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Bioclothing Somos um grupo de estudantes de Ciências do meio aquático na Universidade do Porto, faculdade de Biomédicas (ICBAS), tendo como principal objetivo revolucionar o mundo da biologia e, com este projeto, criar um novo conceito na área do design têxtil. Para isso, desenvolvemos um projeto que segue desde a raiz os fundamentos da biomimetica, no qual pretendemos mimetizar a pele de animais cuja coloração é manipulável, tendo como base de estuda a pele de Octopodes, decápodes e chamaeleoninae. Pretendemos com este projeto uma compreensão mais detalhada destes três grupos distintos de animais, e também a criação de uma ideia de sucesso com viabilidade de produção. Palavras-chave: Biomimetica: A biomimética é uma área da ciência que tem por objetivo o estudo de estruturas biológicas e respetivas funções, e utilizar esse conhecimento em diferentes domínios da ciência. Dito de modo simples, a biomimética é a imitação da vida . Cromatóforo: Células especializadas no armazenamento de pigmentos, que proporcionam ao seu utilizador uma rápida mudança de cor consoante a sua disposição face á luz, ou situação ambiental. Pode-se referir também que são controladas por estímulos neuro-hormonais. Acabamentos têxteis: Atribuição de uma característica interna ou externa a uma fibra têxtil para que esta ganhe determinada característica e funcionalidade.

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Bioclothing

Somos um grupo de estudantes de Ciências do meio aquático na Universidade do Porto, faculdade de Biomédicas (ICBAS), tendo como principal objetivo revolucionar o mundo da biologia e, com este projeto, criar um novo conceito na área do design têxtil. Para isso, desenvolvemos um projeto que segue desde a raiz os fundamentos da biomimetica, no qual pretendemos mimetizar a pele de animais cuja coloração é manipulável, tendo como base de estuda a pele de Octopodes, decápodes e chamaeleoninae.

Pretendemos com este projeto uma compreensão mais detalhada destes três grupos distintos de animais, e também a criação de uma ideia de sucesso com viabilidade de produção.

Palavras-chave:

Biomimetica:

A biomimética é uma área da ciência que tem por objetivo o estudo de estruturas biológicas e respetivas funções, e utilizar esse conhecimento em diferentes domínios da ciência. Dito de modo simples, a biomimética é a imitação da vida.

Cromatóforo:

Células especializadas no armazenamento de pigmentos, que proporcionam ao seu utilizador uma rápida mudança de cor consoante a sua disposição face á luz, ou situação ambiental. Pode-se referir também que são controladas por estímulos neuro-hormonais.

Acabamentos têxteis:

Atribuição de uma característica interna ou externa a uma fibra têxtil para que esta ganhe determinada característica e funcionalidade.

Bioclothing Project:

O primeiro passo deste projecto consiste numa pesquisa aprofundada do funcionamento dos cromatóforos de dois sub-grupos dos cephalopoda, englobando desta forma especíes como o polvo (octopus vulgaris), e o choco (sepia latimanus, Sepia officinalis).

Os diferentes padrões de cor são produzidos por várias camadas celulares, encontradas diretamente por baixo da pele, que se combinam entre si libertando ou inibindo pigmentos dessas diferentes camadas celulares. Os pigmentos dos cromatóforos encontram-se encerrados em sacos musculares. Quando se dá a contração os pigmentos são libertados, quando o músculo distende os pigmentos são novamente absorvidos. Estes músculos são inervados por conjuntos de 2 a 6 nervos. A alternância de padrões coloridos deve-se á modulação da quantidade de pigmentos em cada um destes sacos, podendo aumentar ou diminuir o seu número individualmente.

O estudo mais aprofundado de cromatóforos será realizado num conjunto de grupos (dois de polvos e dois de chocos) com 5 índividuos cada. Estes índividuos serão submetidos a diversos estímulos, nomeadamente luminosos, temperatura, ambientais interespecificos e intraespecificos.

Após estudo e análise destes resultados, será possivel defenir uma diversidade de padrões e aplica-los ao nosso produto.

A regulação da cor dos polvos também realizada por outras duas células não tão bem estudadas como iridiophores e Leucophores, sendo que os primeiros são ambos influenciados pela luz incidente. Os iridiophores são responsáveis pelas cores mais brilhantes, sendo que os leucophores são responsáveis pela coloração branca. Estes dois últimos não farão parte da idealização do projecto.

Segundo passo: A segunda fase do nosso processo envolve contactos com empresas têxteis da região norte de Portugal preparadas para efetuar acabamentos funcionais e financiamento do nosso projeto.

Após a compreensão da estrutura das células cromáticas do polvo, cujas principais funções são as de camuflagem, interação social, sexual e expressão emocional definiu-se quais as características mais adequadas de refletir essa ideia a um conjunto de fibras e malhas. Ou seja, recorrer a novas tecnologias têxteis e materiais:

- Materiais com memória de forma (SMM). O material em causa, quer fibras naturais, sintéticas ou químicas, quando sujeito a uma determinada temperatura, denominada temperatura de ativação, mudando de forma. Após cessar o estímulo, o material retorna á forma original. Este acabamento funcional pode ser incorporado diretamente na estrutura (fio pré-tecido) ou diretamente numa peça de roupa.

-Materiais termocromicos: o termocromismo é a mudança reversível da cor por aquecimento (fricção corporal) ou arrefecimento (repouso). Os materiais termocropicos mais usados nos têxteis podem ser produzidos como semi-condutores a partir de cristais líquidos (cristal microencapsulado), sendo misturados para produzir corantes para estampar.

A utilização destas duas técnicas de acabamento em simultâneo vai-nos permitir, tal como um polvo (octopus vulgaris) ou um choco (sépia officinalis), que após estímulos ambientais e corporais, conseguem uma mudança rápida da sua textura e cor.

Terceiro passo: Após idealização e preparação do projeto, definição de métodos, investigação de mercados e públicos-alvo, idealização de uma estratégia de marketing e apresentação de conceito o nosso produto estará pronto para o mercado.

Produto final:

Bibliografia:

http://blogs.scientificamerican.com/cocktail-party-physics/2012/08/25/shiny-on-the-iridescence-of-squid/

http://www.talk2myshirt.com

http://www.oceanario.pt/cms/510/

Wood, J. & Jackson, K. (2004). How Cephalopods Change Color. http://www.thecephalopodpage.org/cephschool/HowCephalopodsChangeColor.pdf

Chiao, C. & Hanlon R. (2001). Cuttlefish camouflage: Visual perception of size, contrast and number of white squares on artificial checkboard substrata initiates disruptive coloration. The Journal of Experimental Biology 204, 2119–2125 (2001)