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1 BIBLIOTECA ESCOLAR COMO RECURSO PEDAGÓGICO NAS AULAS DE LÍNGUA PORTUGUESA Natália Silva dos Santos 1 RESUMO O presente artigo tem o objetivo de apresentar a biblioteca escolar como um recurso importante nas aulas de língua portuguesa, sejam elas no ensino fundamental ou no ensino médio. Para isto, se tornou necessário o estabelecimento e a delimitação dos objetivos das aulas de língua portuguesa, o conceito de leitura, de biblioteca e suas respectivas funções e objetivos e a sua relação com aprendizado e com a vida em sociedade. Após, foi apresentado como a biblioteca pode inferir e qualificar o trabalho do professor na sala de aula. Para exemplificar e possibilitar uma análise mais objetiva é apresentado a prática das aulas de língua portuguesa na Escola Municipal de Ensino Fundamental José Plácido de Castro, do município de Sapucaia do Sul/RS. Por meio dela é possível ver a relação essencial entre professor e biblioteca escolar e os trabalhos desenvolvidos em conjunto com a professora do espaço e da equipe escolar. Palavras: Biblioteca escolar. Aulas. Leitura. Ensino. Português. Comunicação. 1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS As Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica (MEC, 1998, p.107) preconizam como princípios norteadores das políticas educativas e das ações pedagógicas os seguintes princípios: Éticos: de justiça, solidariedade, liberdade e autonomia; de respeito à dignidade da pessoa humana e de compromisso com a promoção do bem de todos, contribuindo para combater e eliminar quaisquer manifestações de preconceito e discriminação. Políticos: de reconhecimento dos direitos e deveres de cidadania, de respeito ao bem comum e à preservação do regime democrático e dos recursos ambientais; de busca da equidade no acesso à educação, à saúde, ao trabalho, aos bens culturais e outros benefícios; de exigência de diversidade de tratamento para assegurar a igualdade de direitos entre os 1 Discente do Curso de Letras da Universidade LaSalle – Unilasalle, matriculada na disciplina de Trabalho de Conclusão de II, sob a orientação da Prof. Dra. Lúcia Regina Lucas da Rosa. Professora das disciplinas de Língua Portuguesa e Literatura no Governo no Estado do Rio Grande do Sul. E-mail: [email protected].

BIBLIOTECA ESCOLAR COMO RECURSO PEDAGÓGICO NAS … · Os pais que leem para os filhos antes de dormir; a avó que conta histórias ... Cereja e Magalhães (2012, p. 17), “o Brasil

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BIBLIOTECA ESCOLAR COMO RECURSO PEDAGÓGICO NAS AULAS DE LÍNGUA PORTUGUESA

Natália Silva dos Santos1

RESUMO

O presente artigo tem o objetivo de apresentar a biblioteca escolar como um recurso

importante nas aulas de língua portuguesa, sejam elas no ensino fundamental ou no

ensino médio. Para isto, se tornou necessário o estabelecimento e a delimitação dos

objetivos das aulas de língua portuguesa, o conceito de leitura, de biblioteca e suas

respectivas funções e objetivos e a sua relação com aprendizado e com a vida em

sociedade. Após, foi apresentado como a biblioteca pode inferir e qualificar o

trabalho do professor na sala de aula. Para exemplificar e possibilitar uma análise

mais objetiva é apresentado a prática das aulas de língua portuguesa na Escola

Municipal de Ensino Fundamental José Plácido de Castro, do município de Sapucaia

do Sul/RS. Por meio dela é possível ver a relação essencial entre professor e

biblioteca escolar e os trabalhos desenvolvidos em conjunto com a professora do

espaço e da equipe escolar.

Palavras: Biblioteca escolar. Aulas. Leitura. Ensino. Português. Comunicação.

1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

As Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica (MEC, 1998,

p.107) preconizam como princípios norteadores das políticas educativas e das ações

pedagógicas os seguintes princípios:

Éticos: de justiça, solidariedade, liberdade e autonomia; de respeito à dignidade da pessoa humana e de compromisso com a promoção do bem de todos, contribuindo para combater e eliminar quaisquer manifestações de preconceito e discriminação. Políticos: de reconhecimento dos direitos e deveres de cidadania, de respeito ao bem comum e à preservação do regime democrático e dos recursos ambientais; de busca da equidade no acesso à educação, à saúde, ao trabalho, aos bens culturais e outros benefícios; de exigência de diversidade de tratamento para assegurar a igualdade de direitos entre os

1 Discente do Curso de Letras da Universidade LaSalle – Unilasalle, matriculada na disciplina de Trabalho de

Conclusão de II, sob a orientação da Prof. Dra. Lúcia Regina Lucas da Rosa. Professora das disciplinas de Língua Portuguesa e Literatura no Governo no Estado do Rio Grande do Sul. E-mail: [email protected].

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alunos que apresentam diferentes necessidades; de redução da pobreza e das desigualdades sociais e regionais. Estéticos: de cultivo da sensibilidade juntamente com a da racionalidade; de enriquecimento das formas de expressão e do exercício da criatividade; de valorização das diferentes manifestações culturais, especialmente as da cultura brasileira; de construção de identidades plurais e solidárias.

Tendo isto em vista, devemos perceber o ensino como a prática para o

desenvolvimento da maturidade do aluno enquanto cidadão – saber o que lhe cabe

de deveres e de direitos e como buscá-los da maneira correta; perceber os estudos

como meio de avanço na qualidade de vida própria e dos demais ao seu redor,

colaborando, assim com o progresso no trabalho laboral e na carreira acadêmica.

Para que sejamos reconhecidos como cidadão em pleno gozo de seus direitos é

essencial apropriar-se de sua língua materna; isto é, ter domínio das mais variadas

formas de utilização da língua – seja por meio oral ou escrito.

Uma das formas pelas quais a identidade se constitui é a convivência e, nesta, pela mediação de todas as linguagens que os seres humanos usam para compartilhar significados. Destes, os mais importantes são os que carregam informações e valores sobre as próprias pessoas. Vale dizer que a ética da identidade se expressa por um permanente reconhecimento da identidade própria e do outro. (PARECER CNE 15/2000).

A apropriação da língua materna passa pelas mais diversas linhas do

conhecimento, visto que, apropriar-se não é somente ter a capacidade de

decodificação de letras, é ser letrado. Na matemática, aprendemos a linguagem dos

números e como eles se apresentam; é necessário conhecer o “gênero” de tabelas,

gráficos, para sintetizar as informações e realizar os cálculos necessários. Na

geografia, precisamos identificar informações em mapas, tabelas, gráficos e afins

para transpor esses dados em textos – e assim por diante.

Apesar dessa amplitude, a “responsabilidade” maior recai para as aulas de

língua portuguesa e literatura, logo: o objetivo principal do ensino de Língua

Portuguesa deve ser o de tornar o aluno capaz de utilizar a língua de maneira

adequada nas mais diversas possibilidades de interação social. Para que seja

possível essa vivência de comunicação profícua, é essencial a prática da leitura.

Cereja e Magalhães (2015, p. 276) indicam que não se sabe “quando nasce

um leitor fiel e comprometido com o livro”. Não há um sistema pré-estabelecido para

a criação da prática da leitura “em algum momento, uma centelha se acende na

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imaginação e cria um leitor para sempre” e muitos fatores influencia o hábito da

leitura:

Os pais que leem para os filhos antes de dormir; a avó que conta histórias de seu tempo; o professor que lê em capítulos um livro para a classe; um livro para a classe; um passeio a uma biblioteca, livraria ou feira de livros; o contato com adultos leitores; uma conversa com um escritor... (CEREJA e MAGALHÃES, 2015, p. 276).

No entanto, é sabido que, infelizmente muitos dos alunos não são oriundos

de uma família e meio social letrado, principalmente quando nos referimos aos

alunos da rede pública (seja municipal, estadual ou federal). Como apontado por

Cereja e Magalhães (2012, p. 17), “o Brasil é um país que, além de ler pouco, lê

mal”.

Em 2000, por exemplo, o Brasil participou pela primeira vez do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA), que reuniu estudantes (todos entre 15 e 16 anos) de 32 países. Nossos jovens obtiveram o último lugar. Mais de metade deles ficou entre os níveis 1 e 2 de leitura (num total de 5 níveis), isto é, mal conseguia reconhecer a ideia principal de um texto, extrair informações que podiam ser inferidas, estabelecer relações entre um texto e outro, ler gráficos, diagramas, etc. (CEREJA e MAGALHÃES, 2012, p. 17)

Na última edição do PISA, em 2015, os resultados foram semelhantes,

portanto é reforçada a responsabilidade da escola em proporcionar oportunidades e

meios para que os alunos possam exercitar a língua em sua forma oral e escrita de

modo significativo, já que ela se torna “o único veículo de interação desses alunos

com textos, cabendo a ela oferecer leituras de qualidade, diversidade de textos,

modelos de leitores e práticas de leitura eficazes e, consequentemente, formar

leitores competentes”, como Cereja e Magalhães (2015, p. 276) apoiam.

2. A LEITURA

A leitura é um dos assuntos de destaque no planejamento das aulas de

língua portuguesa. Para que seja possível ver a profundidade da importância deste

ponto na didática da sala de aula, em primeiro momento, é necessário termos em

mente a significação de “leitura”.

No livro, Estratégias de leitura, Solé (1998, p. 22) conceitua a leitura como

um “processo de interação entre o leitor e o texto; neste processo tenta-se satisfazer

[obter uma informação pertinente para] os objetivos que guiam sua leitura”. Já

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Cafiero (2010, p.86) vê a leitura como um “processo cognitivo, histórico, cultural e

social de produção de sentido”. Logo, exige a participação de um leitor que seja

“sujeito ativo” do processo, conforme Solé também traz:

[...] Também implica que sempre deve existir um objetivo para guiar a leitura; em outras palavras, sempre lemos para algo, para alcançar alguma finalidade. O leque de objetivos e finalidades que faz com que o leitor se situe perante um texto é amplo e variado: devanear, preencher um momento de lazer e desfrutar; procurar uma informação concreta; seguir uma pauta ou instruções para realizar uma determinada atividade (cozinhar, conhecer regras de um jogo); informar-se sobre um determinado fato (ler o jornal, ler um livro de consulta sobre a Revolução Francesa); confirmar ou refutar um conhecimento prévio; aplicar a informação obtida com a leitura de um texto na realização de um trabalho, etc. (SOLÉ, 1998, p.22).

Segundo Borgatto et al. (2012, p.8) o mundo em que vivemos, com

circulação social de grande volume e variedade de informações, faz a capacidade de

ler e interpretar textos em várias linguagens imprescindível, "a competência leitora é

um instrumento valioso para apropriação de conhecimentos do mundo que nos

cerca. Não apenas isso: ela pode se constituir também em um poderoso instrumento

para o autoconhecimento”:

Não lemos todos um mesmo texto da mesma maneira. Há leituras respeitosas, analíticas, leituras para ouvir as palavras e as frases, leituras para reescrever, imaginar, sonhar, leituras narcisistas em que se procura a si mesmo, leituras mágicas em que seres e sentimentos inesperados se materializam e saltam diante de nossos olhos espantados. (MORAIS, 1996, p. 13)

Para que a interação entre sujeito e texto possa resultar em criação, a

leitura deve integrar nosso dia a dia, perceber que o texto está presente em todos os

lugares, seja ele falado ou não; é “ver” as músicas, o telejornal, a propaganda do

carro de som, as novidades do facebook e as mensagens enviadas pelo

whatsapp. É no momento em que percebemos a leitura no nosso mundo que

identificamos o quão essencial ela é.

[...] necessidade de ler suscitada por desafios diversos: querer conhecer, apoderar-se de bens culturais guardados pela escrita, descobrir outros mundos, perceber e buscar outras leituras que "conversem" com sua leitura (intertextualidade), ou que conversem com o leitor... São desafios que podem gerar prazer, estimular repertórios ativos ou latentes, fazer sonhar, ajudar a ler/ver o mundo. (BORGATTO, 2012, p.8)

A capacitação para uma comunicação eficiente envolve a leitura

compreensiva e crítica, a produção escrita e oral, assim como a análise e

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compreensão da estrutura e funcionamento da língua, deve presidir o ensino-

aprendizagem.

Formar um leitor competente supõe formar alguém que compreenda o que lê; que possa aprender a ler também o que não está escrito, identificando elementos implícitos; que estabeleça relações entre o texto que lê e outros textos já lidos; que saiba que vários sentidos podem ser atribuídos a um texto; que consiga justificar e validar a sua leitura a partir da localização de elementos discursivos que permitam fazê-lo. (PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS – LÍNGUA PORTUGUESA, p. 36)

Cafiero (2010, p. 86) ressalta a validade dos alunos serem questionadores,

“que levantem hipóteses, confronte interpretações, conte sobre o que leu e não faça

questionários de perguntas e respostas de localização de questões”. Trabalhar com

a cópia mecânica de textos ou “leia por que está aí a informação” é, simplesmente,

“perda de tempo”.

Lemos para nos conectarmos ao outro que escreveu o texto, para saber o que ele quis dizer, o que quis significar. Mas lemos também para responder às nossas perguntas, aos nossos objetivos. Nas aulas tradicionais de leitura, o aluno lê por ler, ou para responder perguntas para o professor saber que ele leu. (CAFIERO, 2010, p. 87).

Logo, no ensino de Língua Portuguesa, é essencial planejar situações nas

quais sejam recriadas, em sala de aula, diferentes formas de comunicação que

levem em consideração outros contextos que não apenas o escolar. É significar a

prática para que ela seja significativa aos nossos alunos de forma que ocorra o real

aprendizado.

[...] Nessa perspectiva, a mera "transmissão" ao aluno de um conhecimento já pronto e sistematizado cede lugar para a inserção do "novo", onde se privilegia a busca, a descoberta, enfim, abre-se espaço para que o aprendiz possa ser sujeito na construção do saber. Sob essa ótica a aprendizagem deixa de ser unilateral - do professor ao aluno - para tornar-se mútua, entre mestre/aprendiz, guardadas as devidas assimetrias. (TARDELLI, 2002,

p.43)

Tendo em vista isto, Antunes (2003, p. 70) nos revela três planos sobre os

benefícios da leitura. O primeiro é a ampliação dos repertórios de informação, onde

o “leitor incorpora ideias, novos conceitos, novos dados, novas e diferentes

informações acerca das coisas, das pessoas, dos acontecimentos, do mundo em

geral”. Assim, o acesso para leituras variadas significa a aquisição de novas

informações, “informações de um texto de geografia podem ser bastante relevantes

para apoiar os argumentos apresentados num comentário, por exemplo”.

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No segundo plano de Antunes, a leitura traz a “experiência gratuita do prazer

estético, do ler pelo simples gosto de ler. Para admirar. Para deleitar-se com as

ideias, com as imagens criadas, com o jeito bonito de dizer literalmente as

coisas”. Aliado ao plano de Antunes, em Tavares (2012), quaisquer que sejam as

formas e motivações dos estudantes, as experiências de leitura devem garantir o

desenvolvimento da imaginação, da sensibilidade, do prazer, da sensibilidade, do

prazer de ler. O aspecto lúdico, emocional e o caráter pragmático devem mobilizar

capacidades sistematicamente complementares ao desempenho oral e escrito.

Formar um leitor competente supõe formar alguém que compreenda o que lê; que possa aprender a ler também o que não está escrito, identificando elementos implícitos; que estabeleça relações entre o texto que lê e outros textos já lidos; que saiba que vários sentidos podem ser atribuídos a um texto; que consiga justificar e validar a sua leitura a partir da localização de elementos discursivos que permitam fazê-lo. (PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS - LÍNGUA PORTUGUESA,1998, p.36)

No último de seus três planos, Antunes vê que a atividade da leitura permite

que “se compreenda o que é típico da escrita, principalmente o que é típico da

escrita formal dos textos da comunicação pública”.

[...] é pela leitura que se aprende o vocabulário específico de certos gêneros de textos ou de certas áreas do conhecimento e da experiência. É pela leitura, ainda, que aprendemos os padrões gramaticais (morfológicos e sintáticos) peculiares à escrita, que aprendemos as formas de organização sequencial (como começam, continuam e acabam certos textos) e de apresentação (que formas assumem) dos diversos gêneros de textos escritos. A exposição, pela leitura, é claro, a bons textos escritos é fundamental para ampliação de nossa competência discursiva em língua escrita. (ANTUNES, 2003, p. 76).

Para propiciar o contato com a leitura e formar os “leitores competentes”,

Cereja e Magalhães (2012, p. 20) sugerem uma série de práticas ao professor,

como: promover situações na biblioteca escolar ou na biblioteca do município para

que conheçam o local (como funciona e qual sua distribuição); dispor/formar uma

"bibliotequinha" na sala, com materiais variados de leitura (livros, revistas, jornais...);

colocar à disposição materiais que sejam interessantes à leitura (na biblioteca

escolar ou na sala de aula); ao sugerir leituras, verificar as preferências dos alunos,

a fim de indicar o material mais apropriado; possibilitar a leitura; considerar fatores

como idade, sexo, nível financeiro e social ao indicar livros; oferecer diversos e

selecionados títulos de livros; incluir no planejamento da semana pelo menos um

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período de aula destinado para a leitura; se possível, efetivar na escola projeto de

leitura por classe/ano. Corroborando, Durcan diz:

Por que a vida em sala de aula representa um cenário comunicativo onde se fala e se escuta, onde se lê e se escreve, onde se faz e se diz. Por que sem comunicação não há educação. As possibilidades de aprendizagem se dão a partir da mediação da linguagem, da palavra, utilizando artefatos culturais múltiplos e variados. (DURBAN, 2012, p. 29)

3. A BIBLIOTECA ESCOLAR

O dicionário Priberam online define a palavra “biblioteca” como um “conjunto

de livros, manuscritos, etc., possuídos por um particular ou destinado à leitura

pública; sala ou edifício onde está essa coleção; móvel para livros”. No entanto, a

definição é fechada e inadequada quando confrontada com o papel a ser

desenvolvido no espaço escolar. Já o Manifesto da Unesco diz:

A biblioteca é a porta de entrada para o conhecimento, fornece as condições básicas para o aprendizado permanente, autonomia das decisões e para o desenvolvimento cultural dos indivíduos e dos grupos sociais. (UNESCO, 1979, p. 158)

Durban Roco (2012, p. 21) percebe a biblioteca escolar como “um agente de

atenção e apoio às desigualdades e de compreensão social. A biblioteca pode

oferecer a todos os alunos da escola a possibilidade de acesso igualitário à

informação, à educação e à cultura.” Para tanto, a IFLA/UNESCO, no Manifesto da

Biblioteca Escolar (1999) que a biblioteca deve ser “encarada como um motor para a

valorização e melhoria do ensino e da aprendizagem para toda a comunidade

escolar – educadores e alunos”.

[...] a biblioteca escolar é mais que um recurso, já que também gera possibilidades contínuas de apoio ao trabalho do professor e de coordenação educacional para o desenvolvimento curricular. [...] o que justifica a existência da biblioteca escolar não é a biblioteca escolar em si como estrutura organizacional estável que proporciona serviços bibliotecários, mas seu uso como recurso educacional facilitador do desenvolvimento de processos de ensino-aprendizagem e de práticas de leitura, e, consequentemente, sua conceituação como agente pedagógico que apoia, de forma estável, o desenvolvimento do projeto curricular da escola. (DURBAN, 2012, p.4)

Hilleschei e Fachin (1999, p. 68) estabelecem os principais básicos da

biblioteca escolar:

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Ampliar conhecimentos, visto ser uma fonte cultural; colocar à disposição dos alunos um ambiente que favoreça a formação e desenvolvimento de hábitos de leitura e pesquisa; oferecer aos professores o material necessário à implementação de seus trabalhos e ao enriquecimento de seus currículos escolares; colaborar no processo educativo, oferecendo modalidades de recursos, quanto à complementação de ensino-aprendizagem, dentro dos princípios exigidos pela moderna pedagogia; proporcionar aos professores e alunos condições de constante atualização de conhecimentos em todas as áreas do saber; conscientizar os alunos de que a biblioteca é uma fonte segura e atualizada de informações; estimular nos alunos o hábito de frequência a outras bibliotecas em busca de informações e/ou lazer; integrar-se com outras bibliotecas, proporcionando intercâmbios culturais, recreativos e de informações.

Assim, a biblioteca deve desempenhar as três funções: educativa, cultural e

social e a recreativa/educativa:

Função educativa: serve de suporte no desenvolvimento de atividades curriculares para a melhoria do ensino, funcionando como instrumento de formação do indivíduo; Função cultural e social: é um espaço em que os produtos da cultura (livros, jornais, revistas, gibis, mapas, etc.) são disponibilizados para comunidade escolar, o até para comunidade em geral, possibilitando o acesso à informação e a transmissão de conhecimento por meio da convivência entre pessoas de diferentes faixas etárias, raças, classes sociais e experiências; Função recreativa/educativa: permite que o usuário construa um novo conceito de biblioteca e passe a frequentá-la não apenas por obrigação, mas por lazer e prazer; estimulando o gosto pela leitura desde os primeiros anos escolares da criança. (STUMPF, 1987; OLIVEIRA, 1987 apud HILLESHEIM; FACHIN, 1999, p. 69-70).

Em maio de 2016 foram lançados os resultados da 4ª Pesquisa “Retratos da

Leitura no Brasil – 2016”. Essa pesquisa, aplicada pelo IBOPE, sob o apoio e

encomenda do Instituo Pró-Livro, tem o objetivo de “conhecer o comportamento do

leitor e os indicadores de leitura dos brasileiros [...], construir séries históricas e

comparar os resultados de outros países [...]”. Além disto, ela oportuniza uma visão

quantificada do alcance da biblioteca escolar.

Foram 5.012 entrevistados, segundo Canônica (2016, p. 75), 66% não

frequentam bibliotecas, 14% raramente, 15% às vezes e 5% sempre frequentam;

dos que frequentam 60% utilizam as bibliotecas escolares. Quando questionados

sobre os motivos que levam as pessoas a utilizarem as bibliotecas, 80% são para

“ler livros para pesquisa/estudar” e “pegar livros emprestados para trabalhos

escolares”.

Outra questão é “o que faria as pessoas frequentarem mais a biblioteca?”,

32% “ter mais livros ou títulos novos”, 22% “ter títulos interessantes ou que me

agradem”. Canônica (2016, p. 80) indica que esses dados reforçam a visão de que a

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biblioteca é um meio de acesso ao livro e que este deve trazer significância e

relevância aos leitores.

3.1 O PAPEL DE APOIO DO BIBLIOTECÁRIO

A biblioteca deve ser agente catalisador e canalisador de ações concretas que, sem apoio estável e contínuo não poderia frutificar. Fazendo parte da engrenagem pedagógica que envolve a totalidade da realidade educacional da escola, deve aglutinar, como um imã, demandas e necessidades concretas surgidas nas diferentes áreas curriculares. É necessário que exista um agente que realize essa função se desejamos que os processos de mudança na escola se concretizem com realismo e praticidade. (DURBAN, 2012, p. 91)

Segundo Pitz et al (2011, p. 409) o bibliotecário é um profissional da

informação e está “apto a planejar, organizar e gerenciar bibliotecas, assim como

centros de informações e documentação de empresas, editores, arquivos, museus,

entre outras organizações”. Devendo, assim, buscar proporcionar um local

adequando para o desenvolvimento das ações pedagógicas, tais como: ambiente

iluminado, limpo; acervo catalogado, organizado, renovado, restaurado, atualizado e

devidamente sinalizados, como indicado por Pimentel (2009,p. 35-37).

Para o bibliotecário desempenhe as funções da biblioteca com completude,

ele deve ser, assim como professor, “leitores críticos”.

O bibliotecário e o professor mediadores da leitura devem ser, eles próprios, leitores críticos capazes de distinguir, no momento da seleção e da indicação de livros, a boa literatura infantil e juvenil daquela “encomendada”, com aparência moderna, engajada, mas totalmente circunstancial, cuja forma simplificada, abusivamente repetida, desprepara o leitor em formação para a aceitação de outros textos [...]. (CARVALHO, 2002, p. 23).

O bibliotecário ativo na escola, para Blattmann e Cipriano (2005, p. 5) é

“aquele que participa da elaboração do currículo da escola [...] e assume, também, o

papel de educador”, quando dentro do espaço da biblioteca escolar.

Esse torna a sua biblioteca um diferencial, notado e consequentemente faz a diferença e acaba atraindo investimento para a sua Biblioteca. O bibliotecário no ambiente educacional precisa estar apto a desenvolver o papel de educador quando criar políticas internas para incentivar a prática cultural na biblioteca, entre as quais em organizar mostras culturais, contação de histórias, sessão de teatro e cinema, dia de autógrafo com autores, gincanas de leitura e interpretação, criação de textos entre outros. Quando fizer da biblioteca um espaço divertido, agradável e aconchegante, um ambiente prazeroso e conquistando novos leitores. Assim, envolvendo-os nas atividades e fazendo que se torne um programa agradável e habitual em visitar a biblioteca para realizar pesquisas ou efetuar leituras diversas. Esta será com certeza a biblioteca sonhada por muitos, porém, realizada no momento por poucos. (BLATTMANN; CIPRIANO, 2005, p. 5).

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4. UM EXEMPLO DE PRÁTICA POSITIVA – A BIBLIOTECA COMO RECURSO.

O exemplo de prática a ser relata aqui ocorre na Escola Municipal de Ensino

Fundamental José Plácido de Castro, desenvolvida pela professora de língua

portuguesa. Esta prática foi escolhida por ser um exemplo de transformação e

qualificação do espaço da biblioteca escolar, em uma escola pública, situado em um

bairro carente do município de Sapucaia do Sul/RS. A fim de mostrar que não é

“impossível” a concretização de ações positivas e válidas na melhoria dos espaços

escolares, mesmo com o escasso e quase inexistente financiamento do sistema.

A professora é formada em língua portuguesa e literatura e possui

especialização em literatura brasileira e, leciona exclusivamente na rede pública há

10 anos. Suas aulas tem como base o programa de conteúdos solicitados pela

secretaria (de acordo com suas palavras, segue uma linha conteudista), mas,

sempre que possível tenta mesclar a leitura e escrita e forma significativa – a

exemplo, na aula que foi presenciada, a professora pôs uma musica para ser ouvida

e após os alunos debateram sobre os sentimentos que afloram pela temática da

canção – “Amor”. É desenvolvido também, três projetos com apoio da bibliotecária:

“Poemas em sala de aula”, “Leitura literária como fonte de conhecimento e prazer” e

“Autor presente”.

O projeto “Poemas em sala de aula” consiste na escrita, por parte dos alunos,

de poesias escritas nas aulas do primeiro semestre e na confecção de uma

coletânea das obras produzidas. O primeiro exemplar publicado foi no ano de 2008,

impresso na própria escola. Após, a direção da escola buscou parcerias com

empresas da região para o patrocínio da impressão do material. De 2009 até o

presente ano, um supermercado da rede Risul é a patrocinadora.

No momento do lançamento do livro, realizam um coquetel na escola, fazem

a entrega dos exemplares para os alunos, tiram fotos que depois são expostas na

escola para divulgação e incentivo aos outros discentes. A bibliotecária (que é

professora do ensino fundamental I) auxilia na pesquisa sobre a poesia, na editora

do livro e da divulgação dos resultados do projeto – realizando a exposição dos

livros, confeccionando cartazes com as poesias, etc.

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Figura 1 – Primeira edição

2008.

Fonte: o autor.

Figura 2 – Segunda edição

2009.

Fonte: o autor.

Figura 3 – Terceira edição

2010.

Fonte: o autor.

Figura 4 – Quarta edição

2011.

Fonte: o autor.

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O projeto “Leitura literária como fonte de conhecimento e prazer” se dá por

meio da leitura de livros de autores recomendados para alunos de 7º e 8º ano e

outra lista para o 9º ano. Neles encontramos autores como Shakespeare, Cervantes,

Camões, Alighieri, Monteiro Lobato, Marta Melo, Sérgio Caparelli, Clarice Lispector,

Lya Luft, Sérgio Faraco, Machado de Assis, Walcyr Carrasco...

Os alunos tem a liberdade de escolher qualquer obra de qualquer autor

indicado na lista fornecida pela professora. A bibliotecária separa as obras

disponíveis no acervo e deixa em um local de fácil acesso aos alunos. Quando os

alunos realizam os trabalhos solicitados na biblioteca, a professora faz a assistência

e orientação necessárias. Em sala de aula, a leitura é externalizada por meio de

seminários, onde os alunos apresentam o livro lido, seus aspectos positivos e

negativos e um tema que realizaram pesquisa por ter destaque na narrativa da obra.

Um aluno fez a leitura de “A Divina Comédia” de Dante Alighieri e produziu um

painel expositivo sobre os “reis do inferno”.

Figura 5 – Quinta edição

2012.

Fonte: o autor.

Figura 6 – Sexta edição

2013.

Fonte: o autor.

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No projeto “Autor presente”, a cada ano, a prefeitura municipal solicita o

informe do nome de um escritor que professora tenha interesse em trabalhar com os

alunos durante um período determinado até o escritor selecionado faça uma visita à

escola. Em 2008, dois autores locais foram à escola, Sr. Olindo e Irane; em 2009

Fabricio Carpinejar; em 2011, Luiz Coronel,

Os alunos realizam a leitura dos materiais produzidos pelo autor, realizam

seminários, produzem painéis que expõem pelos corredores da escola, saraus sob

orientação da biblioteca escolar, etc. Além do apoio aos projetos da professora de

Figura 7 – Livros do projeto leitura

Fonte: o autor.

Figura 8 – Lista de autores

recomendados ao 7º e 8º ano.

Fonte: o autor.

Figura 9 – Lista de autores

recomendados ao 9º ano.

Fonte: o autor.

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português, a bibliotecária realiza a hora do conto com os alunos do ensino

fundamental I.

A professora de português contou que quando começou na instituição, há 10

anos, a biblioteca escolar era um mero depósito de livros, pois a ideia da escola era

“biblioteca boa é biblioteca limpa – limpa de sujeira e de alunos que fazem bagunça

e barulho”. Foi necessário um grande trabalho, realizado em conjunto com a direção

escolar e com a bibliotecária para que a biblioteca se tornasse em espaço de

qualidade, que atendesse as necessidades de alunos e professores.

O acervo há muito tempo não era conferido, muitas obras haviam sido

extraviadas (nunca devolvidas e nunca cobradas ou repostas). Os materiais

disponíveis careciam de atualização, isto é, necessitavam de obras que

despertassem o desejo pela leitura aos jovens mais facilmente que os “clássicos da

literatura”.

As professoras, em parceria, realizaram a catalogação do acervo existente

na escola e realocando ele na biblioteca de forma que ficasse “ás mãos” dos alunos,

com os livros de maior interesse nas prateleiras mais baixas, nas mais altas, ficaram

obras de referência como dicionários, gramáticas, atlas e os livros didáticos.

Elaboraram um sistema de controle de retiradas e de entregas de materiais, para

evitar os extravios.

Foi instituída a carteirinha para retirada de livros, cobrando um valor

simbólico para confecção, o dinheiro arrecadado é revertido para novas aquisições.

A compra de acervo segue as orientações da professora e das “fichinhas de

sugestões” dos alunos – no canto da biblioteca há uma “urna” onde os alunos

podem indicar futuras compras da biblioteca com materiais de seu interesse. A

bibliotecária frequenta as feiras do livro da região e realiza pesquisas online para

adquirir novos títulos. Atualmente, apesar de pequeno (falta de incentivo público) o

acervo, conta com uma gama diversa de gêneros – desde literatura clássica

brasileira e universal, literatura brasileira e estrangeira com os best-sellers como

“Crepúsculo”, “A Culpa é das Estrelas” aos mangás (história em quadrinhos

japonesa) como “Naruto” e “Dragon Ball”.

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Para que também a biblioteca fosse “povoada” pelos alunos, foi elaborado

um horário de funcionamento que, na medida do possível, atende as necessidades

de alunos e dos professores. Durante o intervalo a biblioteca fica aberta para que

seja, além de um espaço de leitura, um espaço de convivência. A professora de

português, dentro de sua carga horária com os alunos, leva-os na biblioteca para

que possam fazer as retiradas, devoluções e leitura de livros (ou outros materiais).

No turno da tarde, quando a bibliotecária não está atendendo alguma turma

(com o projeto da “Hora do Conto” ou “cobrindo” alguma turma na qual faltou o

professor responsável), presta assessoria na produção dos trabalhos escolares de

alunos, auxiliando na seleção de materiais, na pesquisa na internet... A bibliotecária

sempre fala com os professores para ter conhecimento dos procedimentos e

objetivos de cada trabalho – seja para português ou qualquer outra disciplina.

Uma das aulas do 8º ano disse que foi pelo contato com a biblioteca da

escola que adquiriu o hábito da leitura, pois não tem recursos financeiros para

comprar livros, nem para se locomover frequentemente à biblioteca municipal – que

Figura 10 – Prateleiras com livro.

Fonte: o autor.

Figura 11 – Prateleiras com livro.

Fonte: o autor.

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não possui um bom acervo, de acordo com a mesma. Ali pode conversar sobre a

leitura realizada com sua “professora da sala e da biblioteca”, compartilhando

sugestões de obras umas as outras.

Para professora de português, sem o apoio da bibliotecária, seu trabalho não

seria tão profícuo com os alunos, para ela “se compararmos a escola ao corpo

humano, a biblioteca está muito próxima do coração; se não uma das partes

componentes do coração” e a bibliotecária seria “seu braços e pernas”.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

De acordo com Krug (2015, p. 2) a leitura é responsável por contribuir, de

forma significativa, à formação do indivíduo, influenciando-o a analisar a sociedade,

seu dia a dia e, de modo particular, ampliando e diversificando visões e

interpretações sobre o mundo, com relação à vida em si mesma.

No entanto, para isso, é urgente uma mudança na metodologia das aulas de

Língua Portuguesa, que até hoje, em geral, mantêm-se como foco o ensino puro e

simples da gramática normativa. Deixando a leitura (de textos completos e não

frases desconexas de um exercícios de morfologia) de lado, ao ostracismo. A língua

não pode ser simplificada a fatos linguísticos isolados: trata-se de uma atividade

interativa, que acontece em diversos contextos de produção, com propósitos

diferentes conforme o interlocutor a qual destina-se o texto - oral ou escrito.

Devemos buscar trabalhar com toda a pluralidade existente/possível nos mais

diversos usos da língua.

O problema é discernir sobre o que faz parte desse padrão e adotar uma visão não purista, de flexibilidade, de abertura, para incorporar as alterações que vão surgindo; o problema é, ainda, não julgar essas mudanças como, simplesmente, provas de decadência da língua e, assim, não subestimar ou não ridicularizar aqueles que fogem a esse padrão socialmente prestigiado. [...] (ANTUNES, 2007, p.101)

A leitura deve ser destaque constante e significativo. Assim como Simões

destaca:

Leitura é interação: o ato de ler implica diálogo entre sujeitos históricos. Desse modo, as atividades de leitura, desde as primeiras etapas escolares, visam ao desenvolvimento de competências que permitam compreender que todo o texto tem um autor e, como tal, é a manifestação de um ponto de

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vista, a partir de um determinado contexto histórico e concreto. (SIMÕES, 2012, p. 47)

Com isto em mente, A IFLA vê a biblioteca escolar como o espaço que

“propicia informação e ideias fundamentais para seu funcionamento bem sucedido

na informação e no conhecimento”. E é a biblioteca escolar que “habilita os

estudantes para a aprendizagem ao longo da vida e desenvolve a imaginação,

preparando-os para viver como cidadãos responsáveis”. Pois ela, como apontado

anteriormente por Durban e por Stumpf, é um ambiente democrático de acesso aos

livros por parte dos alunos; assim abrindo as portas para o conhecimento e ao

confronto de ideias e realidades diferentes das nossas; vemos o quanto precisamos

progredir e quanto já progredimos ao longo da história.

Só que, para haver o desenvolvimento da biblioteca e de sua colocação

como recurso de apoio as aulas de língua portuguesa e das demais disciplinas não

basta que tenhamos o espaço físico da biblioteca. É necessário, conforme Durban

(2012, p. 35) traz: “a responsabilidade está nas mãos dos professores, na maneira

como abordam sua prática e aproveitam os recursos e meios de ensino que têm a

seu alcance”. Como feio na E.M.E.F. José Plácido de Castro, a professora de língua

portuguesa, vendo a carência de um espaço de qualidade, trabalhou junto à

bibliotecária para promover e revitalizar a biblioteca da escola; criando um discurso

comum vinculado à necessidade.

BIBLIOTECA ESCOLAR COMO RECURSO PEDAGÓGICO EN LAS CLASES DE

LENGUA PORTUGUESA

RESUMEN

El presente artículo tiene el objetivo de presentar la biblioteca escolar como un

recurso importante en las clases de lengua portuguesa, ya sean en la enseñanza

fundamental o en la enseñanza media. Para ello, se hizo necesario el

estabelecimiento y la delimitación de los objetivos de las clases de lengua

portuguesa, el concepto de lectura, de biblioteca y sus respectivas funciones y

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objetivos y su relación con el aprendizaje y la vida en sociedad. Después, fue

presentado como la biblioteca puede inferir y calificar el trabajo del profesor en el

aula. Para ejemplificar y posibilitar un análisis más objetivo se presenta la práctica

de las clases de lengua portuguesa en la Escola Municipal de Educação

Fundamental José Plácido de Castro, del municipio de Sapucaia do Sul / RS. Por

medio de ella es posible ver la relación esencial entre profesor y biblioteca escolar y

los trabajos desarrollados en conjunto con la profesora del espacio y del equipo

escolar.

Palabras: Biblioteca escolar. Clases. Lectura. Enseñanza. Portugués. Comunicación.

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