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Bases do Plano Estratégico da

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Bases do Plano Estratégico da

Prefeitura Municipal de Porto Alegre

Secretaria de Planejamento Municipal

Supervisão de Desenvolvimento Urbano

OrganizaçãoAndrea OberratherSynthia Krás Borges

Publicação da Prefeitura Municipal de Porto AlegreBases do Plano Estratégico da Zona Sul

Porto Alegre - Março de 2012

Expediente

Catalogação na publicação elaborada pela equipe da Biblioteca da Secretaria de Planejamento Municipal – Bibliotecária Karin Kreismann Carteri CRB10/1382.

P853b Porto Alegre. Prefeitura Municipal. Secretaria do

Planejamento. Supervisão de Desenvolvimento Urbano. Grupo de Trabalho Zona Sul. Bases do plano estratégico zona sul / Organizadores Andrea Oberrather [e] Synthia Krás Borges. – Porto Alegre : 2012.

56 p. il. 1. Planejamento urbano – Porto Alegre. 2. Gestão urbana – Porto Alegre. 3. Zona sul – Porto Alegre. I. Autor. II. Título.

CDU 711.4(816.51)

1

7

2

3 5

6

Introdução 08

11

12

14

14

15

Base Legal

O Território

Premissas Metodologia

O Processo Participativo

Reconhecimento de Realidade

Estratégias

Modelo Espacial

4

18

21

33

S u m á r i o

P l a n o E s t r a t é g i c o d a Z o n a S u l

8

9

10

11 Método de Análise Matricial

Principais Potencialidades

Principais Conflitos

Sistematização de Resultados

43

45

46

50

52

53

Diretrizes do Eixo Estrutura e Paisagem Urbana

Diretrizes do Eixo Estrutura Socioeconômica

Diretrizes do Eixo Bens Ambientais

12

13

Estratégias e Diretrizes

Conclusão

38 48

56

S u m á r i o

7S e c r e t a r i a d o P l a n e j a m e n t o M u n i c i p a l d e P o r t o A l e g r e

Uma preocupação específica com o desenvolvimento sustentável e

planejado da Zona Sul de Porto Alegre levou à instituição, a partir de

2008, de um Grupo de Trabalho - GT coordenado pela Secretaria do

Planejamento Municipal – SPM com o desafio de construir as referências

para a formulação de um plano estratégico para esta parcela do território

municipal, definida pelo plano diretor como Cidade Rururbana e

categorizada como Macrozona 8 – MZ8.

Assim, durante aproximadamente três anos, num processo de gestão

participativa envolvendo demais organismos da Prefeitura Municipal

de Porto Alegre - PMPA, representantes de outras esferas de governo,

comunidades locais e representantes da sociedade organizada, foram

desenvolvidas as atividades que possibilitaram identificar os principais

conflitos e as principais potencialidades, definir diretrizes, sugerir

detalhamentos necessários e consolidar um conjunto de propostas

integradas que definem um rumo para a Zona Sul da cidade nas próximas

décadas.

O Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental de Porto

Alegre - PDDUA (LC 434/99 e alterações posteriores) foi construído a

partir do reconhecimento de um sistema de macrozonas que dividem o

território do Município em oito grandes áreas. Cada uma engloba vários

bairros em função de suas afinidades, respeitando suas peculiaridades

e características específicas quanto aos aspectos socioeconômicos,

urbanísticos e ambientais.

Com vistas a evitar a fragmentação da realidade, foi intenção buscar

um sentido de integração entre as diversas discussões, capaz de garantir a

concertação de interesses, não só de especialistas, mas de outros agentes

da sociedade. Esta orientação propiciou a produção, num primeiro

momento, de sínteses simplificadas sobre as diversas temáticas tratadas

evitando análises muito aprofundadas que, muitas vezes, não conseguem

mudar a situação existente.

Os resultados que se apresentam nesta publicação pretendem

desencadear um conjunto de ações com um sentido comum.

Oportunamente, deverá ser promovido o necessário aprofundamento

das questões relacionadas com diversas áreas do conhecimento mediante

a elaboração de diagnósticos mais pormenorizados, acompanhados

de propostas de solução para as diferentes situações e características

identificadas.

Assim, a finalidade de elaborar uma análise das diversas questões

relacionadas a esta porção do território, de entender a problemática de

outras disciplinas e promover a compreensão holística da região, deverá

garantir a inclusão de conhecimentos, de expectativas e de propostas

compatíveis com a realidade, permitindo assim, sua governabilidade.

Quando se instalou o GT intersecretarias foi definido um propósito

inicial de estabelecer o eixo norteador para atuação do grupo técnico,

buscando delimitar e conhecer o território com características mais

1 Introdução

P l a n o E s t r a t é g i c o d a Z o n a S u l

rarefeitas de Porto Alegre. Após amplo debate no grupo interno da PMPA,

estabeleceu-se como objetivo principal do Plano Estratégico:

Definir diretrizes, com o envolvimento da sociedade, para subsidiar o

detalhamento e a implementação do Programa de Desenvolvimento

Sustentável para a MZ8, definido no inciso III, artigo 20 da LC

434/99 - PDDUA, através da análise que identifique oportunidades

de desenvolvimento que potencializem as características de

ocupação rarefeitas do território, especialmente no que se refere aos

seguintes aspectos:

•conservação do ambiente natural

•mitigação dos impactos da ocupação habitacional irregular

•indicação de ações estratégicas que promovam o desenvolvimento

sustentável.

Para tanto, optou-se pela avaliação das diversas questões do território,

considerando suas dificuldades, oportunidades, desempenho e resultados,

com intenção de diagnosticar os problemas tendo em vista propor soluções

compatibilizadas inter-setorialmente e de acordo com as políticas relativas

a esta região, no sentido de potencializar o seu desenvolvimento.

Conforme foi referido inicialmente, o produto desta etapa do trabalho

é o documento “Bases do Plano Estratégico da Zona Sul, aqui definido como

um conjunto de políticas, diretrizes, projetos e ações para o enfrentamento

das questões identificadas na análise, visando ao desenvolvimento do

território a partir da manutenção de suas características principais.

Esta composição de propostas está norteada pelo atendimento do

objetivo construído pelo GT e resulta na elaboração de uma estratégia de

abordagem territorial, uma vez que a implementação de qualquer uma das

propostas tem efeito direto no desenvolvimento do território em questão.

Ações deimplementação

de uma estratégiaterritorial

OB

JETI

VO

S

Plano Estratégico

DiretrizesGerais

Programase Projetos

EstruturaSocioeconômica

Estrutura ePaisagem Urbana

Bens Ambientais

Parece-nos de fundamental importância que se faça um registro dos

conceitos de gestão e planejamento estratégico utilizados para se alcançar

estes resultados.

A gestão estratégica trata em primeiro lugar da formulação de

propostas que determinem rumos ou formas de atingirem objetivos.

Essas, são geralmente reunidas e descritas em um plano estratégico,

que, por sua vez, é concebido didaticamente a partir de uma análise

de cenários, culminando com a elaboração de uma matriz que elucide

ameaças e oportunidades, sob os pontos de vista interno e externo à

organização. Peter Drucker, considerado o pai da administração moderna,

diz que o planejamento não diz respeito a decisões futuras, mas às implicações

futuras de decisões presentes. Idalberto Chiavenato coloca também que

9S e c r e t a r i a d o P l a n e j a m e n t o M u n i c i p a l d e P o r t o A l e g r e

Definição doObjetivo

Levantamentode Dados

Implementaçãode Ações

Avaliação eMonitoramento

o planejamento pressupõe a necessidade de um processo decisório que ocorrerá antes, durante e depois

de sua elaboração e implementação, e ainda que o processo de planejar envolve, portanto, um “modo

de pensar”, e um salutar modo de pensar envolve indagações, e indagações envolvem questionamentos

sobre o que será feito, como, quando, quanto, para quem, porque e onde será feito.

O planejamento se inicia com o levantamento de dados para conhecimento do ambiente de

atuação. Após, devem ser determinados os objetivos e definidas as ações a serem desenvolvidas,

sendo imprescindível o acompanhamento e avaliação contínua por meio de um sistema eficaz

de informações gerenciais.

Desta forma, entende-se que o processo de planejamento não deve ser somente alavancado

a partir do presente, das necessidades, dos problemas, das dificuldades, das ameaças, mas

principalmente, a partir do futuro, dos desejos, das potencialidades, das alternativas de soluções

e das possibilidadades que se apresentam.

P l a n o E s t r a t é g i c o d a Z o n a S u l

A MZ8 está localizada predominantemente na região sul do Muni-

cípio, correspondendo à cerca de 48% de sua área total, com 225,47 km².

Com uma importante produção rural de hortigranjeiros, desenvolvida

em áreas que se intercalam com vários núcleos de ocupação urbana, essa

macrozona também tem importância pelo seu significativo patrimônio

natural, cuja preservação implica na manutenção da qualidade da cidade

como um todo. Sua paisagem é constituída por morros isolados e terras

baixas planas que se estendem até o Lago Guaíba, com suas margens re-

cortadas por pontas e enseadas.

Diversos núcleos habitacionais e lotea-

mentos clandestinos ou irregulares vêm

sendo implantados de forma multipontual

ao longo das principais estradas, tornando

mais delimitado o mosaico entre áreas

urbanas e rurais intercaladas.

O desenvolvimento da produção rural,

de atividades comerciais e de pequenas in-

dústrias e o crescimento dos núcleos habi-

tacionais geraram duas unidade espaciais

bem distintas:

•  Uma,  caracterizada  por  maior  con-

centração populacional, tem como centro

geográfico o núcleo de Belém Velho, mes-

clando-se às áreas com atividades rurais.

Destacam-se as ocupações ao longo da Ave-

nida Professor Oscar Pereira e das estradas

Belém Velho, Afonso Lourenço Mariante,

do Rincão e Costa Gama.

•  A  segunda, de maior  extensão,  com 

características mais agrárias, desenvolve-se a

partir dos terraços fluviais do Arroio do Salso

em direção ao sul, na margem do Guaíba e,

a leste, até o Morro da Extrema, no limite

com Viamão. Engloba os núcleos urbanos de

Belém Novo e Lami, às margens do Guaíba,

cujas praias atraem um número significativo

de pessoas no verão.

2 O território

11S e c r e t a r i a d o P l a n e j a m e n t o M u n i c i p a l d e P o r t o A l e g r e

No início das discussões, foram definidas algumas premissas básicas.

A principal refere-se à consideração das diretrizes e estratégias previstas no

PDDUA, em especial a que consta no Capítulo V - Estratégia da Promoção

Econômica – artigo 19, que tem como principal objetivo o estabelecimento de

políticas que busquem a dinamização da economia da cidade, a melhoria da

qualidade de vida e a qualificação da cidadania, através de ações diretas com

a comunidade e com os setores produtivos, assim como articulação com outras

esferas de poder.

Também foram consideradas outras premissas importantes, tais

como a proposição de soluções compatibilizadas, sempre de acordo com

as políticas relativas a esta região, como forma de potencializar o seu

desenvolvimento.

A elaboração do trabalho ocorreu, desde o início, de forma interse-

torial e participativa. O grupo teve como objetivo trabalhar a questão

do rururbano sob uma ótica construída a partir das diferentes visões das

secretarias, onde cada uma apresenta as contribuições relativas às carac-

terísticas e especificidades de seu campo de atuação, viabilizando um

projeto construído de forma multidisciplinar, somando conhecimentos.

Somente desta forma, é possível ter uma visão mais adequada e abran-

gente da realidade que, muitas vezes, se apresenta de forma fragmentada.

Da mesma maneira, a participação da sociedade local no planeja-

mento da região agrega um tipo de saber diferenciado e único, do pon-

to de vista daqueles que vivenciam diariamente as questões daquele

território. Quando o planejamento ocorre de forma participativa, incorpo-

rando a contribuição da sociedade desde as primeiras fases do trabalho, as

diretrizes que compõem o produto final se tornam um pacto consolidado,

com maior probabilidade de se implantar através das ações programadas.

Outra premissa importante do trabalho foi a criação de um ban-

co de dados georreferenciados sobre o território em estudo, de forma a

facilitar o acesso aos dados existentes e promover a integração com outros

projetos da PMPA.

O georreferenciamento diz respeito à localização de uma imagem

ou arquivo vetorial no espaço, definida por um sistema referencial de

coordenadas conhecido. A esta imagem associa-se um banco de dados ou

base de dados com uma série de informações relacionadas. Essa ferramenta

é utilizada para armazenar e manipular quaisquer tipos de dados

geograficamente referenciados. Desta forma, um sistema de informações

georreferenciadas permite coletar, armazenar, recuperar, transformar

e representar visualmente dados espaciais, além de dados estatísticos

ou textuais a ele relacionado, constituindo-se como uma excelente

3 Premissas

P l a n o E s t r a t é g i c o d a Z o n a S u l

ferramenta de apoio à tomada de decisão. Um Sistema de Informações

Georreferenciado - SIG é composto por elementos inter-relacionados

que coletam (entrada), manipulam e armazenam (processo), disseminam

(saída) os dados e informações e fornecem um mecanismo de feedback,

imprescindível para o processo de retroalimentação. É uma verdadeira

infraestrutura informacional que permite a tomada de decisões de forma

ágil e eficiente a qualquer tempo. Mais do que operar um sistema desse

tipo, o grande desafio dos gestores é saber interpretar, utilizar e aplicar as

informações nos processos de trabalho.

No decorrer do trabalho, enfrentou-se uma grande dificuldade na

implantação e utilização desse sistema, uma vez que seu emprego ainda

não é corrente dentro da estrutura da PMPA.

Além disso, constatou-se a necessidade da implantação de um

SIG mais amplo, um processo que permita a transformação dos dados

coletados e processados em informações úteis nos processos decisórios.

A elaboração do trabalho ocorreu, desde o início, de forma

intersetorial e participativa. O grupo teve como objetivo

trabalhar a questão do rururbano sob uma ótica construí-

da a partir das diferentes visões das secretarias, onde cada

uma apresenta as contribuições relativas às características

e especificidades de seu campo de atuação, viabilizando

um projeto construído de forma multidisciplinar, somando

conhecimentos. Somente dessa forma, é possível ter uma

visão mais adequada e abrangente da realidade que, mui-

tas vezes, se apresenta de forma fragmentada.

13S e c r e t a r i a d o P l a n e j a m e n t o M u n i c i p a l d e P o r t o A l e g r e

O PDDUA deu o embasamento do trabalho e, conforme justificativa

que acompanha o texto legal de 1999, este aponta primeiramente para a

mudança do conceito de planejamento, de normativo - baseado essencialmente

em normas para a atividade privada - para estratégico, no qual o poder público

fortalece seu papel de agente articulador e propositivo, dando ênfase à atuação

integrada dos diversos atores da construção da cidade. Neste sentido, a gestão

toma uma importância muito grande, pois o caráter de processo permanente

lhe confere um sentido aberto onde o Modelo Espacial passa a funcionar como

arcabouço orientador para as propostas que serão desenvolvidas. As linhas gerais

para os projetos são indicadas pelas Estratégias correspondentes aos principais

temas que envolvem o desenvolvimento urbano, assim como pelo Modelo

Espacial. Desta forma, o Plano Diretor conduz para uma atuação projetual

sobre a cidade, potencializando as oportunidades de investimentos e associações

e reorientando suas diretrizes ao longo do tempo, através de um sistema que

garante a discussão com a população.

EstratégiasAinda de acordo com o PDDUA, as Estratégias de Desenvolvimento

Sustentável são o eixo central do Plano, resultado da discussão democrática

sobre o futuro de Porto Alegre. Três delas definem o modelo de cidade sobre

o seu território: Estruturação Urbana, que configura o novo modelo espacial

baseado na integração dos sistemas que compõem a fisiologia urbana;

Mobilidade Urbana, que apoia a estruturação urbana desejada, através de uma

visão intersetorial; e Uso do Solo Privado, que vincula este aspecto regulador ao

modelo proposto, oferecendo novos instrumentos para sua aplicação. A estas

três Estratégias se acrescentam outras quatro, indispensáveis à gestão do modelo

de cidade que elas definem: Qualificação Ambiental, que coloca a busca da

sustentabilidade natural como uma das grandes metas da cidade do futuro e

propõe critérios adequados às características de cada ambiente, mesmo os que já

tenham sofrido profunda transformação antrópica; Promoção Econômica, que

complementa os aspectos espaciais e ambientais com a sustentabilidade social,

pela geração de postos de trabalho e de riquezas que se reverterão na qualidade

de vida; Produção da Cidade, promovendo o papel municipal de agente social

ativo na tarefa de alcançar as metas propostas, além de seu tradicional papel

regulador; e Sistema de Planejamento, que reformula a organização e a gestão

pública do Plano, ampliando seus níveis de articulação com a sociedade, e desta

forma criando condições para que a aplicação das Estratégias seja mais eficaz e

integrada à dinâmica da cidade.

Estas últimas quatro estratégias dão o fundamento e a base legal para

o desenvolvimento do Plano Estratégico da Zona Sul, pois fica evidente

sua aplicabilidade no território quando analisamos seus objetivos.

4 Base Legal

P l a n o E s t r a t é g i c o d a Z o n a S u l

 •  Estratégia  da  Qualificação  Ambiental:  tem como

objetivo geral qualificar o território municipal através da valorização do

Patrimônio Ambiental, promovendo suas potencialidades e garantindo

sua perpetuação e da superação dos conflitos referentes à poluição e

degradação do meio ambiente, saneamento e desperdício energético.

 •  Estratégia  de  Produção  da  Cidade:  tem como objetivo

a capacitação do Município para a promoção do seu desenvolvimento

através de um conjunto de ações políticas e instrumentos de gerenciamento

do solo urbano que envolve a diversidade dos agentes produtores da

cidade e incorporam as oportunidades empresariais aos interesses do

desenvolvimento urbano como um todo.

 •  Estratégia  do  Sistema  de  Planejamento:  objetiva um

processo de planejamento dinâmico e contínuo, que articule as políticas

da administração municipal com os diversos interesses da sociedade

promovendo instrumentos para o monitoramento do desenvolvimento

urbano.

 • Estratégia da Promoção Econômica:  tem como principal

objetivo o estabelecimento de políticas que busquem a dinamização da

economia da cidade, a melhoria da qualidade de vida e a qualificação da

cidadania, através de ações diretas com a comunidade e com os setores

produtivos, assim como a articulação com outras esferas do poder.

Modelo Espacial

No PDDUA, o Modelo Espacial é o conjunto das diretrizes de

desenvolvimento urbano expresso através de representações espaciais

das estratégias. Define todo o território de Porto Alegre como cidade

estimulando a ocupação do solo de acordo com a diversidade de suas

partes, considerando as relações de complementariedade entre a cidade

consolidada de forma mais intensiva e a cidade de ocupação rarefeita.

Constituem princípios básicos do Modelo Espacial a descentralização de

atividades, a miscigenação da ocupação do solo, a densificação controlada,

o reconhecimento da cidade informal e a estruturação e a qualificação

ambiental, princípios válidos especialmente para a cidade intensiva.

Mais ao sul, num território denominado rarefeito, convivem em

assentamentos já consolidados, inúmeras ocupações irregulares, extensas

áreas de produção primária pouco protegidas e zonas de extraordinário

valor por sua biodiversidade natural, onde não basta declarar princípios

Produçãoda Cidade

PromoçãoEconômica

Sistema dePlanejamento

QualificaçãoAmbiental

EstruturaçãoUrbana

MobilidadeUrbana

Uso do SoloPrivado

ESTRATÉGIAS

15S e c r e t a r i a d o P l a n e j a m e n t o M u n i c i p a l d e P o r t o A l e g r e

de intangibilidade, mas sim definir critérios e

processos de ocupação, social e ambientalmente

sustentáveis.

No Modelo Espacial o território de Porto

Alegre está dividido em:

 • Área de Ocupação Intensiva - AOI: abrange

toda a área urbana contínua e as áreas dos Núcleos

Intensivos de Belém Velho, Belém Novo, Lami

e Ilha da Pintada, isolados da malha urbana

contínua.

•  Área  de  Ocupação  Rarefeita  -  AOR:  é

a área com características de baixa densificação,

onde será dada predominância à proteção da

flora, da fauna e demais elementos, admitindo-

se, para sua perpetuação e sustentabilidade, usos

científicos, habitacionais, turísticos, de lazer e atividades compatíveis

com o desenvolvimento da produção primária.

As zonas de uso existentes na Área de Ocupação Rarefeita refletem

em seus conceitos a intenção da manutenção das características

que lhe conferem baixa densidade. São elas:

 •  Área  de  Proteção  ao  Ambiente  Natural  -  APAN:  zonas

previstas para atividades que, conciliando a proteção da flora e dos demais

elementos naturais, objetivem a perpetuação e a

sustentabilidade do patrimônio natural.

 •  Área  de  Desenvolvimento  Diversificado: 

zonas que, por suas características naturais e seu

grau de transformação, permitem atividades mais

diversificadas, sempre compatibilizadas com a

proteção ambiental.

 • Área de Produção Primária:  zonas pro-

postas para o desenvolvimento compatibiliza-

do de atividades primárias, extrativas, comércio

e serviço de apoio, bem como para a localização

de pequenas indústrias vinculadas à produção por

propriedade rural.

 •  Corredor  Agroindustrial:  área com

potencial para a localização de indústrias

vinculadas à produção primária e matérias-primas

locais, incentivando o aumento da produção agrícola e pecuária no sul do

município.

O Plano baseia-se também no reconhecimento de um sistema de

Macrozonas, visando impulsionar suas melhores potencialidades,

identificando as peculiaridades de seus conflitos para diminuí-los através

das relações que se estabelecem entre elas.

P l a n o E s t r a t é g i c o d a Z o n a S u l

Estratégia de

Produção da Cidade

O Modelo Espacial propõe

estruturar macrozonas com critérios

de atuação em macroescala, para

enfrentar a ampla ocupação

urbano-metropolitana contínua e

sua inter-relação com um território

rural pouco atendido e em

acelerado processo de mudança.

As macrozonas são conjuntos de

Unidades de Estruturação Urbana

com características peculiares

quanto a aspectos socioeconômicos,

paisagísticos e ambientais.

A Região de Gestão de Pla-

nejamento 8 - RGP8 incorpora

duas macrozonas, a Restinga e a

Cidade Rururbana.

Macrozona 8 - Cidade Rururbana

Área caracterizada pela predominância de patrimônio natural, pro-

piciando atividades de lazer e turismo, uso residencial e setor primá-

rio, compreende os núcleos intensivos de Belém Velho, Belém Novo e

Lami, bem como as demais áreas a partir da linha dos morros da Compa-

nhia, da Polícia, Teresópolis, Tapera, das Abertas e Ponta Grossa.

Tem uma importante produção rural de hortigranjeiros desenvolvida

em áreas que se intercalam com vários núcleos de ocupação urbana com

significativo patrimônio natural.

Sua paisagem é constituída por

morros isolados e terras baixas que

se estendem até o Lago Guaíba. Di-

versos núcleos habitacionais clan-

destinos ou irregulares vêm sendo

produzidos ao longo das principais

estradas.

Por fim, destacamos dentro da

Estratégia da Promoção Econômi-

ca, um dos programas listados para

promover o crescimento e a des-

centralização econômica da cida-

de, descrito no artigo 20, inciso III:

Programa de Desenvolvimento

Sustentável para a Macrozona 8, que

contemple, entre outras, ações e políticas de fomento à produção primária, de

proteção ao patrimônio natural e de saneamento ambiental, com vistas à fixação

das populações rurais, ao desenvolvimento de atividades de lazer e turismo e à

qualificação das áreas habitacionais;

Considerando este contexto legal estabelecido no PDDUA, começou a

desenvolver-se na PMPA um estudo direcionado para esta região da cidade,

buscando alternativas para garantir seu desenvolvimento sem comprometer

a sustentabilidade deste sensível território. Como resultado, construiu-se as

bases do Plano Estratégico para a Zona Sul.

17S e c r e t a r i a d o P l a n e j a m e n t o M u n i c i p a l d e P o r t o A l e g r e

Modelo EspacialMacrozonas

Inicialmente, foram definidas algumas etapas básicas para a elaboração

do plano estratégico, que nortearam a condução do trabalho.

Plano Estratégico

GestãoIntegrada

Reconhecimento do Território

Levantamento de Informações

Análise de Informações e Dados

Identificação dos Conflitos e Potencialidades

Identificação de Diretrizes e Propostas

Conclusões e Relatório

Avaliação e Continuidade Institucional

Além das atividades programadas para a elaboração do Plano Estra-

tégico, o grupo participou, em paralelo, de outros trabalhos relacionados

com este território, em função da apropriação, pelos integrantes, de conhe-

cimento acerca das particularidades desta região.

A participação da equipe nos diferentes trabalhos associados foi ex-

tremamente importante, considerando que estas atividades implicaram

diretamente na abordagem das estratégias territoriais da MZ8. Além disso,

possibilitou que se agregasse nova contribuição para o trabalho, na medida

em que lidou com as escalas pontuais e regionais. Essa participação também

contribuiu no planejamento estratégico, que precisa ser integrado em um

processo único de compreensão do território, formado a partir de vários

pontos de vista, o que é necessário num projeto como o da zona sul.

A análise dos diferentes aspectos que compõem esta região forneceu

subsídios para a estruturação de um cenário integrado de desenvolvimento

urbano, ambiental, social e econômico, promovendo a valorização e funda-

mental integração deste território com o restante da cidade.

O processo de trabalho pode ser resumido da seguinte forma: a partir

de um objetivo construído em conjunto, logo no início foram analisadas

questões relativas às dificuldades e potenciais sob três eixos temáticos: Es-

trutura e Paisagem Urbana, Bens Ambientais e Estrutura Socioeconômica. A

partir desta avaliação foram construídas diretrizes gerais, novamente orga-

nizadas por eixos temáticos, que indicaram estudos, programas e projetos a

serem desenvolvidos. Estes, por ocasião da sua implementação, representa-

rão uma estratégia territorial de desenvolvimento planejado e sustentável.

5 Metodologia

P l a n o E s t r a t é g i c o d a Z o n a S u l

19S e c r e t a r i a d o P l a n e j a m e n t o M u n i c i p a l d e P o r t o A l e g r e

Formação degrupo

de trabalho

Equipe básica SPM

Grupo de trabalho interinstitucionalVisão de futuro

Construção do objetivo

Visitas técnicas

Leitura de paisagem

Levantamento de dados

Projetos da PMPA

Estrutura e paisagem urbana

Bens ambientais

Matriz socioeconômica

Análise e síntese dasrelações entre conflitos

e potencialidades

Setorização espacial e definição de área prioritária

Oficinas focadas na PMPA

Oficinas com a sociedade

Projeção de cenário futuro

Síntese e validação das conclusões

Elaboração de relatório

Pactuação das diretrizes prioritárias

Identificação de programas,projetos e ações

Levantamento, mapeamentoe análise das informações

Reconhecimentodo território

Identificação deconflitos e

potencialidades

Definição dediretrizes

Planoestratégico

ETAPAS DE TRABALHO

P l a n o E s t r a t é g i c o d a Z o n a S u l

A partir de decisão na primeira etapa do trabalho, foi escolhido como

espaço prioritário de desenvolvimento das atividades de reconhecimento

da realidade o setor sul da MZ8. Foram consideradas, para esta priorização,

a extensão do território e a capacidade operacional

do GT. Neste setor encontram-se melhor conservadas

as características da AOR e, portanto, as melhores

condições de apresentar resultados da aplicação de

políticas do Plano Estratégico.

Uma das etapas fundamentais para a elaboração

de um planejamento territorial foi a apropriação de

informações e dados acerca da área. Este conhecimen-

to deu base para promover um diagnóstico da região,

identificando e dimensionando as variáveis que carac-

terizam o território. Aliada à visão de futuro, esta aná-

lise gerou a construção de um cenário concreto, que

se materializou numa estratégia territorial de projetos

e ações que, uma vez implementados, têm o poten-

cial de alavancar o desenvolvimento pretendido para a região, dentro

dos parâmetros de sustentabilidade propostos.

Foi imprescindível que o GT, com integrantes de diferentes

formações, representando os princípios de diferentes secretarias e

departamentos, construísse em conjunto uma visão perceptiva do

território através da análise sensorial de suas variáveis. Isso foi possível

circulando pela região, ora como observador casual, ora através de uma

observação orientada. Para tanto, foram utilizadas algumas ferramentas

de identificação, localização e quantificação de informações no território.

Visitas Técnicas

Desde o início foram realizadas várias

visitas técnicas com o intuito de conhecer

as realidades social, econômica e

ambiental, bem como as particularidades

e necessidades dos diferentes segmentos

de cada região, dedicando um olhar mais

atento às especificidades locais.

Os roteiros foram pré-definidos

de forma a possibilitar o conhecimen-

to de todo o território. Também foi re-

alizada uma visita por embarcação,

acompanhando toda extensão da orla

6 Reconhecimento da Realidade

21S e c r e t a r i a d o P l a n e j a m e n t o M u n i c i p a l d e P o r t o A l e g r e

Área Prioritária - Setor Sul MZ8

do Lago Guaíba na região, agregando uma percepção diferenciada das ca-

racterísticas do território.

Foram programadas visitas com o objetivo de avaliar características

específicas do território, permitindo ao grupo a percepção de aspectos

pontuais relativos, por exemplo, à produção primária, aos loteamentos

irregulares, ao Morro São Pedro, aos Caminhos Rurais, ao núcleo intensivo

do Lami, às matas de restinga, bem como às zonas de transição entre as

AOI e AOR.

Leitura da PaisagemA leitura da paisagem é um método de análise do espaço que permite

compreender e interpretar o funcionamento de uma paisagem natural e

construída. Esta análise geralmente se dá no momento de realizar projetos

de intervenções que tenham impacto sobre a paisagem estudada, com a

finalidade de determinar quais são os pontos sensíveis a preservar.

Aspectos sociais, ambientais e econômicos

Observação

Reconhecimento da realidade Regiões homogêneas

Entendimento Interpretação

Leitura da paisagem

A análise compreende as fases de observação, entendimento ou

análise e interpretação. Tem como objetivos aprofundar o conhecimento

da realidade local e observar a heterogeneidade socioeconômica e

ambiental. Esta etapa é fundamental, pois como ferramenta de percepção

da realidade, possibilita, através de sucessivas visitas a campo, identificar

áreas homogêneas do ponto de vista socioeconômico e ambiental,

separando e descrevendo sub-regiões onde as características se assemelham.

Desta forma, além das anotações mais subjetivas referentes à percepção

pessoal de cada integrante da equipe, foram observados também aspectos

referentes aos eixos social, ambiental e econômico, no que diz respeito a:

 Eixo Social:  moradia, transporte, educação, saúde, comunicação,

lazer, religião, organizações comunitárias e áreas de risco;

P l a n o E s t r a t é g i c o d a Z o n a S u l

 Eixo Ambiental:  topografia, vegetação, cursos d’água, focos de

poluição, degradação, áreas de risco ambiental, áreas de preservação

ambiental e fauna;

 Eixo Econômico:  indústria, comércio, artesanato, agricultura,

reciclagem de lixo, serviços e geração de renda.

A metodologia aplicada para Leitura da Paisagem neste caso envolveu:

 • a elaboração de vários roteiros distintos percorridos  pelas

equipes, de forma a garantir a visualização total da região.

 • o nivelamento de conhecimentos  após uma primeira obser-

vação das atividades existentes nos três roteiros pre estabelecidos,

a partir de perguntas orientadoras.

 • a sistematização das observações  relativas a cada roteiro pelos

grupos responsáveis, a localização das sub-regiões homogêneas no

mapa e sua descrição, com as principais características, seguidas da

apresentação e discussão por todo o Grupo de Trabalho.

23S e c r e t a r i a d o P l a n e j a m e n t o M u n i c i p a l d e P o r t o A l e g r e

Mapa da Leitura de Paisagem

N o m e C a r a c t e r i z a ç ã o

Ocupação Urbana Pontual

Núcleos urbanos concentrados inseridos em grandes superfícies de áreas vazias. Densidade média menor, pois se encontra diluída em áreas vazias e núcleos, com menor diversidade de usos e menor precisão de limites, definidos por linha que engloba glebas parceladas e vazias.

Área de Ocupação Urbana

Núcleos maiores, com densidade média maior e maior diversidade de usos. Ocupação mais concentrada e precisão nos limites. Malha estruturada a partir de vários parcelamentos interligados em superfícies maiores.

Ocupação Intermediária

Núcleos urbanos isolados com frente para os eixos estruturadores. Com densidades médias e altas concentradas. Tendência a aumentar em dimensão e densidade e se transformar em Ocupação Urbana Pontual.

Predominantemente Rarefeita

Parte do território com baixa densidade, constituída por edificações isoladas em ambiente natural relativamente transformado.

Áreas de Produção

Baixa densidade habitacional em partes do território com predominância de produção primária diversificada, sítios de lazer, haras, intercalada com remanescente de áreas de preservação. Edificações vinculadas às propriedades de produção. Malha viária quase inexistente.

Bens Ambientais

Porções do território com características naturais diferenciadas que estruturam a paisagem. Predominância de bens ambientais com linhas sinuosas (morros, orla, mata de restinga, corredores ecológicos, etc.) Baixa densidade habitacional.

Condomínios Fechados

Glebas de extensão considerável, urbanizadas em condomínios fechados de média e alta renda, com baixa densidade e áreas de preservação incorporadas ao condomínio.

P l a n o E s t r a t é g i c o d a Z o n a S u l

Levantamento de informações e dados secundáriosO GT identificou os tipos e níveis de informações necessárias para

uma compreensão abrangente do território, elaborando uma listagem de

dados a serem obtidos, preferencialmente em mapas georreferenciados

que já associam os bancos de dados, permitindo a visualização imediata

da distribuição destes no território. Estes são fundamentais pois permitem

o cruzamento das informações entre si, gerando conclusões analíticas que

subsidiam a proposição de diretrizes.

Considerando as dificuldades já apontadas em levantar informações

precisas e atualizadas nos cadastros e banco de dados disponíveis, as

informações foram priorizadas em níveis de necessidade, para concentrar

os esforços na busca daqueles dados imprescindíveis. Foi critério adotado

a facilidade na obtenção dos mapas, considerando que já existe um

conjunto de infromações disponíveis na rede interna municipal. Por fim,

foram construídos alguns mapas para agregar informações consideradas

relevantes e que não estavam digitalizadas em nenhum formato

compatível com o restante.

Para organizar a busca, as informações foram divididas em três eixos

temáticos:

 • estrutura e paisagem urbana 

 • bens ambientais 

 • estrutura socioeconômica da região 

Abaixo segue uma sistematização destas informações, bem como os

principais mapas gerados:

Es

tr

ut

ur

a

e

Pa

isa

ge

m

Ur

ba

na

T e m a

Sistema viário existente e projetado

Terminais de transbordo

Plano diretor cicloviário

EquipamentosComunitários

Escolas

Praça

Posto Saúde

PDDUA

Zoneamento

Mapeamento Urbano x Rural

Artigos PDDUA - Marco legal

AEIC - Patrimônio Cultural

Áreas habitacionais regulares

Áreas habitacionais irregulares

Instituições públicas e privadas

Grandes empreendimentos

Estrutura Fundiária

Redes de Infraestrutura

Água

Esgoto

Drenagem

Recolhimento lixo domiciliar

Recolhimento lixo seletivo

Estação de Tratamento de Esgoto - ETE

Estação de Tratamento de Água - ETA

Bacias de Contenção

Aterros

25S e c r e t a r i a d o P l a n e j a m e n t o M u n i c i p a l d e P o r t o A l e g r e

Be

ns

A

mb

ien

ta

is

T e m a

Áreas de Preservação Permanente de cursos d’água

Áreas de Preservação Permanente de topos de morro

Áreas de Restinga

Áreas Úmidas

Corredores Ecológicos

Maciços Vegetais

Unidades de Conservação

Parques Potenciais

IPTU Ecológico

Projeto Macacos Urbanos

Aptidão de Uso do Solo Agrícola - Zoneamento

Marcos Legais

Reserva da Biosfera da Mata Atlântica

Áreas prioritárias para a conservação da biodiversidade (prioridade de ação)

Áreas prioritárias para a conservação da biodiversidade (importância biológica)

Es

tru

tura

So

cio

ec

on

ôm

ica

T e m a

Produção

Primária

Industrial

Turismo / Lazer

Comercial / Serviços

Corredor Agroindustrial

PDDUA

Escolaridade

Renda

Desemprego

População

Organizações Sociais Associações

Pesquisa

Movimentos migratórios

Hábitos de lazer e recreação

Visão de futuro do território

Cabe ressaltar que alguns produtos foram gerados, ao passo que a

maioria foi obtida dos arquivos setoriais disponíveis no repositório da

rede interna de informações GEOPMPA.

A escala de cores identifica o grau de prioridade na obtenção das

informações, considerando a disponibilidade destas nos bancos de

dados existentes e sua importância na elaboração dos trabalhos.

Prioritário

Importante

Complementar

P l a n o E s t r a t é g i c o d a Z o n a S u l

E i x o E s t r u t u r a e P a i s a g e m U r b a n a

Redes de água e Sistema Viário Rede de esgoto cloacal e Estações de Tratamento de EsgotoFonte: GEOPMPA - 2009Fonte: GEOPMPA - 2009

27S e c r e t a r i a d o P l a n e j a m e n t o M u n i c i p a l d e P o r t o A l e g r e

E i x o E s t r u t u r a e P a i s a g e m U r b a n a

Localização dos Equipamentos Comunitários

Unidades Saúde

Ciclovias Áreas Verdes Urbanas

Rede Escolar

Creches

Loteamentos Clandestinos e Ocupações Irregulares

Fonte: GEOPMPA - 2009

Fonte: GEOPMPA - 2009

P l a n o E s t r a t é g i c o d a Z o n a S u l

E i x o B e n s A m b i e n t a i s

Bacias Hidrográficas Áreas de Proteção ao Ambiente Natural - APAN

23

24

22 25

19

15 14

13

12

11

10

8

7

2

3 4

1

5

6

9

16

17

18 20

21

26

27

1 | Várzea do Gravataí2 | Humaitá

3 | Arroio da Areia4 | Arroio Passo das Pedras5 | Arroio Santo Agostinho

6 | Arroio Feijó7 | Almirante Tamandaré

8 | Arroio Dilúvio9 | Santa Teresa

10 | Ponta do Meio11 | Sanga da Morte

12 | Arroio Cavalhada13 | Assunção

14 | Arroio do Osso15 | Arroio Capivara

16 | Arroio Espírito Santo17 | Arroio Guarujá

18 | Ponta do Serraria19 | Arroio do Salso

20 | Ponta Grossa Norte21 | Ponta Grossa Sul22 | Arroio Guabiroba

23 | Belém Novo24 | Ponta dos Coatis

25 | Arroio Lami26 | Arroio Manecão

27 | Arroio Chico Barcelos

Fonte: GEOPMPA - 2009Fonte: GEOPMPA - 2009

29S e c r e t a r i a d o P l a n e j a m e n t o M u n i c i p a l d e P o r t o A l e g r e

E i x o B e n s A m b i e n t a i s

Mapa de Uso do SoloFonte: Diagnóstico Ambiental de Porto Alegre, realizado pela

Universidade Federal do Rio Grande do Sul - 2004

Áreas Prioritárias para Conservação da Biodiversidade e 

Reserva da Biosfera da Mata AtlânticaFonte: Ministério do Meio Ambiente - 2009

Áreas naturais Áreas cultivadas Áreas urbanizadas

RBMA Zona

Zona sobre remanescentes

de Mata Atlântica

Zona sobre áreas urbanas

Zona Núcleo

Zona Núcleo - II

Zona de Recuperação

Zona de Amortecimento

Zona Núcleo

Zona Núcleo

P l a n o E s t r a t é g i c o d a Z o n a S u l

E i x o E s t r u t u r a S o c i o e c o n ô m i c a

Distribuição da População por Setor Censitário.Fonte: Censo 2000.

Mapeamento dos Produtores Rurais de Porto AlegreFonte: Secretaria Municipal de Indústria e Comércio - SMIC e Empresa Estadual de Assistência Rural - EMATER - RS. - 2009

>800habitantes

601-800habitantes

4001-600habitantes

200-400habitantes

< 200habitantes Produção Rural

31S e c r e t a r i a d o P l a n e j a m e n t o M u n i c i p a l d e P o r t o A l e g r e

E i x o E s t r u t u r a S o c i o e c o n ô m i c a

Zoneamento das atividades previstas pelo PDDUA

Área de Proteção ao Ambiente Natural

Desenvolvimento Diversificado

Área de Produção Primária

Área de Ocupação Intensiva

P l a n o E s t r a t é g i c o d a Z o n a S u l

Um dos pressupostos básicos no desenvolvimento do trabalho foi

a transdisciplinariedade e a participação da sociedade civil. A própria

concepção do grupo de trabalho, envolvendo diferentes secretarias e

entidades externas, vem ao encontro desta ideia, consolidando a análise

do todo a partir de diferentes olhares.

A participação da sociedade civil vem reforçar o trabalho

transdisciplinar, trazendo à pauta a visão de quem vivencia o território

cotidianamente.

O ponto de partida da comunicação entre o governo e a sociedade

local ocorreu através do Fórum Regional de Gestão de Planejamento da

Região 8 – Extremo Sul e Restinga, ampliando-se posteriormente. Este

Fórum, através do “Ciclo de Planejamento”, identificou a necessidade do

desenvolvimento deste Programa de Desenvolvimento da MZ8, conforme

previsto no PDDUA.

Uma vez formatada a proposta de trabalho pelo GT, foi realizada a

primeira reunião junto ao Fórum da Região, para o debate da mesma,

bem como dos objetivos do trabalho. Nesta reunião foi exposto o

trabalho realizado até então, os objetivos e a metodologia proposta. As

pessoas participaram mediante respostas a perguntas orientadas, tanto

individualmente como em grupos de trabalho.

Num segundo momento, foram realizadas reuniões interinstitucionais

sobre temas específicos com as secretarias envolvidas – oficinas focadas por

eixos temáticos. Por fim, foi promovida uma grande oficina de construção

coletiva, com ampla participação da sociedade.

Reunião deapresentação

Oficina ampliada

Reuniõestemáticas

Seminário devalidação

Estrutura departicipação da sociedade

Apresentação dos objetivos do trabalho: o que estamos fazendo,

onde vamos chegar, comose dará a participação

Oficina para levantamentode conflitos e potencialidadesexistentes na região - MZ 08

Três reuniões focadas emtemas específicos com as

secretarias - SPM, SMIC e SMAM

Seminário para validaçãoda proposta do

Plano Estratégico

7 O Processo Participativo

33S e c r e t a r i a d o P l a n e j a m e n t o M u n i c i p a l d e P o r t o A l e g r e

OficinasA SPM, no âmbito do Plano de Estratégico da Zona Sul, promoveu

oficinas com representantes da sociedade local para conhecer a visão da

comunidade da região quanto ao tema. Estes encontros foram realizados

no Amparo Santa Cruz, visando facilitar o acesso para os moradores.

A partir daí, iniciou-se uma discussão sobre as questões relevantes

daquela área, com todos os atores envolvidos, incluindo representantes

do setor público e privado, associações de moradores, entidades e outros

interessados.

Este processo contribuiu para a elaboração de propostas de ações,

com vistas à construção do Plano Estratégico que foi desenvolvido a

partir de um processo de articulação institucional entre todos os agentes

de interesses internos e externos à região.

A primeira oficina teve como objetivo coletar subsídios para a

definição de diretrizes referentes à:

 • conservação do ambiente natural 

 • mitigação do impacto da ocupação  habitacional irregularh

 • ações estratégicas que promovam o desenvolvimento sustentávelh

A segunda oficina teve como objetivo:

 • compatibilizar as informações geradas nas oficinas focadas 

Por fim, a terceira oficina teve como objetivo:

 • completar a 1º etapa do Plano Estratégico 

 • validar os temas levantados 

 • hierarquizar os temas mais impactantes 

A oficina foi concebida utilizando técnicas de trabalho com-

partilhado, com a metodologia de planejamento de projeto orientado por

objetivos, com visualização contínua para registro das contribuições e da

elaboração da fotodocumentação. Representa o grande desafio na conso-

lidação de um processo de articulação entre todos os agentes envolvidos

para a formulação de ações com o objetivo de alcançar o desenvolvimento

sustentável da região sul. As contribuições foram registradas em fichas e

apresentadas em plenária pelos participantes, num compartilhamento de

ideias de forma aberta, transparente, socializando resultados.

Salientamos aqui, a importância da contratação do trabalho de

facilitadores devidamente treinados e habilitados para a condução dos

grupos de trabalho neste tipo de processo participativo, dando maior

qualidade ao processo.

P l a n o E s t r a t é g i c o d a Z o n a S u l

Perguntas Orientadoras G r u p o A m a r e l o G r u p o V e r d e G r u p o A z u l G r u p o R o s a

Estr

utur

a e

Pais

agem

Urb

ana

Como pode ser a preservação e a produção de áreas habitacionais nas áreas não ocupadas?

Respeitar o Plano Diretor, mantendo as áreas de ocupação rarefeitas – 0,5 hab/ha

Zoneamento ambiental detalhadoFiscalização zona extremo sul pela SMAM

Aplicar realmente as leis ambientais e habitacionaisRestrição na produção de novas áreas não ocupadas

Preservação ambiental, ocupação coerente e órgão fiscalizador atuante

Como é o atendimento das áreas habitacionais quanto à infraestrutura, equipamentos urbanos e acessibilidade?

Há carência de infraestruturaFalta saneamento básicoTransporte público deficiente

É o pulmão da cidadeQualidade de vida para a cidade e desenvolvimento local

Regular, priorizar a infraestrutura e equipamentos urbanos adequados, conservando a população no local

Como os grandes empreendimentos interferem no desenvolvimento da região?

Negativo: impacto ambiental, poluição, etc.Positivo: geração de emprego e renda

Dependendo do tipo geram empregosPodem gerar grande impacto ambientalDesenvolvimento socioeconômico na região

Modificam a paisagem, causando impactos negativos

Falta de comprometimento com a população e o meio ambiente, sobra para o poder público a infraestrutura, escolas, creches, áreas de lazer

Ben

s A

mb

ien

tais

Qual a importância das áreas naturais para a região e como se pode garantir sua preservação?

Preservação ambiental através de incentivos

Incentivos governamentais para APP

Incentivar a vocação natural da região – agricultura familiar e turismo rural

Incentivo para a preservação e recuperação ambiental com fiscalização permanente

Como a Orla do Guaíba pode ser integrada ao restante da região?

Plano específico para a orlaTransporte integrado com o turismoHá a preocupação com os loteamentos com terrenos mínimos

Transportes integrado entre bairros Infraestrutura adequada ao turismo local

Área de preservação ambiental com acesso gratuito ao público

Revitalização, sensibilização, projetos: esportes, piscicultura, educação ambiental, turismo, respeitando os limites

Estr

utur

a So

cioe

con

ômic

a

Por que a atividade primária é importante para a região e a cidade?

Fixação da população local.Desenvolvimento através do turismo sustentável agro – ecológico e cultural

Fixa a população no localOferece produtos agrícolas de baixo custo para o consumo urbano

Manter os produtores na regiãoCriar espaços para a comercialização da produção, agregando renda, ofertando produtos de qualidade para a população

Como você vê a questão da implantação de atividades de comércio e serviços na região?

Planejamento adequado às necessidades da região para implementar as atividades

Diminui o fluxo de transporteGeração de emprego e renda local com incentivos à população da região

Se bem planejado é positivo, pois gera empregos beneficiando a região

Após uma breve abertura, com a contextualização do trabalho, deu-se

início às atividades de grupo, com perguntas orientadoras para reflexão

individual e, em seguida, a discussão e fechamento das ideias do grupo.

Os grupos receberam as mesmas perguntas orientadoras, que versavam

sobre os três eixos temáticos do trabalho: estrutura e paisagem urbana,

bens ambientais e estrutura socioeconômica.

As perguntas e os resultados do trabalho em grupo estão sintetizados na tabela abaixo:

35S e c r e t a r i a d o P l a n e j a m e n t o M u n i c i p a l d e P o r t o A l e g r e

Após a apresentação das conclusões dos grupos, partiu-se para a

compatibilização dos resultados numa segunda oficina realizada no Centro

Administrativo Regional - CAR Restinga.

O resultado a seguir é uma resposta única de todo o conjunto de

participantes das atividades, que representa a concertação das ideias dos

diferentes atores sociais envolvidos no processo.

Perguntas Orientadoras Respostas Sistematizadas de todos os Grupos

Estr

utur

a e

Pais

agem

U

rban

a

Como pode ser a preservação e a produção de áreas habitacionais nas áreas não ocupadas?

Preservação, zoneamento ambiental, respeitando o plano diretor atual, mantendo as áreas de ocupação rarefeitas.Órgão fiscalizador atuante.

Como é o atendimento das áreas habitacionais quanto à: infraestrutura, equipamentos urbanos e acessibilidade?

Deficiente, priorizar infraestrutura e equipamentos urbanos, melhorando a acessibilidade e conservando a população no local.

Como os grandes empreendimentos interferem no desenvolvimento da região?

Falta de comprometimento com a população e com a preservação do meio ambiente, gerador de impacto negativo, podendo gerar emprego.

Ben

s A

mb

ien

tais Qual a importância das áreas naturais

para a região e como se pode garantir sua preservação?

Incentivo governamental para Área de Preservação Permanente (APP) e incentivo à vocação natural da região. Agricultura familiar e turismo rural.

Como a orla pode ser integrada ao restante da região?

Plano de conservação e revitalização, com projetos específicos, visando a integração interbairros para o turismo com garantias de acesso ao público, respeitando as características de cada área – pública e privada.

Estr

utur

a So

cioe

con

ômic

a

Por que a atividade primária é importante para a região e a cidade?

Oferece produtos agrícolas com qualidade para consumo urbano, fixando a população no local.

Como você vê a questão da implantação de atividades de comércio e serviços na região?

Se bem planejada, é positiva, pois gera empregos e benefícios para a região com criação de espaços para comercialização.

P l a n o E s t r a t é g i c o d a Z o n a S u l

 Esta  etapa  serviu  como  subsídio  para  a  identificação  de 

conflitos e potencialidades, vindo a consubstanciar a proposição 

das diretrizes, num trabalho de articulação interinstitucional 

entre todos os agentes de interesses internos e externos à região. 

Oficinas FocadasA partir do reconhecimento do território, do levantamento de

informações e produção de mapas temáticos, o grupo passou para uma

análise mais aprofundada das informações obtidas, com uma sistemática

de estudo detalhada sobre o território de abrangência.

Para cada um dos eixos preestabelecidos - Estrutura e Paisagem

Urbana, Bens Ambientais e Estrutura Socioeconômica, foi realizada uma

oficina intersecretarias específica, onde participaram, além dos integrantes

do GT, outros profissionais vinculados às temáticas envolvidas, como

forma de agregar visões diferenciadas ao trabalho. As oficinas focadas por

eixos temáticos sobre estruturação urbana, bens ambientais e estrutura

socioeconômica, foram realizadas, respectivamente nas secretarias

planejamento, meio ambiente e indústria e comércio.

A sistemática de trabalho seguiu a mesma metodologia nas

três oficinas. Inicialmente, foi feito um trabalho individual com os

participantes, no sentido de coletar suas percepções e impressões mais

subjetivas sobre a região. Uma forma de trazer o imaginário urbano como

referencial para a construção da cidade, que segundo Kevin Lynch, não

é percebida como um todo, mas por partes, com as quais o cidadão se

identifica ou estabelece algum vínculo.

Num segundo momento, partiu-se para o trabalho em grupos,

onde foram analisadas questões específicas de cada eixo temático e

avaliados os conflitos e potencialidades dos temas relacionados.

Quanto ao eixo Estrutura e Paisagem Urbana, os temas abordados

foram parcelamento do solo, habitação, atividades e equipamentos.

Quanto ao eixo Bens Ambientais, foram considerados aspectos relativos

à proteção do ambiente natural, Unidades de Conservação, corredores

ecológicos, Áreas de Preservação Permanente - APP, entre outros. Já no

eixo Estrutura Socioeconômica, avaliou-se questões relativas à produção

primária e sua comercialização, turismo rural e ecológico, as atividades de

comércio e serviços irregulares na região.

E v e n t o D a t a P ú b l i c o E n f o q u e

1 Reunião Focada 27/10/2008 SPM/PGM

DEMHAB

Problemas e potencialidades específicos

estruturação urbana

2 Seminário 18/11/2008 ComunidadeVisão de Futuro e

identificação de Problemas e Potencialidades

3 Reunião Focada 17/11/2008

SMIC e parceiros externos

Problemas e potencialidades específicos

atividades econômicas

4 Reunião Focada 20/11/2008

SMAM e parceiros externos

Problemas e potencialidades específicos

questões ambientais

5 Reunião Sistematização 1º/12/2008 Comunidade Sistematização das

informações das oficinas

6 Seminário 12/12/2008 Comunidade Validação dos resultados

37S e c r e t a r i a d o P l a n e j a m e n t o M u n i c i p a l d e P o r t o A l e g r e

Através das reuniões realizadas com a comunidade e com técnicos

da prefeitura, foram identificados os diversos conflitos e potencialidades

para a região. Os métodos utilizados estão discriminados no texto acerca

do Plano de Participação. As perguntas orientadoras e o uso de cartelas em

papel através do método ZOOP, levantaram o maior e mais diversificado

número de elementos para posterior análise e sistematização, agregando

em temas as considerações, de forma a tornar mais clara sua compreensão.

Depois desta identificação aberta das questões relativas ao território,

coube ao GT compatibilizar as informações. Primeiramente foi feito o

nivelamento dos conceitos quanto ao significado dos principais termos

utilizados na metodologia, quais sejam:

DESAFIO Provocação para superar algo e atingir o objetivo.

CONFLITO Desavença, pendência, oposição – PODE SER NEGOCIADO.

PROBLEMA Situação negativa, pode ter várias soluções – DEVE SER RESOLVIDO.

POTENCIALIDADE Força ou poder que se pode dispor para realizar algo.

A tarefa da equipe consistia em:

• analisar o que realmente é conflito 

 • agrupar os conflitos comuns e definir um título 

 • analisar as potencialidades 

 • definir o que está dentro da nossa governabilidade 

8 Sistematização dos Resultados

P l a n o E s t r a t é g i c o d a Z o n a S u l

C o n f l i t o sO resultado foi a associação de

ideias de forma a identificar e descrever

os diversos temas levantados, através

dos vários aspectos mencionados.

Com esta dinâmica, é possível obter

como produto os principais conflitos

e potencialidades encontrados na

região. Estes servirão de base para o

planejamento das ações que serão

propostas para o território como forma

de enfrentar os desafios encontrados

e fortalecer os potenciais que podem

promover o desenvolvimento da

região de acordo com o objetivo do

Plano Estratégico.

OS assuntos foram agrupados

pela afinidade temática, recebendo

um título que representasse o

enfoque identificado. Na transcrição

dos cartões produzidos, a seguir

apresentada, é possível observar

como foram agrupadas, no conjunto

de oficinas, as ideias e a denominação

adotada para cada grupo de conflitos

e potencialidades.

Inacessibilidade da orlaZona de manejo da unidade

de conservação: Lami x área urbana

Ocupações clandestinas em desacordo com padrões PDDUA

para zona rarefeita

Os padrões restritivos do PDDUA para MZ8 induzem à

irregularidade

Vasto território e ausência de ficalização e

monitoramento

Criação animais x condomínios e zonas

urbanizadas

Ocupação urbana x áreas inadequadas para

moradias

Degradação do ambiente natural x ocupação urbana

Avanço de ocupação intensiva x áreas de produção primária

Carência de equipamentos

Ocupação urbana x equipamentosOcupação urbana x

infraestrutura

Falta de conectividade do sistema viário

Equipamentos x distâncias

Necessidade de deslocamento sobrecarrega a malha viária

Sistema viário existente na AOI - Ipanema e Cavalhada insuficiente para a demanda de fluxo da zona sul

Falta de previsão de atividades complementares à dinâmica da região

Carência de equipamentos

Falta de investimentos públicos nas vias

estruturadoras, falta passeios, revestimentos, etc

Apropriação privada da orla não permitindo o acesso público

Falta valorização dos espaços públicos

da orla

Baixo uso das potencialidades

aquáticas

Sistema viário induz ocupação

Falta de centralidades

Dependência da região central

Longos eixos viários núcleos intensivos esparsos

Falta de conectividade do sistema viário

Falta de oferta de serviços públicos

nos bairros

Falta qualificação da orla

Poluição, supressão e ocupação das áreas de restinga na orla

Desqualificação da Orla

Carência de Estruturação Urbana

Descontrole da Ocupação Urbana

39S e c r e t a r i a d o P l a n e j a m e n t o M u n i c i p a l d e P o r t o A l e g r e

C o n f l i t o s

Seccionamento de corredores

ecológicos

Padrões de preservação muito restritivos,

dificuldades para a preservação das áreas.

Sinalização; vias de acesso; limpeza das

vias de acesso

Falta de política de contenção de

ocupação irregular

Falta integração metropolitana (turismo)

Falta de políticas públicas para promoção do desenvolvimento da região

Falta de planejamento e educação ambiental com vistas à criação de novas unidades de conservação

Contato de populações naturais

animais com ocupação urbana

Legislação só permite Projeto Especial em AEIS e APAN ou

em glebas superioras a 100 ha

Falta de incentivo ao corredor

agroindustrial

APP na orla são constantemente

invadidas

PDDUA proíbe a verticalização na zona rarefeita

Manejo inadequado em áreas de produção primária

e APAN

Critérios de isenção do IPTU são insuficientes para manter o uso das propriedades

Falta financiamento - melhoria propriedades

Áreas de APP x Ocupações (irregulares ou não)

Plano Diretor é insuficiente para a qualificação dos espaços públicos

Mau uso dos recursos hídricos x produção primáriaUsos complementares à habitação não serem

permitidos em todos os locais, mesmo em porte menor

Insuficiência de incentivos à preservação ambiental e à manutenção da propriedade rural

Poluição ambiental devido à falta de controle dos insumos utilizados e dejetos produzidos

pela produção primária

Falta de avaliação com base científica dos padrões de ocupação para zona rarefeita

Prédios públicos em APP

Habitação não é permitida em todos os locais, gerando incongruências (local trabalho x local moradia)

Resíduo construção x banhadosÍndice de ocupação

inadequado das áreas de preservação ambiental

Falta hospedagem com infraestrutura de acordo

com a propriedade

Falta hospedagem com infraestrutura de acordo

com a propriedade

Falta de planejamento e integração de ações

entre secretarias

Inexistência de um parque rural regional

A política de reassentamento prioriza aquela região (baixo valor do solo) MZ8

Ocupações regulares (DEMHAB/AEIS) que geram

conflito com o entorno

Degradação Ambiental Instrumentos Legais e Institucionais Inadequados

Ausência de uma Estratégia para o Turismo

Políticas Públicas Inadequadas para a Região

Insuficiência de Incentivos

Atividades muito

restritivas

Habitação não é permitida em todos os locais (as áreas de produção nesta MZ são compatíveis com

habitações não poluentes ou com menos potencial)

Revisão do modelo ou da localização do corredor

agroindustrial

Locais onde não são permitidas

habitações ou atividades

complementares

P l a n o E s t r a t é g i c o d a Z o n a S u l

P o t e n c i a l i d a d e s

Geração de renda ligada à psicultura, dentro de políticas

para despoluição do rio

Vocação para o turismo

Serviços ambientais da matriz natural

Disposição em grande parte da região em se adequar à legislação urbanística e ambiental

Proteção ambiental

Condomínio como barreira para preservação dos morros e APAN

Patrimônio natural (vegetação, morros,

visuais, fauna, topografia)

Previsão de área para habitação de interesse social

Planejamento e fiscalização para as áreas naturais, coibindo ocupações irregulares

Utilização da área como laboratório de educação ambiental

de educação ambiental e cultural (ensino e pesquisa)

Corredores ecológicos; Unidades de Conservação; conservação da fauna silvestre; proteção de ecossistemas; melhoria na qualidade de vida da

população humana; conservação biota silvestre; fluxo gênico; pesquisa científica/zona de amortecimento, projetos voltados para ações de educação ambiental com as comunidades adaptados às realidades locais; projetos de

monitoramento ambiental nas áreas onde há ecossistemas originais

Orla: conservação da mata ripária; reprodução de espécies (peixes, anfíbios); troca gênica - corredores de biodiversidade; preservação de espécies;

projetos respeitando a legislação; turismo sustentável - impactos com uso de potencialidades

Regularização urbana e fundiária

APP - arroios e morros: preservação dos ambientes naturais; mostra de ecossistemas relevantes à conservação de espécies raras, endêmicas e vulneráveis; benefícios à qualidade de vida da população humana

Padrões especiais que incentivem a preservação proposta

APAN e áreas de produção primária: uso de forma sustentável respeitando o uso de parcelas do solo e PDDUA/ legislação incentivando através de

programas específicos de órgãos públicos ou produção agroecológica/orgânica

Possibilidade de ocupação ordenada preservando a qualidade de vida

Cultura local como geradora de emprego e

renda

Potencial para desenvolvimento de

atividades desportivas

Produção rural

Parques naturais

Agricultura como base ecológica

Turismo ecológico e rural

Produção primária para geração de renda

Turismo

Patrimônio Natural

Dispositivos de Planejamento

41S e c r e t a r i a d o P l a n e j a m e n t o M u n i c i p a l d e P o r t o A l e g r e

A última oficina foi realizada em 12.12.2008, no Amparo Santa Cruz, com o objetivo de validar os temas levantados e hierarquizar os temas mais

impactantes.

O resultado foi a consolidação dos seguintes conflitos e potencialidades:

Conflitos/Desafios Potencialidades

Estrutura e Paisagem Urbana

Descontrole da Ocupação Urbana Carência de Estruturação Urbana

Dispositivos de PlanejamentoPolíticas Públicas inadequadas para a região Desqualificação da orla

Instrumentos legais e institucionais inadequados

Bens Ambientais

Degradação ambiental Patrimônio Natural

Estrutura Socioeconômica

Insuficiência de incentivo Ausência de estratégias para turismoTurismo

Produção primária para geração de renda

P l a n o E s t r a t é g i c o d a Z o n a S u l

Instrumentos Legais e Institucionais InadequadosA zona sul vem se desenvolvendo à margem do que foi planejado para

esta região, pelo plano diretor. As áreas de preservação se mantêm apenas

pelo esforço de alguns proprietários mais conscientes, carecendo de uma

parceria assistida pelo Município em termos de incentivo para garantir

sua manutenção. As áreas de produção primária, por falta de incentivo e

fomento, vão cedendo lugar às ocupações urbanas de caráter mais intensivo.

As ocupações, loteamentos clandestinos e irregulares comprometem os

princípios da AOR, conceituada pelo PDDUA

para a região, gerando aglomerados desprovidos

de infraestrutura e demandando ações

emergenciais para um atendimento precário

e insuficiente. Os programas que deveriam

promover o desenvolvimento sustentável, no

que se refere ao fomento econômico e transporte,

bem como à estruturação espacial, regularização

fundiária e preservação são parcialmente

aplicados, gerando também resultados parciais.

Políticas Públicas InadequadasAs políticas públicas devem definir a direção do desenvolvimento de

uma região, resguardando a conservação de seu patrimônio, além de ordenar

sua implementação através de diretrizes e projetos, concretizados também

como regramento legal e institucional.

Embora exista abundante ordenamento referente às questões do

desenvolvimento municipal envolvendo aspectos ambientais, da produção

primária e outras que se aplicariam à região, percebe-se um descumprimento

deste, decorrência da falta de uma gestão integrada e voltada para as

características próprias do território. A consequência é um processo de

ocupação do território que acontece à revelia das políticas estudadas e

estabelecidas, onde se observa a crescente ocupação da área rarefeita por

núcleos habitacionais irregulares e clandestinos, sem a devida provisão de

infraestrutura, degradação ambiental e uma progressiva perda da vocação da

região como área de produção primária.

A constatação nos leva a questionar o quanto estes instrumentos estão

atualizados e adequados à realidade local e as perspectivas de desenvolvimento

da região.

Descontrole da Ocupação UrbanaCom a expansão do mercado informal de assentamentos habitacionais,

surgem os territórios semiestruturados, desvinculados e distantes dos serviços

urbanos convencionais, causando deslocamentos excessivos e sobrecarga da

precária malha viária. Estas ocupações geralmente se consolidam de forma

não planejada, em áreas impróprias, desprovidas de infraestrutura básica e

equipamentos comunitários, causando degradação ambiental e afetando

inclusive as áreas adjacentes.

9 Principais Conflitos

43S e c r e t a r i a d o P l a n e j a m e n t o M u n i c i p a l d e P o r t o A l e g r e

Carência de Estruturação Urbana e Equipamentos ComunitáriosA baixa de oferta de equipamentos públicos de caráter comunitário é

decorrência do padrão de ocupação do solo rarefeito proposto pelo PDDUA.

No entanto, a existência de loteamentos clandestinos e irregulares gera esta

demanda, uma vez que não há destinação de áreas públicas para implantação

de equipamentos de lazer e educação básica - praça, escola fundamental e

infantil para os moradores.

Desqualificação da OrlaPorto Alegre se limita, a oeste, com a orla do Lago Guaíba. Especificamente

na zona sul, a orla se encontra em áreas particulares em quase toda

sua extensão, o que impede o acesso público a esta porção do território.

Por outro lado, alguns trechos públicos da orla, com o Belém Novo

e Lami, apresentam condições de uso insuficientes e precárias. Os

equipamentos encontram-se desgastados e depredados, além de carecer de

infraestrutura de apoio ao usuário da orla, como passeios, bancos, sanitários,

trapiches ou atracadouros para barcos e apoio para praticantes de esportes

náuticos.

Insuficiência de Incentivo Na zona sul da cidade concentra-se a maior parte das áreas voltadas à pro-

dução primária no Município. Em decorrência da sua localização, setores que

até pouco tempo eram eminentemente de produção rural, foram aos poucos

sendo urbanizadas, mesmo que na maioria das vezes clandestinamente, alte-

rando o contexto e a vocação da região. Estas ocupações acabam prejudicando

as atividades rurais, uma vez que geram degradação do solo, da água, insegu-

rança e outros. Os incentivos dados através de recentes iniciativas públicas de

fomento começam agora a produzir resultados, mas ainda são insuficientes

para refletir alterações significativas na região.

Degradação AmbientalA degradação ambiental pode ser compreendida como o conjunto

de perdas e prejuízos que atingem o patrimônio ambiental, composto

por elementos e fenômenos naturais, físicos e culturais. Na região, a

principal causa da degradação ambiental decorre das ocupações irregulares

e loteamentos clandestinos. Estes interferem em importantes sistemas

naturais como os banhados e restingas característicos da região, alterando o

ecossistema, gerando resíduos poluentes, principalmente através do esgoto

lançado sem tratamento nos cursos d’água, afetando a qualidade destes

no entorno e, em alguns casos, até inviabilizando as atividades primárias a

jusante. Por fim, o impacto na paisagem também causa degradação, uma vez

que pode comprometer o potencial da região como destino turístico.

Ausência de Estratégias para TurismoAs condições territoriais da zona sul oferecem potencial para exploração

através do turismo de diversas formas. No entanto, a transformação da

paisagem pela ocupação urbana, a acessibilidade insuficiente, sinalização

precária, ausência de marketing associado à falta de investimentos privados

para consolidar o produto turístico em questão são problemas que ameaçam

os resultados da implementação de programas turísticos. Encontra-se

em desenvolvimento apenas um projeto público de turismo através dos

Caminhos Rurais de Porto Alegre.

P l a n o E s t r a t é g i c o d a Z o n a S u l

Dispositivos de PlanejamentoÉ necessário promover a revisão de padrões de uso e ocupação do solo

que são aplicados através do PDDUA, que associados à legislação ambiental,

podem promover o equilíbrio entre a preservação dos bens ambientais e

áreas destinadas à ocupação intensiva, gerando uma ocupação ordenada com

possibilidades de regularização urbanística e fundiária de áreas consolidadas

que não se encontram em situação de risco.

Patrimônio NaturalÉ definido como o conjunto de elementos da paisagem natural,

englobando a flora e a fauna. O patrimônio natural abrange áreas que

concentram espaços representativos, cuja ocupação deverá ser disciplinada

com vistas à sua manutenção, como os morros, as margens do Guaíba e os

arroios.

O patrimônio natural possui vínculos fortes com o patrimônio cultural,

entendido como conjunto de bens imóveis de valor significativo - prédios,

praças, parques, ambiências, sítios e paisagens - e manifestações culturais

que conferem identidade a estes espaços.

A MZ8 abriga uma grande concentração de patrimônio natural na ci-

dade, que se manifesta nos morros, arroios, corredores ecológicos, banha-

dos, matas de restinga e orla preservada. Além da Reserva Biológica do Lami

existente na região, fomenta-se a criação de outra Unidade de Conservação

vinculada ao Morro São Pedro.

TurismoAs condições territoriais da zona sul abrem potencial para exploração

através do turismo de diversas formas.

O turismo rural, ecológico e de aventura associado às atividades turís-

ticas já existentes na região, são opções adequadas às características deste

território.

O roteiro Caminhos Rurais tem como objetivo principal o desenvol-

vimento do turismo nas áreas rurais de Porto Alegre em base local, visan-

do a sustentabilidade econômica, ambiental, cultural e social. A integração

ao meio de produção, visando qualificar as condições socioeconômicas das

comunidades pertencentes à região rururbana por meio da ampliação da

geração de renda para as famílias na agricultura familiar através do turismo,

também é delineada como uma prioridade do projeto.

Produção Primária para Geração de RendaPorto Alegre é uma das capitais nacionais com a maior incidência de

produção primária. É inovadora em novas culturas e responde com muita

agilidade no que oportuniza o mercado. A produção de alimentos ecológicos

10 Principais Potencialidades

45S e c r e t a r i a d o P l a n e j a m e n t o M u n i c i p a l d e P o r t o A l e g r e

sem agrotóxicos é referência na capital, assim como a produção

de mudas ornamentais para paisagismo. Com um planejamento

adequado e respeito às vocações desta região é possível garantir

a manutenção e o desenvolvimento da produção primária de

Porto Alegre. Isso não somente gera renda para os envolvidos,

mas garante a conservação das características rarefeitas do

território.

11 Método de Análise Matricial

A análise matricial é uma ferramenta metodológica

para identificar a interrelação entre conflitos e potencia-

lidades preestabelecidos, através de um diagnóstico que

permita identificar os efeitos de cada uma das variáveis

sobre as outras.

A análise relacional destas variáveis pode demons-

trar o quanto cada conflito afeta os demais, agravando ou

fortalecendo as outras variáveis.

Os conflitos e potencialidades são avaliados entre si,

com relação ao grau de interferência (baixa, média e alta)

que cada um tem sobre o outro, atribuindo-se um valor

variável de 0 a 3 de acordo com a influência de um sobre

o outro. A soma dessa relação comparativa identifica as

variáveis com maior impacto no território, podendo dire-

cionar as prioridades de ação.

Segue a matriz de análise relacional dos conflitos e

potencialidades identificados no território, construída

com esta metodologia, com os respectivos somatórios.

P l a n o E s t r a t é g i c o d a Z o n a S u l

C o n f l i t o s P o t e n c i a l i d a d e s

DESCONTROLE DA OCUPAÇÃO

URBANA

CARÊNCIA DE ESTRUTURAÇÃO

URBANA

POLÍTICAS PÚBLICAS

INADEQUADAS PARA A REGIÃO

DESQUALIFICAÇÃO DA ORLA

INSTRUMENTOS LEGAIS E

INSTITUCIONAIS INADEQUADOS

DEGRADAÇÃO AMBIENTAL

INSUFICIÊNCIA DE INCENTIVO

AUSÊNCIA DE ESTRATÉGIAS

PARA O TURISMO

DISPOSITIVO DE PLANEJAMENTO

PATRIMÔNIO NATURAL

PATRIMÔNIO NATURAL

PRODUÇÃO PRIMÁRIA

PARA GERAÇÃO DE

RENDA

Co

nf

li

to

s

DESCONTROLE DA OCUPAÇÃO

URBANA3 3 2 1 3 1 0 13 1 3 1 0 12

CARÊNCIA DE ESTRUTURAÇÃO

URBANA0 1 3 0 3 2 1 10 0 3 2 1 7

POLÍTICAS PÚBLICAS

INADEQUADAS PARA A REGIÃO

3 3 3 3 3 3 3 21 3 3 3 3 12

DESQUALIFICAÇÃO DA ORLA 1 1 1 1 3 1 2 10 1 3 1 2 10

INSTRUMENTOS LEGAIS E

INSTITUCIONAIS INADEQUADOS

3 3 3 3 3 3 3 21 - 3 3 3 12

DEGRADAÇÃO AMBIENTAL 1 0 1 3 2 1 1 9 2 - 1 1 9

INSUFICIÊNCIA DE INCENTIVO 2 1 1 3 2 3 3 15 0 3 2 1 7

AUSÊNCIA DE ESTRATÉGIAS PARA

O TURISMO2 2 1 3 1 2 2 13 0 3 2 1 7

12 13 11 20 10 20 13 13 20 13 13

Pote

nci

alid

ades

DISPOSITIVO DE PLANEJAMENTO 3 3 1 2 2 3 1 1 16 3 2 2 7

PATRIMÔNIO NATURAL 0 1 0 2 1 3 2 3 12 3 3 3 9

PATRIMÔNIO NATURAL 1 1 2 3 1 2 2 3 15 2 3 3 8

PRODUÇÃO PRIMÁRIA PARA

GERAÇÃO DE RENDA

3 1 2 2 1 3 1 2 15 3 3 3 9

7 6 5 9 5 11 6 9 8 9 8 8

47S e c r e t a r i a d o P l a n e j a m e n t o M u n i c i p a l d e P o r t o A l e g r e

O Plano Estratégico, definido como um conjunto de políticas, diretrizes,

projetos e ações, para o enfrentamento das questões identificadas na análise,

baseado na projeção futura, visando ao desenvolvimento do território a partir

da manutenção de suas características principais, é o instrumento escolhido

para abarcar o conjunto de propostas elaboradas ao longo do período entre

2008 e 2010, quando se desenvolveu o trabalho.

Representa o conjunto de proposições com diversos graus de

complexidade em várias linhas de atuação que incluem desde estudos

abrangendo aspectos conceituais, com resultados indiretos e perceptíveis

ao longo prazo, até ações pontuais e mais específicas, com resultado quase

imediato.

As diretrizes identificadas neste processo de análise do território

estão organizadas por linhas de atuação dentro dos três eixos temáticos

predefinidos, quais sejam, Estrutura e Paisagem Urbana, Bens Ambientais e

Estrutura Socioeconômica.

Dos conflitos e potencialidades apresentados como

resultado desta sistematização, os temas identificados como

os mais impactantes no território foram:

12 Estratégias e Diretrizes

Degradação ambiental

Descontrole da ocupação urbana

Carência de estruturação urbana

Políticas públicas e sociais inadequadas

Produção primária

Segmento de turismo

Con

flito

sPo

tenc

ialid

ades

P l a n o E s t r a t é g i c o d a Z o n a S u l

Revisão PDDUA em vários aspectos

Mobilidade urbana

Qualificação da infraestrutura

Complementação da estruturação urbana

Gestão do território

Estr

utur

a e

Pais

agem

Urb

ana

Mapeamento dos bens ambientais

Implementação de instrumentos de proteção

Viabilização de parques e Unidades de Conservação - UC

Programa de Educação Ambiental

Ben

sA

mbi

enta

is

Fortalecimento de políticas de fomentoà produção primária

Regularização das atividades de comércio e serviços

Formação e qualificação profissional

Fortalecimento de políticas defomento ao turismo

Estr

utur

a So

cioe

conô

mic

a

Estas agrupam uma série de recomendações sobre estudos, programas,

projetos e ações para viabilizar sua implementação. São indicações que não

esgotam as possibilidades e necessidades de intervenção no território, mas

compõem um conjunto expressivo de propostas a serem incorporadas nas

políticas setoriais, a curto, médio e longo prazo, em função dos recursos

disponíveis.

Representam um conjunto de possibilidades para a zona sul de hoje

e, portanto, em função dos processos de tomada de decisão que definirão

os rumos do desenvolvimento desta parcela do município de Porto Alegre,

bem como em função dos tempos necessários para a implementação das

propostas, poderão e deverão ser permanentemente reavaliadas.

Nas próximas páginas estão os detalhamentos esquemáticos 

das diretrizes elencadas nestas linhas de atuação.

49S e c r e t a r i a d o P l a n e j a m e n t o M u n i c i p a l d e P o r t o A l e g r e

PDDUA

Modelo Espacial e Estratégias

Alterações pela revisão de 2010 Compatibilização com modelo espacial

Implementação estratégias (PDDUA) Estudo viabilidade de concretização das estratégias

Revisão do zoneamento, ocupação e uso do solo propostos, cruzados com a realidade e com

cenários futuros

Corredor agroindustrial

Corredores ecológicos

Áreas de produção primária

Unidades de conservação

Áreas habitacionais irregulares

Estudos urbanísticos setoriais integradosEstudo piloto já realizado no Lami com a proposta de

redefinição do Regime Urbanístico

Realização de estudos em outros setores MZ8

Compatibilização das nomenclaturas utilizadas nas legislações ambientais

Estudo da estrutura urbana gerada pela implantação de grandes condomínios / empreendimentos

Estudo da eficácia dos padrões estabelecidos no PDDUA - morfologia urbana

Mobilidade

Projeto urbano da Avenida ParqueAlternativas de desenho urbanístico

Piloto Estrada Lami (Belém Novo/Lami)

Estudo de alternativas para circulação de pedestres nas estradas

Implantação de projeto piloto de ciclovia na AOR

Estudo da hipoviaAlternativas traçado

Compatibilização com malha viária existente

Estudo de alternativas de pavimentos permeáveis nas vias não estruturadoras

Melhoria na sinalização urbana e turística

Estudo de transporte fluvial - passageiro e turístico

Estudo de transporte coletivo - Terminais de Transbordo

Lami - turístico

Belém Novo - turístico

Cruzamento com projeto Portais da Cidade

Estudo para qualificação dos pontos de parada de ônibus

Rodoanel

Apropriação dos estudos existentes

Estudos da conexão com a RS 118

Estudos dos impactos na região

D i r e t r i z e s d o E i x o E s t r u t u r a e P a i s a g e m U r b a n a

P l a n o E s t r a t é g i c o d a Z o n a S u l

Infraestrutura

Estudo da capacidade de atendimento/demanda

Infraestrutura Áreas irregulares

Equipamentos comunitários Áreas regulares

Deslocamentos Projetos Minha Casa, Minha Vida

Compatibilização Diretrizes PDDUA com propostas Plano Diretor Drenagem

Estudo alternativas, soluções regionais na coleta e tratamento de esgotos

Estruturação Urbana

Estudo para implantação de equipamento municipal vinculado às características da

região e tradições culturais e gaúchasEquipamento lazer estruturador

Alternativas tipologias temáticas

Alternativas locacionais

Espaço comunitário para população local

Projeto prioritário para qualificação de

bairros

Belém Novo Projeto de qualificação da orla

Recuperação urbanaLami Terminal turístico rodoviário com estacionamento

Complementação projeto Parque Arroio do Salso

Sistema de espaços abertos

Estudo de áreas potenciais para equipamentos públicos

Estudo e gravame no PDDUA para novas áreas públicas junto a orla

Estudo e gravame de sistema viário de acesso destas áreas públicas

Gestão do Território

Implantação de estrutura eficaz para fiscalização de loteamentos clandestinos

Fortalecimento dos valores culturais da região

Estímulo e apoio às festividades e atividades locais

Estímulo e apoio às comunidades tradicionais

Índigenas

Quilombolas

Pescadores

Museu para resgatar os valores e hábitos da região

Programa do parque temático cultural de tradições rurais na região sul

Identificação e integração com atividades territoriais através de CTG

Promover a participação cidadã no apoio à formulação da ações regionais

Apropriação de Metodologia de Design Territorial

Contratação de curso e oficina com representante da Universidade Politécnica de Milão no Brasil - POLIDESIGN

Adotar a gestão institucional integrada como prática corrente

D i r e t r i z e s d o E i x o E s t r u t u r a e P a i s a g e m U r b a n a

51S e c r e t a r i a d o P l a n e j a m e n t o M u n i c i p a l d e P o r t o A l e g r e

Cruzamento para identificação de setores

de conflito e áreas vulneráveis

Mapemamentos bens ambientais

APP

Cursos d’água

Topos do morro

Áreas de restinga

Áreas de banhado

Maciços vegetais

Corredores ecológicos

Identificação e mapeamento dos Biomas listados pelo Ministério do

Meio Ambiente - MMA

Reserva biosfera Mata Atlântica

Áreas prioritárias para conservação de biodiversidade

Bioma Pampa - Estratégias regionais

Sistema de proteção das áreas naturais

IPTU EcológicoPossibilidades de implantação

Dificuldades de implantação e eficácia

Unidades de conservação

Reserva Biológica do Lami Compatibilização do Plano de Manejo com PDDUA

Morro São Pedro

Gravame de UC no PDDUA

Definição do tipo de UC conforme a lei do SMUC

Implantação da sede dentro da UC, conforme determinação do Programa Socioambiental - PISA

Parques urbanos

Parque Linear Arroio do Salso

Detalhamento do setor intermediário

Projeto do parque linear

Parque temático Preservar bens ambientais, a cultura e tradições locaisReserva Particular de Patrimônio

Natural - RPPNIdentificar potenciais Promover o gravâme

Educação Ambiental

Programa ampliado de educação ambiental voltado às especificidades

locais e em parceria com as escolas, unidades de conservação e

associação de moradores

Arroios e parque linear

Corredores ecológicos

Orla do Guaíba

Faixa e matas de restinga

Fauna e flora locais

D i r e t r i z e s d o E i x o B e n s A m b i e n t a i s

P l a n o E s t r a t é g i c o d a Z o n a S u l

Estudo contratado

Estudo e levantamento da matriz socioeconômica da região

Reconhecer o perfil socioeconômico

Avaliação e redirecionamento das políticas públicas

Dimensionamento e mapeamento das atividades produtivas

Identificar potenciais para desenvolvimento

Produção Primária

Estudo para identificar potencial em produtos agropecuários com vínculo de origem na área de produção - Marca Local

Fortalecimento das políticas de fomento à produção primária

Análise das dificuldades da implantação e eficácia do IPTU Rural

Comercialização direta

Produção ecológica de orgânicos

Incentivo à produção ecológica

Certificação - Organização Controle Social (OCS)

Comercialização direta

Industrialização de produtos Licenciamentos

Agroindústrias

Levantamento e mapeamento das existentes

Programa de incentivo ao licenciamento

Revisão do zoneamento previsto pelo PDDUA

Decreto 15.958/2008,licenciamento das atividades agropecuárias

Criação de animais

SuinoculturaAcompanhamento, aprovação e

licenciamento do condomínio de suinocultura

Criação de equinos

Levantamento de locais de criação, treinamento e hospedagem

Regularização e licenciamento das atividades e dos locais

Recenseamento dos animais - MZ8

Fomento das atividades

relacionadas aos equinos

Escola hipismo

Produção de artigos específicos

Ferraria

Assistência veterinária

Identificação e fomento à criação de demais rebanhos

Pescadores

Recenseamento e localização dos indivíduos

Estudo para implantação de marina de apoio no Lami - Resolução 369, CONAMA

Estratégia de fomento à manutenção e expansão da atividade

Fortalecer a cadeia de comercialização do pescado local

D i r e t r i z e s d o E i x o E s t r u t u r a S o c i o e c o n ô m i c a

53S e c r e t a r i a d o P l a n e j a m e n t o M u n i c i p a l d e P o r t o A l e g r e

Comércio e serviços

Programa de regularização do comércio e serviços

Revisão do zoneamento previsto no PDDUA

Análise de parcerias com entidades como o SEBRAE

Programa de incentivo à produção e comércio de artefatos

relacionados com as atividades primárias

Ferramentas e utensílios

Ração e produtos veterinários

Produção de plantas ornamentais e de jardim

Qualificação de mão de obra local para provisionar atividades principais

Produção primáriaAgricultura

Pecuária

Comércio e serviços

Turismo

Atividades Náuticas

Construção de locais para manutenção de embarcações

Manutenção de motores

Formação de marinheiros

Programa de desenvolvimento e qualificação do artesanato local

Identificação dos potenciais

Assessoria com SEBRAE-RS

Programa de revitalização de Belém Novo como local de turismo e lazer

Qualificação da orla - resgate projeto SMAM

Recuperação do restaurante Poletto

Incetivo a outros empreendimentos gastronômicos

Implantação de feira de produtos locais

Orgânicos

Artesanatos

Peixes

Produtos caseiros

Produtos têxteis

Indígenas

D i r e t r i z e s d o E i x o E s t r u t u r a S o c i o e c o n ô m i c a

P l a n o E s t r a t é g i c o d a Z o n a S u l

Turismo

Fortalecimento do programa Caminhos Rurais de Porto Alegre

Pontos de contemplação nos morros

Identificação dos locais

Estudos para implantação de acesso

Estudo para implantação de infraestrutura básica no local

Belvedere

Estacionamento

Programa de fomento ao ecoturismo

Identificação de trilhas orientadas

Incentivo à criação de rede de hospedagem local

Atividades turísticas integradas com Viamão

Criação de marca regional

Atracadouro em Itapuã

Parque Natural de Itapuã

Programa camping sustentável Qualificação dos existentes

Marina e atracadouro público para turismo náutico

Estudo para identificar local adequado

Estudo de viabilidade econômica de atividades turísticas

Projeto terminal turístico com infraestrutura adequada

Integração com projetos orlas metropolitanas - METROPLAN

Calendário de eventos locais e regionais

Festas populares - feiras tradicionais de safras

Eventos tradicionalistas

Semana Farroupilha

Cavalgadas

Eventos rurais (feiras e rodeios)

Festas religiosas

Inclusão da região no circuito náutico de competição - regatas

Estudo viabilidade de implantação sistema transporte turístico local

Sinalização turística regional Placas com mapas esquemáticos orientadores

D i r e t r i z e s d o E i x o E s t r u t u r a S o c i o e c o n ô m i c a

55S e c r e t a r i a d o P l a n e j a m e n t o M u n i c i p a l d e P o r t o A l e g r e

O resultado de todo este processo de discussão e análise propiciou uma

compreensão da dinâmica específica do território. Este entendimento foi

construído de forma coletiva, agregando saberes dos diferentes atores sociais

e técnicos, permitindo uma concertação entre estes, para a definição de li-

nhas de atuação para o território, de forma a enfrentar os desafios identifica-

dos e alcançar o objetivo pretendido.

As diretrizes e estratégias traçadas pelo Plano Estratégico ultrapassaram

os limites de atuação da SPM, abrangendo o conjunto da PMPA na tarefa de

construir este cenário futuro desejado. Estas diretrizes precisam ser desenvol-

vidas pelos diversos setores da administração pública através de programas e

projetos específicos, conforme as respectivas áreas de atuação. Este documen-

to também poderá servir de referência para que a sociedade acompanhe o de-

senvolvimento da região, facilitando a sua contribuição para este propósito.

A construção deste território, nesta forma de abordagem e com esta pro-

jeção do cenário futuro, se dará ao longo do tempo, dependendo da imple-

mentação articulada do conjunto das propostas gradativamente. Além disso,

o Planejamento Estratégico implica necessariamente na constante análise e

reavaliação dos objetivos e resultados, de forma a retroalimentar o proces-

so sistêmico de planejamento. A partir desta dinâmica, é possível ajustar as

ações de maneira a alcançar resultados mais efetivos na busca do objetivo,

incorporando as práticas da gestão do projeto ao planejamento territorial.

Cabe salientar que, embora o trabalho realizado tenha se estruturado a

partir de três grandes eixos temáticos, definindo para cada um deles ações

de diferentes naturezas, a questão da gestão de um plano estratégico para a

região sul passa a ser fundamental. Somente com o acompanhamento dos

desdobramentos no tempo de cada uma destas propostas é que se poderá

gerar a desejável integração e coordenação entre os diferentes setores do co-

nhecimento, bem como entre os diversos atores sociais envolvidos com esta

discussão.

13 Conclusão

P l a n o E s t r a t é g i c o d a Z o n a S u l

SPM

Andrea Oberrather Antonio Gomes Carla HilgertCleia Oliveira

Eunice Schwenber Kelly Jordão Marcelo Allet

Synthia Krás Borges

SMAM

João Roberto Meira Sérgio Moura Soraya Ribeiro

Valéria Damasceno

SMIC

Antonio Mello Bertaco

DEMHAB

Denise Pacheco Campos Fernando Biffignadi

SMGL

Teresinha Campanel

SMTUR

Joana Braga

Luciana Schuch da Cruz

Vanessa Haas Engster

EPTC

Lucia de Borba Maciel

Paulo Schreinert

PGM

Simone Somensi

EMATER - Escritório Porto Alegre

Luis Paulo Ramos

Warna Frühauf

Grupo de Trabalho

Projeto GráficoCapella Design

Tiragem500 exemplares

ImpressãoGráfica Pallotti

FotografiasBanco de Imagens da PMPA

Banco de imagens do GT Zona Sul

www.portoalegre.rs.gov.br/spm