21
Estimados irmãos em Cristo Coordenadores e Assessores da Pastoral Familiar do Regional Sul 2 Irmãos no episcopado, saudações! Todas as Vocações Gosto do mês de agos- to. O mês que era do “desgosto”, depois de transformado em mês das Vocações, passou a ser uma grande ocasião de a gente conhe- cer e aprofundar o mistério da Igreja, onde cada uma das vocações se insere. Como em uma grande orquestra, as diferentes voca- ções se entrelaçam, em grande harmonia. Os Ministérios Ordenados, a Vida Religiosa, os Leigos, com sua missão de entrar por to- das as veias da sociedade, cada vocação tem seu papel e sua importância no corpo vivo de Cristo, a Igreja. Realidade que nos faz re- zar, louvando a Deus, por tão grandes dons, mas também pedindo insistentemente ao Pai, para que este corpo, a Igreja, na sua va- riedade de dons, cresça na unidade, no a- mor e no testemunho. Semana da Família Para a nossa Pastoral Familiar, o mês de agosto é o ambiente mais adequado para celebrar o dom da vocação familiar. A Semana Nacional da Família já é um acontecimento em cada diocese e nas paróquias, trazendo muitos benefícios. E neste ano temos a atenção de modo espe- cial voltada para o XIII Congresso Nacional que se realiza em Belo Horizonte. O Con- gresso não é só um evento daqueles que lá participam. Seus conteúdos e articulações, disseminados, depois, pela nossa rede de divulgação, revitalizam as nossas atividades pastorais e nossas mentes se abrem a novos horizontes. Vamos acompanhar esse evento com atenção e saborear seus frutos. Gente nova na Família Saudamos, com a- legria, a nova equipe da Comissão Episcopal para a Vida e a Família, formada a partir da eleição de Dom Petrini, como Presidente. Dom Antonio Augusto Dias Duarte, auxiliar do Rio de Janeiro, e Dom Joaquim Justino Carreira, auxiliar de São Paulo compõem o trio episcopal. Ao casal nacional Tico e Vera se juntam Marivone e Volnei, de Joinville, SC. E os novos assessores, Pe. Rafael, de Ni- teroi, RJ, e Pe. Wladimir, de São João da Boa Vista, SP, devem continuar os trabalhos com a mesma dedicação dos anteriores. E- quipe renovada, esperamos ansiosos, sem- pre maiores bênçãos, e orientação segura, para a nossa Pastoral. Peçamos a Deus que lhes dê muita força. A todos, desejo que mês vocacional inspire sempre maior amor pela causa do Reino, sempre com a proteção de Maria, mãe e modelo de todos os vocacionados. Paz e Bem! Dom João Bosco, O.F.M. Bispo de União da Vitória CNBB REGIONAL SUL 2 BOLETIM ON LINE AGOSTO DE 2011

Boletim da Pastoral Familiar - Agosto 2011

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Boletim da Pastoral Familiar - Agosto 2011 - Regional Sul 2 - CNBB

Citation preview

Page 1: Boletim da Pastoral Familiar - Agosto 2011

Estimados irmãos em Cristo Coordenadores e Assessores da Pastoral Familiar do Regional Sul 2 Irmãos no episcopado, saudações!

Todas as Vocações – Gosto do mês de agos-

to. O mês que era do “desgosto”, depois de

transformado em mês das Vocações, passou

a ser uma grande ocasião de a gente conhe-

cer e aprofundar o mistério da Igreja, onde

cada uma das vocações se insere. Como em

uma grande orquestra, as diferentes voca-

ções se entrelaçam, em grande harmonia.

Os Ministérios Ordenados, a Vida Religiosa,

os Leigos, com sua missão de entrar por to-

das as veias da sociedade, cada vocação tem

seu papel e sua importância no corpo vivo

de Cristo, a Igreja. Realidade que nos faz re-

zar, louvando a Deus, por tão grandes dons,

mas também pedindo insistentemente ao

Pai, para que este corpo, a Igreja, na sua va-

riedade de dons, cresça na unidade, no a-

mor e no testemunho.

Semana da Família – Para a nossa Pastoral

Familiar, o mês de agosto é o ambiente mais

adequado para celebrar o dom da vocação

familiar. A Semana Nacional da Família já é

um acontecimento em cada diocese e nas

paróquias, trazendo muitos benefícios. E

neste ano temos a atenção de modo espe-

cial voltada para o XIII Congresso Nacional

que se realiza em Belo Horizonte. O Con-

gresso não é só um evento daqueles que lá

participam. Seus conteúdos e articulações,

disseminados, depois, pela nossa rede de

divulgação, revitalizam as nossas atividades

pastorais e nossas mentes se abrem a novos

horizontes. Vamos acompanhar esse evento

com atenção e saborear seus frutos.

Gente nova na Família – Saudamos, com a-

legria, a nova equipe da Comissão Episcopal

para a Vida e a Família, formada a partir da

eleição de Dom Petrini, como Presidente.

Dom Antonio Augusto Dias Duarte, auxiliar

do Rio de Janeiro, e Dom Joaquim Justino

Carreira, auxiliar de São Paulo compõem o

trio episcopal. Ao casal nacional Tico e Vera

se juntam Marivone e Volnei, de Joinville,

SC. E os novos assessores, Pe. Rafael, de Ni-

teroi, RJ, e Pe. Wladimir, de São João da

Boa Vista, SP, devem continuar os trabalhos

com a mesma dedicação dos anteriores. E-

quipe renovada, esperamos ansiosos, sem-

pre maiores bênçãos, e orientação segura,

para a nossa Pastoral. Peçamos a Deus que

lhes dê muita força.

A todos, desejo que mês vocacional inspire

sempre maior amor pela causa do Reino,

sempre com a proteção de Maria, mãe e

modelo de todos os vocacionados.

Paz e Bem!

Dom João Bosco, O.F.M.

Bispo de União da Vitória

CNBB – REGIONAL SUL 2 – BOLETIM ON LINE – AGOSTO DE 2011

Page 2: Boletim da Pastoral Familiar - Agosto 2011

AAGGOOSSTTOO//22001111

Pastoral Familiar – CNBB – Regional Sul 2 22

BBoolleettiimm OONN LLIINNEE ddaa PPaassttoorraall

FFaammiilliiaarr ddoo RReeggiioonnaall SSuull IIII -- CCNNBBBB

RRuuaa SSaallddaannhhaa MMaarriinnhhoo,, 11226666 –– 8800443300--116600

CCuurriittiibbaa –– PPRR –– TTeell..::((4411)) 33222244--77551122

DDoomm JJooããoo BBoossccoo BBaarrbboossaa ddee SSoouussaa

BBiissppoo ddee UUnniiããoo ddaa VViittóórriiaa--PPRR

RReepprreesseennttaannttee EEppiissccooppaall

EE--mmaaiill:: ddoommbboossccoo@@ddiioocceesseeuunniivviittoorriiaa..oorrgg..bbrr

DDiiáácc.. JJuuaarreess CCeellssoo KKrruumm

AAsssseessssoorr RReeggiioonnaall

EE--mmaaiill:: jjcckkrruumm@@yyaahhoooo..ccoomm..bbrr

PPPaaassstttooorrraaalll FFFaaammmiiillliiiaaarrr dddaaa AAArrrqqquuuiiidddiiioooccceeessseee dddeee

CCCuuurrriiitttiiibbbaaa rrreeeaaallliiizzzaaa sssuuuaaa XXXVVVIII AAAsssssseeemmmbbbllleeeiiiaaa

Aconteceu no dia 03 de julho no Centro de Convenções da Paróquia Santo Antonio de Orleans, em Curitiba a XVI Assembleia da Pastoral Familiar da Arquidiocese de Curitiba, com o tema “Juventude e Vocação Matrimonial”, com a presença de 160 pessoas.

Teve início com a celebração eucarística presidida por Dom João Carlos Seneme, concelebrada pelo Pe. Jonacir Francisco Alessi (Assessor da Pastoral Familiar da arquidiocese) e pelo Diác. Darci. O Sr. Jeferson Carvalho apresentou a palestra tema da Assembléia "Juventude e Voca-ção Matrimonial", com breves reflexões

sobre o Documento de Aparecida (212). Falou que a sociedade hoje exige uma transformação, e o cristão deve ter um importante papel nessa transformação, onde é preciso urgentemente trabalhar no desenvolvimento afetivo do ser humano, resgatar sua essência, e que ser amado é a sua necessidade como nos mostra a Bíblia no livro do Genesis "Não é bom que o homem esteja só, por isso vou dar-lhe uma companheira..."

Concluiu comentando a necessidade de to-das as pastorais estarem unidas em ações para melhor acolher os adolescentes e

jovens, abrir as janelas para que o ar da juventude entre e possa assim revigorar nossa Igreja e nossas famílias.

A tarde houve um plenário com o palestran-te e a participação do padre Jonacir para auxiliar nas respostas. Após o plenário, formaram-se grupos de estudo para relacionar dentro do tema vivido nesta

assembléia ações concretas a implantar e a aperfeiçoar pela Pastoral Familiar.

Pe.Jonacir, Dom João Carlos e Diác.Darci

Page 3: Boletim da Pastoral Familiar - Agosto 2011

AAGGOOSSTTOO//22001111

Pastoral Familiar – CNBB – Regional Sul 2 33

Mês Data Evento Local/ Responsabilidade

SET 10 e 11 Reunião – Coordenação da CRPF Maringá

OUT 01 a 07 Semana Nacional da VIDA Paróquias e Dioceses

08 DIA DO NASCITURO Paróquias e Dioceses

A “Pastoral Bíblica” predominou do Concílio Vaticano II (1962-1965) para cá, fez e faz um enorme bem aos fiéis

e à Igreja. Sua função principal é cumprir o que pede o Concílio através da Constituição Dogmática sobre a Pala-

vra de Deus, a Dei Verbum: que todos os fiéis tenham acesso as Sagradas Escrituras. E, nesse ponto, o Brasil foi

privilegiado com 17 traduções da Bíblia, várias instituições para ajudar os católicos a terem uma boa introdução à

Bíblia. Entre elas se destaca o Centro de Estudos Bíblicos (CEBI). Mas há numerosas outras iniciativas de oração

e vivência da Palavra de Deus, como os Círculos Bíblicos e a Leitura Orante da Palavra.

Há publicações que ajudam a esclarecer a diferença e complementação entre Pastoral Bíblica e Animação Bíblica

da Pastoral. Há seminários e encontros com esta finalidade. Há, inclusive, dioceses e regiões pastorais que forma-

ram a Comissão de Animação Bíblica da Pastoral. O Primeiro Congresso Brasileiro de Animação Bíblica da

Pastoral, com uns 500 participantes, vindos dos 17 regionais de CNBB, em outubro de 2011 será um momento de

síntese avaliativa da caminhada e de um especial impulso à ABP. E, sem dúvida, toda a mobilização sobre a ABP

será uma preciosa contribuição para a renovação da Igreja sob o impulso de Aparecida e da Missão Continental.

(Parte de entrevista do Irmão Nery, fsc em http://atualizacaoteologica.blogspot.com/2011/01)

Setembro

Outubro

88 aa 1122 ddee oouuttuubbrroo

ddee 22001111

Page 4: Boletim da Pastoral Familiar - Agosto 2011

AAGGOOSSTTOO//22001111

Pastoral Familiar – CNBB – Regional Sul 2 44

AAnniimmaaççããoo BBííbblliiccaa ddaa PPaassttoorraall Dom José Antonio Peruzzo

Quem lê atentamente o Documento de

Aparecida surpreende-se com algumas constata-

ções corajosas a que a Igreja se propõe. Será ne-

cessário um tempo longo, paciente, assinalado

por muita perseverança, para integrar à nossa

vivência eclesial aquelas percepções tão verazes

e, ao mesmo tempo, muito impregnadas das ca-

racterísticas genuínas dos cristãos dos primeiros

dias da Igreja. Ao escrever este parágrafo, penso

na ênfase a temáticas tão relevantes e de grande

recorrência como “encontro pessoal com Cris-

to”, “conversão pastoral”, “conhecimento da Pa-

lavra”, anseio dos discípulos de Jesus em “ali-

mentar-se com o Pão da Palavra”... As citações

poderiam se enumerar e alongar. Estas menções

pretendem apenas lembrar que se está tocando

em questões e possibilidades sem as quais a I-

greja poderia desfigurar gravemente sua própria

identidade de discípula e missionária.

Ao mesmo tempo, muito já se falou que a

humanidade atravessa um severo processo de

transformação cultural. O mesmo já recebeu

muitos nomes. Aqui, para simplificar, será men-

cionado apenas aquele já bastante conhecido: a

chamada mudança de época. E este fenômeno é

impossível mensurar. Tampouco se pode freá-lo.

Seus desdobramentos suscitam, a cada dia, no-

vas surpresas e perplexidades. Em meio a toda

esta ebulição, quase tudo faz pensar que nos en-

caminhamos para a passagem de uma realidade

de cristandade para outra de diáspora. Há muitos

elementos a nos sugerir que, em termos de e-

vangelização, teremos muitas proximidades com

os caminhos e situações do cristianismo primiti-

vo. E tudo isso está a instar os discípulos mis-

sionários do nosso tempo a indagações sobre os

melhores percursos a palmear quando se trata de

“transmitir a fé”. Afinal, é ela, a transmissão da

fé em Jesus Cristo, a razão fundante de toda a

ação evangelizadora.

Os primeiros cristãos não falaram de anima-

ção bíblica da pastoral. Mas a sua evangelização

era profundamente bíblica; inteiramente perpas-

sada pelas experiências e revelações bíblicas.

Para anunciar a pessoa de Jesus Cristo, o Salva-

dor ressuscitado, todas as esperanças do Antigo

Testamento eram evocadas. Era assim nos dias

apostólicos. Basta observar o pensamento pauli-

no ou as pregações presentes nos Atos do Após-

tolos. E quando o anúncio do Evangelho recebeu

sua formulação escrita, então quase tudo era ma-

tizado pela palavras dos evangelistas e dos após-

tolos. Basta pensar nos primeiros escritos cate-

quéticos (Didaqué); nas reflexões de Orígenes,

lançando as primeiras raízes da Lectio Divina; e

também a fecunda teologia dos Santos Padres.

Era a Bíblia, ou melhor, a Palavra, a conferir

motivação, a dar ânimo, a suscitar força perseve-

rante e transfigurar o sentido de suas vidas. Por-

que afinados com a Palavra, seu modo de pen-

sar, de projetar, de realizar e de celebrar, era in-

teiramente impregnado da força transformadora

gerada pelo encontro com o Senhor mediante a

Palavra. Eram evangelizadores “biblicamente

animados”. Muito animados.

Pois bem, a animação bíblica de toda a Pas-

toral é um tema que retorna à ribalta nestes últi-

mos tempos. Parece interessante observar o sen-

tido da expressão a partir de sua etimologia. Por

este caminho é possível vislumbrar o que se

quer acentuar. O termo latino animus refere-se

àquela força interior, àquele princípio espiritual

que, a partir de dentro, move ou motiva alguém

a determinadas escolhas e ações. É como que a

alma que suscita dinamismos em favor de uma

causa. O contrário é des-ânimo, falta de vigor,

de alegria, falta de encanto. O Documento de

Page 5: Boletim da Pastoral Familiar - Agosto 2011

AAGGOOSSTTOO//22001111

Pastoral Familiar – CNBB – Regional Sul 2 55

Aparecida (n. 248) ao propor a animação bíblica

da pastoral associa-a com “fonte de evangeliza-

ção”, com “alimento com o Pão da Palavra”,

com “encontro com Jesus Cristo vivo”. Basta

observar as imagens de fundo: se secar a fonte,

secará o córrego. Se faltar alimento, debilita-se o

corpo. Se faltar encontro, vai-se a amizade.

Ainda caminhando pelos trilhos da etimolo-

gia, muito ajuda a perceber o sentido originário

do termo “pastoral”. Pastoral vem de pastor,

que, por sua vez, está ligado a pastagem. E a tal

da pastagem é dotada de uma grande força sim-

bólica, associada à vida, à serenidade, à paz. Um

dos melhores retratos figurativos do AT é o Sl

23: “O Senhor é o meu pastor, nada me falta”.

Em seguida afloram expressões figurativas co-

mo “descansar em verdes prados”, “conduzir a

águas tranqüilas”, “restaurar forças”, “guiar pelo

caminho certo”, “bastão e cajado” que dão segu-

rança, “mesa farta”, “habitar na casa do Senhor”.

É este o linguajar do AT para falar de um bom

pastoreio. É marcado por experiências ricas de

esperanças (“restaurar forças”), de vida generosa

e abundante (“verdes prados”), de paz (“descan-

so”, “águas tranqüilas”). Resultam da gratuidade

de Deus, que se volta atento para o seu escolhi-

do. É esta a experiência do salmista.

Por outro lado, Jesus, o bom Pastor, servin-

do-se de figuras semelhantes, dá um passo deci-

sivo. Não se trata apenas das graças com as

quais Deus cumula os seus. Vai mais além: ago-

ra se refere a quem Ele é estando com as suas

ovelhas. O evangelho de João é quem nos ajuda.

No cap. 10 há várias expressões primorosas: “Eu

sou o bom pastor”, cuja característica é dar a

própria vida em favor das ovelhas (vs. 11.14);

sua relação com elas é de conhecimento recípro-

co (v. 14); elas conhecem a voz do pastor (vs.

4.16). Ora, se a palavra “pastoral” procede desta

terminologia, isso quer dizer que a mesma “pas-

toral” não se volta apenas para a oferta de servi-

ços religiosos. Ainda que estes sejam feitos com

generosidade, qualquer programa pastoral terá

um caráter de pastoreio somente na medida em

que as ovelhas puderem ouvir a voz amorosa do

seu pastor e a Ele possam dar sua resposta. E o

Povo de Deus “tem radar”, isto é, percebe quan-

do os homens e mulheres de Igreja falam do que

“ouviram do Senhor” ou quando é apenas dis-

curso religioso.

Pois bem, agora podem-se tentar algumas

achegas à expressão “Animação bíblica da Pas-

toral”. Antes, porém, cabem algumas premissas:

animação bíblica quer se referir a ânimo gerado

a partir da Palavra. Palavra é “pessoa”. Não se

trata, pois de “animar-se” a partir das idéias ou

das estratégias de Jesus. Tampouco se trata ape-

nas de estudá-Lo. O discípulo não ama a pessoa

de Jesus simplesmente porque o estuda. Estudá-

Lo é possível até sem ser discípulo. Um exem-

plo será de grande ajuda agora: quem conhece

mais um adolescente? Sua mãe, que muito o

ama, ou o psicólogo que o examinou com todos

os métodos das ciências do comportamento? É

evidente que a mãe conhece melhor. Ela procura

o especialista porque ama o filho; não o inverso,

não procura o especialista para poder amar o fi-

lho. Ela e ele necessitarão, provavelmente, da

palavra especializada, mas é nas relações de par-

tilha afetuosa e interpessoal que o adolescente e

sua mãe se construirão. Isso não se dá com ciên-

cia, mas nas experiências de amor vivido.

Voltando à “animação bíblica da pastoral”

talvez seja útil começar por dizer o que ela não

é. Não é mais uma “pastoral” entre outras, com

seu coordenador, sua equipe, seu calendário de

encontros e participações. Embora sejam neces-

sários e, mais do que isso, indispensáveis, os en-

contros de estudo e formação ainda não são o

“ânimo vital”, e não necessariamente “pastorei-

am”. Então, o que é Animação Bíblica? Trata-se

de “ânimo” que brota da Palavra. Palavra não é

um conjunto de idéias, não é pensamento, não é

conceito sobre Jesus. Palavra, aquela que se tor-

nou Escritura, é portadora da pessoa mesma de

Jesus. Algo parecido com a jovem que, ao rece-

ber a carta do seu amado, beija-a. Ela não quer

Page 6: Boletim da Pastoral Familiar - Agosto 2011

AAGGOOSSTTOO//22001111

Pastoral Familiar – CNBB – Regional Sul 2 66

beijar o papel, ou algumas frases. Ela está volta-

da à pessoa amada. O mesmo se pode falar da

relação com Jesus mediante a Palavra presente

na Bíblia. Por ela, pela palavra bíblica, é possí-

vel a amizade com Ele. Pela palavra bíblica se

cultiva a afeição, o encontro, o silêncio atento

diante dEle, a obediência a Ele, sempre com gra-

tuidade e com confiança.

Em sua bela exortação pós-sinodal, o Papa

Bento XVI se refere explicitamente à Animação

Bíblica da Pastoral (n. 73). E explica que não se

trata de sobrepor um ou outro evento singular a

respeito da Bíblia. Ninguém pode falar convin-

centemente de uma pessoa sem ter-se encontra-

do com ela. Seria apenas “falar por ouvir dizer”.

Seria apenas informação. E ninguém evangeliza

oferecendo informações sobre Jesus. Para

transmitir a fé, para anunciar a pessoa de Jesus,

é necessário tê-lo encontrado; é preciso tê-lo ex-

perimentado; é preciso se deixar alcançar por

Ele. É vivenciar o fascínio deste encontro, que

nunca será “neutro”. Sempre haverá alguma rea-

ção-resposta. Alguns personagens dos evange-

lhos podem nos ajudar: Nicodemos (Jo 3,1-21),

a Samaritana (Jo 4,1-12), Zaqueu (Lc 19,1-10),

também Paulo, nunca mais foram os mesmos.

Tornaram-se “agentes de pastoral” profunda-

mente assinalados pelo encontro com o Senhor.

Pois bem, por Animação Bíblica da Pastoral

não quer enunciar novos formatos, novos es-

quemas e organismos, novas sistematizações or-

ganizacionais de paróquias ou dioceses. Mais do

que tudo, e antes de qualquer outra iniciativa,

por animação bíblica se pretende dizer que todos

os agentes evangelizadores, seja eles bispos, pa-

dres, religiosos, catequistas, ministros extraordi-

nários, coordenadores, administradores de

quaisquer instituições eclesiásticas, que todos

tenham o “ânimo”, a linfa interior originada do

encontro com Ele mediante a Palavra. E quem o

encontra alegra-se com Ele, fala com Ele, com-

preende com os critérios e valores dEle, inter-

preta com Ele, assume as escolhas dEle. O agen-

te de pastoral biblicamente animado não passa a

fazer mais coisas, ou ter mais outros compro-

missos de agenda. Não é um modo de fazer. É

um modo de ser diante de Jesus Cristo e, por

causa dEle, um novo modo de ser diante dos ou-

tros.

Não se trata de intimismo. O intimista está à

procura de suas conveniências mediante gratifi-

cações subjetivas de tipo religioso ou místico.

Trata-se sim de intimidade com Jesus. A intimi-

dade cria e aprofunda relações, transforma cora-

ções, recria ou renova opções e também move a

ações. A intimidade com Ele traz paz e alegria.

E se difunde a partir de quem a experimenta.

Bento XVI assim se expressou referindo-se a a-

nimação bíblica: Que “se tenha realmente a pei-

to o encontro pessoal com Cristo que Se comu-

nica a nós na sua Palavra. Dado que „a igno-

rância das Escrituras é a ignorância de Cristo‟,

então podemos esperar que a animação bíblica

de toda a pastoral ordinária e extraordinária

levará a um maior conhecimento da Pessoa de

Cristo, Revelador do Pai e plenitude da Revela-

ção divina” (Verbum Domini, 73).

O que fazer para que nossos evangelizado-

res sejam “biblicamente animados”? Trata-se

fundamentalmente de espiritualidade bíblica. Es-

ta pode ser cultivada de diferentes modos. Vale

lembrar que a Palavra tem uma “potência

sacramental” (cf. Verbum Domini 56; 195) ou

seja, ela realiza o que pronuncia. A liturgia,

celebrada como verdadeira linguagem do misté-

rio da pessoa de Jesus e a Leitura Orante da

Palavra apresentam-se como as melhores possi-

bilidades para que os discípulos de hoje, do

mesmo modo como os da primeira hora da

Igreja, evangelizem biblicamente inspirados.

Page 7: Boletim da Pastoral Familiar - Agosto 2011

AAGGOOSSTTOO//22001111

Pastoral Familiar – CNBB – Regional Sul 2 77

CCaassaaiiss eemm sseegguunnddaa uunniiããoo -- PPooddeemm eelleess sseerr

aaccoollhhiiddooss ee aammaaddooss ppeellaa IIggrreejjaa??

Um casamento foi celebrado com flores, festas

e sorrisos. Era para serem felizes para sempre,

mas, depois de alguns anos, o relacionamento

revela-se insustentável, os filhos sofrem tanto

ou mais que os pais, o amor já não existe, a fé

não foi capaz de reconduzir à reconciliação e à

paz. Assim termina a convivência. Após um pe-

ríodo de vazio e solidão, cada um busca o seu

caminho e encontra um novo relacionamento,

uma nova união. Mas a Igreja não abre mais a

possibilidade de receberem o matrimônio no-

vamente. Soma-se ao sofrimento da separação

outro sofrimento: o preconceito e a exclusão.

No início deste mês de julho, na Casa de For-

mação Cristã, na Diocese de União da Vitória,

nos dias 2 e 3, a Pastoral Familiar realizou um

primeiro encontro, reunindo casais de diversas

paróquias que estão em segunda união. Já antes,

no mês de abril, houve uma preparação dos

agentes, para encontrar um caminho de acolhi-

da, apoio e solidariedade a esses – irmãos nos-

sos pelo batismo e pela fé – que vivem uma

segunda união estável, porém irregular perante

a norma da Igreja. Seria possível a esses casais

viverem uma vida cristã familiar, unidos à Igre-

ja, nessa situação? Estariam vivendo em peca-

do? Poderiam receber os sacramentos da confis-

são e da eucaristia? Podem ser padrinhos de ba-

tismo? Por que razão a Igreja tem normas tão

severas com relação ao matrimônio? Há casos

em que a Igreja reconhece a nulidade de um

casamento anteriormente celebrado? São muitas

as interrogações não só dos próprios casais, mas

também dos familiares e dos fiéis das nossas

comunidades. Para esclarecer todas essas ques-

tões é que o referido encontro foi feito. Agora é

hora de acolher esses casais em segunda união.

E não só os agentes da Pastoral familiar como

as próprias comunidades devem recebê-los,

com compreensão e amor, plenamente informa-

dos quanto aos ensinamentos e preceitos da

nossa Igreja para esses casos específicos.

AA oorriieennttaaççããoo ddaa IIggrreejjaa

Embora os casos de separação e novas uniões

tenham-se tornado mais frequentes, só agora é

que estamos acordando para esse debate. E a

orientação da Igreja sobre esse assunto já vai

completar 30 anos. Foi o Papa João Paulo II

quem trouxe clareza a essas situações que foram

chamadas de “casos especiais”, na Exortação

Apostólica “Familiaris Consortio”, de 1981.

Esse documento fala sobre a importância, a be-

leza e a missão da Família, invenção do próprio

Deus. Descreve, também, de forma muito pre-

cisa, todas as situações que envolvem as famí-

lias nos tempos de hoje, e que são irregulares

conforme a visão da Igreja, desde as uniões de

fato, sem nenhum compromisso oficial, nem ci-

vil nem religioso, às uniões realizadas só civil-

mente, e também àquelas em que houve o sa-

cramento do matrimônio, seguido de separação

e nova união somente civil. Estas últimas foram

chamadas pelo Papa de “casos difíceis”, pois

são irregularidades que nem sempre podem ser

conduzidas a uma solução adequada às normas

da Igreja. O papa João Paulo II afirma que os

casais em segunda união devem ser acolhidos.

Diz que “a Igreja existe para conduzir todos à

salvação, especialmente, os batizados. Ela não

pode abandonar esses irmãos, mas deve ofere-

cer-lhes meios de salvação”. Ele exorta toda a

Igreja, pastores e fiéis, a ajudá-los, como bati-

zados, a não se sentirem separados da Igreja. O

Santo Padre explica que a Igreja, fundamentada

Page 8: Boletim da Pastoral Familiar - Agosto 2011

AAGGOOSSTTOO//22001111

Pastoral Familiar – CNBB – Regional Sul 2 88

na Sagrada Escritura, não pode admitir, aos que

contraíram uma segunda união, que recebam a

comunhão eucarística, porém “sejam exortados

a ouvir a Palavra de Deus, a frequentar o Sacri-

fício da Missa, a perseverar na oração, a prati-

car a caridade, a educar os filhos na fé cristã e a

implorar dia a dia a graça de Deus” (cf FC, 84).

Foi a partir da Exortação Familiaris Consortio

que a Igreja estruturou a Pastoral Familiar em

três grandes áreas: o setor pré-matrimonial, que

olha para a preparação do casamento, o setor

pós-matrimonial, que abrange o cuidado das

famílias já constituídas, os movimentos familia-

res, o atendimento pastoral às famílias e, por

último, o setor chamado de “Casos Especiais”,

que considera esse variado leque de situações

irregulares, ou que merecem um cuidado mais

atento da Igreja.

PPrriioorriiddaaddee RReeggiioonnaall

A Pastoral Familiar do Regional Sul II, que

abrange o Estado do Paraná, em sintonia com a

Comissão Episcopal Nacional para a Vida e a

Família, da CNBB, escolheu este último setor, o

dos “Casos Especiais” e, dentro dele, a acolhida

aos casais em segunda união, como prioridade

do Regional. Uma equipe de agentes da Pastoral

Familiar se dedicou a conhecer bem o assunto e,

a partir do início deste ano de 2011, começou a

percorrer as dioceses paranaenses, preparando

casais para acolher aqueles em situação irregu-

lar, que muitas vezes já frequentam as nossas

paróquias, ou que delas se afastaram por desco-

nhecimento ou preconceito. Essa equipe esteve

em União da Vitória, nos encontros diocesanos

de abril e de julho. O que se espera a partir des-

ses encontros? Primeiro, que os próprios casais

da Pastoral Familiar conheçam o que diz a Igre-

ja, pois, muitas vezes, andamos informados su-

perficialmente.

Segundo, que os casais em segunda união sin-

tam que a Igreja, mãe Misericordiosa, acolhe-os

e sustenta-os na fé e na esperança. Eles devem

conhecer quais os caminhos propostos pela

Igreja, para que sua situação seja regularizada,

se for possível. E, mesmo sendo isso impossí-

vel, conforme as circunstâncias, tenham consci-

ência de sua situação, e vivam unidos a Deus,

na convivência da Igreja e prática do amor

cristão.

EEuuccaarriissttiiaa,, ppoorr qquuee nnããoo??

Frequentemente esse é o ponto mais questiona-

do da orientação da Igreja. Os casais que estão

em situação irregular entendem como uma con-

denação e exclusão. Mesmo os agentes da

Pastoral Familiar questionam. É possível conci-

liar o acolhimento amoroso que a Igreja quer

oferecer a todos, e essa norma explícita? A

questão fundamental é a própria declaração de

Jesus – explícita também – sobre a indissolubi-

lidade do matrimônio (Mt 19,9). Quando os

casais compreendem as razões da Igreja, quan-

do compreendem mais profundamente o que

significa um sacramento, especialmente, a

Eucaristia e o Matrimônio, passam não só a

aceitar o que diz a Igreja, mas também a defen-

der o que ela ensina. A compreensão mais

profunda, que muitos cristãos infelizmente não

têm, é que dá lugar à dúvida. Isso é esclarecido

nos encontros, primeiro com os agentes de

pastoral, inclusive os sacerdotes, e depois com

os próprios casais em segunda união. Há uma

infinidade de bens que a Igreja dispõe àqueles

que querem participar dela. Há também restri-

ções, que preservam a sacralidade desses bens,

que os casais passam a defender, quando

compreendem bem o seu significado, pois não

representam uma condenação ou julgamento,

pois isso cabe somente a Deus. Há situações, é

certo, em que a Igreja pode reconhecer a não

existência do vínculo matrimonial anterior, e

isso também é um caminho que pode ser apon-

tado aos casais para voltar ao sacramento, se for

esse o caso.

EEssttaammooss aappeennaass ccoommeeççaannddoo

Apesar dos 30 anos da Familiaris Consortio,

somente agora a Igreja, sobretudo aqui no

Brasil e no Paraná, tem dado passos decisivos

no sentido de buscar um caminho de vida cristã

para os casais em segunda união. A prudência e

a profundidade da questão exigem esse cuidado.

A irresponsabilidade e a corrupção dos laços

familiares vêm sendo disseminadas escancara-

damente pela sociedade do prazer, do consumo

e da superficialidade, com grande prejuízo para

a humanidade. A Igreja não pode abrir mão de

sua função de mãe e mestra, pois hoje, ela é

Page 9: Boletim da Pastoral Familiar - Agosto 2011

AAGGOOSSTTOO//22001111

Pastoral Familiar – CNBB – Regional Sul 2 99

quase a única voz e referência sólida, em defesa

do matrimônio natural, indissolúvel, entre ho-

mem e mulher, e testemunha de seu benefício à

convivência humana. As leis civis não favore-

cem mais uma compreensão do matrimônio de

acordo com a revelação das Escrituras. A

maneira como a nossa Igreja considera, com

seriedade, essa questão, pode ser de difícil

compreensão aos que estão já influenciados

pela cultura atual, que destrói os valores mais

enraizados. Por isso estamos ainda muito no

começo de um caminho que merece ser conhe-

cido, ampliado e valorizado por toda a nossa

gente.

Os casais que estão sendo preparados nesses

encontros diocesanos têm direito de ser instruí-

dos e conhecer plenamente a sua situação espe-

cial com relação à doutrina da Igreja. Terão,

após esse encontro, um roteiro de reuniões, de

oração e de estudo, para depois participar das

atividades normais da comunidade da Igreja,

sabendo que atividades podem realizar sem

constrangimento. Mas é preciso também que as

nossas comunidades estejam preparadas para

recebê-los com respeito, amizade e fraternidade,

e plenamente integrados na vida eclesial, sem

deixar que o preconceito impeça a boa convi-

vência eclesial, e sem deixar de cumprir consci-

entemente toda a orientação da Igreja.

Quero pedir aos leitores que participando das

nossas comunidades, troquem ideias sobre essa

realidade que ainda é difícil para muitos. Peço,

especialmente, aos sacerdotes e aos Conselhos

das Comunidades que, conhecendo bem as

normas da Igreja, com muita consciência, forta-

leçam o trabalho da Pastoral Familiar paroquial

e também da Pastoral Familiar Diocesana, que

se esforça para que esses nossos irmãos encon-

trem as portas e corações abertos, e louvem a

Deus por sua misericórdia e amor.

Dom João Bosco Barbosa de Sousa

Bispo de União da Vitória/PR

[email protected]

Brasil está entre os 10 países com mais inscritos para a

Jornada Mundial da Juventude CNBB

A informação foi divulgada na tarde de

quinta-feira, 7/jul, pela organização da Jornada

Mundial da Juventude 2011, em Madri, na

Espanha. A JMJ acontece dos dias de 16 a 21 de

agosto, com a participação do papa Bento XVI.

Até o momento, existem mais de 440 mil inscri-

tos, vindos de 182 países, o que constitui um

recorde na história das edições da JMJ, que

acontece desde 1985.

Além de Portugal e Brasil estão no grupo

dos 10 países com mais inscrições: Espanha,

Itália, França, Estados Unidos da América,

Alemanha, México, Polônia e Argentina.

Page 10: Boletim da Pastoral Familiar - Agosto 2011

AAGGOOSSTTOO//22001111

Pastoral Familiar – CNBB – Regional Sul 2 1100

««MMIISSSSAA ÉÉ CCOOMMOO UUMM PPOOEEMMAA,, NNÃÃOO

SSUUPPOORRTTAA EENNFFEEIITTEE NNEENNHHUUMM»»Por Alexandre Ribeiro

APARECIDA, domingo, 2 de dezembro de

2007 (ZENIT.org).- Ao defender o esmero

com as celebrações litúrgicas e a beleza como

uma «necessidade vital» que deve permeá-las,

a escritora brasileira Adélia Prado afirma que

«a missa é como um poema, não suporta enfei-

te nenhum».

«A missa é a coisa mais absurdamente poética

que existe. É o absolutamente novo sempre. É

Cristo se encarnando, tendo a sua Paixão, mor-rendo e ressuscitando. Nós não temos de botar

mais nada em cima disso, é só isso», enfatiza.

Poeta e prosadora, uma das mais renomadas

escritoras brasileiras da atualidade, Adélia

Prado, 71 anos, falou sobre o tema da lingua-

gem poética e linguagem religiosa essa quinta-

feira, em Aparecida (São Paulo), no contexto

do evento «Vozes da Igreja», um festival mu-

sical e cultural.

Ao propor a discussão do resgate da beleza

nas celebrações litúrgicas, Adélia Prado reco-

nheceu que essa é uma preocupação que a tem

ocupado «há muitos anos». «Como cristã de

confissão católica, eu acredito que tenho o de-

ver de não ignorar a questão», disse.

«Olha, gente – comentou com um tom de hu-mor e lamento –, têm algumas celebrações que

a gente sai da igreja com vontade de procurar

um lugar para rezar.»

Como um primeiro ponto a ser debatido, Adé-

lia colocou a questão do canto usado na litur-

gia. Especialmente o canto «que tem um novo

significado quanto à participação popular», ele

«muitas vezes não ajuda a rezar».

«O canto não é ungido, ele é feito, fazido, fa-

bricado. É indispensável redescobrir o canto

oração», disse, citando o padre católico Max

Thurian, que, observador no Concílio Vatica-

no II ainda como calvinista, posteriormente

converteu-se ao catolicismo e ordenou-se sa-

cerdote.

Adélia Prado reforçou as observações, enfati-

zando que «o canto barulhento, com instru-

mentos ruidosos, os microfones altíssimos,

não facilita a oração, mas impede o espaço de silêncio, de serenidade contemplativa».

Segundo a poeta, «a palavra foi inventada para

ser calada. É só depois que se cala que a gente

ouve. A beleza de uma celebração e de qual-

quer coisa, a beleza da arte, é puro silêncio e

pura audição».

«Nós não encontramos mais em nossas igrejas

o espaço do silêncio. Eu estou falando da mi-

nha experiência, queira Deus que não seja essa a experiência aqui», comentou.

«Parece que há um horror ao vazio. Não se

pode parar um minuto». «Não há silêncio. Não

havendo silêncio, não há audição. Eu não ouço

a palavra, porque eu não ouço o mistério, e eu

estou celebrando o mistério», disse.

De acordo com a escritora mineira (natural de

Divinópolis), «muitos procedimentos nossos

são uma tentativa de domesticar aquilo que é

inefável, que não pode ser domesticado, que é

o absolutamente outro».

Page 11: Boletim da Pastoral Familiar - Agosto 2011

AAGGOOSSTTOO//22001111

Pastoral Familiar – CNBB – Regional Sul 2 1111

«Porque a coisa é tão indizível, a magnitude é

tal, que eu não tenho palavras. E não ter pala-vras significa o quê? Que existe algo inefável

e que eu devo tratar com toda reverência.»

Adélia Prado fez então críticas a interpreta-

ções equivocadas que se fizeram do Concílio

Vaticano II na questão da reforma litúrgica.

«Não é o fato de ter passado do latim para a

língua vernácula, no nosso caso o português,

não é isso. Mas é que nessa passagem houve

um barateamento. Nós barateamos a lingua-gem e o culto ficou empobrecido daquilo que

é a sua própria natureza, que é a beleza.»

«A liturgia celebra o quê?» – questionou –. «O

mistério. E que mistério é esse? É o mistério

de uma criatura que reverencia e se prostra di-

ante do Criador. É o humano diante do divino.

Não há como colocar esse procedimento num

nível de coisas banais ou comuns.»

Segundo Adélia, o erro está na suposição de que, para aproximar o povo de Deus, deve-se

falar a linguagem do povo.

«Mas o que é a linguagem do povo? É aí que

mora o equívoco», – disse –. «Não há nin-

guém que se acerca com maior reverência do

mistério de Deus do que o próprio povo».

«O próprio povo é aquele que mais tem reve-

rência pelo sagrado e pelo mistério», enfati-

zou.

«Como é que eu posso oferecer a esse povo

uma música sem unção, orações fabricadas,

que a gente vê tão multiplicadas e colocadas

nos bancos das igrejas, e que nada têm a ver

com essa magnitude que é o homem, humano,

pecador, aproximar-se do mistério.»

Segundo a escritora brasileira, barateou-se o

espaço do sagrado e da liturgia «com letras

feias, com músicas feias, comportamentos vulgares na igreja».

«E está tão banalizado isso tudo nas nossas

igrejas que até o modo de falar de Deus a gen-

te mudou. Fala-se o “Chefão”, “Aquele lá de

cima”, o “Paizão”, o “Companheirão”.»

«Deus não é um “Companheirão”, ele não é

um “Paizão”, ele não é um “Chefão”. Eu estou falando de outra coisa. Então há a necessidade

de uma linguagem diferente, para que o povo

de Deus possa realmente experimentar ou bus-

car aquilo que a Palavra está anunciando», a-

firmou.

Para Adélia Prado, «linguagem religiosa é lin-

guagem da criatura reconhecendo que é criatu-

ra, que Deus não é manipulável, e que eu de-

pendo dele para mover a minha mão».

Com esse espírito, enfatizou, «nossa Igreja

pode criar naturalmente ritos e comportamen-

tos, cantos absolutamente maravilhosos, por-

que verdadeiros».

Ao destacar que a missa é como um poema e

que não suporta enfeites, Adélia Prado afir-

mou que a celebração da Eucaristia «é perfei-

ta» na sua simplicidade.

«Nós colocamos enfeites, cartazes para todo lado, procissão disso, procissão daquilo, pro-

cissão do ofertório, procissão da Bíblia, pal-

mas para Jesus. São coisas que vão quebrando

o ritmo. E a missa tem um ritmo, é a liturgia

da Palavra, as ofertas, a consagração… então

ela é inteirinha.»

«A arte a gente não entende. Fé a gente não

entende. É algo dirigido à terceira margem da

alma, ao sentimento, à sensibilidade. Não pre-cisa inventar nada, nada, nada», disse Adélia.

E encerrou declamando um poema seu, cujo

um fragmento diz:

“Ninguém vê o cordeiro degolado na mesa,

o sangue sobre as toalhas, seu lancinante

grito, ninguém”.

Page 12: Boletim da Pastoral Familiar - Agosto 2011

AAGGOOSSTTOO//22001111

Pastoral Familiar – CNBB – Regional Sul 2 1122

Num quarto modesto, o doente grave pedia si-

lêncio. Mas a velha porta rangia nas dobradiças

cada vez que alguém a abria ou fechava.

O momento solicitava quietude, mas não era o-

portuno para a reparação adequada, Com a pas-

sagem do médico, a porta rangia, nas idas e vin-

das do enfermeiro, no trânsito dos familiares e

amigos, eis a porta a chiar, estridente.

Aquela circunstância trazia, ao enfermeiro e a

todos que lhe prestavam assistência e carinho,

verdadeira guerra de nervos.

Contudo, depois de várias horas de incômodo,

chegou um vizinho, e colocou algumas gotas de

óleo lubrificante na antiga dobradiça, e a porta

silenciou, tranqüila e obediente.

A lição é singela, mas muito expressiva. Em

muitas ocasiões há tumulto dentro de nossos la-

res, no ambiente de trabalho, numa reunião

qualquer.

São as dobradiças das relações fazendo barulho

inconveniente; são problemas complexos, con-

fli-tos, inquietações, abalos... Entretanto na mai-

oria dos casos nós podemos apresentar a coope-

ração definitiva para a extinção das discórdias.

Basta que lembremos do recurso infalível de al-

gumas GOTAS DE COMPREENSÃO e a situ-

ação muda.

Algumas GOTAS DE PERDÃO acabam de i-

mediato com o chiado das discussões calorosas.

GOTAS DE PACIÊNCIA no momento oportu-

no podem evitar grandes dissabores.

GOTAS DE CARINHO penetram as barreiras

mais sólidas e produzem efeitos duradouros e

salutares.

GOTAS DE SOLIDARIEDADE E FRATER-

NIDADE podem conter uma guerra de muitos

anos.

É com algumas GOTAS DE AMOR que as

mães dedicadas abrem as portas mais emperra-

das dos corações confiados à sua guarda

São as GOTAS DE PURO AFETO que pene-

tram e dulcificam as almas ressecadas de espo-

sas e esposos ajudando na manutenção da con-

vivência duradoura.

Nas relações de amizade, por vezes algumas

GOTAS DE AFEIÇÃO são suficientes para lu-

brificar as dobradiças e evitar ruídos estridentes

da discórdia e da intolerância.

Dessa forma, quando você perceber que as do-

bradiças das relações estão fazendo barulho in-

conveniente não espere que o vizinho venha so-

lucionar o problema.

Lembre-se que você poderá silenciar qualquer

discórdia lançando mão do ÓLEO LUBRIFI-

CANTE DO AMOR, útil em qualquer circuns-

tância, e sem contra-indicação.

Não são necessárias grandes virtudes para lograr

êxito nessa empreitada. Basta agir com sabedo-

ria e bom senso. As vezes, são necessárias ape-

nas algumas GOTAS DE SILÊNCIO para con-

ter o ruído desagradável de uma discussão infe-

liz.

E se você é daqueles que pensa que os peque-

nos gestos nada significam lembre-se de que as

grandes montanhas são construídas de pequenos

grãos de areia.

Page 13: Boletim da Pastoral Familiar - Agosto 2011

AAGGOOSSTTOO//22001111

Pastoral Familiar – CNBB – Regional Sul 2 1133

Toda família tem seu filho preferido? FOLHA.COM - IARA BIDERMAN - DE SÃO PAULO

Você não faz diferença entre seus filhos. Menti-

ra, dizem psiquiatras, psicanalistas e psicólogos.

Como eles são do ramo e têm material para re-

fletir sobre as histórias de milhares de famílias

(tão iguais quanto diferentes da sua), não dá para

descartar essa opinião --como somos tentados a

fazer se um dos filhos reclama que o outro é o

queridinho.

"A maioria dos pais, se não todos, tem um filho

preferido", diz à Folha a psicóloga americana

Ellen Libby, do alto de sua experiência de 35

anos atendendo em consultório e no centro de

saúde mental da Universidade de Maryland.

"Mas são raros os que admitem isso", acrescenta

ela, que é autora do livro "The Favorite Child"

(sem edição em português).

Antes que algum pai ou mãe se sinta culpado, é

bom saber que para ela, como para outros espe-

cialistas ouvidos, não há nada de errado com a

preferência em si.

"A pessoa não gosta nem de si mesmo todo o dia

de forma igual, é impossível gostar igual de dois

filhos diferentes", diz o psiquiatra e psicanalista

Jorge Forbes.

Faz sentido, mas a lógica não é suficiente para

fazer com que pais ou mães se disponham a es-

cancarar esse assunto.

Para a terapeuta de família Tai Castilho, a difi-

culdade é criada por que acreditamos (ou que-

remos acreditar) nos mitos da família eterna-

mente feliz e do amor exclusivamente doador.

AMOR EM PARTES

Forbes complica um pouco mais as coisas, divi-

dindo o amor dos pais pelos filhos em duas par-

tes, uma indecifrável e outra compreensível.

"O indecifrável é um amor sem palavras, é a-

que-le que faz com que a pessoa dê sua vida pe-

lo outro. Hoje, é quase risível dizer que você

morreria pela revolução, mas não o é morrer

para um filho, coisa muito mais delicada e pró-

xima a você. O pai ou a mãe morrem por qual-

quer filho, é o amor que não distingue."

Desse ponto de vista, não conseguimos conceber

uma das crias como a preferida. Mas há outra

parte na divisão, a do amor compreensível. Tem

a ver com opções, gostos, comportamento.

"Todas essas características vão fazer com que

o pai ou a mãe tenham maior afinidade com um

ou outro filho. Afinidade quer dizer comparti-

lhar dos mesmos fins. Se gostamos dos mesmos

programas, vamos passar mais tempo juntos. Is-

so depende do gosto e não adianta reclamar,

porque é assim mesmo que é a vida."

Nessa parte, gostar igualmente de todos signifi-

caria que todos deveriam ser iguais. Algo que

não cabe mais no mundo moderno, segundo

Forbes.

"Hoje, valorizamos as diferenças. A primeira

negociação entre pais e filhos é legitimar as di-

ferenças."

Isso inclui reconhecer a preferência por passar

mais tempo conversando com um filho que gos-

ta dos mesmos temas que você ou ser menos

Page 14: Boletim da Pastoral Familiar - Agosto 2011

AAGGOOSSTTOO//22001111

Pastoral Familiar – CNBB – Regional Sul 2 1144

exigente com o que se compromete mais com as

coisas.

"Favoritismo é escolha, mas, na maioria das ve-

zes, é irracional: reflete nossas necessidades em

determinada época, depende de como o filho

responde a elas e da química que se forma entre

a criança e o adulto", diz Libby.

Escolher sem conseguir explicar racionalmente

os motivos incomoda. "Essa história de gostar

igual tira a culpa de reconhecer que você tem

maior afinidade por um filho", diz Castilho.

DRAMA PARA TODOS

E haja culpa. O escritor Milton Hatoum, autor

de "Dois Irmãos" (Cia. das Letras, 272 págs., R$

42,50) em que a preferência explícita da mãe por

um dos filhos gêmeos desencadeia o drama fa-

miliar, conta que já foi abordado por leitoras que

não conseguiram terminar de ler o livro.

"A escolha [do preferido] é um sofrimento para

a mãe, para o escolhido e para o preterido. É

um drama para todos e um dos grandes temas

do romance moderno."

Nem sempre termina em tragédia. Para Libby,

ser o queridinho ou queridinha de um dos pais

pode beneficiar a criança, aumentando sua auto-

estima, confiança e garra para atingir seus obje-

tivos.

A pergunta que não quer calar: se for assim, os

que orbitam em torno do favorito seriam desfa-

vorecidos no desenvolvimento da autoconfiança

e outros características desejáveis?

Segundo Libby, isso não acontece se, primeiro,

os pais forem honestos consigo mesmos e reco-

nhecerem as preferências; segundo, se estiverem

abertos para ouvir críticas quando estão privile-

giando demais um dos rebentos e, terceiro, esco-

lherem cada vez um filho diferente para ser o

queridinho.

"Cada filho nasce em um momento da história

do casal e da família. Dependendo do momento,

é mais fácil [para os pais] se identificar com um

bebê ou com uma criança mais crescida", diz

Castilho.

Uma boa estratégia, segundo ela, é falar para ca-

da um dos filhos que ele é o preferido. "Todo

mundo quer esse papel."

Até porque a posição traz vantagens imediatas.

O estudante Bruno Figueiredo dos Santos, 21, se

reconhece como o queridinho da mãe. "Sou mi-

mado [por ela] e gosto. O lado ruim são as go-

zações de meus irmãos."

Alessandro Shinoda/Folhapress

O estudante Bruno Figueiredo, 21, em sua casa em SP

A mãe, Ira Figueiredo dos Santos, 45, diz que os

irmãos Rafael, 23, e Luisa, 13, têm essa mania.

"Dizem que só faço algumas coisas para o Bru-

no. Ele foi caçula por sete anos, o mais novo

sempre tem um mimo à parte."

Mas há, na família, outros prediletos. Se Bruno é

o da mãe, Rafael é apontado como preferido do

pai. Já a mais nova é a favorita de todos, dizem

eles. "Até a cachorra mima a Luisa", diz o pai, o

economista Januário Figueiredo dos Santos, 51.

Dar atenção ao que os outros filhos estão dizen-

do, mesmo em brincadeiras, é uma forma de a-

justar os excessos que podem anular os benefí-

cios de ser o preferido.

Excessivo é, por exemplo, ter sempre o mesmo

filho e só um dos pais como atores fixos e quase

eternos do relacionamento privilegiado.

"Quando a posição é fixa, o preferido, seus ir-

mãos e os pais perdem a possibilidade de expe-

rimentar outros papéis e crescer", diz a psicana-

lista Leda Bolchi Spessoto.

Page 15: Boletim da Pastoral Familiar - Agosto 2011

AAGGOOSSTTOO//22001111

Pastoral Familiar – CNBB – Regional Sul 2 1155 Alessandro Shinoda/Folhapress

A estudante Fernanda Macedo, 20, na sala de sua casa em SP

Muitas vezes, é mais fácil para aquele que não é

o predileto tornar-se independente. Isso é uma

das poucas vantagens que a estudante Fernanda

Macedo, 20, reconhece em sua situação. Ela a-

firma que sua mãe prefere a outra filha, mais ve-

lha. Mariângela, a mãe, insiste que não é uma

questão de privilégios, mas que afinidades exis-

tem.

PREJUÍZOS

Ellen Libby afirma que, na maioria das famílias,

não são as preferências "naturais" que vão causar

problemas para os filhos na vida adulta.

"O prejudicial é quando o filho escolhido tem o

papel de preencher um vazio do adulto e substi-

tuir o companheiro do pai ou da mãe. É o antigo

mito de Édipo, que mata o pai e se casa com a

mãe, ou sua contrapartida feminina, Electra."

Outro prejuízo é a transformação do queridinho

em uma pessoa manipuladora e que se acha no di-

reito de receber tudo, sem dar nada em troca.

"A criança preferida é a que dá prazer ao adulto

que mais a interessa. Aprende a agradar para ter

mais privilégios e menos deveres", afirma a psicó-

loga Libby.

Se a escolha do filho favorito é o reflexo de um

narcisismo exagerado dos pais, sobra problema pa-

ra todo mundo, diz Forbes.

"É quando o adulto só consegue manifestar cari-

nho para aquele filho que é seu espelho. O filho

que não recebe atenção causa 'problemas' e é vis-

to pelos pais como retrato do próprio insucesso."

III Encontro de casais em

segunda união da Diocese de Campo Mourão

Algumas fotos do encontro que aconteceu domingo dia 17 de julho, com os casais em segunda união, que participaram do retiro em maio.

Page 16: Boletim da Pastoral Familiar - Agosto 2011

AAGGOOSSTTOO//22001111

Pastoral Familiar – CNBB – Regional Sul 2 1166

Está disponível, na INTERNET, o curso "Famí-

lia, torna-te aquilo que és". Destinado a ajudar

cada pessoa a cuidar de si, de sua família e ainda

ajudar outras famílias. O curso é constituído de 3 partes. Cada parte tem

cerca de 30 aulas em vídeo, com apostila, avalia-

ção,

Este é um serviço à família e à Pastoral Familiar,

através da formação de agentes.

Inscrições abertas

Período de acesso: 1 mês

Carga Horária: 14h30min

Esta etapa é focada na formação cognitiva, ou

seja, no conhecimento da realidade da vida, da

família e dos relacionamentos. A família, suas

dificuldades e as conseqüências de não cumprir

o seu papel, a ajuda necessária para a família;

quem pode ajudar; a Pastoral Familiar e sua

implantação na paróquia; documentos básicos e

defesa da vida, com o objetivo de esclarecer o

que é a Pastoral Familiar, suas atividades e ser-

viços e alertar sobre as situações que ameaçam a

defesa de vida.

CCoonntteeúúddoo PPrrooggrraammááttiiccoo

1. Família, bem precioso a ser preservado.

1.1 Homem e mulher, imagem de Deus

1.2 A família é projeto de Deus

1.3 A família tem dificuldades de existir

1.4 A família tem dificuldade de cumprir o

seu papel

1.5 A família planejada por Deus e seus fru-

tos

1.6 A família fragilizada e suas consequên-

cias

1.7 Que ajuda é necessária para a família?

1.8 Quem é convocado a ajudar a família?

1.9 Como você pode ajudar a sua e outras

famílias (como ser um agente de pastoral

familiar)?

1.10 A pastoral familiar: serviço da Igreja

para ajudar a família

1.11 Como implantar a pastoral familiar na

paróquia?

1.12 Documentos básicos para os agentes de

pastoral familiar

2. Família e Defesa da Vida

3. Vida X Aborto

4. Recursos e estratégias para a defesa da vida

Inscrições abertas

Page 17: Boletim da Pastoral Familiar - Agosto 2011

AAGGOOSSTTOO//22001111

Pastoral Familiar – CNBB – Regional Sul 2 1177

Período de acesso: 1 mês

Carga Horária: 11 horas

Nesse etapa são abordados temas e aprendizados

cognitivos, sobretudo os comportamentais que

são importantes para relações de qualidade, tais

como o amor de Deus, a dignidade humana e o

sacramento do matrimônio, levando a aprofun-

dar e elevar a qualidade dos relacionamentos

huma-nos.

CCoonntteeúúddoo PPrrooggrraammááttiiccoo 1. Conteúdo de ajuda à família

1.1 O que são os conteúdos de ajuda à

família?

2. Sustentação dos relacionamentos

2.1 A proximidade com Deus

2.2 A dignidade humana

3. O edifício dos relacionamentos

3.1 Relacionamentos próximos

3.2 Afetividade nos relacionamentos

4. A família planejada por Deus

4.1 O matrimônio

4.2 A família

Inscrições abertas

Período de acesso: 1 mês

Carga horária: 7 horas.

Nesta Parte 3 do curso são pormenorizados: con-

ceito, estrutura e funcionamento da Pastoral

Familiar; os setores Pré, Pós - Matrimonial e

Casos Especiais com suas abrangências; os prin-

cipais recursos humanos, materiais e metodoló-

gicos; organicidade e articulações pastorais.

CCoonntteeúúddoo PPrrooggrraammááttiiccoo 1. Chamado de Deus

2. Pastoral Familiar

2.1 Visão Global e setores

2.2 Finalidades, perfil e conceitos

2.3 Agentes

2.4 Organicidade e articulação

2.5 Ambientes de trabalho

3. Setor Pré-matrimonial

3.1 Preparação remota e geral

3.2 Preparação próxima

3.3 Celebração

4. Setor Pós-matrimonial

4.1 Oportunidades de trabalho

4.2 Acompanhamento

4.3 Tempos e temas especiais

5. Setor Casos Especiais

5.1 Desafios gerais e atualizações

5.2 Evangelização e situações irregulares

5.3 Diretrizes para evento inclusivo

MMeettooddoollooggiiaa

Utilizamos padrão de alta qualidade técnica e de

conteúdo abordado de forma ampla, dinâmica e

eficaz para o aprendizado.

Todo o conteúdo das aulas é disposto em vídeo,

garantindo o dinamismo da aula e o total poder

de acompanhamento por parte do aluno e, con-

sequentemente, seu maior aproveitamento do

conteúdo abordado.

Além disso, os materiais didáticos (compostos

de apostilas e materiais de apoio) referentes à

aula assistida são disponibilizados ao aluno para

download.

A maior aliada em nossos cursos é a internet e a

utilização desta ferramenta garante uma grande

flexibilidade de tempo, de acordo com as possi-

bilidades do aluno.

Este curso possui a possibilidade de

download da apostila.

Page 18: Boletim da Pastoral Familiar - Agosto 2011

AAGGOOSSTTOO//22001111

Pastoral Familiar – CNBB – Regional Sul 2 1188

Este curso possui perguntas para autoavali-

ação.

Este curso possui tutoria.

OOrriieennttaaddoorreess

JJooããoo BBoossccoo ee EEuunniiddeess

FFOORRMMAAÇÇÃÃOO AACCAADDÊÊMMIICCAA

JJooããoo BBoossccoo LLuuggnnaannii

Professor aposentado da Universidade

Federal do Paraná

Doutor em Fotogrametria pela Universi-

dade de New Brunswick, Canadá

AAppaarreecciiddaa EEuunniiddeess GGaallllii LLuuggnnaannii

Professora aposentada da Universidade

Tecnológica Federal do Paraná.

Mestre em Educação pela Universidade

de New Brunswick, Canadá.

Casados em 14 de outubro de 1969, quatro fi-

lhos, 6 netos.

AAttiivviiddaaddeess nnaa IIggrreejjaa

A partir de 1980, atividades com movi-

mentos familiares.

A partir de 1982, Pastoral Familiar da

Pa-róquia; em seguida na Coordenação

Ar-quidiocesana de Pastoral Familiar,

em Curitiba, com Dom Pedro Fedalto.

Em 1992, à convite de Dom Pedro Fedal-

to, na fundação e coordenação do Institu-

to de Pastoral da Família – (Projeto da

Comissão Nacional de Pastoral Fami-

liar, Setor Família, da CNBB) – o qual

presidiram por vários mandatos.

De 1992 a 1994, coordenação da Pastoral

Familiar do Regional Sul 2 – Paraná.

Responsáveis pela produção de subsídios

e criação dos Cursos Intensivos Presenci-

ais de formação de multiplicadores do

Instituto Nacional da Família e da Pasto-

ral Familiar - (INAPAF).

PPuubblliiccaaççõõeess rreellaacciioonnaaddaass aaoo tteemmaa

ffaammíílliiaa

Autores de 15 dos 34 módulos de ensino

do INAPAF em sua fase inicial e dos

módulos da nova fase do INAPAF.

Autores dos 4 manuais para formação de

agentes multiplicadores presenciais do

INAPAF.

Autores dos textos “Hora da Família”, da

Comissão Nacional da Pastoral Famili-

ar”, por 6 anos consecutivos.

Articulistas das revistas “Ave Maria” e

artigos diversos em outras mídias, sobre

família e pastoral familiar.

Responsáveis designados pela Comissão

Episcopal

PPaassttoorraall ppaarraa::

“Vida da Família”.

Projeto EAD, de cooperação entre Co-

missão Episcopal Pastoral Vida e Famí-

lia e TV Século 21, Curso à Distância

“Família Torna-te aquilo que és”

Participação em debates e entrevistas di-

versas em rádio e TV.

Participações, a convite e com trabalhos,

em Congressos de Pastoral Familiar.

Veja mais informações no link: http://www.eadseculo21.org.br/ead/default.aspx?opcao=visualizarCategoria&ID=7&tipo=3

IInnvveessttiimmeennttoo

Cada curso: R$ 39,90 a vista ou em até 7 vezes.

Page 19: Boletim da Pastoral Familiar - Agosto 2011

AAGGOOSSTTOO//22001111

Pastoral Familiar – CNBB – Regional Sul 2 1199

II SEMINÁRIO DE PROMOÇÃO E DEFESA DA

VIDA - ARQUIDIOCESE DE LONDRINA

Realizou-se na Arquidiocese de Londrina, no

dia 09 de julho, o II Seminário de Promoção de

Defesa da Vida. Motivado pela passagem bíblica

do livro de Romanos 12,2: “Não vos conformeis

com este mundo”, teve como objetivo aprofun-

dar os seguintes temas: a) A vida no debate

político brasileiro; b) A Cultura da Vida contra a

Cultura da Morte; c) Homossexualismo:

eliminando preconceitos.

A vida no debate político brasileiro foi o

tema abordado pelo Professor Hermes

Rodrigues Nery que é Coordenador da Comis-

são Diocesana em Defesa da vida e do

Movimento Legislação e Vida, da Diocese de

Taubaté, São Paulo. Ressaltando a missão profé-

tica da Evangelium Vitae enfatizou: “Através da

permissividade legislativa, os poderes constituí-

dos vêm aprovando leis contra a vida: descri-

minalizando o aborto, autorizando a eutanásia,

permitindo o uso de embriões humanos em

pesquisas científicas, ferindo a dignidade sacra-

mental do matrimônio ao legitimar uniões do

mesmo sexo, com o direito de adoção de crian-

ças, negando assim o direito à criança da insubs-

tituível e imprescindível paternidade e materni-

dade, indispensável à formação integral da

pessoa humana. Por isso a Evangelium Vitae

buscou sensibilizar os governantes e legisladores

não apenas a elaborar e aprovar leis em favor da

vida, como a sociedade de um modo geral a

colocar-se ao lado da vida, na defesa do nascitu-

ro, do portador de necessidade especial, dos

idosos, enfim, dos mais fragilizados do mundo,

pois o que a Igreja quer é a vida para todos.”

Traçando um roteiro histórico, demonstrou a

trajetória planejada de se promover uma profun-

da revolução da cultura e da moral e que vem se

estabelecendo no Brasil nos últimos 30 anos.

Dom Luiz Gonzaga Bergonzini, bispo da Di-

ocese de Guarulhos-SP, trouxe uma reflexão

sobre a Cultura da Vida contra a Cultura da

Page 20: Boletim da Pastoral Familiar - Agosto 2011

AAGGOOSSTTOO//22001111

Pastoral Familiar – CNBB – Regional Sul 2 2200

Morte, mencionando a violência contra juven-

tude, a vida difícil de muitos trabalhadores que

são privados do convívio familiar como conse-

quência da ineficiência do serviço de transporte

público, nos grandes centros.

Ao mencionar sobre a laicidade do Estado,

foi enfático ao dizer que é muito salutar que

cada um assuma o seu papel e sem interferên-

cias, porém a igreja jamais se calará quando a

dignidade do ser humano estiver ameaçada e

criticou aqueles que ao assumirem posições

públicas por eleição (principalmente os cristãos

que se dizem engajados), para defenderem seu

espaço político acabam por transgredir valores e

princípios.

Ressaltou o valor da vida e principalmente o

posicionamento do cristão diante dos desafios,

que não devem se calar e muito menos se

intimidar perante as ameaças. Testemunhou sua

atuação contra a descriminalização do aborto e

as represálias que sofre por assumir publicamen-

te esta posição e promover ações que denunciam

esta problemática.

O tema: Homossexualismo: eliminando

preconceitos, foi abordado pelo Pe Rafael Sola-

no Durán, Reitor do Seminário Paulo VI e

assessor da Comissão de Promoção e Defesa da

Vida de Londrina, segue um trecho de suas

palavras.

“Muito se tem falado ultimamente sobre este

assunto. As abordagens passam pelas mais

diversas correntes; e como muitos ainda preten-

dem insistir é um tema complexo e de muito

cuidado. O que tem a dizer esta realidade para

nós, membros da Igreja de Londrina?; Qual

deverá ser nossa atitude no dialogo com a cultu-

ra contemporânea?; Como podemos falar sobre

este tema sem ofender, ferir ou agredir

ninguém?.

Primeiramente o que devemos fazer é romper

dois preconceitos e esclarecer termos.

Não se pode falar de homossexualismo e

homossexualidade como se fossem duas realida-

des idênticas. Precisamos descobrir o verdadeiro

significado das duas e assim entender qual é o

posicionamento do Magistério da Igreja. O

homossexualismo envolve antes de mais nada

um comportamento, uma atitude ou forma de

ser, das pessoas que além de se sentirem

inclinadas por outras pessoas do mesmo sexo;

propiciam relacionamentos promíscuos, contra a

natureza e de forma implícita partilham as

manifestações da cultura gay. Neste sentido

todos os atos homossexuais se caracterizam pelo

prazer desordenado egoísta e possessivo

daqueles que os praticam.

De outro lado a homossexualidade entendida

como comportamento, pode ser explicita ou

tendenciosa. Muitas pessoas por razões e

circunstâncias adversas as suas vidas, tiveram

alguma relação homossexual, viveram dentro de

uma cultura que propiciou alguns rasgos explíci-

tos para ter este comportamento. De certa forma

muitos e muitas que vivem o drama da homos-

sexualidade o vivem ou porque não souberam

como chegaram até lá; ou porque viveram

momentos difíceis dentro do seu processo de

desenvolvimento. Muitos homossexuais que não

fazem parte da cultura gay lutam diariamente

para poder descobrir o caminho que os conduza

de novo a uma vida afetiva e sexual normal; pois

descobrem que sua tendência homossexual pode

ser superada.

Constantemente ouvimos estas pessoas

dizerem: “Onde foi que eu errei”, por que sou

homossexual; será que eu nasci assim? Muitas

destas perguntas emergem no dia a dia das

nossas relações familiares, paroquiais, acadêmi-

cas e pastorais.

Um segundo preconceito que devemos vencer

é se o homossexualismo é determinado geneti-

Page 21: Boletim da Pastoral Familiar - Agosto 2011

AAGGOOSSTTOO//22001111

Pastoral Familiar – CNBB – Regional Sul 2 2211

camente; ou se é o resultado da educação, do

meio ambiente no qual a pessoa é criada.

Tenho estudado duas grandes figuras. Que

me ajudam a compreender o sentido destes

questionamentos. A primeira, uma psicóloga

Americana chamada Judith Harris; a segunda, o

teólogo Italiano Livio Melina.

Para Harris o termo homossexualidade é

equivoco, pois muitos que praticam atos contra a

natureza não são homossexuais, mas obtêm

prazer nas relações esporádicas com pessoas do

mesmo sexo ou do outro sexo. Estes poderiam

ser chamados de homoafetivos, bissexuais ou

heterossexuais com sérios distúrbios psíquicos

comportamentais. Harris tende a valorizar as

vivencias “fora” do ambiente e da família no

sentido estrito. Para este tipo de pessoas o

normal é ser como elas são. E é precisamente o

que hoje segundo a psiquiatra, a sociedade

pretende apresentar e decidir, que as relações

homossexuais ou sexualmente desordenadas

podem acontecer de forma constante, quer

disser. Estabelecendo uma família, ou de forma

esporádica quer disser. Propiciando o gozo

sexual. Na visão desta psiquiatra a sociedade

perdeu a noção de respeito e pudor da corporei-

dade e da personalidade que está composta do

respeito anímico que cada ser humano possui

seja qual for sua tendência sexual. Todos os

seguidores desta corrente chegam a um ponto

em comum: não há uma única causa quanto ao

que determina o homossexualismo.

Para Melina, os atos homossexuais devem ser

analisados e avaliados desde a liberdade que a

pessoa possui para decidir e escolher aquilo que

lhe fará sempre bem. Se os atos morais que

realizamos estão em consonância com a nossa

consciência; quais os elementos suficientes que

nos permitiriam afirmar que tais atos são bons;

sendo que carecem em toda a sua estrutura de

razão e faculdade? A Igreja reconhece a luz da

Revelação que só na vida conjugal entre um

homem e uma mulher pode se considerar um ato

sexual reto e digno. Precisamente por isso os

atos homossexuais eliminam a dignidade do que

para a moral cristã é central na vida sexual dos

cônjuges. A acolhida que um manifesta para o

outro em liberdade. O encontro de uma pessoa

com a outra se expressa no respeito que uma tem

pelo corpo da outra. Nos atos homossexuais não

existe esta reciprocidade. Podemos nos pergun-

tar então; até onde os atos homossexuais como

tal podem causar beneficio a uma pessoa.

Em nenhum momento a Igreja tem rejeitado,

denegrido ou se afastado dos homossexuais. A

cada um e a cada uma lhe é oferecido o carinho

e o respeito devidos; assim como também o

anúncio da Boa Nova de Jesus na proposta da

castidade e da abstinência de qualquer tipo de

ato que possa escravizar ou reduzir sua dignida-

de de filho e filha de Deus.

Deixemos de lado atitudes egoístas e cô-

modas, e tratemos do tema; em casa, nos nossos

grupos de reflexão, nas comunidades paroquiais,

nos seminários em fim. Tentemos descobrir qual

deve ser a nossa fraterna e solida postura frente

a este desafio que temos. Não podemos nos

omitir, nem muito menos virar as costas a um

mundo que nos questiona e com justa razão nos

pergunta o que pensam os cristãos a este respei-

to.”

Agradecemos a Deus, pelo êxito do even-

to. Agradecemos também a participação de to-

dos que estiveram conosco, aprendendo e re-

fletindo, em especial àqueles que vieram de ou-

tras cidades e dioceses.

Que Deus, nosso Pai Criador, nos dê sempre

o ardor necessário para viver o Evangelho da

Vida! Cristian e Wilton

Comissão de Promoção e Defesa da Vida Arquidiocese de Londrina-PR