26
Avaliação e Classificação da Osteodistrofia Renal de 85 pacientes com Doença Renal Crônica Correlações clínicas,laboratoriais e histológicas Dra.Vanda Jorgetti Dra.Rosa Moyses Dr.Luciano Duarte Dra.Maria Aparecida Rocha Dra.Desirree T. Dutra Dr.Jorge Strogoff Dr.Frederico Ruzany Dr.Jorge Arnaldo V. Menezes CDR – CLÍNICA DE DOENÇAS RENAIS RJ USP – FACULDADE DE MEDICINA DA USP FMC - FRESENIUS MEDICAL CARE GENZYME DO BRASIL LTDA CBN 2006

Avaliação e Classificação da Osteodistrofia Renal de 85 pacientes com Doença Renal Crônica Correlações clínicas,laboratoriais e histológicas Dra.Vanda

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Avaliação e Classificação da Osteodistrofia Renal de 85 pacientes com Doença Renal Crônica Correlações clínicas,laboratoriais e histológicas Dra.Vanda

Avaliação e Classificação da Osteodistrofia Renal de 85 pacientes com

Doença Renal Crônica

Correlações clínicas,laboratoriais e histológicas

Dra.Vanda JorgettiDra.Rosa MoysesDr.Luciano Duarte

Dra.Maria Aparecida RochaDra.Desirree T. Dutra

Dr.Jorge StrogoffDr.Frederico Ruzany

Dr.Jorge Arnaldo V. Menezes

CDR – CLÍNICA DE DOENÇAS RENAIS RJ USP – FACULDADE DE MEDICINA DA USP FMC - FRESENIUS MEDICAL CARE GENZYME DO BRASIL LTDA CBN 2006 Gramado - RS

Page 2: Avaliação e Classificação da Osteodistrofia Renal de 85 pacientes com Doença Renal Crônica Correlações clínicas,laboratoriais e histológicas Dra.Vanda

Osteodistrofia Renal

• Alto remanejamento ósseo : hiperparatireoidismo secundário ( osteíte fibrosa )

• Baixo remanejamento ósseo : doença óssea adinamica osteomalacia

• Doença óssea mista (osteíte fibrosa e osteomalacia )

• Osteoporose

• Intoxicação por metal : alumínio e ferro

Page 3: Avaliação e Classificação da Osteodistrofia Renal de 85 pacientes com Doença Renal Crônica Correlações clínicas,laboratoriais e histológicas Dra.Vanda

Material e procedimento da biopsia óssea

Page 4: Avaliação e Classificação da Osteodistrofia Renal de 85 pacientes com Doença Renal Crônica Correlações clínicas,laboratoriais e histológicas Dra.Vanda
Page 5: Avaliação e Classificação da Osteodistrofia Renal de 85 pacientes com Doença Renal Crônica Correlações clínicas,laboratoriais e histológicas Dra.Vanda

BIOPSIA ÓSSEA É OPADRÃO OURO PARACLASSIFICAÇÃO DA OSTEODISTROFIA RENAL

Page 6: Avaliação e Classificação da Osteodistrofia Renal de 85 pacientes com Doença Renal Crônica Correlações clínicas,laboratoriais e histológicas Dra.Vanda

Análise Histomorfométrica

• Laboratorio de Histomorfometria Óssea da

Faculdade de Medicina da USP

• Coloração para alumínio :

solucrome azurine

Page 7: Avaliação e Classificação da Osteodistrofia Renal de 85 pacientes com Doença Renal Crônica Correlações clínicas,laboratoriais e histológicas Dra.Vanda

Biopsias ósseas

• 85 pactes com DRC estágio 5 foram submetidos a biopsia óssea por punção transilíaca oriundas de diversas Unidades de Diálise RJ ( jul /04 e fev/06 )

• Dupla marcação prévia com tetraciclina oral ( T.O. )

3 dias T.O – 10 dias intervalo – 3 dias T.O

B.O. no 3 dia pós T.O.• 71 pactes em HD e 14 pactes em DP.• Indicações : artralgia 62 %

dor óssea (57 %)

mialgia (40%)

avaliação pré-paratireoidectomia (61 %).

Page 8: Avaliação e Classificação da Osteodistrofia Renal de 85 pacientes com Doença Renal Crônica Correlações clínicas,laboratoriais e histológicas Dra.Vanda

P T H - Paratormônio

• Método de analise : quimioluminescencia

• PTH intacto• Meia-vida curta em

temperatura ambiente

em 4 minutos• A – 20 C a molécula do

PTH permanece estável por 4 meses

Page 9: Avaliação e Classificação da Osteodistrofia Renal de 85 pacientes com Doença Renal Crônica Correlações clínicas,laboratoriais e histológicas Dra.Vanda

Análises EstatísticasAnálises Estatísticas

Valores são apresentados pela média ± DP, mediana (limites) ou freqüência

Comparações entre as médias foram feitas pelo teste de t não-pareado

Diferenças entre as freqüências foram analisadas pelo teste do qui-quadrado

Page 10: Avaliação e Classificação da Osteodistrofia Renal de 85 pacientes com Doença Renal Crônica Correlações clínicas,laboratoriais e histológicas Dra.Vanda

Biopsia óssea

• 85 pacientes• 52 % Mulheres e 48% Homens• Idade média = 47 anos ( 20 a 71 anos )• 14% diabéticos• Tempo em diálise : 3 meses a 21 anos• PTH intacto = médio ( 738 pg/ml )

5 a 3000 pg/ml• Fosfatase alcalina = 162 ( 31 a 1300 U ) • Alumínio sérico = 14,7 +/- 8,4 mcg /L (Normal até 30)

Page 11: Avaliação e Classificação da Osteodistrofia Renal de 85 pacientes com Doença Renal Crônica Correlações clínicas,laboratoriais e histológicas Dra.Vanda

Analise Histomorfometrica

• Osteíte fibrosa : 45,9 %

• Doença mista (OF + OM ) : 31,8 %

• Doença adinamica / OM : 18,8 %

• Osteoporose isolada ou associada a

outras alterações : 28,2 %

Page 12: Avaliação e Classificação da Osteodistrofia Renal de 85 pacientes com Doença Renal Crônica Correlações clínicas,laboratoriais e histológicas Dra.Vanda

Preditores de Doença Adinâmicae Osteomalacia

• Fosfatase alcalina < 150 U (odds ratio de 24,6 ;

( P < 0,0001 )• Diabetes melitus (odds ratio 6,3 ; (P <0,01)• PTH intacto < 400 pg/ml (odds ratio 4,1 ; P=0,03)

Page 13: Avaliação e Classificação da Osteodistrofia Renal de 85 pacientes com Doença Renal Crônica Correlações clínicas,laboratoriais e histológicas Dra.Vanda

11

2 3

6

7

14

14

10

15

0

5

10

15

20

25

30

35

<500 500 - 1000 >1000

Osteíte fibrosa

Doença mista

Doença adinâmica

PTH (pg/ml)

mer

o d

e p

acie

nte

s

Diagnóstico histopatológico em três níveis de PTH

Page 14: Avaliação e Classificação da Osteodistrofia Renal de 85 pacientes com Doença Renal Crônica Correlações clínicas,laboratoriais e histológicas Dra.Vanda

Deposição de Alumínio e Ferrono Tecido Ósseo

• Definição de Intoxicação por Al e Fe no osso :

Depósito de Al e Fe em mais de 30% das superfícies ósseas .

• Deposição de alumínio : 83,5 % das biopsias ósseas

• Deposição de ferro : 75,3 % das biopsias ósseas

Page 15: Avaliação e Classificação da Osteodistrofia Renal de 85 pacientes com Doença Renal Crônica Correlações clínicas,laboratoriais e histológicas Dra.Vanda

DEPOSITO DE ALUMÍNIO E FERRO

• Deposição de alumínio no tecido ósseo estava presente entre os pacientes com mais tempo em diálise :

> 5 anos = 93,9 % P < 0,01

< 5 anos = 69,4 %• Igualmente identificada nos pacientes em

HD ( 85,9 % ) e DP ( 71,4 % )

P = 0,25

Page 16: Avaliação e Classificação da Osteodistrofia Renal de 85 pacientes com Doença Renal Crônica Correlações clínicas,laboratoriais e histológicas Dra.Vanda

Preditor de Intoxicação Alumínica

• Não há relação entre os níveis séricos

de alumínio encontrados ( < 30 mcg/L )

e a intoxicação alumínica óssea detectada

nas biopsias ósseas.

Page 17: Avaliação e Classificação da Osteodistrofia Renal de 85 pacientes com Doença Renal Crônica Correlações clínicas,laboratoriais e histológicas Dra.Vanda

Depósito de Alumínio em Diferentes

Análises Histopatológicas

• Sem qualquer relação com o tipo histopatologico• Osteíte fibrosa isolada = 89,7 %• Doença mista = 81,5 %• Doença adinamica / osteomalacia = 68,8%

Page 18: Avaliação e Classificação da Osteodistrofia Renal de 85 pacientes com Doença Renal Crônica Correlações clínicas,laboratoriais e histológicas Dra.Vanda

Metabolismo do Alumínio

• Metal largamente distribuído na natureza• Fração mínima de alumínio é absorvido via intestinal• O alumínio está fortemente ligado a proteínas

plasmaticas ( principalmente transferrina ).• 10 a 15 % do alumínio é difusível e ultrafiltrável pela membrana do dialisador• Principal via de eliminação do Alumínio absorvido

são os RINS• Acumulo do Alumínio na medida que cai a TFG

Page 19: Avaliação e Classificação da Osteodistrofia Renal de 85 pacientes com Doença Renal Crônica Correlações clínicas,laboratoriais e histológicas Dra.Vanda

Metabolismo do Alumínio

• Aluminum toxicity occurs in dialysis patients or CKD patients with GFR <30 mL/min/1.73 m2 (Stages 4 and 5 CKD) because

• Aluminum that is absorbed from the gut or enters the body from dialysate or another parenteral route is not excreted or is inadequately excreted by the diseased kidneys .

Milliner, DS, Shinaberger, JH, Shuman, P, Coburn, JW. Inadvertent aluminum administration during plasma exchange due to aluminum contamination of albumin-replacement solutions. N Engl J Med 1985; 312:165.

Page 20: Avaliação e Classificação da Osteodistrofia Renal de 85 pacientes com Doença Renal Crônica Correlações clínicas,laboratoriais e histológicas Dra.Vanda

Metabolismo do Alumínio

• When aluminum accumulates in dialysis patients, it is only slowly removed by dialysis because 90 percent of aluminum is bound to plasma proteins (primarily transferrin ).

• The aluminum entering the body accumulates in various tissues, including bone, brain, parathyroid glands, and other organs .

• Such accumulation of aluminum can produce toxicity with several distinct syndromes, depending on the rate and magnitude of aluminum loading.

Trapp, GA. Plasma aluminum is bound to transferrin. Life Sci 1983; 33:311.

Page 21: Avaliação e Classificação da Osteodistrofia Renal de 85 pacientes com Doença Renal Crônica Correlações clínicas,laboratoriais e histológicas Dra.Vanda

Recomendação da RDCpara qualidade da água na preparação

da solução de diálise ( ANVISA )

• Alumínio :

valor máximo permitido = 10 mcg/L

• Freqüência de analise :

periodicidade semestral

Page 22: Avaliação e Classificação da Osteodistrofia Renal de 85 pacientes com Doença Renal Crônica Correlações clínicas,laboratoriais e histológicas Dra.Vanda

Fontes de Alumínio • Quelantes de fósforo a base de alumínio• Tratamento da água por deionização

Dialisato = 10 mcg/L

Osmose Reversa

Page 23: Avaliação e Classificação da Osteodistrofia Renal de 85 pacientes com Doença Renal Crônica Correlações clínicas,laboratoriais e histológicas Dra.Vanda

Renal Osteodystrophy in IberoamericaJorge B. Cannata-Andı´a, MD

• The percentage of hemodialysis centers inSpain and Portugal having an adequate and safe aluminum concentration in the dialysate (4 mcg/L) has increased from 70.7% in 1988 to 86% in 1994 and to 93% in 1999.

• Presently,70% of centers have undetectable concentrations of aluminum in the dialysate (1 mcg/L).

American Journal of Kidney Diseases, Vol 34, No 4 (October), 1999: pp lviii-lx

Page 24: Avaliação e Classificação da Osteodistrofia Renal de 85 pacientes com Doença Renal Crônica Correlações clínicas,laboratoriais e histológicas Dra.Vanda

Prevention of aluminium exposure through dialysis fluids.Analysis of changes in the last 8 years

Jose L. Ferna´ndez-Martı´n, Alejandra Canteros, Mercedes Serrano, Angeles Gonza´lez-Carcedo,Carmen Dı´az-Corte and Jorge B. Cannata Andı´a

Bone and Mineral Research Unit, Hospital Central de Asturias, Instituto Reina Sofı´a de Investigacio´ n, Oviedo, Spain

Nephrol Dial Transplant (1998) 13 [Suppl 3]: 78–81

• Infelizmente,muitos centros de Diálise Europeus ainda adotam valores de normalidade para Alumínio no dialisato até 10 mcg/L e que são considerados fontes de progressiva intoxicação por alumínio .

• A medida que a exposição ao alumínio diminui com o tempo,a intoxicação por alumínio diminui em biopsias ósseas seriadas .

• O valor seguro de alumínio no dialisato deve ser inferior a 3 mcg / L.

Page 25: Avaliação e Classificação da Osteodistrofia Renal de 85 pacientes com Doença Renal Crônica Correlações clínicas,laboratoriais e histológicas Dra.Vanda

Conclusões (1)• Na população estudada,a O.F. foi a alteração óssea mais encontrada

seguida da D.Mista e da D.A / O.M.

• Os preditores de DA e OM : D.Melitus,fosfatase alcalina <150 U e PTH<400 U

• Preditor de Osteíte fibrosa : Não há correlação com os níveis de PTH intacto encontrados. • Depósitos de ferro e alumínio foram frequentemente detectados

independentemente da lesão histológica e da modalidade de diálise.

• Não há relação entre os níveis séricos de alumínio encontrados e a intoxicação alumínica presente na superfície óssea.

Page 26: Avaliação e Classificação da Osteodistrofia Renal de 85 pacientes com Doença Renal Crônica Correlações clínicas,laboratoriais e histológicas Dra.Vanda

Conclusões ( 2 ) • O acumulo de aluminio no osso guarda uma correlação

positiva com o tempo de tratamento dialítico.• A via natural de eliminação de alumínio via renal está

comprometida na DRC IV e V.• Tanto pacientes em D.P quanto em HD crônica acumulam

alumínio no osso com o passar do tempo em diálise,tendo em vista a perda progressiva da função renal residual.

• Necessário uma revisão dos valores aceitáveis de alumínio no dialisato para hemodiálise e que remontam há 20 anos atras ( N até 10 mcg/L),devendo se considerar seguro o valor

< 3 mcg / L segundo autores.