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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE RADIOLOGIA AVALIAÇÃO DO IMPACTO DA TOMOGRAFIA POR EMISSÃO DE PÓSITRONS ACOPLADA À TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA EM PACIENTES COM MELANOMA ROGÉRIA DIAS MOREIRA Orientadora:Prof a Dr a Lea Mirian Barbosa da Fonseca Rio de Janeiro 2008 Tese submetida ao Corpo Docente da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do Grau de Doutor em Medicina (Radiologia). Área de Concentração: Medicina Nuclear.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

FACULDADE DE MEDICINA

DEPARTAMENTO DE RADIOLOGIA

AVALIAÇÃO DO IMPACTO DA TOMOGRAFIA POR EMISSÃO DE PÓSITRONS ACOPLADA À TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA

EM PACIENTES COM MELANOMA

ROGÉRIA DIAS MOREIRA

Orientadora:Profa Dra Lea Mirian Barbosa da Fonseca

Rio de Janeiro

2008

Tese submetida ao Corpo Docente da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do Grau de Doutor em Medicina (Radiologia). Área de Concentração: Medicina Nuclear.

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FICHA CATALOGRÁFICA

Moreira, Rogéria Dias

Avaliação do impacto da tomografia por emissão de pósitrons acoplada à tomografia computadorizada em pacientes com melanoma /Rogéria Dias Moreira. -- Rio de Janeiro: UFRJ / Faculdade de Medicina, 2008. xi, 57f. : il. ; 31 cm.

Orientadora: Lea Mirian Barbosa da Fonseca Tese (doutorado) – UFRJ / Faculdade de Medicina/Radiologia,2008

Referências bibliográficas: f. 47-56.

1.Melanoma 2. Tomografia por emissão de pósitrons. 3. Metástase neoplásica - diagnóstico. 4. Radiologia - Tese. I. Fonseca, Lea Mirian Barbosa da II. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Faculdade de Medicina, Radiologia. III. Título.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

FACULDADE DE MEDICINA

DEPARTAMENTO DE RADIOLOGIA

AVALIAÇÃO DO IMPACTO DA TOMOGRAFIA POR EMISSÃO DE PÓSITRONS ACOPLADA À COM TOMOGRAFIA

COMPUTADORIZADA EM PACIENTES COM MELANOMA

Rogéria Dias Moreira

Orientadora: Profa Dra Lea Mirian Barbosa da Fonseca

Banca Examinadora:

Rio de Janeiro 2008

Prof. Dr. Antonio Carlos Pires Carvalho Profa Dra Bianca Gutfilen Prof. Dr. Berdj Aram Meguerian Profa Dra Ana Cecília Pedrosa de Azevedo Prof. Dr. Eduardo Cortes Prof. Dr. Sergio Augusto L. de Souza (suplente) Prof Dr. Emerson L. Gaspareto (suplente)

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"Comece fazendo o que é necessário, depois o que é possível, e de repente você estará fazendo o impossível”.

(São Francisco de Assis)

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AGRADECIMENTOS

À Profa. Lea Mirian Barbosa da Fonseca como orientadora, pelo incentivo e

confiança, dado a este trabalho desde o seu projeto.

À Dra Maria Carolina Pessoa Landesmann pelo apoio e pelo trabalho com

os pacientes deste estudo.

Ao Dr Sergio Almeida pelo trabalho e dedicação aos pacientes deste estudo.

Aos amigos Sérgio Augusto Lopes e Flávia Paiva Proença Lobo Lopes que

me ajudaram com preciosas orientações na realização deste trabalho.

Ao Prof. Berdj Aram Meguerian, pelos bons momentos de trabalho e

incentivo durante a especialização no Instituto Nacional de Câncer e pelo apoio

dado ao processo de evolução do meu trabalho como profissional.

Ao Prof. Antonio Carlos Pires Carvalho que acrescentou muito a minha

formação durante o período do doutorado. Sua dedicação ao ensino é um

exemplo para qualquer médico.

Aos funcionários e colegas do Setor de PET-CT da Clínica Felippe Mattoso

do Hospital Samaritano que trabalharam no atendimento aos pacientes e na

realização dos exames.

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À Profa. Victoria Maria Brant Ribeiro, do NUTES, pelos belos ensinamentos

sobre ensino e educação.

Ao Prof Luiz Glock, da PUC do Rio Grande do Sul pelos ensinamentos

sobre estatística .

Aos funcionários e colegas do Departamento de Radiologia da UFRJ que

me acolheram com muito carinho, com especial agradecimento a Dalila Maria de

Meirelles Barbosa.

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DEDICATÓRIA

Aos meus queridos pais Ana Rita, e Mariano, pela formação moral e de

caráter, por todo sacrifício que fizeram por mim e por terem sido os meus

primeiros professores.

Ao meu querido Guilherme, com quem sempre partilhei os sonhos, agradeço

todo o carinho e dedicação. O incentivo nos momentos mais difícil foi fundamental

para a realização deste trabalho.

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LISTA DE SIGLAS , SIMBOLOS E ABREVIATURAS

AJCC = American Joint Committe on Cancer

CNEN = Comissão Nacional de Energia Nuclear

FDG = Flúor-desoxiglicose

Fig = Figura

INCA = Instituto Nacional de Câncer

IPEN = Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares/CNEN

IEN = Instituto de Engenharia Nuclear /CNEN

INF-a = Interferon alfa

LS = Linfonodo Sentinela

PCR-TR = reação em cadeia pela polimerase –transcriptase reversa

PET = Positron Emission Tomography

PET-CT = Positron Emission Tomography / Computed Tomography

RX = Radiologia Convencional

RM = Ressonância Magnética

RT = Radioterapia

SPECT = Single Photon Emission Computed Tomography

TC = Tomografia Computadorizada.

US = Ultra-sonografia

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RESUMO

O objetivo deste estudo foi determinar o impacto clínico do uso da

tomografia por emissão de pósitrons acoplada à tomografia computadorizada

(PET-CT) na detecção de metástases e acompanhamento dos pacientes com

melanoma. O impacto do exame de PET-CT no manejo dos pacientes foi

analisado baseado nas alterações de conduta realizadas após a informação

obtida pelo exame de PET-CT. O exame de PET-CT foi realizado em 26

pacientes (15 homens, 11 mulheres; idade 32 – 84 anos, média 59 anos) com

melanoma (AJCC estágio IB – IV) num intervalo de 2 – 96 meses após a primeira

cirurgia de retirada do melanoma. Vinte e seis casos (100%) apresentaram

anormalidades ao estudo. Após os resultados do PET-CT, 18 pacientes (70%)

tiveram suas condutas alteradas. O tempo de acompanhamento teve média de

18,25 meses (4 - 31 meses) Em conclusão, o exame de corpo inteiro FDG-18F

PET/CT é uma ferramenta valiosa para o acompanhamento de pacientes com

melanoma . O exame faz o diagnóstico das recorrências e seleciona pacientes

que são elegíveis para cirurgia. Alterações significantes da conduta médica foram

realizadas baseadas nos resultados de PET-CT.

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ABSTRACT

The aim of this study was to determine the clinical impact of whole body

positron emission tomography with computer tomography (FDG-18F PET/CT) to

detect clinical metastases in the follow-up of patients with high risk melanoma. The

impact of FDG-18F PET/CT on patient management was assessed based on the

alterations made in the initial treatment plan after reevaluation of the patients using

the information obtained by PET/CT. PET/CT was performed to 26 patients (15

men, 11 women; aged 32 - 84 years) with known melanoma (AJCC stage IB-IV)

in 2 - 96 months after the primary surgery. The results of PET/CT led treatment

changes in 18 patients (81%). Twenty six (100%) were positive. The mean follow-

up time was 18.25 months (range, 4 - 31 months) In conclusion, whole body FDG

PET/CT is a valuable follow-up tool in high risk melanoma to diagnose recurrences

and to select the patients, who are suitable for surgical metastasectomy.

Significant surgical and medical treatment alterations were made based on PET-

CT results.

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SUMÁRIO

Ficha Catalográfica ............................................................................................................ ii Folha de Rosto ................................................................................................................. iii Agradecimentos .............................................................................................................. v Dedicatória........................................................................................................................ vii Lista de Siglas e Abreviaturas........................................................................................ viii

Resumo ........................................................................................................................... ix Abstract............................................................................................................................ x Sumário ............................................................................................................................ xi 1. INTRODUÇÃO E OBJETIVOS...................................................................................................

1

1.1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 2

1.2. OBJETIVOS ....................................................................................................................... 4

2. REVISÃO DA LITERATURA..................................................................................................... 5

2.1-MELANOMA ........................................................................................................................ 6

2.1.1- Considerações Gerais .................................................................................................... 6

2.1.2- Estadiamento Clínico ...................................................................................................... 8

2.1.3.- Estágio Avançado da Doença ........................................................................................ 11

2.1.4- Aspectos Diagnósticos ....................................................................................................

12

2.1.4.1- Tomografia por emissão de pósitrons ..........................................................................

12

2.1.4.2- Aspectos Físicos ..........................................................................................................

14

2.1.4.3 - Aplicações Clínicas .....................................................................................................

16

2.1.4.4 - Fusão do PET com a Tomografia Computadorizada ..................................................

18

2.1.5 - Tratamento ............................................................................................................... 19

2.1.6 - Prognóstico ............................................................................................................ 22

3. PACIENTES, MATERIAL E MÉTODOS .............................................................................. 24

3.1- CONSIDERAÇÕES GERAIS .............................................................................................

25

3.1.1 - Interpretação das imagens........... ................................................................................. 26

3.1.2 - Aspectos Bioéticos .........................................................................................................

27

3.1.3 - Análise Estatística ........ ................................................................................................ 27

4. RESULTADOS ......................................................................................................................... 28

4.1- DADOS CLÍNICOS E EPIDEMIOLÓGICOS ...................................................................... 29

4.2- ACHADOS TOMOGRÁFICOS ........................................................................................... 34

5. DISCUSSÃO ............................................................................................................................. 38

6. CONCLUSÕES ......................................................................................................................... 43

7. RECOMENDAÇÃO ................................................................................................................... 45

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..........................................................................................

47

9. ANEXOS ....................................................................................................................................

57

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1- INTRODUÇÃO E OBJETIVOS

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1. INTRODUÇÃO E OBJETIVOS

1.1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho surgiu a partir de um levantamento realizado em

2007, no qual o objetivo era ter um melhor entendimento dos dados

representativos do exame de PET-CT (tomografia por emissão de pósitrons

acoplada à tomografia computadorizada convencional) na detecção de

metástases em pacientes com melanoma em um hospital brasileiro.

O crescente desenvolvimento científico e tecnológico das últimas

décadas trouxe para a prática médica novas possibilidades de diagnóstico e

prognóstico no tratamento do câncer.

O conhecimento da epidemiologia é fundamental para o planejamento e

avaliação de medidas de controle, já que, ainda hoje o câncer é a segunda causa

de morte perdendo apenas para as doenças cardiovasculares(2). Outro dado

importante é que embora o melanoma represente apenas 4% dos tipos de câncer

de pele, é considerado o mais grave devido à sua alta possibilidade de

metástases(41).

Entre 2008 e 2009, segundo dados das estimativas de incidência do Instituto

Nacional de Câncer (INCA) nas cinco regiões brasileiras, o melanoma deverá

atingir aproximadamente 6.000 pessoas neste período de 2 anos(25). Dados

recentes revelam que o melanoma se apresentou como o câncer mais expressivo

nos últimos tempos nos Estados Unidos, tendo sua incidência quase triplicada

nas últimas quatro décadas (2,25).

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Embora o melanoma possa ser curado, cirurgicamente quando restrito ao

sítio primário, nos casos avançados é invariavelmente fatal, mesmo após terapia

combinada anti-tumoral agressiva(33).

Os fatores de risco mais importantes, segundo Mariani e cols.(41) incluem

idade avançada, um grande número de manchas, história familiar de melanoma,

estado de imunossupressão e sensibilidade ao sol.

Exames de imagem tais como radiologia convencional (RX), tomografia

computadorizada (TC), ultra-sonografia (US), ressonância magnética (RM) e a

tomografia por emissão de pósitrons (PET) são freqüentemente solicitados, seja

para o diagnóstico das lesões, avaliação da extensão da doença, pesquisa de

metástases como também, para o monitoramento da resposta ao tratamento

proposto (40). Dentre estes exames, a tomografia por emissão de pósitrons (PET)

tem uma função primordial na determinação do comportamento metabólico do

tumor (23).

Com a evolução da Medicina Nuclear tornou-se possível a investigação dos

eventos que ocorrem em nível celular pela detecção da radiação emitida pelo

paciente, após administração de radiofármacos desenvolvidos para o diagnóstico

de alterações metabólicas dos órgãos e/ou tecidos(6). Atualmente é possível fundir

as imagens obtidas pela tomografia computadorizada (TC) com as obtidas pelo

PET aplicando-se um programa de computação gráfica e aquisição de imagens

simultâneas no mesmo equipamento, proporcionando dessa forma o mapeamento

topográfico metabólico da lesão (50).

Ainda como vantagem de se utilizar este exame, podemos ressaltar a

possibilidade de se determinar uma área de metabolismo aumentado dentro da

própria lesão, ou seja, uma área associada à maior atividade mitótica celular

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(48,50). A detecção destas regiões permite o mapeamento preciso da região a ser

irradiada nos tratamentos por radioterapia (RT), especialmente em casos

irressecáveis, que devam ser tratados exclusivamente com radioterapia ou em

associação à quimioterapia. A determinação desta região auxilia no

direcionamento dos feixes de radioterapia na área previamente determinada,

destruindo as células em atividade mitótica rapidamente, com a possível melhora

da eficácia terapêutica (58).

Sendo assim, a utilização de métodos radiológicos como o PET-CT no

estadiamento ou na avaliação da terapêutica é de importância fundamental para o

planejamento das estratégias de tratamento dos pacientes com melanoma.

1.2. OBJETIVOS

A - Avaliar a conduta estabelecida após a utilização do exame de PET-CT

com o FDG-18F (flúor-desoxiglicose) na detecção de metástases e no

acompanhamento do melanoma.

B - Avaliar o perfil dos pacientes com melanoma.

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2- REVISÃO DE LITERATURA

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. MELANOMA

2.1.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS

A incidência do melanoma é crescente em todo o mundo, com a

detecção de aproximadamente 3.050 novos casos por ano no Brasil, resultando

em 1.085 óbitos (1,7 novos casos e 0,57 mortes para cada 100.000 habitantes

(25). Para 2008 estão previstos 2.950 casos novos em homens e 2.970 casos

novos em mulheres, segundo a Estimativa de Incidência de Câncer no Brasil(25). O

tratamento do melanoma primário da pele inicia-se pela ressecção com margens

amplas do tumor. A ressecção pode ser curativa, em casos de doença localizada.

Aspecto importante com relação ao prognóstico das lesões é a classificação de

Breslow que corresponde a medida da espessura da lesão e a classificação de

Clark que corresponde ao grau de invasão dérmica e constitui de 5 níveis : I- sem

invasão dérmica ; II- presença de células tumorais na derme papilar; III- células

tumorais preenchendo a derme papilar; IV- presença de células tumorais na

derme reticular; V- invasão de células tumorais na camada subcutânea da pele(4).

A probabilidade de envolvimento linfonodal aumenta para lesões de maior

espessura, atingindo 20% dos pacientes com melanoma de espessura de Breslow

intermediária (1-4mm)(4,9,19).

A remoção de toda a cadeia linfática pode ser realizada no tratamento

desses pacientes, porém sua indicação é questionada por não haver impacto

claro do procedimento na sobrevida, além de ser um fator de morbidade, pois

freqüentemente leva ao desenvolvimento de linfedema(14).

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Além da propensão clássica da migração das células tumorais através dos

canais linfáticos para os linfonodos regionais, a importância dos fatores de

disseminação hematogênica que podem causar metástases extranodais, também

deve ser considerada(3,38,43). As lesões locais e distantes do local primário podem

ser descobertas nos pacientes sem a evidência clínica de acometimento

linfonodal regional (40). Os protocolos rotineiros incluem o exame físico e técnicas

de imagem convencionais, tais como a radiografia de tórax, a ultra-sonografia, a

tomografia computadorizada, e a ressonância magnética porém são de valor

limitado para identificar a disseminação do melanoma, especialmente em

pacientes assintomáticos com linfonodos metastáticos (44). Um exame de alta

sensibilidade, tal como o PET-CT com FDG-18F como um marcador da

malignidade, é necessário para o correto estadiamento e acompanhamento dos

pacientes com melanoma de alto risco (57). Na prática clínica de hoje, os exames

de PET/CT permitem a avaliação simultânea de características metabólicas e

anatômicas do tumor e de sua extensão local, regional, e à distância (50,54,70).

Os resultados do tratamento dependem essencialmente do estádio inicial da

doença, pois a maioria dos tratamentos sistêmicos (incluindo quimio e

imunoterapia) tem pouco impacto na sobrevida, com exceção do tratamento com

altas doses de interferon-alfa (INF-a), modalidade que vem mostrando resultados

animadores(1,28,31,32). Os principais fatores prognósticos do melanoma cutâneo são

a espessura do tumor, a presença de ulceração e a detecção de metástases para

linfonodos(18,47). A sobrevida de cinco anos também está relacionada à presença

de acometimento micro ou macroscópico(12).

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2.1.2. ESTADIAMENTO CLÍNICO

Após a ressecção cirúrgica de uma lesão suspeita e a confirmação

histológica, procede-se à complementação do estadiamento para se definir a

proposta terapêutica (49,57).

O conhecimento da biologia dos tumores levou a União Internacional

Contra o Câncer (UICC) a desenvolver um sistema que permitisse classificar a

evolução das neoplasias malignas, para se determinar o melhor tratamento e a

sobrevida dos pacientes (2). Este sistema, denominado, no Brasil, de

estadiamento, tem como base a avaliação da dimensão do tumor primário

(representada pela letra T), a extensão de sua disseminação para os linfonodos

regionais (representada pela letra N) e a presença, ou não, de metástase à

distância (representada pela letra M) sendo conhecido como o Sistema TNM de

Classificação de Tumores Malignos (Quadro 1). Cada categoria apresenta

diversas subcategorias: para o tumor primitivo, vão de T1 a T4; para o

acometimento linfático, de N0 a N3; e para as metástases, de M0 a M1.

Quadro1. Grupamento por Estádios segundo a classificação TNM/AJCC (64). Adaptado de L.H. Sobin.

Estádio 0 pTis N0 M0

Estádio I pT1 N0 M0

Estádio IA pT1a N0 M0

Estádio IB pT1b N0 M0

PT2a N0 M0

Estádio IIA pT2b N0 M0

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pT3a N0 M0

Estádio IIB pT3b N0 M0

PT4a N0 M0

Estádio IIC pT4b N0 M0

Estádio III Qualquer pT N1, N2, N3 M0

Estádio IIIA pT1a-4a N1a, 2a M0

Estádio IIIB pT1a-4a N1b, 2b, 2c M0

PT1b-4b N1a, 2a, 2c M0

Estádio IIIC pT1b-4b N1b, 2b M0

Qualquer pT N3 M0

Estádio IV Qualquer pT Qualquer N M

Classificação T(espessura): Tis = tumor in situ /T1 <= 1,0 mm / T2 1,01-2,0 mm /T3 2,01-4,0 mm/T4 > 4,0 mm /a: sem ulceração/b: com ulceração Classificação N: Número de linfonodos regionais acometidos - N1= 1 /N2 = 2-3 / N3 = 4 linfonodos acometidos ou metástases em trânsito - a: micrometástases*-b: macrometástases**-c: metástases em trânsito e/ou satelitoses sem linfonodo metastático Classificação M: metástase à distância Classificação p : histopatológico As categorias N e M são definidas por exame físico e métodos de imagem. *Micrometástases são diagnosticadas após linfadenectomia eletiva ou exérese do linfonodo sentinela. **Macrometástases são definidas como linfonodos metastáticos detectados clinicamente e confirmados após linfadenectomia terapêutica ou quando metástases nodais possuem grande extensão.

O estadiamento completo inclui a avaliação de linfonodos loco-regionais

através do linfonodo sentinela (LS), avaliação de metástases hepáticas,

pulmonares e no sistema nervoso central(59,70,72). Em casos selecionados, TC do

tórax, ressonância magnética de cérebro, TC de abdome, cintilografia óssea e o

PET-CT podem ser indicados(73) (Quadro 2).

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Quadro 2 -Indicações na conduta do Melanoma Maligno (73)

Indicações Clínicas (AJCC) Exames indicados

Estádio I ou II

>Linfonodo sentinela e SPECT/CT são recomendados nos casos de melanoma em cabeça e pescoço e na região posterior do tronco;

>18F-FDG PET (ou PET/CT) podem ser indicados eventualmente em melanomas de alto risco;

Estádio III –IV ou re-estadiamento

>PET de corpo inteiro ou PET-CT; PET sozinho deve ser acompanhado de TC torácica ou PET-CT deve ser complementado com Ressonância cerebral;

>Restadiamento -

PET, ou melhor, PET/CT; Se PET deve ser complementado com TC torácica;

O Linfonodo sentinela (LS) é o primeiro linfonodo de drenagem na área

entre o tumor primário e a cadeia linfática(46). Tal conceito é baseado na hipótese

de que a drenagem linfática ocorre de maneira ordenada a partir do tumor

primário para um primeiro linfonodo, o LS, e então para o restante da rede

linfática(43). A biópsia do linfonodo sentinela é uma opção para pacientes com

melanoma sem linfonodos clinicamente evidentes que têm risco significativo para

micrometástases, tais como: lesões primárias de 0,76 mm ou mais de espessura

ou menores do que 0,76mm, porém, associadas a nível IV de Clark, e/ou

regressão e/ou ulceração(41,45,46).

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2.1.3. ESTÁGIO AVANÇADO DA DOENÇA

Os pacientes em estágio III ou IV, incluindo aqueles com metástases

identificadas clinicamente e que foram submetidos à ressecção cirúrgica, têm

risco elevado para a recorrência da doença(3,17,42). O melanoma maligno da pele

pode espalhar-se extensamente por todo o corpo. A média de sobrevida após o

aparecimento de metástases a distância é de aproximadamente seis meses(2,3). O

correto estadiamento é importante para a determinação da utilidade da terapia

potencialmente curativa da cirurgia ou de radioterapia nos pacientes com doença

recorrente(49). As diretrizes para o seguimento clínico e radiológico destes

pacientes são escassas(29). Geralmente, as regras de acompanhamento dos

pacientes são feitas a cada paciente com base nos locais envolvidos(12,17,38).

Os valores de uma história clínica detalhada e de um exame físico

completo não devem ser subestimados para a detecção de recorrência da

doença. Na prática, estas ferramentas de “tecnologia obsoleta” fornecem os

fundamentos para todos os estudos diagnósticos restantes, incluindo a medida da

proteína do soro S-100, LDH, proteína C-reativa, radiografia de tórax, a

tomografia de tórax combinada com a TC do abdômen e da pelve, para uma

avaliação de corpo inteiro de recorrência da doença(15,17). Todavia, os exames

convencionais realizados para estadiamento (ultra-sonografia, TC de tórax, TC do

abdômen, ressonância magnética e a cintilografia óssea) limitaram a sensibilidade

e a especificidade para a deteção de metástases do melanoma, particularmente

nos pacientes assintomáticos(21,44,69). Nos estudos dos pacientes com melanoma

do estágio II-IV, estas técnicas de imagem rotineiras têm uma sensibilidade de

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57%-71% e uma especificidade de 45%-77% para as lesões únicas do melanoma

(30,37).

2.1.4. ASPECTOS DIAGNÓSTICOS

2.1.4.1. Tomografia por emissão de Pósitrons

Os conceitos de tomografia por emissão e transmissão remontam aos

anos 50, quando os médicos David Kuhl e Roy Edwards construíram, na

Universidade da Pensilvânia, equipamentos para mapear a distribuição de

radionuclídeos no organismo(35,36). Esses instrumentos eram capazes de

fotografar a radiação proveniente de elementos emissores de fótons; formavam

apenas imagens do cérebro e estavam limitados a identificar um pequeno

conjunto de anomalias, como tumores cerebrais e derrames(7,60).

Nos anos 70, Louis Sokoloff e Martin Reivich mostraram que a

desoxiglicose marcada com carbono-14 era capaz de mapear o metabolismo

cerebral e que era uma excelente opção para o mapeamento da atividade

metabólica do cérebro e de outros órgãos(61). No final de 1973 percebeu-se que o

flúor-18, devido à sua meia-vida de 110 minutos e sua radiação gama de 511keV,

permitiria obter imagens em seres humanos(8). Em 1975, a desoxiglicose marcada

com FDG-18F foi sintetizada, e os primeiros testes com dois voluntários

saudáveis foram feitos em 1976(51).

Em paralelo às iniciativas da Universidade da Pensilvânia,

pesquisadores da Universidade de Washington, sob a direção de Michel Ter

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Pogossian, construíram o primeiro PET scanner - tomógrafo por emissão de

pósitrons - projetado para uso em humanos (62,63).

Em meados de 1973, o grupo liderado por David Kuhl na Universidade da

Califórnia em Los Angeles (UCLA) dedicou-se à exploração de aplicações clínicas

das imagens PET, principalmente na avaliação de desordens do sistema nervoso

central(35,36). Isto foi possível porque era uma das poucas universidades que

dispunham de um ciclotron dedicado à produção de radioisótopos para uso

médico(36).

Um ciclotron é um acelerador de partículas usado para produzir

radioisótopos utilizando a diferença de potencial elétrico. Com o aumento da

velocidade da partícula, um feixe vai tendo seu raio aumentado, numa trajetória

em espiral, até que ele é deslocado em direção ao alvo a ser bombardeado(26).

Em 1998, no instituto da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) em São

Paulo, o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN) , foi adquirido um

acelerador ciclotron que permitiu o aumento e a diversificação da produção de

radiofármacos, além da realização de pesquisas. O laboratório do ciclotron no

instituto da CNEN no Rio de Janeiro, o Instituto de Engenharia Nuclear (IEN),

compreende as áreas de física nuclear experimental e de produção de

radioisótopos(26).

Baseados numa observação do Dr. Otto Warburg, prêmio Nobel de

Medicina nos anos 30, de que células malignas utilizam glicose em detrimento de

outros substratos, pesquisadores do Brookhaven National Laboratory

demonstraram a alta captação de FDG em tumores de animais e - pela primeira

vez - cientistas do National Institutes of Health usaram o FDG para investigar a

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atividade metabólica de tumores cerebrais em humanos, usando as informações

para o diagnóstico e o posterior tratamento da doença(68).

Desde a metade da década de 80, o PET é utilizado em exames cerebrais

para investigação de tecidos malignos recidivantes. Ainda nos anos 80, o

desempenho das imagens PET de corpo inteiro foi melhorado e, no início dos

anos 90, sua aplicação como modalidade diagnóstica passou a ser reconhecida

(59).

A proliferação de centros produtores de FDG aconteceu em meados da

década de 1990 nos Estados Unidos e em boa parte do mundo(13,67). No caso do

Brasil, a produção de radioisótopos constitui monopólio da União, conforme

estabelecido na Constituição de 1988, o que tem desencorajado investimentos

privados nesse campo. Mesmo assim, há iniciativas importantes, como a do

centro produtor de radioisótopos do IEN, no Rio de Janeiro, que iniciou a

produção diária e regular de FDG em 2002. Finalmente os obstáculos para o

crescimento da tomografia por emissão de pósitrons estão sendo ultrapassados e

o número de centros que usam o PET cresce exponencialmente.

2.1.4.2. Aspectos Físicos

A tomografia por emissão de pósitrons (PET) baseia-se no estudo da

distribuição in vivo de compostos marcados com isótopos emissores de partículas

ß+ (pósitrons). O pósitron é uma partícula equivalente a um elétron, porém com

carga positiva. Quando esta partícula é emitida do radioisótopo e se depara com

um elétron, as 2 partículas se aniquilam, havendo a emissão de duas ondas de

radiação gama em sentidos opostos. A radiação de aniquilação emitida

simultaneamente nos 2 sentidos é detectada pelo equipamento PET, que tem

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vários cristais detectores dispostos ao redor da área estudada. Os eventos que

ocorrem de forma coincidente em 2 cristais opostos permitem determinar o raio de

origem do evento e, assim, formar as imagens que mostram a distribuição do

radioisótopo no paciente(55,59).

O flúor-18 é o principal isótopo empregado para estudos PET, sendo

obtido em ciclotron a partir do bombardeio do oxigênio-18 com prótons.

Imediatamente após sua obtenção, o flúor-18 é incorporado na molécula de

desoxiglicose, dando origem a flúor-desoxiglicose (FDG-18F). A característica

fundamental da molécula de FDG-18F é a sua similaridade com a molécula de

glicose, importante substrato metabólico celular. De forma simplificada pode-se

considerar que a fluordeoxiglicose (FDG-18F) entra nos tecidos por transporte

ativo, através de proteínas transmembrana. Dentro da célula, a FDG é convertida

para FDG-6-fosfato pela hexoquinase, primeira enzima da via glicolítica. A FDG-6-

fosfato não segue a via glicolítica e fica retida no meio intracelular. O grau de

acúmulo de FDG-18F nos tecidos depende, portanto, da taxa de transporte e da

atividade da via glicolítica, que é proporcional ao metabolismo e consumo

energético celular(55,71).

Embora comece dentro de um órgão específico, o câncer é uma

doença sistêmica cujas conseqüências mais devastadoras resultam de suas

metástases. A imagem PET com FDG de todo o corpo permite a inspeção do

metabolismo da glicose de todos os órgãos em um único exame, melhorando a

detecção e estadiamento do câncer, a seleção do tratamento e a avaliação da

resposta terapêutica(2,17,20). As áreas neoplásicas habitualmente têm um

metabolismo mais intenso que o tecido são circunvizinho, concentrando os

traçadores, em particular o FDG, mesmo numa fase precoce e com a neoplasia

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ainda de pequeno tamanho (72). Na medida em que, ao invés de utilizar desvios

anatômicos para identificar áreas de anormalidade, o PET com FDG-18F mede

primariamente o metabolismo e a função, esta tecnologia de imagem pode ser

uma técnica mais acurada para o diagnóstico, estadiamento e decisões de

tratamento em oncologia(6,23,55).

Atualmente dá-se cada vez maior importância à correlação anatômica dos

estudos de PET, com o emprego de equipamentos que permitem a análise

simultânea dos dados funcionais/metabólicos e dos dados anatômicos, obtidos

pela tomografia computadorizada(22,54). A utilização de equipamentos PET/CT

permite a localização precisa das áreas hipermetabólicas e aumentam a acurácia

do método(70,72).

2.1.4.3. Aplicações Clínicas

Desenvolvida a partir de paradigmas experimentais das ciências

biológica e farmacêutica, a principal diferença entre TC, ultra-sonografia, RM e o

PET não é tecnológica. Ela reside, principalmente, na capacidade da tecnologia

em detectar a doença por suas características biológicas em adição à anatomia.

As técnicas radiológicas tradicionais produzem imagens da anatomia e da

estrutura corporal, permitindo a visualização de mudanças causadas pelas

doenças. Entretanto, os processos bioquímicos estão também alterados no

adoecimento e isto pode ocorrer bem antes de existirem mudanças evidentes na

anatomia. O exame PET fornece imagens da função e da bioquímica corporais,

permitindo a visualização de vários desses processos e, mesmo em doenças

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onde não existe uma anormalidade estrutural evidente (como na doença de

Alzheimer), é capaz de demonstrar as alterações bioquímicas subjacentes (13,16,55).

A tomografia por emissão de pósitrons é aplicada principalmente na

oncologia, havendo também a sua utilização em neurologia e cardiologia (ex:

localização de foco epiléptico ou caracterização de miocárdio hibernante). O uso

em oncologia tem crescido significativamente desde o desenvolvimento dos

equipamentos de corpo total e mais de 70% dos exames hoje realizados com PET

são solicitações de departamentos e serviços oncológicos (55).

Portanto as principais indicações na oncologia são (59):

distinguir lesões benignas de malignas;

estabelecer o grau de malignidade;

estabelecer o estádio da doença;

estabelecer a existência de recorrência ou doença residual;

estabelecer a localização da recidiva perante a subida de marcadores tumorais;

estabelecer a resposta à terapêutica – imagens pré, durante e após o

tratamento;

identificar a localização de um tumor primário desconhecido, para biópsia.

No entanto, a imagem obtida tem limitações quando a doença a ser

detectada é de muito baixo grau de malignidade, devido precisamente a uma

menor avidez por glicose(58,59). Do mesmo modo, também pode mostrar zonas de

elevada atividade celular de causa benigna, como uma inflamação ou uma

infecção, que serão causas potenciais de resultados falso-positivos (48).

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2.1.4.4. Fusão do PET com a Tomografia Computadorizada

O desenvolvimento das máquinas de PET-CT alterou

dramaticamente a interpretação da imagem obtida com o PET(54,70). A

integração da anatomia representada pela tomografia e o metabolismo

representado pelo PET permitiram uma determinação mais precisa dos

focos de hipercaptação, aumentando a sua relevância clínica(71). Estudos

evidenciam uma maior acurácia do PET-CT sobre o PET na detecção de

doença metastática assim como o impacto significativo da interpretação

das lesões suspeitas de metástases no acompanhamento dos pacientes

com melanoma(54).

Além disso, as taxas de falsos negativos e falsos positivos que

ocorrem com o PET podem ser reduzidas com a utilização do PET-CT(54). Em

um estudo recente incluindo 250 pacientes com melanoma (AJCC I–IV),

PET/CT apresentou maior acurácia quando comparado ao PET isolado e a

TC isolada no estadiamento de metástases viscerais(53). Estes dados

também evidenciaram um impacto no tratamento quando da utilização do

PET-CT no reestadiamento e controle da terapia aplicada em pacientes com

melanoma(53,54).

A ferramenta PET-CT permite a localização anatômica precisa dos

locais de hipercaptação anormal do 18F-FDG, conseqüentemente ajudando na

correta indicação terapêutica para os pacientes(54,73).

Finalmente, o PET-CT apresenta um papel importante no

acompanhamento de pacientes que apresentam tratamento com novas terapias

(5,24,32).

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30

Figura 1. Imagem do aparelho de PET-CT Biograph da Siemens. Adaptado do site

www.medicalsiemens.com

Um trabalho realizado pelo American College of Radiology em conjunto

com a Society of Nuclear Medicine e a Society of Computed Body Tomography

and Magnetic Resonance recomenda quais os exames são indicados em cada

estágio da doença(73) (Quadro 2).

2.1.5. TRATAMENTO

O tratamento inicial preconizado é o tratamento cirúrgico da lesão

(Quadro 3). A biópsia do linfonodo sentinela com avaliação histológica detalhada

do linfonodo é necessária para definir envolvimento metastático (status

linfonodal), fator prognóstico isolado mais importante (3,4).

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31

Quadro 3

- Tratamento Cirúrgico do Tumor Primário(30).

Espessura do Tumor em mm Excisão em cm das margens da

lesão

in situ 0,5 a 1.0

= 1,0; não ulcerado; Clark II ou III 1,0 a 2,0

1,0 a 2,0 1,0 a 2,0

> 2,0 2,0

A quimioterapia é a modalidade terapêutica baseada na infusão de

drogas citotóxicas e é ainda hoje a forma primária de abordagem do melanoma

metastático(38). No entanto, apesar do uso difundido, infelizmente os resultados

encontrados nesta abordagem são bastante decepcionantes na maioria dos casos

(30). As drogas mais utilizadas atualmente são representadas pela Dacarbazina

(DTIC), Cisplatina (CDDP), Nitrosouréias (Carmustina e Lomustina) e agentes que

atuam sobre os microtúbulos (Alcalóides da Vinca e Taxanes). O principal e mais

ativo quimioterápico no tratamento do melanoma é representado pela

Dacarbazina, agente alquilante que isoladamente proporciona taxas de resposta

de 14 a 20% com duração mediana de resposta de quatro a seis meses(30,34).

A utilização da terapia adjuvante é controversa(28). Na presença de

metástases à distância, alguns estudos recomendam o uso do interferon alfa 2b

em altas doses, porém a sobrevida não tem se mostrado alterada (24,28,56). Estes

estudos concluem que a terapia adjuvante deve ser individualizada. O interferon

alfa 2b é uma das drogas com maior controvérsia para o uso adjuvante em

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pacientes com melanoma(31,32,34). Apesar de não existir consenso, trabalhos

recentes de Kirkwood e cols.(31) têm demonstrado que o interferon alfa 2b

administrado em altas doses pode aumentar o tempo livre de doença bem como

proporcionar um discreto aumento de sobrevida(31,32).

O melanoma é um tumor resistente à radioterapia e esta pode ser

empregada para tratamentos paliativos sendo suspensa se não apresentar

resultados em curto prazo(11,40). Pacientes com metástases cerebrais se

beneficiam da radiocirurgia guiada(11). Delaney e cols. demonstram que até 23%

dos pacientes com melanoma poderiam se beneficiar da radioterapia, mas esta é

aplicada em 1 a 13% dos pacientes em diferentes países (11).

Cabe ressaltar que novos tratamentos estão sendo desenvolvidos, como a

imunoterapia com células dendríticas(52). Segundo Ridgway (52), nestes protocolos

o sangue do paciente é coletado e através de monócitos ou outros precursores

são geradas células apresentadoras de antígenos ou células dendríticas (DC).

Estas são as células mais importantes do sistema imunológico porque são elas

que “ensinam” aos linfócitos quais antígenos devem ser reconhecidos e quais

células devem ser destruídas(53). Estas células são então produzidas aos milhares

in vitro, onde são pulsados com antígenos tumorais que podem ser lisados

tumorais, corpos apoptóticos, peptídeos, DNA tumoral, etc. A seguir são

reinfundidas no paciente com o intuito de apresentarem ao sistema imunológico o

tumor como algo que deva ser reconhecido e destruído (53).

A retirada cirúrgica do tumor com adequada margem de segurança é

ainda o melhor método para uma possível cura(30,41). As outras modalidades

terapêuticas, radioterapia, quimioterapia e imunoterapia carregam consigo um

índice de falhas terapêuticas muito grandes para julgá-las como agentes eficazes

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no tratamento destes doentes(1,11). No entanto, o progresso da década atual na

imunologia dos tumores, levanta a possibilidade de que a imunoterapia do câncer

humano venha a ser um método terapêutico de valia em futuro não muito distante

(24,52).

2.1.6. PROGNÓSTICO

Segundo Balch e cols.(2-4), pacientes com melanoma cutâneo em

estágio inicial <1mm de espessura tem um prognóstico excelente, com uma taxa

de sobrevivência de 10 anos maior que 90% e taxa de recorrência menor que 5%.

Apenas 40% dos pacientes com melanoma maior que 1,5 mm de

espessura sobrevivem 5 anos após o tratamento primário (esta porcentagem cai

para 10% se houver evidência de metástase a distância no momento do

diagnóstico). Pacientes com melanoma cutâneo maior que 4mm de espessura

tem um prognóstico sombrio, com alto risco de recorrência locoregional (em mais

de 1/3 dos casos) (49) e doença sistêmica em mais de ¾ dos pacientes (68% dos

casos com sobrevida de 10 anos)(19).

Uma vez diagnosticadas metástases linfonodais, os fatores

prognósticos principais passam a ser o número de linfonodos acometidos, a

presença de macrometástases e ulceração da lesão(5,42). Pacientes com

metástases à distância comprometendo órgãos viscerais possuem maior

mortalidade do que aqueles com metástases em outros locais (39,42).

O tratamento do melanoma tem sido otimizado, propondo opções

terapêuticas que em breve poderão mudar o prognóstico dos pacientes que não

tiveram a possibilidade de um diagnóstico em fase inicial(65,69,70). O diagnóstico

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precoce e o adequado manejo da lesão inicial são, ainda, as melhores e únicas

formas de se abordar o paciente com melanoma, proporcionando qualidade e

aumento na sobrevida (3,5,17,40).

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3- PACIENTES, MATERIAL E MÉTODO

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36

3. PACIENTES, MATERIAL E MÉTODO

3.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS

No período de abril 2005 a abril 2007 foram realizados exames de PET-CT

com FDG-18F em 26 pacientes com diagnóstico de melanoma primário no

Serviço de PET-CT da Clínica Radiológica Felippe Mattoso do Hospital

Samaritano. Os exames tinham as seguintes indicações diagnósticas:

estadiamento ou avaliação pós-terapia. O presente estudo foi caracterizado como

estudo observacional descritivo retrospectivo com base na revisão dos exames.

Vinte e seis pacientes selecionados tiveram diagnóstico da doença primária

confirmado através da análise histopatológica da lesão. A partir dos prontuários

médicos, os seguintes dados clínicos foram obtidos: sexo, data de nascimento,

data do exame de PET-CT, histopatológico da lesão primária, conduta antes da

realização do exame de PET-CT, conduta após a realização do exame de PET-

CT, evolução clínica do melanoma, intervalo entre a primeira cirurgia da lesão

primária ou a realização da técnica de linfonodo sentinela e o primeiro exame de

PET-CT, data do óbito e o tempo de vida a partir da realização do primeiro exame

de PET-CT.

Foram realizadas tomografia por emissão de pósitrons acoplada à tomografia

computadorizada obtendo-se fusão das imagens metabólicas e anatômicas (PET-

CT) nas projeções sagital, coronal e axial, do crânio aos pés. As imagens foram

realizadas aproximadamente 1 hora após a injeção intravenosa do radiofármaco

flúor-desoxiglicose (FDG) marcado com flúor-18, obtido através de um acelerador

de partículas, fabricado pelo Instituto de Engenharia Nuclear (IEN)/CNEN. e com

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preparo oral prévio com bário diluído. A tomografia foi realizada com a seguinte

técnica : aparelho Siemens, modelo Biograph ; Kvp de 140; filtro 0.5 mm; cortes

de 2mm de espessura; matriz de reconstituição de 512 x 512; tempo de duração

de cada corte de um segundo; janela de nível –700 a –800UH; abertura de 1.000

a 1.600UH; mA de 240; algoritmo de reconstituição de alta resolução espacial.

Todos os exames foram armazenados em arquivo digital, filme fotográfico e

papel. Dois médicos experientes, um médico nuclear e um radiologista,

analisaram as imagens e estabeleceram os achados por consenso.

3.1.1. Interpretação das imagens

Foram feitas análises, observando-se a presença de área de

hipercaptação do radiofármaco FDG-18F nos exames de corpo inteiro por PET-

CT.

As seguintes alterações nos exames de PET-CT foram estudadas: a

localização da lesão, presença de foco único e/ou presença de focos múltiplos.

Em relação às lesões, foi observado que após o PET-CT, catorze pacientes (63%)

tiveram 26 lesões analisadas histopatologicamente e todas com resultado positivo

para metástase. Os oito pacientes que não tiveram suas lesões analisadas

histopatologicamente tinham quadro clínico em concordância com a doença em

estado avançado, o qual atestava que a realização da análise histopatológica

colocaria os pacientes em uma situação de riscos e complicações clínicas.

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3.1.2. Aspectos Bioéticos

O exame de PET-CT com FDG-18F é de reconhecida aplicabilidade

clínica, sendo utilizado internacionalmente desde 1995 para investigação de

doença metastática. Sendo um exame realizado de rotina em alguns hospitais

nacionais, a utilização de doses habituais de radioisótopos encontra-se em total

acordo com as normas reguladoras de exames radiológicos da legislação

brasileira.

O presente estudo foi de caráter retrospectivo, sendo as informações

obtidas em banco de dados ou em prontuários médicos. Os investigadores não

receberam fundos financeiros dos fabricantes dos materiais utilizados nesta

pesquisa.

3.1.3. Análise estatística

No presente estudo os dados clínicos foram expressos em médias,

medianas e desvios padrão.

Os dados clínicos e tomográficos foram organizados em tabelas e são

apresentados no anexo 1

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4- RESULTADOS

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4. RESULTADOS

4.1. DADOS CLÍNICOS E EPIDEMIOLÓGICOS

Quinze pacientes eram masculinos (58%) e onze femininos (42%) (gráfico

1), com idades variando entre 32 e 84 anos ( média = 59 anos, desvio padrão =

18,20) (gráfico 2).

GRÁFICO 1. Distribuição por sexo dos pacientes com melanoma

42%

58%

Sexo feminino

Sexo masculino

30-39 40-49 50-59 60-69 70-79 80-890

1

2

3

4

5

6

7

Idade em anos

GRÁFICO 2 .Distribuição por faixa etárias dos pacientes com melanoma

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Observamos que a maioria dos pacientes (70%) encontrava-se no último

estágio da classificação AJCC (gráfico 3).

GRÁFICO 3. Distribuição dos pacientes com melanoma baseada na Classificação AJCC.

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

AJCC IB AJCC IIB AJCC III AJCC IIIA AJCC IIIB AJCC IV

GRÁFICO 4. Indicação para realização dos exames de PET-CT dos pacientes com melanoma

46%

54%

Estadiamento

Avaliação pós-terapia

As indicações apresentadas pelos pacientes para a realização do exame de

PET-CT foram: estadiamento (n=12, 46%) e avaliação pós-terapia (n=14, 54%)

(gráfico4).

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O tempo decorrido entre a biópsia da lesão primária do melanoma e a

realização do exame de PET-CT variou entre um e 96 meses (média= 24 meses,

mediana = 9 meses, desvio padrão= 29,2).

Na fase pré-exame PET-CT , catorze pacientes (54%) realizaram tratamento

quimioterápico, seis pacientes (23%) tiveram a indicação de acompanhamento da

doença, isto é, sem nenhuma intervenção terapêutica envolvida, e seis pacientes

(23%) tiveram a indicação cirúrgica estabelecidas por seus médicos assistentes

como terapêutica (gráfico 5).

GRÁFICO 5. Tratamento indicado na fase pré-exame com PET-CT

54%

23%

23%

QT

Acompanhamento

Cirurgia

Com relação aos catorze pacientes (54%) que realizaram quimioterapia

antes da realização do PET-CT (gráfico 5), doze pacientes (86%) apresentaram

alteração de conduta após a realização do exame de PET-CT: Destes que

apresentaram alteração de conduta, em quatro casos (30%) a quimioterapia foi

substituída por cirurgia e radioterapia, em três casos (21%) a quimioterapia foi

alterada, em três casos (21%) a quimioterapia foi substituída pela cirurgia apenas,

em um único caso (7%) e indicação de quimioterapia foi mantida com a adição de

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indicação cirúrgica e também em um único caso (7%) a quimioterapia foi

substituída pela indicação de acompanhamento apenas. Em apenas dois casos

(14%) a conduta da quimioterapia foi mantida. No gráfico 6 observamos a

distribuição dos pacientes de acordo com a conduta após a realização de

quimioterapia.

GRÁFICO 6. Distribuição da conduta dos pacientes após a realização do exame de PET-CT que realizaram quimioterapia

14%

30%

21%

21%

7%7%

QT mantida

Cirurgia + Radioterapia

QT alterada

Cirurgia

QT + cirurgia

Acompanhamento

Com relação aos seis pacientes (23%) (gráfico 5) que apresentaram conduta

de acompanhamento do quadro clínico antes do exame de PET-CT. Destes, dois

pacientes tiveram a conduta mantida, em outros dois pacientes a conduta foi

substituída para quimioterapia e um paciente teve a conduta substituída pela

cirurgia associada à quimioterapia e em outro paciente a conduta foi alterada pela

tratamento cirúrgico(gráfico 7).

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GRÁFICO 7. Distribuição da conduta dos pacientes que se apresentavam em acompanhamento

33%

33%

17%

17%

Quimioterapia

Acompanhamento

Cirurgia

Cirurgia + Quimioterapia

Seis pacientes (23%) (gráfico 5) apresentaram conduta cirúrgica antes do

exame de PET-CT. Quatro pacientes (66%) não apresentaram alteração de

conduta, em um paciente (17%) a cirurgia foi substituída pelo acompanhamento

do quadro clínico e um paciente (17%) foi submetido a uma cirurgia modificada,

baseada nas informações fornecidas pelo exame de PET-CT (gráfico 8).

GRÁFICO 8. Distribuição da conduta dos pacientes após a realização do exame de PET-CT que apresentavam conduta

cirúrgica

66%

17%

17%

Cirurgia mantida

Cirurgia modificada

Acompanhamento

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Na fase pós-exame PET-CT, um total de dezoito casos (70%) apresentou

alteração de conduta pelos médicos assistentes. Dentre os casos que

apresentaram alteração de conduta, cinco (28%) permanecem em tratamento,

seis (33%) não apresentam evidência de doença, ou seja, as imagens

evidenciadas inicialmente ao exame de PET-CT não foram mais evidenciadas em

exames seguintes de PET-CT, e sete pacientes (39%) evoluíram para o óbito. Do

total de oito pacientes que evoluíram para óbito, apenas um paciente não teve

sua conduta alterada após a realização do exame.

Nos oito pacientes que evoluíram para o óbito o principal achado foi a

presença de focos múltiplos (100%) ao exame de PET-CT. A média do tempo de

vida decorrido entre o primeiro exame de PET-CT e a data do óbito foi de 14

meses.

4.2. ACHADOS TOMOGRÁFICOS

Anormalidades ao estudo com PET-CT foram encontrados nos vinte e seis

pacientes. Estas alterações incluíram focos múltiplos (64%) (figuras 2 e 3) e focos

únicos (36%) de hipercaptação do radiofármaco FDG-18F (figura 4). Lesões

metastáticas não compatíveis com melanoma foram detectadasem quatro

pacientes (15%): metástase de carcinoma papilífero de tireóide, tumor renal de

células claras (tipo III de Furhman), carcinoma epidermóide e adenoma de supra-

renal.

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Figura 2. Paciente feminino, 42 anos, em avaliação pós-terapêutica. Corte coronal revela múltiplos focos de hipercaptação do radiotraçador, em correspondência com lesões nodulares com densidade de partes moles à tomografia computadorizada, localizadas no tecido celular subcutâneo, destacando-se os maiores nas seguintes regiões: cervical posterior à direita na altura da transição cérvico-craniana; cervical posterior na altura do processo espinhoso de C7; axilar à direita; torácica anterior e posterior à direita; torácica anterior à esquerda; abdominal anterior e lateral à direita; abdominal anterior e lateral à esquerda; coxa direita; coxa esquerda; em região axilar esquerda; no segmento lateral do lobo inferior do pulmão direito; na região retroesternal; entre os planos musculares anteriores do terço proximal da coxa direita; entre os planos musculares anteriores do terço distal da coxa esquerda; na metáfise distal do fêmur direito.

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Figura 3. Paciente masculino, 32 anos, em avaliação pós-terapêutica. Corte sagital revela múltiplos focos de hipercaptação focal do radiofármaco em: conglomerados linfonodais no mediastino; linfonodos hilares à direita e à esquerda; no segmento V/VI e nos ossos da coluna em T11, em T12, e em L2, e L3.

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Figura 4. Paciente feminino, 59 anos, em estadiamento. Imagem triangular (cortes axial, sagital e coronal) evidenciando hipercaptação focal de grau acentuado em correspondência com a massa situada no espaço mastigador esquerdo;

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5- DISCUSSÃO

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5. DISCUSSÃO

A incidência do melanoma cutâneo aumentou consideravelmente no último

século. Segundo Jemal e cols.(27), o melanoma é a sexta e sétima malignidade

sólida mais comum em homens e mulheres, respectivamente(27), sendo 75% das

mortes por câncer de pele, no mundo todo, causadas por melanoma. O

diagnóstico precoce está correlacionado a significativo aumento de sobrevida.

Nos pacientes com doença localizada há estimativa de 90% de taxa de sobrevida

quando comparado a 60% e 5 % em pacientes com linfonodo regional e

metástase a distância, respectivamente(57). Alguns estudos variam a

predominância de homens e mulheres(2,3,45). Observamos, nos nossos dados,

uma predominância de homens (58%) em relação às mulheres. Verificamos ainda

uma faixa etária ampla variando entre 32 e 84 anos, com idade média de 59 anos,

com maior incidência entre 50 e 79 anos.

Em relação ao tempo decorrido entre a biópsia da lesão primária do

melanoma e a realização do exame de PET-CT evidenciamos um intervalo de um

a 96 meses com média de 24 meses. Entretanto, evidenciamos um intervalo

menor na literatura internacional(10,50,54). Horn e cols.(23) observaram um intervalo

de 6 a 39 meses com média de 15 meses. Apesar da indicação clínica

consolidada da realização do PET-CT (70), o método ainda é considerado novo por

muitos colegas médicos, explicando a sua baixa indicação. Cabe ressaltar que

durante o processo de coleta de dados, tivemos a oportunidade de conversar com

muitos médicos assistentes sobre as vantagens do exame observando que a

divulgação é um ponto muito importante para o método.

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Foram observadas alterações de conduta em 18 casos (70%) estudados,

após a realização do método de PET-CT. Estes dados são superiores àqueles

observados por Wong e cols (66), que apresentaram alteração de conduta em 47%

dos pacientes do estudo. Harris e cols (20) demonstraram em um estudo recente,

uma mudança de conduta em 34% dos pacientes com melanoma em estágio II a

IV. O nosso estudo apresentou um grande grupo de pacientes em estágio IV

(82%) o que pode ter colaborado na reavaliação da conduta apropriada após a

realização do exame de PET-CT.

Segundo Dummer e cols.(12) os pacientes devem ser acompanhados em

longo prazo, não só pela possível recorrência da doença, mas também devido à

possibilidade (entre 3 a 6%), de desenvolvimento de um segundo melanoma

primário, já que os fatores de risco continuam sendo os mesmos (12). O nosso

estudo acompanhou os pacientes por quase três anos, sendo que neste período

oito pacientes evoluíram para o óbito (36%).

5.2. ACHADOS TOMOGRÁFICOS

Estudos mostram que o exame de PET-CT demonstra superioridade em

relação aos procedimentos rotineiros na detecção de metástases à distância

(54,70,72). Além disso, a sensibilidade, especificidade e acurácia do FDG-18F PET-

CT apresentam variação de 70% a 100% (70,72). De acordo com estes estudos, o

FDG-18F PET-CT mostrou-se particularmente sensível e específico na detecção

de tecidos moles e linfonodos metastáticos que não poderiam ser identificados

através do exame clínico e que não eram demonstrados em exames de

tomografia computadorizada. O FDG-18F PET-CT também demonstrou a

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capacidade de detectar a doença aproximadamente 6 meses antes dos exames

convencionais(70). No nosso estudo, o exame de PET-CT mostrou metástase em

85% dos casos. Nos quatro casos restantes, a biópsia dos locais identificados

pelo exame de PET-CT evidenciou outras doenças concomitantes como

carcinoma papilífero de tireóide, tumor renal de células claras, adenoma de supra-

renal e carcinoma epidermóide. Segundo um estudo realizado por Stas(58),

embora não seja um evento usual, o PET-CT pode identificar melanoma

metastático incidental em pacientes com outras malignidades assim como

identificar outras malignidades em casos de melanoma. Consideramos que estes

dados fortaleçam a utilização do método na medida que a identificação de outras

lesões que não sejam do melanoma, também possuem importância na rotina

médica, detectando precocemente outras lesões em fase que ainda podem ser

tratados.

O FDG-18F PET-CT é a técnica principal no estadiamento de pacientes

com melanoma avançado e o impacto direto do exame no manejo clínico dos

pacientes de melanoma reforça o seu papel na investigação de doença recorrente

(70,72,73). Na maioria dos casos, o exame de FDG-18F PET-CT altera a decisão

para a realização de cirurgia em casos de doença recorrente(69,70,72). A cirurgia

pode ser curativa em casos em estágio III da doença e é considerada a única

terapia que influencia a sobrevida em pacientes em estágio IV de melanoma (50,54).

Segundo Schöder(54) a precisão anatômica da localização dos locais de captação

anormal de FDG-18F possibilita a identificação de pacientes que são suscetíveis

à cirurgia. Aproximadamente um quarto dos pacientes com doença metastática é

candidato à ressecção cirúrgica curativa e 20% dos pacientes que realizam a

ressecção curativa apresentam sobrevida aumentada(54). Estudos retrospectivos

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53

de pacientes com predominância de estágios III e IV sugerem que os exames de

18F-FDG PET influenciaram a decisão do tratamento em 22%–49% dos pacientes

(72,73).

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6- CONCLUSÕES

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6. CONCLUSÕES

1- O exame de PET-CT com FDG marcado com flúor-18 identificou o local da

lesão em 100% dos exames, mostrando ser um método seguro e eficiente.

2- A faixa etária de maior acometimento situa-se entre 70 e 79 anos. Houve

predominância de homens (58%) em relação às mulheres (42%).

3- O exame PET-CT de corpo inteiro com 18F- FDG alterou a conduta

diagnóstica na maioria dos pacientes com melanoma (70%), principalmente a

conduta dos pacientes que estavam em quimioterapia (86%).

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7-RECOMENDAÇÃO

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7- RECOMENDAÇÃO

Baseado nos resultados aqui apresentados recomendamos o exame PET-

CT como método complementar para o diagnóstico precoce de metástases de

melanoma e para avaliação da evolução terapêutica de pacientes submetidos a

ressecção cirúrgica.

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8- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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9-ANEXOS

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Conduta antes do

PET - CT Conduta após PET CT

Tempo da primeira cirurgia e/ou Linfonodo Sentinela em

meses até o primeiro PET CT

Follow-up em meses (até 08/2007)

QT Alterou QT + Radioterapia 3 20 QT Radioterapia + Cirurgia 6 8 QT Cirurgia + Radioterapia + alterou QT 34 10 QT Acompanhamento 2 24

Acompanhamento

Acompanhamento 48 28 QT Radioterapia + Cirurgia 3 18 QT QT + Cirurgia 19 4 QT Cirurgia + esvaziamento cervical + alterou QT 30 23 QT QT 96 22 QT QT 72 17 QT Alterou QT 5 28

Acompanhamento

QT 24 10 Cirurgia Cirurgia cancelada /cancelamento 8 12

QT Cirurgia 24 22 QT Alterou QT 4 13 QT Radioterapia + Cirurgia 72 18

Cirurgia Cirurgia 2 5 Cirurgia Cirurgia 1 6

QT Cirurgia 9 24 Cirurgia Cirurgia adicional 2 7

Acompanhamento

QT 2 6 Acompanhamento

Cirurgia + QT 96 14 Cirurgia Cirurgia 9 31

Acompanhamento

Acompanhamento 6 28 Cirurgia Cirurgia 36 24

Acompanhamento Cirurgia 20 8

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Anexo 1: Dados clínicos e epidemiológicos dos pacientes com melanoma.

Siglas

Idade Data do atendimento Número de focos Histologia Indicação

APPB

42 10/02/2006 multiplos AJCC IV AVALIAÇÃO PÓS-TERAPIA

BFF 77 25/10/2005 multiplos AJCC IV ESTADIAMENTO

ESV

36 27/10/2006 multiplos s AJCC IV SUSPEITA DE RECIDIVA - FOCO SUSPEITO

EK

50 22/08/2005 multiplos AJCC IV ESTADIAMENTO INICIAL

FJ BP

32 08/04/2005 multiplos AJCC IV SUSPEITA DE RECIDIVA - FOCO SUS

FF

71 31/5/2005 multiplos AJCC IV ESTADIAMENTO

FMDA

45 16/04/2007 multiplos AJCC IV SUSPEITA DE RECIDIVA - FOCO SUSPEITO

SK

53 06/09/2005 único AJCC IIIB ESTADIAMENTO

LBR

47 26/07/2005 multiplos AJCC IV ESTADIAMENTO

MCPBA

59 26/09/2006 multiplos AJCC IV ESTADIAMENTO INICIAL

PS

80 13/04/2005 multiplos AJCC IV SUSPEITA DE RECIDIVA - FOCO SUSPEITO

PL

65 26/10/2006 multiplos AJCC III SUSPEITA DE RECIDIVA - FOCO SUSPEITO

RAB

72 04/08/2006 multiplos AJCC IV ESTADIAMENTO

RLPJ

65 27/10/2005 multiplos AJCC IV AVALIAÇÃO PÓS-TERAPIA

SAL

84 09/02/2006 multiplos AJCC IV SUSPEITA DE RECIDIVA - FOCO SUSPEITO

CACN

68 23/02/2006 único AJCC IIB ESTADIAMENTO

CBS

75 28/03/2007 único AJCC IIIA ESTADIAMENTO INICIAL

CML

78 09/02/2007 único AJCC IV SUSPEITA DE RECIDIVA - FOCO SUSPEITO

ES

72 11/08/2005 único AJCC IV ACOMPANHAMENTO ROTINA - ONCOLOGIA

NMC

49 31/01/2007 único AJCC IV ESTADIAMENTO

MDGCD

59 10/03/2005 único AJCC IV ESTADIAMENTO

LGGM

56 23/06/2006 único AJCC IV SUSPEITA DE RECIDIVA - FOCO SUSPEITO

GRLR

67 21/06/2005 múltiplos AJCC IIIA ESTADIAMENTO

GT

75 14/4/2005 únicos AJCC IIIB SUSPEITA DE RECIDIVA

LAMF

53 26/8/2005 únicos AJCC IB SUSPEITA DE RECIDIVA

TGG

64 18/12/2006 únicos AJCC IIB SUSPEITA DE RECIDIVA

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