1
PAS>180 ou PAD>110 PAS>150 ou PAD>100 em sabidamente normotensos ou sintomas típicos Rotina inicial Anamnese: sintomas, drogas lícitas (AINES) e ilícitas, HAS prévia, nefropatia prévia, perfil psicológico Exame físico: ausculta pulmonar, cardíaca, sinais de uremia, medir e repetir a medida da PA após 3 minutos Exame neurológico sumário - caso anormal ou suspeito interconsulta c/ neuro ECG: pesquisa de isquemia ou sinais de HAS crônica (HVE) Verificar critérios de pseudo-crise (maioria dos pacientes atendidos) Não Não atribuíveis à HAS Não Pseudo-crise hipertensiva Tratamento sintomático* Manter repouso e reavaliação Alta na dependência da melhora dos sintomas Há indicação de encaminhamento ambulatorial ? *Tratamento Sintomático Ansiedade / Tensão emocional: Rivotril 0.25mg SL Dor: analgésicos (novalgina, tylex, evitar AINES) Náuseas: Dripping de Dramin B6 DL injetável Vômitos: Bromoprida injetável 1ª escolha: Captopril 25mg VO 2ª escolha ou paciente já usuário de IECA: Clonidina 0.100mg Outras opções: furosemida (se chance de hipervolemia), metoprolol, hidralazina Tratar sempre ansiedade / tensão emocional se co-existente Há indicação de tratamento sintomático ? Alta após melhora dos sintomas (não necessita normalizar a PA) Encaminhamento ambulatorial Já portador de hipertensão Identificar e tratar causa do pico pressórico (erro alimentar, AINES, ansiedade, etc) Necessidade de reajuste ou início de antihipertensivo? Alta hospitalar Sem história de hipertensão (Jovem, ECG sem critérios para hipertrofia) Encaminhamento ambulatorial Sim Emergência Hipertensiva Urgência Hipertensiva outras Elevações Sintomáticas da PA Hipertensão Severa Crônica Pseudo-Crise Hipertensiva Quando suspeitar de pseudo-crise Não há lesões em órgao-alvo, e até nem histórico de HAS Dor Sintomas somáticos (parestesias p. ex.) FC elevada Ansiedade / Tensão emocional Atendimentos prévios por elevação não complicada da PA Emergência Hipertensiva: Monitorização - Medidor não invasivo da PA (PNI), monitor cardíaco, acesso venoso, O2 s/n Rotina - função renal, hemograma, sumário urina e dependendo do caso: enzimas, BNP, etc UTI Redução rápida da PA – reduzir 20% da PAM imediatamente (ou PAD entre 100 e 110mmHg). Exceto na dissecção de aorta (normalização da PA imediata se tolerado) Urgência Hipertensiva: Sintomas leves: Epistaxe, perioperatório, insuficiência cardíaca com relato prévio de sintomas, queimaduras, aneurisma de aorta, crises adrenérgicas leves Tratar segundo protocolo das elevações sintomáticas da pressão arterial ( quadro amarelo) Redução lenta da PA Sintomas moderados ou AVCI Titulação do efeito antihipertensivo com drogas venosas (monitorização em UTI) Situação Droga de escolha Meta EAP Furosemida, nitroglicerina Controle da crise Dissecção Aórtica Nitroprussiato + metoprolol PAS<120mmHg se tolerado Crise Adrenérgica Nitroprussiato, em seguida metoprolol 20-25% PAM ou PAD<110mmHg Síndrome Coronária Nitroglicerina EV, metoprolol S/N Controle dos sintomas + 20% da PAM Gravidez Hidralazina Encefalopatia Hipertensiva Nitroprussiato 20-25% PAM ou PAD<110mmHg Hemorragia Cerebral Nitroprussiato ou Nimodipina 20-25% PAM Eclâmpsia Hidralazina; metildopa PAS entre 140-160 ; PAD 90-105mmHg Observações Antes da alta medir a PA com paciente em pé para avaliar hipotensão ortostática A redução da pressão arterial deve ser feita por etapas: a etapa inicial visa tirar o paciente do patamar tensional, reduzindo os riscos e nunca significa a normalização da PA. A etapa seguinte em muitos casos pode ser feita a longo prazo (ambulatorial p.ex.) Hipertensos crônicos conseguem tolerar melhor níveis tensionais elevados Idosos e portadores de doença vascular prévia toleram pouco redução abrupta da PA O uso de hipotensores em pacientes com níveis pressóricos extremamente elevados que estejam sem sintomas atribuíveis, poderia, a partir de um julgamento criterioso serem possivelmente indicados, lembrando que esses pacientes NUNCA devem ter sua pressão arterial normalizada nesse primeiro atendimento. Associar drogas por via oral para possibilitar desmame de drogas venosas (>3 classes) Internamento: # UTI: Emergências hipertensivas, uso de vasoativo, outros critérios # Apartamento: Necessidade de melhor investigação (nefropatia, insuficiência cardíaca, pesquisa de isquemia miocárdica). Droga Dose / Diluição Reavaliar Usos Cuidados Captopril 25mg VO (até 3x) 40 minutos Elevações sintomáticas da PA (emergências hipertensivas) IRA, hipercalemia. Efeito reduzido em já usuários de IECA . Clonidina 0.100mg VO (max 0.6mg/24h) 1 hora Como segunda opção de agente oral. Em já usuários de dose elevada de IECA. Sonolência (dificulta avaliação neurológica), hipotensão ortostática Furosemida 20mg EV - Hipervolemia, Congestão Pode piorar a IRA Nitroprussiato 0.25-10mcg/kg/min 1amp + SG5% 250ml 2-5 minutos Maioria das urgências hipertensivas. Sempre que necessidade melhor titulação da dose. Náuseas, vômitos. Risco de intoxicação por tiocianato. Maior risco em nefropatas e na hipertensão intracraniana. Evitar nas primeiras horas das síndromes coronárias Nitroglicerina 5-100mcg/min 1amp 50mg + SF ou SG5% 240ml 5-10minutos Congestão pulmonar (EAP) e insuficiência coronariana Cefaléia, taquicardia reflexa, taquifilaxia Hidralazina 10-20mg EV(diluído em 100ml SF) 30 minutos Gravidez Taquicardia com piora de isquemia coronária, cefaléia, vômitos. Metoprolol 5mg (max 3x) 10 minutos Insuficiência coronária, dissecção aórtica e crises adrenérgicas (nestas após alfa-bloqueio ou vasodilatador como nitroprussiato) Bradiarritmias, piora da insuficiência cardíaca, broncoespasmo (não fazer em asmáticos e DPOC) PAS > 200 ou PAD>130 PAS entre 180-200 ou PAD entre 110-120 PAS<180 e PAD <110 Nitroprussiato visando reduzir 20-25% da PAM em um prazo de 12 - 24h Reduzir PA com Nitroprussiato ou outras drogas Anticoagulação ou trombólise ? sim não Não tratar nos primeiros 3-4dias AVCI / AIT Crises Adrenérgicas Medicamentosa Cocaína Anorexígenos Anfetaminas Rebote de adrenérgicos Ergotamina “Estimulantes” Não-medicamentosa Feocromocitoma Sìndrome pânico* (?) Pancreatite* Queimaduras* tratar a causa base Real Hospital Português de Beneficência em Pernambuco Protocolo revisado em fevereiro/2013 Baseado em diversos, incluindo Rev Bras Ter Intensiva. 2008; 20(3):305-312 Disponível em www.realcor.com.br/protocolos Elaboração:

AVCI / AIT - realcor.com.br na emergencia.pdf · •Titulação do efeito antihipertensivo com drogas venosas (monitorização em UTI) Situação Droga de escolha Meta

  • Upload
    buidien

  • View
    215

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: AVCI / AIT - realcor.com.br na emergencia.pdf · •Titulação do efeito antihipertensivo com drogas venosas (monitorização em UTI) Situação Droga de escolha Meta

PAS>180 ou PAD>110

PAS>150 ou PAD>100 em sabidamente normotensos ou sintomas típicos

Rotina inicial • Anamnese: sintomas, drogas lícitas (AINES) e ilícitas, HAS prévia, nefropatia prévia, perfil psicológico • Exame físico: ausculta pulmonar, cardíaca, sinais de uremia, medir e repetir a medida da PA após 3 minutos • Exame neurológico sumário - caso anormal ou suspeito interconsulta c/ neuro

• ECG: pesquisa de isquemia ou sinais de HAS crônica (HVE) • Verificar critérios de pseudo-crise (maioria dos pacientes atendidos)

Não

Não atribuíveis à HAS

Não

Pseudo-crise hipertensiva

Tratamento sintomático*

Manter repouso e reavaliação

Alta na dependência da melhora dos sintomas

Há indicação de encaminhamento ambulatorial ?

*Tratamento Sintomático

• Ansiedade / Tensão emocional: Rivotril 0.25mg SL

• Dor: analgésicos (novalgina, tylex, evitar AINES)

• Náuseas: Dripping de Dramin B6 DL injetável

• Vômitos: Bromoprida injetável

• 1ª escolha: Captopril 25mg VO

• 2ª escolha ou paciente já usuário de IECA: Clonidina 0.100mg

• Outras opções: furosemida (se chance de hipervolemia),

metoprolol, hidralazina

• Tratar sempre ansiedade / tensão emocional se co-existente

• Há indicação de tratamento sintomático ?

• Alta após melhora dos sintomas (não necessita normalizar a PA)

• Encaminhamento ambulatorial

Já portador de hipertensão

• Identificar e tratar causa do pico pressórico (erro alimentar,

AINES, ansiedade, etc)

• Necessidade de reajuste ou início de antihipertensivo?

• Alta hospitalar

Sem história de hipertensão

(Jovem, ECG sem critérios para hipertrofia)

• Encaminhamento ambulatorial

Sim

Emergência Hipertensiva

Urgência Hipertensiva

outras Elevações Sintomáticas da PA

Hipertensão Severa Crônica

Pseudo-Crise Hipertensiva

Quando suspeitar de pseudo-crise

• Não há lesões em órgao-alvo, e até nem histórico de HAS

• Dor

• Sintomas somáticos (parestesias p. ex.)

• FC elevada

• Ansiedade / Tensão emocional

• Atendimentos prévios por elevação não complicada da PA

Emergência Hipertensiva:

Monitorização - Medidor não invasivo da PA (PNI), monitor cardíaco, acesso venoso, O2 s/n

Rotina - função renal, hemograma, sumário urina e dependendo do caso: enzimas, BNP, etc

UTI

Redução rápida da PA – reduzir 20% da PAM imediatamente (ou PAD entre 100 e 110mmHg). Exceto na dissecção de aorta (normalização da PA imediata se tolerado)

Urgência Hipertensiva:

Sintomas leves: Epistaxe, perioperatório, insuficiência cardíaca com relato prévio de sintomas, queimaduras, aneurisma de aorta, crises adrenérgicas leves

• Tratar segundo protocolo das elevações sintomáticas da pressão arterial (quadro amarelo)

• Redução lenta da PA

Sintomas moderados ou AVCI

• Titulação do efeito antihipertensivo com drogas venosas (monitorização em UTI)

Situação Droga de escolha Meta

EAP Furosemida, nitroglicerina Controle da crise

Dissecção Aórtica

Nitroprussiato + metoprolol PAS<120mmHg se tolerado

Crise Adrenérgica

Nitroprussiato, em seguida metoprolol

20-25% PAM ou PAD<110mmHg

Síndrome Coronária

Nitroglicerina EV,

metoprolol S/N

Controle dos sintomas + 20% da PAM

Gravidez Hidralazina

Encefalopatia Hipertensiva

Nitroprussiato 20-25% PAM ou PAD<110mmHg

Hemorragia Cerebral

Nitroprussiato ou Nimodipina

20-25% PAM

Eclâmpsia Hidralazina; metildopa PAS entre 140-160 ;

PAD 90-105mmHg

Observações

• Antes da alta medir a PA com paciente em pé para avaliar hipotensão ortostática

• A redução da pressão arterial deve ser feita por etapas: a etapa inicial visa tirar o paciente do patamar tensional, reduzindo os riscos e nunca significa a normalização da PA. A etapa seguinte em muitos casos pode ser feita a longo prazo (ambulatorial p.ex.)

• Hipertensos crônicos conseguem tolerar melhor níveis tensionais elevados

• Idosos e portadores de doença vascular prévia toleram pouco redução abrupta da PA

• O uso de hipotensores em pacientes com níveis pressóricos extremamente elevados que estejam sem sintomas atribuíveis, poderia, a partir de um julgamento criterioso serem possivelmente indicados, lembrando que esses pacientes NUNCA devem ter sua pressão arterial normalizada nesse primeiro atendimento.

• Associar drogas por via oral para possibilitar desmame de drogas venosas (>3 classes)

• Internamento:

# UTI: Emergências hipertensivas, uso de vasoativo, outros critérios

# Apartamento: Necessidade de melhor investigação (nefropatia, insuficiência cardíaca, pesquisa de isquemia miocárdica).

Droga Dose / Diluição Reavaliar Usos Cuidados

Captopril 25mg VO (até 3x) 40 minutos Elevações sintomáticas da PA (emergências hipertensivas) IRA, hipercalemia. Efeito reduzido em já usuários de IECA .

Clonidina 0.100mg VO (max 0.6mg/24h) 1 hora Como segunda opção de agente oral. Em já usuários de dose elevada de IECA. Sonolência (dificulta avaliação neurológica), hipotensão ortostática

Furosemida 20mg EV - Hipervolemia, Congestão Pode piorar a IRA

Nitroprussiato 0.25-10mcg/kg/min

1amp + SG5% 250ml 2-5 minutos

Maioria das urgências hipertensivas. Sempre que necessidade melhor titulação da dose.

Náuseas, vômitos. Risco de intoxicação por tiocianato. Maior risco em nefropatas e na hipertensão intracraniana. Evitar nas primeiras horas das síndromes coronárias

Nitroglicerina 5-100mcg/min

1amp 50mg + SF ou SG5% 240ml 5-10minutos Congestão pulmonar (EAP) e insuficiência coronariana Cefaléia, taquicardia reflexa, taquifilaxia

Hidralazina 10-20mg EV(diluído em 100ml SF) 30 minutos Gravidez Taquicardia com piora de isquemia coronária, cefaléia, vômitos.

Metoprolol 5mg (max 3x) 10 minutos Insuficiência coronária, dissecção aórtica e crises adrenérgicas (nestas após alfa-bloqueio ou vasodilatador como nitroprussiato)

Bradiarritmias, piora da insuficiência cardíaca, broncoespasmo (não fazer em asmáticos e DPOC)

PAS > 200

ou

PAD>130

PAS entre 180-200

ou

PAD entre 110-120

PAS<180

e

PAD <110

Nitroprussiato

visando reduzir

20-25% da PAM em

um prazo de 12 - 24h

Reduzir PA com

Nitroprussiato ou

outras drogas

Anticoagulação ou

trombólise ?

sim não

Não tratar nos

primeiros 3-4dias

AVCI / AIT

Crises Adrenérgicas • Medicamentosa

Cocaína

Anorexígenos

Anfetaminas

Rebote de adrenérgicos

Ergotamina

“Estimulantes”

• Não-medicamentosa

Feocromocitoma

Sìndrome pânico* (?)

Pancreatite*

Queimaduras*

trata

r a

ca

usa

ba

se

Real Hospital Português de

Beneficência em Pernambuco

Protocolo revisado em fevereiro/2013

Baseado em diversos, incluindo Rev Bras Ter Intensiva. 2008; 20(3):305-312

Disponível em www.realcor.com.br/protocolos

Elaboração: