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UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL CURSO DE PEDAGOGIA ELIZA KELLY GROSMAM AMORIN HELENA MARIA DO SACRAMENTO GISLENE MARIA DE ANDRADE ÁVILA MARIA EUGÊNIA DE FÁTIMA SILVA ROSILENE MARIA DA SILVA GAIO SANDRA CONCEIÇÃO DE CARVALHO PROJETO INTERDISCIPLINAR A DESCENDÊNCIA AFRO-BRASILEIRA E A MISCIGENAÇÃO NO BRASIL JUIZ DE FORA JUNHO DE 2012

Bicastiradentes pluralidadeculturali afrodescendencia

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Page 1: Bicastiradentes pluralidadeculturali afrodescendencia

UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA

UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL

CURSO DE PEDAGOGIA

ELIZA KELLY GROSMAM AMORIN

HELENA MARIA DO SACRAMENTO

GISLENE MARIA DE ANDRADE ÁVILA

MARIA EUGÊNIA DE FÁTIMA SILVA

ROSILENE MARIA DA SILVA GAIO

SANDRA CONCEIÇÃO DE CARVALHO

PROJETO INTERDISCIPLINAR

A DESCENDÊNCIA AFRO-BRASILEIRA E A MISCIGENAÇÃO NO BRASIL

JUIZ DE FORA

JUNHO DE 2012

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ELIZA KELLY GROSMAM AMORIN

HELENA MARIA DO SACRAMENTO

GISLENE MARIA DE ANDRADE ÁVILA

MARIA EUGÊNIA DE FÁTIMA SILVA

ROSILENE MARIA DA SILVA GAIO

SANDRA CONCEIÇÃO DE CARVALHO

PROJETO INTERDISCIPLINAR

A DESCENDÊNCIA AFRO-BRASILEIRA E A MISCIGENAÇÃO NO BRASIL

Projeto interdisciplinar apresentado como requisito parcial à conclusão do Curso de Temas transversais nos PCN’s, da Faculdade de Educação, Universidade Federal de Juiz de Fora.

JUIZ DE FORA

JUNHO DE 2012

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Tema: Pluralidade Cultural

Assunto: A descendência Afro-Brasileira e a miscigenação no Brasil

Público-Alvo: Fase Introdutória – 6 anos

Tempo estimado: 10 semanas – 17/09 a 20/11

Questão problema: Como trabalhar a questão da diversidade da qual nossa

cultura é composta?

1. Justificativa

Oliveira e Guimarães (2009, p. 11) afirmam que “Investigar a cultura

Afro-Brasileira e Africana se faz necessário, pois o Brasil se constituiu por forte

miscigenação, que teve implicações no campo das relações étnico-raciais.”,

nesse sentido verifica-se a importância de trabalhar em sala de aula as nossas

descendências, como forma de valorização da constituição da nação brasileira.

Os mesmos autores reforçam que a

Lei número 10.639/03 altera a LDB no sentido de tornar obrigatória no currículo oficial da rede de ensino, da obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira”. Trata-se de uma conquista histórica da população brasileira afro-descendente. (OLIVEIRA E GUIMARÃES, 2009, p. 15)

Segundo os autores supracitados para regulamentar a mesma Lei o

Conselho Nacional de Educação expediu o Parecer em 10 de março de 2003 o

qual visa regulamentar a alteração trazida à Lei 9394/96, pela Lei 10693/03 que

estabelece a obrigatoriedade de ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e

Africana na Educação Básica.

A partir das elucidações ressaltadas anteriormente nesta justificativa,

verifica-se a importância de iniciar o trabalho sobre a Cultura e História Afro-

Brasileira com as crianças ainda na Educação Infantil, de maneira que o

reconhecimento e a valorização da história, da cultura e identidade brasileira

seja demonstrado, apresentado a fim de possibilitar o combate à discriminação

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racial que segundo Oliveira e Guimarães (2009, p. 15) “atingem particularmente

o negros.”, portanto, diante da diversidade Cultural a qual herdamos e estamos

inseridos é importante que tenhamos conhecimento e entendimento sobre tal

diversidade que nos “rodeia”.

Morin destaca que

Os que vêem a diversidade das culturas tendem a minimizar ou a ocultar a unidade humana; os que vêem a unidade humana tendem a considerar como secundária a diversidade das culturas. Ao contrário, é apropriado conceber a unidade que assegure e favoreça a diversidade, a diversidade que se inscreve na unidade. (MORIN, 2000. p. 57)

A partir destas afirmações podemos compreender que o importante é

viver a diversidade, compartilhá-la, evidenciá-la, conhecê-la em sua plenitude,

valorizá-la, de maneira que o diferente não seja mitificado, estereotipado, mas

sim reconhecido no seu valor, no caso da Cultura-Brasileira trata-se do

reconhecimento da nossa própria identidade.

Conforme Chauí (2000) é preciso dar uma visão antropológica para o

termo cultura. Para a autora, cultura não tem nenhum padrão/parâmetro que

deva ser seguido por toda sociedade e deve ser tratada no plural,

como culturas, já que cada sociedade desenvolve vivências específicas,

diferentes, próprias e particulares que constituem o multiculturalismo. É

indispensável que todos os indivíduos compreendam que são frutos destas

culturas, portanto, diversos e que cultura é um conjunto de práticas por meio

das quais significados são produzidos e compartilhados em grupo (Moreira e

Candau, 2007).

De acordo com a Secretaria de Educação Básica, no processo de ensino

aprendizagem há alguns aspectos importantes a serem observados. As

experiências trazidas pelos alunos é o saber sensível, relacionados ao corpo, e

que propicia um exercício para desenvolver o raciocínio lógico, a reflexão, a

análise e a abstração. É esse saber que dá embasamento para o

conhecimento formal, científico. E o saber cotidiano que é o resultado das

experiências vividas pelos sujeitos e que formam os valores e princípios éticos

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que estão intimamente ligados às práticas sociais. Está apoiado principalmente

no “senso comum” que tem relação com a organização de hipóteses. Isto

aproxima a valorização dos alunos como sujeito histórico, político e social já

que são estimulados a refletir sobre as questões do cotidiano, relativos às suas

vivências.

Portanto, para atender a pluralidade e privilegiar a diversidade sob uma

ótica antropológica, onde nenhuma cultura pode sentenciar que é melhor que

outra, é preciso que a criança aprenda a valorizar sua

individualidade/singularidade, sua diferença, seu corpo, inclusive com as

limitações, sua religião, sua etnia, entre tantas outras particularidades. Desta

forma, mesmo com as orientações de documentos que norteiam a construção

do projeto, é importante que os profissionais da educação atuem de maneira

crítica diante desta elaboração, tornando-a mais democrática e produtiva uma

vez que

[...] A escola deve visar não apenas a apreensão de conteúdo, mas ir além, buscando a formação de um cidadão inserido, crítico e agente de transformação, já que é um espaço privilegiado para o desenvolvimento das idéias, ideais, crenças e valores. (DESSEN e POLONIA, 2005)

Em conformidade com as orientações nos PCNs isto deve ocorrer de

maneira interdisciplinar, aproveitando as habilidades profissionais do

educando e adaptando-as aos conteúdos escolares. Sobre isto o Ministério da

Educação e Cultura, nos Parâmetros Curriculares Nacionais reforçam que cabe

à escola expandir estes horizontes, mostrar novas culturas e valorização da

diversidade de forma que os alunos compreendam que também agentes ativos

e transformadores da história que está sendo construída. Complementando

este pensamento, Dias (2011, s.n.t) diz que:

Os professores possuem responsabilidade no sentido de serem pessoas atuantes neste processo, permitindo e instigando o aluno a participar e questionar, bem como propondo questões para que reflitam (p. 63).

A realização de projetos sobre as várias culturas possibilita demonstrar

aos alunos a importância da valorização e o respeito às diferenças. Nesse

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sentido destaca-se que todas as pessoas têm igualdade de direitos e deveres,

e que é uma é função da educação (escola) incutir nos estudantes tal

valorização.

[...] a imagem de infância é reconstituída pelo adulto de um duplo processo: de um lado, ela está associada a todo contexto de valores e aspirações da sociedade, e de outro, depende de percepções próprias do adulto, que incorporam memórias de seu tempo de criança. A infância é, também, a idade do possível. Pode se projetar sobre ela a esperança de mudança, de transformação social e renovação moral. (KISHIMOTO, p. 13).”

A partir das considerações supracitadas pode-se dizer que

manifestações dos alunos e alunas, ou seja, o que elas conhecem sobre o

assunto abordado, pode ser uma ferramenta fundamental de auxilio ao trabalho

do professor no sentido de que ele poderá conhecer e compreender melhor as

crianças em suas formas de pensar, de se comunicar, de interpretar e de agir

sobre o mundo e pares (Borba, 2006, p.20). Ao observar a conversa dos alunos

podemos perceber e ajudá-las a trabalhar conceitos inerentes ao

desenvolvimento infantil que perpassam por:

Justo e injusto. As crianças aprendem os conceitos de justo e injusto e os

sentimentos de mágoa.

Inclusão e exclusão. São temas presentes na infância de qualquer um,

independentemente da raça.

A autoestima. É vital para a aprendizagem e o sucesso na vida, pois está

conectada à competência. As crianças pequenas devem se sentir valorizadas

pelo que são. Um professor que a criança aprecie tem o importante papel de

ajudá-la a acreditar que ela é bonita, “adequada” e competente.

Características físicas. As crianças pequenas, ao estabelecerem sua

identidade própria, estão aprendendo a distinguir o mundo. Elas notam e falam

sobre características físicas, como a cor da pele, a forma dos olhos e o tipo de

cabelo.

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Percepção de diferenças. Ao contrário da crença popular, as crianças

pequenas notam as diferenças físicas associadas à identidade racial.

Palavras relacionadas com a cor da pele. As palavras que os adultos usam

são confusas para as crianças. A pele “negra” não é negra, a “branca” não é

branca, a “amarela” não é amarela, e a “vermelha” não é vermelha.

Entendendo a geografia. Termos como afros descendentes, descendentes

europeus, descendentes asiáticos e indígenas servem para dar nome à

identidade de grupo da criança. As crianças pequenas ainda não entendem o

significado geográfico desses termos, mas conseguem entender que eles se

referem a um grupo maior, do qual sua família faz parte.

Investigando/Percebendo/Compreendendo o porquê das diferenças

À medida que as crianças crescem, cada vez mais procuram amigos que

sejam mais parecidos com elas, isso pode levar a exclusão das outras

pessoas. Se tiverem experiências positivas com todos os tipos de pessoas

desde cedo, elas serão mais flexíveis em seu pensamento e terão mais

facilidade para aceitar crianças diferentes.

De acordo com o texto de Borba, as culturas da infância no contexto da

educação infantil, pesquisadores e estudiosos do assunto:

“tem buscado dar voz às crianças, penetrando em seus mundos sociais e culturais e revelando seus modos próprios de sentir, pensar e agir sobre o mundo, até então silenciados pelos estudos predominantemente centrados em uma concepção única e universal de criança.” (2006, p.07)

Por meio dessa possibilidade de dar voz a criança, o professor deve se

colocar como ouvinte. Ao escutar o aluno, o professor terá a oportunidade de

observar seus conceitos étnicos sobre a pluralidade cultural que o cerca e com

isso evitar que mais tarde comece a desenvolver uma forma de “pré-

preconceito” podendo se transformar em um ser racista. Sendo assim, o

professor deve aproveitar a curiosidade natural das crianças, e dessa maneira

poderá ajudá-las a considerar as diferenças como sendo algo natural,

interessante, estimulante e enriquecedora entre os indivíduos, ajudando-as a

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identificar, e consequentemente saberem lidar e enfrentar mensagens e

imagens racistas, com o intuito de prevenir o desenvolvimento de posturas

preconceituosas.

2. Objetivos:

Promover espaços de reflexão sobre a pluralidade cultural do povo

brasileiro auxiliando a criança;

Reconhecer-se como sujeito histórico, participativo capaz de contribuir

para vida em sociedade;

Compreender a diversidade que o constitui/nos constitui, mostrando para

os alunos a importância e a valorização de suas identidades raciais e o

respeito pelo outro independente da cor, etnia, credo, sexo, posição

social;

Possibilitar a estes alunos o reconhecimento como pessoas que tem

identidade dentro da diversidade, desenvolvendo capacidades básicas

para viver em uma sociedade democrática, justa e igualitária.

Conhecer e valorizar a pluralidade do patrimônio sociocultural brasileiro,

bem como aspectos socioculturais de outros povos e nações,

posicionando-se contra qualquer discriminação baseada em diferenças

culturais, de classe social, de crenças, de sexo, de etnia ou outras

características individuais e sociais.

Conhecer e cuidar do próprio corpo, valorizando e adotando hábitos

saudáveis com um dos aspectos básicos da qualidade de vida e agindo

com responsabilidade em relação à saúde e a saúde coletiva.

Auxiliar o aluno a perceber suas singularidades e a importância delas

para o grupo observando que as características físicas fazem parte da

sua história tanto individual como coletiva e de seus familiares.

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3. DESENVOLVIMENTO

Atividade 1 – Assistir ao vídeo “Bruna e a Galinha d'Angola” disponível no

Youtube no link a seguir.

http://www.youtube.com/watch?v=Tm0sDXDWwtI

Antes de iniciar o vídeo, conversar com alunos sobre:

Com quem você se parece?

Todas as pessoas são iguais?

O professor deve ouvir atentamente as crianças e propor uma tarefa de casa:

A tarefa de casa de hoje será trazer para escola fotos de você, sua

família e com quem você se parece.

Agora vamos assistir ao vídeo que conta a história de uma menina muito

bonita, mas que vivia muito sozinha. O professor deverá iniciar o vídeo, e ao

término do mesmo fazer algumas perguntas.

Como Bruna é?

Com quem será que ela parece?

De onde ela é?

Como ela está? Alegre? Triste? O que vocês acham que ela está

sentindo?

Qual era a cor da pele da menina?

Como eram seus olhos? E o seu cabelo?

Qual a cor da sua pele?

Ela se parecia com o que?

Ela tinha um bichinho? Qual? Como ele era?

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Conversar com os alunos sobre a diversidade, que cada um de nós tem o

seu jeito, suas características e somos diferentes e especiais por isso. Cada

família tem as suas características.

Atividade 2 – Cada criança irá receber um pratinho de papelão e fazer o rosto

de uma menina. Utilizar materiais diversos como: lápis de cor, giz de cera,

papel crepom, botão (para fazer os olhos). A ideia é deixar as crianças

produzirem livremente, valorizando a diversidade.

Realizar com as crianças a construção de um mural com estas imagens.

Atividade 3 – Retorno da tarefa de casa

Cada aluno vai mostrar sua foto preferida e dizer de quem se trata, com quem

se parece. Após este momento fazer um trabalho com as fotos trazidas pelos

alunos e colar em grande cartaz dizendo:

Viva a diferença! Não somos todos iguais!

Atividade 4 – Lembrar aos alunos de onde veio a avó da menina Bruna.

AFRICA.

Conversar com as crianças sobre:

Alguém conhece este lugar?

Onde ele fica?

Quem mora lá?

Vamos assistir a um filme que conta a história de um menino africano.

Dividir o filme em 2 partes pois ele dura +- 70min.

Atividade 5 – Conversa sobre o filme

Atividade 6 – Vimos no filme uma cultura diferente da nossa, mas muito

importante e bonita, a cultura africana.

Os africanos utilizam diferentes máscaras, mas elas não são usadas no

carnaval, no baile de máscaras e nem são de personagens de desenho

animado. Elas são diferentes.

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Apresentar para os alunos diferentes máscaras africanas, a partir de revistas,

fotos e outros recursos disponíveis. A seguir uma explanação sobre a utilidade

das máscaras na Cultura Africana.

“Na África, a máscara não serve só para esconder o rosto de quem a usa, ela o

transforma em outro alguém diferente que pode ser um espírito ancestral, um

ser do outro mundo. Essa “transformação” só acontece em momentos

especiais como: rituais e cerimônias de iniciação, quando crianças se preparam

para tornarem-se adultos; nos enterros; nas coroações de chefes e reis; festas

da colheita ou plantio; rituais de curas de doenças; expedições de caça ou de

guerra; policiamento e cumprimento da justiça. Percebe-se então que as

máscaras têm funções educativas, religiosas, militares, policiais e econômicas”.

(Texto extraído em http://rerida.blogspot.com.br/p/mascaras-africanas.html)

Vamos confeccionar as nossas máscaras africanas?

Utilizar papel cartão, furador, elástico, tinta guache. Cada aluno poderá fazer

do jeito que quiser. O professor deve orientá-lo.

Depois de prontas, cada aluno apresentará a sua máscara para turma e irá

dizer para que ela serve.

Montar um painel ao lado do primeiro e colar as máscaras. Embaixo de cada

uma colocar o nome do aluno e sua função.

Atividade 7 – Vamos confeccionar um boneco que será o grande amigo da

sala? E ele será com a menina Bruna do vídeo que nós assistimos.

Como ele será então?

Vamos tirar as medidas pois, será do mesmo tamanho de vocês...

(Pedir a um aluno para deitar no chão, encima do papel jornal e tirar o molde

do boneco)

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Pedir à coordenação que providencie uma costureira para este serviço. O

tecido deverá ser brim, na cor preta. O enchimento será feito com plumante,

estopa ou pedaços de espuma (o 1º fica melhor).

Os alunos irão participar da fabricação do boneco, ajudando a colar cabelo (lã

preta e marrom), olhos (tecido), boca (tecido vermelho).

Pedir às crianças que levem uma muda de roupa velha para vestir o boneco,

definir junto com a turma se será um menino ou menina.

Escolher um nome, de preferência africano. Levar para a sala de aula uma lista

e realizar uma votação no quadro.

Depois do boneco pronto, a professora deverá confeccionar um caderno de

lembranças para ele (precisa ser de capa dura, é mais resistente).

A cada semana um aluno será sorteado para levar o boneco para casa,

juntamente com o caderno de lembranças (preferencialmente na 6ª feira, para

dar tempo de registrar tudo).

A criança deverá registrar no caderno as atividades que fez com o boneco,

aonde foram passear, o que fizeram juntos, o que achou da experiência e se

possível tirar fotos para colar no caderno.

(Esta atividade deverá ser realizada em parceria com os pais)

Na 2ª feira o boneco e o caderno deverão retornar para escola. O aluno falará

para turma como foi o fim de semana.

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Atividade 8

Enviar uma pesquisa para casa:

Comida favorita da minha família

O professor deverá pedir uma tarefa onde cada aluno irá escrever a receita

preferida de sua família O retorno dos alunos dará uma boa conversa em sala,

orientada pelo professor.

As receitas de cada aluno serão digitadas e cada um deverá ilustrar a sua

receita. Solicitar aos responsáveis o envio de um caderno, o qual os alunos

devem estilizar as capa com imagens e elementos, que representem costumes

Africanos, de maneira a confeccionarem um lindo caderno de receitas. Cada

página deverá conter uma receita escrita com o título “Receita preferida da

família de “xxxxx”.

Não entregar o caderno ainda para as crianças. Aguardar o término desta

atividade para depois colar também a receita africana no final de cada caderno;

conforme consta neste projeto.

Após este trabalho conversar com os alunos sobre a origem de nossa comida,

temperos, etc.

Perguntas que poderão nortear o trabalho:

Vocês sabem a origem das nossas comidas?

De onde vieram nossos hábitos alimentares?

Conversar com os alunos sobre este fragmento de texto:

Uma das contribuições mais importantes aos nossos hábitos alimentares,

durante todo o período de colonização, foi aquela que veio da África, trazida

pelos escravos. Se os comerciantes de escravos traziam os ingredientes

(especiarias), os escravos traziam na memória os usos e os gostos de sua

terra. Era aí que estava o segredo.

Os escravos não tinham uma alimentação farta. Comiam os restos que os seus

senhores lhes destinavam. Os ingredientes nobres, o preparo requintado e as

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maneiras europeias à mesa aconteciam na casa grande. Enquanto isso, a

cozinha negra se desenvolvia na senzala, em tachos de ferro.

Alguns escravos conseguiam criar algum animal ou cultivar uma pequena

horta. Talvez por isso, o tempero e o uso de uma grande variedade de

pimentas deu um sabor especial aos seus pratos. O azeite de dendê também

foi um dos ingredientes mais importantes da culinária negra. O dendezeiro é

uma palmeira de origem africana, e de sua polpa se extrai o azeite que dá a

cor, o sabor e o aroma de tantas receitas deliciosas como o caruru, o vatapá e

o acarajé.

Hoje em dia, os pratos e os temperos da cozinha negra fazem parte da nossa

alimentação. São saboreados no dia-a-dia e também nas festas populares. Os

caldos, extraídos dos alimentos assados, misturados com farinha de mandioca

(o pirão) ou com farinha de milho (o angu), são uma herança dos africanos.

Podemos lembrar que da África também vieram ingredientes tão importantes

como o coco e o café.

Para terminar, não se pode deixar de mencionar um dos pratos favoritos do

país: a feijoada, que também teria se originado nas senzalas. Enquanto as

melhores carnes iam para a mesa dos senhores, os escravos ficavam com as

sobras: pés e orelhas de porco, linguiça, carne-seca etc., eram misturados com

feijão preto ou mulatinho e cozidos num grande caldeirão.

(Texto retirado em: http://educacao.uol.com.br/cultura-brasileira/culinaria-afro-

brasileira-africanos-enriqueceram-a-cozinha-brasileira.jhtm)

Continuar com as perguntas:

Quem já experimentou estas delícias?

Alguém conhece estas comidas?

Vocês perceberam então que nossas comidas também tem história!

Vamos montar um painel com estes alimentos: providenciar gravuras de

pimentas, azeite de dendê, caruru, vatapá, acarajé, pirão, angu, coco, café,

feijoada... digitar também o título das receitas de cada aluno.

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Para o Mural:

Nossa comida tem história!

Providenciar o recorte de um grande caldeirão (que pode ser de papel cartão

na cor preto) e colar dentro dele as figuras dos alimentos. Logo acima no mural

deve também constar os mapas ilustrados anteriormente. E para completar

bem, ao lado ou na disposição que melhor convir disponibilizar os títulos das

receitas.

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Terminar a atividade falando sobre a importância da alimentação adequada,

cuidar do nosso corpo e propor a realização de uma receita típica da África do

Sul.

Solicitar à escola ou alunos os ingredientes necessários. Escolher qual dos 2

pratos é o melhor para fazer na escola.

Melktert/ Milk Tart - (Torta de Leite)

Receita para 2 refratários redondos

Massa

125g de margarina ou manteiga

1 xícara de (chá) de açúcar cristal

1 ovo inteiro (batido)

2 xícaras (chá) de farinha de trigo

2 colheres (chá) de fermento em pó

pitada de sal

Modo de Fazer

Pré-aqueça o forno em 200°C.

Misture a margarina e o açúcar, adicione o ovo e misture bem.

Peneire juntos, a farinha, fermento e o sal, adicionando depois a mistura do

ovo. Misture bem até formar uma massa homogênea e forre os refratários já

untados, deixando uma camada fina.

Leve ao forno, por 10 à 12 minutos, até dourar.

Recheio

1 e 1/2 litro de leite

50g de margarina ou manteiga

4 ovos

1 xícara (chá) de açúcar cristal

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1/2 xícara (chá) de maisena

pitada de sal

1 colher (chá) de baunilha

canela em pó

Modo de Fazer

Esquente numa panela o leite e a margarina. Em uma tigela bata os ovos e o

açúcar.

Peneire juntos, a maisena e o sal, adicione aos poucos a mistura dos ovos,

mexendo bem.

Adicione a baunilha e junte ao leite quente (na mesma panela), deixando ferver

por mais ou menos 5 minutos, até engrossar (mexendo com uma colher de

pau, para não empelotar).

Despeje o recheio sobre a massa já assada e polvilhe com canela em pó.

Deixe esfriar e sirva à temperatura ambiente ou morno.

Scones - (Pãezinhos)

(12 pãezinhos)

Ingredientes

2 xícaras (chá) de farinha de trigo

2 colheres (sopa) de açúcar cristal

1 colher (sopa) bem cheia de fermento em pó

1 colher (café) de sal

4 colheres (sopa) de margarina

1 ovo inteiro

150 ml. leite

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Modo de Fazer

Peneire a farinha, o açúcar, o fermento em pó e o sal, numa vasilha. Junte a

margarina e friccione delicadamente com a ponta dos dedos até ficar

esfarelada (em migalhas).

Em outra vasilha, misture o ovo com o leite e adicione à massa, misturando

delicadamente, sem amassar. Vire a massa em uma superfície plana,

previamente enfarinhada e estique-a com as mãos até que fique com 2 cm de

espessura. Corte em quadrado ou redondo (com auxílio de um copo) e coloque

em uma forma untada, pincele a superfície dos pãezinhos com gema e leve ao

forno quente 250°C por 10 até 15 minutos, ou até dourar.

Sirva quente com requeijão ou cream cheese ou geléia de sua preferência.

Retirado do site: http://www.africadosul.org.br/?pg=receitas&rec=tortadeleite

Atividade 9

Não é só nossa alimentação que sofreu influencias da AFRICA.

Vamos assistir a um vídeo...

http://www.youtube.com/watch?v=-uG4O58Mtlo

Fazer uma roda e lançar várias perguntas:

Alguém já ouviu falar da capoeira?

Conhece alguém que joga?

Como é?

Qual a roupa usada?

Também tem música?

E os instrumentos?

Alguém gostaria de demonstrar?

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Se for possível, chamar um capoeirista para se apresentar para as crianças.

Terminar a atividade falando sobre a importância de praticar esportes e cuidar

da saúde.

Atividade 10 – corpo/ movimento/música/dança

Música é linguagem. Assim, devemos seguir, em relação à música, o mesmo processo de desenvolvimento que adotamos para à linguagem falada, ou seja, devemos expor a criança à linguagem musical e dialogar com ela sobre e por meio da música. Como acontece com a linguagem, cada civilização, cada grupo social, tem sua expressão musical própria. (JEANDOT, 2008, p.20)

Nesta perspectiva a proposta que se segue e o trabalho com a música, ritmo e

movimento e para essa atividade foi selecionada uma música do grupo

“Olodum”.

Iniciar o trabalho trazendo algumas questões, tais como?

Alguém aqui já ouviu falar sobre o “Olodum”?

Quem conhece?

Como conheceu?

Alguém sabe o que significa a palavra “Olodum”?

Conversar com as crianças sobre a origem da palavra “Olodum”, bem como a

origem do referido grupo.

A Palavra Olodum

A palavra Olodum é de origem Yorubá que significa "Deus dos Deuses" ou

"Deus maior", Olodumaré, que não representa um orixá, e sim, o Deus criador

do universo e dele senhor.

O Bloco “Olodum”

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“Fundado como bloco afro carnavalesco em Salvador no ano de 1979, a

Banda Olodum é atualmente um grupo cultural, considerado uma organização

não-governamental reconhecida como de utilidade pública pelo governo do

estado da Bahia. Depois da estréia no carnaval de 1980, a banda conquistou

quase dois mil associados e passou a abordar temas históricos relativos às

culturas africana e brasileira. O primeiro LP da banda foi chamado de "Egito,

Madagascar" e foi gravado em 1987, ele estourou na Bahia com a música

"Faraó", a idéia desse LP foi homenagear as raízes do grupo e mostrar ao

Brasil a Mamma Africa, e também mostra a todos como surgiu o grupo (do

batuque as influências dos Deuses africanos) Pouco depois, o Olodum passou

a ser conhecido internacionalmente como grupo de percussão afro-brasileira e

excursionou por muitos países da Europa, o Japão e quase toda América do

Sul. O “Olodum” participa de movimentos sociais contra o racismo e pelos

direitos civis e humanos.”

Apresentar para as crianças o vídeo disponível no link do Youtube:

http://www.youtube.com/watch?v=A3o30YJiWsc&feature=related

Conversar sobre o sobre o porquê das cores utilizadas pelo grupo

As cores do Bloco Olodum

As cores são do Rastafarianismo e do Movimento Reggae. São cores

internacionais da diáspora africana e constituem uma identidade internacional

contra o racismo e a favor dos povos descendentes da África.

• Verde, as florestas equatoriais da África.

• Vermelho, o sangue da Raça negra.

• Amarelo, o ouro da África (maior produtor mundial).

• Preto, o orgulho da Raça negra.

• Branco, a Paz mundial.

Page 21: Bicastiradentes pluralidadeculturali afrodescendencia

(Texto retirado no site www.cliquedeofertas.com.br/leilao/bloco-

olodum/194.html)

Ao assistir o vídeo e conhecer um pouco sobre o grupo “Olodum”, a proposta

agora e realizar uma atividade musical com as crianças tendo como norte a

apresentação assistida para a uma reprodução do trabalho do referido grupo,

para tanto vamos precisar de:

latas de aproximadamente 5 litros;

bastões que podem ser pedaços de cabo de vassoura, porém,

remodelados, afinados;

papel crepom ou TNT nas cores, branca, preta, amarelo, vermelho e

verde.

Os materiais necessários para o trabalho será fornecido pela escola em

parceira com o comércio local. Será realizado ensaios diários durante quinze

dias para a internalizarão do ritmo.

A culminância dessa atividade consiste em uma apresentação toda a escola.

Avaliação

De acordo com Perrenoud (1999. p.103 apud NOGUEIRA E URT, 2007,

p.29) “É formativa toda a avaliação que ajuda o aluno a aprender e a se

desenvolver, ou melhor, que participa da regulação das aprendizagens e do

desenvolvimento no sentido de um projeto educativo.”, a partir das

considerações supracitadas, pode-se destacar que com nesse projeto busca-se

avaliar o trabalho num todo, ou seja, a proposta aqui é verificar se os objetivos

em relação à aprendizagem dos alunos foram atingidos, e ainda verificar o

andamento do projeto, como foi? Precisa de ajustes? O tempo foi suficiente

para o andamento dos trabalhos? O que pode ser aprimorado?

Nesse sentido ao desenvolver o projeto a proposta é observar, observar

o tempo todo para então fazer as constatações, conforme afirmam Nogueira e

Urt (2007, p. 61),

Page 22: Bicastiradentes pluralidadeculturali afrodescendencia

A observação é um procedimento necessário para qualquer “olhar” de acompanhamento, seja qual for a direção referencial teórico na análise do desenvolvimento da criança. A perspectiva piagetiana e vigostskyana preservam o caráter de processualidade da avaliação, e, embora mantenham suas especificidades, trazem contribuições ímpares para facilitar a aproximação do (a) professor (a) em relação ao mundo da criança.

Tomando como base as considerações supracitadas e entendendo que

a avaliação deve ser contínua e processual, ressalta-se que buscaremos

avaliar o desenvolvimento dos estudantes e todo o projeto em seu

processo/andamento.

Page 23: Bicastiradentes pluralidadeculturali afrodescendencia

Referências

(*) MOREIRA e CANDAU, 2007. p. 63

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Capitulo 1: A filosofia na formação do educador. Coleção Educação

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WERNECK, Cláudia. Ninguém mais vai ser bonzinho na sociedade

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