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Avaliação qualitativa Portfólios de aprendizagem

Avaliação qualitativa Portfólios de aprendizagem · A dicotomia educação e ... De acordo com o caderno do PNAIC Unidade No1 Ano 1, ... para uma escola inclusiva, desde que seu

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Avaliação qualitativaPortfólios de aprendizagem

A Avaliação

A concepção de avaliação que marca a trajetória de alunos e educadores, até

então, é a que define essa ação como um julgamento de valor dos resultados

alcançados (avaliação classificatória).

Daí, a presença significativa dos elementos como prova, nota, conceito, reprovação, registro, etc., nas relações estabelecidas.

Os educadores percebem a ação de educar e ação de avaliar como dois momentos distintos

e não relacionados.

Segundo Jussara Hoffmann

Registros e resultados bimestrais, trimestrais ou semestrais, estabelecem

uma rotina de tarefas e provas periódicas desvinculadas de sua razão de ser no

processo de construção do conhecimento.

O professor cumpre penosamente uma exigência burocrática, e o aluno, por sua

vez, sofre o processo avaliativo.

Impedem que professores e alunos estabeleçam uma relação de interação a

partir da reflexão conjunta, do questionamento, sobre hipóteses formuladas pelo educando em sua

descoberta do mundo.

Essas sentenças periódicas, terminais, obstaculizam na escola a compreensão do

erro construtivo e de sua dimensão na busca de verdades.

Perigosamente, as condições concretas da prática avaliativa atual, autoritária e

coercitiva, determinam continuamente situações de sucesso e fracasso escolar com

base em exigências de memorização e reprodução de dados pelo aluno.

Mas, Hoffmann defende que

A dicotomia educação e avaliação é uma grande falácia.

A avaliação é essencial à educação. Inerente e indissociável enquanto concebido como problematização,

questionamento, reflexão sobre a ação.

Avaliar para ensinar melhor

- Conhecendo cada aluno e suas necessidades;- Buscando diferentes caminhos para promover

a aprendizagem;

Tarefa primeira e essencial da ação

avaliativa

O que meu aluno compreende? Por que não

compreende?

no sentido de aproximar-se do aluno, refletindo sobre o significado de suas respostas construídas

a partir de vivencias próprias.

Avalia-se o que o aluno já sabe, como ele pensa sobre determinado assunto e também o

trabalho do professor, para saber como ajudar aquele determinado aluno a conseguir avançar

em seus conhecimentos.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), aprovada em 1996, determina que a

avaliação seja contínua e cumulativa e que os aspectos qualitativos prevaleçam sobre os

quantitativos. Da mesma forma, os resultados obtidos pelos estudantes ao longo do ano

escolar devem ser mais valorizados que a nota da prova final.

* Lei 9.394/96 (Art. 24, V-a)

Portanto, nesse contexto a avaliação: - é uma via de mão dupla(avalia-se o

aprendizado do aluno e a prática pedagógica);

- deve estar presente a todo momento, pois permite repensar a prática e as

atividades realizadas; - não é um recurso único: é um meio, não

um fim em si mesma; - permite rever e analisar se aconteceu o

aprendizado.

Uma nova perspectiva de avaliação exige do professor

- o aprofundamento em teorias do conhecimento;

- uma visão ampla e detalhada de sua disciplina;

- ênfase na aprendizagem

- postura dialógica com os alunos

A avaliação como mediação contribui para a superação das relações de poder

no ambiente escolar.

O professor deixa de ser aquele que passa as

informações para virar quem, numa parceria

com crianças e adolescentes, prepara

todos para que elaborem seus conhecimentos.

Em vez de despejar conteúdos em frente à classe, ele agora

pauta seu trabalho no jeito de fazer a garotada desenvolver

formas de aplicar esse conhecimento no dia-a-dia.

Avaliação FormativaTradicional

Também conhecida como somativaou classificatória

- realizada geralmente ao final de um programa, com o único objetivo de definir uma nota ou estabelecer um conceito

- ou seja, dizer se os estudantes aprenderam ou não e ordená-los (como no caso do vestibular ou de outros concursos).

*Mais adequada ao dia-a-dia da sala de aula.

Avaliação Formativa

- não tem como pressuposto a punição ou premiação

- prevê que os estudantes possuem ritmos e processos de aprendizagem diferentes

- o professor diversifica as atividades e as formas de agrupamento da turma.

De acordo com o caderno do PNAIC Unidade No1 Ano 1,pg 26: “ ... na perspectiva construtivista e interacionista deensino, e também na perspectiva inclusivista, avaliam-seas conquistas e as possibilidades dos estudantes ao longodo ano escolar, e não apenas os impedimentos e ascondutas finais e acabadas. O erro, que antes precisava atodo custo ser evitado, já que era o principal sintoma deexclusão escolar, passa a ser considerado como indicadorda forma como os alunos pensam sobre determinadoconhecimento. Os objetivos das avaliações não serelacionam mais à simples medição de conhecimentospara determinar se estão aptos a progredir nos estudos,mas à identificação dos conhecimentos que osestudantes já desenvolveram, com o objetivo de fazê-losavançar em suas aprendizagens.

Nessa perspectiva, a avaliação atende a diferentesobjetivos, tais como os apontados por Leal (2003, p.20):

a) identificar os conhecimentos já construídos pelos alunos, a fim de planejar as novas atividades de ensino de forma ajustada, isto é, considerando as aprendizagens que eles já desenvolveram, as dificuldades ou lacunas que precisam superar;

LEAL, Telma Ferraz. Intencionalidade da avaliação na Língua Portuguesa. In: SILVA, J. F.; HOFFMANN, J.; ESTEBAN. M. T. Práticas avaliativas e aprendizagens significativas em diferentes áreas do currículo. Porto Alegre: Mediação, 2003.

b) decidir sobre a necessidade ou não de retomar o ensino de certos itens já ensinados ou de usar estratégias de ensino alternativas, a partir da verificação do que os alunos aprenderam;

c) decidir sobre se os alunos estão em condições de progredir para um nível (série, ciclo, etc.) escolar mais avançado.

Nessa perspectiva, avalia-se tanto os alunos, para

mapear seus percursos de aprendizagem, como as

práticas pedagógicas com o objetivo de analisar as

estratégias de ensino adotadas de modo a

relacioná-las às possibilidades dos

educandos.

AVALIAÇÃO QUALITATIVA

- o educando é um ser ativo e dinâmico, que participa daconstrução de seu próprio conhecimento

- tem significado orientador e cooperativo

- é realizada de forma contínua, cumulativa e sistemáticana escola, com o objetivo de diagnosticar a situação deaprendizagem de cada aluno, em relação à programaçãocurricular

- ênfase é no processo de construção do conhecimento

- visa à melhoria da qualidade da educação.

A avaliação é um processo contínuo,cotidiano, cumulativo e diagnóstico.

Esse processo é pautado nosprincípios do aprimoramento do trabalhoeducacional em busca da excelência doensino e na obtenção de informações eanálise da ação educativa.

O que deve ser avaliado não éexclusivamente o educando, mas arelação que se estabelece nos processosde ensino e aprendizagem. Portanto,deve-se considerar a avaliação em trêsníveis:

Educacional: analisa-se se os objetivos daEscola estão em consonância com as açõesinternas e as externas de impacto nos alunos.

Curricular: analisa-se a efetividade dasexperiências previstas pela Escola, aadequação de seu planejamento, dasestratégias, dos procedimentos e dosmateriais utilizados, do desempenho doseducadores e toda a equipe.

Da aprendizagem: analisa-se o desempenhodos educandos em termos de conhecimento,competências, habilidades e atitudesdesenvolvidas durante o processo educacional.

A avaliação permite a correção derumos nas transformações ocorridas, sendo,portanto, um processo, compreende asseguintes fases:

Avaliação inicial: é o ponto de partida quedeve nos permitir definir uma proposta detrabalho.

Avaliação reguladora (formativa): é oconhecimento sobre como cada alunoaprende ao longo do processo de ensino eaprendizagem, para se adaptar as novasnecessidades que se colocam.

Avaliação final: refere-se aos resultadosobtidos e aos conhecimentos construídos.

Esse tipo de avaliação pode ser registrada através de vários instrumentos, tais como:

- observação;- registros/fichas;- debate;- autoavaliação;- trabalho em grupo;- pesquisas;- seminário;- portfólio;

- prova com/sem consulta;- jogos;- desafios;- cadernos;- entrevistas;- questionários;- Participação em sala de aula;- elaboração e execução de trabalhos;- oficinas...

Coletânea de atividades/registros realizados pelas crianças ao longo de um determinado período que permitem que

tanto o professor como os próprios alunos acompanhem as dificuldades e os avanços

em uma determinada matéria.

Portfólio

O Portfólio tem sido usado comoprocedimento de avaliação pelo seupotencial para associar currículo epráticas pedagógicas.

Permite que o trabalho seja observado de maneira processual, tentando trabalhar avaliação além das provas e testes.

É urgente encaminhar a avaliação, a partir da efetiva relação professor e aluno, em

benefício da educação do nosso país, contrapondo-se à concepção sentenciva,

grande responsável pelo processo de eliminação de crianças e jovens da escola.

"Quando você se pergunta como quer avaliar, está desvelando sua concepção de

educação" Mere Abramowicz

A avaliação importa para uma educação libertadora, para uma escola inclusiva, desde que seu papel não

seja o de apresentar verdades autoritárias, mas investigar, problematizar e, principalmente, garantir

o acompanhamento individual a todos os alunos.

Enquanto avaliamos, exercemos um ato político, mesmo quando não o pretendemos.

A reconstrução da avaliação não acontecerá por experiências isoladas ou fragmentas, mas por uma

ação continuada e que ultrapasse os muros das instituições.