3
número 79 | 1ª edição | novembro de 2011 MATÉRIAS Novo Texto da Política Nacional de Alimentação e Nutrição. pág 02 ARTIGO >> Projeto “criança saudável, educação dez”: resultados com e sem inter- venção... pág 03 Boletim eletrônico quinzenal do Conselho Regional de Nutricionistas - 6ª região Diretoria do CRN-6 Presidente Nancy Aguiar Vice-Presidente Patrícia Santos Tesoureiro Rodrigo Silveira Secretária Ivany Amaral Redação e Projeto Gráfico Multi Comunicação Corporativa NOTAS CRN-6 participa de audiência pública Imagem | brautbox.de A Comissão de Defesa dos Direitos da Mu- lher, juntamente com as comissões da Saúde e Educação, promoverá no dia 22 de novembro, na Assembléia Legislativa de Pernambuco, audiência pública para discutir com a socie- dade à venda indiscriminada de suplementos alimentares nas academias de ginástica no Estado, sendo por muitas vezes, efetuada por profissionais de Educação Física. A audiência será realizada para que profis- sionais de saúde que atendam a área esportiva possam esclarecer quanto à ilegalidade desta prática e também alertar aos jovens e pais sobre os perigos do uso inadequado destes produtos sem acompanhamento profissional. A especialista em nutrição esportiva e con- selheira do Conselho Regional de Nutricionis- tas da 6ª Região, Flávia Carvalho, irá represen- tar o CRN-6 na audiência. Imagem | meduniversitario.com.br

Boletim 79

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Boletim 79

Citation preview

Page 1: Boletim 79

número 79 | 1ª edição | novembro de 2011

Matérias

Novo Texto da Política Nacional de Alimentação e Nutrição. pág 02

ARTIGO >> Projeto “criança saudável, educação dez”: resultados com e sem inter-venção... pág 03

Boletim eletrônicoquinzenal do Conselho Regional

de Nutricionistas - 6ª região

Diretoria do CRN-6Presidente

Nancy AguiarVice-PresidentePatrícia Santos

TesoureiroRodrigo Silveira

SecretáriaIvany Amaral

Redação e Projeto GráficoMulti Comunicação Corporativa

NOTAS

CRN-6 participa de audiência pública

Imag

em |

bra

utbo

x.de

A Comissão de Defesa dos Direitos da Mu-lher, juntamente com as comissões da Saúde e Educação, promoverá no dia 22 de novembro, na Assembléia Legislativa de Pernambuco, audiência pública para discutir com a socie-dade à venda indiscriminada de suplementos alimentares nas academias de ginástica no Estado, sendo por muitas vezes, efetuada por profissionais de Educação Física.

A audiência será realizada para que profis-sionais de saúde que atendam a área esportiva possam esclarecer quanto à ilegalidade desta prática e também alertar aos jovens e pais sobre os perigos do uso inadequado destes produtos sem acompanhamento profissional.

A especialista em nutrição esportiva e con-selheira do Conselho Regional de Nutricionis-tas da 6ª Região, Flávia Carvalho, irá represen-tar o CRN-6 na audiência.

Imagem

| meduniversitario.com

.br

Page 2: Boletim 79

número 79 | 1ª edição | novembro de 2011

Novo Texto da Política Nacional de Alimentação e Nutrição

A nova versão da Política Nacional de Ali-mentação e Nutrição (PNAN) foi aprovada na 9ª Reunião Ordinária da Comissão Intergestores Tripartite do SUS em 27 de outubro de 2011.

Desde seu lançamento em 1999, a PNAN é reconhecida como importante marco legal e referência técnica e política dentre os esforços do Estado Brasileiro para garantia dos direitos humanos à saúde e à alimentação.

Ao completar dez anos de sua publicação teve início o processo de atualização e aprimoramen-to das suas bases e diretrizes, na busca de uma resposta oportuna e específica do Sistema Único de Saúde (SUS) na reorganização, qualificação e aperfeiçoamento das ações de Alimentação e Nutrição para o enfrentamento da complexa situação alimentar e nutricional da população brasileira. Ela foi revisada em amplo, dialógico e democrático processo de consulta que contou com a colaboração de vários atores envolvidos no tema, tais como: conselheiros nacionais, estaduais, municipais de saúde; entidades da sociedade civil; entidades de trabalhadores de saúde; gestores estaduais e municipais de Ali-mentação e Nutrição e da Saúde; conselheiros estaduais de Segurança Alimentar e Nutricional; Centros Colaboradores de Alimentação e Nutri-ção e especialistas em políticas públicas de saú-de e de alimentação e nutrição.

A nova versão da PNAN apresenta-se articu-lada com o Plano Nacional de Saúde e Plano Na-

cional de Segurança Alimentar e Nutricional, representando o elo entre o SUS e o Sistema de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN). Ela reafirma os princípios doutrinários e or-ganizativos do Sistema Único de Saúde (uni-versalidade, integralidade, equidade, des-centralização, regionalização, hierarquização e participação e controle popular), aos quais se somam os princípios a seguir:

Alimentação como elemento de humaniza-ção das práticas de saúde; respeito à diversida-de e à cultura alimentar; fortalecimento da au-tonomia dos indivíduos as escolhas e práticas alimentares; determinação social e a natureza interdisciplinar e intersetorial da alimentação e nutrição e a segurança alimentar e nutricio-nal com soberania.

A PNAN tem como propósito a melhoria das condições de alimentação, nutrição e saúde da população brasileira, mediante a promoção de práticas alimentares adequadas e saudáveis, a vigilância alimentar e nutricional, a prevenção e o cuidado integral dos agravos relacionados à alimentação e nutrição. Em sua nova ver-são, está organizada em nove diretrizes que indicam as linhas de ações para o alcance do seu propósito, que devem estar integradas às demais ações da Rede de Atenção à Saúde, tendo a atenção básica como ordenadora da rede e coordenadora do cuidado. Sendo con-solidadas em:

1. Organização da Atenção Nutricional;

2. Promoção da Alimentação Adequada e Saudável;3. Vigilância Alimentar e

Nutricional;4. Gestão das Ações de Ali-

mentação e Nutrição;5. Participação e Controle

Social;6. Qualificação da Força de

Trabalho;7. Controle e Regulação dos

Alimentos;8. Pesquisa, Inovação e

Conhecimento em Alimentação e Nutrição;

9. Cooperação e articulação para a Segurança Alimentar e

Nutricional.

Fonte: www.saude.gov.br/nutricao

Após publicação da portaria que aprova a nova versão da PNAN, seu texto completo será divulgado no site da Coordenação Geral de Alimentação e Nutrição/DAB/SAS/MS

Page 3: Boletim 79

Com a finalidade de concretizar o direito hu-mano à alimentação e à nutrição adequadas, em 1999 foi homologada a Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN), cujas di-retrizes foram incorporadas à atual Política Nacional de Saúde. A PNAN tem como objetivo principal contribuir para o conjunto de políti-cas governamentais voltadas à concretização daquele direito, bem como à garantia da se-gurança alimentar e nutricional da população. Em vista disso, o Brasil busca implementar as recomendações preconizadas pela Organiza-ção Mundial da Saúde no âmbito da Estratégia Global de Promoção da Alimentação Saudável, Atividade Física e Saúde.

A importância da educação nutricional jus-tifica a atuação governamental no sentido de desenvolver e promover programas que favo-reçam escolhas alimentares saudáveis, em ní-vel individual e coletivo. Assim, vê-se a impor-tância do componente educação nutricional na formação do nutricionista. A abordagem educacional está prevista nas Diretrizes Cur-riculares do Curso de Graduação em Nutrição por meio de disciplinas nas áreas de ciências sociais e humanas. De outro lado, Canesqui & Garcia observaram que apenas uma pequena carga horária da matriz curricular é destinada para essas áreas.

O estudo caracteriza-se por uma investiga-ção realizada com escolares da 1ª à 4ª série do ensino fundamental de duas escolas públicas, uma municipal (Escola A) e outra estadual (Es-cola B), da cidade de Marília (SP), nas quais foi desenvolvido o projeto educativo “Crian-ça Saudável, Educação Dez”. O trabalho trata da avaliação do conhecimento dos escolares sobre alimentação e nutrição, realizada antes (Avaliação inicial) e depois (Avaliação final) do desenvolvimento do programa de educação nutricional.

O desenvolvimento do projeto educativo na

número 79 | 1ª edição | novembro de 2011

Escola A contou com um programa de orienta-ção aos professores da 1ª à 4ª série do ensino fundamental e seus substitutos, realizado por uma nutricionista, com o intuito de apoiá--los nas possíveis lacunas do conhecimento sobre o assunto, visto que são profissionais da educação não necessariamente estudiosos do tema. Já na Escola B, o projeto educativo foi desenvolvido sem a existência dessas con-dições, tal como estava previsto no planeja-mento do MDS.

A Escola A possuía 18 salas de 1ª a 4ª série do ensino fundamental, distribuídas entre os tur-nos da manhã e tarde, totalizando 499 escola-res matriculados, enquanto a Escola B contava com 239 alunos matriculados naquelas séries e distribuídos em 8 classes. Dentre os alunos da Escola A, participaram 313 escolares, re-presentando 63% da população, com idade média de 8,8 anos (Desvio-Padrão - DP=1,7 ano). Na Escola B optou-se por utilizar uma amostra de conveniência, parcial e aleatória, do total de escolares matriculados, sendo avaliada uma classe de cada série, compondo uma amostra de 126 alunos, correspondente a 53% dos matriculados. Dos 126 escolares que compunham a amostra do estudo nessa escola, 76 participaram da avaliação, representando 60% da amostra, com média de idade de 8,9 anos (DP=1,8 ano).

Os resultados obtidos com a análise esta-tística mostram que, no nível de significância de 1%, o projeto educativo gerou mudança (p<0,01) no conhecimento sobre alimentação e nutrição entre os escolares da 1ª à 4ª série do ensino fundamental da Escola A. Porém, entre os escolares da Escola B, os resultados obtidos indicam que, no nível de significância de 5%, o projeto educativo não gerou mudança no conhecimento sobre alimentação e nutrição (p>0,05), com exceção apenas para os matri-culados na 3ª série (p<0,05).

A distinção nos resultados obtidos pelos escolares das Escolas A e B no conhecimento de alimentação e nutrição mediante o desen-volvimento do projeto de educação nutricional pode ser atribuída à realização do programa de orientação por nutricionista, como for-ma direta de apoio aos professores da Escola A. Infere-se que o programa proporcionou a esses docentes um aprofundamento teórico--reflexivo em relação a possíveis lacunas de conhecimento sobre nutrição, fato que não ocorreu na Escola B, embora tivesse utilizado o mesmo material de apoio no desenvolvimen-to do projeto.

Considerando a importância da educação nu-tricional e seu papel no contexto das Diretri-zes para a Promoção da Alimentação Saudável nas Escolas5, considerando a necessidade de medidas contra o avanço das Doenças Crôni-cas Não-Transmissíveis e considerando ainda que melhores resultados são alcançados com a participação de nutricionistas, cabe discutir a atenção dada ao componente educação na formação desses profissionais.

Diante dos resultados deste estudo e da dis-cussão apresentada, pode-se crer que o campo pedagógico merece maior aprofundamento nos cursos de formação de nutricionistas, devendo ser abordado num conjunto de disciplinas que possam apoiar uma compreensão alicerçada e sólida do processo educativo, e não somente numa única disciplina. Tais reflexões visam ao aprimoramento do ensino e, por conseguinte, da formação dos futuros profissionais, com vis-ta a uma participação mais efetiva da categoria no campo político e social.

Programas de educação nutricional desen-volvidos no ambiente escolar apresentaram melhores resultados sobre o conhecimento de escolares da 1ª à 4ª série do ensino fundamen-tal quando algumas condições foram estabe-lecidas, como a realização de um programa de orientação aos professores, possibilitando dis-cussões semanais como forma de preparação e planejamento das atividades, o que também gerou maior comprometimento da direção es-colar e da equipe pedagógica.

A realização do programa de orientação aos professores para o desenvolvimento do projeto educativo, realizado por nutricionista coorde-nando e apoiando a abordagem dos assuntos, assim como propondo estratégias educativas, maximizou os resultados, gerando mudança considerada significante no conhecimento dos escolares sobre alimentação e nutrição.

Cláudia Rucco Penteado Detregiachi; Tânia Moron Saes Braga

Artigo reduzido. Para lê-lo na íntegra, http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1415--52732011000100005&script=sci_arttext

ARTIGO

Os artigos publicados neste boletim são de responsabilidade dos autores, não representando necessariamente a opinião do Conselho Regional de Nutricionistas da 6ª região.

Projeto criança saudável, educação dez resultados com e sem intervenção do nutricionista