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 Curso Online – Contabilidade de Instituições Financeiras - BACEN Teoria e Exercícios Prof. Jaildo Lima  Prof. Jaildo Lima de Oliveira www.pontodosconc ursos.com.br 1 AULA 15 – Riscos e Auditoria em Instituições financeiras 1. Introdução Nesta aula, concluiremos nosso curso, estudando o conceito e os diversos tipos de riscos aos quais uma instituição financeira está sujeita. Veremos, ainda, a regulamentação relacionada à gestão dos riscos de crédito, mercado e operacional em tais entidades. Em seguida, estudaremos noções básicas aplicáveis aos procedimentos de auditoria de demonstrações contábeis nas instituições financeiras, conforme regulamentação emanada no Conselho Monetário Nacional. Vamos lá! 2. Riscos em uma Instituição Financeira Jorion (1999, p. 8) afirma que o ato de fazer um hedge é: “[...] como adquirir um seguro, uma vez que o hedge fornece proteção contra os efeitos adversos das variáveis sobre as quais empresas e os países não têm controle”. Percebe-se, neste conceito, que a idéia básica do hedge é a de obter uma proteção contra efeitos adversos de variáveis fora do controle das entidades. É certo que quase a totalidade das atividades humanas apresenta variáveis que não podem ser controladas e que, muitas vezes, podem se movimentar em um sentido não-favorável ao esperado pelos envolvidos na situação. Podem-se identificar estes “efeitos adversos”, citados pelo autor, como riscos. Mas que riscos seriam esses? O risco é uma realidade na vida humana. Para alguns, até mesmo uma imposição divina para a qual não há nada o que fazer (BREALEY e MYERS, 1992, p. 631). No entanto, o homem busca constantemente formas de anular, ou pelo menos, minimizar os riscos aos quais está sujeito. No universo financeiro, parcela significativa dos riscos existentes é administrada por meio de derivativos e outros instrumentos financeiros.

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    AULA 15 Riscos e Auditoria em Instituies financeiras

    1. Introduo

    Nesta aula, concluiremos nosso curso, estudando o conceito e os diversos

    tipos de riscos aos quais uma instituio financeira est sujeita. Veremos,

    ainda, a regulamentao relacionada gesto dos riscos de crdito, mercado e

    operacional em tais entidades.

    Em seguida, estudaremos noes bsicas aplicveis aos procedimentos de

    auditoria de demonstraes contbeis nas instituies financeiras, conforme

    regulamentao emanada no Conselho Monetrio Nacional.

    Vamos l!

    2. Riscos em uma Instituio Financeira

    Jorion (1999, p. 8) afirma que o ato de fazer um hedge : [...] como

    adquirir um seguro, uma vez que o hedge fornece proteo contra os efeitos

    adversos das variveis sobre as quais empresas e os pases no tm controle.

    Percebe-se, neste conceito, que a idia bsica do hedge a de obter uma

    proteo contra efeitos adversos de variveis fora do controle das entidades.

    certo que quase a totalidade das atividades humanas apresenta variveis que

    no podem ser controladas e que, muitas vezes, podem se movimentar em um

    sentido no-favorvel ao esperado pelos envolvidos na situao.

    Podem-se identificar estes efeitos adversos, citados pelo autor, como

    riscos. Mas que riscos seriam esses?

    O risco uma realidade na vida humana. Para alguns, at mesmo uma

    imposio divina para a qual no h nada o que fazer (BREALEY e MYERS,

    1992, p. 631). No entanto, o homem busca constantemente formas de anular,

    ou pelo menos, minimizar os riscos aos quais est sujeito. No universo

    financeiro, parcela significativa dos riscos existentes administrada por meio

    de derivativos e outros instrumentos financeiros.

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    2.1. Classificao dos Riscos em Instituies Financeira

    Vrias classificaes podem ser adotadas para discriminar os riscos afetos

    atividade de intermediao financeira desempenhada pelas instituies

    financeiras. Saunders (2000, p. 99) cita 9 categorias: risco de variao de

    taxas de juros, risco de mercado, risco de crdito, risco de operaes fora do

    balano, risco tecnolgico e operacional, risco de cmbio, risco soberano, risco

    de liquidez, risco de insolvncia. Ser feita, a seguir, uma breve apresentao

    dessas modalidades de risco:

    a) O risco de variao de taxas de juros ocorre em funo do

    descasamento de prazos de ativos e passivos. Como geralmente tais

    componentes patrimoniais so remunerados por taxas diferentes, quando da

    renovao da captao ou da aplicao, as novas taxas obtidas podem

    prejudicar o resultado da intermediao obtido pela instituio financeira. Tais

    situaes so caracterizadas como riscos de refinanciamento e de

    reinvestimento;

    b) O risco de mercado decorre de variaes de preos desfavorveis s

    posies assumidas pela instituio financeira. Por exemplo, quando um banco

    trabalha com a expectativa de aumento do valor de determinado ativo e

    investe pesadamente na aquisio do mesmo, fica sujeito ao risco de que

    aquele ativo no tenha a variao de preos no sentido esperado, o que pode

    lev-lo a grandes prejuzos;

    c) O risco de crdito o mais comum s instituies financeiras. Est

    vinculado possibilidade de inadimplncia, tanto de principal quanto da

    remunerao nos crditos concedidos. As instituies financeiras e rgos

    reguladores tm significativa preocupao com este tipo de riscos. Tanto que

    so exigidas dos bancos muitas informaes acerca da posio e da gesto de

    suas carteiras de crdito;

    d) O risco de operaes fora do balano (operaes off-balance)

    reflexo da falta de exposio de posies assumidas por uma entidade que, em

    princpio, no se constitui ativos ou passivos, mas que tm potencial para

    tanto. No Brasil, so exemplos de operaes off balance os acordos de fiana e

    aval que podem resultar em ativos e passivos futuros para a instituio;

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    e) Os riscos tecnolgicos e operacionais decorrem da prpria dinmica

    operacional das instituies financeiras. O risco tecnolgico se refere

    possibilidade de no se obter os resultados esperados aps um pesado

    investimento de aquisio de equipamentos. Paralelamente, o risco operacional

    decorre de falhas humanas ou de equipamentos que possam redundar em

    prejuzos potenciais para a organizao;

    f) O risco de cmbio resulta das variaes das taxas de cmbio entre

    moedas de pases diferentes. Geralmente ocorre quando uma instituio

    financeira de um pas concentra investimentos em outra nao, se expondo s

    variaes das cotaes da moeda estrangeira em relao moeda local, ou

    quando possui posies ativas e passivas em moedas estrangeiras divergentes,

    tanto em nvel de valor quanto de prazo;

    g) O risco soberano est atrelado a questes de soberania nacional. Uma

    empresa nacional devedora junto a uma instituio financeira no exterior pode

    no cumprir parte ou a integralidade de suas obrigaes em funo de

    obstculos legais impostos pelo governo local onde a mesma est situada.

    Outra situao associada a de quebra de um pas, fato que pode

    comprometer todos os investimentos feitos por um banco do exterior naquele

    pas;

    h) O risco de liquidez refere-se falta de recursos para atender a

    demanda por saques de clientes de uma determinada instituio financeira.

    Podem ocorrer situaes de perda de credibilidade de uma instituio, fazendo

    com que todos os seus depositantes desejem retirar, ao mesmo tempo, suas

    economias ali depositadas;

    i) O risco de insolvncia ocorre quando os recursos prprios da

    instituio so insuficientes para honrar todos os compromissos assumidos. Tal

    risco est associado, geralmente, a outras modalidades de risco.

    importante frisar que os riscos no so estanques e independentes. Os

    mesmos se correlacionam e um pode conduzir a outro, como citado no caso do

    risco de insolvncia. Uma crise cambial na qual haja uma desvalorizao da

    moeda local em relao moeda de outro pas, por exemplo, pode fazer com

    que um banco ou uma empresa que tenha passivos na moeda estrangeira no

    consiga honrar seus compromissos, ficando insolvente.

    Para se eliminar riscos, vrias estratgias podem ser adotadas. Por

    exemplo, visando no correr riscos atrelados variao de preos de um

    determinado ativo, um investidor pode simplesmente vender o ativo em

    referncia. Pode, tambm, se comprometer a comprar ou vender outro ativo,

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    tendo por finalidade resguardar uma posio que pretende proteger das

    variaes de preos indesejveis.

    2.2. Riscos em instituies financeiras e contabilidade

    Voc pode estar perguntando: qual relao entre risco e contabilidade no

    contexto de instituies financeiras? Vale destacar que a contabilidade nas

    empresas funciona como uma das principais fontes de informaes das

    operaes realizadas. Nesse sentido, as informaes geradas pela

    contabilidade so importantes insumos para o processo de gesto de riscos

    que necessariamente deve ser realizado pelas instituies financeiras.

    Para tanto, necessrio que a informao contbil possua atributos como a

    fidelidade e a consistncia. Para ser til ao processo de gesto de riscos a

    informao contbil deve ser confivel, estando livre de vis. De igual modo, a

    informao contbil deve ser gerada de forma contnua e consistente de

    maneira a refletir uma regularidade no processo de sua disponibilizao, o que

    permite aos gestores de uma instituio a adequada avaliao de sua utilidade

    na gesto dos riscos.

    2.3. A gesto de riscos em instituies financeiras

    A regulamentao aplicvel s instituies financeiras define que tais

    entidades devem possuir estruturas de gerenciamento de risco de crdito, de

    mercado e operacional. O objetivo dessa determinao garantir adequada

    gesto desses riscos, evitando-se que tais entidades fiquem sujeitas a

    processos de descontinuidade em funo de exposies no controladas a tais

    riscos.

    2.3.1. Gesto de risco de crdito

    A Resoluo CMN 3.721/2009 define que as instituies financeiras devem

    implementar estrutura de gerenciamento do risco de crdito compatvel com a

    natureza das suas operaes e a complexidade dos produtos e servios

    oferecidos e proporcional dimenso da exposio ao risco de crdito da

    instituio.

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    Essa estrutura deve possibilitar o gerenciamento contnuo e integrado do

    risco de crdito, tanto das operaes classificadas na carteira de negociao1

    (conhecidas como trading book), quanto das operaes no classificadas na

    carteira de negociao (conhecidas como banking book).

    A norma em referncia define risco de crdito como a possibilidade de

    ocorrncia de perdas associadas ao no cumprimento pelo tomador ou

    contraparte de suas respectivas obrigaes financeiras nos termos pactuados,

    desvalorizao de contrato de crdito decorrente da deteriorao na

    classificao de risco do tomador, reduo de ganhos ou remuneraes, s

    vantagens concedidas na renegociao e aos custos de recuperao.

    Essa definio abrange, entre outros:

    I - o risco de crdito da contraparte, entendido como a possibilidade de

    no cumprimento, por determinada contraparte, de obrigaes relativas

    liquidao de operaes que envolvam a negociao de ativos financeiros,

    incluindo aquelas relativas liquidao de instrumentos financeiros

    derivativos;

    II - o risco pas, entendido como a possibilidade de perdas associadas ao

    no cumprimento de obrigaes financeiras nos termos pactuados por tomador

    ou contraparte localizada fora do Pas, em decorrncia de aes realizadas pelo

    governo do pas onde localizado o tomador ou contraparte, e o risco de

    transferncia, entendido como a possibilidade de ocorrncia de entraves na

    converso cambial dos valores recebidos;

    III - a possibilidade de ocorrncia de desembolsos para honrar avais,

    fianas, coobrigaes, compromissos de crdito ou outras operaes de

    natureza semelhante;

    IV - a possibilidade de perdas associadas ao no cumprimento de

    obrigaes financeiras nos termos pactuados por parte intermediadora ou

    convenente de operaes de crdito.

    Pela norma, a estrutura de gerenciamento do risco de crdito de uma

    instituio deve permitir a identificao, a mensurao, o controle e a

    mitigao dos riscos associados a cada instituio individualmente e ao

    conglomerado financeiro bem como a identificao e o acompanhamento dos

    riscos associados s demais empresas integrantes do consolidado econmico-

    financeiro (consolidados definidos no Cosif e j estudados no item 3.3 da Aula

    11). Deve prever, ainda:

    1 Operaes classificadas na carteira de negociao sero definidas no item 2.3.2.

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    I - polticas e estratgias para o gerenciamento do risco de crdito

    claramente documentadas, que estabeleam limites operacionais, mecanismos

    de mitigao de risco e procedimentos destinados a manter a exposio ao

    risco de crdito em nveis considerados aceitveis pela administrao da

    instituio;

    II - adequada validao dos sistemas, modelos e procedimentos internos

    utilizados para gesto do risco de crdito;

    III - estimao, segundo critrios consistentes e prudentes, das perdas

    associadas ao risco de crdito, bem como comparao dos valores estimados

    com as perdas efetivamente observadas;

    IV - procedimentos para a recuperao de crditos;

    V - sistemas, rotinas e procedimentos para identificar, mensurar, controlar

    e mitigar a exposio ao risco de crdito, tanto em nvel individual quanto em

    nvel agregado de operaes com caractersticas semelhantes, os quais devem

    abranger, no mnimo, as fontes relevantes de risco de crdito, a identificao

    do tomador ou contraparte, a concentrao do risco e a forma de agregao

    das operaes;

    VI - adequao dos nveis de capital e de provisionamento compatveis com

    o risco de crdito assumido pela instituio;

    VII - avaliao das operaes sujeitas ao risco de crdito, que leve em

    conta as condies de mercado, as perspectivas macroeconmicas, as

    mudanas em mercados e produtos e os efeitos de concentrao setorial e

    geogrfica, entre outros;

    VIII - avaliao adequada quanto reteno de riscos em operaes de

    venda ou de transferncia de ativos financeiros;

    IX - mensurao adequada do risco de crdito de contraparte advindo de

    instrumentos financeiros derivativos e demais instrumentos financeiros

    complexos;

    X - estabelecimento de limites para a realizao de operaes sujeitas ao

    risco de crdito, tanto em nvel individual quanto em nvel agregado de grupo

    com interesse econmico comum e de tomadores ou contrapartes com

    caractersticas semelhantes;

    XI - estabelecimento de critrios e procedimentos claramente definidos e

    documentados, acessveis aos envolvidos no processo de concesso e gesto

    de crdito, para:

    a) anlise prvia, realizao e repactuao de operaes sujeitas ao risco

    de crdito;

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    b) coleta e documentao das informaes necessrias para a completa

    compreenso do risco de crdito envolvido nas operaes;

    c) avaliao peridica do grau de suficincia das garantias;

    d) deteco de indcios e preveno da deteriorao da qualidade de

    operaes, com base no risco de crdito;

    e) tratamento das excees aos limites estabelecidos para a realizao de

    operaes sujeitas ao risco de crdito;

    XII - classificao das operaes sujeitas ao risco de crdito em categorias,

    com base em critrios consistentes e passveis de verificao, segundo os

    seguintes aspectos:

    a) situao econmico-financeira, bem como outras informaes cadastrais

    atualizadas do tomador ou contraparte;

    b) utilizao de instrumentos que proporcionem efetiva mitigao do risco

    de crdito associado operao;

    c) perodo de atraso no cumprimento das obrigaes financeiras nos

    termos pactuados;

    XIII - avaliao prvia de novas modalidades de operao com respeito ao

    risco de crdito e verificao da adequao dos procedimentos e controles

    adotados pela instituio;

    XIV - realizao de simulaes de condies extremas (testes de estresse),

    englobando ciclos econmicos, alterao das condies de mercado e de

    liquidez, inclusive da quebra de premissas, cujos resultados devem ser

    considerados quando do estabelecimento ou reviso das polticas e limites;

    XV - emisso de relatrios gerenciais peridicos para a administrao da

    instituio, acerca do desempenho do gerenciamento do risco em decorrncia

    das polticas e estratgias adotadas;

    XVI - prticas para garantir que excees poltica, aos procedimentos e

    aos limites estabelecidos sejam relatadas apropriadamente;

    XVII - documentao e armazenamento de informaes referentes s

    perdas associadas ao risco de crdito, inclusive aquelas relacionadas

    recuperao de crdito.

    2.3.2. Gesto de risco de mercado

    A Resoluo CMN 3.464/2007 define que as instituies financeiras devem

    implementar estrutura de gerenciamento do risco de mercado compatvel com

    a natureza das operaes, a complexidade dos produtos e a dimenso da

    exposio a risco de mercado da instituio.

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    Para fins dessa norma, define-se como risco de mercado a possibilidade

    de ocorrncia de perdas resultantes da flutuao nos valores de mercado de

    posies detidas por uma instituio financeira. Essa definio inclui os riscos

    das operaes sujeitas variao cambial, das taxas de juros, dos preos de

    aes e dos preos de mercadorias (commodities).

    Pela norma em comento, a estrutura de gerenciamento do risco de

    mercado deve prever:

    I - polticas e estratgias para o gerenciamento do risco de mercado

    claramente documentadas, que estabeleam limites operacionais e

    procedimentos destinados a manter a exposio ao risco de mercado em nveis

    considerados aceitveis pela instituio;

    II - sistemas para medir, monitorar e controlar a exposio ao risco de

    mercado, tanto para as operaes includas na carteira de negociao quanto

    para as demais posies, os quais devem abranger todas as fontes relevantes

    de risco de mercado e gerar relatrios tempestivos para a diretoria da

    instituio;

    III - realizao, com periodicidade mnima anual, de testes de avaliao

    dos sistemas internos;

    IV - identificao prvia dos riscos inerentes a novas atividades e produtos

    e anlise prvia de sua adequao aos procedimentos e controles adotados

    pela instituio; e

    V - realizao de simulaes de condies extremas de mercado (testes de

    estresse), inclusive da quebra de premissas, cujos resultados devem ser

    considerados ao estabelecer ou rever as polticas e limites para a adequao

    de capital.

    A Resoluo 3.464/2007 define que as polticas e as estratgias para o

    gerenciamento do risco de mercado devem ser aprovadas e revisadas, no

    mnimo anualmente, pela diretoria da instituio e pelo conselho de

    administrao se houver.

    Esta norma define o gerenciamento do risco de mercado deve ser aplicado

    mais diretamente carteira de negociao das instituies. Define-se como

    carteira de negociao todas as operaes com instrumentos financeiros e

    mercadorias, inclusive derivativos, detidas com inteno de negociao ou

    destinadas a hedge de outros elementos da carteira de negociao, e que no

    estejam sujeitas limitao de sua negociabilidade. Essa definio inclui as

    operaes detidas com inteno de negociao, que so aquelas destinadas a:

    I - revenda;

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    II - obteno de benefcio dos movimentos de preos, efetivos ou

    esperados; ou

    III - realizao de arbitragem.

    A regulamentao em comento estabelece que as instituies devem dispor

    de poltica claramente definida para determinar quais operaes sero

    includas na carteira de negociao, bem como procedimentos para garantir

    que os critrios de classificao na carteira de negociao sero observados de

    maneira consistente. Se a instituio no tem operaes classificadas na

    carteira de negociao de forma permanente, a poltica e os procedimentos

    devem assegurar a inexistncia de operaes realizadas com inteno de

    negociao. Nessa definio devem ser observados critrios mnimos a serem

    estabelecidos pelo Banco Central do Brasil.

    2.3.3. Gesto de risco operacional

    A Resoluo CMN 3.380/2006 define que as instituies financeiras devem

    implementar estrutura de gerenciamento do risco operacional compatvel com

    a natureza e a complexidade dos produtos, servios, atividades, processos e

    sistemas da instituio.

    Para tanto, define-se como risco operacional a possibilidade de

    ocorrncia de perdas resultantes de falha, deficincia ou inadequao de

    processos internos, pessoas e sistemas, ou de eventos externos.

    Essa definio inclui, ainda, o risco legal associado inadequao ou

    deficincia em contratos firmados pela instituio, bem como a sanes em

    razo de descumprimento de dispositivos legais e a indenizaes por danos a

    terceiros decorrentes das atividades desenvolvidas por uma instituio. Entre

    os eventos de risco operacional, incluem-se:

    I - fraudes internas;

    II - fraudes externas;

    III - demandas trabalhistas e segurana deficiente do local de trabalho;

    IV - prticas inadequadas relativas a clientes, produtos e servios;

    V - danos a ativos fsicos prprios ou em uso pela instituio;

    VI - aqueles que acarretem a interrupo das atividades da instituio;

    VII - falhas em sistemas de tecnologia da informao;

    VIII - falhas na execuo, cumprimento de prazos e gerenciamento das

    atividades na instituio.

    Pela norma mencionada, a estrutura de gerenciamento do risco operacional

    deve prever:

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    I - identificao, avaliao, monitoramento, controle e mitigao do risco

    operacional;

    II - documentao e armazenamento de informaes referentes s perdas

    associadas ao risco operacional;

    III - elaborao, com periodicidade mnima anual, de relatrios que

    permitam a identificao e correo tempestiva das deficincias de controle e

    de gerenciamento do risco operacional. Esses relatrios devem ser submetidos

    diretoria das instituies e ao conselho de administrao, se houver, que

    devem manifestar-se expressamente acerca das aes a serem implementadas

    para correo tempestiva das deficincias apontadas.

    IV - realizao, com periodicidade mnima anual, de testes de avaliao dos

    sistemas de controle de riscos operacionais implementados;

    V - elaborao e disseminao da poltica de gerenciamento de risco

    operacional ao pessoal da instituio, em seus diversos nveis, estabelecendo

    papis e responsabilidades, bem como as dos prestadores de servios

    terceirizados;

    VI - existncia de plano de contingncia contendo as estratgias a serem

    adotadas para assegurar condies de continuidade das atividades e para

    limitar graves perdas decorrentes de risco operacional;

    VII - implementao, manuteno e divulgao de processo estruturado de

    comunicao e informao.

    Segundo a regulamentao, a poltica de gerenciamento do risco

    operacional deve ser aprovada e revisada, no mnimo anualmente, pela

    diretoria das instituies e pelo conselho de administrao, se houver.

    A norma tambm determina que eventuais deficincias devem compor os

    relatrios de avaliao da qualidade e adequao do sistema de controles

    internos, inclusive sistemas de processamento eletrnico de dados e de

    gerenciamento de riscos e de descumprimento de dispositivos legais e

    regulamentares, que tenham, ou possam vir a ter impactos relevantes nas

    demonstraes contbeis ou nas operaes da entidade auditada, elaborados

    pela auditoria independente, conforme disposto na regulamentao vigente.

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    3. Auditoria

    Segundo Castro e Lima (2000, p. 13), sob o ponto de vista contbil, auditoria a tcnica que por meio de procedimentos especficos, aplicados no exame de registros e documentos, inspees e na obteno de informaes e confirmaes, objetiva obter elementos de convico que permitam julgar se os registros contbeis foram efetuados de acordo com os princpios de Contabilidade e se as demonstraes refletem adequadamente a situao econmico-financeira e os resultados do perodo.

    3.1. Modalidades de Auditoria

    A auditoria hoje tem uma abrangncia muito grande, pois envolve diversas atividades e reas. So elencadas, abaixo, 3 (trs) modalidades de auditoria. importante destacar que esta classificao no restritiva na medida em que a mesma pode ser aplicada em outros segmentos.

    Auditoria Operacional: aperfeioamento das operaes realizadas.

    Auditoria de Balano: emisso de opinio sobre demonstraes contbeis.

    Auditoria de Processamento Eletrnico de Dados: exame de informaes contbeis baseadas em arquivos eletrnicos.

    3.2. Tipos de Auditoria Contbil

    O objetivo de nosso curso focar na auditoria contbil, funo que deve ser realizada por profissional contbil devidamente qualificado. Dessa maneira, a auditoria contbil pode ser classificada ainda em interna e externa (denominada de auditoria independente na regulamentao aplicvel ao SFN). Vejamos algumas caractersticas desses 2 tipos de auditoria.

    3.2.1. Auditoria Interna

    um conjunto de procedimentos tcnicos que visam avaliar se as atividades desenvolvidas pela empresa esto em conformidade com suas normas internas. Conforme a figura abaixo demonstra, a auditoria interna um rgo de assessoria da administrao da empresa, no estando subordinada aos departamentos operacionais.

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    3.2.2. Auditoria Externa

    Tem a funo principal de avaliar se as demonstraes financeiras so fidedignas, posicionando a alta direo sobre a regularidade de suas atividades. Tem um carter mais independente, pois, como demonstra a figura a seguir, no est vinculada empresa.

    3.3 Comparativo Auditoria Interna x Auditoria Externa

    O quadro abaixo sintetiza as principais diferenas entre auditoria interna e auditoria externa:

    Posio da auditoria interna na estrutura na estrutura organizacional

    Auditoria Interna

    rea de suporte rea administrativa e financeira rea fim da empresa

    Alta Administrao

    Posio da auditoria externa na estrutura organizacional

    rea de suporte rea administrativa e financeira rea fim da empresa

    Alta AdministraoAuditoria Externa

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    Comparativo entre Auditoria Interna e Auditoria Externa

    Interna Externa Empregado da Entidade Empregado sem vnculo contratado Auxilia a Administrao Garante a fidedignidade das demonstraes O exame do controle interno visa verificar, avaliar e estabelecer a adequao, a extenso do cumprimento e a qualidade de execuo

    O exame do controle interno efetuado para indicar a extenso que devem ter os processos de auditoria

    Trabalhos executados de acordo com as oportunidades das funes operacionais

    Trabalhos pautados de acordo com a relevncia das cifras constantes das demonstraes contbeis

    Adequao do controle interno em relao preveno de fraudes e perdas

    Interessa-se pela preveno e percepo de fraude

    Relativa independncia profissional Total independncia profissional Exame Contnuo das atividades Exame em funo de eventual reflexo na

    posio econmico-financeira

    Fonte: Castro e Lima (2000, p. 24)

    3.4. O planejamento e o processo de Auditoria

    O auditor contbil deve planejar seu trabalho, o que pressupe adequado nvel de conhecimento acerca do ramo de atividade, negcio e prticas operacionais da entidade a auditar. Os fatores relevantes que o planejamento deve considerar na execuo dos trabalhos de auditoria incluem:

    o conhecimento detalhado do sistema contbil, dos controles internos da entidade e de seu grau de confiabilidade.

    a natureza, a profundidade e a extenso dos procedimentos de auditoria a serem aplicados.

    o uso dos trabalhos de outros auditores independentes, de especialistas e de auditores internos.

    os investimentos que a entidade est planejando fazer e as fontes de recursos para financi-los.

    Os trabalhos realizados pela auditoria tm os seguintes objetivos:

    Estabelecer um plano de ao ordenado em relao ao servio;

    Avaliar o grau de eficcia dos controles internos;

    Dirigir a execuo dos servios;

    Registrar o trabalho efetuado.

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    Para atingir tais objetivos, a auditoria utiliza-se de procedimentos e tcnicas especficas. So exemplos desses procedimentos:

    Identificao de fatos, Evidncias e Informaes: embasam as concluses do trabalho de auditoria;

    Avaliao da extenso e profundidade: indicam a abrangncia e o nvel de detalhamento realizado no trabalho de auditoria;

    Oportunidade: identifica as circunstncias e o momento da avaliao;

    Exame Fsico: procede a conferncia de estoques fsicos;

    Inspeo - exame de registros, documentos e ativos tangveis;

    Confirmao ou Circularizao: certifica junto a terceiros as informaes recebidas das empresas sob auditoria;

    Exame de documentao original: garante que a anlise baseia-se em fatos efetivamente ocorridos;

    Conferncia de Clculos: verifica se as avaliaes e clculos foram feitos corretamente;

    Exame da escriturao: confirma se a escriturao reflete adequadamente os fatos ocorridos;

    Investigao minuciosa: dependendo da profundidade do trabalho, a anlise pode demandar um exame mais acurado;

    Exame de registros auxiliares: subsidiam a anlise, permitindo o exame de documentos e procedimentos gerenciais da entidade auditada; e

    Observao: permite a verificao das rotinas internas da empresa auditada.

    medida que os trabalhos so realizados, as equipes de auditoria produzem documentos que registram as informaes relativas aos itens sob exame. Tais documentos so chamados de papis de trabalho.

    Os papis de trabalho so preparados tendo em vista os seguintes propsitos:

    Facilitar a elaborao do relatrio de auditoria;

    Explicar em detalhes as opinies e os fatos sumarizados no relatrio;

    Coordenar, organizar e supervisionar todas as fases do trabalho de auditoria;

    Prover um registro histrico permanente dos dados e mtodos seguidos; e

    Atuar como guia de auditorias subseqentes.

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    Os papis de trabalho devem ser organizados, avaliados segundo sua finalidade e mantidos em pastas apropriadas. H pastas especficas relativas aos seguintes temas:

    assuntos de auditoria: pasta com documentao geral utilizada na auditoria;

    anlises das contas: pasta com descrio de informaes sobre as contas auditadas;

    correspondncias: pasta com correspondncias trocadas durante o trabalho de auditoria;

    permanentes: pasta com assuntos importantes e de interesse permanente durante o trabalho de auditoria;

    corrente: pasta onde esto papis de trabalho relevantes para o exerccio, como planejamento do trabalho, balancetes, demonstraes contbeis e anlise de contas.

    Ao final dos trabalhos, a empresa de auditoria produz um relatrio destinado administrao da empresa. O Relatrio de Auditoria deve conter:

    Avaliao das atividades realizadas pela empresa de auditoria;

    Recomendao sobre tpicos que necessitam de aperfeioamento;

    Transmisso de responsabilidade administrao sob situaes irregulares verificadas, por meio da Carta de Transmisso;

    Objeto do exame de auditoria;

    Objetivos da auditoria;

    Limitaes impostas ao trabalho;

    Universo examinado;

    Procedimentos de auditoria;

    Resumo de avaliao ou apreciao geral;

    Parecer de auditoria.

    O Parecer de Auditoria deve conter os seguintes pargrafos:

    introdutrio ou de abertura, identificando as demonstraes contbeis auditadas e a declarao de responsabilidade da administrao da entidade e do auditor.

    de nfase, deve ser utilizado em casos que configurem "incerteza em relao a fato relevante, cujo desfecho poder afetar significativamente a posio patrimonial e financeira da entidade, bem como o resultado das suas operaes.

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    de alcance, no qual se faz referncia s normas internacionais de auditoria ou a normas ou prticas nacionais pertinentes e uma descrio do trabalho executado.

    de opinio, contendo uma expresso da opinio acerca das demonstraes contbeis. No caso de emisso de um parecer com ressalvas, o pargrafo da opinio deve ser alterado de forma a deixar clara a natureza da ressalva e seu efeito sobre a situao patrimonial e financeira, o resultado das operaes, as mutaes do patrimnio lquido e as demonstraes de fluxo de caixa, se esse efeito puder ser razoavelmente determinado.

    O parecer de auditoria pode ser dos seguintes tipos:

    Parecer sem ressalvas: a auditoria manifesta que as demonstraes contbeis expressam adequadamente a situao econmico-financeira da empresa;

    Parecer com ressalvas: a auditoria manifesta que as demonstraes contbeis expressam adequadamente a situao econmico-financeira da empresa, com exceo de tpicos pontuais verificados. Neste caso, a empresa de auditoria relata as situaes que so objeto de ressalva;

    Parecer adverso: a auditoria manifesta que as demonstraes contbeis no expressam adequadamente a situao econmico-financeira da empresa

    Absteno de expressar a opinio: a auditoria informa que o exame no permitiu uma avaliao conclusiva sobre os itens objeto de seu trabalho. Perceba que neste caso, no h nem um posicionamento favorvel nem um posicionamento contrrio.

    3.5. Normas de auditoria no SFN

    Para que as empresas de auditoria independente atuem no SFN necessrio que as mesmas observem as normas emanadas do CMN. Tais normas, logicamente, tambm devem ser observadas pelas instituies financeiras e demais empresas autorizadas a funcionar pelo BCB quando da contratao das empresas de auditoria.

    A norma de auditoria externa (independente), atualmente est consolidada na Res. CMN 3.198/2004, tratando basicamente sobre:

    obrigatoriedade de auditoria independente;

    responsabilidade da administrao;

    independncia do auditor;

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    substituio peridica do auditor;

    exame de certificao;

    prestao de servios pelo auditor; e

    comit de auditoria.

    3.5.1. Obrigatoriedade de auditoria independente

    As instituies autorizadas a funcionar pelo BCB, exceto as sociedades de crdito ao microempreendedor, devem ter suas demonstraes contbeis auditadas por servio de auditoria independente, que pode ser prestado por pessoa fsica ou jurdica devidamente registradas na CVM.

    As demonstraes contbeis objeto de auditoria so as demonstraes contbeis semestrais, inclusive as notas explicativas, as Informaes Financeiras Trimestrais (IFT) e o CONEF.

    3.5.2. Responsabilidade da administrao

    A administrao da instituio financeira deve fornecer todas as informaes e todos os recursos necessrios para que o auditor independente realize seu trabalho. A responsabilidade da administrao pela elaborao e publicao das demonstraes contbeis no exime as responsabilidades do auditor independente no exerccio de suas funes.

    A administrao da instituio financeira responde pela contratao de auditor independente que no se enquadre nas condies definidas nas normas vlidas no SFN. O servio prestado por empresa desenquadrada considerado como sem efeito para fins de cumprimento das obrigaes definidas na regulamentao.

    Cada instituio deve designar um diretor que seja responsvel pela rea de auditoria e contabilidade. Este administrador responde junto a terceiros por situaes que caracterizem fraude, negligncia, imprudncia ou impercia.

    3.5.3. Independncia do auditor

    Todo o trabalho realizado pela auditoria independente deve ser caracterizado pela independncia do auditor para poder opinar sobre a situao da empresa. As seguintes situaes caracterizam perda de independncia:

    ocorrncia de qualquer hiptese ou impedimento previstos nos regulamentos da CVM, do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) ou do Instituto de Auditores Independentes do Brasil (IBRACON);

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    participao acionrio, direta ou indireta, do responsvel tcnico pelo trabalho de auditoria na empresa auditada;

    existncia de operao ativa ou passiva da empresa de auditoria com a empresa auditada;

    participao de responsvel tcnico diretor, gerente, supervisor ou qualquer outro integrante, com funo de gerncia, nos trabalhos de auditoria de firma sucessora, antes de completado trs anos de sua substituio;

    pagamento de honorrios e reembolso de despesas do auditor independente, relativos ao ano-base das demonstraes contbeis objeto de auditoria, pela entidade auditada, isoladamente, ou em conjunto com suas ligadas, com representatividade igual ou superior a 25% do faturamento total do auditor independente naquele ano.

    Caso a instituio financeira identifique quaisquer das situaes apontadas acima, o contrato de prestao de servios de auditoria deve ser cancelado e o auditor deve ser substitudo.

    3.5.4. Substituio Peridica das Equipes de Auditoria

    As instituies financeiras devem proceder substituio do responsvel tcnico, diretor, gerente, supervisor e qualquer outro integrante, com funo de gerncia, da equipe envolvida nos trabalhos de auditoria, aps emitidos pareceres relativos a, no mximo, cinco exerccios sociais completos. Para fins de contagem desse prazo, so considerados pareceres relativos a exerccios sociais completos aqueles referentes s demonstraes contbeis da database de 31 de dezembro.

    O retorno de responsvel tcnico, diretor, gerente, supervisor ou qualquer outro integrante, com funo de gerncia, da equipe envolvida nos trabalhos de auditoria pode ser efetuado aps decorridos trs anos, contados a partir da data de sua substituio.

    3.5.5. Exame de Certificao

    A partir de 2005, as instituies financeiras s podem contratar auditor independente aprovado em exame de certificao promovido pelo CFC e IBRACON. O auditor dever se submeter aos exames de certificao a cada cinco anos. O BCB pode admitir, a seu critrio, que tal exame ocorra por tipo de mercado ou conjunto de atividades.

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    3.5.6. Prestao dos servios de auditoria independente

    O auditor independente quando da prestao de servios deve observar as normas do CMN e BCB, alm das normas da CVM, CFC e IBRACON quando estas no foram conflitantes com aquelas.

    O auditor independente deve elaborar ao final de seu trabalho os seguintes relatrios:

    de auditoria, com expresso de sua opinio sobre as demonstraes contbeis auditadas;

    de avaliao da qualidade e adequao do sistema de controle interno da entidade auditada;

    de descumprimento de dispositivos legais e regulamentares que possam afetar a situao econmico-financeira da empresa auditada; e

    outros que possam ser requeridos pelo BCB.

    Estes relatrios, bem como papis de trabalho e outros documentos relativos aos trabalhos de auditoria devem ficar disposio do BCB pelo prazo de 5 (cinco) anos.

    O auditor independente e o comit de auditoria, quando instalado, devem, individualmente ou em conjunto, comunicar formalmente ao BCB, no prazo mximo de trs dias teis da identificao, a existncia ou as evidncias de erro ou fraude representadas por:

    inobservncia de normas legais e regulamentares, que coloquem em risco a continuidade da entidade auditada;

    fraudes de qualquer valor perpetradas pela administrao da instituio;

    fraudes relevantes perpetradas por funcionrios da entidade ou terceiros;

    erros que resultem em incorrees relevantes nas demonstraes contbeis da entidade.

    3.5.7. Comit de Auditoria

    um rgo estatutrio e independente em uma instituio financeira criado com a funo principal de acompanhar a contabilidade e os servios de auditoria nela realizados. Obrigatoriamente deve ser constitudo por instituies financeiras (ou pelos conglomerados financeiros) que tenham apresentado, nos 2 (dois) anos anteriores sua constituio, as seguintes situaes:

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    patrimnio de referncia (caracterizado pelo patrimnio lquido com alguns ajustes) superior a R$ 1 bilho; ou

    administrao de recursos de terceiros em montante igual ou superior a R$ 1 bilho; ou

    cujo somatrio de captaes e administrao de recursos de terceiros seja superior a R$ 5 bilhes.

    A extino do comit de auditoria s pode ocorrer quando tais situaes

    no forem mais observadas, desde que o mesmo tenha cumprido as obrigaes relativas ao perodo em que era exigido e aps anuncia do BCB.

    Dentre as principais atribuies do comit de auditoria, podem ser destacadas:

    revisar, previamente publicao, as demonstraes contbeis semestrais, inclusive notas explicativas, relatrios da administrao e parecer do auditor independente;

    recomendar, administrao da instituio, a entidade a ser contratada para prestao dos servios de auditoria independente, bem como a substituio do prestador desses servios, caso considere necessrio;

    avaliar a efetividade das auditorias independente e interna, inclusive quanto verificao do cumprimento de dispositivos legais e normativos aplicveis instituio, alm de regulamentos e cdigos internos;

    avaliar o cumprimento, pela administrao da instituio, das recomendaes feitas pelos auditores independentes ou internos; e

    elaborar, ao final dos semestres findos em 30 de junho e 31 de dezembro, documento denominado relatrio do comit de auditoria contendo, dentre outras, as seguintes informaes:

    o atividades exercidas no mbito de suas atribuies, no perodo;

    o avaliao da efetividade dos sistemas de controle interno da instituio;

    o descrio das recomendaes apresentadas diretoria, com evidenciao daquelas no acatadas e respectivas justificativas; e

    o avaliao da qualidade das demonstraes contbeis relativas aos respectivos perodos.

    As normas do SFN estabelecem requisitos diferenciados para a composio de comits de auditoria em instituies financeiras de capital aberto e instituies financeiras de capital fechado. A tabela abaixo sintetiza tais requisitos:

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    Requisitos dos Comits de Auditoria em Instituies Financeiras

    Requisitos Instituies financeiras com aes negociadas em

    bolsa ou de capital fechado controladas pela Unio,

    estados e DF

    Demais instituies financeiras de capital

    fechado

    Composio

    No mnimo 3 (trs) membros, no sendo e no ter sido diretor, funcionrio, responsvel por equipe de auditoria, membro do Conselho Fiscal da instituio ou parentes at 2o. grau destes. Nas empresas sob controle da Unio, estados, DF e municpios, os membros do Comit no podem ser ou ter sido, nos ltimos 12 (doze) meses, ocupante de cargo de diretor, funcionrio ou membro do conselho fiscal da instituio ou de suas empresas ligadas e responsvel tcnico pelos trabalhos de auditoria,

    No mnimo 3 (trs), sendo, necessariamente, diretores da instituio financeira.

    Qualificao

    Pelo menos 1 (um) dos membros deve ter conhecimentos nas reas de contabilidade e auditoria.

    Pelo menos 1 (um) dos membros deve ter conhecimentos nas reas de contabilidade e auditoria.

    Remunerao

    O componente do comit de auditoria s deve receber remunerao relativa ao exerccio de sua funo. Se participar do conselho de administrao, pode optar por uma das remuneraes.

    No existe restrio ao acmulo de remunerao.

    Normas internas de constituio e funcionamento

    Definidas em estatuto. Definidas em estatuto ou contrato social.

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    Resumo da Aula

    Vimos nessa aula que:

    Os riscos so efeitos adversos de variveis sobre as quais empresas e os

    pases no tm controle.

    No sistema financeiro, h regras especficas para gesto de riscos de

    crdito, de mercado e operacional.

    O risco de crdito a possibilidade de ocorrncia de perdas associadas

    ao no cumprimento pelo tomador ou contraparte de suas respectivas

    obrigaes financeiras, desvalorizao de contrato de crdito

    decorrente da deteriorao na classificao de risco do tomador,

    reduo de ganhos ou remuneraes, s vantagens concedidas na

    renegociao e aos custos de recuperao.

    A estrutura de gerenciamento do risco de crdito de uma instituio deve

    permitir a identificao, a mensurao, o controle e a mitigao desse

    risco.

    Risco de mercado a possibilidade de ocorrncia de perdas resultantes

    da flutuao nos valores de mercado de posies detidas por uma

    instituio financeira, incluindo riscos de variao cambial, de taxas de

    juros, de preos de aes e de preos de mercadorias.

    A estrutura de gerenciamento do risco de mercado de uma instituio

    deve permitir a identificao, a mensurao, o controle e a mitigao

    desse risco.

    Pela norma de gerenciamento de risco de mercado, considera-se carteira

    de negociao todas as operaes com instrumentos financeiros e

    mercadorias, inclusive derivativos, detidas com inteno de negociao

    ou destinadas a hedge de outros elementos da carteira de negociao, e

    que no estejam sujeitas limitao da sua negociabilidade.

    O risco operacional a possibilidade de ocorrncia de perdas resultantes

    de falha, deficincia ou inadequao de processos internos, pessoas e

    sistemas, ou de eventos externos em uma instituio financeira.

    So exemplos de eventos de risco operacional as fraudes, demandas

    trabalhistas, danos a ativos fsicos e falhas em sistemas e na execuo e

    cumprimento de prazos e gerenciamento das atividades da instituio.

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    A estrutura de gerenciamento do risco operacional deve prever a

    identificao, avaliao, monitoramento, controle e mitigao desse

    risco.

    Auditoria a tcnica que objetiva obter convico se as demonstraes

    refletem adequadamente a situao econmico-financeira e os resultados

    de um perodo.

    Auditoria operacional, de processamento eletrnico de dados e de

    balano so modalidades de auditoria.

    A auditoria contbil pode ser interna ou externa (independente).

    Auditoria interna um conjunto de procedimentos tcnicos que visam

    avaliar se as atividades desenvolvidas pela empresa esto em

    conformidade com suas normas internas.

    A auditoria externa avalia se as demonstraes financeiras so

    fidedignas, posicionando a alta direo sobre a regularidade de suas

    atividades.

    O parecer de auditoria pode ser sem ou com ressalvas, adverso ou com

    absteno de expresso de opinio.

    Todas as instituies financeiras, exceto as sociedades de crdito ao

    microempreendedor, devem ter suas demonstraes contbeis

    (semestrais, IFT e Conef) auditadas por auditor independente.

    As instituies financeiras devem proceder substituio do responsvel

    tcnico, diretor, gerente, supervisor e qualquer outro integrante, com

    funo de gerncia, da equipe envolvida nos trabalhos de auditoria, aps

    emitidos pareceres relativos a, no mximo, cinco exerccios sociais

    completos.

    As instituies financeiras s podem contratar auditor independente

    aprovado em exame de certificao promovido pelo CFC e IBRACON.

    O comit de auditoria um rgo estatutrio e independente criado com

    a funo principal de acompanhar a contabilidade e os servios de

    auditoria nela realizados.

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    EXERCCIOS

    Vamos responder as questes abaixo a partir do contedo estudado?

    No tipo de questo apresentada a seguir h somente uma resposta correta, no padro que cremos ser utilizado no concurso do Bacen. No final, apresentamos o gabarito e comentrios para cada questo. Destaco que as questes abaixo foram extradas de concursos do Bacen com questes sobre auditoria. Quando no indicado, as questes foram elaboradas pelo prprio Professor.

    Observao Importante

    Se ao final da srie de questes dessa aula, voc ainda tiver dvidas sobre o contedo apresentado no desanime! Mantenham contato por meio do Frum!

    01 Julgue as afirmativas abaixo, indicando aquela que est associada ao risco de crdito:

    a. reflexo da falta de exposio de posies assumidas por uma entidade.

    b. ocorre em funo do descasamento de prazos de ativos e passivos.

    c. vincula-se possibilidade de inadimplncia, tanto de principal quanto da remunerao nos crditos concedidos.

    d. resulta das variaes das taxas de cmbio entre moedas de pases diferentes.

    e. refere-se falta de recursos para atender a demanda por saques de clientes de uma determinada instituio financeira.

    02 Julgue as afirmativas abaixo, indicando aquela que est associada ao risco de mercado:

    a. est relacionado a existncia de obstculos legais impostos por um governo local sada de recursos.

    b. decorre de variaes de preos desfavorveis s posies assumidas pela instituio financeira.

    c. refere-se possibilidade de no se obter os resultados esperados aps um pesado investimento de aquisio de equipamentos.

    d. resulta das variaes das taxas de cmbio entre moedas de pases diferentes.

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    e. so conhecidos tambm como riscos de refinanciamento e de reinvestimento.

    03 Julgue as afirmativas abaixo, indicando aquela que no est associada gesto do risco de crdito em instituies financeiras, conforme regulamentao do CMN:

    a. a estrutura deve possibilitar o gerenciamento contnuo e integrado do risco de crdito das operaes classificadas trading quanto no banking book.

    b. o risco de crdito da contraparte a possibilidade de no cumprimento, por determinada contraparte, de obrigaes que envolvam a negociao de ativos financeiros.

    c. a estrutura de gerenciamento de risco de crdito deve prever a adequada validao dos sistemas, modelos e procedimentos internos utilizados na sua gesto.

    d. a estrutura de gerenciamento de risco de crdito deve prever a realizao de simulaes de condies extremas somente da carteira de negociao.

    e. o risco de crdito a possibilidade de ocorrncia de perdas associadas ao no cumprimento pelo tomador de suas obrigaes financeiras.

    04 Julgue as afirmativas abaixo, indicando aquela que no est associada gesto do risco de mercado em instituies financeiras, conforme regulamentao do CMN:

    a. a estrutura de gerenciamento de risco de mercado deve incluir o monitoramento do risco associado inadequao ou deficincia de contratos.

    b. a estrutura de gerenciamento de risco de mercado deve prever a identificao prvia dos riscos inerentes a novas atividades e produtos.

    c. o risco de mercado inclui os riscos das operaes sujeitas variao cambial, das taxas de juros, dos preos de aes.

    d. risco de mercado a possibilidade de ocorrncia de perdas resultantes da flutuao nos valores de mercado.

    e. a estrutura de gerenciamento de risco de mercado aplica-se mais diretamente carteira de negociao.

    05 Julgue as afirmativas abaixo, indicando aquela que no est associada gesto do risco operacional em instituies financeiras, conforme regulamentao do CMN:

    a. os danos a ativos fsicos prprios so eventos de risco operacional.

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    b. risco operacional est relacionado a possibilidade de ocorrncia de perdas resultantes de eventos externos.

    c. o risco legal est associado inadequao ou deficincia em contratos firmados pela instituio.

    d. deve prever critrios claros para concesso e gesto de crdito.

    e. deve prever a existncia de plano de contingncia.

    06 (BCB Cespe 1997 - Adaptada) Por controles internos entendem-se todos os instrumentos da organizao destinados vigilncia, fiscalizao e verificao administrativa, que permitam prever, observar, dirigir ou controlar os acontecimentos que se verificam dentro da empresa e que produzam reflexos em seu patrimnio. Os objetivos primordiais dos controles internos no incluem:

    a. controlar a vida das pessoas de interesse da organizao.

    b. fornecer dados corretos contabilidade.

    c. evitar alcances, desperdcios e erros.

    d. identificar situaes potenciais de fraudes.

    e. conferir a exatido da escriturao.

    07 (BCB Cespe 1997 - Adaptada) O auditor contbil deve planejar seu trabalho, o que pressupe adequado nvel de conhecimento acerca do ramo de atividade, negcio e prticas operacionais da entidade a auditar. Os fatores relevantes que o planejamento deve considerar na execuo dos trabalhos de auditoria no incluem

    a. o conhecimento detalhado do sistema contbil, dos controles internos da entidade e de seu grau de confiabilidade.

    b. a natureza, a profundidade e a extenso dos procedimentos de auditoria a serem aplicados.

    c. o uso dos trabalhos de outros auditores independentes, de especialistas e de auditores internos.

    d. O tempo necessrio para realizao das atividades de auditoria.

    e. o nvel de qualidade da matria-prima, do pessoal e dos produtos finais da entidade.

    08 (BCB Cespe 1997 - Adaptada) A aplicao dos procedimentos de auditoria deve ser realizada por meio de provas seletivas, testes e amostragens, em razo da complexidade e do volume das operaes, cabendo ao auditor, com base na anlise de riscos da auditoria e outros elementos de que dispuser, determinar a amplitude dos exames necessrios obteno dos

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    elementos de convico que sejam vlidos para o todo. Os procedimentos tcnicos bsicos que o auditor deve considerar na aplicao dos testes incluem os descritos abaixo, exceto:

    a. exame fsico: procede a conferncia de estoques fsicos.

    b. rastreamento - verificao dos relacionamentos de atividades e tarefas, para levantamento da rede de interaes, necessria consolidao dos planos estratgicos da organizao.

    c. investigao e confirmao - obteno de informaes junto a pessoas ou entidades conhecedoras da transao, dentro ou fora da organizao.

    d. observao - acompanhamento da execuo de processo ou procedimento.

    e. inspeo - exame de registros, documentos e ativos tangveis.

    09 (BCB Cespe 1997 - Adaptada) O parecer do auditor independente deve expressar, clara e objetivamente, se na opinio dele as demonstraes contbeis individuais auditadas, em todos os aspectos relevantes, representam, adequadamente ou no, na data do levantamento e para o perodo a que correspondem,

    a. o grau de risco para o investidor do mercado de valores mobilirios que aplique recursos na entidade.

    b. o grau de qualidade obtido pela administrao da entidade e as perspectivas de resultados futuros.

    c. os valores dos acionistas majoritrios e minoritrios, destacadamente, independentemente da relevncia.

    d. Os compromissos assumidos junto pela empresa junto populao.

    e. as mutaes do patrimnio lquido.

    10 (BCB Cespe 1997 - Adaptada) O parecer do auditor independente classifica-se nos seguintes tipos, segundo a natureza da opinio que contm, exceto:

    a. sem ressalva.

    b. com ressalva.

    c. analtico.

    d. adverso.

    e. com absteno de opinio.

    11 (BCB Cespe 1997 - Adaptada) Os papis de trabalho so um conjunto dos documentos e apontamentos com informaes e provas coligadas

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    pelo auditor, que constituem evidncia do trabalho executado e o fundamento da sua opinio. Eles devem ser organizados e julgados segundo sua finalidade. A forma mais eficiente a de mant-los em pastas apropriadas. Entre essas, inclui-se as seguintes pastas, exceto:

    a. anlises das contas.

    b. permanente.

    c. correspondncias.

    d. evidncias e provas.

    e. assuntos de auditoria.

    12 (BCB Cespe 1997 - Adaptada) Os relatrios formais emitidos por auditor independente variam em amplitude, forma e contedo, de acordo com a natureza do exame realizado, do alcance dos procedimentos efetuados, dos fins a que se destinam e, principalmente, de acordo com as concluses a que chegou o auditor em decorrncia de seu exame dos registros e respectivas demonstraes contbeis. Os relatrios devem conter, exceto:

    a. recomendaes sobre tpicos que necessitam de aperfeioamento;

    b. transmisso de responsabilidade administrao sob situaes irregulares verificadas, por meio da Carta de Transmisso.

    c. limitaes impostas ao trabalho.

    d. avaliao dos controles externos, representados por cartas-comentrios acerca dos controles externos da empresa, ressaltando as suas qualidades e as melhorias efetuadas.

    e. resumo de avaliao ou apreciao geral.

    13 (BCB Cespe 1997 - Adaptada) O parecer do auditor independente, em conformidade com as normas internacionais de auditoria, deve conter os seguintes pargrafos, exceto:

    a. introdutrio ou de abertura, identificando as demonstraes contbeis auditadas e a declarao de responsabilidade da administrao da entidade e do auditor.

    b. de nfase, deve ser utilizado em casos que configurem "incerteza em relao a fato relevante, cujo desfecho poder afetar significativamente a posio patrimonial e financeira da entidade, bem como o resultado das suas operaes.

    c. de alcance, no qual se faz referncia s normas internacionais de auditoria ou a normas ou prticas nacionais pertinentes e uma descrio do trabalho executado.

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    d. de opinio, contendo uma expresso da opinio acerca das demonstraes contbeis.

    e. de ressalva, em que ser destacado cada desvio aos princpios de contabilidade e os seus efeitos sobre as demonstraes contbeis ou indicada cada nota explicativa que cumpra essa finalidade, como ltimo pargrafo.

    Gabarito e Comentrios

    01. Resposta correta: assertiva c. O risco de operaes off balance reflexo da falta de exposio de posies assumidas por uma entidade. O risco de variao de taxas de juros decorre do descasamento de prazos entre ativos e passivos. O risco cambial resulta das variaes das taxas de cmbio entre moedas de pases diferentes e o risco de liquidez refere-se falta de recursos para atender a demanda por saques de clientes de uma determinada instituio financeira.

    02. Resposta correta: assertiva b. O risco de crdito est relacionado a existncia de obstculos legais impostos por um governo local sada de recursos. O risco operacional refere-se possibilidade de no se obter os resultados esperados aps um pesado investimento de aquisio de equipamentos. O risco de cmbio resulta das variaes das taxas de cmbio entre moedas de pases diferentes. Os riscos de variao de taxas de juros so conhecidos tambm como riscos de refinanciamento e de reinvestimento.

    03. Resposta correta: assertiva d. No h previso normativa para que a estrutura de gerenciamento de risco de crdito faa simulaes de condies extremas de mercado exclusivamente para a carteira de negociao das instituies financeiras.

    04. Resposta correta: assertiva a. O monitoramento do risco associado inadequao ou deficincia de contratos feito no contexto da estrutura de gerenciamento de risco operacional.

    05. Resposta correta: assertiva d. A definio de critrio para concesso e gesto de crdito feita no contexto da estrutura de gerenciamento de risco de crdito.

    06. Resposta correta: assertiva a. Embora a questo no trate exatamente de um contedo estudado durante a aula, destaco que os controles internos de uma instituio so importantes para garantir o adequado funcionamento da

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    entidade. Nesse sentido, apenas a letra a no representa uma atividade relacionada ao processo de controle interno.

    07. Resposta correta: assertiva e. O auditor no processo de planejamento de auditoria e na prpria realizao da auditoria contbil no precisa ser conhecedor da capacidade tcnica e da qualidade da matria-prima e dos produtos finais da entidade. Em funo disso a assertiva e est errada.

    08. Resposta correta: assertiva b. A assertiva b falsa uma vez que a auditoria no est focada no exame da relao entre atividades e planos estratgicos.

    09. Resposta correta: assertiva e. O objeto do parecer do auditor independente confirmar se as demonstraes contbeis representam adequadamente em todos os aspectos relevantes as variaes ocorridas no patrimnio de uma entidade. Nesse sentido, ele no tem funo de mensurar riscos decorrentes de um investimento na entidade auditada, nem de verificar o grau de qualidade da gesto ou de atestar o cumprimento de compromissos junto sociedade. Ademais, como j mencionado, o trabalho de auditoria foca-se em aspectos relevantes. Assim, o auditor no verifica informaes (mesmo relacionadas a acionistas majoritrios e minoritrios) que no sejam relevantes para os objetivos que se pretende.

    10. Resposta correta: letra c. Conforme estudado, o nico tipo de parecer no expresso pelo auditor independente o analtico. 11. Resposta correta: letra d. No trabalho de auditoria no h pasta especfica relativa a evidncias e provas. A documentao associada a evidncias e provas devem compor ou estar anexadas aos papis de trabalho e aos relatrios produzidos ao final da auditoria.

    12. Resposta correta: letra d. Os relatrios de auditoria no so elaborados para avaliar os controles externos de uma entidade. Mesmo porque, o controle externo atividade desenvolvida por entidade externa empresa e firma de auditoria. Sendo assim, o relatrio de auditoria no alcana tais controles.

    13. Resposta correta: letra e. No caso de emisso de um parecer com ressalvas, o pargrafo da opinio deve ser alterado de forma a deixar clara a natureza da ressalva e seu efeito sobre a situao patrimonial e financeira, o resultado das operaes, as mutaes do patrimnio lquido e as

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    demonstraes de fluxo de caixa, se esse efeito puder ser razoavelmente determinado.

    REFERNCIAS BACEN. Plano Contbil das Instituies do Sistema Financeiro Nacional - COSIF. Disponvel no site . Acesso em maro de 2012. BACEN. Resolues nos 3.198, 3.380, 3.464 e 3.721. Disponvel no site http://www.bcb.gov.br/?BUSCANORMA. Acesso em maro de 2012. BREALEY, R. A., MYERS, S. C. Princpios de Finanas Empresariais. 3. ed. Lisboa: McGraw-Hill de Portugal, 1992. CASTRO, R. G.; LIMA, D.V. de. Auditoria para Concursos com aplicao nas reas governamental e Empresarial. Braslia, Vestcon, 2000. JORION, P. A Nova Fonte de Referncia para o Controle do Risco de Mercado Value at Risk. Traduo da obra Value at Risk: The New Benchmark for Controlling Market Risk pela Bolsa de Mercadorias e Futuros. So Paulo: BM&F, 1999.