BOLETIM XII de D. António Barroso

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Informações e mensagem do Encontro em 31 de Agosto de 2014 dos Amigos de D. António Barroso por ocasião do 160.º aniversário de seu nascimento.

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    Fundador: Pe. Antnio F. CardosoDesign: Filipa Craveiro | Alberto CraveiroImpresso: Escola Tipogrfica das Misses - Cucujes - tel. 256 899 340 | Depsito legal n. 92978/95 | Tiragem 2.500 exs. | Registo ICS n. 116.839

    Director: Amadeu Gomes de Arajo, Vice-PostuladorPropriedade: Associao "Grupo dos Amigos de D. Antnio Barroso". NIPC 508 401 852Administrao e Redaco: Rua Lus de Cames, n. 632, Arneiro | 2775-518 CarcavelosTlm.: 934 285 048 E-mail: [email protected] trimestral | Assinatura anual: 5,00

    Boletim de D. Antnio Barroso

    III Srie . Ano IV . N. 12 . Outubro / Dezembro de 2014

    a hora de

    com acrescido nimo, trabalharmos todos juntos pela canonizao do grande Bispo Missionrio. Precisamos deste belo testemunho de vida e deste modelo de santidade to actual e to necessrio

    para os nossos dias.

    D. Antnio Francisco, Bispo do Porto, em comunicao para o vice-postulador, em

    20.08.2014

    PEREGRINOS DA MEMRIA

    TODOS IGUAIS

    TODOS IRMOS

    VIVAMOS O NATAl EM FRATERNIDADE,

    PARTIlHANDO BENS

    Em 31 de Agosto passado, data comemorativa do 96 aniversrio da morte do Bispo Santo, a Associao dos Amigos de D. Antnio Barroso, organizou uma significativa e participada Romagem a p, entre a estao ferroviria de Barcelos e a capela-jazigo, em Reme-lhe, por Jos Ribeiro, p.2

    Entre 15 e 19 do passado ms de Outubro, a parquia de Reme-lhe assinalou condignamente os 135 anos da Missa Nova de D. Antnio Barroso, tendo-se associado efemride o Sr. Arcebispo Primaz, D. Jorge Ortiga. Foi conferencista o distinto remelhense Padre Antnio Trigueiros, SJ.

    Para recordar a memria de D. Antnio Barroso e celebrar o 160. aniversrio do seu nascimento, realizou-se no dia 8 do ms de No-vembro uma sesso de homenagem ao ilustre barcelense que foi Missionrio em trs continentes, insigne Bispo do Porto e tambm figura emblemtica da Igreja portuguesa nos tempos difceis da Primeira Repblica, por Jos Campinho, p.3

    No ano de 2014, prestes a terminar, completaram-se 100 anos sobre o regresso de D. Antnio Barroso sua diocese e sua cidade do Porto, aps 3 anos de exlio em Remelhe. A data ser recordada com uma Eucaristia presidida por D. Antnio Francisco, seguida de Te Deum, no dia 21 de Dezembro, s 15 horas, na S Catedral. Momento para lembrar o solene Te Deum de h 100 anos e rezar pela sua beatificao.

    O Natal REVEla

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    melhe para visita e orao, tendo um familiar deposto um ramo de flores no monumento que se encontra no largo da igreja.Terminou esta roma-gem com uma eucaristia solene, pre-sidida pelo proco Adlio Macedo e concelebrada pelos mencionados pa-dres da Sociedade Missionria da Boa Nova, os quais, na altura da homlia, foram convidados pelo presidente da celebrao a narrarem episdios da sua vivncia missionria. Belos teste-munhos!

    Boletim de D. Antnio Barroso

    gENtEs dO NORtE cElEBRaM a MEMRiadE d. aNtNiO BaRROsO

    Realizou-se no dia 31 de Agosto - 96 aniversrio da morte do Bispo Santo - a Romagem a Remelhe-Terra de D. Antnio Barroso, organizada pelo seu Grupo de Amigos de Barce-los.

    Cerca de 4 centenas de pessoas, onde se inclua uma representaao da Sociedade Missionria da Boa Nova, contituda pelos padres Castro Afon-so, Antnio Valente e Adelino Simes, e ainda por dois seminaristas angola-nos oriundos das terras do reino do Congo,onde o padre Barroso missio-nou, rumaram do largo da Estao at ao monumento do Largo do Mu-nicpio, onde o padre Castro Afonso exortou a que unamos esforos para que D. Antnio seja considerado Ve-nervel. Seguiu-se um poema cantado em lngua Kikongo, que o padre Bar-roso to bem conhecia.

    Depois de um agradecimento pelo vice-presidente da Cmara e aps a colocao de um ramo de flores jun-to esttua de D. Antnio, os peregri-nos rumaram capela-jazigo em Re-

    Homenagem a d. antnio Barroso no 160. aniversrio

    do seu nascimento

    Texto de Jos Ribeiro

    Foto de Jos Manuel cunha

    Romagem ao tmulo de d. antnio, na data

    comemorativa da sua morte

    Na organizao desta romagem colaboraram, alm do Grupo de Ami-gos de Barcelos de D. Antnio Bar-roso, tambm a Cmara Municipal, as Juntas de freguesia de Remelhe, Barcelos e Arcozelo, bem como os Bombeiros de Barcelos e Barcelinhos, a PSP, a GNR e a Motogalos de Bar-celos.

    Para recordar a memria de D. Antnio Barroso e celebrar o 160.

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    Boletim de D. Antnio Barroso

    Texto e fotos de Jos campinho

    aniversrio do seu nascimento, reali-zou-se no dia 8 deste ms de novem-bro uma sesso de homenagem a este ilustre barcelense que foi Missionrio em trs continentes e insigne Bispo do Porto e tambm figura emblem-tica da Igreja portuguesa nos tempos difceis da Primeira Repblica. A ceri-mnia, que decorreu no .auditrio da Biblioteca Municipal de Barcelos, foi presidida por D. Ablio Ribas e teve como orador o Prof. Doutor Joo Marques, da Universidade do Porto, que dissertou sobre A poltica colo-nial e a evangelizao da frica Portu-guesa nos finais de sc. XIX: D. Antnio Barroso e o Comissrio Antnio Enes.

    Joo Francisco Marques, de 85 anos, natural da Pvoa de Varzim, ordenou-se sacerdote em Braga, em 1952. Destacou-se no panorama da historiografia e da cultura portuguesa como investigador, docente e confe-rencista. Foi professor de Histria e Filosofia em diversos liceus.

    Doutorou-se em Histria, em 1984, na Universidade do Porto. Foi professor convidado da Universidade

    Catlica e colaborou com o cineasta Manuel de Oliveira em diversos fil-mes, destacando-se Palavra e Utopia sobre o Pe. Antnio Vieira. Condeco-rado pelo Presidente Jorge Sampaio, foi mandatrio local da sua campanha eleitoral.

    Nesta conferncia, Joo Marques colocou em relevo a figura do Mis-sionrio Barroso que encontrou no Comissrio Antnio Enes um polti-

    co admirador da personalidade e do projeto pastoral e missionrio do Bis-po D. Antnio Barroso.

    D. Ablio Ribas, de 83 anos, nas-ceu no Soajo, Arcos de Valdevez. De-pois de frequentar os Seminrios da Congregao do Esprito Santo, foi missionrio em Angola, onde exer-ceu funes de Reitor, em luanda e no Huambo. Durante a guerra civil de Angola, foi vtima de um atentado gra-ve com dois colegas missionrios. Em 1984, foi nomeado Bispo de S. Tom e Prncipe, tendo resignado em 206.

    Nas suas breves palavras na con-ferncia, encontram-se mgoas pelo desrespeito que sofreu a Igreja Cat-lica, aps a independncia.

    Esta sesso se homenagem a D. Antnio Barroso, que foi abrilhanta-da pelo Coro de Cmara de Barcelos, terminou com a deposio de uma coroa de flores, por familiares do ho-menageado, junto esttua que em sua honra se encontra erigida na Pra-a do Municpio. Foi preciosa a co-laborao da Cmara e da Sra. Dra. Maria Elisa Braga, Vereadora.

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    Boletim de D. Antnio Barroso

    PElas tERRas dO REiNO dO cONgOEVOcaNdO a MEMRia dE d. aNtNiO BaRROsO

    O MissiONRiO aUgUstO FaRias, Nas tERRas aNgOlaNas dE M`BaNZa cONgO, ONdE tRaBalHOU O PadRE aNtNiO JOs dE sOUsa BaRROsO

    Pintura de d. antnio Barroso, na frente da Misso de M`banza congo

    d. Vicente Kiaziku, junto ao busto ded. antnio Barroso, no quintal da Misso

    H muito que me tinha proposto vi-sitar as terras do antigo reino do Congo por onde D. Antnio Barroso passou os seus tempos de jovem missionrio no l-timo quartel do sec. XIX. Antes de deixar Angola por uns tempos resolvi concre-tizar esse sonho. Sa de Luanda na ma-drugada do dia 9 de Setembro na compa-nhia do jovem Zola, motorista dos frades capuchinhos de luanda que ia a Mbanza Congo levar uma carrada de mosaicos para terminar uma escola. So 500Km por boa estrada. Antes do meio dia en-tramos no quintal da casa episcopal onde D. Vicente Kiaziku, bispo daquela diocese, nos esperava. Apesar da casa pobre onde vive recebeu-nos de corao aberto e com muita alegria. D. Vicente um frade capuchinho angolano que passou parte da sua juventude nas estruturas centrais

    por augusto Farias

    da sua ordem em Roma. Porm, soube superar os romanos hbitos palacianos para se adaptar realidade pobre deste meio. Em casa vive apenas com um pa-dre que faz de chanceler mas que a passa pouco tempo. Tem de fazer de tudo: ad-ministrador da casa, despenseiro, s vezes cozinheiro, motorista e vrias outras coi-sas das lides domsticas Mbanza Con-go, a banza do antigo reino do Congo, onde a se encontra a centenria rvore Yala, a Nkuwu debaixo da qual se geria a comunidade, se administrava a justia e se transmitiam as tradies ancestrais, uma pequena cidade situada na parte alta dos morros circunvizinhos, mas ladeada nas encostas por um casario infinito de gente pobre que vem de todos os lados para a tentar a sua sorte, particularmen-te na prtica do comrcio em que os ba-congo so especialistas. A cidade dispe de todas as estruturas administrativas prprias duma capital de provncia: umas herdadas do tempo colonial e outras recentemente construdas de raiz. Tudo bastante bem organizado mas reduzido ao essencial e dentro duma zona bas-tante limitada. De resto h pouco mais que umas lojas de comrcio, muitas delas ao servio do comrcio com o vizinho Congo. Esta cidade tem atrs de si toda

    uma histria e tradio que fazem dela a capital de todo o pas bacongo que se estende pelas actuais provncias do Zaire e Uge e parte do baixo Congo chegando a abranger reas do Congo Democrti-co, Congo Brazzaville e at Gabo. um reino que foi dividido pela conferncia de Berlim em 1885 e pelo tratado com a Frana em 1886 sem respeitar a histria a e afinidade etnogrfica desses povos ao sabor dos interesses coloniais europeus da altura, particularmente da Frana, Bl-gica, Alemanha e sobretudo da Inglater-ra, quando despertaram para as poten-cialidades em matrias primas e para o interesse geoestratgico da regio. Isso teve consequncias graves que ainda hoje esto latentes na vida desses povos. Na prtica o povo bacongo considera-se um nico povo ainda que separado por fron-teiras polticas e administrativas impostas a partir de fora. por isso que angolanos e congoleses bakongos se consideram em casa quer dum lado quer do outro da fronteira. Foi no meio dessa encrenca poltica da altura que D. Antnio Barroso e seus companheiros foram enviados pe-las estruturas coloniais portuguesas para um territrio que estava abandonado e corria o risco de mudar de dono porque segundo as novas regras definidas pelas grandes potncias internacionais o terri-

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    Boletim de D. Antnio Barroso

    a s nova e a s antiga da diocese de M`Banza congo.Foi esta a primeira catedral da frica ao sul do equador, e hoje candidata a patrimnio mundial da humanidade

    trio de quem o ocupa e no de quem o reivindica pelo facto de reclamar a sua descoberta.

    Ainda hoje h muitos mal entendidos acerca de D. Antnio Barroso acusando-o de ter sido ele que demarcou as actuais fronteiras dividindo estes povos, quando afinal ele foi metido num vespeiro inter-nacional para o qual ele alertou as auto-ridades do tempo que pouco ligaram s suas advertncias.

    Nessa tarde D. Vicente levou-me a conhecer os lugares de destaque da ci-dade. Comemos pela casa dos capuchi-nhos. uma comunidade que deixou a parquia da s onde viviam para a entre-gar ao clero secular diocesano passando a viver num bairro suburbano para da-rem origem a uma nova parquia. Orien-tam uma enorme escola e tomam conta duma casa de acolhimento para crianas abandonadas acusadas de feiticeiras pe-los prprios familiares. Esta uma verda-deira chaga social nestas zonas do norte. H famlias, particularmente tios e avs, que tm sob a sua tutela crianas rfs e as acusam de feiticeiras. Elas so maltra-tadas, postas na rua, e at muitas vezes envenenadas. Um frade capuchinho abriu uma casa de acolhimento para acolher crianas apanhadas na rua e outras que voluntariamente a se dirigem a pedir refgio. Felizmente o governo provincial tem apoiado de diversas formas. Mas d pena olhar para essas criaturas carentes de afecto e de perspectivas de vida. Tem j algumas estruturas de apoio mas fal-tam tcnicos capacitados: carpinteiros, electricistas, mecnicos e outros para iniciarem estas crianas para amanh se integrarem na sociedade tecnicamente preparadas.

    Da passmos pela escola das Irms

    Franciscanas Missionria de Maria que no tempo colonial a tiveram uma grande es-cola de professoras do magistrio rural preparando muitas raparigas para o ensi-no em vrias partes do pas.

    Foi gente competente que preparou a actual classe dirigente do pas quando es-tudava o ensino bsico. Infelizmente hoje est reduzida a um colgio para crianas at nona classe com as enormes estru-turas do antigo magistrio, a comear pela enorme capela, a degradarem-se a olhos vistos espera de projectos mais ambiciosos, mesmo a nvel escolar.

    Passmos de seguida ao lado das rui-nas da primeira catedral da frica ao sul do equador, hoje candidata a patrimnio mundial da humanidade. Infelizmente no deu tempo para entrar. Fica espera de nova visita. O Sr. Bispo levou-me a visitar a parte administrativa da cidade: palcio do governo, tribunal, polo universitrio, hospital Tambm o seminrio mdio com apenas oito alunos fica espera de nova visita. J quase ao cair da tarde fo-mos visitar a escola das irms Escravas do Sagrado Corao de Jesus. uma co-munidade internacional: uma espanhola, outra congolesa, outra brasileira e ainda uma filipina que estava de frias. Vivem num bairro enorme cheio de poeira nes-te tempo, e de lama no tempo da chuva. Estas irms foram acolhidas aquando da sua chegada Angola pelo P. Orlando Mar-tins da Boa Nova no bairro Palanca em luanda. Daqui irradiaram para Mbanza Congo e Luena onde se dedicam ao ensi-no, sade e promoo feminina. Realizam o grande projecto idealizado por D. An-tnio Barroso h um sculo e tal no que se refere promoo da mulher.

    O dia terminou com a Eucaristia na pequena S catedral celebrada com

    o jovem vigrio paroquial e animada por um grupo de 35 jovens e alguns adultos que entoavam com entusiasmo uma s-rie de cnticos alusivos Palavra de Deus que neste ms de Setembro se celebra em toda a Angola e est entronizada em todas as Igrejas, capelas e at em muitas casas particulares.

    Na viagem para Mbanza Congo pas-sei por vrias terras evangelizadas por D. Antnio Barroso. Depois da Barra do Dande viajmos ao lado da cidade de Am-briz onde ele tinha projectado desembar-car. No o fez devido s hostilidades que nessa altura os povos de Ambaca fizeram ocupao colonial. Essa resistncia re-crudesceu a partir de 1961, de tal modo que as terras de Nzeto, Tomboco eram zonas de perigo. Hoje d gosto passar por essas terras a recomear avida bom grande tranquilidade. A paz foi o maior dom para Angola. Nesse percurso pas-smos no desvio para o Soyo, hoje um dos maiores campos petrolferos e re-serva de gs natural de Angola, e mais adiante sada para Noqui, na margem sul do sempre cobiado rio Zaire onde D. Antnio Barroso desembarcou a 23 de Janeiro de 1881. Todos esses lugares so hoje misses dinamizadas pelos frades capuchinhos, missionrios do Verbo Di-vino, Espiritanos (Soyo) e clero secular local. H, entretanto, enormes distncias onde ainda diminuta a presena crist por falta de missionrios. Vrias vezes me lembrei dessas longas caminhadas a p feitas por D. Antnio Barroso por carrei-ros de mato acossado pelas intempries, pelo perigo de animais selvagens e por febres de paludismo que naquela altura no tinha cura.

    Continua no prximo Boletim

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    Boletim de D. Antnio Barroso

    A SOCIEDADE MISSIONRIA QUE D. ANTNIO BARROSO IDEALIZOU EST PRESENTE NAS TERRAS DE SANTA CRUZ

    comunidade da chapadinha, reunida para uma celebrao assembleia Regional de Missionrios. Minas / Maranho

    a REaliZaO dE UM sONHO dE d. aNtNiO BaRROsO EM tERRas BRasilEiRas,por Manuel Neves

    O autor do artigo, Padre Manuel Neves. Missionrio de corpo inteiro

    H projetos que so to bem sonhados que depressa se transformam em realida-de. Assim me parece ter sido o sonho de D. Antnio Barroso no referente criao de um Instituto Missionrio em Portugal com membros dedicados a pleno tempo ativi-dade missionria, vivendo em comunidade e comprometidos com a f e a promoo

    humana das populaes. Seu zelo apostli-co e sua experincia em terras de Misso fizeram-no desejar missionrios com esti-lo diferente dos missionrios seculares em que ele prprio tinha sido educado. Esses missionrios capazes de levar aos povos a cruz e a enxada, empenhados em promo-ver a f e a dignidade humana das pessoas fez de D. Antnio Barroso um sonhador do Instituto que pouco tampo depois O Papa Pio XI legalizou. Sou missionrio h 36 anos em terras do Nordeste brasileiro, mas conservo em minha mente a imagem desse grande missionrio desde que passei no seminrio de Cernache do Bonjardim pelos anos de 1953 a 1956. A Sociedade dos Missionrios da Boa nova, a que per-teno, fruto de uma sbia anteviso de D. Antnio Barroso e sua ao no se esgo-tou em terras de Angola e Moambique, mas chegou tambm, penso eu, com bons frutos, ao Brasil. A Sociedade dos Missio-nrios da Boa Nova fundada para a evan-gelizao das antigas colnias portuguesas em frica estendeu tambm sua ao em terras brasileiras. Em 1970, a pedido do bispo da diocese de Tefilo Otni, Minas Gerais, foi mandado o primeiro grupo que, depois de se adaptar um pouco lngua e cultura do povo, trabalhou como equi-pa itinerante ajudando a repensar a pas-toral diocesana ao estilo da Conferncia de Medelln. Incentivaram a criao das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), levando o povo a analisar a sua realidade e a confront-la com a experincia bblica.

    Muito contriburam para a formao da pastoral diocesana de conjunto e para a promoo do laicado a fim de estarem prontos para desempenhar ministrios na famlia, na comunidade e nos movimentos cristos e sociais. Assumiram tambm al-gumas parquias no interior da diocese e a Parquia urbana de Nossa Senhora de Ftima. Onde antigamente s se visitava o povo para administrar sacramentos, ago-ra os missionrios se preocupavam com a catequese, com a juventude e em levar as populaes rurais a se organizar na defesa dos seus direitos formando sindicatos. Este trabalho estendeu-se depois Diocese de Araua onde ficou clebre a defesa dos mais pobres contra a monocultura do eu-calipto e a necessidade de homens e mu-lheres emigrarem para o Sul para apanha-rem algodo e cortarem cana de acar.

    Em 1978, a pedido do bispo da Diocese de Brejo, foi a primeira equipe para o Mara-nho, para uma das regies mais pobres do Brasil, a Regio do Baixo Parnaba. Ajudados pela experincia e mesmo presena de co-legas j experimentados em Minas Gerais, os missionrios chegaram a assumir 6 Pa-rquias na Diocese de Brejo onde ficou bem marcada sua presena na defesa das popu-laes contra os abusos do latifndio com toda a arbitrariedade dos coronis locais e polticos da regio. Depois, em 1987, com a sada da diocese de Tefilo Otni reforou--se a presena noutra diocese do Maranho, Coroat, assumindo a mais trs Parquias.

    Continua no prximo Boletim

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    Boletim de D. Antnio Barroso

    D. JORGE ORTIGA ROGOU A INTERCESSO DE D. ANTNIO BARROSO PARA QUE A ARQUIDIOCESE DE BRAGA SEJA MAIS MISSIONRIA

    No dia 19 de Outubro de 2014, que a Igreja assinalou como Dia Mundial das Misses, D. Jorge Ortiga, recordando que D. Antnio Barroso foi peregrino do mundo inteiro, rogou a sua intercesso para que a Ar-quidiocese de Braga seja uma comunidade missionria. lembrando ain-da a beatificao do Papa Paulo VI, naquele mesmo dia, solicitou ao grande Bispo Missionrio que ajude a Arquidiocese a actualizar-se de acordo com as orientaes do Conclio Vaticano II.

    interessante recordar que a Arquidiocese de Braga assinou recen-temente um protocolo de cooperao missionria com a Diocese de Pemba, em Moambique, para partilhar bens materiais e experincias hu-manas.

    Monsenhor Arnaldo Pinto Cardoso, Postulador da Causa da Be-atificao e Canonizao de D. Antnio Barroso, ordenado sacerdote em 15 de Agosto de 1964, celebrou, no passado dia 16 de Agosto, as suas Bodas de Ouro Sacerdotais, com uma Eucaristia na Baslica da Santssima Trindade, em Ftima.

    Natural de Penso, concelho de Sernancelhe, foi chamado a servir a Igreja em postos de muita responsabilidade, em Portugal e no Vati-cano.

    O Boletim apresenta-lhe votos sinceros de parabns pelo seu fecundo Ministrio Sacerdotal.

    REMElHE tEM NOVO PROcOD. Jorge Ortiga procedeu, em 20 de Julho de 2014, s seguintes

    nomeaes eclesisticas:Pe. Jos Adlio Barbosa de Macedo, dispensado, a seu pedido e

    por razes de sade, da paroquialidade de Santa Marinha de Remelhe.Pe. Tiago Martins de Barros, nomeado proco de Santa Marinha

    de Remelhe.Votos de sade para o Pe. Jos Adlio e votos de fecundo trabalho

    para o novo proco. O Boletim sada-o, prezado Pe. Tiago! Seja bem--vindo terra de D. Antnio Barroso!

    O MELHOR SEPULCRO DOS MORTOS O CORAO AGRADECIDO DOS VIVOSNo passado dia 12 de Outubro, foi a sepultar no Cemitrio Municipal

    de Barcelos, o Sr. Cndido Alberto Martins Lopes. Contava 73 anos, muitos dos quais ao servio da Causa de D. Antnio Barroso, como coordenador do Grupo de Amigos da sua cidade. No dia 1 de Novembro, um alargado grupo de companheiros da mesma Causa prestou-lhe homenagem, colocando sobre o seu tmulo, uma lpide a testemunhar admirao e saudade.

    Completou-se no dia 21 de Novembro um ano sobre o falecimento do Dr. Jos Ferreira Gomes, fundador e dinamizador do Movimento Pr-Canoni-zao de D. Antnio Barroso.

    Para ambos, um momento de silncio e uma prece. Que o bispo santo que to bem serviram, os acolha e acompanhe!

    FlOREs PaRas Os aMigOs dE d. aNtNiO BaRROsO

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    Boletim de D. Antnio Barroso

    Visitas caPEla-JaZigO. Julho de 2014: Ana Brito de Sousa (Remelhe); Maria Emlia do Santos Figueire-do (Alvelos); Padre Jos Adlio Macedo (Remelhe): agradecer; Maria Emlia dos Santos Figueiredo (Alvelos); Maria Al-ice Gomes de Faria (Remelhe); Francisco Martins (Barcelos); Maria Augusto Magalhes leite (Barcelos); Gabriel Gon-alves Rodrigues (Tamel S.Verssimo); David da Silva Pinheiro Domingues (Alvelos); Maria Emlia dos Santos Figueiredo (Alvelos); Maria de Lurdes Miranda Senra (Remelhe); Maria Emlia dos Santos Figueiredo (Alvelos); Antnio de Jesus Lou-reiro Gonalves (Barcelos): pedir graas; Maria Jlia Barroso Simes (Remelhe); Maria Margarida Barroso Simes (Remelhe).

    agosto de 2014: Ana Brito de Sousa (Remelhe); Maria Emlia dos Santos Figueiredo (Alvelos); Maria Delfina Ribeiro Simes, Maria Madalena Ribeiro Simes e Ana Costa Ribeiro (Remelhe); Maria Emlia dos Santos Figueiredo (Alvelos); Liliana Campinho de S, Mrcio Filipe S Pereira e Maria Amlia Campinho S (Remelhe); Angelina Maria Carvalho Bacelo (Gilmonde); Maria Paula Carvalho Barreto (Milhazes); Maria da Conceio S. (Barcelos); Jos Antnio Barbosa Teixeira (V.F.S.Martinho); Elvira Paula (Re-melhe); Domingos Teixeira (Lij); Jos Manuel Albuquerque); M.F. Albuquerque e Maria de Ftima da Silva Enes (Barcelos); Dolo-res Faria , Rosa V. Esteves e Dionsio Douto (Galegos St Maria); Manuel Fernandes Figueiredo e Marta Isabel Carvalho Figueiredo (Arcozelo); Maria Emlia dos Santos Figueiredo (Alvelos); Maria da Conceio Fernandes Penedos: pedir graas; Maria de Lurdes Ribeiro Simes (Chorente); Alexandra Campinho (Remelhe): agradecer graas; Ana Brito de Sousa (Remelhe); Padre Jos Adlio Macedo (Remelhe): pedir sade; Maria Emlia dos Santos Figueiredo (Alvelos); Margarida Alves (Remelhe): pedir graas; Manuel Fernandes Figueiredo, Maria Emlia da Silva Carvalho, Fernanda Eugnia Pereira Mendes e Amlia Pereira da Silva (Remelhe): pedir graas; Padre Antnio Valente Pereira (Viana, Angola); Filomena B. Costa (Barcelos); Maria da Conceio Salgado Gomes e Jos Antnio Bouas F. (V.F.S.Martinho); Longras Gomes (Carvalhal); Delfina Simes (Alvelos); Vtor Manuel da Silva Mendes (S. Vers-simo); Maria da Conceio Simes (Alvelos); M. Carlos Duarte Miranda (Silva); Antnio Faria Aldeia ; Maria de Lurdes Ribeiro (Carapeos); Isaura Silva (Vrzea); Maria Lcia Correia Gonalves, pede graas; Madalena Trigueiros e Maria Isabel Trigueiros (Re-melhe); Salete Gomes (Barcelinhos); Joo Rosado Peres Filipe (Barcelos); Maria Jlia Alves (Barcelinhos); Armando da Silva Melo (Arcozelo); Fernando Fernandes (Barcelinhos); Conceio A. Vilas Boas (Remelhe); Idalina A. Vilas Boas (Alvelos); Marta Judite S.S. Carvalho e Diogo Fernando Carvalho Santos (Arcozelo); Balbina Gonalves Salgueiro (Barcelos); Gracinda Brito Pereia; Maria Adelina S. e Rosalina Maria Pereira Santos (Barcelos); Rosa Campos Esteves e Juliana Sofia Esteves Sampaio (Remelhe); Margarida Maria P. Figueiredo; Maria da Costa Lobato; Maria do Sameiro Oliveira da Silva e Jos Ferreira Sambento Costa (Barcelos); Maria Emlia dos Santos Figueiredo e Ana Rita dos Santos Figueiredo (Alvelos); Elvira Pereira: graas por tudo quanto me tem dado e ajudado. Obrigada, D. AntnioBarroso Maria Cndida Brito Alves (Carvalhal): pedir graas; Maria da Conceio Alves Silva (Bar-celinhos): peo pelo Sandro; Rosa Maria Esteves da Costa Pereira (Granja, Espinho); Alda Maria Meireles (Miramar, Arcozelo); Ma-ria Olinda Lus Ferreira (Granja); Maria Magalhes Faria Senra (Remelhe): agradecimento; Teresa Moreira da Silva (Pereira); Tiago Rafael Ferreira Couto e Vtor Filipe Ferreira Couto (Remelhe); Paulo Fernando Sousa Figueiredo e Maria Delfina S. Rodrigues (Mariz, Barcelos; )Elvira Gomes de Sousa (V.F.S.Pedro); Padre Jos Adlio Barbosa Macedo (Remelhe): Agradecendo a D. Antnio o tempo da romagem que foi grande e de muitos devotos. Teve a presena de trs sacerdotes missionrios (Padres Castro Afonso, Valente e Simes) que concelebraram na Eucaristia presidida pelo proco. Graas a D. Antnio e a Jesus Cristo Salvador.

    cONtas EM dia

    A ltima relao de contas (at 30 de Junho de 2014) est disponvel no Boletim n. 11, III Srie. Desde aquela data, at 30 de Novembro de 2014, foram efectuadas as seguintes despesas: Escola Tipogrfica das Misses. Execuo e expedio do Boletim n. 11, III Srie: 660,86 ; Consumveis, expediente, correio, comunicaes: 62,00 . tOtal: 722,86

    No mesmo perodo, foram recebidos os seguintes donativos para apoio Causa da Canonizao de D. Antnio Barroso e para as despesas do respectivo Boletim: Eng. Alberto Maia e Costa: 100,00 ; Assinantes da Freguesia de Remelhe: 620,00 , com a colaborao de D. Laurinda Fonseca do Vale - Quint; Sr. Augusto Faria dos Penedos - Portela; D. Maria Amlia Campos Seara - Igreja; D. Ana Maria da Silva Coutinho - Monte; Sr. Augusto da Costa Martins - Paranho; D. Margarida Barroso Simes - Vilar; Sr. Mrio da Costa Lopes - Baclo; D. Maria Magalhes Faria Senra - Santiago, Casal Novo e Torre de Moldes. Dra. Maria Adelaide d`Almeida de Azevedo Meireles e familiar Maria Alexandra Pereira de Lemos: 110,00 ; Dra. Maria do Cu T. Rodrigues Nunes Vieira: 15,00 ; Sr. Jlio Pedro Matos Arajo: 20,00 ; Dra. Maria Clara Maciel Beleza Ferraz e Dr. Jos Manuel Meira de Matos: 20,00 ; D. Maria Jos V. Neves Silva Torres: 100,00 ; D. Laurinda Fonseca do Vale e Sr. Manuel Ribeiro Fernandes: 100,00 ; D. Leontina Monteiro Cabral: 20,00 ; Dra. Lcia Arajo de Sousa: 40,00 ; D. Ana Martins Figueiredo: 10,00 . tOtal: 1.155,00 .

    Para transferncias bancrias que tenham a bondade de fazer para apoio Causa da Canonizao de D. Antnio Barroso e para as despesas deste Boletim, informamos que a conta em nome do Grupo de Amigos de D. Antnio Barroso, na Caixa Geral de Depsitos, Oeiras, tem as seguintes referncias:

    NiB: 003505420001108153073. iBaN: Pt50003505420001108153073. Bic: cgdiPtPl

    DEvOTOS, AMIGOS E ADMIRADORES vISITAM D. ANTNIO