1
Salvo decisão judicial que o suspen- da, o resultado do processo de impeach- ment contra a presidente Dilma, cujo pe- dido e abertura fazem parte de um acerto de contas, dependerá ou será fortemente influenciado por quatro fatores: 1) o com- portamento do PMDB, 2) a mobilização das ruas, 3) a reação dos mercados, e 4) a even- tual revelação de algo, no âmbito da Lava- Jato, que coloque em dúvida a conduta é- co-moral da presidente. Na fotografia do momento, a presidente da República conta com apoio e voto sufi- ciente para barrá-lo na Câmara e, com mui- to mais folga, no Senado. Mas o tempo é um fator determinante. Quanto mais de- morar, maior a possibilidade de que as va- riáveis citadas possam interferir ou influen- ciar em desfavor da Presidente. Dos quatro fatores, o governo não con- trola diretamente nenhum. E um deles está umbilicalmente relacionado ao prin- cipal pilar de sustentação da Presidente, que é sua integridade éco-moral. Este, aliás, é o que tem polarizado o debate com o presidente da Câmara, que deu se- guimento ao processo de impeachment, curiosamente no momento em que o Con- gresso votava a meta fiscal, que esvazia- ria a fundamentação técnica do pedido, e logo após os deputados do PT no Conselho de Éca terem tomado a decisão de votar a favor da abertura do processo de cassa- ção do presidente da Câmara. O primeiro fator está relacionado com o comportamento do PMDB, especialmen- te dos setores mais próximos ao vice-presi- dente Michel Temer. Eventual movimenta- ção, ainda que nos basdores, de pessoas vinculadas ao pardo na defesa do impea- chment poderá atrair o apoio de atores po- lícos, econômicos e sociais, que se movem menos por lealdade e mais por perspec- va de poder. O segundo fator tem a ver com a adesão às manifestações de rua. Grandes manifes- tações em favor do impeachment ou o fias- co de mobilizações dos adversários do im- peachment terão o mesmo significado, ou seja, fortalecer a tese do afastamento da presidente da República. O terceiro fator diz respeito à reação do mercado. O diagnósco deles é de que a simples abertura do processo os favorece, seja porque a presidente ficará mais depen- dente da agenda neoliberal, seja porque a eventual substuição poderia facilitar a im- plementação da agenda “Ponte para o Fu- turo”, do PMDB, cujo receituário é igual- mente neoliberal. Por enquanto a postura tem sido de certo equilíbrio, sem maiores euforias com a perspecva de afastamento. O quarto fator, talvez o menos prová- vel, seria a descoberta de eventual envol- vimento da presidente Dilma em decisões relacionadas aos assuntos ou pessoas ob- jeto de invesgação no âmbito da Opera- ção Lava-Jato. Por exemplo, a confirmação da suposta declaração do senador Delcídio de que ela o teria consultado sobre a nome- ação de Nestor Cerveró ou que vesse co- nhecimento das irregularidades na compra de Pasadena, refinaria adquirida pela Pe- trobras nos EUA com preço superfaturado. Uma descoberta dessa ordem colocaria em xeque todo a estratégia de defesa da Presidente, na medida em que seu principal argumento contra o impeachment, além da negociação da existência de crime de res- ponsabilidade, é de que, diferentemente do seu algoz, tem uma condução ilibada. Estes, em minha modesta visão, são os fatores que irão determinar o desfecho do processo. Nesse parcular, o tempo é um fator fundamental, porque quanto mais demorar a solução do problema, mais ris- co existe de que as pessoas percam a paci- ência, especialmente as que estão sofren- do as consequências da crise, simbolizadas pelo desemprego, pela inflação, pelos juros altos e pela carisa. QUESTÃO sindical OPINIÃO Fatores determinantes no Processo de Impeachment 10 de dezembro de 2015 - número 27 - ano 1 11 - 2087-3304 / 11 - 3843-0355 / 11 9.4754-0103 QUESTÃO sindical é uma publicação da DO LADO DE KA Soluções em Comunicação e Troadeditora.com.br Assessoria de imprensa. O bolem eletrônico Questão Sindical é semanal, enviado aos e-mails cadastrados toda quinta-feira. Responsáveis: Marcelo Duarte Jatobá e Antônio Carlos de Jesus. Endereço: Rua Iraci Santana, 81, Macedo, Guarulhos, São Paulo. Telefones: (11) 2087-3304 e (11) 3843-0355. EXPEDIENTE [email protected] www.questaosindical.com.br CUT e CTB, além de representantes de movimentos sociais (MST, MTST, UNE e Conem), promovem grande ato na próxi- ma quarta (16) contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Em entrevista coleva nesta quarta (9), no Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, região central da capital paulista, líderes da manifestação conclamaram a população a ir às ruas no dia. Concentração começa às 17 horas no Vão Livre do Masp, na avenida Paulista, de onde parte passeata até a Praça da Repú- blica, Centro. “O impeachment sem base jurídica, mo- vada pelas razões oportunistas e revanchis- tas de Cunha [Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados], é golpe”, afirma trecho da convocatória unificada de mobi- lização para o Dia Nacional de Luta Contra o Impeachment, pela Cassação de Cunha e por Mudanças na Políca Econômica. O presidente da CUT Nacional, Vagner Freitas, afirmou que o impeachment repre- senta rerada de direitos dos trabalhadores. Para ele, Cunha, além de não ter legimida- de para encabeçar o processo contra Dilma, representa retrocesso para o país. “O im- peachment, além de ser corna de fumaça para a população esquecer os crimes que ele cometeu, atenta contra a democracia, porque não há legalidade no processo. O que há é uma disputa políca”, denuncia. Para o coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme ATÉ 2016 FORMAÇÃO O Conselho Curador do Fundo de Ga- rana do Tempo de Serviço (FGTS) apro- vou, nesta terça (8), resolução que permi- te a assinatura de contratos (Faixa 1) do Programa Minha Casa Minha Vida de imó- veis ainda em construção, desde que es- tejam com pelo menos de 70% das obras finalizadas. Resolução permite que sejam financiados imóveis com mais de 70% das obras construídas. Medida, que valia para este ano e foi estendida para 2016, assinada pelo mi- nistro do Trabalho e Previdência Social, Miguel Rossetto, já autorizava essa mu- dança para 2015. “É uma medida neces- sária, para que o programa alcance famí- lias que não teriam acesso ao recurso”, diz o ministro. De acordo com o secretário-execu- vo do Conselho Curador do FGTS, Quênio França, a mudança permirá a execução do orçamento do Fundo de R$ 3,3 bilhões para este ano e de outros R$ 4,8 bilhões em 2016. “Se a mudança não fosse reali- zada, os agentes financeiros não teriam como assinar os contratos com os mutuá- rios ainda neste ano e poderia haver atra- sos nas obras, o que prejudicaria muitas famílias”, avaliou. O Minha Casa Minha Vida, faixa 1, fi- nancia imóveis a famílias com renda men- sal de até R$ 1,6 mil, e o valor de subsídio do FGTS pode chegar, no máximo, a 80% do imóvel, com teto de R$ 45 mil. Saiba mais: mte.gov.br A Escola Técnica de Saúde Pública “Pro- fessor Makigu”, na Cidade Tiradentes, zona leste da capital paulista, por meio da Secretaria Municipal de Gestão, está com as inscrições abertas para 480 vagas em cursos técnicos (duração de três meses) gratuitos na área da saúde. São 480 vagas para os cursos de Farmácia (120 vagas), Análises Clinicas (120 vagas), Saúde Bucal (120 vagas) e Gerência em Saúde (120 va- gas). Há vagas para os períodos matuno, vesperno ou noturno. Aulas têm início no primeiro semestre de 2016. Para acesso às vagas, o processo sele- vo constará de duas etapas. A primei- ra será composta de prova objeva, com peso dois, que está prevista para ser apli- cada em 20 de dezembro. Serão analisados conhecimentos nas disciplinas de Lingua- gens, Operações Matemácas e Ciências da Natureza. A segunda etapa será a con- tagem de pontuação, com peso um, base- ada na escolaridade, se cursada, em escola pública, comprovada por entrega de docu- mentação conforme edital. Mais informações pelo e-mail atendi- [email protected] Saiba mais: hp://goo.gl/6qTGwU Em razão da aprovação do Requerimen- to 1401/2015, dos líderes pardários no Senado, será dada urgência para a aprecia- ção da matéria na Casa, tendo sido agen- dada para a ordem do dia da sessão delibe- rava ordinária desta quinta (10). O PLS 432/2013, de autoria da Conso- lidação da Legislação Federal e Regula- mentação de Disposivos da Constuição Federal, dispõe sobre a expropriação das propriedades rurais e urbanas onde se lo- calizem a exploração de trabalho escravo e dá outras providências. A proposição define trabalho escravo. Es- tabelece que o mero descumprimento da le- gislação trabalhista não caracteriza trabalho escravo, e determina que todo e qualquer bem de valor econômico - apreendido em decorrência do tráfico ilícito de entorpecen- tes e drogas afins ou da exploração de traba- lho escravo - seja confiscado e reverdo ao Fundo Especial de Prevenção e Combate ao Trabalho Escravo e ao Tráfico Ilícito de Entor- pecentes e Drogas e Afins (Funprese). Estabelece, ainda, que os imóveis rurais e urbanos que devido às suas especificida- des não forem passíveis de desnação à reforma agrária e a programas de habita- ção popular, poderão ser vendidos e os va- lores decorrentes da venda deverão ser re- medos ao Funprese. Saiba mais: diap.org.br MTPS assina medida que estende financiamento de obras ainda em construção do Minha Casa Minha Vida com recursos do FGTS Escola Técnica de Saúde Pública abre 480 vagas em cursos técnicos gratuitos na área de saúde; fica na ZL da capital paulista Regulamentação do trabalho escravo tem pedido de urgência aprovado no Senado e segue para sessão desta quinta (10) Subsede Itaquaquecetuba 11 4642-0381 / 4642-0792 Sede Guarulhos 11 2475-6565 www.comerciariosdeguarulhos.org.br [email protected] Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região (11) 2463.5300 www.metalurgico.org.br [email protected] RECEBA GRATUITAMENTE O QUESTÃO SINDICAL Toda quinta-feira, o bolem eletrônico Questão Sindical é enviado aos e-mails cadastrados. Para você se cadastrar e também receber este bolem toda semana é bem simples. Basta enviar um e-mail para bolem@questaosindical.com.br. Pronto. Você receberá informação de qualidade sobre lutas, ações e conquistas do sindicalismo. [email protected] Centrais e movimentos sociais conclamam brasileiros à luta contra o impeachment Apesar disso, líderes da manifestação afirmam não apoiar as políticas do governo Dilma e defendem reformas estruturais Boulos, o movimento da próxima quarta tem o objevo de lutar contra o impeach- ment, o que não significa que as polícas do governo têm apoio. “Os mesmos movimen- tos organizados, que estão aqui, também esveram durante todo o ano fazendo atos dizendo que são contra o ajuste fiscal, que a saída para a crise é taxar as grandes fortunas e da importância de se fazer as reformas estruturais”, afirma ele. Saiba mais: cut.org.br ctb.org.br CURTAS Em entrevista de página inteira (11), do Jornal Sindical (publicação da endade), o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região, José Pereira dos Santos, fala sobre seu trabalho como secre- tário Nacional de Formação da Força Sindi- cal. Ele viaja pelo Brasil, ministrando cur- sos. “Os dirigentes que fazem nossos cursos difundem o conhecimento às direções de suas endades e também para suas bases. Nenhum curso fabrica líder, mas lapida para a vida pessoal, profissional, sindical ou mili- tância políca”, avalia Pereira. Saiba mais: metalurgico.org.br Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos fala sobre formação Em razão das festas de final de ano (Na- tal e Réveillon), o Sindicato dos Comerci- ários de Guarulhos para suas avidades, para férias colevas, na próxima quinta, dia 17 de dezembro. A endade retoma as avidades dia 4 de janeiro. Mais informa- ções, na sede (11 - 2475-6565), em Guaru- lhos, ou na subsede (11 - 4642-0381 e 11 4642-0792), em Itaquaquecetuba. Saiba mais: comerciariosdeguarulhos.org.br Dia 2, nosso Sindicato completou 27 anos. O Stap foi fundado como endade unitária dos Servidores públicos munici- pais e tem mando fidelidade a esse ideal. Vale lembrar que, até outubro de 1988, quando foi promulgada a Constuição, Servidor era proibido de se organizar em Sindicato. A fundação do Stap, portanto, foi um gesto de superação do entulho au- toritário da ditadura. Ao ensejo do 27º aniversário, externo meu agradecimento a todos os que, nes- se tempo, criaram, organizaram, man- veram e fortaleceram o Sindicato. E agra- deço, especialmente, os Servidores atuais – da Prefeitura, SAAE, Proguaru, Câmara e Ipref– que parcipam, lutam e acreditam no poder da organização e da união. As direções passam, as endades per- manecem. É nosso dever construir instui- ções sólidas, permanentes e amplas. Essa construção forjará, também, uma demo- cracia mais sólida e um País melhor. O Brasil atravessa uma fase de contur- bação políca e crise econômica. Nosso empregador municipal também vive essa crise. Isso alerta para a necessidade de de- fender nossos direitos, assegurar conquis- tas e evitar ataques ao funcionalismo. Portanto, é fundamental que o Stap, aos 27 anos, reúna lucidez, energia e dis- posição de luta. Esse é meu pensamento; é o compromisso da nossa diretoria; e sei que é também a vontade da categoria que representamos. Parabéns a todos. E vamos em frente! Comerciários entram em férias coletivas a partir do dia 17 Viva o Stap - 27 anos de lutas e conquistas! Coleva de imprensa na sede do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo nesta quarta (9) OPINIÃO Nota de Repúdio ao Impeachment Gostemos ou não, Dilma Roussef foi eleita Presidente da República para um mandato de quatro anos e não é legítimo buscar um atalho por meio de um impeachment para retirá-la do poder, apenas porque a oposição quer o seu lugar ou por- que não gostamos, inclusive eu, do seu jeito de governar. Até onde se sabe, não há nada que a presidente tenha feito que possa ser considerado desonesto ou ato de improbidade. Se algum deputado, seja ele pre- sidente da Câmara, oposicionista ou outro qualquer, tem algo con- tra a presidente, que use os micro- fones, a imprensa para protestar, mas atrapalhar a vida do Bra- sil com esse tipo de atitude, ten- tar travar o governo, não parece uma atitude honesta, para dizer o mínimo e, por falar em honestida- de, que lhe atire a primeira pedra aquele que nada deve e nada teme. É verdade que a presidente não tem bom diálogo com o Congresso, com o Judiciário e com a socieda- de, mas isso não é motivo para im- peachment. Ademais, em que o Brasil me- lhoraria se assumisse seu vice, Mi- chel Temer? Em razão disso, em respeito à democracia, à Presidente Dilma Roussef, aos poderes constituídos, aos eleitores que a elegeram legiti- mamente, REPUDIAMOS O PEDIDO DE IMPEACHMENT recebido pelo presidente da Câmara dos Deputa- dos, Eduardo Cunha, bem como o seu ato, tomado em um momento em que ele próprio corre o risco de perder o seu mandato parlamentar e justamente quando soube que os deputados do PT votariam contra ele no Conselho de Ética da Casa. Apoiamos, respeitosamente, a Presidente Dilma Roussef e é dela que queremos cobrar as promessas de campanha e não de quem lhe tome a cadeira sem a legitimidade do voto popular. Foto: Portal CTB Pedro Zano Filho, presidente do Stap

Boletim Questão Sindical Ano 1 Número 27

Embed Size (px)

DESCRIPTION

QUESTÃO sindical é uma publicação da DO LADO DE KA Soluções em Comunicação e Troad editora e Assessoria de imprensa. O boletim eletrônico Questão Sindical é semanal, enviado aos e-mails cadastrados toda quinta-feira. Responsáveis: Marcelo Duarte Jatobá e Antônio Carlos de Jesus. Endereço: Rua Iraci Santana, 81, Macedo, Guarulhos, São Paulo. (11) 2087-3304 - WhatsApp: 11 9.4754-0103

Citation preview

Salvo decisão judicial que o suspen-da, o resultado do processo de impeach-ment contra a presidente Dilma, cujo pe-dido e abertura fazem parte de um acerto de contas, dependerá ou será fortemente influenciado por quatro fatores: 1) o com-portamento do PMDB, 2) a mobilização das ruas, 3) a reação dos mercados, e 4) a even-tual revelação de algo, no âmbito da Lava-Jato, que coloque em dúvida a conduta éti-co-moral da presidente.

Na fotografia do momento, a presidente da República conta com apoio e voto sufi-ciente para barrá-lo na Câmara e, com mui-to mais folga, no Senado. Mas o tempo é um fator determinante. Quanto mais de-morar, maior a possibilidade de que as va-riáveis citadas possam interferir ou influen-ciar em desfavor da Presidente.

Dos quatro fatores, o governo não con-trola diretamente nenhum. E um deles está umbilicalmente relacionado ao prin-cipal pilar de sustentação da Presidente, que é sua integridade ético-moral. Este, aliás, é o que tem polarizado o debate com o presidente da Câmara, que deu se-guimento ao processo de impeachment, curiosamente no momento em que o Con-gresso votava a meta fiscal, que esvazia-ria a fundamentação técnica do pedido, e logo após os deputados do PT no Conselho de Ética terem tomado a decisão de votar a favor da abertura do processo de cassa-ção do presidente da Câmara.

O primeiro fator está relacionado com o comportamento do PMDB, especialmen-te dos setores mais próximos ao vice-presi-dente Michel Temer. Eventual movimenta-ção, ainda que nos bastidores, de pessoas vinculadas ao partido na defesa do impea-chment poderá atrair o apoio de atores po-líticos, econômicos e sociais, que se movem menos por lealdade e mais por perspecti-va de poder.

O segundo fator tem a ver com a adesão às manifestações de rua. Grandes manifes-tações em favor do impeachment ou o fias-co de mobilizações dos adversários do im-peachment terão o mesmo significado, ou seja, fortalecer a tese do afastamento da presidente da República.

O terceiro fator diz respeito à reação do mercado. O diagnóstico deles é de que a simples abertura do processo os favorece, seja porque a presidente ficará mais depen-dente da agenda neoliberal, seja porque a

eventual substituição poderia facilitar a im-plementação da agenda “Ponte para o Fu-turo”, do PMDB, cujo receituário é igual-mente neoliberal. Por enquanto a postura tem sido de certo equilíbrio, sem maiores euforias com a perspectiva de afastamento.

O quarto fator, talvez o menos prová-vel, seria a descoberta de eventual envol-vimento da presidente Dilma em decisões relacionadas aos assuntos ou pessoas ob-jeto de investigação no âmbito da Opera-ção Lava-Jato. Por exemplo, a confirmação da suposta declaração do senador Delcídio de que ela o teria consultado sobre a nome-ação de Nestor Cerveró ou que tivesse co-nhecimento das irregularidades na compra de Pasadena, refinaria adquirida pela Pe-trobras nos EUA com preço superfaturado.

Uma descoberta dessa ordem colocaria em xeque todo a estratégia de defesa da Presidente, na medida em que seu principal argumento contra o impeachment, além da negociação da existência de crime de res-ponsabilidade, é de que, diferentemente do seu algoz, tem uma condução ilibada.

Estes, em minha modesta visão, são os fatores que irão determinar o desfecho do processo. Nesse particular, o tempo é um fator fundamental, porque quanto mais demorar a solução do problema, mais ris-co existe de que as pessoas percam a paci-ência, especialmente as que estão sofren-do as consequências da crise, simbolizadas pelo desemprego, pela inflação, pelos juros altos e pela caristia.

QUESTÃO sindicalOPINIÃO

Fatores determinantes no Processo de Impeachment

10 de dezembro de 2015 - número 27 - ano 111 - 2087-3304 / 11 - 3843-0355 / 11 9.4754-0103

QUESTÃO sindical é uma publicação da DO LADO DE KA Soluções em Comunicação e Troadeditora.com.br Assessoria de imprensa. O boletim eletrônico Questão Sindical é semanal, enviado aos e-mails cadastrados toda quinta-feira. Responsáveis: Marcelo Duarte Jatobá e Antônio Carlos de Jesus.

Endereço: Rua Iraci Santana, 81, Macedo, Guarulhos, São Paulo. Telefones: (11) 2087-3304 e (11) 3843-0355.

EXPEDIENTE [email protected]

www.questaosindical.com.br

CUT e CTB, além de representantes de movimentos sociais (MST, MTST, UNE e Conem), promovem grande ato na próxi-ma quarta (16) contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Em entrevista coletiva nesta quarta (9), no Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, região central da capital paulista, líderes da manifestação conclamaram a população a ir às ruas no dia. Concentração começa às 17 horas no Vão Livre do Masp, na avenida Paulista, de onde parte passeata até a Praça da Repú-blica, Centro.

“O impeachment sem base jurídica, mo-tivada pelas razões oportunistas e revanchis-tas de Cunha [Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados], é golpe”, afirma trecho da convocatória unificada de mobi-lização para o Dia Nacional de Luta Contra o Impeachment, pela Cassação de Cunha e por Mudanças na Política Econômica.

O presidente da CUT Nacional, Vagner Freitas, afirmou que o impeachment repre-senta retirada de direitos dos trabalhadores. Para ele, Cunha, além de não ter legitimida-de para encabeçar o processo contra Dilma, representa retrocesso para o país. “O im-peachment, além de ser cortina de fumaça para a população esquecer os crimes que ele cometeu, atenta contra a democracia, porque não há legalidade no processo. O que há é uma disputa política”, denuncia.

Para o coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme

ATÉ 2016

FORMAÇÃO

O Conselho Curador do Fundo de Ga-rantia do Tempo de Serviço (FGTS) apro-vou, nesta terça (8), resolução que permi-te a assinatura de contratos (Faixa 1) do Programa Minha Casa Minha Vida de imó-veis ainda em construção, desde que es-tejam com pelo menos de 70% das obras finalizadas. Resolução permite que sejam financiados imóveis com mais de 70% das obras construídas.

Medida, que valia para este ano e foi estendida para 2016, assinada pelo mi-

nistro do Trabalho e Previdência Social, Miguel Rossetto, já autorizava essa mu-dança para 2015. “É uma medida neces-sária, para que o programa alcance famí-lias que não teriam acesso ao recurso”, diz o ministro.

De acordo com o secretário-executi-vo do Conselho Curador do FGTS, Quênio França, a mudança permitirá a execução do orçamento do Fundo de R$ 3,3 bilhões para este ano e de outros R$ 4,8 bilhões em 2016. “Se a mudança não fosse reali-

zada, os agentes financeiros não teriam como assinar os contratos com os mutuá-rios ainda neste ano e poderia haver atra-sos nas obras, o que prejudicaria muitas famílias”, avaliou.

O Minha Casa Minha Vida, faixa 1, fi-nancia imóveis a famílias com renda men-sal de até R$ 1,6 mil, e o valor de subsídio do FGTS pode chegar, no máximo, a 80% do imóvel, com teto de R$ 45 mil.

Saiba mais: mte.gov.br

A Escola Técnica de Saúde Pública “Pro-fessor Makiguti”, na Cidade Tiradentes, zona leste da capital paulista, por meio da Secretaria Municipal de Gestão, está com as inscrições abertas para 480 vagas em cursos técnicos (duração de três meses) gratuitos na área da saúde. São 480 vagas para os cursos de Farmácia (120 vagas), Análises Clinicas (120 vagas), Saúde Bucal (120 vagas) e Gerência em Saúde (120 va-

gas). Há vagas para os períodos matutino, vespertino ou noturno. Aulas têm início no primeiro semestre de 2016.

Para acesso às vagas, o processo sele-tivo constará de duas etapas. A primei-ra será composta de prova objetiva, com peso dois, que está prevista para ser apli-cada em 20 de dezembro. Serão analisados conhecimentos nas disciplinas de Lingua-gens, Operações Matemáticas e Ciências

da Natureza. A segunda etapa será a con-tagem de pontuação, com peso um, base-ada na escolaridade, se cursada, em escola pública, comprovada por entrega de docu-mentação conforme edital.

Mais informações pelo e-mail [email protected]

Saiba mais:http://goo.gl/6qTGwU

Em razão da aprovação do Requerimen-to 1401/2015, dos líderes partidários no Senado, será dada urgência para a aprecia-ção da matéria na Casa, tendo sido agen-dada para a ordem do dia da sessão delibe-rativa ordinária desta quinta (10).

O PLS 432/2013, de autoria da Conso-lidação da Legislação Federal e Regula-mentação de Dispositivos da Constituição Federal, dispõe sobre a expropriação das propriedades rurais e urbanas onde se lo-

calizem a exploração de trabalho escravo e dá outras providências.

A proposição define trabalho escravo. Es-tabelece que o mero descumprimento da le-gislação trabalhista não caracteriza trabalho escravo, e determina que todo e qualquer bem de valor econômico - apreendido em decorrência do tráfico ilícito de entorpecen-tes e drogas afins ou da exploração de traba-lho escravo - seja confiscado e revertido ao Fundo Especial de Prevenção e Combate ao

Trabalho Escravo e ao Tráfico Ilícito de Entor-pecentes e Drogas e Afins (Funprestie).

Estabelece, ainda, que os imóveis rurais e urbanos que devido às suas especificida-des não forem passíveis de destinação à reforma agrária e a programas de habita-ção popular, poderão ser vendidos e os va-lores decorrentes da venda deverão ser re-metidos ao Funprestie.

Saiba mais: diap.org.br

MTPS assina medida que estende financiamento de obras ainda em construção do Minha Casa Minha Vida com recursos do FGTS

Escola Técnica de Saúde Pública abre 480 vagas em cursos técnicos gratuitos na área de saúde; fica na ZL da capital paulista

Regulamentação do trabalho escravo tem pedido de urgência aprovado no Senado e segue para sessão desta quinta (10)

Subsede Itaquaquecetuba 11 4642-0381 / 4642-0792

Sede Guarulhos 11 2475-6565

www.comerciariosdeguarulhos.org.brimprensa@comerciariosdeguarulhos.org.br

Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região(11) 2463.5300

[email protected]

RECEBA GRATUITAMENTEO QUESTÃO SINDICALToda quinta-feira, o boletim eletrônico Questão Sindical é enviado aos e-mails cadastrados. Para você se cadastrar e também receber este boletim toda semana é bem simples. Basta enviar um e-mail para [email protected]. Pronto. Você receberá informação de qualidade sobre lutas, ações e conquistas do sindicalismo.

[email protected]

Centrais e movimentos sociais conclamambrasileiros à luta contra o impeachmentApesar disso, líderes da manifestação afirmam não apoiar as políticas do governo Dilma e defendem reformas estruturais

Boulos, o movimento da próxima quarta tem o objetivo de lutar contra o impeach-ment, o que não significa que as políticas do governo têm apoio. “Os mesmos movimen-tos organizados, que estão aqui, também estiveram durante todo o ano fazendo atos dizendo que são contra o ajuste fiscal, que a

saída para a crise é taxar as grandes fortunas e da importância de se fazer as reformas estruturais”, afirma ele.

Saiba mais:cut.org.brctb.org.br

CURTAS

Em entrevista de página inteira (11), do Jornal Sindical (publicação da entidade), o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região, José Pereira dos Santos, fala sobre seu trabalho como secre-tário Nacional de Formação da Força Sindi-cal. Ele viaja pelo Brasil, ministrando cur-sos. “Os dirigentes que fazem nossos cursos difundem o conhecimento às direções de suas entidades e também para suas bases. Nenhum curso fabrica líder, mas lapida para a vida pessoal, profissional, sindical ou mili-tância política”, avalia Pereira.

Saiba mais: metalurgico.org.br

Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos fala sobre formação

Em razão das festas de final de ano (Na-tal e Réveillon), o Sindicato dos Comerci-ários de Guarulhos para suas atividades, para férias coletivas, na próxima quinta, dia 17 de dezembro. A entidade retoma as atividades dia 4 de janeiro. Mais informa-ções, na sede (11 - 2475-6565), em Guaru-lhos, ou na subsede (11 - 4642-0381 e 11 4642-0792), em Itaquaquecetuba.

Saiba mais:comerciariosdeguarulhos.org.br

Dia 2, nosso Sindicato completou 27 anos. O Stap foi fundado como entidade unitária dos Servidores públicos munici-pais e tem mantido fidelidade a esse ideal.

Vale lembrar que, até outubro de 1988, quando foi promulgada a Constituição, Servidor era proibido de se organizar em Sindicato. A fundação do Stap, portanto, foi um gesto de superação do entulho au-toritário da ditadura.

Ao ensejo do 27º aniversário, externo meu agradecimento a todos os que, nes-se tempo, criaram, organizaram, manti-veram e fortaleceram o Sindicato. E agra-deço, especialmente, os Servidores atuais – da Prefeitura, SAAE, Proguaru, Câmara e Ipref– que participam, lutam e acreditam no poder da organização e da união.

As direções passam, as entidades per-manecem. É nosso dever construir institui-ções sólidas, permanentes e amplas. Essa construção forjará, também, uma demo-cracia mais sólida e um País melhor.

O Brasil atravessa uma fase de contur-bação política e crise econômica. Nosso empregador municipal também vive essa crise. Isso alerta para a necessidade de de-fender nossos direitos, assegurar conquis-tas e evitar ataques ao funcionalismo.

Portanto, é fundamental que o Stap, aos 27 anos, reúna lucidez, energia e dis-posição de luta. Esse é meu pensamento; é o compromisso da nossa diretoria; e sei que é também a vontade da categoria que representamos.

Parabéns a todos. E vamos em frente!

Comerciários entramem férias coletivasa partir do dia 17

Viva o Stap - 27 anosde lutas e conquistas!

Coletiva de imprensa na sede do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo nesta quarta (9)

OPINIÃO

Nota de Repúdioao Impeachment

Gostemos ou não, Dilma Roussef foi eleita Presidente da República para um mandato de quatro anos e não é legítimo buscar um atalho por meio de um impeachment para retirá-la do poder, apenas porque a oposição quer o seu lugar ou por-que não gostamos, inclusive eu, do seu jeito de governar.

Até onde se sabe, não há nada que a presidente tenha feito que possa ser considerado desonesto ou ato de improbidade.

Se algum deputado, seja ele pre-sidente da Câmara, oposicionista ou outro qualquer, tem algo con-tra a presidente, que use os micro-fones, a imprensa para protestar, mas atrapalhar a vida do Bra-sil com esse tipo de atitude, ten-tar travar o governo, não parece uma atitude honesta, para dizer o mínimo e, por falar em honestida-de, que lhe atire a primeira pedra aquele que nada deve e nada teme.

É verdade que a presidente não tem bom diálogo com o Congresso, com o Judiciário e com a socieda-de, mas isso não é motivo para im-peachment.

Ademais, em que o Brasil me-lhoraria se assumisse seu vice, Mi-chel Temer?

Em razão disso, em respeito à democracia, à Presidente Dilma Roussef, aos poderes constituídos, aos eleitores que a elegeram legiti-mamente, REPUDIAMOS O PEDIDO DE IMPEACHMENT recebido pelo presidente da Câmara dos Deputa-dos, Eduardo Cunha, bem como o seu ato, tomado em um momento em que ele próprio corre o risco de perder o seu mandato parlamentar e justamente quando soube que os deputados do PT votariam contra ele no Conselho de Ética da Casa.

Apoiamos, respeitosamente, a Presidente Dilma Roussef e é dela que queremos cobrar as promessas de campanha e não de quem lhe tome a cadeira sem a legitimidade do voto popular.

Foto: Portal CTB

Pedro Zanotti Filho, presidente do Stap