24
AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO ECOTURISMO (EM TRILHAS) NO BRASIL: UMA PROPOSTA BASEADA NA QUALIDADE CONCEITUAL Alexandre de Gusmão Pedrini* Introdução Ampliar a reflexão crítica em torno do conhecimento sobre avaliação tem sido uma discussão permanente em várias áreas em que ela é necessária. Mas, algumas conclusões já podem ser apresentadas. Uma das mais importantes é que a avaliação de desempenho é dependente do contexto onde ela é realizada, dificultando comparações de resultados, segundo Pedrini (2005a). Avaliar unidades de execução da Educação Ambiental (EA) como um programa ou projeto é um desafio permanente, particularmente na aferição de mudanças de atitudes, condutas e valores. Os especialistas na área de avaliação da EA vêm tentando criar meios de se medir a sua efetividade, aumentando a credibilidade da própria EA frente a outros campos do saber humano (PÁDUA, 2006). Na EA sempre se alardeia a necessidade dela ter qualidade como sinônimo de ter valor ou possuir excelência. A qualidade, segundo Ohayon (1974) não deve se referir apenas à qualidade do produto ou serviço, mas à qualidade da concepção, ou seja, a qualidade conceitual. Mas métodos com critérios claros e devidamente fundamentados sobre como se aferir qualidade conceitual são raros, tanto no contexto internacional como no Brasil. A existência de qualidade conceitual, e portanto, no restante do processo que deriva de sua concepção desponta como questão fundamental tanto na educação como na EA. A possibilidade de se verificar se há qualidade da EA no ecoturismo será útil para a certificação participativa no turismo, demanda essa necessária para a prática do (eco) turismo com qualidade (MTur, 2003). A certificação, da EA no contexto do ecoturismo, ainda inexiste no Brasil. Os serviços oferecidos pelas operadoras de ecoturismo não possuem controle na qualidade de seus serviços. A demanda por qualidade só é ouvida pelo cidadão decepcionado por maus serviços prestados na área do ecoturismo. Assim, é importante analisar essas práticas para aperfeiçoamento. Vários cientistas e educadores ambientais como Gomez e Rosales (2000), Mendonça; Neiman (2003, 2005) e Russo (2005) já alertaram para a necessidade urgente de se promover à certificação da EA no ecoturismo, pois ela muitas delas resume-se a mera distribuição de prospectos ou cartilhas ou vivências apenas prazerosas. Os pesquisadores crêem que a certificação do ecoturismo, com EA de qualidade, permita que apenas os operadores qualificados e capacitados nessa área possam atuar, oferecendo atividades coerentes e educativas. O Ecoturismo, segundo Swarbrooke (2002), citando várias fontes movimenta um mercado de grande expressão. Em 1992, cerca de oito milhões de viagens ecoturísticas ocorreram naquele ano, apenas nos EUA. Ano passado, no Brasil, desembarcaram 6,7 milhões de OLAM Ciência & Tecnologia Rio Claro / SP, Brasil Ano VI Vol. 6 No. 2 Pag. 83 Dezembro/2006 ISSN 1519-8693 www.olam.com.br

Avaliação ea ecoturismorrilhasolam2006

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Avaliação ea ecoturismorrilhasolam2006

AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO ECOTURISMO (EM TRILHAS) NO BRASIL: UMA PROPOSTA BASEADA NA QUALIDADE

CONCEITUAL

Alexandre de Gusmão Pedrini*

Introdução Ampliar a reflexão crítica em torno do conhecimento sobre avaliação tem sido uma discussão permanente em várias áreas em que ela é necessária. Mas, algumas conclusões já podem ser apresentadas. Uma das mais importantes é que a avaliação de desempenho é dependente do contexto onde ela é realizada, dificultando comparações de resultados, segundo Pedrini (2005a). Avaliar unidades de execução da Educação Ambiental (EA) como um programa ou projeto é um desafio permanente, particularmente na aferição de mudanças de atitudes, condutas e valores. Os especialistas na área de avaliação da EA vêm tentando criar meios de se medir a sua efetividade, aumentando a credibilidade da própria EA frente a outros campos do saber humano (PÁDUA, 2006). Na EA sempre se alardeia a necessidade dela ter qualidade como sinônimo de ter valor ou possuir excelência. A qualidade, segundo Ohayon (1974) não deve se referir apenas à qualidade do produto ou serviço, mas à qualidade da concepção, ou seja, a qualidade conceitual. Mas métodos com critérios claros e devidamente fundamentados sobre como se aferir qualidade conceitual são raros, tanto no contexto internacional como no Brasil. A existência de qualidade conceitual, e portanto, no restante do processo que deriva de sua concepção desponta como questão fundamental tanto na educação como na EA. A possibilidade de se verificar se há qualidade da EA no ecoturismo será útil para a certificação participativa no turismo, demanda essa necessária para a prática do (eco) turismo com qualidade (MTur, 2003). A certificação, da EA no contexto do ecoturismo, ainda inexiste no Brasil. Os serviços oferecidos pelas operadoras de ecoturismo não possuem controle na qualidade de seus serviços. A demanda por qualidade só é ouvida pelo cidadão decepcionado por maus serviços prestados na área do ecoturismo. Assim, é importante analisar essas práticas para aperfeiçoamento. Vários cientistas e educadores ambientais como Gomez e Rosales (2000), Mendonça; Neiman (2003, 2005) e Russo (2005) já alertaram para a necessidade urgente de se promover à certificação da EA no ecoturismo, pois ela muitas delas resume-se a mera distribuição de prospectos ou cartilhas ou vivências apenas prazerosas. Os pesquisadores crêem que a certificação do ecoturismo, com EA de qualidade, permita que apenas os operadores qualificados e capacitados nessa área possam atuar, oferecendo atividades coerentes e educativas. O Ecoturismo, segundo Swarbrooke (2002), citando várias fontes movimenta um mercado de grande expressão. Em 1992, cerca de oito milhões de viagens ecoturísticas ocorreram naquele ano, apenas nos EUA. Ano passado, no Brasil, desembarcaram 6,7 milhões de

OLAM Ciência & Tecnologia Rio Claro / SP, Brasil Ano VI Vol. 6 No. 2 Pag. 83 Dezembro/2006

ISSN 1519-8693 www.olam.com.br

Page 2: Avaliação ea ecoturismorrilhasolam2006

passageiros oriundos de vôos internacionais (10% a mais que em 2004), gerando faturamento recorde para o setor de turismo. A Empresa Brasileira de Turismo (EMBRATUR) atribui ao ecoturismo este crescimento. A Organização Mundial de Turismo (OMT) estima que o ecoturismo cresça a uma taxa de 20% ao ano, quatro vezes mais que o turismo convencional e apesar dessa pungência o conceito de ecoturismo ainda se confunde principalmente com o de turismo na natureza e turismo de aventura. Assim, o ecoturismo possui uma grande importância econômica e precisa ter mecanismos de controle do seu serviço para que os passeios ecoturísticos sejam realizados com um mínimo de qualidade e todos possuam uma proposta educativa no bojo de suas atividades. A aplicação específica da EA em passeios ecoturísticos é feita, essencialmente em trilhas interpretativas (ANDRADE, 2005) ou simplesmente por caminhos ou percursos (LIMA et al. 2003). Mas praticamente não se conhecem métodos de avaliação da qualidade da EA no Ecoturismo, apesar de haver essa demanda. Segundo Pimentel (2006) a Política Nacional de Turismo (PNTur) prevê que haja controle permanente do produto ecoturístico pela promoção do desenvolvimento de metodologias, modelos e sistemas para acompanhamento, avaliação e aperfeiçoamento do ecoturismo, abrangendo tanto a área de atuação privada como a governamental. Também prevê que haja controle da qualidade do produto ecoturístico, via promoção do desenvolvimento de metodologias, modelos e sistemas para o acompanhamento, avaliação e aperfeiçoamento de suas atividades. Na medida em que há necessidade permanente de garantia da qualidade do ecoturismo, subentende-se que há necessidade de se pesquisar métodos para a avaliação da qualidade da EA adotada no ecoturismo. Com a pretensão de colaborar para esse debate o presente trabalho tenciona apresentar uma proposta de abordagem metodológica de avaliação da qualidade conceitual da Educação Ambiental adotada em atividades ecoturística realizadas em trilhas terrestres, colaborando para propor critérios para a certificação de serviços no turismo ecológico brasileiro. A importância do conceito Um conceito, segundo Schlüter (2003) é um instrumento do método científico para analisar a realidade e alcançar a comunicação. O conceito é um componente básico de qualquer teoria. São abstrações ou construções mentais de uma realidade objetiva e socialmente definida. Segundo Goode e Hatt (1979) o conceito se constitui como a base de todo o pensamento e comunicação humanos. O sentido de um conceito pode mudar, e, assim ele precisa de uma definição operacional. Um conceito precisa ser definido tanto em termos abstratos, dando-lhes o significado geral que se pretende dar a conhecer quanto em termos operacionais, pelos quais, serão representados num determinado estudo. Isso é, o conceito precisa ter uma definição do conteúdo que representa. Se um conceito se refere a um fenômeno complexo, como, por exemplo, qualidade no serviço (caso dos serviços oferecidos por operadoras de ecoturismo), é preciso, que se criem características que sintetizem o conceito de qualidade que serão as categorias de análise no processo de pesquisa dos serviços. Essa afirmação será ilustrada ao se adotar a EA no ecoturismo.

OLAM Ciência & Tecnologia Rio Claro / SP, Brasil Ano VI Vol. 6 No. 2 Pag. 84 Dezembro/2006

ISSN 1519-8693 www.olam.com.br

Page 3: Avaliação ea ecoturismorrilhasolam2006

Assim, pode-se depreender que um conceito oscila e assim precisa ter seu conteúdo representativo sempre descrito. Assim, o conceito de Educação Ambiental também varia, por exemplo, segundo o contexto onde ela é aplicada. A confusão conceitual da EA já foi comentada por Pedrini e De-Paula (2002) no próprio seio dos educadores ambientais brasileiros e esse fato ainda pode vislumbrado em variados contextos onde ela tem sido adotada. Assim, é fundamental que haja uma definição prévia do conceito de EA percebido ou desenvolvido, onde ela é aplicada, ou seja, pelo menos, uma descrição operacional do que está se chamando de EA. Na caracterização do conceito de EA podem-se adotar indicadores de aderência ao conceito. O conceito de EA do ProNEA (2005) é uma adoção do que consta no Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global (TEASS), mas para entendê-lo é necessário se fazer uma condensação e interpretação conceitual, a partir dos seus princípios. Cada realizador de EA pode possuir um conceito sobre a EA. Mas, esse conceito pode ser equivocado, discutível ou inadequado, pondo em risco o sucesso de todo o processo pedagógico no ecoturismo ou numa empresa, por exemplo. Nesse particular, Pedrini e Pelliccione (submetido) criaram indicadores contextualizados ao meio empresarial que traduziriam alguns dos pressupostos mais importantes do conceito de EASS do ProNEA. Esses seriam, então, indicadores de qualidade conceitual. Esses indicadores são importantes, pois visam instrumentalizar tanto o educador quanto o gestor de uma metodologia possível para se proceder a uma análise da aderência de práticas de EA no contexto do ecoturismo. Desse modo, a qualidade agrega validade ao conceito. Essa validade existirá caso o conceito se identifique com a paradigma conceitual vigente no planeta (TEASS) que foi adotado pelo governo federal brasileiro, a partir de 2004, explicitado no Programa Nacional de Educação Ambiental (ProNEA), instrumento norteador da EA no Brasil. O Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global O planeta à medida que foi sendo poluído e destruído ambientalmente recebeu, por parte, de seres humanos reação contrária. Esta resposta foi de várias formas. Uma delas foi a construção coletiva e ampla de tratados internacionais. Um deles foi o Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global (TEASS) aprovado durante a II Conferência sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, mais conhecida com Rio-92, por ter se realizado na cidade do Rio de Janeiro, no ano de 1992. Esse tratado faz parte do que é denominado de Carta da Terra – documento magno dessa conferência que engloba 36 tratados internacionais. Viezzer (2006) faz amplo e aprofundado retrospecto sobre a construção desse tratado que vem sendo por ela extensamente disseminado por todo o Brasil. Ela pontua que a aprovação do TEASS foi feita no contexto da I Jornada Internacional de Educação Ambiental, da qual, o autor desse artigo foi protagonista, participando de seu debate e aprovação, sendo testemunha de seu caráter libertário e democrático.

OLAM Ciência & Tecnologia Rio Claro / SP, Brasil Ano VI Vol. 6 No. 2 Pag. 85 Dezembro/2006

ISSN 1519-8693 www.olam.com.br

Page 4: Avaliação ea ecoturismorrilhasolam2006

A construção das bases epistemológicas e conceituais do TEASS está em permanente aperfeiçoamento e ele periodicamente melhorado por todo o globo. No entanto, seus princípios e as bases conceituais que o sustentam vem sendo a cada dia adotado como referencial teórico metodológico para as práticas do que é denominado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis (EASS). No Brasil, podem ser citados os trabalhos de Hoeffel, Machado e Fadini (2005), Tieppo (2006) e Westphal, Motta e Oaigen (2006). Porém, o trabalho divisor de águas nesta discussão é de Meira e Sato (2005) que propõem com clareza e fortemente argumentados alguns indicadores e possibilidades concretas para afastar de vez a “Educação Ambiental para o Desenvolvimento Sustentável” – como paradigma para a EA no Brasil – pois é prejudicial aos países emergentes economicamente, como o Brasil. A aplicação do referencial teórico-metodológico da EASS como base para as práticas nos vários seus múltiplos contextos de realização já podem ser visualizados na literatura acadêmica que acompanha a realização da EA no planeta. A mais importante adoção da EASS, no Brasil, é a aplicação no Programa Nacional de Educação Ambiental (ProNEA, versão 2004). O fato da EASS estar no ProNEA fará com que todos os contextos com EA adotem as premissas e conceitos do TEASS. Tal medida incute a EASS definitivamente na vida da população brasileira. Assim, está sendo considerado de qualidade o conceito de EA baseado no ProNEA, e, portanto, no TEASS. E, para proceder a verificação da qualidade conceitual da EA em qualquer dos contextos em que é adotada, pode-se usar estratégias avaliativas, possibilitando um processo organizado para a mensuração da qualidade. A título de melhor compreensão do fenômeno, será interessante conhecer o que tem sido feito em avaliação da EA no Brasil. A Avaliação na Educação Ambiental A avaliação na EA, em todas as dimensões, é uma demanda em qualquer contexto, principalmente no iberoamericano. A maioria dos educadores ambientais não publicam nem descrevem detalhadamente seus métodos de avaliação nos seus trabalhos publicados, impossibilitando que a metodologia de avaliação (em qualquer de suas dimensões como a conceitual) mesmo recontextualizada possa ser replicada (PEDRINI; JUSTEN, 2006). No Brasil, alguns trabalhos interessantes podem ser citados, abrangendo diferentes unidades de escala na abordagem da EA como programas (NOEBAUER, 2004), projetos (ANDRADE; LOUREIRO, 2001), aprendizagem (DESPREBÍTERIS, 2001), na Agenda 21 (LOUREIRO, 2003), trilhas ecoturísticas (LIMA et al. 2003), etc. Um trabalho recente de Silva et al. (2006) baseou-se em conceitos-chave como complexidade e autonomia para avaliar projetos sobre EA, gerando interessante metodologia com possibilidades de ser recontextualizada. Os autores entenderam que o processo minuciosamente descrito permite a construção do que denominaram de “mapa de complexidade” sobre a relação educador-educando. Buscaram também com seu trabalho estabelecer as relações que pressupõem existir dentro da educação e que formam a base dos conceitos da EA. Sem dúvida, o trabalho é bastante original, pois também tenta verificar

OLAM Ciência & Tecnologia Rio Claro / SP, Brasil Ano VI Vol. 6 No. 2 Pag. 86 Dezembro/2006

ISSN 1519-8693 www.olam.com.br

Page 5: Avaliação ea ecoturismorrilhasolam2006

a efetividade da teoria versus prática da EA. Mas, o conceito também pode ser utilizado de outros modos para avaliação no contexto da EA. A EA, segundo Meira; Sato (2005) e Pedrini; Brito (2006) deve ter como meta a construção de sociedades sustentáveis como preconiza o TEASS. A EASS se baseia nos pressupostos pedagógicos conceituais do TEASS que aperfeiçoa o referencial teórico de Tbilisi, esse, o referencial avançado da EA. Com os pressupostos transformados em atributos conceituais de qualidade conceitual da EA realizada em percursos ecoturísticos com trilhas tenciona-se apresentar um olhar avaliativo e qualitativo sobre a questão. Uma dificuldade freqüente também é que raramente as publicações apresentam seus pressupostos de avaliação. Um exemplo, no contexto ecoturístico, é o trabalho de Lima et al. (2003) que avaliaram o desempenho de turistas numa trilha, mas não detalharam a abordagem conceitual e metodológica dela emanada, dificultando sua replicação e sua eventual recontextualização. Verifica-se, também, que, muitas vezes, a avaliação ao ser implementada não tem conseqüências e terminam sendo conhecimentos importantes academicamente, mas sem aparente aproveitamento nas práticas cotidianas da EA, apesar da demanda permanente por sua avaliação de qualidade. A avaliação da qualidade conceitual das atividades de EA em qualquer de seus contextos de aplicação, como o ecoturismo, também é praticamente desconhecida. A Avaliação de Qualidade na Educação Ambiental O construto qualidade é de difícil delimitação de seus contornos, porém seu conceito está sempre associado à excelência. A sociedade clama por qualidade para a humanidade e todos sempre buscamos qualidade em tudo na vida cotidiana do cidadão. Apesar da dificuldade de se avaliar a qualidade de qualquer atividade ou produto humano, a ciência continua investindo na área, propondo critérios científicos para certificações como a ISO 9000 de qualidade de gestão e 14000 de Gestão Ambiental. Assim, a comunidade de educadores ambientais deve contribuir para a criação de critérios e métodos para aferir se as atividades ecoturísticas apresentam qualidade. Segundo Swarbrooke e Horner (2002) a qualidade é a palavra de excelência nas industrias modernas e fundamental para que o consumidor se sinta satisfeito com os serviços turísticos. A qualidade de um produto turístico e, por conseguinte, produto ecoturístico, por parte de um ecoturista dependerá de dois aspectos: a) suas atitudes, expectativas e experiências anteriores como consumidor; b) os benefícios esperados ao se comprar um produto.Os autores também apresentam um quebra-cabeça, mostrando as múltiplas dimensões que possibilitam a oferta de um produto com qualidade no turismo. No contexto da EA internacional, Wals e Leijl (1997) e Hart e Kool (1999) incentivaram a comunidade de educadores a aumentar o processo de reflexão no assunto, tanto para a certificação com o estabelecimento de critérios de avaliação da qualidade da EA como expandindo ampla e permanentemente esse debate. Esses critérios poderiam servir para a certificação nos vários contextos em que a EA é essencial também para o ecoturismo. No contexto nacional de prática do ecoturismo, Mendonça e Neiman (2003) e Pedrini e Torgano (2005) destacaram que as operadoras buscam ecoturistas desejosos de ter essencialmente

OLAM Ciência & Tecnologia Rio Claro / SP, Brasil Ano VI Vol. 6 No. 2 Pag. 87 Dezembro/2006

ISSN 1519-8693 www.olam.com.br

Page 6: Avaliação ea ecoturismorrilhasolam2006

lazer e diversão e entendendo que informar e sensibilizar o ecoturista são estratégias importantes,mais parciais do processo pedagógico. Mas estes autores já salientavam a premência de se estabelecer critérios mínimos por parte das operadoras de ecoturismo para internalizar os pressupostos da EA nas suas atividades. Isso poderia ser alcançado com uma certificação de qualidade nos moldes das tradicionais ISO´s, como a 9000 que trata de qualidade na gestão ambiental. Essa demanda também precisa atender propostas em EA tanto corporativa como da comunidade sob efeito da empresa, segundo Quintas et al. (2005). Leonardos e Macedo (1996) entendem que o termo qualidade pode ser percebido de duas formas básicas: a) qualidade formal como apreensão/domínio crítico de conhecimentos/conteúdos historicamente construídos; e b) qualidade política como capaz de socializar esse saber acumulado, construindo-o no cotidiano das relações sociais e, assim, ser força motriz para a transformação social. Desse modo, essas duas dimensões da qualidade na educação possibilita a emersão da qualidade emancipatória que possibilita o cidadão a interferir na sua própria realidade. Portanto, é necessário que a sociedade possua meios de verificar se a educação, no caso, a EA possui, qualidade tanto conceitual como metodológica. Um meio para aferição da qualidade conceitual da EASS pode ser sua avaliação por meio de atributos que traduzam a excelência da educação. Gutiérrez, Benayas e Pozo (1999) e Benayas et al., (2000) apresentaram o conceito de qualidade em EA (considerado questão urgente a ser entendida no campo) e consideraram-na como um conceito: a) relativo, que varia entre as pessoas; b) dinâmico, que evolui espaço-temporalmente; c) muito controvertido; d) dependente da percepção subjetiva das pessoas; e) que pode ser expresso em termos absolutos e também relativos. Apesar da dificuldade em se trabalhar o construto qualidade a sociedade sempre clama por ela e assim ela deve sempre ser buscada como sinônimo de valor agregado a qualquer substantivo para podermos avaliar se ela existe ou não no contexto de nossas vidas. Qualidade na educação como na EA tem sido um tema de grande preocupação dos educadores ambientais, porém quase nada existe publicado que permita conhecer propostas objetivas. Porém, a EA continua sendo alardeada como sendo praticada no ecoturismo sem que se conheça sua qualidade ou a sua própria existência, como bem lembra-nos Di Túlio (2001). Desse modo, o tema precisa ser investigado como problema de pesquisa (VALENTE, 2001) já que há a necessidade de aplicar uma educação com qualidade nas suas diferentes dimensões (como a EA). Além de ser preocupação do meio acadêmico em todo o planeta ela está prevista na Constituição Federal e no Plano Decenal de Educação. Serão citados alguns pesquisadores brasileiros que trataram da Educação Ambiental no Ecoturismo e publicaram trabalhos, com visibilidade, nos últimos dez anos. A Educação Ambiental no Ecoturismo Os conceitos de ecoturismo, bem como, o de turismo responsável ou sustentável convergem entre si, mas não são iguais. Ecoturismo, segundo a política implícita “Diretrizes para um Política Nacional de Ecoturismo” .(BRASIL, 1994) que ainda orienta o ecoturismo no Brasil, se traduz como um segmento do turismo que utilizava de modo sustentável o patrimônio

OLAM Ciência & Tecnologia Rio Claro / SP, Brasil Ano VI Vol. 6 No. 2 Pag. 88 Dezembro/2006

ISSN 1519-8693 www.olam.com.br

Page 7: Avaliação ea ecoturismorrilhasolam2006

natural e cultural, incentivava sua conservação e a formação da consciência ambiental através da interpretação do meio e promovendo o bem-estar das comunidades locais. Esse conceito peca pela sua identidade meramente naturalista da EA. Segundo Wearing e Neil (2001) o conceito de ecoturismo é bem mais plausível. Ele encerra, pelo menos, quatro elementos fundamentais: a) noção de movimento e viagem a locais o mais naturais possíveis como unidades de conservação, podendo, porém ser incentivado em áreas que estejam se recuperando de degradação; b) baseia-se na natureza, podendo ser para lazer, estudo, voluntariado ou forma de ajudar a comunidade; c) deve induzir a preservação, através de programas de conservação ambiental; d) ter papel educativo. Além disso, o ecoturismo deve atender a onze princípios: a) acompanhar os impactos; b) distribuição justa dos benefícios aos atores; c) gerar emprego local; d) gerar divisas ao país; e) diversificar a economia local; f) tomada coletiva das decisões; g) incorporar o planejamento e o zoneamento local; h) melhorar a infra-estrutura local; i) criar instalações recreativas; j) estimular o custeio de bens históricos e ambientais; k) monitorar e avaliar os impactos negativos da atividade ecoturística. Mas, Coriolano (2006) entende que ecoturismo é o turismo de baixo impacto ambiental feito por pequenos grupos com possibilidade de sustentação econômica tanto para as unidades de conservação onde ele pode ser praticado como para as comunidades humanas locais, onde essa atividade acrescenta renda. É o turismo que compatibiliza natureza com lazer e cultura. O ecoturismo exige para sua prática que existam equipamentos específicos mínimos como: trilhas interpretativas, mirantes, guias especializados, pequenos grupos, áreas conservadas e protegidas, cumprimento e respeito aos princípios de sustentabilidade, experiência agradável com a natureza, baseando-se numa arquitetura ajustada a natureza como pousadas flutuantes, barcos turísticos, etc. A interpretação ambiental é pelo referido autor entendida como aquela técnica didática, flexível e ajustável às mais diversas situações ambientais, buscando explicar os fenômenos ambientais aos ecoturistas com linguagem acessível, contando com equipe multidisciplinar, porém tendo os impactos dos ecoturistas acompanhados permanentemente. Como verificado a delimitação didática e simplificada de ecoturismo ainda não é possível. Por outro lado, turismo sustentável e por conseqüência seu desdobramento em ecoturismo sustentável tem sido identificado por apresentar as seguintes características, segundo Salvati (2005): a) respeitar a legislação vigente; b) garantir os direitos das populações locais; c) conservar o ambiente natural e sua biodiversidade; d) considerar o patrimônio cultural e valores locais; e) estimular o desenvolvimento social e econômico dos destinos turísticos; f) estabelecer o planejamento e a gestão responsáveis; g) garantir a qualidade dos produtos, processos e atitudes. Por turismo responsável, Salvati (2003a) entende que ele supera o de turismo sustentável, já que este se baseia em premissas ambíguas. Seria o turismo que mantém e valoriza os recursos naturais e culturais nos destinos, sustentando-os para as futuras gerações das comunidades, dos visitantes e dos empresários. E o ecoturismo dele derivado seria aquele que seria realizado em áreas naturais e controlado pelas comunidades locais, gerando benefícios essencialmente para elas e para a conservação da biodiversidade. Além disso, o ecoturismo teria que ter uma componente fortemente informativa e educacional. Assim, o conceito de ecoturismo responsável é o que melhor se adequa ao caráter ao fenômeno do turismo ecológico, aqui entendido como sinônimo de ecoturismo.

OLAM Ciência & Tecnologia Rio Claro / SP, Brasil Ano VI Vol. 6 No. 2 Pag. 89 Dezembro/2006

ISSN 1519-8693 www.olam.com.br

Page 8: Avaliação ea ecoturismorrilhasolam2006

No Brasil, a EA com o Ecoturismo, e, vice-versa, têm previsão programática legal e metodológica para ocorrer, segundo variadas políticas e programas explícitos. Há políticas explícitas (aquelas previstas legalmente em leis, decretos, etc) e as implícitas (aquelas que influenciam, mas que não têm amparo legal). Dentre as políticas explícitas temos a PNTur, o Programa Nacional de Ecoturismo (PROECOTUR), a Política Nacional de Educação Ambiental (PONEA), e o ProNEA. A elas se somam numerosos decretos, portarias, etc que ajudam a imprimir o caráter governamental à atividade ecoturística, complementando as políticas explícitas. O PROECOTUR é a política norteadora das atividades de ecoturismo no território brasileiro. Ela está sendo desenvolvida, em caráter piloto, na região da Amazônia, pois com a diversidade de ambientes que tem o Brasil, o que pode ser adequado para a Amazônia pode não ser adequada para a zona costeira. Essa política se calca em seis pilares, segundo Ferreti (2002): a) participação e envolvimento comunitários, visando repartição dos benefícios da atividade econômica entre os atores envolvidos; b) implantação e adequação de infra-estrutura e a conscientização do ecoturista, visando respeitar a cultura local e usar o ecoturismo como instrumento de educação ambiental com benefícios também ao cidadão da região da prática; c) incentivo financeiro para o PROECOTUR para a construção de equipamentos indispensáveis para as atividades ecoturísticas; d) gerenciamento de informações sobre a qualidade do produto/serviço ecoturístico, bem como de cuidados para que o ecoturismo não cause impacto negativo; e) formação e capacitação de recursos humanos para atuar no ecoturismo capazes de interagir e atender as demandas de todas as fases da atividade; f) controle da qualidade do ecoturismo em que deve haver cuidado com o que é considerado de excelência,pois está aumentando as certificações no ecoturismo, e, se a qualidade não for comparada ao nível internacional, a imagem do ecoturismo brasileiro pode ficar degenerada, podendo custar caro, pois o ecoturista pode desistir do Brasil e se dirigir para outros países da América Latina que possuem atrativos naturais semelhantes. Fica muito claro a demanda por qualidade no ecoturismo. Além disso, educadores e turismólogos ou operadores e ecoturistas, ou ainda licenciadores e fiscalizadores, dentre outros atores sociais envolvidos no ecoturismo também criam políticas pessoais e institucionais para a sua prática. Esses procedimentos e normas são pouco estudados, mas desde a década de 1990 que o meio acadêmico vem reportando as variadas práticas do ecoturismo no Brasil. Há trabalhos emblemáticos como os de Tabanez et al. (1996), Irving (1998), Sansolo, (1998), Vargas (1998), Hartmann (1999), Figueiredo (1999), Cascino (2000), Serrano (2000), Pádua et al. (2001), Santos (2001), Seabra (2001), Neiman (2002), Dias (2003), Gomes (2003), Mitraud (2003), Costa e Costa (2005), Mateus, Moraes e Caffagni (2005), Mendonça e Neiman (2005), Pedrini (2006) e Rocktaeschel (2006). Esses trabalhos ilustram algumas tendências do ecoturismo do Brasil. Considerando a grande demanda conceitual de qualidade do produto ecoturístico são necessárias pesquisas para se verificar se o ecoturismo é realizado no Brasil. Assim, é necessária uma maior dedicação dos pesquisadores nesse campo tanto para um ecoturismo verdadeiramente educativo como uma EA não formal na natureza de fato prazerosa. A busca pela qualidade do produto (eco) turístico é demandado pelo PROECOTUR. Como contribuição para este fim pode-se destacar os trabalhos de Maraschin; Pedrini (2003) e

OLAM Ciência & Tecnologia Rio Claro / SP, Brasil Ano VI Vol. 6 No. 2 Pag. 90 Dezembro/2006

ISSN 1519-8693 www.olam.com.br

Page 9: Avaliação ea ecoturismorrilhasolam2006

Pedrini; Torgano (2005), que mostraram, via estudos de caso, atividades autodenominadas de ecoturísticas pelas operadoras, que de fato não são, pois não possuem EA (aferida pela ausência de qualidade conceitual, mesmo baseando-se apenas pelo referencial teórico-conceitual da Declaração de Tbilisi). Mas, a preocupação com a qualidade do (eco) turismo tem gerado pesquisas no contexto internacional. Wearing (1995) defende a certificação pela qualidade da atividade ecoturística, pois ela oferece a oportunidade de aperfeiçoar os padrões da industria operadora de turismo, garantindo ao ecoturista serviços e programas de alta qualidade. No Brasil, Dias (2003) defende a adoção de padrões compatibilizando a atividade (eco)turística com a perspectiva da sustentabilidade econômica dos operadores. Isso seria feito através de acompanhamento periódico e constante da atividade ecoturística. Com uma certificação que recomende e avalize práticas de qualidade, coerentes e sustentáveis poder-se-á também salvaguardar os atrativos do ecoturismo, além de assegurar ao ecoturista divertimento com educação. A Certificação da Qualidade no Ecoturismo e na EA A certificação da EA no ecoturismo (como uma forma de se garantir qualidade na EA nesse contexto) tem sido uma preocupação permanente no seio dos educadores ambientais brasileiros (PÁDUA et al., 2001; NEIMAN; BONETTI; HRDLICKA, 2005; SALVATI, 2005). A certificação, segundo Salvati (2003b) busca um turismo mais responsável e menos predador. Possui o caráter de qualificação de um produto ecoturístico, tentando possibilitar que os atores envolvidos nessa atividade alcancem de modo negociado a qualidade mínima necessária para a realização do que se entende como ecoturismo. A certificação vem sendo apresentada sob a forma de programas e, segundo a WWF há cerca de 250 tipos diferentes de certificação no turismo mundial. A certificação, segundo a WWF (2001) é uma ferramenta que objetiva identificar ou atestar a qualidade de um produto ou de seu processo de produção (sendo entendido um serviço ecoturístico como tal). Essa certificação para ter credibilidade precisa de uma avaliação externa ao demandante. A certificação no ecoturismo tem sido uma demanda tanto internacional (cf. declarações de eventos internacionais sobre ecoturismo como as constantes da Carta de Quebec e no Acordo de Mohonk) como nacional (PROECOTUR). No acordo de Mohonk a certificação ecoturística deve ser dependente do contexto da atividade, porém se baseando em um referencial teórico universal de qualidade mínima. No Brasil, a certificação do ecoturismo vem sendo estimulada pela “World Wildlife Foundation (WWF)” e ela entende que a certificação traz os seguintes benefícios e malefícios. Os principais benefícios são de três ordens: econômicos, ambientais e sociais. Dentre os econômicos: a) propiciar um diferencial de marketing proporcionando vantagens competitivas nos produtos e empreeedimentos ecoturísticos; b) facilitar acesso ao mercado internacional; c) melhorar a imagem pública empresarial; d) contribuir para a conservação dos atrativos naturais e assim da sustentabilidade dos produtos. Dentre os benefícios ambientais: a) contribuir para a conservação da biodiversidade e os compartimentos ambientais que dela dependem; b) favorecer a manutenção da qualidade ambiental dos atrativos ecoturísticos; c) auxiliar a proteção dos organismos em perigo de extinção. Dentre os sociais: a) auxiliar na legalização

OLAM Ciência & Tecnologia Rio Claro / SP, Brasil Ano VI Vol. 6 No. 2 Pag. 91 Dezembro/2006

ISSN 1519-8693 www.olam.com.br

Page 10: Avaliação ea ecoturismorrilhasolam2006

da atividade; b) possibilitar a melhoria das condições de trabalho; c) incentivar a participação dos entes envolvidos na geração de padrões e acompanhamento das atividades; d) promover a respeitabilidade das comunidades locais, indígenas e dos trabalhadores; e) reconhecer valores culturais locais como a gastronomia, arquitetura, folclore e artesanato, dentre outras. Desse modo, há necessidade do meio acadêmico colaborar para a construção de um arcabouço conceitual para a certificação da EA no ecoturismo, pois essa demanda já foi apontada pelos autores acima citados. A certificação no Ecoturismo no Brasil (e portanto com a EA inclusa por questão de conceito) tem recebido pouca atenção nas pesquisas acadêmicas, mas Zucarato; Sansolo (2005) apresentam tipologias de certificação ecoturística no mundo, mostrando seus benefícios. O Conselho Brasileiro de Turismo Sustentável (CBTS) que abrange atividades ecoturísticas, no país, foi criado durante o III Workshop de Certificação do Turismo Sustentável realizado de 28-29 de junho de 2002 com o fim de criar e gerir um Programa de Certificação do Turismo Sustentável. Esse teria como objetivo primordial a certificação do turismo sustentável pela caracterização e identificação de componentes da atividade turística ou de seus produtos como o ecoturismo que sejam ambientalmente adequados, economicamente viáveis e socialmente justos. O termo Turismo Sustentável vem impregnado do conceito de Desenvolvimento Sustentável (DS), que segundo Meira; Sato (2005) é severamente inadequado para o contexto de nações subdesenvolvidas ou em desenvolvimento como o Brasil. O DS se apóia em premissas econômicas que espoliam o Brasil e assim a adjetivação do turismo avançado no Brasil deveria ser o de Turismo para a construção de uma Sociedade Sustentável (TSS). O Ministério do Turismo do Brasil também considera o turismo na natureza como um dos segmentos prioritários para o desenvolvimento do Sistema Brasileiro de Certificação em Turismo. Isso devido à necessidade de se combater e prevenir acidentes na prática dessa atividade - uma das que mais cresce no País. O tema é complexo e envolve diversas modalidades, com níveis de risco e incidência de perigos bastante diferentes. Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Turismo de Aventura (ABETA) o Ministério de Turismo Brasileiro decidiu partir pelo lado da normalização ao invés da normatização. Ou seja, optou por uma linha de ordenamento através de normas técnicas voluntárias, produzidas pela sociedade e partes interessadas, quando sabiamente reconheceu a dificuldade que encontraria no futuro, caso optasse pela normatização. Isto é, por um processo legislativo convencional através da criação de leis de difícil operacionalização, face, principalmente, à grande dificuldade em se fiscalizar empresas nos mais diversos rincões deste país continente. Assim, aguarda-se a criação de um sistema de indução, onde as organizações devam buscar voluntariamente a certificação diante de uma série de vantagens, como: linhas de crédito especiais, seguros mais abrangentes, condições diferenciadas para participação em eventos promocionais, entre outras. Enquanto o meio (eco)turístico busca suas certificações de qualidade o mesmo ocorre no seio da EA. A Associação Norte-Americana para a Educação Ambiental (NAAEE), segundo Wals e Leij (1997), submeteu para debate uma proposta sobre padrões nacionais da EA nos EUA, buscando qualidade na sua teoria e prática. Desde aquela época que os pesquisadores vêm debatendo com afinco esta questão que atualmente se dirige para uma certificação da EA

OLAM Ciência & Tecnologia Rio Claro / SP, Brasil Ano VI Vol. 6 No. 2 Pag. 92 Dezembro/2006

ISSN 1519-8693 www.olam.com.br

Page 11: Avaliação ea ecoturismorrilhasolam2006

nos EUA, conforme Weiser (2005) defende. Certificando a EA em termos globais conseqüentemente ocorrerá o mesmo onde ela seja aplicada como no ecoturismo. Reforçando, o presente trabalho tenciona ser mais uma contribuição imbuída do espírito de propor critérios para o urgente debate sobre a certificação no ecoturismo, tendo por base o padrão de qualidade prescrito pela EASS. A EASS foi integralmente adotada pelo ProNEA que é o programa norteador das atividades de EA no Brasil, substituindo Tbilisi como referencial conceitual da EA. E, como, a EA no ecoturismo é feita essencialmente em trilhas é importante se conhecer algumas de suas experiências no contexto brasileiro. A Educação Ambiental aplicada em trilhas ecoturísticas. A prática da EA no ecoturismo normalmente utiliza trilhas que podem ser classificadas como interpretativas ou não e terrestres ou aquáticas, dentre outras tipologias possíveis. Ou ainda, segundo Lima (1998), classificadas segundo sistemas internacionais em:

1.Trilhas de interpretação de caráter educativo, pois consistem em instrumentais pedagógicos, podendo ser: (1) auto-interpretativa; (2) monitorada simples; (3) com monitoramento associado a outras programações. O percurso deve ser de curta distância, onde buscamos otimizar a compreensão das características naturais e/ou construídas da seqüência paisagística determinada pelo traçado. No caso de áreas silvestres são conhecidas como trilhas de interpretação da Natureza (“Nature Trails”); em áreas construídas, especialmente as urbanas, em geografia, são conhecidas como percursos de espaço vivido. 2.Trilhas cênicas (“Scenic Trails”; “Wilderness Trails”), trilhas que integram um sistema de outras redes, geralmente com uma seqüência paisagística envolvendo uma travessia por cenários urbanos, rurais, selvagens, enfocando aspectos e atributos culturais, históricos, estéticos, etc. Possuem longas distâncias e grandes extensões, sendo consideradas de caráter recreacional devido às viagens regionais. Como exemplo temos a “Appalachian National Scenic Trail”, com cerca de 3.200 milhas, em uma área de 20.000 ha aproximadamente.

Mas, comumente o termo Trilha é usado de modo descuidado em muitos trabalhos sobre ecoturismo sem que se esclareça o conceito adotado pelo autor. Segundo Lima (1998), trilhas de interpretação necessitam de técnica, ciência e arte para serem criadas, traçadas e trilhadas. São caminhos que levam as pessoas a experienciar as paisagens sob outros contextos, conjunturas, despertando novas concepções, percepção e vivência cambiantes. Isso é, reconhecimento da paisagem onde nos atemos à criação ou à transformação de geossímbolos naturais ou construídos; à leitura de uma geo-história natural e cultural inscrita em cada ângulo ou elemento paisagístico: processos interativos, significados e valores culturais, relações Sociedade/Natureza. Para a Educação Ambiental, a trilha permite a revelação destes mesmos significados assim como das relações e processos decorrentes, sob uma forma de descoberta do conhecimento

OLAM Ciência & Tecnologia Rio Claro / SP, Brasil Ano VI Vol. 6 No. 2 Pag. 93 Dezembro/2006

ISSN 1519-8693 www.olam.com.br

Page 12: Avaliação ea ecoturismorrilhasolam2006

através de experiências imediatas, diretas e “dérmicas” (LIMA, op. cit.). A essa concepção de trilha pode-se somar a de Saul et al. (2003) que a entendem como um modo de percepção holística do meio pelo ser humano que nele se religa. E, para tanto, o percurso da trilha deve ser previamente estudado sob os aspectos biológicos, geológicos, climáticos e antrópicos, sendo a paisagem a síntese global do meio. Há várias tipologias possíveis para as trilhas. Podem ser terrestres e aquáticas (essencialmente marinhas) e usadas como ferramenta para a prática da EA. Sobre o primeiro tipo que é o mais usado, cabe citar, dentre outros, os trabalhos de Lima (1998), Vasconcellos (1998), Di Tullio (2005) e Matarezzi (2005, 2006). Matarezzi (2006) tem sido o autor que mais tem trabalhado com o conceito original de Trilha da Vida (TV) vem sendo testado no contexto de trilha ecoturística. A TV é um espaço de aprendizagem da EA, baseando-se na descoberta/redescoberta da natureza pelos sentidos. A metodologia derivada do conceito de TV vem sendo aperfeiçoada por diversos aplicadores em várias regiões pelo Brasil. As TV´s são fixas ou móveis e podem ser visitadas por crianças até idosos, incluindo pessoas portadoras de necessidades especiais. Um dos aspectos originais da TV é quando ela se torna móvel, buscando ser uma simulação de um ambiente natural de qualquer bioma. O conceito e a metodologia da TV se baseiam em vivências estruturadas em quatro momentos: a) inicial em que se faz uma dinâmica de recepção ao grupo aprendente, apresentando as informações contextuais e orientando como será a vivência; b) caminhada individual na trilha com os aprendentes de olhos vendados e descalços; c) confecção de mapas cognitivos; d) final com o relato do grupo. Essa metodologia supera uma atividade informativa e de sensibilização e tenciona ser uma ação para uma educação ambiental transformadora e emancipatória. No segundo caso cabe salientar os trabalhos de Wegner (2002) e Berchez; Carvalhal e Robim (2005). Esse segundo tipo de trilha ainda não está sendo utilizada pelas operadoras brasileiras e seus relatos científicos são muitos restritos. Em 1997 teve início o Projeto Ecossistemas Costeiros que passou a oferecer cursos de extensão. No verão de 2001-2002 foi iniciado o projeto “Trilha Interpretativa Sub-aquática” no Parque Estadual Insular da Ilha Anchieta, estado de São Paulo. Este trabalho criou um modelo de atuação em EA Marinha que constava de uma trilha de 350 metros margeando o costão marinho da Praia do Presídio e a do Engenho. Nessa trilha foram instalados diversos pontos interpretativos onde os instrutores transmitem informações sobre a biota e a geologia locais, bem como noções de mergulho livre. Essa atividade que faz parte de um conjunto de outras seis desenvolvidas complementarmente ao trabalho da trilha, envolvendo cerca de 3000 pessoas entre professores e a comunidade local. Esse trabalho concluiu através da coleta de dados por observação participante, entrevistas e questionários que os mergulhos das pessoas submetidas ao trabalho de EA não mais tocarão nos organismos sésseis, possibilitando mergulhos não impactantes à comunidade marinha. Isso se deve à mudança de atitude dos educados perante a vida marinha, atendendo assim a um dos pressupostos mais importantes da Conferência de Tbilisi, marco referencial da EA internacional. Desse modo, a biodiversidade marinha através de campanhas de EA é beneficiada barrando a intrusão humana no habitat marinho. As trilhas interpretativas vem sendo usadas essencialmente para práticas de interpretação ambiental (SIQUEIRA, 2004; GRAEL et al., 2005). Nesses trabalhos é transferida informação

OLAM Ciência & Tecnologia Rio Claro / SP, Brasil Ano VI Vol. 6 No. 2 Pag. 94 Dezembro/2006

ISSN 1519-8693 www.olam.com.br

Page 13: Avaliação ea ecoturismorrilhasolam2006

ecológica e feita sensibilização sócioambiental dos ecoturistas. Di Tulio (2005) afirmou, com toda razão, que não havia trabalho validando educacionalmente uma trilha. A atividade chamada de educacional numa trilha resume-se, basicamente, a difusão de informações sobre o ecossistema local. A autora, ainda ressalta que se deve questionar se uma trilha interpretativa é de fato instrumento efetivo de EA. Guimarães(2004) expande o conceito de trilha interpretativa. Entende que a trilha convida as pessoas a perceberem novos aspectos da realidade ambiental por meio de estímulos e elementos diferentes dos que existem no cotidiano do cidadão. Elas são incitadas a perceber que são as demandas emergenciais de conservação do meio e da manutenção dos índices adequados de qualidade ambiental, além de serem convidadas ao questionamento sobre atitudes relacionadas à conquista ou resgate da qualidade de vida, inteirando-se, comparando e valorizando eventos do seu cotidiano sob outras óticas e perspectivas, face ao conhecimento aprendido ou reaprendido via novas experiências vividas que as conduzem a uma nova disposição para pensar e avaliar outras possibilidades de modo criativo e holístico. Assim, uma trilha demanda cuidados prévios para que ela possa dar conta de uma proposta avançada como a apresentada acima. Mas, mesmo assim, o conceito tradicional de trilha interpretativa [cf. ANDRADE; ROCHA (1990), TABANEZ et al. (1997), VASCONCELLOS (1998)] não abrange totalmente os pressupostos pedagógicos demandados pela EASS (cf. Dias, 2001; MEIRA; SATO, 2005) nem pela EA, segundo Tbilisi que são os paradigmas em voga na EA, sendo que a EASS tem recebido crescente aceitação pela EA planetária. Para se verificar se há qualidade conceitual na EA em trilhas interpretativas será necessária uma avaliação por um analista ou guia capacitado em EA. A seguir um caminho possível para realizar essa avaliação. Atributos conceituais para a Avaliação da Qualidade da EA de um percurso ecoturístico através de trilha terrestre. A proposta dessa seção é a de apresentar uma opção metodológica possível para se conhecer a qualidade conceitual adequada para a EA numa trilha interpretativa incluída num percurso ecoturístico. Entretanto, para que se possa verificar se a EA aplicada apresenta qualidade conceitual será necessário também que a trilha interpretativa onde ela será desenvolvida possua algumas características e assim deverá contemplar (cf. TABANEZ et al., 1997; VASCONCELLOS, 1998; MAGRO, 1999; MITRAUD, 2003; REFOSCO, 2003; SIQUEIRA, 2004; ANDRADE, 2005), o seguinte:

a) abranger um espaço geográfico natural/construído num determinado tempo; b) ser planejada para aplicar os pressupostos pedagógicos conceituais da EASS que aperfeiçoa os de Tbilisi; c) ser planejada participativamente, incluindo diferentes atores sociais envolvidos na atividade ecoturística, principalmente a comunidade local ou próxima;

OLAM Ciência & Tecnologia Rio Claro / SP, Brasil Ano VI Vol. 6 No. 2 Pag. 95 Dezembro/2006

ISSN 1519-8693 www.olam.com.br

Page 14: Avaliação ea ecoturismorrilhasolam2006

d) ser monitorada permanentemente com o fim de receber manutenção, atualização e recuperação de seus equipamentos; e) serem permanentemente avaliados seus impactos antrópicos e naturais e tomadas providências para sua mitigação ou extinção; f) ter seus recursos naturais levantados previamente, componentes abióticos (geodiversidade, metereologia, recursos hídricos, etc) e bióticos (biodiversidade) caracterizados taxonômica e ecologicamente, recebendo placas ilustrativas de sua existência com seus nomes científicos e populares; g) ser o percurso periodicamente alvo de avaliações de seu uso público e impacto natural.

Portanto, para que a atividade de EA numa trilha ecoturística seja possível de ser desenvolvida, ela precisa de condições adequadas para sua prática. A avaliação da qualidade conceitual da EASS numa trilha interpretativa como caracterizada no parágrafo anterior deverá ser feita, segundo cada contexto de um percurso, tendo como ponto de partida atributos, adaptados dos principais pressupostos pedagógicos do TEASS (cf. DIAS, 2001; MEIRA; SATO, 2005). Os indicadores selecionados de qualidade conceitual para se realizar a avaliação, podem se traduzir como atividades que sejam:

a) transformadoras que permitam ao ecoturista adquirir conhecimentos e habilidades, através de experiências que o torne apto a enfrentar e resolver problemas ambientais, inclusive os da região do percurso ecoturístico; b) abrangentes, envolvendo a totalidade dos grupos sociais da área sob influência do percurso; c) globalizadoras, com o ecoturista abordando o ambiente, integrando as escalas local, nacional e global; d) contextualizadoras, em que o ecoturista receba conhecimentos sobre a realidade local onde se situa a atividade ecoturística; e) éticas em que o ecoturista passe a respeitar todas as formas de vida do planeta.

Caberá ao analista ou pesquisador bom senso para conciliar a demanda por qualidade conceitual e assim por uma atividade de EA desejável com a sobrevivência do operador de

OLAM Ciência & Tecnologia Rio Claro / SP, Brasil Ano VI Vol. 6 No. 2 Pag. 96 Dezembro/2006

ISSN 1519-8693 www.olam.com.br

Page 15: Avaliação ea ecoturismorrilhasolam2006

modo a dar-lhe tempo para se reorganizar, caso suas atividades não adiram aos indicadores acima apresentados. Deve, também, conhecer as demandas econômicas dos operadores do ecoturismo, pois não se deve exigir demais que os faça falir ou desistir da atividade, mas sim, conseguir envolver seus gestores para que todos juntos possamos construir Sociedades Sustentáveis. Para que se possa verificar se a atividade de EA numa trilha ecoturística (trilha interpretativa no ecoturismo) tem qualidade conceitual será necessário promover a coleta de dados e informações. E, assim, planejar detalhadamente uma abordagem metodológica. Sendo a estratégia metodológica qualitativa, deve-se buscar os livros metodológicos em pesquisa social, humana e das ciências biológicas. Nesse particular seria desejável que o analista de qualidade conceitual reúna conhecimentos básicos de ecologia tanto humana como natural, além de formação em turismo, biologia e geografia. As estratégias de obtenção dos dados/informações, segundo Gil (1999) podem ser: a) análise documental; b) observação participante; c) entrevistas, d) história de vida; e) analise de conteúdo, dentre outras. O ideal é que seja feita uma triangulação de estratégias de coleta. No caso do analista ter tempo para a avaliação do percurso de modo dedicado poderá realizar uma pesquisa-participante, segundo Brandão (2005) ou pesquisa-ação, segundo Tozzoni-Reis (2005). Esses dois métodos são muito realizados em EA e possibilitam uma imersão no contexto estudado com envolvimento dos atores sociais relacionados com a questão. Conclusão A estratégia metodológica proposta nesse trabalho permitirá identificar a atividade ecoturística praticada em trilhas interpretativas possui qualidade na sua educação ambiental, pressuposto esse, indispensável a qualquer atividade humana. À medida que esta estratégia de avaliação da qualidade da EA for adotada em atividades ecoturísticas, ajustes deverão ser feitos, considerando-se os contextos onde serão aplicadas. Assim, apresentando qualidade adequada a atividade ecoturística realizada em trilha com EA poderá ser certificada e permitir ao ecoturista saber previamente a qualidade do serviço que irá adquirir. Referências Bibliográficas ANDRADE, W. J. Manejo de trilhas para o ecoturismo. In: MENDONÇA, R.; NEIMAN, Z. (Org.) O ecoturismo no Brasil. Barueri: Manole, 2005, p. 131-152. ANDRADE, W. J.; ROCHA, L. G. Planejamento, implantação e manutenção de trilhas. In: CONGRESSO FLORESTAL BRASILEIRO, 6., Campos do Jordão. Anais..., Campos do Jordão: SBS/SBEF,1990. p. 35-47. ANDRADE, A L.; LOUREIRO, C. F. B. Monitoramento e avaliação de projetos em educação ambiental: uma contribuição para o desenvolvimento de estratégias. In: SANTOS, J. E, dos; SATO, M. (Orgs.). A Contribuição da educação ambiental à esperança de Pandora. São Carlos: RiMa, 2001. p. 511-530.

OLAM Ciência & Tecnologia Rio Claro / SP, Brasil Ano VI Vol. 6 No. 2 Pag. 97 Dezembro/2006

ISSN 1519-8693 www.olam.com.br

Page 16: Avaliação ea ecoturismorrilhasolam2006

BENAYAS, J; BLANCO, R.; GUTIÉRREZ, J. Evaluación de la calidad de visitas guiadas a espacios naturales protegidos. Revista Tópicos en Educación Ambiental, v. 2, n. 5, 2000, p. 69-78. BERCHEZ, F., CARVALHAL, F.; ROBIM, M. J. Underwater interpretative trail – guidance ti improve education and decrease ecological damage. International Journal of Environment and Sustainable Development, v. 4, n. 2, p. 128-139. 2005. BRANDÃO, C. Pesquisa participante. In: FERRARO JR, A Encontros e caminhos: formação de educadores (as) ambientais e coletivos educadores. Brasília: MMA, 2005. p. 257-266. BRASIL. Diretrizes para a Política Nacional de Ecoturismo. Brasília: EMBRATUR.1994. CASCINO, F. Ecolazer e educação ambiental: uma inegável relação. In: NOAL, F.; REIGOTA, M.; BARCELOS; V. H. de. L. (Orgs.) Tendências da educação ambiental Brasileira. 2 ed. Santa Cruz do Sul: EDUNISC, 2000, p. 85-97. CORIOLANO, C.E. Bases conceituais do desenvolvimento e do ecoturismo. In: QUEIROZ. O. T. (Org.). Turismo e ambiente: temas emergentes. Campinas: Alínea, 2006. p.11-48. COSTA, V. C. da C; COSTA, N.M.C. Educação ambiental pelo ecoturismo em unidades de conservação: uma proposta efetiva para o Parque Estadual da Pedra Branca-RJ. In: PEDRINI, A. de G.(Org.) Ecoturismo e educação ambiental. Rio de Janeiro: Publit, 2005. p. 39-65. DELGADO, J. A interpretação ambiental como instrumento para o ecoturismo. In: SERRANO, C.M.T.; BRUHNS, H. T. (Orgs.) A educação pelas pedras: ecoturismo e educação ambiental. São Paulo: Chronos, 2000. p. 155-169. DEPRESBÍTERIS, L. Avaliação da aprendizagem na educação ambiental - uma relação muito delicada. In: SANTOS, J. E, dos; SATO, M (Orgs.). A contribuição da educação ambiental à esperança de Pandora. São Carlos: RiMa, 2001. p. 531-542. DIAS, G. F. Educação Ambiental: princípios e práticas. São Paulo: Global. 2001. DIAS, R. Turismo sustentável e meio ambiente. São Paulo: Atlas, 2003. DI TULIO, A. A abordagem participativa na construção de uma trilha interpretativa como uma estratégia de educação ambiental em São José do Rio Pardo-SP. 2005. Dissertação (Mestrado em Engenharia Ambiental) - Universidade Federal de São Carlos, São Carlos. FERRETI, E.R. Turismo e meio ambiente: uma abordagem integrada. São Paulo: Roca, 2002.

OLAM Ciência & Tecnologia Rio Claro / SP, Brasil Ano VI Vol. 6 No. 2 Pag. 98 Dezembro/2006

ISSN 1519-8693 www.olam.com.br

Page 17: Avaliação ea ecoturismorrilhasolam2006

FIGUEIREDO, J. A V. de. Ecoturismo e participação popular no manejo de áreas protegidas: aspectos conceituais, educativos e reflexões. In: RODRIGUES, A B.(Org.) Turismo e Ambiente: reflexões e propostas. São Paulo: HUCITEC, 1999. p. 55-67. GIL, A C. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 1999. GOMES, P. (Eco) Turismo: uma (re) leitura dos discursos. Brasília: IBAMA, 2003. GÓMEZ, J. G.; ROSALES, J. N. Estrategias didácticas em educación ambiental. Málaga: Aljibe, 2000. GOODE, W.J.; HATT, P.K. Métodos em pesquisa social. 7 ed. São Paulo: Nacional, 1979. GRAEL, A et al. Plano de conservação e interpretação ambiental da trilha do Alto Mourão, Parque Estadual da Serra da Tiririca. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE DEFESA DO MEIO AMBIENTE, 4., 2005, Rio de Janeiro, Anais....CREA/UFRJ. p. 218-234. GUIMARÃES, S. T. de L. Dimensões da percepção e interpretação do meio ambiente: vislumbres e sensibilidades das vivências na natureza. Olam – Ciência e Tecnologia, Rio Claro/SP, v. 4, n. 1, p. 46-64. 2004. GUTIÉRREZ, J.; BENAYAS, J.; POZO, T. Modelos de calidad y prácticas evaluativas predominantes em los equipamientos de Educación Ambiental. Tópicos en Educación Ambiental, v. 1, n. 2, p. 49-63, 1999. HARTMANN, F. Ecoturismo: uma alternativa para a educação ambiental. In: MATA, S. F. da et al. (Orgs.). Educação ambiental: compromisso com a sociedade. Rio de Janeiro: MZ Editora, 1999. p. 200-204. HART. P.; KOOL, R. Starting points: questions pf quality in environmental education. Canadian Journal of Environmental Education, n. 4, p. 104-124, Summer 1999. HOEFFEL, J. L.; MACHADO, M. M.; FADINI, A. A. B. Múltiplos olhares, usos conflitantes: concepções ambientais e turismo na APA do Sistema da Cantareira. OLAM – Ciência e Tecnologia, Rio Claro/SP, v. 5, n. 1, p. 119-145, maio/2005. IRVING, M. de A educação ambiental como premissa ao desenvolvimento do ecoturismo. In: MATA, S. F. da et al. (Orgs.). Educação Ambiental, desafio do século: um apelo ético, Rio de Janeiro, 1998, p. 277-281. LEONARDOS, A C.; MACEDO, S. A abordagem etnográfica na avaliação de projetos inovadores. Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Educação, Rio de Janeiro, v. 4, p. 149-157. 1996. LAYRARGUES, P. P. A função social do ecoturismo. Boletim Técnico do SENAC, São Paulo, v. 30, n. 1, 2004.

OLAM Ciência & Tecnologia Rio Claro / SP, Brasil Ano VI Vol. 6 No. 2 Pag. 99 Dezembro/2006

ISSN 1519-8693 www.olam.com.br

Page 18: Avaliação ea ecoturismorrilhasolam2006

LIMA. S. Trilhas interpretativas: a aventura de conhecer a paisagem. Caderno Paisagem, Paisagens, Rio Claro (UNESP), n. 3, p. 39-44. 1998. LIMA, F.; MACHADO, M.; HOEFEL, J.; FADINI, A caminhada interpretativa na natureza como instrumento para educação ambiental. ENCONTRO DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL; ABORDAGENS EPISTEMOLÓGICAS E METODOLÓGICAS, 2., São Carlos, Anais..., 2003. (CD-ROM).

LOUREIRO, C. F. B. Agenda 21 e a participação da sociedade. In: LOUREIRO, C. F. B. et al.(Orgs.) Cidadania e meio ambiente. Salvador: Centro de Recursos Ambientais, 2003. p. 123-129. MAGRO, T.C. Impactos do uso público em uma trilha no planalto do Parque Nacional de Itatiaia. 1999. Tese (Doutorado em Ciências Florestais) - Universidade de São Paulo, São Carlos. MARASCHIN, C. M. de A; PEDRINI, A. de G. A educação ambiental no ecoturismo: estudo de caso numa empresa de ecoturismo no Rio de Janeiro, RJ, Resultados Preliminares. ENCONTRO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, 7., 2003, Rio de Janeiro, Anais..., p. 353-362.(Disquete). MATAREZI, J. Estruturas e espaços educadores: quando espaços e estruturas se tornam educadores. In: FERRARO JR, L. A. Encontros e caminhos: formação de educadores(as) ambientais e coletivos educadores. Brasília: MMA/DEA, 2005. p.161-173. MATAREZI, J. Despertando os sentidos da educação ambiental. EDUCAR em Revista, Curitiba, n. 27, p. 181-199. Jan-Jun/2006. MATEUS, C. E.; MORAES, Q. J. de; CAFFAGNI, C.W. do. A educação ambiental para o turismo sustentável. São Carlos: RiMa/São Paulo: FAPESP, 2005. MEIRA, P.; SATO, M. Só os peixes mortos não conseguem nadar contra a natureza. Revista de Educação Pública, Cuiabá, v. 14, n. 25, 2005, p. 17-31. MENDONÇA, R. Educação ambiental e ecoturismo. In: MENDONÇA, R.; NEIMAN, Z. (Org.) O ecoturismo no Brasil. Barueri: Manole, 2005. p. 154-169. MENDONÇA, R.; NEIMAN, Z. À sombra das árvores. São Paulo: Chronos, 2003. MENDONÇA, R.; NEIMAN, Z. (Org.) O ecoturismo no Brasil. Barueri: Manole, 2005. MINISTÉRIO DO TURISMO (MTur). Plano Nacional do Turismo; Diretrizes, Metas e Programas; 2003-2007. Brasília, MTur, 2003, 48 p. MITRAUD, S. Monitoramento e controle de impactos de visitação. In: MITRAUD, S. (Org.). Manual de Ecoturismo de Base Comunitária: ferramentas para um planejamento responsável. Brasília: WWF, 2003. p. 315-361.

OLAM Ciência & Tecnologia Rio Claro / SP, Brasil Ano VI Vol. 6 No. 2 Pag. 100 Dezembro/2006

ISSN 1519-8693 www.olam.com.br

Page 19: Avaliação ea ecoturismorrilhasolam2006

NEIMAN, Z. (Org.). Meio ambiente: educação e ecoturismo. Barueri: Manole, 2002. NEIMAN, Z.; BONETTI, C.; HRDLICKA, H. Conservação da cultura material do Vale da Ribeira – SP através do ecoturismo. In: ENCONTRO INTERDISCIPLINAR DE ECOTURISMO EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO, 1., Anais...., 2005, 12 p., CD-ROM. NOEBAUER, D. A. Instrumento para avaliação de pesquisas e programas de Educação Ambiental em unidades de conservação. Estudo de caso do Parque Natural Municipal das Nascentes do Garcia, Blumenau, SC. 2004. Dissertação (Mestrado em Engenharia Ambiental) - Fundação Universidade de Blumenau, Blumenau. OHAYON, P. Critério e bloqueios para avaliação de projetos de P&D: estudo exploratório. 1983. Dissertação (Mestrado em Administração) – Faculdade de Economia e Administração, Universidade de São Paulo, São Paulo. PÁDUA, S. M.; LOPATA, J.; SWAMY, S.L.N.; RAVENDRA, V. Ecoturismo e conservação da natureza. In: ROURE, M. de; PÁDUA, S. M. (Orgs.). Empreendedores sociais em ação. São Paulo: Cultura Editores, 2001. p. 25-32. PÁDUA, S. M. Avaliação da sensibilidade conservacionista em assentamentos rurais no pontal de Paranapanema, São Paulo, Brasil. In: CONGRESSO IBERO-AMERICANO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL, 5., Anais..., 2006. PEDRINI, A de G. O Cientista Brasileiro é Avaliado? São Carlos: RiMa, 2005a. PEDRINI, A de G. Em busca da educação ambiental no (eco)turismo brasileiro: um ensaio. ENCONTRO INTERDISCIPLINAR DE ECOTURISMO EM UNIDADES DE CONSERVAÇÂO, 1., 2005b, Rio de Janeiro, Anais..., 10 p. (CD-ROM) PEDRINI, A de G.; BRITO, M. I. M. S. Educação ambiental para o desenvolvimento ou sociedade sustentável? Uma breve reflexão para a América Latina. Revista Educação Ambiental em Ação, n. 17, 20 p. 2006. PEDRINI A de G.; DE-PAULA J. C. Educação Ambiental: Críticas e Propostas. In: PEDRINI A de G. (Org.). Educação Ambiental: Reflexões e Práticas Contemporâneas. 5 ed. Petrópolis: Vozes, p. 88-104. PEDRINI, A; JUSTEN, L. Avaliação em EA no contexto ibero-americano; estudo exploratório. In: CONGRESSO IBERO-AMERICANO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL, 5., Anais..., 2006. PEDRINI, A de G.; PELLICCIONE, N. B. B. Educação Ambiental Empresarial no Brasil; uma análise exploratória de sua qualidade conceitual. Mundo e Vida, Niterói (aprovado para sair em 2007) PEDRINI, A de G.; TORGANO, M. F. Ecoturismo com educação ambiental: discursos e práticas. In: PEDRINI, A de G. (Org.) Ecoturismo e educação ambiental. Rio de Janeiro: Publit, 2005. p. 13-38.

OLAM Ciência & Tecnologia Rio Claro / SP, Brasil Ano VI Vol. 6 No. 2 Pag. 101 Dezembro/2006

ISSN 1519-8693 www.olam.com.br

Page 20: Avaliação ea ecoturismorrilhasolam2006

PEDRINI, A de G,; SANTOS, A G.; SANCHEZ, C. Análise conceitual de Projetos em Educação Ambiental no Brasil. Estudo de caso: Projeto Alunos Guardiões da Orla. World Environmental Education Congress, 2., Rio de Janeiro, Annals, 2004, 7 p. PIMENTEL, C. E. Gestão Ambiental para o Turismo. In: QUEIROZ. O. T. (Org.). Turismo e ambiente: temas emergentes. Campinas: Alínea, 2006. p. 49-74. QUINTAS, J. GOMES, P.M.; UEMA, E.E. Pensando e praticando a educação no processo da gestão ambiental: uma construção pedagógica e metodológica para a prática da educação ambiental no licenciamento. Brasília: MMA/IBAMA, 2005. REFOSCO,J. C. Educação ambiental em unidades de conservação do Parque das Nascentes. Revista de Estudos Ambientais, Blumenau, v. 5, n. 2-3, 2003, p. 60-65, 2003. ROCKTAESCHEL, B.M.M.M. Terceirização em áreas protegidas: estímulo ao ecoturismo no Brasil. São Paulo: SENAC, 2006. RUSSO, C. R. Sustentabilidade e turismo: um debate sobre as possibilidades no desenvolvimento do turismo sustentável. Educação Ambiental em Ação, n. 13, 13 p. 2005. SALVATI, S. S. O WWF-Brasil e o turismo responsável. MITRAUD, S. (Org.) Manual de ecoturismo de base comunitária: ferramentas para um planejamento responsável. Brasília: WWF, 2003a. p. 23-32. SALVATI, S. S. Planejamento do ecoturismo. In: MITRAUD, S. (Org.). Manual de ecoturismo de base comunitária: ferramentas para um planejamento responsável. Brasília: WWF, 2003b. p. 33-68. SALVATI, S. S. A certificação e as dimensões da sustentabilidade e da qualidade dos produtos e serviços em ecoturismo. In: MENDONÇA, R.; NEIMAN, Z. (Org.) O ecoturismo no Brasil. Barueri: Manole, 2005. p. 62-104. SANSOLO, D. G. Educação Ambiental, Turismo e Conservação. In: VASCONCELOS, F. P. (Org.). Turismo e Meio Ambiente. Fortaleza: UECE, 1998, p. 280-294. SANTOS, L. M dos. O meio natural em Belo Horizonte: caracterização e análise do potencial para uso e ocupação preservacionista. 2001. Dissertação (Mestrado em Geografia) – Instituto de Geociências, Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte. SAUL, P.R. de A; STRANZ, A; ZERFASS, H.; FUHRO, D. Estudo da paisagem da região do passo do Louro (Canela, RS) para desenvolvimento de trilhas em atividades de educação ambiental. Educação Ambiental em Ação, n. 5, 15 p., 2003. SCHLÜTER, R. G. Metodologia da pesquisa em turismo e hotelaria. 2 ed. São Paulo: ALEPH, 2003.

OLAM Ciência & Tecnologia Rio Claro / SP, Brasil Ano VI Vol. 6 No. 2 Pag. 102 Dezembro/2006

ISSN 1519-8693 www.olam.com.br

Page 21: Avaliação ea ecoturismorrilhasolam2006

SEABRA, G. Ecos do turismo: turismo ecológico em áreas protegidas. Campinas: Papirus, 2001. SERRANO, C. A educação pelas pedras; ecoturismo e educação ambiental. São Paulo: Chronos, 2000. SILVA, Jr., L.V.da, MIELKE, P. E.; TONSO, S. Teoria e Prática no Ensino Formal: Método de avaliação de projetos de Educação Ambiental (EA). In: CONGRESSO IBERO-AMERICANO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL, 5., Anais..., 2006. SIQUEIRA L. F. Trilhas interpretativas: uma vertente responsável do (eco)turismo. Caderno Virtual de Turismo, n. 14, p.73-77. Jan/2004. SOARES, F. J.; PEREIRA, A B. Alfabetização ambiental como indicador de qualidade da educação Ambiental – um estudo exploratório feito em Estância Velha, RS, Brasil. Acta Scientia, v. 6, n. 1, p. 57-65. 2004. SWARBROOKE, J. Turismo sustentável: turismo cultural, ecoturismo e ética. São Paulo: ALEPH, 2002. SWARBROOKE, J.; HORNER, S. O comportamento do consumidor no turismo. São Paulo: ALEPH, 2001. TABANEZ, M. F.; PÁDUA, S. M.; SOUZA, M. das G. A eficácia de um curso de educação ambiental não formal para professores numa área natural – Estação Ecológica dos Caetetus – SP. Revista do Instituto Florestal, São Paulo, v. 8, n. 1, p. 71-88, 1996. TABANEZ, M. F. et al. Avaliação de trilhas interpretativas para Educação Ambiental. In: PADUA, S.M.;TABANEZ, M. F. (Orgs.) Educação Ambiental: caminhos trilhados no Brasil. Brasília: IPÊ, 1997. p. 89-102. TIEPPO, S. F. Desenvolvimento sustentável/educação ambiental/saúde: uma inter-relação necessária na construção de uma sociedade sustentável. In: CONGRESSO IBERO-AMERICANO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL, 5., Anais..., 2006. TOZZONI-REIS, M. F. de C. PESQUISA-AÇÂO: Compartilhando saberes: pesquisa e ação educativa ambiental. In: FERRARO JR, L. A Encontros e caminhos: formação de educadores(as) ambientais e coletivos educadores. Brasília: MMA/DEA, 2005. TRAJBER, R.; COSTA, L. B. da. Avaliando a educação ambiental no Brasil: materiais audiovisuais. São Paulo: Peirópolis/Instituto Ecoar para a Cidadania, 2001. TRAJBER, R.;MANZOCHI, L. H. Avaliando a educação ambiental no Brasil: materiais impressos. São Paulo: Gaia, 1996. VALENTE, I. Plano nacional de educação. Rio de Janeiro: DP&A, 2001.

OLAM Ciência & Tecnologia Rio Claro / SP, Brasil Ano VI Vol. 6 No. 2 Pag. 103 Dezembro/2006

ISSN 1519-8693 www.olam.com.br

Page 22: Avaliação ea ecoturismorrilhasolam2006

VARGAS, I. A de. Ecoturismo e desenvolvimento sustentável em Bonito, MS: elementos de análise para uma educação ambiental. 1998. Campo Grande, Dissertação (Mestrado em Educação), Universidade Federal do Mato Grosso do Sul. VASCONCELLOS, J. M. de O. Avaliação da visitação pública e da eficiência de diferentes tipos de trilhas interpretativas no Parque Estadual Pico do Marumbi e Reserva Natural do Salto Morato, Paraná. 1998. Tese (Doutorado-Ciências Florestais)- Universidade Federal do Paraná, Curitiba. VIEZZER, M. L. “Somos todos aprendizes”; lembranças da construção do Tratado de Educação Ambiental. In: CONGRESSO IBERO-AMERICANO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL, 5., Anais..., 2006. WALS, A E. & LEIJI, T. Alternative to national standars for environmental education: process-based quality assessment. Canadian Journal of Environmental Education, n. 2, p. 7-27. 1997. WEARING, S. Professionalisation and accreditation of ecotourism. Leisure and Recreation, v. 37, n. 4, p. 31-36. 1995. WEARING, S.; NEIL, J. Ecoturismo: impactos, potencialidades e possibilidades. Barueri: Manole, 2001. WEGNER, E. Proposta metodológica para implantação de trilhas subaquáticas na Ilha João da Cunha, Porto Belo, SC. 2002, Dissertação (Mestrado em Turismo) - Universidade do Vale do Itajaí, Balneário de Camboriú. WEISER, B. G. Environmental Education Certification – “ Why do we need it? What´s in it for me?”. www.naaee.org/programs-and-initiatives/national-certification-initiative/ee-certfi... , acesso em 7/7/2006. WESTPHAL, D; MOTTA, M. H. A.; OIAGEN, E. R. Educação Ambiental: uma proposta para um novo paradigma de sociedade sustentável. In: CONGRESSO IBERO-AMERICANO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL, 5., Anais..., 2006. WORLD WILDLIFE FOUNDATION (WWF) Certificação do turismo: lições mundiais e recomendações ao Brasil. Brasília: WWF, v. 9, 2001. ZUCARATO, A.; SANSOLO, D. Desenvolvimento Sustentável e Certificação do Turismo. ENCONTRO NACIONAL DO TURISMO DE BASE SUSTENTÁVEL, 9., Anais...., 20 p. 2005 (CD-ROM).

OLAM Ciência & Tecnologia Rio Claro / SP, Brasil Ano VI Vol. 6 No. 2 Pag. 104 Dezembro/2006

ISSN 1519-8693 www.olam.com.br

Page 23: Avaliação ea ecoturismorrilhasolam2006

RESUMO: O ecoturismo é realizado, no Brasil, essencialmente por trilhas terrestres. Apesar das políticas e programas governamentais de fomento ao ecoturismo sua qualidade ainda é assunto conturbado, uma vez que seu conceito é variável, dificultando uma certificação tão necessária para garantir serviços adequados de qualidade à população. O conceito de ecoturismo subtende a realização de uma Educação Ambiental (EA) de qualidade. O paradigma conceitual no plano governamental federal é o da Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis (EASS) adotada pelo Programa Nacional de Educação Ambiental (ProNEA). Tendo como base seus pressupostos conceituais é proposta uma estratégia metodológica com o fim de avaliar se a EA realizada no ecoturismo brasileiro praticado em trilhas possui qualidade conceitual e assim possibilitá-la em todo o produto ecoturístico. Para tal é necessário que a trilha apresente/seja: a) abrangência de um espaço geográfico natural/construído; b) planejada para possibilitar a prática da EASS; c) planejada participativamente com todos os atores sociais do contexto; d) monitorada para sua manutenção e recuperação de equipamentos; e) identificação dos impactos antrópicos e naturais para sua mitigação ou extinção; f) caracterização dos componentes abióticos (por ex. geodiversidade) e bióticos (por ex. biodiversidade) e sua publicidade ao longo do percurso. A EA realizada na trilha ecoturística deverá ser: a) emancipatória em que o ecoturista adquira informações e habilidades para enfrentar e resolver problemas sócioambientais; b) transformadora em que o ecoturista seja estimulado a mudar seus hábitos, atitudes e condutas para a construção de sociedades sutentáveis; c) globalizadoras em que o ecoturista seja capaz de entender a conexão local e global do ambiente; d) contextualizadora em que o ecoturista aprenda a partir dos conhecimentos locais; e) ética em que os ecoturistas respeitem todas as manifestações de vida na Terra. Assim, a prática de EA em trilhas ecoturísticas terá qualidade conceitual se atender às características apresentadas. Palavras-chave: Ecoturismo. Educação Ambiental. Trilhas. Brasil. Qualidade. Avaliação. Conceito. ABSTRACT: Ecotourism has been done in Brazil essentially by earth trails. In spite of governmental policies and programmes to foment ecotourism, its quality is still a disturbing subject since its concept is also variable, making difficulties a really necessary certification to warranty adequate services to the population. The ecotourism concept comprehends the execution of an Environmental Education (EE) of quality. The conceptual paradigm of federal governmental plan is that of Environmental Education for Sustainable Societies (EESS). Considering as a basis, its conceptual hypothesis, is being proposed a methodological strategy in order to evaluate if EE which has been done in brazilian track ecotourism possess the conceptual quality, and this way, expand it to the whole ecotourism product. For this, is needed that the trail presents/be: a) overarching concept of a built/natural geographic space; b) planned to allow the EESS practice; c) jointly planned with all social actors involved in the context; d) monitored for its maintenance and recovery of equipments; e) identification of anthropic and natural impacts to its mitigation or extinction; f) characterization of abiotic compounds (for example: geodiversity) and biotic ones (for example: biodiversity) and its publicity along of the way. The EE being done on the ecotouristic trail should be: a) able to make the ecotourists independent, acquiring informations and habilities to face and solve social-environment matters; b) life-changer - in which the ecotourist be stimulated to chance

OLAM Ciência & Tecnologia Rio Claro / SP, Brasil Ano VI Vol. 6 No. 2 Pag. 105 Dezembro/2006

ISSN 1519-8693 www.olam.com.br

Page 24: Avaliação ea ecoturismorrilhasolam2006

his habits, attitudes and conducts to build sustainable societies; c) globalizing in which the ecotourist be able to understand the local and global connections between environments; d) contextualizing – in which the ecotourist learn social-environmental knowledge starting up with the local knowledge; e) ethical – in which the ecotourists respect all manifestations of life at Earth. This way, the EE practices in ecotouristical trails will have conceptual quality if it attends the presented characteristics. Key words: Ecotourism. Environmental Education. Trails. Brazil. Quality. Evaluation. Concept. Agradecimentos Ao Prof. Dr. Pierre Ohayon da Universidade Federal do Rio de Janeiro, MS Jalton Gil de Torres Pinto da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Prof. Nilton Adão, Profa. Gerlane Rodrigues da Universidade do Norte do Paraná e Profa. MS. Lídia Maria dos Santos – especialista em ecoturismo e docente da Universidade Fundação Mineira de Educação e Cultura, todos pela análise crítica do texto. Informação sobre o autor: *Prof. Dr. Alexandre de Gusmão Pedrini Professor-adjunto da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Instituto de Biologia Roberto Alcântara Gomes, Departamento de Biologia Vegetal, Laboratório de Ficologia e Educação Ambiental. Contato: [email protected]

OLAM Ciência & Tecnologia Rio Claro / SP, Brasil Ano VI Vol. 6 No. 2 Pag. 106 Dezembro/2006

ISSN 1519-8693 www.olam.com.br