

de sinais de deficiência, o risco de redução de doenças crônicas não transmissíveis.

Foram também incluídas as recomendações para que a ingestão diária não ultrapasse

limite máximo para prevenir riscos de efeitos adversos. Dentro das recomendações das

DRIs encontram-se os valores das RDAs, EARs (Estimated Average Requirement), AIs

(Adequate Intake) e ULs (Tolerable Upper Intake Level) (ILSI BRASIL, 2001).

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45

2.7.2 Avaliação antropométrica

A antropometria envolve a obtenção de medidas de um indivíduo e sua relação

com padrão que reflita seu crescimento e desenvolvimento (HAMMOND, 2002). É

método de baixo custo, utiliza técnicas não invasivas, os resultados são aferidos

rapidamente e as informações obtidas podem refletir o histórico do estado nutricional

do paciente (DUARTE et al., 2007).

Métodos não invasivos para avaliação da composição corporal incluem peso,

medidas de circunferência, índice de massa corporal (IMC), pesagem hidrostática,

pletismografia, impedância bioelétrica, entre outros (RICCIARDI & TALBOT, 2007).

Entretanto, apesar de simples, os métodos antropométricos apresentam

limitadas aplicações nos obesos, pela incapacidade de acomodar o enorme tamanho

físico desses indivíduos. Além disso, a utilização de alguns métodos torna-se

tecnicamente difícil e limitada em decorrência da falta de padrões de referência, visto

que as equações não foram desenvolvidas para esse grupo de indivíduos, não

existindo um método confiável (DAS, 2005; HORIE et al., 2008).

A medida antropométrica mais utilizada é o peso corporal, sendo indicador

básico e importante na prática clínica. Porém o peso representa a soma de todos os

compartimentos do organismo, consequentemente, alterações nessa medida não

especificam qual compartimento corporal foi acometido (FONTANIVE et al., 2007).

Para avaliação de adequação do peso corporal, a medida do IMC (Índice de

Massa Corporal), definido como peso (kg) dividido pela altura ao quadrado (m)2, é o

parâmetro mais aceito na prática clínica e recomendado pela OMS. É simples de ser

calculado e os mesmos valores de referência podem ser utilizados para ambos os

sexos (JAMES, 2004).

Todavia conhecer apenas o peso corporal e o IMC não permite distinção entre

os diferentes compartimentos corporais. Esse conhecimento, principalmente em

obesos, propicia a identificação dos riscos de desenvolver comorbidades e têm

importante papel no acompanhamento de programas de perda de peso, especialmente

após tratamento cirúrgico (RICCIARDI & TALBOT, 2007; HORIE et al., 2008).

A utilização da impedância bioelétrica (BIA) para estimação da composição

corporal tem aumentado devido às vantagens apresentadas pelo método. Trata-se de

equipamento portátil, seguro, não invasivo e os resultados são rapidamente obtidos

(KYLE et al., 2004a; RICCIARDI & TALBOT, 2007; HORIE et al., 2008).

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A análise por impedância bioelétrica assume que o corpo humano comporta-se

como condutor cilíndrico de composição homogênea, capaz de gerar resistência

específica constante à passagem de corrente elétrica. Os tecidos corporais livres de

gordura não oferecem resistência à passagem da corrente e os outros tecidos

oferecem dois tipos de resistência: uma denominada reactância e outra resistência,

sendo o termo impedância utilizado para descrever a combinação das duas. A BIA

permite a determinação da massa livre de gordura e da quantidade total de água; a

quantidade de gordura corporal é determinada pela diferença (KYLE et al., 2004a).

A avaliação é realizada por meio de eletrodos fixados nos membros inferiores e

superiores que formam circuito por onde será transmitida a corrente (KYLE et al.,

2004a).

A BIA apresenta bons resultados em indivíduos saudáveis e portadores de

doenças crônicas, utilizando-se equações validadas e apropriadas para idade, sexo e

raça. Entretanto, nos obesos, a geometria corporal e a distribuição da água no corpo

são diferentes. Esses fatores possuem efeitos na validade do método, podendo

influenciar os resultados. Os valores obtidos pela BIA tendem a subestimar o

percentual de gordura e a superestimar o percentual de massa livre de gordura nos

obesos. Mudanças individuais menores que 1kg a 2kg de água corporal total ou 2kg a

3kg de massa livre de gordura, podem não ser detectadas com fidedignidade

(DEURENBERG, 1996).

Apesar dessas dificuldades com o uso clínico da BIA, vários estudos utilizaram

esse método para avaliar a composição nos obesos. GUIDA et al. (2005) avaliaram 20

mulheres obesas submetidas à cirurgia bariátrica. No pré-operatório a massa gorda

média encontrada foi de 61,3kg e a massa magra 59.1kg. Dois anos após a operação,

a massa gorda foi 30,7kg e a massa magra 55,3kg. NEOVIUS et al. (2007) estudaram

106 mulheres obesas e encontraram percentual de massa gorda de 40,8%.

PALAZUELOS-GENIS et al. (2008) utilizaram a impedância bioelétrica para analisar a

massa gorda e a massa magra em 50 pacientes antes e após a derivação gástrica em

Y de Roux. O percentual de massa gorda antes da operação foi de 47,7 ± 5,1% e um

ano depois foi de 28,8 ± 8%.

Em adição ao percentual total de massa gorda, o padrão de distribuição da

gordura, central ou periférica, também corresponde a fator de risco independente para

complicações metabólicas (JAMES, 2004; RICCIARDI & TALBOT, 2007).

A obesidade abdominal pode ser avaliada pela aferição da circunferência da

cintura. Esta tem significativa correlação com a resistência à insulina, o diabetes melito

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tipo II e as doenças cardiovasculares (MISRA et al., 2005; GÓMEZ-AMBROSI et al.,

2007), bem como com o aumento da mortalidade (MASON et al., 2008).

Durante os últimos 10 anos ou mais, aceitou-se que a relação cintura/quadril

(medida da circunferência da cintura dividida pela medida da circunferência do quadril),

maior que 1,0 em homens e maior que 0,85 em mulheres, indica acúmulo de gordura

intra-abdominal. Entretanto estudos sugerem que a circunferência da cintura isolada

pode fornecer correlato mais real entre a distribuição de gordura central e as doenças

crônicas. Isso, porque, alguns indivíduos podem ter tanto a circunferência da cintura

quanto a circunferência do quadril aumentadas proporcionalmente, mantendo a relação

cintura/quadril adequada (DUARTE et al., 2007).

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48

3 PACIENTES E MÉTODOS

3.1 Delineamento do estudo e seleção dos pacientes

Este estudo foi realizado no Ambulatório Borges da Costa do Hospital das

Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais, em Belo

Horizonte e tratou-se de coorte retrospectiva.

O projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade

Federal de Minas Gerais, bem como ao Departamento de Ensino, Pesquisa e Extensão

do Hospital das Clínicas/UFMG e aprovado sob os pareceres ETIC 38/08 e 017/08,

respectivamente.

Os critérios de inclusão dos pacientes selecionados para o estudo foram: ter

idade igual ou superior a 18 anos, possuir ou ter possuído IMC ≥ 35kg/m2 associado a

alguma doença ou IMC ≥ 40kg/m2 e ter sido submetido ao procedimento cirúrgico de

derivação gástrica em Y de Roux para tratamento da obesidade.

Foram excluídos pacientes que se submeteram a outros tipos de tratamento

cirúrgico para obesidade ou com idade inferior a 18 anos.

3.1.1 Coleta dos dados

Os dados foram coletados de março a outubro de 2008, pela pesquisadora e por

outras duas nutricionistas devidamente treinadas. A coleta aconteceu sempre às

quartas-feiras, horário reservado ao Ambulatório de Nutrição.

Os pacientes participaram da pesquisa de três diferentes formas: 1- alguns

foram avaliados no dia da consulta previamente agendada no Ambulatório de Nutrição;

2- outros foram avaliados enquanto aguardaram a consulta com a equipe de

endocrinologia e; 3- outros foram contatados por telefone e convidados a comparecer

ao ambulatório para avaliação.

Todos os pacientes foram esclarecidos sobre a relevância do estudo e quais os

procedimentos a serem realizados, caso aceitassem participar da pesquisa, sendo

incluídos os que concordaram e assinaram o Termo de consentimento livre e

esclarecido (Apêndice A).

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A avaliação foi constituída por questionário para identificação do paciente

(Apêndice B), contendo dados pessoais, avaliação dietética, antropométrica, clínica,

bioquímica, dados socioeconômicos e mudanças na qualidade de vida (Questionário

Moorehead-Ardelt). Avaliou-se também se o paciente fez ou não acompanhamento

nutricional durante o pós-operatório.

Todos os itens foram questionados diretamente com o paciente, à exceção dos

exames laboratoriais que foram obtidos a partir do prontuário, e da avaliação

antropométrica, realizada logo após a coleta dos dados.

Os pacientes foram distribuídos em quatro grupos para efeito de comparações

entre variáveis de interesse do estudo, de acordo com o tempo de pós-operatório:

GRUPO 1: até um ano

GRUPO 2: de um até dois anos

GRUPO 3: de dois até cinco anos

GRUPO 4: mais de cinco anos

3.2 Métodos

3.2.1 Avaliação dietética

A avaliação dietética envolveu aspectos qualitativos e quantitativos. A avaliação

qualitativa teve como base o questionário de frequência de consumo alimentar (QFCA),

além de questionamento sobre número de refeições diárias, consumo hídrico, consumo

de bebida alcoólica e intolerâncias alimentares. A avaliação quantitativa foi feita pelo

recordatório de 24 horas (R24).

Avaliação qualitativa

Os hábitos alimentares do paciente foram avaliados pelo questionamento do

número de refeições diárias realizadas, sendo consideradas para efeito de

categorização: uma ou duas, três ou quatro, cinco ou seis. O consumo médio de água

foi categorizado em: menor que um litro, de um a dois litros e maior que dois litros.

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O consumo de bebida alcoólica foi classificado em: nunca, eventual, semanal e

diário. A quantidade foi avaliada em número de doses, considerando-se uma dose de

bebida destilada igual a 50mL e de bebida fermentada, 350mL, aproximadamente.

As intolerâncias alimentares presentes no pós-operatório foram consideradas

com base na resposta do paciente sobre quais alimentos causavam algum desconforto

(p. ex.: vômitos, náuseas ou mal-estar) após a ingestão. Foram incluídos os seguintes

alimentos:

- Álcool; - Pão;

- Bebida gasosa; - Feijão;

- Suco concentrado; - Doces;

- Leite; - Carne bovina;

- Alimentos sólidos; - Carne suína;

- Frutas; - Carne de frango;

- Vegetais folhosos; - Peixes e frutos do mar;

- Verduras; - Carne moída;

- Farináceos; - Massas;

- Arroz; - Outros.

- Frituras ou alimentos gordurosos;

A avaliação do consumo habitual contou com o questionário de frequência de

consumo alimentar semiquantitativo (QFCA) preenchido pelo responsável pela coleta

dos dados (Apêndice C). Os pacientes relataram qual a frequência de consumo de

cada alimento presente na lista e a quantidade, em medidas caseiras. A periodicidade

foi classificada em: uma vez por semana; duas vezes por semana; três vezes por

semana; quatro vezes por semana; cinco vezes por semana; seis vezes por semana;

diariamente; quinzenalmente; mensalmente ou nunca.

O questionário foi elaborado classificando os alimentos em grupos com

características nutricionais semelhantes:

- Leite e derivados; - Hortaliças;

- Carnes e ovos; - Frutas;

- Leguminosas; - Salgadinhos, doces e guloseimas;

- Carboidratos; - Óleos e gorduras.

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A análise dos dados do QFCA contemplou a quantidade relatada que foi

transformada em porções, adaptado de PHILIPPI et al. (1999) (Apêndice D). A

frequência relatada foi transformada em frequência de consumo semanal, como

demonstrado na Tabela 4. Posteriormente, para cada alimento, multiplicou-se o número

de porções pela frequência semanal, sendo esse valor posteriormente somado em

cada grupo. Obteve-se, então, o consumo semanal, em porções, para cada grupo de

alimentos.

Tabela 4: Transformação dos dados do QFCA para valores de frequência semanal

Frequência relatada no QFCA Valor de frequência semanal para análise

1 vez por semana 1

2 vezes por semana 2

3 vezes por semana 3

4 vezes por semana 4

5 vezes por semana 5

6 vezes por semana 6

7 vezes por semana (diário) 7

Quinzenal 0,5

Mensal 0,25

Nunca 0

Avaliação quantitativa

A avaliação quantitativa da ingestão alimentar foi realizada por meio do

recordatório alimentar de 24 horas (R24), no qual o paciente relatou todos os alimentos

e bebidas ingeridos no dia anterior. Foram registrados: o tipo, as quantidades em

medidas caseiras, a marca comercial e as preparações, assim como os horários em

que as refeições foram realizadas (DUARTE & CASTELLANI, 2002).

Posteriormente, os dados foram analisados no Software Dietpro5i (Agromídia

Software, Viçosa, Brasil), utilizando os alimentos da Tabela de Composição de

Alimentos (PHILIPPI, 2002). O consumo total de energia, macronutrientes e

micronutrientes foi avaliado. Todos os cálculos foram realizados pela pesquisadora.

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A distribuição percentual dos macronutrientes em relação ao valor calórico total

foi analisada considerando como adequados: ingestão de 50% a 60% de carboidratos e

25% a 30% de lipídios (RUBIO & MORENO, 2007). A ingestão proteica foi avaliada

segundo a quantidade em gramas, devendo ser superior a 60g/dia (PONSKY et al.,

2005; PARKES, 2006; RUBIO & MORENO, 2007). Foram avaliados os micronutrientes:

cálcio, ferro, tiamina (vitamina B1), cianocobalamina (vitamina B12), folato e zinco. O

consumo de micronutrientes provenientes dos suplementos alimentares não foi

considerado nos cálculos.

A prevalência de adequação para ingestão dos micronutrientes foi avaliada

segundo os pontos de corte das DRIs (Dietary Reference Intakes), considerando-se a

idade e o sexo do paciente. Os valores estão apresentados na Tabela 5.

Tabela 5: DRIs - Dietary Reference Intakes

Homens Mulheres

Cálcio 1000mg / 1200mg (> 51 anos) 1000mg / 1200mg (> 51 anos)

Ferro 8mg 18mg

Tiamina (B 1) 1,3mg 1,1mg

Vitamina B 12 2,4mcg 2,4mcg

Folato 400mcg 400mcg

Zinco 11mg 8mg

Fonte: National Academy of Sciences, 2004

3.2.2 Avaliação antropométrica

A avaliação antropométrica dos pacientes incluiu: altura, peso corporal, IMC,

circunferência da cintura, porcentagem de perda do excesso de peso (PEP),

reaquisição de peso e composição corporal por impedância bioelétrica.

O peso corporal foi mensurado em balança do tipo plataforma, marca Welmy®

com capacidade máxima para 300kg e subdivisão em 100g. A balança foi previamente

calibrada. O paciente subiu de costas para o equipamento, estando descalço, com o

mínimo de roupa possível, mantendo-se de pé no centro da plataforma e com os

braços ao longo do corpo (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2004).

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Para aferição da altura foi uti

com escala de 0,5cm. O paciente esteve

entre os pés, os braços estendidos ao longo do corpo e calcanhares juntos, tocando a

haste vertical do estadiômetro. A cabe

de Frankfort (JELLIFFE, 1968).

O IMC foi calculado

Esse índice foi calculado utilizando

e o peso atual, após aferição. Os valores encontrados foram classificados de

com o preconizado pela OMS

Para aferição da circunferência da cintura utilizou

milimetrada. O paciente est

menor circunferência da parte

(Figura 3). Essa conduta para aferição da circunferência foi estabelecida

pois o abdome em avental

medida conforme descrito na literatura

critérios para diagnóstico d

valores: ≥ 102cm (homens)

Figura 3: Local de aferição da circunferência da cintura, conforme estabelecido pela equipe

Para aferição da altura foi utilizado estadiômetro vertical, acoplado à balança,

escala de 0,5cm. O paciente esteve descalço, com o peso igualmente distribuído

entre os pés, os braços estendidos ao longo do corpo e calcanhares juntos, tocando a

haste vertical do estadiômetro. A cabeça esteve ereta e o olhar fixo no plano horizontal

(JELLIFFE, 1968).

O IMC foi calculado pela relação peso (kg) dividido pela altura (m) ao quadrado.

Esse índice foi calculado utilizando-se o peso pré-operatório, informado pelo paciente,

peso atual, após aferição. Os valores encontrados foram classificados de

MS (2000) e apresentados na Tabela 1.

Para aferição da circunferência da cintura utilizou-se fita métrica inextensível e

O paciente esteve em posição ereta e a medição foi realizada

menor circunferência da parte posterior passando pela cicatriz umbilical na parte frontal

a conduta para aferição da circunferência foi estabelecida

l impossibilita encontrar a menor circunferência

medida conforme descrito na literatura. A classificação foi realizada segundo os

nóstico da síndrome metabólica. Consideraram

) e ≥ 88cm (mulheres) (GRUNDY et al., 2005)

Local de aferição da circunferência da cintura, conforme estabelecido pela equipe

53

lizado estadiômetro vertical, acoplado à balança,

descalço, com o peso igualmente distribuído

entre os pés, os braços estendidos ao longo do corpo e calcanhares juntos, tocando a

ereta e o olhar fixo no plano horizontal

relação peso (kg) dividido pela altura (m) ao quadrado.

operatório, informado pelo paciente,

peso atual, após aferição. Os valores encontrados foram classificados de acordo

se fita métrica inextensível e

realizada a partir da

passando pela cicatriz umbilical na parte frontal

a conduta para aferição da circunferência foi estabelecida pela equipe,

impossibilita encontrar a menor circunferência e realizar a

A classificação foi realizada segundo os

a síndrome metabólica. Consideraram-se aumentados os

2005)

Local de aferição da circunferência da cintura, conforme estabelecido pela equipe

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54

A perda do excesso de peso (PEP) foi calculada segundo a equação

recomendada por DEITEL & GREENSTEIN (2003). Considerou-se como sendo

adequada a perda mínima de 50% (MECHANICK et al., 2008).

%��� � 100 � � �

Sendo:

PI = Peso corporal pré-operatório

PF = Peso corporal avaliado

EPI = Excesso de peso (peso pré-operatório – peso ideal)

O peso ideal foi definido a partir da Tabela da Metropolitan Life Foundation de

peso ideal para altura segundo o sexo e calculado pelas fórmulas apresentadas abaixo

(CONSENSO BRASILEIRO MULTISSOCIETÁRIO EM CIRURGIA DA OBESIDADE,

2006):

Homens: Peso Ideal = 61,2328 + [(A – 1,6002) x 53,5433]

Muheres: Peso Ideal = 53,975 + [(A – 1,524) x 53,5433]

A reaquisição de peso foi avaliada comparando o peso atual aferido com o peso

mínimo atingido após a operação e informado pelo paciente. Registrou-se se houve ou

não reaquisição de peso e qual foi o valor em quilogramas.

A composição corporal dos pacientes foi determinada por bioimpedância elétrica

(BIA) utilizando-se o monitor Biodynamics Modelo 310e Versão 8.01. Para realização

do teste, os pacientes foram solicitados a retirar sapatos, meias, brincos e outros

objetos metálicos. O paciente foi colocado em decúbito dorsal, com as pernas

afastadas e os braços ao longo do corpo (KYLE et al., 2004b). Foram afixados quatro

eletrodos, conforme demonstrado na Figura 4. Dois deles foram colocados no membro

inferior direito: o eletrodo distal (preto) na base do dedo médio e o eletrodo proximal

(vermelho) um pouco acima da linha da articulação do tornozelo, entre os maléolos

medial e lateral. Outros dois foram colocados no membro superior direito: o eletrodo

distal (preto) na base do dedo médio e o eletrodo proximal (vermelho) um pouco acima

da articulação do punho, coincidindo com o processo estiloide (BIODYNAMICS, 1999).

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55

Figura 4: Local de aplicação dos eletrodos para realização da BIA

Fonte: Biodynamics. Disponível em: <www.biodyncorp.com/product/310/electrodes_310.html>

Após a colocação dos eletrodos, foram inseridos no monitor o sexo, a idade, a

altura (cm) e o peso (kg). Após iniciado o teste, o equipamento emitiu corrente elétrica

de baixa intensidade (800µA – 50 kHz) que avaliou a resistência oferecida pelos vários

tecidos do organismo (BIODYNAMICS, 1999). A partir desse valor, o aparelho forneceu

os resultados de percentual de gordura, peso da massa gorda, peso da massa magra,

resistência e reactância, percentual de água e taxa metabólica basal (TMB).

3.2.3 Avaliação clínica

A avaliação clínica foi dividida em duas partes: história clínica antes da operação

e avaliação clínica atual. A história clínica envolveu doenças associadas, uso de

medicamentos e prática regular de atividade física. A avaliação atual envolveu, além

dos aspectos citados, uso de suplementos e presença de distúrbios gastrointestinais

(vômitos e náuseas, diarreia, constipação e síndrome de dumping).

Considerando-se que a obesidade afeta quase todos os órgãos do organismo,

em diferentes graus de gravidade, lista completa das comorbidades seria impraticável.

Portanto, para a avaliação clinica do paciente, as seguintes doenças foram

selecionadas: hipertensão arterial, diabetes melito tipo II, hiperuricemia, dislipidemias,

apneia obstrutiva do sono, artrite/artrose, edema e alterações menstruais. O

diagnóstico foi realizado segundo os critérios estabelecidos pelo CONSENSO

BRASILEIRO MULTISSOCIETÁRIO EM CIRURGIA DA OBESIDADE (2006),

especificados abaixo:

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56

Hipertensão Arterial Sistêmica: pressão sistólica ≥ 140mmHg, ou pressão

diastólica ≥ 90mmHg, ou uso de medicamento anti-hipertensivo.

Diabetes melito tipo II: glicemia de jejum ≥ 126mg/dL; ou uso de medicação

específica.

Hiperuricemia: ácido úrico > 8,0mg/dL em homens ou > 7,0mg/dL em mulheres,

ou histórico de crise de gota, ou tratamento medicamentoso.

Dislipidemias: hipertrigliceridemia: triacligliceróis ≥ 150mg/dL; HDL < 40mg/dL

em homens ou < 50mg/dL em mulheres; colesterol total ≥ 200mg/dL ou LDL ≥

130mg/dL ou uso de medicação específica.

Apneia Obstrutiva do Sono: sonolência diurna importante e/ou roncos com

paradas na respiração testemunhada por acompanhante.

Os medicamentos relatados pelo paciente foram posteriormente classificados

em: anti-hipertensivos, antidiabéticos, antilipêmicos, antidepressivos ou ansiolíticos e

outros.

Em relação à prática de atividade física, o paciente informou se realizava ou não

exercícios regularmente, qual a principal atividade realizada e a frequência: uma ou

duas vezes por semana; três ou quatro vezes por semana e; cinco ou mais vezes por

semana.

Quanto ao uso de suplementos, avaliou-se o uso de polivitamínico e polimineral

(Centrum®), vitamina B12, cálcio e sulfato ferroso. Quando não houve utilização de

algum suplemento, foi questionado o motivo e esse registrado: não houve indicação

clínica, não teve condições financeiras para adquirir ou suspendeu por conta própria.

3.2.4 Avaliação das deficiências nutricionais

Os exames bioquímicos utilizados para avaliação das deficiências nutricionais

foram os solicitados pela equipe médica, e registraram-se os exames mais recentes.

A deficiência proteica foi diagnosticada quando os exames indicaram

hipoalbuminemia (albumina < 3,5g/dL) (DAVIES et al., 2007).

As deficiências de ferro, vitamina B12 e ácido fólico foram estabelecidas segundo

os valores de referência adotados pelo Laboratório de Análises Clínicas do HC/UFMG,

sendo o ferro < 37mcg/dL (mulheres) e < 49mcg/dL (homens), a vitamina B12

< 193pg/mL e o ácido fólico < 3ng/mL.

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57

A deficiência de cálcio foi avaliada pelos exames do cálcio iônico e do

paratormônio (PTH). Considerou-se o cálcio iônico baixo, quando este se encontrou

abaixo de 1,12mmol/L; e o PTH aumentado, acima de 69pg/mL, de acordo com os

valores de referência do Laboratório de Análises Clínicas do HC/UFMG.

3.2.5 Dados socioeconômicos

Em relação à história social, questionou-se o paciente sobre qual o número de

pessoas, incluindo ele, que usufruíam da mesma renda familiar, e qual foi essa renda

em faixas de salários mínimos. Consideraram-se as seguintes faixas em salários

mínimos:

- até um salário mínimo;

- de dois a quatro salários mínimos;

- de cinco a sete salários mínimos;

- mais de oito salários mínimos.

3.2.6 Avaliação da qualidade de vida

As mudanças na qualidade de vida dos pacientes após a realização da cirurgia

bariátrica foram avaliadas pelo questionário Moorehead-Ardelt, desenvolvido por ORIA

& MOOREHEAD (1998).

O paciente foi orientado a responder ao questionário considerando o quanto a

operação influenciou em sua vida e marcando como se sentia em relação aos assuntos

abordados: sentimento após a operação (autoestima), capacidade para realizar

atividade física, envolvimento social, capacidade para trabalhar e interesse por sexo.

Consideraram-se as seguintes categorias para cada item: muito pior; pior; o mesmo;

melhor e; muito melhor (Apêndice E).

Posteriormente foram atribuídos pontos a cada uma das respostas, sendo a

pontuação mínima igual a -3,0 e a máxima 3,0 (Apêndice F).

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58

3.3 Análise estatística

O banco de dados foi desenvolvido no programa Epidata 3.1 e analisado pelos

programas Statistical Package for Social Sciences (SPSS) 10.0 e StatXact 8.

Os resultados foram apresentados pela média, mediana e desvio padrão. A

normalidade foi avaliada pelo teste de Shapiro-Wilk. Para as variáveis numéricas,

quando houve evidência de normalidade, utilizou-se o teste paramétrico ANOVA com o

teste post-hoc LSD (Least Square Difference) ou o teste t de Student. Quando não

houve evidência de normalidade, utilizou-se o teste não-paramétrico Kruskal-Wallis ou

o teste Mann-Whitney. Para as variáveis categóricas, utilizou-se o teste Qui-quadrado

ou o teste Exato de Fischer quando o número esperado de células nas tabelas foi

menor que cinco observações.

A correlação entre variáveis numéricas foi avaliada pelo teste de correlação de

Pearson.

As diferenças entre pré e pós-operatório foram avaliadas pelo teste não-

paramétrico de Wilcoxon para as variáveis numéricas, e pelo teste Mc-Nemar para as

variáveis categóricas.

Em todas as análises, o nível de significância utilizado foi α igual ou menor a

0,05.

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4 RESULTADOS

4.1 Coleta dos dados

Entre 1998 e 2008 foram operados 273 pacientes. Destes, 100 pacientes foram

avaliados conforme demonstrado na Figura

Figura 5: Fluxograma dos pacientes

4.2 Divisão dos grupos

A distribuição percentual dos quatro grupos

tempo de pós-operatório, está apresentada na Figura

Figura 6: Distribuição percentual dos quatro

pós-operatório, Belo Horizonte, 2008.

100 avaliados

57 consulta nutrição

11 contatos por telefone

33%

33%

4.1 Coleta dos dados

Entre 1998 e 2008 foram operados 273 pacientes. Destes, 100 pacientes foram

avaliados conforme demonstrado na Figura 5.

Fluxograma dos pacientes operados, Belo Horizonte, 2008.

4.2 Divisão dos grupos

A distribuição percentual dos quatro grupos, estabelecidos

está apresentada na Figura 6.

Distribuição percentual dos quatro grupos estabelecidos de acordo com o tempo de

operatório, Belo Horizonte, 2008.

273 operados

100 avaliados

11 contatos por telefone

32 consulta endocrinologia

173 não avaliados

5 óbito 32 recusaram

18%

16%

33%

Grupo 1: até um ano

Grupo 2: de um até dois anos

Grupo 3: de dois até cinco anos

Grupo 4: mais de cinco anos

59

Entre 1998 e 2008 foram operados 273 pacientes. Destes, 100 pacientes foram

estabelecidos de acordo com o

grupos estabelecidos de acordo com o tempo de

173 não avaliados

32 recusaram136 não

localizados

Grupo 1: até um ano

Grupo 2: de um até dois anos

Grupo 3: de dois até cinco anos

Grupo 4: mais de cinco anos

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60

No primeiro grupo, a média de tempo foi 6,8 ± 3,9 meses. No segundo grupo,

18,8 ± 3,3 meses. No terceiro grupo, encontrou-se média de 39,9 ± 10,3 meses, o que

representa aproximadamente três anos e quatro meses. E, no quarto grupo, a média foi

85,0 ± 17,8 meses, aproximadamente sete anos e um mês.

4.3 Dados demográficos

Dos 100 pacientes incluídos no estudo, 84% foram do sexo feminino e 16% do

sexo masculino, e não foram encontradas diferenças estatísticas significativas entre os

quatro grupos (p=NS).

A média de idade foi 45,1 ± 9,8 anos, variando de 22 a 65 anos. Houve diferença

estatística entre alguns grupos (p<0,05), conforme mostrado na Tabela 6.

Tabela 6: Distribuição da idade entre os quatro grupos distribuídos de acordo com o tempo de

pós-operatório, Belo Horizonte, 2008.

Grupos

Idade (anos) Grupo 1

(n = 18)

Grupo 2

(n = 16)

Grupo 3

(n = 33)

Grupo 4

(n = 33)

Média ± DP 48,4 ± 8,3a 41,2 ± 12,6b 41,5 ± 9,6b 48,7 ± 7,6a

Mediana (Mín. – Máx.) 49,0 (31 – 65) 44,0 (22 – 59) 40,0 (26 – 59) 49,0 (34 – 64)

p<0,05; Letras diferentes indicam diferença significativa entre os grupos

Em relação à faixa de renda, a maior parte dos pacientes (76%) apresentou

renda familiar de até quatro salários mínimos, sendo que 16% declararam renda de até

um salário mínimo. Não foram observadas diferenças significativas entre os quatro

grupos de acordo com o tempo de pós-operatório (p=NS).

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61

4.4 Avaliação dietética

4.4.1 Avaliação qualitativa

Em relação ao número de refeições diárias realizadas pelos pacientes,

observou-se que a maioria (59%) fracionou adequadamente as refeições, realizando

cinco ou seis refeições por dia. Apenas 3% fizeram uma ou duas refeições por dia. Não

houve diferença significativa entre os grupos (p=NS).

A avaliação do consumo hídrico mostrou que 44% dos pacientes relataram

ingerir menos de um litro de água por dia, 30% de um a dois litros e 26%, consumo

maior que dois litros. Não foi observada diferença significativa com o aumento do

tempo de pós-operatório (p=NS).

A maior parte dos pacientes relatou não fazer uso de bebida alcoólica (64%).

Consumo eventual foi relatado por 26%, e apenas 2% afirmaram fazer uso diariamente.

Não foram observadas diferenças entre os quatro grupos de acordo com o tempo de

pós-operatório (p=NS).

O consumo médio semanal de bebida alcoólica foi de 1,3 ± 4,4 doses, variando

de zero a 35 doses. A quantidade consumida foi dividida de acordo com a frequência

do consumo (nunca, eventual, semanal e diário), e foi encontrada diferença estatística

significativa entre esses grupos (p<0,01). Esses dados encontram-se disponíveis na

Tabela 7.

Tabela 7: Consumo semanal de bebida alcoólica em doses, dividido em grupos de acordo com

a frequência do consumo (nunca, eventual, semanal, diário), Belo Horizonte, 2008.

Frequência do consumo de bebida alcoólica

Nunca

64%

Eventual

26%

Semanal

8%

Diário

2%

Média ± DP 0 0,7 ± 1,1 7,2 ± 5,4 24,5 ± 14,8

Mín. – Máx. 0 – 2,0 0 – 5,0 1,0 – 16,0 14,0 – 35,0

Mediana 0a 0,25a 5,5b 24,5c

p<0,01; Letras diferentes indicam diferença significativa entre os grupos

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62

A intolerância alimentar esteve presente em 90% dos pacientes, que informaram

desconforto com pelo menos um alimento específico. Os alimentos mais relatados

foram a carne bovina (65%), o arroz (56%), os farináceos (41%), os doces (28%) e as

bebidas gasosas (28%). Os resultados encontram-se dispostos na Figura 7.

Não foram encontradas evidências de melhora na intolerância alimentar com o

tempo de pós-operatório (p=NS).

Figura 7: Incidência da intolerância alimentar no pós-operatório de acordo com os alimentos

relatados, Belo Horizonte, 2008.

Questionário de Frequência de Consumo Alimentar (QF CA)

O consumo médio de frutas, vegetais, carnes e ovos, leite e derivados,

leguminosas e carboidratos esteve aquém do considerado ideal. Já o consumo médio

de salgadinhos, doces e guloseimas esteve acima do adequado. Os resultados

referentes à frequência do consumo semanal, em porções, obtidos pelo QFCA

encontram-se dispostos na Tabela 8.

O consumo de alimentos do grupo das carnes e ovos foi significativamente

menor nos pacientes com renda familiar de até um salário mínimo (p<0,05). Para os

outros grupos de alimentos não foram encontradas diferenças significativas entre as

diferentes faixas de renda.

Em geral, não houve diferença significativa em relação ao consumo semanal dos

grupos de alimentos avaliados, entre os quatro grupos de pacientes segundo o tempo

3

28

611

5 6

27

1

41

56

2317

3

28

65

24 24

712 10 8

0

10

20

30

40

50

60

70

Inci

nci

a d

a i

nto

lerâ

nci

a a

lim

en

tar

(%)

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de pós-operatório. Com exceção do consumo do grupo dos carboidratos, do grupo dos

salgadinhos, doces e guloseimas e do grupo de óleos e gorduras, que apresentaram

menores valores até um ano de pós-operatório (p<0,05). Por outro lado, o consumo de

carboidratos e de óleos e gorduras foi significantemente maior entre os homens quando

comparado às mulheres (p<0,05). No Apêndice G, encontram-se gráficos de Box-plot e

a tabela com os resultados do QFCA apresentados pelos grupos de acordo com o

tempo de pós-operatório.

Tabela 8: Consumo semanal, em porções, obtido pelo questionário de frequência de consumo

alimentar, Belo Horizonte, 2008.

Média ± DP Mediana Mín. – Máx.

Grupo do leite e derivados 13,4 ± 9,5 11,0 0 – 42,0

Grupo das carnes e ovos 6,9 ± 4,1 6,4 0 – 24,1

Grupo das leguminosas 5,7 ± 3,7 5,6 0 – 17,5

Grupo dos carboidratos 21,5 ± 10,1 20,8 5,2 – 60,6

Grupo dos vegetais 8,5 ± 4,9 7,1 0 – 24,0

Grupo das frutas 14,8 ± 9,6 13,4 0 – 42,2

Grupo dos salgadinhos, doces e

guloseimas

8,1 ± 18,1 2,0 0 – 115,0

Grupo dos óleos e gorduras 18,2 ± 9,1 15,0 0 – 55,0

4.4.2 Avaliação quantitativa

Recordatório de 24 horas (R24)

O recordatório alimentar de 24 horas apontou para o consumo energético médio

diário de 1.152,1 ± 462,1 kcal, sendo a mediana 1.043,1 kcal, o mínimo 413,9 kcal e o

máximo 2.691,0 kcal. O menor consumo foi observado no primeiro ano de pós-

operatório (p<0,01), (Figura 8). Gráfico de Box-plot para as diferenças do consumo

calórico entre os quatro grupos encontra-se no Apêndice G, Figura 26.

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Figura 8: Ingestão de calorias (kcal/dia) segundo o recordatório de 24 horas, separado pelos

grupos de acordo com o tempo de pós-operatório, Belo Horizonte, 2008.

p<0,01; Letras diferentes indicam diferença significativa entre os grupos

A distribuição percentual dos macronutrientes em relação ao valor calórico foi

de 51,1 ± 8,9% para carboidratos, 33,7 ± 7,5% para lipídios e 15,2 ± 4,1% para

proteínas. A média do consumo diário de proteína foi 42,1 ± 17,4g, sendo que apenas

14% dos pacientes apresentaram consumo proteico adequado (> 60g/dia).

O consumo dos macronutrientes não foi significativamente diferente entre os

sexos (p=NS), tampouco entre os quatro grupos de acordo com o tempo de pós-

operatório (p=NS).

Micronutrientes

O consumo dos micronutrientes avaliados esteve abaixo do recomendado pelas

DRIs, com exceção do consumo de vitamina B12 entre os homens (Figura 9). Não

foram verificadas diferenças estatísticas significativas entre os quatro grupos, bem

como entre os sexos (p=NS).

Em todos os testes estatísticos para vitamina B12, foram excluídas duas

pacientes (2%) que relataram consumo do alimento fígado no recordatório de 24 horas,

portanto o consumo da vitamina B12 foi de 86,7mg e 86,8mg, muito acima da média dos

outros pacientes.

862,9a

1.066,6ac1.186,8b

1.102,2bc

0

400

800

1200

1600

Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4

Ing

est

ão

ca

lóri

ca (

kca

l/d

ia)

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Figura 9: Percentual de adequação do consumo de micronutrientes segundo o recomendado

pelas DRIs, separado por sexo, Belo Horizonte, 2008.

p=NS; *exclusão de dados: n=2

Os resultados do recordatório de 24 horas para calorias, macronutrientes e

micronutrientes estão disponíveis na Tabela 9. Os mesmos resultados separados pelos

quatro grupos encontram-se no Apêndice G, Tabelas 16 e 17.

Pertencer às diferentes faixas de renda familiar não interferiu no consumo de

calorias, de macronutrientes e de micronutrientes quando avaliados pelo recordatório

de 24 horas (p=NS).

Tabela 9: Consumo diário de caloria, carboidrato (%), lipídio (%), proteína (%), proteína (g),

cálcio (mg), ferro (mg), tiamina (mg), vitamina B12 (mcg), folato (mcg) e zinco (mg) segundo o

recordatório alimentar de 24h, Belo Horizonte, 2008.

Nutrientes Média ± DP Mediana Mín. – Máx.

Caloria (kcal) 1.152,1 ± 462,1 1.043,1 413,9 – 2.691,0

Carboidrato (%) 51,1 ± 8,9 50,9 27,3 – 78,0

Lipídio (%) 33,7 ± 7,5 33,3 9,7 – 59,5

Proteína (%) 15,2 ± 4,1 14,4 6,0 – 25,4

Proteína (g) 42,1 ± 17,4 40,7 2,0 – 98,3

Cálcio (mg) 489,2 ± 320,8 400,1 70,8 – 1.576,5

Ferro (mg) 6,8 ± 3,2 6,2 1,0 – 16,1

Tiamina (mg) 0,9 ± 0,5 0,7 0,3 – 2,9

Vitamina B 12 (mcg)* 1,8 ± 1,2 1,5 0 – 5,8

Folato (mcg) 111,5 ± 60,5 98,8 17,0 – 373,2

Zinco (mg) 4,4 ± 2,1 4,1 0,8 – 10,5

*exclusão de dados: n=2

48,7

94,5

74,9

105,1

27,3

47,441,2

37,2

76,5

67,1

28,0

52,9

0,0

20,0

40,0

60,0

80,0

100,0

120,0

Cálcio Ferro Tiamina Vit. B12* Folato Zinco

Ad

eq

ua

ção

do

co

nsu

mo

de

mic

ron

utr

ien

tes

seg

un

do

as

DR

Is (

%)

Homens

Mulheres

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4.5 Avaliação antropométrica

O IMC pré-operatório médio registrado foi de 54,9 ± 8,9kg/m2, variando entre

39,1kg/m2 e 78,9kg/m2. Apenas 2% dos pacientes apresentaram IMC pré-operatório

classificado como obesidade grau II, o restante (98%) foi considerado obeso grau III

(IMC > 40kg/m2). Não foram observadas diferenças significativas entre os sexos, nem

entre os quatro grupos (p=NS).

No pós-operatório, foi observada redução significativa dos valores do IMC

(p<0,01), sendo a média 35,9 ± 7,4kg/m2, o mínimo 23,3kg/m2 e o máximo 56,7kg/m2

(Figura 10).

No primeiro ano de pós-operatório (grupo 1), registrou-se a maior redução do

IMC (34,6%). De um até dois anos (grupo 2), a redução foi de 9,52% e de dois até

cinco anos (grupo 3), de 8,04%. Nos pacientes com mais de cinco anos (grupo 4),

observou-se aumento do IMC de 15,86%.

Os valores de IMC no pós-operatório foram significativamente diferentes entre os

grupos (p<0,01), sendo menor no grupo 3. Não houve diferença entre os grupos 1 e 4.

Não foram observadas diferenças significativas entre os sexos (p=NS).

Figura 10: Média dos valores do IMC no pré-operatório e pós-operatório, separados pelos

grupos de acordo com o tempo de pós-operatório, Belo Horizonte, 2008.

IMC pré-operatório entre os grupos: p=NS

IMC pós-operatório entre os grupos: p<0,01; Letras diferentes indicam diferença significativa

entre os grupos

51,8

57,4 54,9 55,4

39,2a

35,4abc 32,6b

37,8ac

0

10

20

30

40

50

60

70

Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4

IMC

pré

e p

ós-

op

era

tóri

o (

kg

/m2)

IMC pré-operatório

IMC pós-operatório

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67

Após a operação, a maior parte dos pacientes foi classificada como obeso grau I

(31%) e apenas 3% alcançaram valores característicos de eutrofia. Observou-se que o

percentual de pacientes classificados como obeso grau III diminuiu até os cinco anos

de pós-operatório, aumentando depois desse período (Figura 11).

Figura 11: Frequência da classificação do IMC após a operação em cada grupo de acordo com

o tempo de pós-operatório, Belo Horizonte, 2008.

As características antropométricas atuais avaliadas (peso, circunferência da

cintura, percentual de massa gorda, massa gorda e massa magra) foram separadas

por grupos e encontram-se dispostas na Tabela 10.

A circunferência da cintura esteve acima dos valores considerados ideais em

84,3% dos pacientes. Não foram encontradas diferenças significativas entre os sexos

(p=NS).

O percentual de gordura médio, mensurado pela impedância bioelétrica (BIA), foi

de 36,9 ± 9,3%. Houve diferença significativa entre os grupos, sendo que os maiores

percentuais foram encontrados no grupo 1 e no grupo 4 (p<0,01). As mulheres

apresentaram maior percentual de gordura que os homens (p<0,01). A massa magra

mensuradas nos homens foi maior que das mulheres (p<0,01). Em duas pacientes

(2%) não foi possível a realização da impedância bioelétrica por estarem grávidas.

Gráficos de Box-plot do IMC pós-operatório, peso atual, circunferência da

cintura, massa gorda (%), massa gorda (kg) e massa magra (%) entre os grupos

encontram-se disponíveis no Apêndice H, Figura 27.

6,3 6,111,1

25,030,3

3,0

33,4

18,8

33,3

33,3

22,2

24,9

18,2

36,4

33,325,0

12,1

27,3

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4

Cla

ssif

ica

ção

do

IM

C a

s a

op

era

ção

(%

)

Obesidade grau III

Obesidade grau II

Obesidade grau I

Sobrepeso

Eutrofia

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68

Tabela 10: Características antropométricas avaliadas: peso (kg), circunferência da cintura (cm), massa gorda (%), massa gorda (kg), massa magra

(%) e massa magra (kg) apresentadas pelos grupos de acordo com o tempo de pós-operatório, Belo Horizonte, 2008.

Características atuais

Total Grupos

p (n = 100)

Grupo 1

(n = 18)

Grupo 2

(n = 16)

Grupo 3

(n = 33)

Grupo 4

(n = 33)

Peso (kg)

<0,05 Média ± DP 90,6 ± 20,1 100,1 ± 23,0 84,8 ± 19,4 84,3 ± 18,6 93,9 ± 17,9

Mediana (Mín. – Máx.) 89,9 (46,9 – 150,2) 92,6 (68,7 – 150,2) 81,5 (46,9 – 116,4) 83,4 (52,5 – 120,0) 92,4 (59,8 – 137,9)

Circunf erência da cintura (cm)*

<0,05 Média ± DP 106,8 ± 16,1 116,5 ± 20,8 106,7 ± 15,8 100,9 ± 14,2 106,8± 12,7

Mediana (Mín. – Máx.) 106,0 (76 – 160) 112,0 (79 – 160) 104,0 (83 – 138) 100,0 (76 – 140) 106,0 (80 – 140)

Massa gorda (%)**

<0,01 Média ± DP 36,9 ± 9,3 39,9 ± 6,5 32,8 ± 11,1 33,8 ± 8,4 40,0 ± 8,9

Mediana (Mín. – Máx.) 37,6 (9,1 – 65,4) 39,1 (27,7 – 50,2) 34,8 (9,1 – 45,8) 32,9 (24,1 – 56,4) 41,1 (19,0 – 65,4)

Massa gorda (kg)**

<0,01 Média ± DP 34,6 ± 13,8 40,9 ± 13,8 30,9 ± 15,3 29,6 ± 12,4 37,7 ± 12,6

Mediana (Mín. – Máx.) 33,1 (6,6 – 70,6) 37,5 (23,7 – 67,7) 29,4 (6,6 – 58,9) 27,2 (14,3 – 61,4) 36,4 (16,1 – 70,6)

Massa magra (% )**

<0,01 Média ± DP 63,1 ± 9,2 60,1 ± 6,5 67,2 ± 11,0 66,2 ± 8,4 59,9 ± 8,9

Mediana (Mín. – Máx.) 62,4 (34,6 – 90,9) 60,8 (49,8 – 72,3) 65,2 (54,2 – 90,9) 67,1 (43,6 – 75,9) 58,9 (34,6 – 81,0)

Massa magra (kg)**

NS Média ± DP 57,1 ± 10,3 58,5 ± 11,8 59,0 ± 8,7 55,5 ± 12,2 56,9 ± 8,0

Mediana (Mín. – Máx.) 55,2 (38,2 – 91,9) 55,7 (43,5 – 91,9) 60,1 (44,4 – 73,8) 53,3 (38,2 – 90,7) 55,6 (41,0 – 72,3)

* Ausência de dados: n=11; ** Ausência de dados: n=2; NS: diferença não significativa entre os grupos

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4.5.1 Perda do excesso de peso

A porcentagem média

100,4%). Não foram observadas

(p=NS). Resultados satisfatórios foram alcançados por 69% dos pacientes, que

apresentaram %PEP ≥ 50% (Figura

Figura 12: Frequência da porcentagem da perda do excesso de peso, Belo Horizonte, 2008.

Houve diferença significativa entre os grupos (

resultados encontrados entre um e cinco anos de pós

Observou-se que o grupo 4, não diferiu ao grupo 1 (Figura 13).

Figura 13: Média da perda do excesso de peso (%) após a operação, separado por grupos de

acordo com o tempo de pós-operatório, Belo Horizonte, 2008

PEP: perda do excesso de peso; p<0,01;

os grupos

45%

23%

0,0

20,0

40,0

60,0

80,0

dia

da

PE

P (

%)

.1 Perda do excesso de peso

média da perda do excesso foi de 59,1 ± 20,3% (

100,4%). Não foram observadas diferenças significativas entre homens e mulheres

). Resultados satisfatórios foram alcançados por 69% dos pacientes, que

50% (Figura 12).

Frequência da porcentagem da perda do excesso de peso, Belo Horizonte, 2008.

Houve diferença significativa entre os grupos (p<0,01), sendo os melhores

resultados encontrados entre um e cinco anos de pós-operatório (

se que o grupo 4, não diferiu ao grupo 1 (Figura 13).

Média da perda do excesso de peso (%) após a operação, separado por grupos de

operatório, Belo Horizonte, 2008.

PEP: perda do excesso de peso; p<0,01; Letras diferentes indicam diferença significativa entre

5%

26%

45%

1%

PEP: 0 - 24%

PEP: 25%

PEP: 50%

PEP: 76%

PEP: > 100%

45,0a

65,6b69,9b

52,9a

Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4

69

do excesso foi de 59,1 ± 20,3% (15,4% a

entre homens e mulheres

). Resultados satisfatórios foram alcançados por 69% dos pacientes, que

Frequência da porcentagem da perda do excesso de peso, Belo Horizonte, 2008.

), sendo os melhores

operatório (grupo 2 e grupo 3).

Média da perda do excesso de peso (%) após a operação, separado por grupos de

Letras diferentes indicam diferença significativa entre

24%

PEP: 25% - 49%

PEP: 50% - 75%

PEP: 76% - 100%

PEP: > 100%

52,9a

Grupo 4

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70

Não foram encontradas evidências de que a alimentação, avaliada por meio do

recordatório de 24 horas e do questionário de frequência de consumo alimentar, bem

como a idade, a prática de atividade física e o nível socioeconômico influenciaram a

porcentagem da perda do excesso de peso (p=NS).

4.5.2 Reaquisição de peso

Cinquenta e seis por cento dos pacientes apresentaram reaquisição de peso

após a operação, e não foram observadas diferenças entre homens e mulheres. A

reaquisição de peso foi significantemente maior com o aumento do tempo de pós-

operatório, chegando a 84,8% no grupo 4, conforme Figura 14.

A média da reaquisição de peso foi 10,8 ± 7,9kg (1,3kg a 40,8kg) e a mediana

8,4kg. Esses resultados também aumentaram com o tempo de pós-operatório: no

segundo grupo a média foi de 4,9 ± 4,5kg (2,3kg – 13,0kg), no terceiro grupo,

8,8 ± 8,1kg (1,3kg – 40,0kg) e no quarto grupo, 13,5 ± 7,3kg (3,5kg – 28,8) (p<0,01).

Figura 14: Percentual de pacientes que apresentaram reaquisição de peso após a operação

separado por grupos de acordo com o tempo de pós-operatório, Belo Horizonte, 2008.

p<0,01; Letras diferentes indicam diferença significativa entre os grupos

0a

31,1b

69,7c

84,8d

0

20

40

60

80

100

Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4

Pre

va

lên

cia

da

re

aq

uis

içã

o d

e p

eso

(%

)

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71

Dos vários fatores avaliados quanto ao potencial em influenciar na reaquisição

de peso a idade, o IMC pré-operatório e a %PEP não foram significativos, bem como a

distribuição calórica, o consumo de micronutrientes e o uso de bebida alcoólica (p=NS).

Por outro lado, o consumo calórico (R24) e o consumo de salgadinhos, doces e

guloseimas e, de óleos e gorduras (QFCA) foram significativamente maiores entre os

pacientes que readquiriram peso (Figuras 15 e 16).

A incidência da reaquisição de peso foi consideravelmente menor nos pacientes

que realizaram acompanhamento nutricional (Tabela 11) e praticaram atividade física,

tanto no pré quanto no pós-operatório (Tabelas 12 e 13).

No Apêndice H encontra-se tabela com todos os fatores avaliados (Tabela 18).

Figura 15: Diferença na ingestão de calorias e de macronutrientes, segundo o recordatório de

24 horas, entre pacientes que readquiriram ou não peso, Belo Horizonte, 2008.

CHO: Carboidrato; LIP: lipídio; PTN: proteína

*Não significativo; **p<0,01; ***p<0,05

1.182,3**

51,2*

145,7**

32,7* 44,4** 13,7*

41,8***

948,7

50,7 111,4

33,5 35,5 16,0 35,2

Calorias CHO (%) CHO (g) LIP (%) LIP (g) PTN (%) PTN (g)Co

nsu

mo

de

ca

lori

as

e m

acr

on

utr

ien

tes

seg

un

do

o

reco

rda

tóri

o d

e 2

4 h

ora

s (M

ed

ian

a)

Reaquisição de peso: sim Reaquisição de peso: não

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72

Figura 16: Diferença no consumo semanal, em porções, segundo questionário de frequência

de consumo alimentar (QFCA), entre pacientes que apresentaram readquiriram ou não peso,

Belo Horizonte, 2008.

*Não significativo; **p<0,05; ***p<0,01.

Tabela 11: Associação entre o acompanhamento nutricional pós-operatório e a reaquisição de

peso, Belo Horizonte, 2008.

Acompanhamento nutricional Total

Sim Não

Reaquisição de peso Sim 19 37 56

Não 34 10 44

Total 53 47 100

p<0, 01; Odds Ratio: 0,15; IC95%: 0,06 – 0,37

11,5*

6,8*6,3*

21,2*

8,5*

13,9*

3,1**

20,8***

10,9

5,95,3

18,8

6,6

12,7

1,5

14,0

Co

nsu

mo

se

ma

na

l e

m p

orç

õe

s se

gu

nd

o o

QF

CA

(Me

dia

na

)

Reaquisição de peso: sim Reaquisição de peso: não

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73

Tabela 12: Associação entre a prática de atividade física no pré-operatório e a reaquisição de

peso, Belo Horizonte, 2008.

Atividade física pré -operatório Total

Sim Não

Reaquisição de peso Sim 7 49 56

Não 13 31 44

Total 20 80 100

p<0,05; Odds Ratio: 0,34; IC95%: 0,12 – 0,95

Tabela 13: Associação entre a prática de atividade física no pós-operatório e a reaquisição de

peso, Belo Horizonte, 2008.

Atividade física pós -operatório Total

Sim Não

Reaquisição de peso Sim 25 31 56

Não 30 14 44

Total 55 45 100

p<0,05; Odds Ratio: 0,38; IC95%: 0,16 – 0,86

4.6 Avaliação clínica

4.6.1 Evolução das comorbidades

Todos os pacientes apresentaram pelo menos uma doença associada antes da

operação. Após a operação, esse índice foi reduzido para 78% e foi observada redução

significativa na presença de todas as comorbidades (p<0,01), conforme apresentado

pela Figura 17.

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74

Ausência de dados pré-operatório: Hiperuricemia (n=16); Dislipidemia (n=2); Apneia obstrutiva do sono (n=6); Artrite (n=2); Edema

(n=5); Alteração menstrual (n=2). Ausência de dados pós-operatório: Hiperuricemia (n=5); Dislipidemia (n=1); Apneia obstrutiva do

sono (n=4); Artrite (n=2); Edema (n=1); Alteração menstrual (n=4).

Figura 17: Percentual de pacientes com presença de comorbidades no pré-operatório e pós-

operatório, Belo Horizonte, 2008.

HA: Hipertensão arterial; DMII: Diabetes melito tipo II, AOS: Apneia obstrutiva do sono;*p<0,01

Em relação aos quatro grupos, de acordo com o tempo de pós-operatório,

melhores resultados foram observados no grupo 3. No grupo 4, foi observado aumento

da incidência das doenças associadas, conforme apresentado pela Figura 18.

Figura 18: Percentual de pacientes com presença de pelo menos uma comorbidade após a

operação em cada grupo de acordo com o tempo de pós-operatório, Belo Horizonte, 2008.

82,0*

33,0*

22,6*

74,5*

61,7*67,3* 68,4*

54,9*47,0

4,0 5,3

33,3

7,3

33,7

19,2 20,0

0,0

20,0

40,0

60,0

80,0

100,0P

erc

en

tua

l de

pa

cie

nte

s co

m p

rese

nça

de

co

mo

rbid

ad

es

Pré-operatório Pós-operatório

100,0

75,060,6

84,8

0,0

20,0

40,0

60,0

80,0

100,0

Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4

Pe

rce

ntu

al d

e p

aci

en

tes

com

pre

sen

ça d

e c

om

orb

ida

de

s

Não

Sim

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75

4.6.2 Uso de medicamentos e suplementos

Oitenta e oito por cento dos pacientes utilizaram pelo menos um tipo de

medicamento no pré-operatório e no pós-operatório, 61%. Os medicamentos mais

utilizados foram os anti-hipertensivos seguidos pelos antidepressivos/ansiolíticos.

Entre o pré e o pós-operatório, foi observada redução significativa no uso de

anti-hipertensivo e antidiabético, conforme demonstrado na Figura 19.

Figura 19: Percentual de pacientes que fizeram uso de medicamentos no pré-operatório e no

pós-operatório, Belo Horizonte, 2008.

*Não significativo; **p<0,01; ***p<0,05

Comparando os grupos, verificou-se que o menor percentual de pacientes

utilizando algum tipo de medicamento foi encontrado de dois a cinco anos de pós-

operatório (grupo 3). Até um ano de pós-operatório, 72,2% dos pacientes ainda

utilizaram algum tipo de medicamento. De um a dois anos esse número caiu para 50%,

e para 48,5% entre dois e cinco anos. Após cinco anos de operação foi observado

aumento para 72,7%, entretanto essa diferença não foi significativa (p=NS).

79,0**

26,0**

7,0*

33,0* 30,0***

44,0

4,0 3,0

28,0

19,0

0,0

20,0

40,0

60,0

80,0

100,0

Uso

de

me

dic

am

en

tos

(%)

Pré-operatório Pós-operatório

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76

Noventa e seis por cento dos pacientes relataram utilizar algum tipo de

suplemento nutricional. O uso do polivitamínico e polimineral (Centrum®) foi relatado

por 89%, da vitamina B12, 80%, do cálcio, 84% e do sulfato ferroso, 49%.

Entre aqueles que relataram não utilizar nenhum suplemento, metade

suspendeu por conta própria e metade não teve condições financeiras para adquiri-lo.

Entre aqueles que não fizeram uso do polivitamínico e polimineral (Centrum®), a

principal razão foi a suspensão por conta própria (45,5%), seguida pela dificuldade

financeira em adquirir o suplemento (36,4%). O restante (9,1%) relatou que não houve

indicação clínica para o uso.

Não foram observadas diferenças significativas do uso de suplemento entre os

grupos de acordo com o tempo de pós-operatório (p=NS).

4.6.3 Deficiências nutricionais

Mais da metade dos pacientes (56,6%) apresentaram pelo menos uma

deficiência nutricional no pós-operatório. Não foram observadas diferenças

significativas entre os quatro grupos de acordo com o tempo de pós-operatório (p=NS).

A incidência dessas deficiências está apresentada na Tabela 14.

Não foram encontradas evidências de que a ingestão alimentar ou o uso de

suplemento influenciaram na incidência das deficiências nutricionais avaliadas (p=NS).

Tabela 14: Incidência das deficiências nutricionais no pós-operatório nos homens e nas

mulheres e o parâmetro bioquímico utilizado para avaliação, Belo Horizonte, 2008.

Deficiência

nutricional Parâmetro bioquímico

Incidência (%) p

Total Homens Mulheres

Proteína Albumina 6,3 0 7,5 NS

Ferro Ferro sérico 17,2 0 20,5 NS

Vitamina B12 Vitamina B12 sérica 4,4 8,3 3,8 NS

Ácido fólico Ácido fólico sérico 1,2 0 1,4 NS

Cálcio Cálcio iônico 8,8 25,0 5,9 NS

PTH 40,2 53,3 37,7 NS

Ausência de dados: albumina (n=4); hemoglobina (n=2); ferro sérico (n=13); vitamina B12 (n=10); ácido

fólico (n=16); cálcio iônico (n=20); PTH (n=8); NS: diferença não significativa entre homens e mulheres

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77

4.6.4 Presença de distúrbios gastrointestinais

Setenta por cento dos pacientes relataram a presença de pelo menos um

distúrbio gastrointestinal e o mais relatado foi vômito/náusea (48%), seguido pela

síndrome de dumping (26%), conforme apresentado pela Figura 20.

A idade exerceu influência na presença desses distúrbios, sendo que, em

pacientes com idade mais avançada, a prevalência foi significativamente maior

(p<0,05).

Não foram encontradas evidências de que a intolerância alimentar agravasse a

presença de vômito/náusea ou outro distúrbio (p=NS). A qualidade da alimentação,

avaliada pelo recordatório de 24 horas e o QFCA, também não causou influência

(p=NS).

Não se observou redução da presença dos distúrbios gastrointestinais com o

tempo de pós-operatório, pois a diferença entre os grupos não foi significativa (p=NS).

Figura 20: Presença de distúrbios gastrointestinais separados por grupos de acordo com o

tempo de pós-operatório, Belo Horizonte, 2008.

p=NS

44,4

50,0

33,3

63,6

16,712,5

18,2

45,5

38,9

18,8

24,221,2

5,6 6,3

12,115,2

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4

Pre

sen

ça d

e d

istú

rbio

s g

ast

roin

test

ina

is (

%)

Vômito/Náusea Dumping Constipação Diarreia

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78

4.6.5 Atividade física

Apenas 20% dos pacientes afirmaram realizar alguma atividade física antes da

operação, sendo que a principal atividade foi a caminhada (95%). A maioria realizou

exercícios três ou quatro vezes por semana (55%). Não foram encontradas diferenças

significativas da prática de atividade física entre homens e mulheres (p=NS).

Após a operação, observou-se aumento do número de pacientes que fizeram

alguma atividade física (55%). A frequência com que o exercício foi realizado também

aumentou, 46,3% dos pacientes fizeram atividade mais de cinco vezes por semana. A

principal atividade física permaneceu sendo a caminhada (80%), seguida por atividades

em academia como musculação e ginástica (12,7%).

A prática de atividade física após a operação também não foi diferente entre

homens e mulheres (p=NS), mas foi significativamente diferente entre pessoas com

idade mais avançada. A média de idade dos pacientes que relataram realizar atividade

física foi significativamente menor comparada àqueles que não realizaram nenhum

exercício (p<0,05).

Em relação ao tempo de pós-operatório, não houve diferença significativa no

percentual de pacientes que afirmaram praticar alguma atividade física entre os três

primeiros grupos (até cinco anos de pós-operatório) (p=NS). Nesse período, a média foi

de 61,4% dos pacientes. Entretanto, após cinco anos de operação, observou-se

significativa redução nesse percentual para 42,4% (p<0,05).

A prática de atividade física não apresentou relação com a perda do excesso de

peso, contudo pacientes que afirmaram realizar exercícios físicos, tanto antes como

após a operação, readquiriram menos peso (Tabelas 12 e 13).

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79

4.7 Acompanhamento nutricional

Cinquenta e três por cento dos pacientes relataram fazer acompanhamento

nutricional e essa taxa diminuiu com o aumento do tempo de pós-operatório (p<0,01)

conforme Figura 21.

Figura 21: Percentual de pacientes que realizaram acompanhamento nutricional após a

operação em cada grupo de acordo com o tempo de pós-operatório, Belo Horizonte, 2008.

p<0,01; Letras diferentes indicam diferença significativa entre os grupos

O consumo de alimentos do grupo de salgadinhos, doces e guloseimas e do

grupo de óleos e gorduras (QFCA) foi significantemente maior entre os pacientes que

não fizeram acompanhamento nutricional (p<0,05) (Figura 22). O consumo dos outros

grupos de alimentos, avaliados pelo mesmo questionário, não foi diferente entre os

pacientes que realizaram ou não o acompanhamento. Da mesma forma, não foram

observadas influências na presença de intolerância alimentar, bem como na ingestão

de calorias, de macronutrientes e micronutrientes – obtidos pelo recordatório de 24

horas (p=NS).

Também não foram encontradas evidências de que o acompanhamento

nutricional influenciou na incidência de deficiências nutricionais no pós-operatório

(p=NS).

88,9a81,3a

67,7b

3,0c0,0

20,0

40,0

60,0

80,0

100,0

120,0

Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4

Aco

mp

an

ha

me

nto

nu

tric

ion

al

(%)

Não

Sim

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80

Figura 22: Diferença no consumo semanal, em porções, segundo questionário de frequência

de consumo alimentar (QFCA), entre pacientes que realizaram ou não o acompanhamento

nutricional no pós-operatório, Belo Horizonte, 2008.

*Não significativo; **p<0,05

4.8 Questionário de qualidade de vida

Houve significativa melhora da qualidade de vida segundo o questionário

Moorehead-Ardelt. O item “muito melhor” foi assinalado pelo maior número de

pacientes em relação à autoestima, capacidade para realizar atividade física,

convivência social e capacidade para trabalhar. O único assunto em que a maior parte

assinalou o item “o mesmo” foi atividade sexual, conforme apresentado pela Figura 23.

A pontuação média obtida foi de 2,1 ± 0,8 pontos, variando de -0,25 a 3,0

pontos. Não houve diferença estatística significativa entre os grupos (p=NS), tampouco

entre os gêneros (p=NS).

Maior pontuação foi obtida por pacientes que afirmaram realizar atividade física

após a operação (p<0,05) e por aqueles que apresentaram maior perda do excesso de

peso (p<0,05).

11,0

6,45,3

18,7

7,0

12,5

1,5

14,3

11,1*

6,5* 7,0*

21,5*

8,1*

14,5*

3,0**

20,5**

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

Co

nsu

mo

se

ma

na

l e

m p

orç

õe

s se

gu

nd

o o

QF

CA

(Me

dia

na

)

Acompanhamento nutricional: sim Acompanhamento nutricional: não

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Figura 23: Respostas dos pacientes ao questionário Moorehead-Ardelt para cada assunto

abordado (autoestima, capacidade para realizar atividade física, convivência social, capacidade

para trabalhar e atividade sexual), Belo Horizonte, 2008.

0 02

03

0

53 2

62

11

16

4

36

2628

23

31

21

72

56 56

63

34

0

10

20

30

40

50

60

70

80

Autoestima Capacidade para

atividade física

Convivência social Capacidade para

trabalhar

Atividade sexual

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(%

)

Muito pior Pior O mesmo Melhor Muito melhor

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5 DISCUSSÃO

5.1 Da coleta dos dados

As dificuldades encontradas durante a coleta de dados foram essencialmente

associadas a razões estruturais do ambulatório, tanto do ponto de vista físico como de

encontrar formas para contatar os pacientes e realizar o acompanhamento. As

tentativas de contato com os pacientes foram, muitas vezes, frustradas. Os dados

referentes ao telefone e ao endereço, obtidos via Hospital das Clínicas, encontraram-se

em muitos casos desatualizados. Entre aqueles pacientes que foram localizados e

convidados a participar da pesquisa, vários recusaram, justificando falta de tempo,

desinteresse ou dificuldade com o transporte, pois residiam em outra cidade ou em

região afastada.

Em relação ao acompanhamento pôde-se perceber que frequentemente os

pacientes faltaram às consultas agendadas. Prováveis motivos podem contemplar a

subestimação das consequências da operação e a descrença sobre a importância do

serviço de nutrição no processo. O insucesso na perda de peso e outros resultados

ruins também podem levar à falta do acompanhamento, pois os pacientes sentem-se

envergonhados diante do profissional. Por outro lado, bons resultados podem

igualmente causar essas baixas taxas, pois os pacientes não acham necessário

retornar quando não há problemas. Outros autores também citaram essas limitações,

mostrando que com o passar do tempo há diminuição do percentual de pacientes nas

consultas subsequentes (KENLER et al., 1990; WARDÉ-KAMAR et al., 2004; DIAS et

al., 2006; MAGRO et al., 2008). A dificuldade de localização dos pacientes submetidos

à cirurgia bariátrica ao longo do tempo também foi observada por WELCH et al. (2008).

Esse fato representa importante limitação dos estudos, pois a perda de grande

quantidade de pacientes pode acarretar erros na interpretação final dos resultados.

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5.2 Dos resultados

5.2.1 Da avaliação dietética

Alterações anatômicas e fisiológicas sobre o trato gastrointestinal inerentes à

derivação gástrica em Y de Roux (DGYR) provocam mudanças nos padrões

alimentares dos pacientes submetidos ao procedimento por toda a vida (O’BRIEN et

al., 2005; PONSKY et al., 2005). As principais mudanças são perceptíveis logo após a

operação e envolvem a redução da capacidade gástrica, a necessidade de maior

fracionamento do número de refeições diárias, o surgimento de intolerâncias

alimentares e de distúrbios gastrointestinais e a drástica mudança na composição

corporal.

As principais alterações dietéticas e antropométricas do pós-operatório foram

observadas, principalmente, quando comparadas ao período pré-operatório (BROLIN et

al., 1994; CARRASCO et al., 2007; SANTOS, 2007). O presente estudo não comparou

as alterações dietéticas entre o pré e o pós-operatório, entretanto, a partir deste, foi

possível observar que, ao longo do pós-operatório, certamente poucas mudanças

significativas ocorreram.

No primeiro ano de pós-operatório (grupo 1), foi encontrado o menor consumo

calórico, avaliado pelo recordatório de 24 horas (R24). A ingestão de calorias, após a

DGYR, relatada na literatura é bastante variável, entretanto a maior parte dos autores

confirma o aumento da ingestão ao longo do tempo (KENLER et al., 1990; BROLIN et

al., 1994; TROSTLER et al., 1995; MOIZE et al., 2003). Segundo WARDÉ-KAMAR et

al. (2004) o consumo calórico médio após 2,5 anos de pós-operatório foi de 1.733 ±

630kcal. DIAS et al. (2006) relataram ingestão calórica de 866,2 ± 95,1kcal durante o

primeiro ano e FARIA et al. (2008) encontram consumo energético de 1.855 ± 412kcal.

A partir do questionário de frequência de consumo alimentar (QFCA), resultados

semelhantes foram encontrados. Houve menor consumo do grupo dos carboidratos, do

grupo dos salgadinhos, doces e guloseimas e do grupo dos óleos e gorduras, no

primeiro ano. Esses achados também sugerem que o consumo alimentar aumentou

com o tempo de pós-operatório. Uma possível explicação pode ser a adaptação do

organismo à nova condição anatomofisiológica, possibilitando a ingestão de maior

quantidade de alimentos (SHAH et al., 2006).

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Vale ressaltar que o maior aumento da ingestão foi o de alimentos de alta

densidade calórica. Esse fato é preocupante, pois mostrou que o aumento não foi

associado à melhora na qualidade da alimentação e, por outro lado, acarretou em

consequente reaquisição de peso. VAN HOUT et al. (2007) também observaram

aumento no consumo desses alimentos e aumento no número de lanches entre as

refeições com o decorrer do tempo de pós-operatório.

Em relação aos macronutrientes e micronutrientes avaliados pelo recordatório

alimentar, não foram observadas mudanças significativas com o aumento do tempo de

pós-operatório. Resultado semelhante foi descrito por BROLIN et al. (1994). Contudo a

distribuição percentual dos macronutrientes esteve adequada apenas no tocante aos

carboidratos (51,1 ± 8,9%). O percentual de lipídios (33,7 ± 7,5%) esteve acima da

recomendação. Segundo preconizado por RUBIO & MORENO (2007), os carboidratos

devem constituir de 50% a 60% do valor calórico total e os lipídios de 25% a 30%.

Outros autores encontraram resultados similares em relação ao percentual de

lipídios ingeridos, mas distintos em relação ao percentual de carboidratos. De acordo

com KENLER et al. (1990) e WARDÉ-KAMAR et al. (2004) respectivamente, houve

relatos de ingestão de 43 ± 10% (carboidratos), 38 ± 7% (lipídios) e 44 ± 11%

(carboidratos) 33 ± 11% (lipídios).

O consumo médio de proteínas encontrado (42,1 ± 17,4g) esteve aquém da

recomendação mínima de 60g a 70g por dia (PONSKY et al., 2005; PARKES, 2006).

Vários autores também descrevem consumo proteico inadequado (DIAS et al., 2006;

BAVARESCO et al., 2008; FARIA et al., 2008), apenas WARDÉ-KAMAR et al. (2004) e

COLOSSI et al. (2008) encontraram consumo adequado de proteínas. A ingestão

adequada de proteínas é necessária para manutenção da massa magra durante a

perda de peso (RUBIO & MORENO, 2007; FARIA et al., 2008). Além disso as dietas

hiperproteicas propiciam maior saciedade, auxiliando no controle alimentar e na melhor

perda e manutenção do peso (SCHWEITZER, 2008).

A partir do R24, foi possível observar também a ingestão inadequada de

micronutrientes. Para todos os micronutrientes avaliados (cálcio, ferro, tiamina,

vitamina B12, folato e zinco) a quantidade ingerida esteve abaixo do recomendado

pelas DRIs. Da mesma forma, WARDÉ-KAMAR et al. (2004) relataram baixa ingestão

de cálcio e ácido fólico e DIAS et al. (2006), baixa ingestão de vitamina A, C, B12, ferro

e zinco. Apenas, COLOSSI et al. (2008) encontraram consumo acima das DRIs para

vitamina B12 e riboflavina, em pacientes com dois anos de pós-operatório.

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A avaliação qualitativa (QFCA) correlacionou-se com a ingestão de nutrientes

avaliados pelo recordatório de 24 horas. O QFCA mostrou que os pacientes ingeriram

baixa quantidade de alimentos do grupo do leite e derivados, do grupo das carnes e

ovos, do grupo dos vegetais e do grupo das frutas e o R24 mostrou ingestão

inadequada dos micronutrientes e de proteína. Por sua vez, o alto consumo de lipídios

(R24) correlacionou-se com o alto consumo observado do grupo dos salgadinhos,

doces e guloseimas e do grupo dos óleos e gorduras.

WARDÉ-KAMAR et al. (2004) avaliaram o consumo de frutas e vegetais no pós-

operatório e encontraram média de duas porções de frutas e duas a três de vegetais

por dia. Embora esses autores não tenham utilizado o QFCA, os resultados foram

semelhantes ao do presente estudo, demonstrando o baixo consumo desses alimentos

nessa população. A descrição da qualidade dos hábitos alimentares no pós-operatório,

utilizando esse questionário, é escassa na literatura. O único estudo encontrado foi

realizado por ERNST et al. em 2009. Contudo esses autores não avaliaram o consumo

em porções, como foi feito no presente estudo. Eles apenas concluíram que após a

DGYR houve maior consumo de alimentos fonte de proteínas (aves, peixes e ovos) e

menor consumo de doces (chocolate, biscoito etc) em relação ao grupo controle

(obesos e não-obesos).

Em relação ao número de refeições diárias, pôde-se constatar que a maior parte

dos pacientes (59%) fracionou as refeições adequadamente, alimentando-se de cinco a

seis vezes por dia. Poucos estudos são citados sobre o número de refeições diárias.

WARDÉ-KAMAR et al. (2004) encontraram média de 5,4 ± 1,2 refeições por dia e

VALEZI et al. (2008) relataram que a maioria (62,1%) realizou quatro ou cinco refeições

por dia. É recomendado que o paciente fracione as refeições, com o objetivo de reduzir

o volume alimentar, de evitar sensação de desconforto e de atingir as necessidades

diárias de macronutrientes e micronutrientes (RUBIO & MORENO, 2007). Ademais,

estudo realizado por MA et al. (2003) sugeriu que a frequência da alimentação está

inversamente relacionada com o sobrepeso e a obesidade. PARKES (2006)

aconselhou como ideal a realização de quatro a seis refeições por dia.

A maior parte dos pacientes (44%) afirmou ingerir menos de um litro de água por

dia. VALEZI et al. (2008) também avaliaram o consumo hídrico no pós-operatório e

encontraram que 88% ingeriram menos de um litro por dia, consumo ainda menor que

o encontrado neste estudo. Essa redução na ingestão de líquidos é comum em

operações com elemento restritivo, como a DGYR, e não é incomum casos de

desidratação que podem ser exacerbados pelos vômitos e diarreia (FUJIOKA, 2005;

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PARKES, 2006; RUBIO & MORENO, 2007). Recomenda-se ingestão diária mínima de

dois litros por dia (RUBIO & MORENO, 2007).

O uso de bebida alcoólica é incomum nessa população, 64% dos pacientes

afirmaram nunca ingerir bebidas alcoólicas e, apenas, 2% afirmaram ingeri-las

diariamente. KENLER et al. (1990) também relataram baixo consumo, embora não

tenham citado números. KALARCHIAN et al. (2007) avaliaram pacientes candidatos à

cirurgia bariátrica e encontraram que apenas 0,7% apresentaram dependência ao

álcool. Segundo estudo realizado por ERTELT et al. (2008), somente 2,9% dos

pacientes desenvolveram dependência ao álcool após a operação. Esses resultados

são bastante intrigantes. Empiricamente, muito se diz a respeito da substituição da

compulsão alimentar por outras formas de compulsão, como o próprio alcoolismo, a

compulsão por sexo, por compras, entre outras. SOGG (2007) citou dados

apresentados por um website, revelando que 30% dos indivíduos submetidos à cirurgia

bariátrica desenvolverão algum tipo de compulsão. Entretanto não existem dados na

literatura científica que comprovem essa dependência ao álcool após a cirurgia

bariátrica (SOGG, 2007). Por ser o alcoolismo assunto delicado, muitos pacientes

sentem-se intimidados para admitir a dependência do álcool ou outras formas de

compulsão, podendo ser uma explicação para as diferenças entres os achados

empíricos e os científicos. O abuso do álcool após a operação é ainda mais

preocupante, pois o metabolismo do etanol está alterado nesses pacientes, tornando-

os mais susceptíveis à embriaguez (HAGEDORN et al., 2007).

A presença da intolerância alimentar, em 90% dos pacientes, foi superior a

encontrada por outros autores. KRIWANEK et al. (2000) citaram a presença desta em

76% dos pacientes e QUADROS et al. (2007), em 46,7%. Em todos os estudos, os

principais alimentos citados foram carne, arroz, doces e vegetais (KRIWANEK et al.,

2000; QUADROS et al., 2007; VALEZI et al., 2008).

É consenso que diversas intolerâncias alimentares surgem depois da operação.

Contudo ainda é inconclusivo se a presença dessas intolerâncias diminui com o tempo

de pós-operatório. Neste presente estudo não foram encontradas diferenças na

manifestação de intolerância ao longo do tempo, concordando com o demonstrado por

QUADROS et al. (2007). Entretanto outros autores citaram que o desconforto gerado

por determinados alimentos melhorou com o tempo, estando mais presente no primeiro

ano. SUTER et al. (2007) concluíram que, durante o primeiro semestre do pós-

operatório, a presença de intolerância alimentar foi alta, melhorou com o tempo e foi

comparável à população geral após cinco anos.

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A partir deste estudo, também não foi possível demonstrar a relação entre a

presença de intolerância alimentar e o surgimento de vômitos, de náuseas e de

deficiências nutricionais. QUADROS et al. (2007) afirmaram que a presença de

intolerância esteve relacionada a maiores incidências de vômitos e náuseas. DAVIES

et al. (2007) citaram que o aparecimento de intolerâncias e a consequente exclusão de

determinado grupo de alimento podem ocasionar deficiências nutricionais.

O tempo de pós-operatório não influenciou no fracionamento das refeições, na

ingestão de água e de bebidas alcoólicas e no desenvolvimento de intolerâncias

alimentares. Isso sugere que grande diferença no comportamento alimentar é

percebida quando se compara os hábitos anteriores e posteriores à operação. No pós-

operatório, independente do tempo, essas alterações se mantiveram.

5.2.2 Da avaliação antropométrica

Significativa perda do excesso de peso (PEP) foi observada. Sessenta e nove

por cento dos pacientes apresentaram PEP maior que 50%, valor considerado como

sendo o sucesso após o tratamento cirúrgico. A média da PEP foi de 59,1 ± 20,3%.

Esses resultados foram semelhantes aos descritos por outros autores. WARDÉ-

KAMAR et al. (2004) relataram que 61% dos pacientes atingiram o objetivo da

operação e a média foi 58 ± 17% em dois anos e meio. DIAS et al. (2006) encontraram

PEP de 67% em um ano e QUADROS et al. (2007), 60,9% até dois anos. MAGRO et

al. (2008) encontraram que 81,2% atingiram perda do excesso de peso maior que 50%.

A partir dos resultados deste estudo, pôde-se concluir que a perda do excesso

de peso ocorre independente de fatores externos como idade, sexo, prática de

atividade física, qualidade da alimentação etc. Estudos realizados por outros autores

corroboram esses achados. HUDSON et al. (2002) não encontraram relação do

consumo de doces, tanto no pré como no pós-operatório, com a PEP. O número de

refeições diárias realizadas também não influenciou a PEP, segundo WARDÉ-KAMAR

et al. (2004). SUTER et al. (2006) relataram que a idade não apresentou influência na

PEP. QUADROS et al. (2007) não encontraram relação da PEP com a presença de

sintomas (vômito, dumping, constipação) ou de intolerância alimentar. Conforme

PAJECKI et al. (2007), não foram encontradas diferenças na PEP considerando as

variáveis idade, sexo, raça ou nível socioeconômico.

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Entretanto a influência desses fatores sobre a PEP ainda é inconclusiva.

KRIWANEK et al. (2000) encontraram associação significativa entre o consumo de

doces e a PEP, porém foram avaliados pacientes submetidos a outro tipo de cirurgia

bariátrica (gastroplastia vertical com bandagem). WARDÉ-KAMAR et al. (2004)

afirmaram correlação entre a ingestão calórica e a PEP. GUIMARÃES et al. (2006)

encontraram que a idade, o sexo, o peso inicial e o nível de escolaridade foram

preditivos da PEP.

Diante disso, parece que a redução da ingestão alimentar e da absorção

intestinal, em relação ao pré-operatório, são os fatores mais importantes para a perda

do excesso de peso. A grande influência dos fatores externos se dá em relação à

manutenção desse peso perdido.

A perda do excesso de peso parece estabilizar-se com o tempo, sendo os

maiores valores encontrados entre um e dois anos após a operação. Depois de dois

anos, os pacientes praticamente param de perder peso e muitos podem, até mesmo,

readquirir. No presente estudo, 56% dos pacientes readquiriram peso, sendo que o

percentual aumentou consideravelmente ao longo do tempo. Até um ano de pós-

operatório, nenhum paciente apresentou recidiva de peso. Depois de cinco anos, esse

número aumentou para 84,8%.

A maior parte dos estudos avaliou a reaquisição de peso observando a redução

da perda de excesso de peso ao longo do tempo. WARDÉ-KAMAR et al. (2004)

encontraram média de peso menor em 25 meses do que 30 meses de pós-operatório.

De acordo com PAJECKI et al. (2007), a PEP em dois anos foi de 80,2 ± 17,3% e, em

aproximadamente sete anos, 71,8 ± 21,6%. Segundo estudo realizado por WELCH et

al. (2008), a PEP em seis meses de pós-operatório foi de 35,9 ± 13,7%, em 12 meses,

66,9 ± 41,1% e em 18 meses, 65,7 ± 16,6%.

A incidência da reaquisição de peso citada na literatura é bastante variável.

FARIA et al. (2008) encontraram 19% de reaquisição de peso, mas não citaram o

tempo de pós-operatório. MAGRO et al. (2008) observaram que 46% dos pacientes

readquiriram peso em dois anos e, 63,6%, em quatro anos. De acordo com o nosso

estudo, diversos fatores influenciaram na incidência da reaquisição de peso: a ingestão

calórica (R24), o consumo de salgadinhos, doces e guloseimas e de óleos e gorduras

(QFCA), a ausência do acompanhamento nutricional e da prática de atividade física no

pré e no pós-operatório. Isto demonstra que a mudança na qualidade da alimentação e

no estilo de vida são determinantes nesse processo e, confirmam que a operação por

si só não pode ser considerada solução definitiva.

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KENLER et al. (1990) e BROLIN et al. (1994) relataram que pacientes que

apresentaram menor consumo de líquidos de alto valor calórico, sorvetes, salgadinhos

e guloseimas conseguiram manter o peso perdido. Segundo CHRISTOU et al. (2006),

pacientes que readquiriram peso afirmaram estar consumindo quase a mesma

quantidade de alimento que consumiam antes da operação. QUADROS et al. (2007)

afirmaram que o ganho de peso resulta do fato de que a cirurgia bariátrica reduziu o

volume da ingestão alimentar, mas não necessariamente melhorou a qualidade da

alimentação. FARIA et al. (2008) e MAGRO et al. (2008) atribuíram a reaquisição de

peso à adaptação anatômica e fisiológica ocorrida ao longo do tempo e à presença de

hábitos dietéticos inadequados (aumento do consumo calórico, compulsão alimentar e

hábito de beliscar entre as refeições).

A prática regular de exercícios físicos também foi fator importante na prevenção

da reaquisição de peso. Cinquenta e cinco por cento dos pacientes afirmaram praticar

algum tipo de atividade física depois da operação. Entre aqueles que não realizaram

atividade nesse período, 68,9% readquiriram peso. LEHNHOFF et al. (2007) também

relataram a importância do exercício físico, em suas modalidades aeróbicas e

anaeróbicas, na adequada evolução dos pacientes após a operação. FARIA et al.

(2008) observaram menor peso entre pacientes que praticaram atividade física.

WELCH et al. (2008) encontraram que até um ano de pós-operatório cerca de 30% dos

pacientes realizaram algum exercício (30 a 60 minutos, cinco vezes por semana) e

esse número subiu para 47% após um ano e meio. Esses autores afirmaram que a

aderência ao programa de exercícios prediz a perda e a manutenção do peso.

Assim como a atividade física e a qualidade da alimentação, a presença do

acompanhamento nutricional também foi importante na prevenção da reaquisição de

peso. Entre aqueles que fizeram o acompanhamento adequadamente, 64,1% não

readquiriram peso.

É grande a preocupação com a recidiva do excesso de peso, principalmente em

pacientes com mais tempo decorrido da operação. A reaquisição de peso está

associado ao agravamento das comorbidades, à dificuldade para prática de atividade

física, à frustração e à consequente redução da qualidade de vida. Além do mais,

poucos dados encontram-se disponíveis considerando pacientes com mais de dez

anos de operação, o que aumenta ainda mais a preocupação sobre o desconhecimento

em relação à reaquisição de peso.

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5.2.3 Da avaliação clínica

Entre o pré e pós-operatório, foi observada melhora significativa de todas as

morbidades associadas. Também foi encontrada significativa redução no uso de

medicamentos (anti-hipertensivos e antidiabéticos). Os melhores resultados foram

encontrados de dois a cinco anos de pós-operatório, sendo que o percentual de

pacientes que relataram alguma comorbidade aumentou após cinco anos.

A cura e a melhora das comorbidades foram amplamente descritas na literatura

(CASE et al., 2002; WARDÉ-KAMAR et al., 2004; PAPAPIETRO et al., 2005; SILVA &

SANCHES, 2005; CENEVIVA et al., 2006; SUTER et al., 2006; PAJECKI et al., 2007;

PERRY et al., 2008; PONTIROLI, 2008).

De acordo com estudo de meta-análise realizado por BUCHWALD et al. (2004)

houve melhora significativa das comorbidades em pacientes submetidos a cirurgia

bariátrica. O diabetes melito tipo II foi curado em 83,7% dos pacientes, a dislipidemia,

em 96,9%, a hipertensão, em 87,2% e a apneia obstrutiva do sono, em 94,8%.

SJOSTROM et al. (2007) publicaram estudo realizado com 4047 pacientes

acompanhados por 10,9 anos em média, dos quais 2010 haviam sido submetidos a

tratamento cirúrgico e 2037 ao tratamento convencional (Swedish Obese Subjects).

Esses autores relataram efeitos benéficos da cirurgia bariátrica sobre o diabetes, os

sintomas e os riscos cardiovasculares, a apneia obstrutiva do sono e a qualidade de

vida.

Esses bons resultados em relação às comorbidades estão relacionados à

adequada perda do excesso de peso e à manutenção do peso no pós-operatório

(PAJECKI et al., 2007). Portanto o aumento do percentual de pacientes com

comorbidades após cinco anos de pós-operatório pode ser justificado pela alta

incidência da reaquisição de peso. Devido à dificuldade do acompanhamento desses

pacientes ao longo do tempo, não foram encontrados estudos que mostrassem as

diferenças na prevalência das comorbidades em pacientes com mais tempo de pós-

operatório.

Em relação ao uso de suplementos alimentares, 96% dos pacientes deste

presente estudo relataram utilizá-los. Os percentuais não variaram com o tempo de

pós-operatório. Isso demonstra que quase todos os pacientes fizeram uso adequado da

suplementação prescrita. Esse resultado foi maior que o observado por outros autores.

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WARDÉ-KAMAR et al. (2004), relataram uso de suplemento por 77% dos pacientes e

PAJECKI et al. (2007) relataram uso por 84%.

A utilização de suplementos vitamínicos e minerais é indicada devido à ingestão

inadequada de micronutrientes e às alterações na absorção intestinal no pós-

operatório, que podem acarretar desenvolvimento de diversas deficiências nutricionais

(ALVAREZ-LEITE, 2004; SUTER et al., 2006; RUBIO & MORENO, 2007; COLOSSI et

al., 2008).

O relato da incidência de deficiências nutricionais é bastante variável na

literatura. DINIZ et al. (2004c) encontraram valores adequados do PTH em 29% dos

pacientes avaliados, sendo que a hipocalcemia foi observada em apenas 3,1% desses

pacientes. SUTER et al. (2006) relataram deficiência de ferro em 18,2%, de vitamina

B12, em 44,0%, de ácido fólico, em 10,9% e PTH aumentado em 32,4%. PAJECKI et al.

(2007) avaliaram pacientes com mais de cinco anos de pós-operatório e encontraram

ferro baixo em 25% dos pacientes, hipoalbuminemia em 5,6%, cálcio iônico baixo em

2,2%, deficiência de vitamina B12 em 60% e de ácido fólico em 5,5%.

No presente trabalho, a principal deficiência observada foi relacionada ao

metabolismo do cálcio. Valores de PTH aumentados foram encontrados em 40,2% dos

pacientes.

A ingestão insuficiente de macronutrientes e micronutrientes é tida como uma

das causas das deficiências nutricionais após a operação (DAVIES et al., 2007; RUBIO

& MORENO, 2007; COLOSSI et al., 2008). Entretanto não foram encontradas

evidências para afirmar que a alimentação, avaliada por meio do QFCA e do R24,

influenciou no aparecimento de tais deficiências. Isso pode ser explicado pelo uso de

suplementos, relatado pela quase totalidade dos pacientes (96%). O uso desses

suplementos alimentares impossibilitou diferenciar a proveniência do nutriente:

alimentação ou suplementação, tornando-se um fator de confusão. Outro motivo pode

ser atribuído ao tamanho da amostra, insuficiente para detectar tais diferenças.

Também não foram encontradas evidências de melhora ou piora das

deficiências nutricionais com o tempo de pós-operatório, enfatizando a importância do

acompanhamento por toda a vida. Da mesma forma, ALVAREZ-LEITE (2004) citou que

os pacientes devem ser monitorados frequente e regularmente para prevenção das

deficiências.

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5.2.4 Do nível socioeconômico

O nível socioeconômico dos pacientes pode ter impacto nos resultados da

operação (YAN et al., 2008). Indivíduos com menor poder aquisitivo têm acesso

limitado aos medicamentos, aos suplementos, aos alimentos adequados e à atividade

física. Com isso, pode ocorrer menor perda de peso, maior reaquisição de peso,

aumento da incidência de deficiências e de comorbidades e, consequentemente,

redução da qualidade de vida.

No nosso estudo, a única diferença significativa observada entre pacientes

pertencentes a diferentes faixas de renda foi o menor consumo dos alimentos do grupo

das carnes e ovos (QFCA). Contudo esse menor consumo não mostrou influenciar em

nenhum outro aspecto avaliado. Outras diferenças em relação ao uso de

medicamentos e suplementos, atividade física ou mudanças na composição corporal

não puderam ser verificadas. O tamanho relativamente pequeno da amostra, quando

dividida nas diferentes faixas de renda, pode ter dificultado as análises. Não foram

encontrados estudos que corroborassem esses resultados.

5.2.5 Do acompanhamento nutricional

Os resultados deste estudo demonstraram a importância do acompanhamento

nutricional no pós-operatório, no intuito de melhorar a qualidade da alimentação e

promover adequada manutenção do peso. De acordo com QUADROS et al. (2007) o

papel do nutricionista é assistir os pacientes na educação, na adaptação e no

comportamento alimentar. Porém, no presente trabalho, apenas 53% dos pacientes

relataram ter realizado acompanhamento nutricional e esse número diminuiu

significantemente ao longo do tempo, chegando a, apenas, 3% cinco anos após a

operação.

Vários outros autores chegaram à mesma conclusão. WARDÉ-KAMAR et al.

(2004) também encontraram baixas taxas de acompanhamento: 38% em 18 meses e

10% em três anos. QUADROS et al. (2007) relataram que 67,8% realizaram

acompanhamento nutricional em um ano e observaram redução do percentual de

pacientes que compareceram às consultas subsequentes. PAJECKI et al. (2007)

observaram que o número de pacientes retornando para avaliação diminuiu,

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principalmente após o terceiro ano. No estudo realizado por MAGRO et al. (2008),

apenas 40% compareceram aos retornos.

É importante ressaltar que neste trabalho os pacientes foram questionados

somente sobre o acompanhamento nutricional. A frequência do acompanhamento por

parte de outros profissionais da equipe tais como endocrinologistas, cirurgiões e

psicólogos não foi avaliada. Porém é necessário observar que a maioria dos pacientes

que comparecem às consultas do serviço de nutrição são os mesmos que comparecem

às outras consultas. Sendo assim, os resultados satisfatórios encontrados neste estudo

e que foram atribuídos ao acompanhamento nutricional, devem ser concedidos ao

acompanhamento de toda a equipe multidisciplinar.

A importância do acompanhamento multidisciplinar é relatada amplamente na

literatura (DIAS et al., 2006; GUIMARÃES et al., 2006; McMAHON et al., 2006;

QUADROS et al., 2007; COLOSSI et al., 2008; FARIA et al., 2008; MAGRO et al.,

2008).

5.2.6 Do questionário de qualidade de vida

Os pacientes obesos que procuram pela cirurgia bariátrica, geralmente

apresentam baixa qualidade de vida (O’BRIEN et al., 2005). Após a operação, a perda

de peso e os benefícios associados como a melhora das comorbidades, a maior

capacidade para realizar atividade física e outras atividades do dia a dia, e o aumento

da autoestima são os grandes responsáveis pela melhora desta qualidade.

De acordo com a avaliação do questionário Moorehead-Ardelt no presente

estudo, observou-se melhora da qualidade da vida desses pacientes após a operação,

pois a maior parte dos pacientes assinalou a opção “Muito melhor”. Resultados

semelhantes foram observados por NINI et al. (2002), segundo esses autores 88% dos

pacientes assinalaram as opções “Melhor” e “Muito melhor”. DINIZ et al. (2003)

também utilizaram esse questionário para avaliar as mudanças na qualidade de vida de

pacientes portadores de obesidade andróide e ginecóide submetidos à DGYR. Melhora

significativa da qualidade de vida foi observada nos dois grupos, sendo a média de

pontos obtidos de 2,4 (andróide) e 2,2 (ginecóide).

Pudemos observar que menor pontuação, a partir desse questionário, foi

encontrada entre aqueles pacientes que não realizaram atividade física e apresentaram

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menor perda do excesso de peso após a operação. A adequada perda de peso está

relacionada à melhora das comorbidades, da autoestima e da capacidade para realizar

as mais simples atividades do cotidiano e, consequentemente, melhora da qualidade

de vida.

Não foram observadas diferenças significativas na qualidade de vida com o

aumento do tempo de pós-operatório. SUTER et al. (2006) encontraram resultados

diferentes, mostrando maior pontuação em um ano de pós-operatório.

5.3 Dos métodos de avaliação dietética

Vários estudos relacionaram a alimentação com a incidência de deficiências, as

mudanças na composição corporal e a presença de distúrbios gastrointestinais

(KENLER et al., 1990; BROLIN et al., 1994; KRIWANEK, 2000; WARDÉ-KAMAR et al.,

2004; PARKES, 2006; DAVIES et al., 2007; QUADROS et al., 2007; RUBIO &

MORENO, 2007; VAN HOUT et al., 2007). Entretanto algumas dessas relações não

puderam ser verificadas no nosso estudo. Pode-se atribuir isso a problemas inerentes

aos métodos utilizados na avaliação dos hábitos alimentares.

O uso do recordatório de 24 horas para avaliar o consumo de macronutrientes e

micronutrientes é controverso, e pode não retratar fielmente os hábitos alimentares. A

subestimação dos relatos por pacientes obesos é comum. TOOZE et al. (2004)

demonstraram que os pacientes tendem a subestimar a ingestão em 20%. HUDSON et

al. (2002) também relataram dificuldades na avaliação da ingestão alimentar desse

grupo específico de pacientes.

Essa subestimação pode ter como causas a dependência da memória exigida

pelo método e a omissão de dados pelos pacientes. Por outro lado, devido aos

resultados insatisfatórios, como a reaquisição de peso, muitas vezes os pacientes se

sentem envergonhados diante do profissional e tendem a omitir o consumo de diversos

alimentos, principalmente aqueles tidos como proibidos: doces, frituras, guloseimas,

lanches entre as refeições, entre outros.

A deficiência na avaliação dos hábitos dietéticos também envolve dificuldades no

cálculo do recordatório. A definição do tamanho das porções, a inclusão do alimento

específico, as diferentes preparações e as diferenças entre tabelas de composição dos

alimentos são fatores que podem acarretar imprecisão do cálculo.

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Apesar dos problemas relacionados com o uso do recordatório, todos os

métodos apresentam falhas e não existe um que seja ideal. Portanto esse método é

bastante utilizado na avaliação da ingestão alimentar desse grupo específico de

pacientes (KENLER et al., 1990; BROLIN et al., 1994; WARDÉ-KAMAR et al., 2004;

DIAS et al., 2006; BAVARESCO et al., 2008; COLOSSI et al., 2008).

Além do mais, com o intuito de minimizar os erros e promover maior acurácia

dos resultados do estudo, utilizou-se concomitantemente o questionário de frequência

de consumo alimentar. Segundo KENLER et al. (1990), há boa correlação entre os dois

métodos, comprovando a eficácia desses meios de investigação.

Outra justificativa para a ausência de resultados significativos, no presente

estudo, pode ser atribuída ao tamanho da amostra. Provavelmente, com maior número

de pacientes avaliados, a influência da alimentação observada em outras pesquisas

poderia ter sido encontrada. Principalmente porque, com a divisão dos quatro grupos, o

número de dados em cada grupo ficou significantemente reduzido.

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6 CONCLUSÕES

Os resultados do nosso estudo permitiram concluir que:

- A qualidade da alimentação após a cirurgia bariátrica não esteve adequada. A

ingestão de proteína e de micronutrientes esteve aquém do recomendado, assim como

a ingestão de leite e derivados, de carnes e ovos, de frutas e de vegetais. Houve alto

consumo de salgadinhos, doces e guloseimas e de óleos e gorduras;

- A ingestão de calorias, de salgadinhos, doces e guloseimas e de óleos e

gorduras aumentou com o tempo de pós-operatório;

- Houve alta incidência de intolerância alimentar em todo o pós-operatório, e os

principais alimentos foram carne bovina, arroz e doces;

- A cirurgia bariátrica promoveu significativa perda do excesso de peso, melhora

das comorbidades e da qualidade de vida. Houve significativa redução no uso de

medicamentos entre o pré e o pós-operatório;

- A maior parte dos pacientes usou suplemento nutricional no pós-operatório;

- O principal distúrbio gastrointestinal presente no pós-operatório foi vômito e

náusea. A incidência dos distúrbios avaliados (vômito/náusea, dumping, constipação e

diarreia) não variou com o tempo de pós-operatório e foi maior em pacientes com idade

mais avançada;

- A perda do excesso de peso ocorreu independente de fatores externos como

idade, sexo, prática de atividade física e qualidade da alimentação;

- A incidência da reaquisição de peso foi alta, principalmente cinco anos após a

operação. Os principais fatores que influenciaram foram o sedentarismo, a ausência do

acompanhamento nutricional no pós-operatório e a baixa qualidade da alimentação

representada pelo alto consumo de calorias, de salgadinhos, doces e guloseimas e de

óleos e gorduras;

- Houve alta incidência de deficiências nutricionais em todo o pós-operatório, e a

principal foi a deficiência de cálcio. A alimentação não influenciou no aparecimento das

deficiências avaliadas;

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- O nível socioeconômico não influenciou na qualidade da alimentação, nem nos

resultados da operação;

- As taxas do acompanhamento nutricional encontraram-se significativamente

reduzidas ao longo do tempo. Pacientes que realizaram esse acompanhamento

apresentaram menor consumo de salgadinhos, doces e guloseimas e de óleos e

gorduras e menor incidência da reaquisição de peso;

- Em relação ao tempo de pós-operatório, de modo geral, melhores resultados

foram observados entre dois e cinco anos.

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7 COROLÁRIO

Consequências indesejáveis da cirurgia bariátrica, como as alterações no

comportamento alimentar e a alta incidência da reaquisição de peso e das deficiências

nutricionais, foram claramente demonstradas pelo nosso estudo. Com o intuito de atuar

na prevenção destas, acreditamos que algumas medidas devam ser adotadas, como:

- estimular o acompanhamento nutricional e multidisciplinar em todo o período

do pré-operatório e do pós-operatório;

- conscientizar os pacientes, por meio de trabalho em grupo e durante as

consultas individuais, da importância de melhorar a qualidade da alimentação. Com

esse propósito, deve-se orientar os pacientes para que evitem consumir guloseimas,

salgadinhos, doces, alimentos gordurosos etc. O objetivo é promover adequada

ingestão calórica. Deve-se, também, encorajar o consumo de alimentos fontes de

micronutrientes, tais como leite e derivados, frutas e vegetais; e o consumo de

alimentos fontes de proteínas. As preparações alimentares devem ser adequadas às

condições desses pacientes, devido à presença da intolerância alimentar no pós-

operatório;

- integrar profissional de educação física à equipe multidisciplinar com o objetivo

de orientar a adequada prática de atividade física antes e após a operação, respeitando

as limitações desses pacientes.

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V DIRETRIZES BRASILEIRAS DE HIPERTENSÃO ARTERIAL. 2006. Sociedade Brasileira de Cardiologia – SBC. Sociedade Brasileira de Hipertensão – SBH. Sociedade Brasileira de Nefrologia – SBN. Disponível em: <http://publicacoes.cardiol.br/consenso/2006/VDiretriz-HA.pdf>. Aceso em: 12 nov. 2008.

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VASCONCELOS, F. A. G. Tendências históricas dos estudos dietéticos no Brasil. História, Ciências, Saúde – Manguinhos, v. 14, n.1, p. 197-219, 2007.

VILLELA, N.B.; NETO, O.B.; CURVELLO, K.L.; PANEILI, B.E.; SEAL, C.; SANTOS, D.; CRUZ, T. Quality of life of obese patients submitted to bariatric surgery. Nutrición Hospitalaria, v. 19, n. 6, p. 367-71, 2004.

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APÊNDICE A

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

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TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE PARA PARTICIPAÇÃO EM P ESQUISA Título: Avaliação de pacientes submetidos à derivação gástrica em Y de Roux ao longo de dez anos: aspectos dietéticos, antropométricos, clínicos e de qualidade de vida. Investigadores principais : Prof. Dra. Maria Isabel Correia e Nutricionista Rachel Horta Freire Objetivos: Avaliar os pacientes submetidos à cirurgia bariátrica no HC/UFMG nos últimos 10 anos, observando as alterações bioquímicas, antropométricas e alimentares desses pacientes ao longo dos anos, dividindo posteriormente em períodos: até um ano, de um até dois anos, de dois até cinco anos e mais de cinco anos. Procedimentos : Se eu concordar em participar do estudo, acontecerá o seguinte:

1- Responderei algumas questões sobre a minha história clínica. 2- Responderei algumas questões sobre a minha ingestão alimentar. 3- Passarei por uma avaliação na qual serão aferidos meu peso, altura, circunferência da cintura e

composição corporal por Impedância Bioelétrica (exame absolutamente indolor e sem risco). 4- Serão registrados os resultados dos exames laboratoriais. O tempo para realização de todo o procedimento é de cerca de 1h.

Riscos: Não existem riscos inerentes à participação na pesquisa. Benefícios: Os resultados da pesquisa serão importantes para estabelecer todas as alterações causadas pela cirurgia bariátrica ao longo de 10 anos, estabelecendo diretrizes no acompanhamento no decorrer do tempo. Confidencialidade: Os resultados do estudo serão discutidos comigo. Todas as informações obtidas neste estudo serão consideradas confidenciais e usadas estritamente para fins de pesquisa. Minha identidade será mantida em segredo. Direito de recusa: Minha participação neste estudo é totalmente voluntária, sendo eu livre para recusar a tomar parte da pesquisa, sem afetar ou pôr em risco meu futuro atendimento médico. Consentimento: Concordo em participar deste estudo. Recebi uma cópia do presente termo de consentimento e me foi dada a oportunidade de ler e esclarecer dúvidas. Não haverá qualquer ressarcimento de despesas, em nenhuma hipótese. Se houver necessidade de maiores esclarecimentos, por favor, entre em contato com a Nutricionista Rachel Horta Freire pelo telefone 87443730 ou com a Dra Isabel Correia pelo telefone 91688239. Eu, __________________________________________________, concordo em participar do estudo. Belo Horizonte, ___ de _____________ de 200__. _______________________________ _______________________________ Assinatura do paciente Pesquisador responsável Endereço do Comitê de Ética em Pesquisa da UFMG: Av. Antônio Carlos, 6627,Unidade Administrativa II – 2º. Andar, Campus Pampulha, Belo Horizonte, MG. Telefone: 3409-4592 Mestranda: Rachel Horta Freire Telefone: 0XX31 87443730. Orientadora: Profa. Dra. Maria Isabel T. D. Correia. Telefone: 0XX31 91688239

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APÊNDICE B

FICHA DE AVALIAÇÃO DO PACIENTE

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FICHA DE AVALIAÇÃO DO PACIENTE

Data: ___ /___ /___

1- DADOS PESSOAIS

Nome: ______________________________________________________________________________

Endereço: ___________________________________________________________________________

Cidade: _________________________ CEP: ____________ Telefone: ( ) _____________________

Protocolo:_________ Registro: ___________ Sexo: (1) Masculino (2) Feminino

Data de nascimento: ___ / ___ / ___ Idade: __________

Data da operação: ___ / ___ / ___ Tempo: _________ (meses)

Grupo: (1) até um ano (3) de dois até cinco anos

(2) de um até dois anos (4) mais de 5 anos

Fez acompanhamento nutricional no pós-operatório? (1) Sim (2) Não

2- HISTÓRIA SOCIAL

Renda Familiar: (1) até 1 salário mínimo (3) de 5 a 7 salários mínimos

(2) de 2 a 4 salários mínimos (4) mais de 8 salários mínimos

Número de pessoas: ____________ Profissão: ______________________

3- HISTÓRIA CLÍNICA (ANTES DA OPERAÇÃO)

Doenças associadas: (1) Sim (2) Não

(1) Sim (2) Não Hipertensão Arterial

(1) Sim (2) Não Diabetes melito tipo II

(1) Sim (2) Não Hiperuricemia

(1) Sim (2) Não Dislipidemia

(1) Sim (2) Não Apneia obstrutiva do sono

(1) Sim (2) Não Artrite/Artrose

(1) Sim (2) Não Edema

(1) Sim (2) Não Alterações Menstruais

(1) Sim (2) Não Outros Qual: _____________________________

Utilizava algum medicamento? (1) Sim (2) Não

Quais medicamentos: ___________________________________________

(1) Anti-hipertensivo (4) Antidepressivo/Ansiolítico

(2) Antidiabético (5) Outros Quais:_____________

(3) Antilipêmico

Atividade física: (1) Sim (2) Não Qual___________________

Frequência: (1) 1 ou 2 vezes/sem (2) 3 ou 4 vezes/sem (3) 5 vezes ou mais

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AVALIAÇÃO CLÍNICA ATUAL

Doenças associadas: (1) Sim (2) Não

(1) Sim (2) Não Hipertensão Arterial

(1) Sim (2) Não Diabetes melito tipo II

(1) Sim (2) Não Hiperuricemia

(1) Sim (2) Não Dislipidemia

(1) Sim (2) Não Apneia obstrutiva do sono

(1) Sim (2) Não Artrite/Artrose

(1) Sim (2) Não Edema

(1) Sim (2) Não Alterações Menstruais

(1) Sim (2) Não Outros Qual: _______________________

Utiliza algum medicamento? (1) Sim (2) Não

Quais medicamentos: __________________________________________

(1) Anti-hipertensivo (4) Antidepressivo/Ansiolítico

(2) Antidiabético (5) Outros Quais: ___________

(3) Antilipêmico

Uso de Suplementos: (1) Sim (2) Não

Centrum® (1) Sim (2) Não Sulfato ferroso (1) Sim (2) Não

Vitamina B12 (1) Sim (2) Não Outros (1) Sim (2) Não

Cálcio (1) Sim (2) Não Quais: ____________________________

Se não utiliza, porque (1) Não há indicação clínica

(2) Não tem condições financeiras para adquirir

(3) Suspendeu por conta própria

Uso de bebida alcoólica: (1) Nunca (3) Semanal

Quantidade:______________ (2) Eventual (4) Diário

Tabagismo : (1) Não fumante (2) Ex-fumante (Tempo: ______) (3) Fumante

Atividade física: (1) Sim (2) Não Qual___________________

Frequência: (1) 1 ou 2 vezes/sem (2) 3 ou 4 vezes/sem (3) 5 vezes ou mais

Distúrbios gastrointestinais: Vômitos/Náuseas (1) Sim (2) Não

(1) Sim (2) Não Diarreia (1) Sim (2) Não

Constipação (1) Sim (2) Não

Síndrome de dumping (1) Sim (2) Não

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4- AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA

Peso à cirurgia: _________ Altura: __________ (m) IMC: ___________

Classificação do IMC (cirurgia):

(1) Magreza (< 18.5 kg/m2) (4) Obesidade grau I (30 a 35,9 kg/m2)

(2) Eutrofia (18,5 a 24,9 kg/m2) (5) Obesidade grau II (36 a 39,9 kg/m2)

(3) Sobrepeso (25 a 29,9 kg/m2) (6) Obesidade grau III (> 40 kg/m2)

Peso máximo atingido: ___________ Peso mínimo atingido PO: __________

Peso atual: ________ IMC atual: __________ Classificação do IMC (atual): _________

Peso Ideal: ________ Excesso de peso (kg): _______ Perda do EP (%):_________

Classificação da PEP: (1) Objetivo atingido >50% (2) Objetivo não atingido <50%

Porcentagem da PEP: (1) ganho de peso (2) 0 a 24% (3) 25 a 49%

(4) 50 a 75% (5) 75 a 100% (6) > 100%

Reaquisição de peso: (1) Sim Reaquisição (kg): __________ (2) Não Circunf. da Cintura: _________ (1) Normal

(2) Aumentada (homem > 102 cm / mulher > 88cm)

Pressão arterial: __________

Bioimpedância elétrica:

Massa Gorda (kg):_____ Massa gorda (%):____ Massa magra (kg): _____ Massa magra (kg): _____

Resistência: _____ Reactância: _____ Total água (L):_____ % água da MM: _____ TMB:______

5- AVALIAÇÃO DIETÉTICA

Número de refeições diárias: (1) 1 ou 2 (2) 3 ou 4 (3) 5 ou 6

Consumo de água: (1) < 1L (2) de 1 a 2L (3) > 2L

Intolerância Alimentar (1) Sim (2) Não

( ) Álcool ( ) Frituras ou alimentos gordurosos ( ) Bebida gasosa ( ) Farináceos ( ) Suco concentrado ( ) Feijão ( ) Leite ( ) Doces ( ) Alimentos sólidos ( ) Carne bovina ( ) Frutas ( ) Carne suína ( ) Vegetais folhosos ( ) Carne de frango ( ) Verduras ( ) Peixes e frutos do mar ( ) Pão ( ) Carne moída ( ) Massas ( ) Arroz ( ) Outros:___________________________________

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117

Recordatório de 24h Desjejum

Colação

Almoço

Lanche

Jantar

Ceia

Avaliação

Ingestão atual: ___________ kcal

CHO (%): ______ CHO (g): _____

LIP (%): _______ LIP (g): ______

PTN (%):_______ PTN (g): _____ Adequado: (1) Sim (2) Não

Micronutrientes:

Cálcio (mg) ___________ Adequado: (1) Sim (2) Não

Ferro (mg) ____________ Adequado: (1) Sim (2) Não

Tiamina (mg) __________ Adequado: (1) Sim (2) Não

Vit. B12 (mcg) __________ Adequado: (1) Sim (2) Não

Folato (mcg) __________ Adequado: (1) Sim (2) Não

Zinco (mg) ___________ Adequado: (1) Sim (2) Não

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118

6- AVALIAÇÃO BIOQUÍMICA

Pré operatório ____ / ____ / ____

Pós operatório ____ / ____ / ____

Hemoglobina Hemácias Hematócrito Leucócitos Linfócitos Plaquetas Ativ.protromb/RNI Proteínas totais Albumina Glicemia Creatinina Cálcio

Iônico Total

PTH Fosfatase alcalina Gama GT TGP e TGO Colesterol total HDL LDL Triglicérides Ácido úrico TSH/T4 Ferro sérico Ferritina Vitamina B 12 Ácido fólico Na / K Mg / P Hemoglobina glicada Ureia

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APÊNDICE C

QUESTIONÁRIO DE FREQUÊNCIA DE CONSUMO ALIMENTAR

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120

Alimento Qtde Freq Alimento Qtde Freq Leite e derivados Hortaliças

Leite integral Acelga Leite desnatado Alface Queijos Almeirão Creme de Leite Agrião Requeijão Berinjela Iogurte comum Brócolis Iogurte light Rabanete

Carnes e Ovos Couve Carne bovina Couve-flor Frango Espinafre Carne suína Repolho Peixe Tomate Embutidos Vagem Bacon Abóbora Ovo frito Abobrinha Ovo cozido Beterraba Hamburguer Cenoura

Leguminosas Chuchu Feijão Quiabo Ervilha Pimentão Lentilha Frutas Soja Abacate Grão-de-Bico Abacaxi

Carboidratos Ameixa Angu Banana Arroz Goiaba Batata doce Laranja Batata inglesa Limão Biscoito doce Maçã Biscoito recheado Mamão Biscoito salgado Manga Bolos Melão Cereais integrais Melancia Cará/Inhame Mexerica Farinhas Pêra Macarrão Uva Mandioca Salgadinhos, doces e guloseimas Pão de Forma Doces de frutas Pão de Queijo Doces/sobremesas Pão Francês Mel Pão Doce Sorvete Torrada Achocolatado

Bebidas Chocolate/Bombom Suco natural Salgadinho “chips” Suco artificial (pó) Salgadinhos Suco caixinha Óleos e gorduras Refrigerante light Azeite de Oliva Refrigerante comum Banha de porco Café com açúcar Manteiga/Margarina Café com adoçante Óleo vegetal Chá Gordura hidrogenada Bebidas alcoólicas Amendoim/Castanha

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121

APÊNDICE D

VALOR DA PORÇÃO DOS

ALIMENTOS DO QFCA EM MEDIDAS CASEIRAS

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122

Alimento Leite e derivados

Quantidade (g/mL) Medida caseira

Leite integral 200mL 1 copo tipo requeijão Leite desnatado 200mL 1 copo tipo requeijão

Queijos 50g 1 fatia Creme de leite 20g 1 colher de sopa

Requeijão 45g 1 e ½ colher de sopa Iogurte comum 120g 1 pote

Iogurte light 120g 1 pote

Alimento Carnes e ovos

Quantidade (g/mL) Medida caseira

Carne bovina 80g 1 unidade pequena Frango 100g 1 unidade pequena

Carne suína 80g 1 fatia Peixe 100g 1 unidade

Embutidos 75g 4 fatias Bacon 30g 2 fatias

Ovo frito 45g 1 unidade Ovo cozido 45g 1 unidade

Hambúrguer 90g 1 unidade

Alimento Leguminosas

Quantidade (g/mL) Medida caseira

Feijão 86g 1 concha Ervilha 70g 2 e ½ colheres de sopa Lentilha 50g 2 colheres de sopa

Soja 45g 1 colher de servir Grão-de-bico 40g 1 e ½ colher de sopa

Alimento Carboidratos

Quantidade (g/mL) Medida caseira

Angu 110g 1 pedaço médio Arroz branco cozido 125g 4 colheres de sopa Batata doce cozida 150g 1 e ½ colher de servir

Batata inglesa cozida 175g 3 colheres de servir Biscoito doce 35g 7 unidades

Biscoito recheado 34g 2 unidades Biscoito salgado 35g 6 unidades

Bolos 30g 1 fatia Cereais integrais 40g ½ xícara

Cará/Inhame 120g 3 colheres de sopa Farinhas 50g 3 colheres de sopa Macarrão 110g 1 pegador Mandioca 100g 3 colheres de sopa

Pão de forma 50g 2 fatias Pão de queijo 40g 1 unidade média Pão francês 50g 1 unidade Pão doce 50g 1 unidade Torrada 30g 5 unidades

Alimento Hortaliças

Quantidade (g/mL) Medida caseira

Acelga 90g 9 colheres de sopa Alface 90g 9 colheres de sopa

Almeirão 65g 6 folhas Agrião 100g 20 ramos

Berinjela 60g 2 colheres de sopa Brócolis 60g 4 colheres de sopa

Rabanete 100g 3 unidades Couve 40g 2 colheres de sopa

Couve-flor 70g 3 ramos Espinafre 60g 3 colheres de sopa

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123

Repolho 75g 5 colheres de sopa Tomate 80g 4 fatias Vagem 45g 2 colheres de sopa

Abóbora 50g 1 e ½ colher de sopa Abobrinha 80g 3 colheres de sopa Beterraba 30g 3 fatias Cenoura 40g 1 colher de servir Chuchu 60g 2 e ½ colheres de sopa Quiabo 20g 1 colher de sopa

Pimentão 70g 3 colheres de sopa

Alimento Frutas

Quantidade (g/mL) Medida caseira

Abacate 40g 2 pedaços pequenos Abacaxi 130g 2 fatias Ameixa 140g 3 a 4 unidades Banana 60g 1 unidade Goiaba 100g ½ unidade Laranja 150g 1 unidade Limão 250g 5 unidades Maçã 130g 1 unidade pequena

Mamão 150g ½ unidade pequena Manga 110g ½ unidade Melão 220g 2 fatias

Melancia 200g 1 fatia média Mexerica 150g 1 unidade

Pêra 120g 1 unidade Uva 100g 10 unidades

Alimento Salgadinhos, doces e guloseimas

Quantidade (g/mL) Medida caseira

Doces de frutas 50g 1 colher de sopa Doces/Sobremesas 40g 1 e ½ colher de sopa

Mel 40g 2 colheres de sopa Sorvete 50g 1 bola pequena

Achocolatado 32g 2 colheres de sopa Chocolate/Bombom 20g 1 unidade Salgadinho “Chips” 25g ½ pacotinho

Salgadinho 35g 2 a 3 unidades pequenas

Alimento Óleos e gorduras

Quantidade (g/mL) Medida caseira

Azeite de oliva 10mL 1 colher de sopa Banha de porco 9g ½ colher de sopa

Manteiga/Margarina 12g 1 colher de sobremesa Óleo vegetal 10mL 1 colher de sopa

Gordura hidrogenada 10g ½ colher de sopa Amendoim/Castanha 16g 16 unidades

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124

APÊNDICE E

QUESTIONÁRIO MOOREHEAD-ARDELT

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125

Fonte: adaptado de ORIA & MOOREHEAD, 1998

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126

APÊNDICE F

PONTUAÇÃO DO QUESTIONÁRIO MOOREHEAD-ARDELT

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127

Fonte: adaptado de ORIA & MOOREHEAD, 1998

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128

APÊNDICE G

AVALIAÇÃO DIETÉTICA

GRÁFICOS DE BOX-PLOT E TABELAS

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129

Grupos (p<0,01)

mais de 5 anos

de 2 até 5 anos

de 1 até 2 anos

até 1 ano

QF

CA

- G

rupo

dos

car

boid

rato

s

70

60

50

40

30

20

10

0

Grupos (p<0,05)

mais de 5 anos

de 2 até 5 anos

de 1 até 2 anos

até 1 ano

QF

CA

- G

rupo

dos

óle

os e

gor

dura

s

60

50

40

30

20

10

0

-10

Grupos (p<0,01)

mais de 5 anos

de 2 até 5 anos

de 1 até 2 anos

até 1 anoQF

CA

- G

rupo

dos

sal

gadi

nhos

, do

ces

e gu

lose

imas

120

100

80

60

40

20

0

-20

Figura 24: Gráficos de Box-plot para diferença do consumo semanal em porções segundo

questionário de frequência de consumo alimentar (QFCA) para o grupo dos carboidratos, grupo

dos salgadinhos, doces e guloseimas e grupo dos óleos e gorduras, entre os quatro grupos de

acordo com o tempo de pós-operatório, Belo Horizonte, 2008.

Gênero (p<0,01)

femininomasculino

QF

CA

- G

rupo

dos

car

boid

rato

s

70

60

50

40

30

20

10

0

Gênero (p<0,05)

femininomasculino

QF

CA

- G

rupo

dos

óle

os e

gor

dura

s

60

50

40

30

20

10

0

-10

Figura 25: Gráficos de Box-plot para diferença do consumo semanal em porções segundo

questionário de frequência de consumo alimentar (QFCA) para o grupo dos carboidratos, e

grupo dos óleos e gorduras entre os sexos, Belo Horizonte, 2008.

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130

Grupos (p<0,01)

mais de 5 anos

de 2 até 5 anos

de 1 até 2 anos

até 1 anoC

alor

ias

(kca

l/dia

)

3000

2000

1000

0

Figura 26: Gráfico de Box-plot para diferença da ingestão calórica (kcal/dia), segundo o

recordatório de 24 horas, entre os quatro grupos de acordo com o tempo de pós-operatório,

Belo Horizonte, 2008.

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131

Tabela 15: Consumo semanal, em porções, segundo o questionário de frequência de consumo alimentar, apresentado pelos grupos de acordo com

o tempo de pós-operatório, Belo Horizonte, 2008.

Grupos – QFCA

Grupos – Tempo de pós -operatório

p Grupo 1

(n = 18)

Grupo 2

(n = 16)

Grupo 3

(n = 33)

Grupo 4

(n = 33)

Grupo do leite e derivados

NS Média ± DP 13,9 ± 8,2 10,3 ± 6,6 12,8 ± 8,9 15,2 ± 11,6

Mediana (Mín. – Máx.) 12,4 (0 – 28,6) 10,9 (1,2 – 23,0) 10,3 (0,5 – 35,0) 13,4 (0,5 – 42,0)

Grupo das carnes e ovos

NS Média ± DP 4,9 ± 3,4 6,9 ± 3,0 7,3 ± 4,5 7,8 ± 4,4

Mediana (Mín. – Máx.) 4,4 (0 – 10,1) 6,3 (4,3 – 14,6) 6,9 (1,0 – 18,7) 6,6 (1,6 – 24,1)

Grupo das leguminosas

NS Média ± DP 4,5 ± 3,6 5,8 ± 3,4 5,8 ± 3,5 6,3 ± 3,9

Mediana (Mín. – Máx.) 3,7 (0 – 14,0) 7,0 (1,5 – 14,0) 5,6 (0,2 – 14,5) 7,0 (0 – 17,5)

Grupo dos carboidratos

<0,01 Média ± DP 14,6 ± 6,5 23,2 ± 9,1 24,7 ± 12,1 21,1 ± 8,2

Mediana (Mín. – Máx.) 13,4 (5,2 – 26,7) 23,7 (10,3 – 42,8) 21,9 (8,5 – 60,6) 21,0 (7,6 – 40,3)

Grupo dos vegetais

NS Média ± DP 6,6 ± 4,5 8,5 ± 4,2 9,3 ± 5,8 8,9 ± 4,6

Mediana (Mín. – Máx.) 4,7 (2,0 – 19,5) 7,5 (4,2 – 17,5) 7,2 (0 – 24,0) 8,5 (2,0 – 20,9)

Grupo das frutas

NS Média ± DP 13,1 ± 9,3 12,0 ± 7,4 15,9 ± 10,2 15,9 ± 10,1

Mediana (Mín. – Máx.) 13,7 (0 – 36,2) 12,0 (2,0 – 25,6) 12,5 (0 – 42,2) 15,0 (1,0 – 36,5)

Grupo dos salgadinhos, doces e guloseimas

<0,01 Média ± DP 1,2 ± 1,9 6,1 ± 6,9 15,0 ± 28,3 5,9 ± 10,2

Mediana (Mín. – Máx.) 0,2 (0 – 6,5) 3,0 (0,7 – 24,2) 4,0 (0 – 115,0) 2,7 (0 – 46,5)

Grupo dos óleos e gorduras

<0,05 Média ± DP 12,9 ± 6,6 16,4± 9,4 20,3 ± 10,6 19,7 ± 7,4

Mediana (Mín. – Máx.) 14,0 (0 – 28,0) 14,0 (3,8 – 37,0) 17,2 (5,7 – 55,0) 20,5 (9,0 – 42,2)

NS: diferença não significativa entre os grupos de acordo como tempo de pós-operatório

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132

Tabela 16: Consumo diário de calorias, carboidratos (%), lipídios (%), proteínas (%) e proteínas (g) segundo o recordatório alimentar de 24 horas

apresentado pelos grupos de acordo com o tempo de pós-operatório, Belo Horizonte, 2008.

Nutrientes

Grupos

p Grupo 1

(n = 18)

Grupo 2

(n = 16)

Grupo 3

(n = 33)

Grupo 4

(n = 33)

Calorias (kcal)

<0,01 Média ± DP 878,8 ± 359,3 1.029,7 ± 296,0 1.343,1 ± 530,6 1.169,6 ± 426,7

Mediana (Mín. – Máx.) 862,9 (413,9 – 1.982,5) 1.066,6 (532,8 – 1.549,0) 1.186,8 (738,6 – 2.691,0) 1.102,2 (528,2 – 2.241,9)

Carboidratos (%)

NS Média ± DP 48,8 ± 8,6 51,8 ± 4,1 54,4 ± 10,0 48,8 ± 9,1

Mediana (Mín. – Máx.) 48,6 (36,6 – 68,7) 50,7 (43,7 – 57,5) 54,4 (27,3 – 78,0) 49,7 (33,1 – 72,6)

Lipídios (%)

NS Média ± DP 34,4 ± 7,3 32,9 ± 4,5 31,9 ± 8,9 35,4 ±6 ,9

Mediana (Mín. – Máx.) 33,5 (24,6 – 47,2) 32,9 (25,6 – 40,7) 31,9 (9,7 – 59,5) 35,9 (19,2 – 48,9)

Proteínas (%)

NS Média ± DP 16,7 ± 4,5 15,3 ± 3,5 13,7 ± 3,9 15,8 ± 4,0

Mediana (Mín. – Máx.) 16,5 (6,2 – 25,0) 14,1 (11,4 – 23,6) 13,3 (6,0 – 21,6) 14,7 (8,2 – 25,4)

Proteínas (g )

NS Média ± DP 36,6 ± 15,9 39,0 ± 12,2 42,9 ± 13,4 45,6 ± 22,8

Mediana (Mín. – Máx.) 32,8 (6,4 – 73,5) 38,3 (16,8 – 61,8) 41,2 (19,6 – 84,0) 41,1 (2,0 – 98,3)

NS: diferença não significativa entre os grupos

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133

Tabela 17: Consumo diário de micronutrientes: cálcio, ferro, tiamina, vitamina B12, folato e zinco segundo o recordatório alimentar de 24 horas

apresentado pelos grupos de acordo com o tempo de pós-operatório, Belo Horizonte, 2008.

Grupos p

Nutrientes Grupo 1 (n = 18)

Grupo 2 (n = 16)

Grupo 3 (n = 33)

Grupo 4 (n = 33)

Cálcio (mg)

NS Média ± DP 493,4 ± 238,42 418,3 ± 267,7 497,9 ± 348 ,1 512,5 ± 361,0

Mediana (Mín. – Máx.) 489,4 (70,8 – 1.054,5) 316,3 (113,6 – 964,4) 353,7 (101,3 – 1.576,5) 385,9 (97,3 – 1.497,4)

Ferro (mg)

NS Média ± DP 5,5 ± 3,1 6,2 ± 3,1 7,4 ± 3,1 7,3 ± 3,3

Mediana (Mín. – Máx.) 5,3 (1,0 – 15,7) 5,9 (2,7 – 12,3) 6,9 (2,4 – 16,1) 7,0 (2,3 – 15,9)

Tiamina (mg)

NS Média ± DP 0,7 ± 0,3 0,8 ± 0,5 0,9 ± 0,4 0,9 ± 0,6

Mediana (Mín. – Máx.) 0,7 (0,3 – 1,4) 0,7 (0,3 – 1,7) 0,8 (0,3 – 2,0) 0,7 (0,3 – 2,9)

Vitamina B 12 (mcg)*

NS Média ± DP 1,9 ± 1,4 1,3 ± 0,8 1,8 ± 1,1 1,8 ± 1,3

Mediana (Mín. – Máx.) 1,5 (0,1 – 4,9) 1,1 (0,2 – 3,1) 1,5 (0 – 5,8) 1,6 (0 – 4,9)

Folato (m cg)

NS Média ± DP 99,8 ± 35,7 103,6 ± 43,2 127,8 ± 81,1 105,5 ± 52,8

Mediana (Mín. – Máx.) 97,4 (49,3 – 185,9) 103,2 (40,0 – 181,7) 107,1 (17,0 – 373,2) 96,5 (22,7 – 251,3)

Zinco (mg)

NS Média ± DP 4,1 ± 2,3 3,9 ± 1,7 4,6 ± 1,7 4,6 ± 2,5

Mediana (Mín. – Máx.) 3,8 (0,9 – 8,1) 3,4 (1,9 – 7,1) 4,5 (2,1 – 8,2) 4,1 (0,8 – 10,5)

*Exclusão de dados: n=2; NS: diferença não significativa entre os grupos

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134

APÊNDICE H

AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA

GRÁFICOS DE BOX-PLOT E TABELAS

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135

Grupos (p<0,01)

mais de 5 anos

de 2 até 5 anos

de 1 até 2 anos

até 1 ano

IMC

pós

ope

rató

rio60

50

40

30

20

Grupos (p<0,05)

mais de 5 anos

de 2 até 5 anos

de 1 até 2 anos

até 1 ano

Pes

o at

ual (

kg)

160

140

120

100

80

60

40

Grupos (p<0,05)

mais de 5 anos

de 2 até 5 anos

de 1 até 2 anos

até 1 ano

Circ

unfe

rênc

ia d

a ci

ntur

a (c

m)

180

160

140

120

100

80

60

Grupos (p<0,01)

mais de 5 anos

de 2 até 5 anos

de 1 até 2 anos

até 1 ano

Mas

sa g

orda

(%)

70

60

50

40

30

20

10

0

Grupos (p<0,01)

mais de 5 anos

de 2 até 5 anos

de 1 até 2 anos

até 1 ano

Mas

sa g

orda

(kg)

80

60

40

20

0

Grupos (p<0,01)

mais de 5 anosde 2 a 5 anosde 1 a 2 anosaté 1 ano

Mas

sa m

agra

(%

)

100

90

80

70

60

50

40

30

Figura 27: Gráficos de Box-plot para diferença das características antropométricas: IMC pós-

operatório, peso atual (kg), circunferência da cintura (cm), massa gorda (%), massa gorda (kg)

e massa magra (%) entre os quatro grupos de acordo com o tempo de pós-operatório, Belo

Horizonte, 2008.

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136

Tabela 18: Fatores avaliados quanto à influência sobre a reaquisição de peso após a

operação, Belo Horizonte, 2008.

Fatores Reaquisição de peso

p Sim Não

Idade* 43,9 ± 10,5 (45,0) 46,5 ± 8,9 (47,5) NS

Nível socioeconômico (faixa de renda) NS

Acompanhamento Nutricional <0,01

Prática de atividade física no pré-operatório <0,05

Prática de atividade física no pós-operatório <0,05

IMC pré-operatório* 53,9 ±8,4 (52,7) 56,2 ± 9,1 (55,2) NS

Perda do excesso de peso (%PEP)* 57,8 ± 19,4 (61,9) 60,8 ± 21,6 (60,7) NS

Presença de intolerância alimentar NS

Presença de sintomas gastrointestinais NS

Bebida alcoólica (nº de doses em porções)* 1,9 ± 5,5 (0) 0,5 ± 2,2 (0) NS

Consumo calórico* 1.264,7 ± 435,1 (1.182,2) 1.008,8 ± 460,4 (948,7) <0,01

Carboidrato (%)* 51,7 ± 9,8 (51,2) 50,4 ± 7,9 (50,7) NS

Carboidrato (g)* 169,7 ± 80,0 (145,6) 128,3 ± 68,4 (111,3) <0,01

Lipídio (%)* 33,6 ± 8,0 (32,7) 33,8 ± 6,8 (33,5) NS

Lipídio (g)* 46,9 ± 19,1 (44,4) 37,9 ± 19,9 (35,4) <0,01

Proteína (%)* 14,7 ± 4,0 (13,7) 15,8 ± 4,2 (16,0) NS

Proteína (g)* 45,4 ± 17,4 (41,8) 37,8 ± 16,7 (35,2) <0,05

Cálcio (mg)* 462,7 ± 355,1 (347,3) 522,9 ± 287,3 (488,0) NS

Ferro (mg)* 7,3 ± 3,1 (7,1) 6,2 ± 3,3 (5,5) NS

Tiamina (mg)* 0,9 ± 0,5 (0,8) 0,7 ± 0,4 (0,7) NS

Vitamina B12 (mcg)* 1,8 ± 1,3 (1,5) 1,6 ± 1,1 (1,5) NS

Folato (mcg)* 112,0 ± 60,4 (98,8) 110,9 ± 61,4 (97,4) NS

Zinco (mg)* 4,7 ± 2,2 (4,3) 3,4 ± 1,9 (3,6) NS

QFCA – Grupo do leite e derivados* 14,1 ± 10,5 (10,9) 12,6 ± 8,0 (11,5) NS

QFCA – Grupo das carnes e ovos* 7,7 ± 4,4 (6,8) 6,1 ± 3,5 (5,8) NS

QFCA – Grupo das leguminosas* 6,3 ± 3,9 (6,3) 5,0 ± 3,2 (5,3) NS

QFCA – Grupo dos carboidratos* 22,4 ± 9,8 (21,2) 20,2 ± 10,5 (18,8) NS

QFCA – Grupo dos vegetais* 9,4 ± 5,1 (8,5) 7,4 ± 4,5 (6,6) NS

QFCA – Grupo das frutas* 15,8 ± 10,5 (12,6) 13,5 ± 8,4 (13,9) NS

QFCA – Grupo dos salgadinhos, doces e

guloseimas* 10,1 ± 21,4 (3,1) 5,6 ± 12,5 (1,5) <0,05

QFCA – Grupo dos óleos e gorduras* 20,4 ± 9,5 (20,7) 15,4 ± 7,9 (14,0) <0,01

* Média ± DP (Mediana)

NS: diferença não significativa entre os pacientes que readquiriram ou não peso

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