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1 HIDROMAR N.º 80 Boletim do Instituto Hidrográfico Sumário Hidromar N.º 80, Nov/Dez 2003 1 Multifeixe nos estudos de monitorização ambiental no Porto de Sines 5 Deriva Litoral – Com a colaboração da Força Aérea, Marinha melhora qualidade das previsões 9 NRP Auriga nas buscas da aeronave desaparecida ao largo da Madeira 10 Novo radar nos navios da classe Andrómeda 11 Missões do NRP Andrómeda em Out/Nov 13 Estações DGPS totalmente operacionais 3. as Jornadas Portuguesas de Engenharia Costeira e Portuária 14 Protocolo de colaboração com a Câmara Municipal do Seixal Visita ao Serviço Hidrográfico Tunisino Semana da Ciência e Tecnologia Estações DGPS totalmente operacionais 15 Estágios no IH Entrega de Diplomas 16 Festa de Natal 17 Festa de Natal do NRP Andrómeda 18 Actividades externas Agrupamento de Navios Hidrográficos 19 Visitas ao Instituto Hidrográfico 20 D. Idolinda Novas edições Introdução O litoral português é considerado como uma zona de fron- teira entre dois domínios diferentes, onde processos alta- mente complexos alimentados pela elevada energia das ondas interagem entre si, resultando diferentes confi- gurações e características dos troços costeiros. O equilíbrio existente entre os processos de fornecimento e os processos oceanográficos é muito delicado, alterando-se sempre que o homem artificializa a costa ou implanta grandes obras costeiras, como portos, por exemplo. No âmbito do protocolo que estabeleceu com a Adminis- tração do Porto de Sines (APS), o Instituto Hidrográfico reali- zou um estudo de dinâmica sedimentar da zona costeira e da plataforma interna envolventes ao Porto de Sines. Esta solicita- ção surgiu da necessi- dade de conhecer os impactos no trânsito sedimentar induzidos pela construção do novo molhe do porto. Pretende-se assim carac- terizar o trânsito sedi- mentar a norte e a sul daquela estrutura, em diferentes situações oceanográficas, e efec- tuar um balanço final. Este trabalho envolveu as Divisões de Geologia Marinha e de Oceano- grafia, e a Brigada Hidrográfica. Trabalhos efectuados Os trabalhos de campo foram divididos em 4 fases, de forma a caracterizar as cinco áreas escolhidas como repre- sentativas (página seguinte, fig. 1): • Praia do Norte • Praia de S. Torpes • Praia da Samouqueira • Envolvente ao Molhe Oeste • Envolvente ao Molhe Leste. Para além dos trabalhos pluridisciplinares que se descrevem, foram ainda obtidas medições correntométricas e de agitação marítima durante todo o período de observação. a. Levantamentos hidrográficos A sondagem foi executada a bordo da UAM Atlanta (fig. 2), equipada com o sonda- dor multifeixe Simrad EM 3000, entre a zona de rebentação e as isóbatas dos 30m (Samouqueira e S. Tor- pes), 50 m (Praia do Norte) e 75m (Molhe Oeste), com a cobertura total do fundo. Os dados estatísticos dos levantamentos hidro- gráficos são apresenta- dos na tabela seguinte. Multifeixe nos estudos de monitorização ambiental no Porto de Sines Multifeixe nos estudos de monitorização ambiental no Porto de Sines Vista tridimensional do Molhe Leste e da Lage da Borboleta

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1HIDROMAR N.º 80

B o l e t i m d o I n s t i t u t o H i d r o g r á f i c o

Sumário

HidromarN.º 80, Nov/Dez 2003

1 Multifeixe nos estudos de monitorizaçãoambiental no Porto de Sines

5 Deriva Litoral – Com a colaboração da Força Aérea, Marinha melhoraqualidade das previsões

9 NRP Auriga nas buscas da aeronave desaparecida ao largo da Madeira

10 Novo radar nos navios da classe Andrómeda

11 Missões do NRP Andrómeda em Out/Nov13 Estações DGPS totalmente operacionais

3.as Jornadas Portuguesas de EngenhariaCosteira e Portuária

14 Protocolo de colaboração com aCâmara Municipal do SeixalVisita ao Serviço Hidrográfico TunisinoSemana da Ciência e TecnologiaEstações DGPS totalmente operacionais

15 Estágios no IHEntrega de Diplomas

16 Festa de Natal17 Festa de Natal do NRP Andrómeda18 Actividades externas

Agrupamento de Navios Hidrográficos19 Visitas ao Instituto Hidrográfico20 D. Idolinda

Novas edições

Introdução

Olitoral português é considerado como uma zona de fron-teira entre dois domínios diferentes, onde processos alta-mente complexos alimentados pela elevada energia dasondas interagem entre si, resultando diferentes confi-

gurações e características dos troços costeiros.O equilíbrio existente entre os processos de fornecimento e

os processos oceanográficos é muito delicado, alterando-se sempreque o homem artificializa a costa ou implanta grandes obrascosteiras, como portos, por exemplo.

No âmbito do protocolo que estabeleceu com a Adminis-tração do Porto de Sines (APS), o Instituto Hidrográfico reali-zou um estudo de dinâmica sedimentar da zona costeira e da plataforma internaenvolventes ao Portode Sines. Esta solicita-ção surgiu da necessi-dade de conhecer osimpactos no trânsitosedimentar induzidospela construção do novo molhe do porto.Pretende-se assim carac-terizar o trânsito sedi-mentar a norte e a suldaquela estrutura, emdiferentes situaçõesoceanográficas, e efec-tuar um balanço final.Este trabalho envolveuas Divisões de GeologiaMarinha e de Oceano-grafia, e a BrigadaHidrográfica.

Trabalhos efectuados

Os trabalhos de campo foram divididos em 4 fases, deforma a caracterizar as cinco áreas escolhidas como repre-sentativas (página seguinte, fig. 1):

• Praia do Norte• Praia de S. Torpes• Praia da Samouqueira• Envolvente ao Molhe Oeste• Envolvente ao Molhe Leste.

Para além dos trabalhos pluridisciplinares que se descrevem,foram ainda obtidas medições correntométricas e de agitaçãomarítima durante todo o período de observação.

a. Levantamentoshidrográficos

A sondagem foiexecutada a bordo daUAM Atlanta (fig. 2),equipada com o sonda-dor multifeixe SimradEM 3000, entre a zonade rebentação e asisóbatas dos 30 m(Samouqueira e S. Tor-pes), 50m (Praia doNorte) e 75m (MolheOeste), com a coberturatotal do fundo. Osdados estatísticos doslevantamentos hidro-gráficos são apresenta-dos na tabela seguinte.

Multifeixe nos estudos de monitorizaçãoambiental no Porto de Sines

Multifeixe nos estudos de monitorizaçãoambiental no Porto de Sines

Vista tridimensional do Molhe Leste e da Lage da Borboleta

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2 HIDROMAR N.º 80

INSTITUTO HIDROGRÁFICORua das Trinas, 49 – 1249-093 LISBOA • PORTUGAL

Telefone +351 210 943 000Fax +351 210 943 299

e-mail [email protected] www.hidrografico.pt

TÍTULO HIDROMAR – Boletim do Instituto Hidrográfico (IH)NÚMERO 80, Novembro e Dezembro de 2003

REDACÇÃO E COORDENAÇÃO Couto Soares, CFR email: [email protected] DE Alcobia Portugal, Aurora Bizarro, Cecília Luz, Couto Soares,

Delgado Vicente, Fernando Gomes, Jorge da Silva, Martins Lobo eSilva Lampreia

DESIGN GRÁFICO Jorge TavaresEXECUÇÃO GRÁFICA Serviço de Artes Gráficas do IH

TIRAGEM 1000 exemplaresDEPÓSITO LEGAL 98579/96

ISSN 0873-3856

Boletim do Instituto Hidrográfico N.º 80, Nov/Dez 2003

MINISTÉRIO DA DEFESA NACIONAL MARINHA

Hidromar

b. Levantamentos topográficos

Além dos trabalhos de sondagemforam realizados, nas três praias enun-ciadas anteriormente, levantamentostopográficos com GPS Geodésico,com o objectivo de complementar ainformação hidrográfica.

c. Recolha de amostras de sedi-mentos

Foram colhidas e posicionadasamostras de sedimentos dispostassegundo perfis transversais, desde azona mais profunda até ao topo dosperfis topográficos efectuados naspraias.

A Brigada Hidrográfica acompa-nhou a recolha de amostras de sedi-mentos efectuadas pela GeologiaMarinha nas áreas sondadas e naspraias, apoiando, nomeadamente, adeterminação das posições de recolha.

Análise dos dados hidrográficos

e sedimentares

a. Praia do Norte

O levantamento hidrográficodecorreu a noroeste da Praia do Norte(fig. 3). Esta área apresenta um relevorelativamente suave e regular, com ascurvas batimétricas aproximadamenteparalelas à linha de costa. Verificou--se a inexistência de afloramentosrochosos, excepto na parte sul daárea. A detecção deste afloramentoteve a particularidade de registarprofundidades mínimas ainda nãocartografadas.

Dos levantamentos hidrográficosevidencia-se a detecção do exutorsubmarino, perpendicular à praia, ede uma camada de sedimentos emmovimentação, um corpo arenoso comcerca de 1m de altura e no qual seregistam variações morfológicas entreos levantamentos, nomeadamente naalteração do limite do corpo sedi-mentar e desaparecimento de lâmi-nas sedimentares.

É ainda de salientar a existência,a norte do exutor, de estruturas sedi-mentares alongadas, tipo sand waves,entre os 13 e os 23m de profundi-dade e com direcção NNE-SSW. Verificou-se que a extensão e larguradeste campo de estruturas diminuientre os levantamentos de Março eSetembro.

A sul do exutor submarino, cujamorfologia associada à estrutura,altera a norte e a sul do mesmo, provo-cando efeito de barreira à deriva dossedimentos ao longo da costa, veri-fica-se o afloramento de uma camadasub-horizontal de argilitos, tratando--se possivelmente de um antigoterraço litoral.

b. Praia de S. Torpes

O levantamento hidrográficodecorreu a oés-sudoeste da Praia deS. Torpes (fig. 6), imediatamente asul do Cabo de Sines, local em quea refracção induzida na ondulaçãode noroeste se faz sentir.

Toda a zona que liga ao troço suldo molhe leste apresenta como carac-terística mais importante a expressi-vidade das rochas que afloram naquase totalidade da área, incluindona zona de rebentação e da praia.

A batimetria associada à áreaimersa, reflecte uma morfologia irre-gular e com variações marcadas dedeclive, sendo, nas zonas caracteri-zadas por sedimentos, regular e para-lela à linha de costa.

A zona norte é predominante-mente rochosa, evidenciando-se aRibeira de S. Torpes, um vale fluvialmeandriforme (curvilíneo, irregular) eentalhado nos afloramentos.

Relativamente aos sedimentos,estes depositam-se nas zonas de esca-vamento do maciço rochoso, nãosendo detectadas diferenças entreJaneiro e Setembro. A acumulaçãopreferencial dos sedimentos verifica--se junto à linha de costa, ilustrandoa sua mobilidade.

Estatística dos levantamentos hidrográficos Totais

Tempo efectivo de sondagem (horas) 125

Tempo total de sondagem (horas) 195

Tempo total de navegação (horas) 311

Dias perdidos por avaria e condições meteorológicas adversas 8

Dias de sondagem efectiva 36

Dias dispendidos na recolha das amostras de fundo 9

Dias de trabalho no campo e montagem/desmontagem do sistema 60

Distância percorrida sobre perfis (km) 1550

Área sondada (km2) 85

Número aproximado de sondas adquiridas (milhões) 310

Fig. 1 – Localização dos locais objecto de levantamento. A cinzento estão marcadas áreas de sondagem multifeixe

Fig. 2 – UAM Atlanta no Porto de Sines

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Ao contrário da Praia do Norte, é visível na transição dazona rochosa para a zona de areia que a deposição de sedi-mentos se faz de sul para norte, aparentemente.

c. Praia da Samouqueira

O levantamento hidrográfico decorreu a oeste da Praia daSamouqueira (fig. 7). A área em estudo situa-se a sul do Cabode Sines, zona em que se prevê que deixa de se fazer sentir a

refracção provocada pelo Cabo sobre a ondulação predomi-nantemente de NW.

Esta área caracteriza-se por ser maioritariamente rochosa. A batimetria apresenta traçado regular e paralelo à linha

de costa nas zonas de fundo sedimentar, e irregular nas zonasde relevo rochoso.

Nas zonas com profundidades inferiores a 20m foi encon-trada uma faixa arenosa, com evidências de movimentação,paralelamente à costa, cujo contorno é irregular e condicio-nado pela estrutura dos blocos rochosos. Um corredor sedi-mentar, com aproximadamente 10m de largura, pode ser indi-vidualizado a norte, contornando uma zona de afloramentosrochosos.

A análise dos dados hidrográficos permitiu ainda a detec-ção de algumas profundidades mínimas não assinaladas nascartas náuticas. No levantamento hidrográfico de Novembro foiigualmente sondada uma área mais a sul.

Fig. 3 – Imagem digital de terreno do levantamento hidrográfico efectuado a NW da Praia do Norte

Fig. 4 – Perfil transversal ao exutor. Observa-se claramente um corposedimentar mais desenvolvido a norte da estrutura, podendo indicar

acumulação preferencial nesse sector (profundidade em metros)

Fig. 7 – Imagem digital de terreno do levantamento hidrográficoefectuado a W e a SW da Praia da Samouqueira

Fig. 6 – Imagem digital de terreno do levantamento hidrográfico efectuado aWSW da Praia de S. Torpes. Vizualiza-se claramente a extensão marinha da

Ribeira de S. Torpes

Fig. 5 – Pormenor da cobertura realizada na Praia do Norte nas 4 fases.A variação das estruturas sedimentares (em comprimento e em altura) ea sua deslocação lateral reflectem a mobilidade dos sedimentos nesta

zona litoral e plataforma interna adjacente

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d. Aproximações ao Porto de Sines(envolventes aos molhes Oeste eLeste e aproximações aoTerminal XXI)

Esta área é caracterizada por umadiferença morfológica entre os extremos ea área central junto ao molhe (fig. 8).

O sector a norte é marcado pela presençade afloramentos rochosos de baixa profundidade(zona envolvente à Perceveira), o que se traduznuma batimetria irregular. Estes afloramentoscontactam com uma área de cobertura sedimentar,de batimetria regular, cujas isóbatas se apre-sentam no alinhamento NW-SE, cobrindo os aflo-ramentos rochosos associados ao maciçode Sines. Esta cobertura apresenta aindaestruturas sedimentares NNE-SSW, reflec-tindo mobilidade dos sedimentos dofundo e provocando ressaltos morfológi-cos (fig. 9). Verifica-se que, entre os levan-tamentos efectuados, o número de estruturase a sua extensão variaram.

A restante área é maioritariamente rochosa,com formações bem específicas e enquadradasno maciço de Sines, como por exemplo a Lage daBorboleta a sudoeste do Molhe Leste (fig. da pág. 1)e o desenvolvimento rochoso a sul do Molhe Oeste.Este sector do levantamento, com maior rugosidade do

fundo, visível na fig. 8, apresenta relevos de resistênciaNW-SE. De referir a ocorrência de desligamentos (falhas)

direitos NNW-SSE.Os levantamentos a multifeixe, para além dos resul-

tados obtidos e que se tem vindo a expôr, permiti-ram ainda outras aplicações, nomeadamente o

controlo de áreas dragadas (fig. 10) e o reco-nhecimento de lineamentos geológicos nas forma-

ções rochosas (fig. 11).

Conclusões

Este trabalho evidenciou, uma vezmais, a importância do sondador

multifeixe na detecção de profun-didades mínimas não assinaladas

nos documentos náuticos, assimcomo a potencialização ao

nível da obtenção de dadospara estudos geológicos.

Ainda em fase deprocessamento, este

trabalho constituiu um dosprimeiros grandes estudosinterdisciplinares do IH,em que o estudo da dinâ-mica costeira contemplouas áreas da oceanografia,hidrografia e geologiamarinha. Permitiu, comoilustram as figuras, compro-

var as grandes potencialidades dos sondadores multifeixe, querpela cobertura total do fundo quer pela elevada resolução dasimagens digitais do fundo marinho. De facto, prevê-se que nofuturo qualquer trabalho geológico do fundo do mar, designa-damente aqueles que abordem processos recentes, não dispen-sem um levantamento inicial a multifeixe.

É de assinalar ainda, pela sua dimensão e conteúdo, a rele-vância deste estudo, em termos de mais valias para o InstitutoHidrográfico.

AURORA BIZARRO, INVESTIGADORA AUXILIAR

DELGADO VICENTE, 1TEN

CECÍLIA LUZ, 2TEN

MARTINS LOBO, 2TEN

Fig. 8 – Aproximações ao Porto de Sines

Fig. 11 – Lineamentosgeológicos (desligamentos direitos)

Fig. 9 – Vista tridimensional do molhe Oeste, da Perceveira e das estru-turas sedimentares a oeste do molhe

Fig. 10 – Imagem digital

de terreno de parte da bacia de manobra

do Terminal XXI. É visível o resultado das operações

de dragagem

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DERIVA LITORALCom a colaboração da Força Aérea

Marinha melhora qualidade das previsões

Velocidades médias de 0.6 m/s (2.2 km/h), velocidadesmáximas de 0.9 m/s (3.2 km/h), rebentação com umalargura entre 100 e 200 m, para uma agitação marí-

tima de NW-NNW com 1.5 m de altura significativa. Estasforam as condições encontradas na manhã de 7 de Outubropela equipa do Instituto Hidrográfico.

No essencial, a experiência consistiu no lançamento deum número elevado de marcas derivantes superficiais em duasposições e no acompanhamento do seu movimento atravésde fotografia aérea. As marcas eram folhas de papel colo-rido, em formato A3 (30x42 cm), plastificadas, contendo umamensagem dirigida a quem eventualmente as recolhesse. Foramlançadas a partir de botes, por equipas de Mergulhado-res da Armada, apoiados pelo NRP Andrómeda.

Entre as 8:50 e as 11:30 foramexecutados três lançamentos de 250marcas em cada uma das posições.As marcas começaram rapida-mente a dispersar-se, de tal modoque cinco minutos depois de umlançamento já se alongavamsegundo uma direcção preferencial.A bordo de um Aviocar da ForçaAérea Portuguesa, uma equipado núcleo de fotografia aérea daEsquadra 401 executava foto-grafias sucessivas da área dedispersão das marcas. Do aviãodavam-se instruções para a equipade mergulhadores, com vista a

conseguir que os lançamentos se fizessem em posições ondeas marcas ficassem sujeitas à deriva litoral e não a outra feno-menologia.

De posse da totalidade das fotografias, procedeu-seprimeiro a uma inspecção visual detalhada e ao assinalamentodas nuvens de marcas. Este procedimento viria a facilitar a faseseguinte do trabalho. Após digitalização feita no Serviço deArtes Gráficas, as fotografias foram geo-referenciadas noCentro de Dados do IH, tendo-se desenhado em seguida asenvolventes das nuvens. As sequências de envolventes dão umaideia da velocidade da corrente de deriva litoral.

Inevitavelmente, as marcas actuadas pela corrente de derivalitoral acabaram por aterrar na praia. Aí, uma equipa da BrigadaHidrográfica recolheu-as e posicionou-as. Este foi um traba-

lho duro, já que houve quatro lança-mentos bem sucedidos, o que querdizer que um total de 1000 marcasterá acabado por aterrar. Destas sóforam recuperadas 670. As restan-tes poderão ter ficado enterradas poracção da rebentação. Uma estatís-tica das recuperações feitas nos dias7 e 8 de Outubro (ver caixa sobreSIG, na pág. 8) mostra que asmarcas vieram a distribuir-se por todaa praia onde decorreu a experiên-cia, embora se tivessem concentradoa 3500m de cada um dos pontosde lançamento. Isto sugere que, apósterem aterrado a cerca de 1000 m

Exemplos de marcas utilizadas na experiência-piloto para estimação da corrente de deriva litoral,

em 6 e 7 de Outubro

Não foi a primeira vez que a Esquadra 401 trabalhoucom o IH.

De facto, grande parte do sucesso e da visibilidade quetivemos durante a crise do Prestige ficámos a devê-los à contri-buição extremamente profissional e de elevadíssima qualidadeda Esquadra 401 da Força Aérea Portuguesa (FAP). Na altura,o empenho foi do sector de vigilância marítima. Desta vez foido sector de reconhecimento aéreo, em particular do sub-sectorde fotografia aérea.

Foi, no entanto, a primeira vez que aEsquadra 401 fez um levantamento aero-fotográfico sobre o mar.

O número de incógnitas era elevado,também para a Esquadra 401. Voandosobre o mar tudo parece funcionar ao contrá-rio. Pequenas alturas solares favorecem osregistos fotográficos, já que as reflexõesespeculares ficam fora do campo das foto-grafias (em terra, pelo contrário, geramsombras longas e indesejáveis). A ausên-cia de pontos de referência obriga a um

posicionamento extremamente rigoroso (enquanto, em terra, aexistência de pontos conhecidos permite uma mais fácil geo--referenciação). A dimensão das marcas utilizadas (30x42 cm)não era muito confortável para um levantamento à escala 1:5000(apareceriam na película com uma dimensão inferior a um décimode milímetro), especialmente se se dobrassem ou fossem obser-vadas de topo numa onda.

Numa tentativa de nos dar o melhor produto possível, aEsquadra 401 seleccionou um filme diapo-sitivo a cores com o qual iam trabalharpela primeira vez. Por isso, previamenteà experiência, foi necessário conduzir umteste a altitudes de voo diferentes, para reco-nhecimento das marcas de diversas cores.Como o resultado foi positivo, decidiu-seavançar com a experiência. Em boa hora.

Estamos, uma vez mais, muito gratosà Força Aérea Portuguesa, em particularà Esquadra 401, pelo seu envolvimentona experiência-piloto. Sem eles não teriahavido experiência!

Tal como para o Instituto HidrográficoTambém foi a primeira vez para a Esquadra 401

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do ponto de origem, as marcas continuaram a sofrer influên-cia da corrente de deriva litoral, pelo menos durante a fase deenchente da maré.

Conhecendo as posições das envolventes das marcas aolongo do tempo, é possível calcular velocidades médias de deslo-camento entre cada dois instantes das observações. Foi assimque se chegou a velocidades de 0.6-0.9 m/s. Quer isto dizerque, entre cada dois instantes, a velocidade foi pelo menos essa,sendo possível que se tenham deslocado pontualmente a velo-cidades mais elevadas (ver caixa sobre SHORECIRC, na páginaseguinte).

Nem tudo na experiência correu na perfeição, nem talseria de esperar, tratando-se de uma experiência-piloto. Defacto, o primeiro dia da experiência foi 6 de Outubro. Nessedia, com uma agitação marítima com 2 m ou um pouco mais,e sem experiência da metodologia, não fomos capazes delançar as marcas em posições suficientemente próximas darebentação, de forma a serem actuadas pela corrente de derivalitoral. Ainda por cima um pouco de vento complicava a situa-ção. O resultado foi a deriva para o largo de todas as marcaslançadas. As fotografias feitas serão usadas posteriormenteno quadro de outros estudos.

Mesmo no dia 7, com agitação marítima mais fraca, o primeirolançamento não resultou. Foi necessária uma boa articulaçãoentre o Aviocar, o NRP Andrómeda e as equipas de mergulha-dores, para proceder a mudanças bem sucedidas nas posiçõesde lançamento. Algo se ganhou, no entanto, com esta dificul-dade superada: ficamos a saber que um pequeno afastamento,da ordem de 100 m, é suficiente para retirar um objecto daárea de influência de um fenómeno e o colocar sob influênciade um outro.

Este tipo de conclusão também é importante e terá que serexplorado durante a fase intensa de análise da informação reco-lhida, a iniciar em Janeiro. As suas implicações são relevantesno âmbito da busca e salvamento, tal como no combate à polui-ção. Aliás, convém recordar que foi na sequência do desastredo Prestige que o IH decidiu levar a cabo esta experiência,precisamente porque as previsões da corrente de deriva litoralnão aparentavam ter a qualidade das obtidas com o móduloDERIVA para a região oceânica.

Para mais informações poderá ser consultado o website daexperiência em

http: //www.hidrografico.pt/hidrografico/derivalitoral

JORGE DA SILVA, OCEANÓGRAFOFERNANDO GOMES, GEÓGRAFO

Sequência de envolventes de nuvens de marcas derivantes, sobrepostas a um mosaico de fotografias aéreas. Notem-se as diferen-

tes velocidades de deslocamento, em função do afastamento dospontos de lançamento relativamente à praia. Note-se ainda que as

marcas de côr laranja terão sofrido um deslocamento muito intenso aolongo da praia, à medida que a maré foi subindo

Mergulhadores da Armada a bordo de um bote Zebro III, preparando-separa largar um conjunto de marcas junto a um arinque (assinalado com

uma envolvente) usado como referência

250 marcas derivantes na primeira fase de dispersão

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Quem não tem cão caça com gato. Foi isso que nós fizemos.

Não dispomos de instrumentação adequada para fazermedições da estrutura tridimensional da corrente na zona darebentação. Decidimos, por isso, estimá-la à superfície, e compa-rar as estimativas com resultados de modelação. Compara-ções razoáveis corresponderão a um primeiro passo no sentidoda aceitação dos resultados da modelação tridimensional. Ao mesmo tempo, incentivarão a nossa confiança ao planearuma experiência idêntica noutro troço da costa, ou noutrascondições de agitação marítima.

Convenhamos que o nosso gato era algo sofisticado:marcas de cores diferentes lançadas em posições bem deter-minadas, seguidas a partir de um avião dotado de equipa-mento fotográfico de elevada qualidade. Ora, a verdade éque, mesmo com meios rudimentares, é possível fazer esti-mativas do valor da corrente. Qualquer banhista pode medirquanto tempo leva um saco ou um papel a deslocar-se deum ponto a outro. Se o fizer repetidas vezes, estará mesmoa construir estatísticas.

Os nossos colegas da Faculdade de Ciências da Univer-sidade de Lisboa aproveitaram a ocasião desta experiência

para verificar a qualidade da técnica do banhista. Tratava--se, no entanto, de um banhista informado, que sabia esco-lher as suas marcas. Sabia, por exemplo, que uma laranjaa flutuar se vê muito bem da praia, por causa da sua côr, etambém porque, em virtude da sua densidade, flutua peloplano equatorial. Por outro lado, as laranjas à venda nomercado tendem a estar calibradas, isto é, dentro do mesmolote, tendem a ser de tamanhos muito idênticos. Podem, porisso, ser consideradas como marcas adequadas à constru-ção de estatísticas.

Uma dúzia de laranjas, meia dúzia de estacas de madeira,um ou dois cronómetros e três ou quatro voluntários bastarampara conduzir uma experiência. É claro que é preciso lançaras laranjas bem para o interior da rebentação, e aqui residea maior incerteza: nunca se consegue garantir que dois lança-mentos têm o mesmo alcance. Por outro lado, a partir da praiasó se consegue estimar o valor médio da componente para-lela à praia. Mas, se não se dispõe de outro recurso...

Os valores de corrente estimados com esta técnica situa-ram-se entre 0.6 e 0.8 m/s, isto é, bem dentro do intervalocorrespondente à deriva das marcas do IH, o que é excelente.E, ainda por cima, concluída a experiência, comeram-se aslaranjas!

Os métodos simples também podem produzir bons resultadosEstimativas da Faculdade de Ciências

concordam com as do Instituto Hidrográfico

As experiências numéricas com o modelo implementadono IH para estimar a corrente de deriva litoral, conduziram asimulações de uma corrente com uma largura entre 200 e 500 m,velocidades médias de cerca de 0.6 m/s (2.2 km/h) e velo-cidades máximas de 1.7 m/s (6.1 km/h). A largura da reben-tação diminuiu, e a velocidade da corrente aumentou, com aaproximação à preia-mar.

A correspondência entre o limite externo da rebentação simu-lado no modelo e o observado nas fotografias aéreas é notável.Muito boa é também a correspondência entre os valores de velo-cidade simulados pelo modelo e os deduzidos da deriva dasmarcas. Neste particular, háque ter em conta que aderiva apenas permite dedu-zir valores médios da velo-cidade.

Não menos impor-tante é a revelação, por par-te do modelo, de que a cor-rente de deriva litoral nãose estendia até às posiçõesexternas onde foram efec-tuados os lançamentos às8:50 de 7 de Outubro de2003. Com efeito, o mo-vimento dessas marcasocorreu noutra direcção ea velocidades superiores àsprevistas pelo modelo pa-

ra a área onde derivaram, o que sugere que estavam afecta-das por outra fenomenologia.

Qualquer pessoa pode ter acesso ao código do modeloSHORECIRC, uma vez que está diponível na Internet. Regista--se, todavia, a colaboração de um dos autores do modelo,nosso colega no Laboratório Nacional de EngenhariaCivil, com o qual tivemos o ensejo de discutir pormenores darespectiva aplicação. Esse colega mostrou, aliás, desejo de seincorporar na equipa que vai continuar a levar por diante esteprojecto, juntando-se assim a uma outra colega do mesmo Labo-ratório, que irá fazer simulações com outro modelo.

Modelação de corrente litoral cada vez mais operacionalSHORECIRC produz resultados convincentes

Limite da rebentação e corrente de deriva litoral dados pelo modelo SHORECIRC, sobrepostos a fotografias aéreasda área correspondente às horas a que respeitam as simulações. Indica-se também a situação relativa de maré

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Um SIG – Sistema de Informação Geográfica – é um conjuntode elementos interactivos (equipamento, programas, utiliza-dores e dados) que permite obter, armazenar, manipular eanalisar informação referenciada geograficamente. A sua prin-cipal característica é a capacidade de integração e análisede informação espacial, constituindo um meio importante noapoio à tomada de decisões. No caso da experiência-pilotopara estimação da corrente de deriva litoral, os SIG contri-buíram para o planeamento da missão e para a interpreta-ção de resultados.

Previamente ao planeamento da missão, o SIG foi utili-zado para o desenvolvimento do Modelo Digital de Terreno(MDT) da área da experiência. A análise do MDT permitiu,por exemplo, verificar que existe uma barra quase contínua,cuja altura varia entre 2 e 6 m, e que dista da praia apro-ximadamente 500 m.

No âmbito do planeamento da missão, utilizou-se o SIG paradefinir as posições de lançamento das marcas em diversos cená-rios de agitação marítima. A escolha do melhor local de fundea-mento de um perfilador de corrente, a usar na definição das condi-ções hidrodinâmicas à entrada da área da experiência, foi tambémfeita com recurso ao SIG.

Ao nível da interpretação de resultados, o SIG foi utili-zado na geo-referenciação das fotografias aéreas, na extrac-ção da informação nelas contida e na integração dos resultados do modelo implementado no IH (SHORECIRC). O cruzamento entre as fotografias aéreas e os resultados domodelo permitiu verificar que, de uma forma genérica, existeuma boa correspondência entre a realidade e o modelo, nomea-damente no que diz respeito ao limite da rebentação e à inten-sidade e direcção da corrente.

Modelo Digital de Terreno na área de experiência-piloto, tendosobreposto as envolventes das marcas derivantes e estatísticas dasrecolhas na praia. Assinalada também a posição de um perfilador de

corrente com módulo ondas, usado para definir as condiçõeshidrodinâmicas à entrada da área em estudo

No planeamento da experiência e na digestão de resultados

SIG foi ferramenta inestimável

Para se modelar eficaz e realisticamente qualquer feno-menologia costeira é crucial dispôr-se de uma batimetria dequalidade, questão que assume particular relevo com os proces-sos litorais. Aqui as escalas espaciais são muito pequenas, daordem da centena de metros, como pode ser constatado porqualquer de nós, ao observar como se faz a rebentação napraia. Então a batimetria a usar num modelo deveria estarresolvida, digamos, à dezena de metros. Por outro lado, paraos processos litorais importa conhecer a batimetria das zonasinundáveis durante a preia-mar.

Ora, com raríssimas excepções, os levantamentos das zonaslitorais (leia-se praias), não cobrem as zonas inundáveis – emgeral terminam em sondas não inferiores a 2 m – nem foramrealizados a escalas que tenham permitido resolver a dezenade metros. Era esta a situação relativamente à área seleccio-nada para realização da experiência-piloto.

A baixa resolução da batimetria, resultante de levanta-mentos a escalas demasiado pequenas, foi torneada com ageração de um Modelo Digital de Terreno (MDT) através detécnicas de interpolação que respeitam os pontos originais.Houve que garantir que a técnica usada não gerava arte-

factos, isto é, não inventava estruturas com dimensões infe-riores à da malha das sondagens. Este trabalho foi executadona Divisão de Hidrografia.

A questão da ausência de sondas pequenas não era,no entanto, contornável. Não só não se conhecia o decliveda praia no médio- e no supra-litoral, como esses declivesvariam sazonalmente e a escalas temporais inferiores. A solução adoptada foi a realização de um levantamentoexpedito da área de praia acima do zero hidrográfico, comfiadas transversais à praia separadas de 200 m, e dois perfisde verificação, um coincidente com a linha de água embaixa-mar e outro coincidente com a inversão do perfil depraia. Este trabalho foi realizado pela equipa da BrigadaHidrográfica que procedeu também à recolha e posiciona-mento das marcas aterradas.

As novas sondas foram incorporadas no conjunto pré--existente e foi gerado um novo MDT que viria a constituir abase da batimetria usada na modelação. O novo MDT foiainda usado em boa parte das implantações resultantes dasobservações e simulações feitas na experiência (ver caixasobre SIG, nesta página).

Batimetria é crucial na modelação de processos litoraisBrigada Hidrográfica levantou zona da praia

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Por ser uma data que marcou esteinício de século, 11 de Setem-bro de 2001 é relembrado por

todos nós com tristeza e sensibilidadequanto à grandeza destrutiva quepode ter um ataque terrorista. A partirde então, quando sucedem aciden-tes com aeronaves, ocorre-nos natu-ralmente pensar que se possa tratarde novo atentado, sobretudo se seder a coincidência de data com adaquele trágico acontecimento.

Exactamente dois anos volvidossobre aquele fatídico dia, uma aero-nave particular de matrícula ameri-cana desapareceu dos radares docontrolo aéreo do aeroporto de SantaCatarina, no Funchal, de ondeacabara de descolar. Transportando10 ocupantes, o avião era do tipoBeechcraft Super King Air 200, evoava a norte da Ponta de S. Lou-renço quando desapareceu do ecrãdo radar.

De imediato foram accionados osmeios de salvamento marítimo pararesgatar os possíveis sobreviventes elocalizar o aparelho. Dessas buscasresultaram fragmentos de corpos,alguns destroços, bem como a loca-lização de uma mancha de combus-tível, ficando assim confirmada aqueda da aeronave nas águas límpi-das do mar madeirense, onde asprofundidades são da ordem dos60 metros.

Face à urgência de resgatar oscorpos, e à necessidade de conse-guir explicação para o sucedido,impunha-se encontrar e recuperar osdestroços do avião do fundo do mar.Para tal seria necessário, em primeirolugar, determinar a posição exactado corpo principal da aeronave. Comos dados de seguimento dos rada-res de controlo aéreo e com o cálculoda deriva dos destroços recuperados,obteve-se uma área principal de busca

com cerca de 2 km2, onde a princi-pal limitação nas operações de loca-lização seria, à partida, a profundi-dade.

Foi então que, à semelhança doque aconteceu na sequência de outrosacidentes ocorridos em estuários ouna orla marítima, o Instituto Hidro-gráfico foi chamado a participar nasbuscas. Coube ao NRP Auriga, e a umaequipa técnica da Divisão de Geolo-gia nele embarcada, a missão de loca-lizar os destroços do avião no fundodo mar, utilizando o Sonar Lateral eROV (Remotely Operated Vehicle).Tendo largado da Base Naval deLisboa a 19 de Setembro, ao chegarao Funchal dois dias depois o naviotinha à sua espera uma enorme comi-tiva de fotógrafos dos órgãos madei-renses de comunicação social.

No dia 22 foram iniciados os traba-lhos na área presumida do acidente,tendo sido possível, graças às boascondições de mar, efectuar em três dias,durante o arco diurno, a cobertura detoda a área com o Sonar Lateral Analó-gico. Este primeiro varrimento veiocontudo demonstrar que, além daprofundidade, também a naturezarochosa do fundo iria complicar acondução das operações de locali-zação da aeronave. Desta coberturainicial resultaram alguns ecos passí-veis de corresponder aos destroços docorpo principal da aeronave, pelasemelhança das dimensões. Ao seremposteriormente investigados comrecurso ao ROV, constatou-se a exis-tência, em profundidades de 65 metros,de uma luminosidade extraordináriano fundo, facto que permitiu a opera-ção do equipamento sem qualquerrecurso aos seus meios de iluminaçãoartificial. Verificou-se, no entanto, queestes ecos investigados na área prin-cipal de busca eram afloramentosrochosos em fundo de areia e casca-lho, com forma ondulada.

Com o insucesso da primeiracobertura e com o alargamento daárea de busca na direcção leste/oestee até à linha de costa (área secun-dária, com cerca de 18 km2), sentiu--se a necessidade de melhorar o registosonar, nomeadamente junto à costa,em virtude da natureza rochosa dofundo. Para tal foi utilizado o sonarlateral digital, que permite obter umamaior discriminação do fundo. Este levantamento foi mais morosodevido ao aumento da escala do levan-tamento e aos cuidados necessários

Avião Beechcraft Super King Air 200

Área das buscas

Enseada do Ilhéu Furado

NRP Auriga atracado em Porto Santo

NRP Auriga nas buscas da aeronave desaparecida ao largo da Madeira

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com a aproximação da lanchaa terra.

Da análise minuciosa dosdados processados e com osresultados da investigação comos métodos directos, concluiu--se existir forte probabilidade deo corpo principal da aeronavenão se encontrar na área prin-cipal de busca. Na restante áreanão se detectaram ecos consis-tentes em profundidades supe-riores a 30 metros, para além dos que foram investigados commétodos directos. Junto à costa, até aos 30 metros de profun-didade, obtiveram-se ecos suspeitos que, apesar do agravamentodas condições meteorológicas, foram investigados com méto-dos directos, neste caso recorrendo a uma equipa de mergu-lhadores do Destacamento de Mergulhadores Sapadores da

Marinha, que foi embarcada noNRP Auriga. Em todos os casosverificou-se que se tratava deecos de rochedos com forma edimensões semelhantes ao corpoprincipal da aeronave.

Para nosso descontenta-mento, ao fim de 46 dias demissão, não foi atingido oobjectivo principal, que era ode localizar os destroços, masfica registado o elevado empe-

nho, profissionalismo e espírito de missão demonstrado tantopela guarnição do NRP Auriga como pelas restantes equipasenvolvidas nesta operação de busca.

SILVA LAMPREIA, 1TEN

COMANDANTE DO NRP AURIGA

Colocação do ROV na água Sonar lateral analógico Guincho do sonar lateral

Auriga atracada no Funchal

Após mais de 16 anos como auxiliar de navegação dosnavios da classe Andrómeda, e depois de já ter sidodesmontado na restante frota dos navios da Marinha de

Guerra Portuguesa, foi agora substituído o radar DECCA 914Cdo NRP Andrómeda, por um radar com a modernidade e o auto-matismo imprescindíveis nos tempos actuais.

Depois de insistentes pedidos efectuados por diversos coman-dantes que passaram por aquela classe de navios, reforçados

pelos relatórios das equipas de avaliação na área da navega-ção, foi por fim satisfeita essa velha pretensão. De referir queeste radar DECCA, instalado quando o navio foi construído, estavabastante desactualizado, apresentando ainda um elevado estadode degradação no seu display, com consequente diminuiçãoda qualidade da informação. Depois de diversos avanços e recuosno decorrer do processo de substituição iniciado em 1996, foifinalmente possível, em 2002, encaixar na Lei de Programação

Militar a aquisição de dois rada-res para os navios da classeAndrómeda, permitindo satisfa-zer as actuais necessidades naárea da navegação.

Após definição das caracte-rísticas técnicas, foi lançadoconcurso pela Direcção de Navios(DN) no final do 1.º semestre de2002, do qual resultou a aquisi-

ção de dois radares KODEN MDC 1540F com características moder-nas, tendo sido conseguido um arranjo extremamente prático naponte do navio. De referir que este radar, além das ligações normaisao odómetro e à girobússola, também se encontra ligado ao GPS,

Novo radar nos navios da classe Andrómeda

Características do novo RadarEcrã de 15´´ a cores LCD (TFT)Escala de 0,125 até 48 milhasFrequência 9410 MHz (Banda I)Potência nominal 4 kWSintonia automática ou manualImagem: normal, dupla escala, 3D e normal+3DDeslocamento do centro de imagemModo Head-up, North-up, Course-up, True motionSistema mini-ARPA incorporando 10 alvos

O velho DECCA 914C

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Continuando a dar resposta a trabalhos solicitados pelaDivisão de Oceanografia, o NRP Andrómeda participouem diversos projectos em Outubro e Novembro.

Primeiro foram os trabalhos na área de Cascais, do projectoSanest, em 14 e 15 de Outubro. Foram efectuados em cola-boração com uma equipa da Universidade de Aveiro, chefiadapelo Professor Quintino, que efectuou recolha de amostras defundo em 30 estações pré-definidas, junto ao emissário da Guia.

Depois teve lugar a segunda missão, que começou pelo projectoNazarco, largando o navio para a Nazaré a 28 de Outubro,

com o objectivo de colocar uma bóia ondógrafo, duas bóiasde protecção e um ADCP a três milhas da costa, em profundi-dades de 50m. À saída do porto da Nazaré no dia seguinte,perante as condições meteorológicas desfavoráveis, a missãoteve que ser cancelada, regressando o navio a Lisboa.

Na semana imediata, após recolha de amostras de água aolargo de Cascais, em colaboração com a equipa do INETI-ITA

(projecto Sanest), foi efectuado trânsito para Sines, para reco-lher quatro correntómetros fundeados entre a Praia do Norte ePorto Covo, no âmbito do projecto Monisines. Foram recupe-rados três dos quatro equipamentos, não tendo dado resultadoas buscas do quarto equipamento.

Em 10 de Novembro teve início a terceira missão, voltandoo navio à Nazaré, desta vez com condições de mar e ventomais propícias. Foi possível realizar a colocação das bóias e

do ADCP, no âmbito do projecto Nazarco, até que o mau tempovoltou a marcar presença, implicando novo regresso à BNL.

No dia 18 o navio largou para Peniche, com o objectivode efectuar a recolha de uma amarração de correntómetros de1400m do projecto Eurostrataform, colocada no canhão daNazaré. Foi feita uma pausa no fundeadouro da Berlenga, parapreparar a amarração e realizar testes à lastragem do flutua-dor do ADCP, após o que o navio rumou a Peniche. No diaseguinte, com o CFR Ventura Soares, Chefe da Divisão de Ocea-nografia, a bordo, foi colocada novamente a amarração, a 1400mde profundidade.

Após desembarcar o pessoal do IH em Peniche, o NRP Andró-meda regressou à Base Naval de Lisboa a 20 de Novembro,terminando mais uma missão.

A quarta e última missão neste período, foi a campanha Sanest,e vamos descrevê-la com mais pormenor na página seguinte.

Atracação em Peniche

Saindo da Nazaré

No fundeadouro da Berlenga, em testes ao flutuador do ADCP

Missões do NRP Andrómeda em Outubro e Novembro

permitindo automatismos que se traduzem num auxílio importan-tíssimo num navio com apenas dois oficiais.

Em estreita ligação com a DN, foi possível a elaboração,com alguma celeridade, da memória descritiva para a insta-lação dos novos equipamentos. A substituição do radar doNRP Andrómeda foi realizada na primeira quinzena de Dezem-

bro de 2003, aproveitando um período entre missões, o queconstituiu uma óptima prenda de Natal para o navio. Depoisda instalação e da realização de testes a bordo, teve lugar arecepção do novo radar pela DN e pelo NRP Andrómeda.

Relativamente ao NRP Auriga, o outro navio desta classe, asubstituição do radar será feita no decurso dos trabalhos de repa-

ração e manutenção previstos parao primeiro trimestre de 2004. Em12 de Dezembro, derradeiro diade missão do NRP Auriga em 2003,foi utilizado o radar DECCA pelaúltima vez, quando foi feita a atra-cação na Base Naval de Lisboa sobforte nevoeiro.

Quando estiver concluída estaremodelação, os dois navios da classe Andrómeda ficam bemapetrechados para operar em condição de visibilidade redu-zida, navegando assim com mais segurança.

ALCOBIA PORTUGAL, 1TENCOMANDANTE DO NRP ANDRÓMEDA

Novo radar jáinstalado

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Campanha SanestEm 26 de Novembro decorreu o último trabalho de 2003

no âmbito do projecto Sanest, Monitorização Ambiental do Emis-sário Submarino da Guia. Iniciado em 1993, e desde 1998realizado mensalmente, em colaboração com o Instituto de Enge-nharia e Tecnologia Industrial – Instituto de Tecnologias Ambien-tais (INETI-ITA), este projecto foi solicitado pela empresa Sanest,S. A., responsável pelo saneamento da Costa do Estoril, tendocomo objectivo a monitorização do impacto ambiental associadoao funcionamento do emissário submarino da Guia.

O trabalho consiste na recolha de amostras de água a diver-sos patamares da coluna de água, em 11 estações pré-defini-das, na área envolvente à descarga do emissário, assim como

na aquisição de dados de temperatura, condutividade, salini-dade e turbidez, recolhidos com recurso a uma sonda CTD (Conduc-tivity – Temperature – Depth), ligada em tempo real a um PC,através do cabo electromecânico do guincho oceanográfico.

Para realizar mais esta campanha hidrobiológica embar-cou, além do pessoal da Divisão de Oceanografia do IH, umaequipa de quatro técnicos do INETI-ITA, chefiada pela Dr. Cris-tina Santos. Acompanharam ainda esta missão três alunos daUniversidade Lusófona e um da Universidade de Aveiro.

Após o embarque de diverso material para a realizaçãoda campanha, o navio largou da BNL e efectuou o trânsitopara a zona de Cascais, sendo este período aproveitado paraa montagem do laboratório que seria utilizado durante o dia.

Apesar das condições meteorológicas não serem as melho-res, a campanha iniciou-se na estação metais, a cerca de 4,5milhas de costa, numa zona de águas limpas, onde se procurarecolher dados de referência para as restantes 10 estações nazona do emissário. Em cada estação, após a colocação do

navio em posição, foi arriada a sonda CTD e o conjunto degarrafas Niskin, mais conhecido por Rosete, em descida contí-nua, analisando o perfil no local. Com o fecho de algumasgarrafas e recolha de água junto ao fundo é iniciada a subidada Rosete e efectuada nova paragem a meio da coluna deágua, para fecho de mais garrafas. Por fim, à superfície, éefectuado o fecho das restantes garrafas, ficando assim completaa recolha de águas. Em simultâneo é arriado um disco de Secci,para determinação da transparência da água no local.

Colocada a Rosete a bordo, é recolhida a água das diver-sas garrafas para frascos perfeitamente identificados, e efec-tuada de imediato no laboratório de bordo a preparação dasamostras recolhidas. As amostras de água são filtradas para

determinação da Clorofila a) e de nutrientes, sendo neste casocongeladas com recurso a gelo seco, para posterior análiselaboratorial. É também efectuada a medição do pH.

Com as condições meteorológicas a degradarem-se, atin-gindo o vento a força 6 na escala de Beaufort, foram concluí-das as estações previstas para esta campanha, iniciando-seentão o regresso à BNL.

Os alunos que acompanharam esta saída reconhecerama importância do trabalho que se faz no mar, tendo expres-sado a sua opinião de que tinham feito uma visita bastanteinteressante e enriquecedora da sua formação, complemen-tando a teoria dada na Universidade.

Assim foi concluída a campanha do Sanest e mais umamissão do NRP Andrómeda.

ALCOBIA PORTUGAL, 1TENCOMANDANTE DO NRP ANDRÓMEDA

Recolha das amostras da Rosete

Preparação das amostras no laboratório

As 11 estações pré-definidas

Computador com registo dos perfis CTD

Missões do NRP Andrómeda em Outubro e Novembro(Cont. da pág. anterior)

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Teve lugar no auditório, nopassado dia 11 de Dezem-bro, a cerimónia de assi-

natura do Auto de Transferên-cia de Propriedade dosequipamentos da Rede DGPSPortuguesa, do Instituto Hidro-gráfico para a Direcção deFaróis. Ocorrendo ao terminaro 1.º ano de funcionamento daRede DGPS Portuguesa conti-nental, esta transferência foisimultânea com a assinatura doAuto de Recepção Definitiva do equipamento. Os autos foramassinados pelo Director-Geral VALM Silva Cardoso, pelo Directorde Faróis, CMG Brites Nunes, e pelo Sr. Fernando Alves, Gerentecomercial da empresa SICOM, que forneceu os equipamentos. Entre os convidados presentes na cerimónia encontrava-se o Vice--almirante Torres Sobral, Autoridade Nacional de Segurança, oCALM Tito Cerqueira, Subdirector-Geral da Autoridade Marítima,o CMG Serras Simões, do DepartamentoMarítimo da SICOM, o CTEN Costa Hono-rato, da DITIC e, da Direcção de Faróis(DF), o CTEN Silva Carvalho e os Faro-leiros Freitas e Pessoa. Do IH, alémdos Directores, estiveram tambémpresentes como convidados os oficiaise sargentos que estiveram envolvidosno processo de aquisição, instalaçãoe teste dos equipamentos da RedeDGPS portuguesa.

A cerimónia começou com uma

apresentação, feita pelo CTEN

Sardinha Monteiro, historiandoas diversas fases de todo esteprocesso, desde a decisão,tomada em 1998 pelo VALM

Torres Sobral, então Director-Geral do IH, de avançar paraa instalação de uma redeDGPS em Portugal, acompa-nhando o que já fora feito nageneralidade dos países daUnião Europeia, até à conclu-são de um ano de testes exaus-

tivos. Os testes realizados durante este período revelaram que,na área da Zona Económica Exclusiva continental, o sinal rece-bido das estações transmissoras DGPS de Sagres e do CaboCarvoeiro tem uma precisão melhor que 2 metros, disse o Cte.Sardinha Monteiro, ficando assim o nosso País tão bem equi-pado como os demais da União Europeia, neste domínio. A finalizar, aquele oficial da Divisão de Navegação fez o ponto

de situação relativamente à segundafase deste projecto, em que se prevêa instalação de estações DGPS naHorta e em Porto Santo já no Verãode 2004.

Usando da palavra após as assinaturas dos autos, o VALM SilvaCardoso começou por salientar a visãodo seu antecessor, VALM Torres Sobral,quando tomou a decisão de envolvero IH no processo de concepção e imple-

Estações DGPS totalmente operacionais

Decorreram no Centro de Congressos de Aveiro, em 14 e 15de Novembro, as 3.as Jornadas Portuguesas de EngenhariaCosteira e Portuária. Estas Jornadas resultam da vontade da

Delegação Portuguesa da Associação Internacional Permanentede Congressos de Navegação (AIPCN) de instituir um encontronacional bienal, dedicado à apresentação de trabalhos técnico-científicos nas vertentes de engenharia costeira, portuária e hidráu-lica. As anteriores Jornadas tiveram lugar no Porto, em Novembrode 1999, e em Sines, em Outubro de 2001. Patrocinadas pelaAdministração do Porto de Aveiro, pelo Instituto Hidrográfico, peloLaboratório Nacional de Engenharia Civil e pela empresa Etermar,estas terceiras Jornadas, que contaram com a participação de largasdezenas de participantes, estavam subordinadas aos temas dageração e previsão de ondas, da recolha e tratamentode dados de agitação marítima e da caracterização epropagação da agitação marítima.Participou neste evento uma delegação do IH, chefiada peloCFR Lopes da Costa, Director Técnico, e constituída por elemen-tos da Divisão de Oceanografia, tendo apresentado as seguin-tes comunicações:

❑ Mambo: dois anos de experiência adquirida comADCP’s na Monitorização da Agitação Marítima aolargo da Foz do Arelho – Pedro Barata e Luís Quaresmados Santos

❑ Lusowaves – implementação de um Sistema Opera-cional de Previsão da Agitação Marítima junto àCosta Portuguesa – Eugen Rusu, Carlos Ventura Soares,José Paulo Pinto e Liliana Rusu

❑ Um Modelo para estimar as condições na zona derebentação – Eugen Rusu, Raquel Silva e Carlos VenturaSoares

❑ Estudos por Intercomparação de Dados de Agita-ção Marítima adquiridos por diferentes sensores– Hugo Monteiro, Raquel Silva, Carlos Ventura Soares e LuísQuaresma dos Santos

❑ Vinte anos de Dados de Agitação Marítima naCosta Portuguesa – Mariana Costa, Rui Baptista e LilianaRusu

❑ Estimativa da corrente de Deriva Litoral na CostaOeste de Portugal entre a Figueira da Foz e a Nazaré– Raquel Silva, Eugen Rusu, A. Jorge da Silva, Sérgio Laran-geiro, Paulo Mateus e Pedro Santos

❑ Técnicas de Medição de Parâmetros de AgitaçãoMarítima: intercomparação e validação de mode-los – Carlos Ventura Soares, Eugen Rusu, António Pires Silvae Oleg Makarynskyy

❑ Implementação de um Modelo Global para Previ-são de Agitação Marítima – José Paulo Pinto, EugenRusu, Raquel Silva e Carlos Ventura Soares.

3.as Jornadas Portuguesas de Engenharia Costeira e Portuária

(Cont. na pág. seguinte)

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Protocolo de colaboração com a Câmara Municipal do Seixal

Em 6 de Novembro foi assinado um Protocolo de colaboração entreo IH e a Câmara Municipal do Seixal. O acordo foi assinado pelo

Presidente da Autarquia, Dr. Alfredo Monteiro, e pelo Director dos Servi-ços de Apoio do IH, CMG Guerreiro Inácio, em cerimónia que teve lugarno Fórum Cultural do Seixal, na mesma data em que o Concelho come-morava o seu 167.º aniversário.Este protocolo estabelece as formas de cooperação no sentido da reali-zação de projectos na área da hidrografia e topografia para a satisfa-ção das necessidades recíprocas de informação sobre as estruturas, obrase zonas portuárias no âmbito do plano de valorização da Baía do Seixal

e de áreas de recon-versão industrial. O acordo visaainda a coopera-ção técnica, patri-monial e ambientalno quadro da valo-rização da activi-dade do IH nasInstalações daAzinheira e da sualigação com as Insti-tuições e a Comu-nidade Municipal.

14 HIDROMAR N.º 80

Esteve patente no IH, na semana de 24 a 28 de Novem-bro, uma exposição realizada no âmbito da Semana da

Ciência e Tecnologia. Concebida para alunos do 7.º ao 11.ºano do Ensino Básico e Secundário, a exposição estevemontada no corredor das pedras litográficas, apresentando

pósteres e vídeos das nossas actividades de investigação.Além de verem a exposição, os grupos escolares visitarama Divisão de Hidrografia e assistiram a apresentações sobreagitação marítima, feitas pela Eng.ª Raquel Silva, da Divi-são de Oceanografia.

Visita ao Serviço Hidrográfico Tunisino

No âmbito da cooperação técnico-militar, o VALM

Director-Geral, acompanhado do Director Técnico,visitou em 28 e 29 de Novembro o Serviço Hidro-gráfico e Oceanográfico (SHO) da Marinha da Tuní-sia. Para além do conhecimento do SHO, cujo Esta-belecimento Central se situa na Base Naval de Bizerta,no norte do país, esta visita teve ainda como objec-tivo a concretização de um Protocolo de Coopera-ção entre o IH e o SHO, nos domínios da hidrogra-fia e documentos náuticos.

Assinatura do Protocolo pelo VALM Silva CardosoO Dr. Alfredo Monteiro e o CMG Guerreiro Inácio assinam

o Protocolo

mentação da Rede DGPS portuguesa, e a sua determinação naobtenção dos indispensáveis financiamentos. O Director-Geralreferiu depois a excelente colaboração da empresa SICOM eda Direcção de Faróis, e o empenho e dedicação dos oficiaise sargentos do Serviço de Electrotecnia, do Serviço Adminis-trativo e da Divisão de Navegação, que estiveram envolvidosnas diferentes fases deste projecto. Sem a visibilidade mediá-tica que teve a inauguração em 9 de Dezembro de 2002, quecontou com a presença do Ministro de Estado e da Defesa Nacio-nal e do Almirante Chefe do Estado-Maior da Armada, esta ceri-mónia assinalou o facto significativo de o projecto ter atingidoa sua plena maturidade, disse o VALM Silva Cardoso, informando

ter no próprio dia promulgado o Aviso à Navegação a decla-rar as estações DGPS continentais como totalmente operacio-nais. A terminar, o Director-Geral manifestou ao Director de Faróisa disponibilidade do IH para colaborar com a DF na operaçãoe manutenção dos equipamentos.

Seguidamente o Sr. Fernando Alves não quis deixar de refe-rir o bom relacionamento e o ambiente de colaboração existenteentre a sua empresa, o Instituto Hidrográfico e a Direcção deFaróis, o que, disse, muito contribuiu para o sucesso do projecto.

Terminada a cerimónia, o Director-Geral ofereceu aos convi-dados um almoço volante na Biblioteca, num ambiente de confra-ternização entre todos os que estiveram envolvidos no projecto.

Semana da Ciência e Tecnologia

Estações DGPS totalmente operacionais(Cont. da pág. anterior)

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Centro de Dados

Carla Farelo, aluna finalista do cursode Engenharia do Ambiente, reali-

zou um estágio no Centro de Dados, noâmbito do protocolo de colaboração entreo IH e a Universidade Lusófona de Huma-nidades e Tecnologias. Sob orientaçãodo 1TEN Bessa Pacheco, este estágio teveo objectivo de contribuir, recorrendo asistemas de informação geográfica,para o desenvolvimento de um modelodo processo de decisão sobre a melhorlocalização, na costa ocidental de Portu-gal continental, de sistemas de trans-

formação da energia das ondas em energia eléctrica. Este projectoinsere-se no trabalho final de licenciatura da Carla.

Oceanografia

Cláudia SusanaLucas, finalista da

licenciatura em Ciên-cias Geofísicas pelaFaculdade de Ciên-cias da Universidadede Lisboa, está arealizar um estágiocurricular, no âmbitode metodologias decaracterização doclima de agitaçãomarítima, com espe-cial incidência naanálise de extremos.

Apresentação de trabalho final

Em 23 de Outubro, teve lugar a apresentação do trabalho final do estágioque foi efectuado na Divisão de Hidrografia por Hugo Dias da Silva e Ricardo

Pombo Ferreira, alunos finalistas de Engenharia Geográfica. Na sua apresen-tação no auditório, o Hugo (à esq. na foto) e o Ricardo versaram o tema Cons-trução da Carta Naútica Oficial n.º 46404 – Ilha Graciosa (planosdos Portos de Santa Cruz, Vila da Praia e Folga).Este estágio na área da Engenharia Geográfica – Cartografia Naútica, quedecorreu de Julho a Setembro, insere-se no âmbito do protocolo de coopera-ção entre o IH e a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.

Entrega de Diplomas

ODirector-Geral do IH entregou os diplomas de fim de curso aosalunos do Curso de Especialização de Oficiais em Hidrografia

2002/2003, em 3 de Dezembro, e aos alunos do Curso de Espe-cialização em Hidrografia para Sargentos e Praças 2001/2002, nodia seguinte. Ambas as cerimónias tiveram lugar no gabinete do

Director-Geral, tendoo VALM Silva Cardosodirigido palavras deapreço e felicitaçãoaos alunos dos doiscursos.

Estágios no IH

1TEN Cordeirode Almeida,

STEN Gomesde Carvalho eDr. Humberto

Mutevuie

1SAR Silva Valente,

e Cabos

AugustoGomes,

ChinhanguaPombo e

Valente DiasO VALM Silva Cardoso dirige palavras de felicitação

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16 HIDROMAR N.º 80

Em 19 de Dezembro teve lugar a Festa de Nataldo Instituto Hidrográfico. Especialmente dedicadaaos filhos do pessoal do IH, a festa contou com a

participação de cerca de centena e meia de crianças.A organização de todo o programa, o arranjo do belopresépio e a colocação dos ornamentos natalícios, tantonas Trinas como na Azinheira, estiveram a cargo deuma Comissão nomeada para o efeito, à semelhançados anos anteriores. Sob a chefia do 1TEN Duarte Oliveira,organizaram esta festa o SMOR Serafim Pereira, o 2SAR

José Limpo, o CAB Fernando Costa, e os Assistentes admi-nistrativos Fátima Serras, Idália Pinto e António Bada-gola. A Comissão pôde contar com a colaboração daDra. Sofia Maia, do José Aguiar, do Carlos Dias e daFilomena Agapito do Gabinete de Multimédia, e ainda

da Célia Rocha, do Sérgio Macarrão e da Dr.ª RaquelGomes.

Como não podia deixar de ser, a pequenada foi rece-bida e acompanhada pelo Pai Natal, que não foi ouvidoa dizer Hô!, Hô!, Hô!, mas foi incansável a distribuirbalões, gomas e outras guloseimas, além de meter conversacom os miúdos. Ninguém descobriu quem era este PaiNatal, pelo que é justo que revelemos agora que era afinaluma Mãe Natal com barbas totalmente postiças, chamadaLeonor Machado, e que não vinha da Lapónia mas simde muito mais perto, a Direcção Financeira.

Às dez horas foi a vez dos palhaços entrarem emcena. Até às onze e tal a alegria foi grande no audi-tório, a rebentar pelas costuras com tanta pequenadae acompanhantes.

Festa de Natal

O novo presépio do IH foi muito apreciado

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17HIDROMAR N.º 80

Em 18 de Dezembro teve lugar a festa de Natal do NRP Andró-meda. Depois de um primeiro semestre ocupado com os

trabalhos de manutenção e de um segundo semestre intensocom as missões que foram atribuídas ao navio, implicando umaausência junto dos familiares, a guarnição teve oportunidadede confraternizar na quadra natalícia.

No almoço a bordo, alargado a alguns familiares de elemen-tos da guarnição, principalmente os de menores idades, reinoua descontracção e a alegria próprias da quadra. Houve distri-buição de prendas para os mais pequenos, merecidas sem dúvidapelo seu bom comportamento durante o ano que chegava ao fim.

Depois das breves palavras proferidas pelo Comandantea desejar Boas festas e Bom ano Novo, os membros presentesda família Andrómeda foram registados em fotografia, paramais tarde poderem recordar este convívio.

ALCOBIA PORTUGAL, 1TENCOMANDANTE DO NRP ANDRÓMEDA

Festa de Natal do NRP Andrómeda

Enquanto a miudagem se divertia foi celebrada aEucaristia de Natal na Biblioteca, com o altar improvi-sado debaixo da chaminé. O celebrante foi o CapelãoGomes Beltrão, CMG.

Depois da Missa o Director-Geral recebeu osmembros da Comissão organizadora da Festa de Natal,que lhe apresentaram cumprimentos e desejaram BoasFestas. Nas palavras de agradecimento que lhes diri-giu, o VALM Silva Cardoso retribuiu os votos e agrade-ceu o empenho e dedicação com que organizaram eprepararam toda a festa.

Chegada a hora mais esperada pelos pequenos, oPai Natal lá distribuiu os presentes, com a ajuda dosseus assistentes, que o trabalho era muito.

Por fim, já no Refeitório, o Director-Geral proferiu

algumas palavras em que manifestou o seu apreço portodos quantos contribuiram para a realização da Festade Natal, com ênfase para os cozinheiros e pessoalauxiliar da cozinha, sempre esforçados nestas ocasiões.Terminou desejando Boas Festas e Bom Ano Novo atodo o pessoal militar e civil do Instituto Hidrográfico esuas Famílias.

E pronto, a grande família hidrográfica dedicou---se ao almoço e à confraternização, como seria deesperar. Os belos animais feitos de fruta, filhos dahabilidade e imaginação da Marinheira Alexandrae do Cabo Dias, depois de apreciados foram sabo-reados, o que é perfeitamente normal quando se chegaà sobremesa. E assim terminou mais uma Festa deNatal do IH.

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18 HIDROMAR N.º 80

Actividades externasBrigada Hidrográfica Foi dado apoio técnico à firma Ferreira& Magalhães, na identificação do local de cinco marcos de deli-mitação da propriedade da Estação Radionaval de Algés, em 13de Novembro.Foi realizado um nivelamento geométrico e feita coordenação deajudas à navegação na Figueira da Foz, de 17 a 19 de Novem-bro.Entre 17 e 26 do mesmo mês foi efectuado um levantamento topo--hidrográfico em Sines, no âmbito do projecto da Divisão de Geolo-gia Marinha que visa o estudo de dinâmica sedimentar litoral daqueleporto. Este estudo foi solicitado pela Administração do Porto deSines.De 20 a 24 de Novembro foi feito um levantamento topográficoem Aveiro, destinado a obter informação sobre novas infra-estrutu-ras portuárias a serem inseridas na cartografia.No âmbito do protocolo com o Instituto Portuário e dos TransportesMarítimos, Delegação dos Portos do Sul, foram realizados levan-tamentos topo-hidrográficos no Canal de Faro, na Barra ComumFaro-Olhão e no Porto de Olhão, entre 2 e 17 de Dezembro.

Navegação Entre 11 e 14 de Novembro o CTEN Sardinha Monteiro,da Divisão de Navegação, e o 1TEN Ruivo da Silva, do Serviço deElectrotecnia, visitaram os terrenos de implantação das futuras estações DGPS da Horta e de Porto Santo, acompanhados pelostécnicos da firma adjudicatária do fornecimento e instalação doequipamento, a SICOM.O CTEN Sardinha Monteiro participou na conferência anual do RoyalInstitute of Navigation, que decorreu em Londres em 24 e 25 deNovembro, tendo apresentado a comunicação Discussion on possiblepositioning inputs to Automatic Identification Systems: Comparativestudy between GPS, DGPS and the EGNOS System Test Bed.O CTEN Abrantes Horta e a Técnica especialista Ana Ataíde frequen-taram no CINCSOUTHLANT o curso AWNIS (Allied Worldwide Navi-gational Information System), que decorreu de 24 a 28 de Novem-bro.O CFR Sousa Costa proferiu no Instituto da Água uma palestra subor-dinada ao tema Os projectos de assinalamento das albufeiras deáguas públicas, no âmbito de uma acção de formação da GNR,em 25 de Novembro.Na mesma data foi efectuada uma inspecção técnica ao Serviço deNavegação do NRP Escorpião, e feita a compensação e regulaçãoda sua agulha magnética padrão, pelo CTEN Manuel Guerreiro.O mesmo oficial da Divisão de Navegação voltou ao NRP Escor-pião em 27 de Novembro, para participar na inspecção inicial – área da Navegação – do Plano de Treino Operacional destaunidade naval, a decorrer no âmbito da Flotilha.

Geologia Marinha O Dr. João Duarte participou no cruzeirointernacional 64PE218, realizado pelo navio de pesquisa Pelágiade 10 de Outubro a 2 de Novembro na zona dos canhões subma-rinos de Setúbal e da Nazaré.A ASP Ana Santos e António Badagola, finalista da licenciatura em

Geologia, participaram no Workshop do projecto CRIDA (Conse-quences of river discharge modifications on coastal zone and conti-nental shelf), que teve lugar na Universidade do Algarve em 7 e 8de Novembro.De 2 a 5 de Dezembro decorreu a 4.ª campanha do projecto Apsi-nes, a bordo da UAM Atlanta, tendo sido feitas colheitas de amos-tras superficiais de sedimentos não consolidados, na plataformacontinental adjacente ao Molhe do porto de Sines e às Praias doNorte, de S. Torpes e da Samouqueira.

Oceanografia No âmbito do projecto Sanest, foram realizadasem 4 e 26 de Novembro mais duas campanhas de monitorizaçãoambiental do emissário submarino da Guia, a bordo do NRP Andró-meda, e foi recolhido um ADCP em 25 do mesmo mês, a bordo daUAM Fisália. Em 6 de Novembro foi efectuada a campanha Monisines, tendosido feita a recolha de três correntómetros do tipo RCM9.Foi realizada em 11 de Novembro, a bordo do NRP Andrómeda,a campanha de monitorização ambiental Nazarco, envolvendo abóia Odas e suas bóias de protecção, e um ADCP. Este trabalhovisa o estudo pormenorizado das correntes e agitação marítima nazona da Nazaré, susceptíveis de servir de suporte a um eventualaproveitamento da energia das ondas. Para o mesmo projecto, foifeita o fundeamento e recolha de um ADCP em 11 de Dezembro, abordo do NRP Auriga.Dez elementos da Divisão de Oceanografia participaram nas 3.as Jornadas de Engenharia Costeira e Portuária, que decorreramem Aveiro em 13 e 14 de Novembro.Foi realizada mais uma campanha de monitorização ambiental dazona adjacente à Central de Tratamento de Resíduos Sólidos Urba-nos de S. João da Talha, no âmbito do projecto Valorsul, em 17 e18 de Novembro.Entre 17 e 20 do mesmo mês o Dr. João Vitorino participou na 1.ª Reunião Aberta do GEOHAB (Global Ecology and Oceanographyof Harmful Algal Blooms) Core Research Project: HABs in UpwellingSystems, no IPIMAR. Em 19 e 20 de Novembro, no âmbito do projecto Eurostrataform,foi levantada e colocada uma amarração com correntómetros aolargo de Peniche, a bordo do NRP Andrómeda.Dois elementos da secção de Engenharia Oceanográfica estiveramem La Spezia, Itália, de 9 a 12 de Dezembro, tendo calibrado osCTD da Divisão no Saclantcen.

Química e Poluição do Meio Marinho No âmbito do projectoValorsul, foi realizada em 20 de Novembro mais uma campanhade águas subterrâneas, com recolha de amostras de água em seispiezómetros localizados nas imediações da Central de Tratamentode Resíduos Sólidos Urbanos de S. João da Talha. Dois piezóme-tros atingem os 25 metros de profundidade e os restantes 15 metros.As amostras de água, colhidas em colaboração com os técnicos daempresa Labelec, foram de imediato preservadas e acondiciona-das para posterior análise laboratorial.

Agrupamento de Navios HidrográficosNRP D. Carlos I Na Base Naval de Lisboa, em adap-tação a navio hidrográfico (2.ª fase) e manutençãoPR2/DO2.

NRP Almirante Gago Coutinho No Arsenal doAlfeite, aguardando adaptação a navio hidrográfico.

NRP Andrómeda Missão Sanest/Monisines, de 3 a 7 de Novembro.Missão Nazarco, em 10 e 11 de Novembro. Missão Eurostrataform, de 18 a 20 de Novembro.Missão Sanest, em 26 de Novembro.

NRP Auriga Missão Nazarco, de 10 a 12 de Dezembro.

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Visitas ao Instituto Hidrográfico

Em 13 de Novembro o IH teve a honra de receber a visitado VALM Ruurt Albert Adriaan Klaver, Comandante-em-

-chefe da Marinha Real Holandesa. Recebido pelo CMG Ramosda Silva, em representação do Director-Geral do IH, o VALM

Adriaan Klaver, acompanhado pelo CMG Victor Carel Windt,Adido de Defesa, Naval, Militar e Aeronáutico junto da Embai-

xada da Holandaem Lis-boa, peloCMG Peter Lense-link, Ajudante deCam-po, pelo CMG

Bonifácio Lopes,Ofi-cial de Liga-ção, e pelo CTEN

Eduard Schueren,Oficial às Ordens,assistiu no auditó-rio à passagemdo vi-deograma doIH e a uma apre-sentação do Direc-tor Técnico, CFR

Lopes da Costa.A comitiva visitouem seguida as Divisões de Hidrografia e de Oceanografia.A terminar, o VALM Adriaan Klaver expressou no Livro de Honrao interesse desta sua visita ao IH.

Alunos da Escola Naval

Um grupo de 22 alunos do4.º ano da Escola Naval, da

classe de Marinha, efectuou em11 de Novembro uma visita àsDivisões de Navegação e Hidro-grafia, no âmbito da actividadeda disciplina de Marinharia.Nesta sua visita de estudo, osCadetes vieram acompanhadospelo professor da disciplina, CTEN

Sassetti Carmona.

Delegação chinesa

Em 19 de Novembro o IH recebeu a visitade uma delegação chinesa de peritos em

Oceanografia, acompanhados pelo PrimeiroSecretário para a Ciência e Tecnologia daEmbaixada da República Popular da China,e pelo Professor Mário Ruivo e Dra. MárciaLameirinhas da Comissão OceanográficaIntersectorial. Recebida pela Dra. Raquel Patrí-cio Gomes, a delegação científica seguiude imediato para o NRP D. Carlos I, tendoefectuado interessada visita ao navio.Regressada ao IH, a delegação assistiu àpassagem do videograma, após o que visi-tou a Divisão de Hidrografia.

Comandante-em-Chefe da Marinha Real Holandesa

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Visitas ao Instituto Hidrográfico

Novas edições• CNO 33101 – ARQUIPÉLAGO DA MADEIRA, 1.ª edição, Novembro de 2003, escala 1/ 350 000• AJUDAS À NAVEGAÇÃO – LISTA DE RADIOAJUDAS E SERVIÇOS, Vol. I, Portugal, 4.ª edição, 2003• ANAIS DO INSTITUTO HIDROGRÁFICO, n.º 16, 2002-2003

Alunos de Administração Naval

Oito alunos do 5.º ano da Escola Naval, do Curso deAdministração Naval, efectuaram em 21 de Novem-

bro uma visita de estudo à Direcção Financeira. Depoisda apresentação de cumprimentos ao Director-Geral peloprofessor acompanhante, CFR Justo Tavares, e pelo alunomais antigo, os visitantes assistiram à passagem do video-grama no auditório, seguida de uma palestra do Direc-tor Financeiro, CFR Soares Lopes, com ênfase no modeloorganizacional e algumas particularidades da gestão finan-ceira do IH. A visita que a seguir fizeram à DirecçãoFinanceira prolongou-se até ao fim do dia, tendo os aspi-rantes tido oportunidade de contactar detalhadamente osvários serviços, com relevo para as actividades de conta-bilidade analítica e gestão orçamental.

Cinco alunos dos Cursos de FormaçãoComplementar de Oficiais, da Escola

Naval, e de Formação Militar Complementarde Oficiais, da Escola Superior de TecnologiasNavais, realizaram em 11 de Dezembro umavisita de estudo ao IH, acompanhados peloCTEN Mónica de Oliveira. Tendo como objec-tivo o conhecimento dos aspectos essenciaisda orgânica das actividades do IH, os alunosassistiram à passagem do nosso videogramae visitaram as Divisões de Navegação, Ocea-nografia, Hidrografia e o Centro de Dados,na Direcção Técnica, e os Serviços de Elec-trotecnia e Geral, na Direcção dos Serviçosde Apoio

D. Idolinda

Tendo entrado para o IH em Janeiro de 1969, como Serventuária, Idolinda

Rosa Morais foi Auxiliar de Serviços e depois Copeira, antes de ser

promovida a Auxiliar Técnica, em Maio de 2002. Trabalhava na cozinha

e, embora discreta, todos a conhecíamos como uma pessoa simpática e

atenta, sempre com um sorriso sereno. Era estimada por todos os seus

colegas.

Foi com tristeza que soubemos do seu falecimento em 10 de Novembro,

aos 63 anos, por motivo de doença.

À sua Família e amigos expressamos o nosso pesar.

Cursos de Formação Complementar e de Formação Militar Complementar de Oficiais

(Cont. da pág. anterior)